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1 SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ............................................................................................ 4

2 TRABALHO CONCEPÇÃO DE AMBIENTE ............................................... 5

3 O SER HUMANO E O TRABALHO ............................................................ 7

3.1 Condições de trabalho.......................................................................... 9

3.2 Concepção de indivíduo ..................................................................... 10

4 Ergonomia................................................................................................. 11

4.1 Tipos de intervenção da ergonomia ................................................... 12

4.2 Antropometria e Biomecânica ............................................................ 13

5 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET) .................................... 14

5.1 Análise ergonômica da demanda ....................................................... 17

6 LAUDO ERGONÔMICO ........................................................................... 18

6.1 Objetivo do laudo ergonômico ............................................................ 18

6.2 Avaliação dos riscos dos ambientes de trabalho ................................ 19

6.3 Elaboração e assinatura do laudo de ergonômico ............................. 20

6.4 Validade do laudo ergonômico ........................................................... 23

6.5 Laudos médicos ................................................................................. 24

6.6 Profissionais habilitados a ergonomista ............................................. 26

7 RISCOS ERGONÔMICOS........................................................................ 30

7.1 Repetição ........................................................................................... 31

7.2 Postura inadequada ........................................................................... 31

7.3 Iluminação inadequada ...................................................................... 32

7.4 Ritmo excessivo de trabalho/ jornada de trabalho prolongada ........... 32

7.5 Levantamento e manuseio de cargas................................................. 33

8 PREVENÇÃO DOS RISCOS ERGONÔMICOS ....................................... 34


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8.1 Ginástica laboral ................................................................................. 35

8.2 Benefícios........................................................................................... 36

9 A ORGANIZAÇÃO TAYLORISTA DO TRABALHO ................................. 37

10 NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17) ........................................ 39

11 Parâmetros Ergonômicos Mínimos DO MOBILIÁRIO............................ 46

11.1 Mesa de trabalho ............................................................................ 46

11.2 Mesas para trabalho em computador .............................................. 47

11.3 Mesa única utilizada para escrever e para uso de computador ...... 48

11.4 Mesa de trabalho com atendimento (sentado) ao público ............... 49

11.5 Cadeira para utilização em trabalho com computador .................... 49

12 FISIOTERAPIA DO TRABALHO ........................................................... 51

13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ...................................................... 54

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!
O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante
ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável -
um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum
é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão
a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as
perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão
respondidas em tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da
nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à
execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da
semana e a hora que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 TRABALHO CONCEPÇÃO DE AMBIENTE

Fonte: administradores.com.br

Ao fazermos uma retrospectiva histórica, observamos que o trabalho se


constitui, um importante se não o principal determinante da formação das sociedades,
sendo o meio através do qual o homem constrói o seu ambiente e a si mesmo de
acordo claro com as reais condições que dispõe, pois, o trabalho está na base de toda
sociedade, seja ela qual for, estabelecendo as formas de relações entre os indivíduos;
entre as classes sociais; criando relações de poder e propriedade; determinando,
assim, o ritmo do cotidiano do trabalhador e da própria sociedade (OLIVEIRA,
SANTOS, CRUZ, 2007).
Conforme a concepção Hegeliana, o trabalho é uma relação peculiar entre
homens e os objetos, na qual se unem o subjetivo e o objetivo, o particular e o geral,
e que se concretiza através dos instrumentos de trabalho, sendo esses mediadores
entre o homem e a natureza (OLIVEIRA, SANTOS, CRUZ, 2007).
Diante dessa visão, para Hegel, o trabalho se confunde com um processo de
transformação; pois, no que produz, o homem se reconhece e é reconhecido, além do
que, a ele, revela-se a relação social existente em que se dá sua produção. Por
consequência, é que, da utilização dos instrumentos de trabalho, cria-se à relação dos
homens com outros homens e com a natureza (OLIVEIRA, SANTOS, CRUZ, 2007).

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O ambiente de trabalho é um dos pilares de sustentação da empresa. O
ambiente de trabalho é o espaço onde, diariamente, líderes e equipes se reúnem para
desenvolver ações práticas relacionadas às suas respectivas atividades laborais. Para
verdadeiramente compreender o papel e a importância do ambiente de trabalho, vale
a pena desmembrar um pouco mais essas palavras (ANTONELLO, SILVA, BECK,
NOGARA, 2017).
Conforme a definição do dicionário Michaelis, as principais definições de
trabalho são:
Conjunto de atividades produtivas ou intelectuais exercidas pelo homem para
gerar uma utilidade e alcançar determinado fim; Atividade profissional, regular,
remunerada ou assalariada, objeto de um contrato trabalhista; O exercício dessa
atividade; Local onde se exerce essa atividade; qualquer obra (manual, artística,
intelectual) realizada; empreendimento, realização (CASTILHO, 2015).
Em linhas gerais, o ambiente de trabalho é o espaço associado às condições
em que determinadas pessoas desenvolvem suas atividades profissionais –
permeando também todas as circunstâncias que têm influência sobre o funcionamento
de uma empresa (CASTILHO, 2015).

Duas abordagens se consolidaram no que diz respeito à ergonomia: a


clássica, sustentada pelos americanos e britânicos, e a francesa. A vertente
clássica começou a ser consolidada em 1911, quando o norte-americano
Frederick Winslow Taylor instituiu a Escola da Administração Científica
visando um progresso na eficiência da organização e para tal, valeu- se do
método de racionalização das atividades operárias. (CHIAVENATO, 2003.
Apud CASTILHO, 2015).

Qualquer análise do universo do trabalho humano na atualidade deve


considerar a amplitude das inter-relações e correlações em que se inserem as
dimensões multifacetadas do trabalho e as diversificadas influências que o afetam,
principalmente na direta relação entre trabalho, meio ambiente, saúde e tecnologia
(PADILHA, 2013).
Todas essas afetações ao universo do trabalho devem ser consideradas diante
do atual momento histórico tão pleno de rupturas de paradigmas e de mudanças de
padrões de desenvolvimento socioeconômico e político-institucional, que exigem a
adequação de modelos jurídicos tradicionais para a assimilação de uma visão mais

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integradora e sistemática do sistema jurídico laboral, que adote a ampliação do
conceito de trabalho, integrando-o com a saúde e o meio ambiente, fatores que não
se dissociam, mas se completam e interagem, e não mais podem ser garantidos
juridicamente de forma fragmentada (PADILHA, 2013).

3 O SER HUMANO E O TRABALHO

Fonte: genteemercado.com.br

O cenário atual nos mostra empresas que buscam incessantemente a


produtividade em meio ao mercado competitivo e globalizado, cujo homem aparece
como elemento central para produzir e adquirir bens e serviços. As relações de
trabalho sofreram relevantes alterações, que determinaram na elaboração dos locais
de trabalho, dirigidos para proporcionar maior produtividade do homem e da máquina.
O excesso e a complexidade de muitas tarefas exigem do trabalhador a concepção
de uma grande quantidade de informações (SCATOLI, SANTOS, LANDIM, 2015).
O ser humano é um ser social que apresenta como pré-condição de sua
existência a sociabilidade humana. Estabelece que: “a própria constituição física do
ser humano revela que ele foi programado para conviver e se completar com o outro
ser de sua espécie”. A história tem demonstrado que o homem consegue, durante um
período, viver isolado, mas não durante toda a sua existência. Portanto, é na

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sociedade que o homem encontra condições favoráveis para o seu desenvolvimento
como ser humano e consegue sobreviver (CORREA, SOUZA, 2016).
A partir da análise da construção social do lugar que o trabalho ocupa na vida
do homem, faz-se necessário pensar no trabalho mediante uma perspectiva de
materialização da dignidade humana, na qual o Direito do Trabalho sinaliza o
reconhecimento que todo trabalhador possui: o de ser incluído na condição de
verdadeiro cidadão. Nesse sentido, é essencial ampliar conceito de vida e dignidade,
em um Estado de Direito que vale pelo bem comum e pelos direitos da pessoa
humana, face a uma sociedade organizada e democrática (CORREA, SOUZA, 2016).
A proteção plena da dignidade humana no contexto do Direito do Trabalho
atesta as funções desse ramo, conciliando a necessidade de o ser humano ser
considerado sujeito de direitos no atual sistema capitalista. Portanto, é imperativa a
necessidade de adaptar o direito às exigências da sociedade, contemporânea, com a
finalidade de determinar o verdadeiro papel do Direito perante a humanidade, rumo à
efetivação dos direitos (MENDES, 2012).
O homem não é uma coisa, não é, portanto, um objeto passível de ser utilizado
como simples meio, mas, pelo contrário, deve ser considerado sempre, em todas as
suas ações, como fim em si mesmo (CORREA, SOUZA, 2016).
Uma consequência do avanço da tecnologia, que limitou as atividades ao uso
do computador. Após a regulamentação da NR - Norma Regulamentadora, pelo
Ministério Trabalho e Emprego passou a legitimar direitos à proteção e segurança dos
ambientes de trabalho. Normas que determinam adequações em equipamentos,
mobiliários, da jornada de trabalho, entre outras embasadas na prevenção, saúde,
higiene e segurança (SCATOLI, SANTOS, LANDIM, 2015).
Nesse contexto, dá-se a importância da Avaliação Ergonômica, cuja finalidade
é pesquisar e aprimorar as condições de trabalho, em outras palavras, assegurar
qualidade na execução das atividades de trabalho (CORREA, SOUZA, 2016).
A proteção real do trabalhador no Direito do Trabalho guarda sintonia com o
princípio da dignidade da pessoa humana. O foco do Direito do Trabalho deve ser
lutar pelo reconhecimento e aperfeiçoamento das condições humanas no mercado de

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trabalho, pois o ambiente de trabalho não pode violar a sua condição de ser humano
e sujeito de direitos (CORREA, SOUZA, 2016).

A condição de dignidade vai muito além do pagamento de salário, consiste


em elucidar a singularidade do sujeito no exercício da sua profissão. Dentro
da visão delineada, Delgado explica que: “o trabalho assume caráter de ser
o mais relevante meio garantidor de um mínimo de poder social à grande
massa da população, que é destituída de riqueza e de outros meios lícitos ao
alcance desta” (DELGADO, PORTO, 2007. Apud CORREA, SOUZA, 2016).

3.1 Condições de trabalho

As condições gerais de trabalho, considerando, a iluminação, o nível de ruídos


e a temperatura, são os principais causadores dos problemas que afetam,
diretamente, a saúde dos funcionários de uma empresa. Nesse caso, a ergonomia
pode também contribuir muito para evitar que essas enfermidades ocorram, com
objetivo de tornar cada vez mais eficiente os procedimentos de controle e de regulação
das condições adequadas de trabalho (FERREIRA, 2014).
Considerando que a eficiência dos processos utilizados na ergonomia laboral
seja apropriada para eliminar os riscos que afetam a saúde do trabalhador, pode-se
afirmar que o custo-benefício dos métodos ergonômicos utilizados, minimiza para as
empresas, as despesas com possíveis indenizações, quando não há condições
adequadas de trabalho, causando aos funcionários algum tipo de incapacidade física
que o impossibilite de exercer suas atividades diárias (FERREIRA, 2014).
Os problemas de ergonomia no trabalho têm consequências negativas para a
empresa, pois diminuem a qualidade de vida do trabalhador, e consequentemente,
sua produção. Além disso, uma empresa que não adota padrões ergonômicos passa
uma imagem negativa, como uma instituição que não respeita seus colaboradores
(funcionários) (FERREIRA, 2014).
De acordo com Norma Regulamentadora Nº 17, Ergonomia estabelece
parâmetros para a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, para proporcionar conforto, segurança e
desempenho eficiente. Tais condições de trabalho implicam em aspectos relacionados
ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos

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e às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
Para tanto, o empregador deve realizar a análise ergonômica, pertinente às
necessidades e demandas de uma corporação (FERREIRA, 2014).

3.2 Concepção de indivíduo

Cada indivíduo, ao nascer, encontra-se num sistema social criado através de


gerações já existentes e que é assimilado por Inter-relação indivíduo- ambiente meio
de inter-relações sociais”. O homem, desde seus primórdios, é considerado um ser de
relações sociais, que incorpora normas, valores vigentes na família, em seus pares,
na sociedade (CAES, 2011).
O indivíduo tem, para si, claras as características que o diferencia dos demais,
como seus fatores biológicos, seu corpo físico, seus traços, sua psique que envolve
emoções, sentimentos, volições, temperamento. Todavia, o indivíduo, como objeto de
estudo da psicologia social e da sociologia (CAES, 2011).

Quando pensamos em conceito de identidade, logo pensamos em imagens,


representações, conceito de si mesmo, como se o indivíduo se reconhecesse
identificando traços, imagens, sentimentos, como parte dele mesmo. Mas
esse conceito é produzido a partir das relações que mantemos com os outros
(MYERS, 2000. Apud SAWAIA, 2006).

O homem é um animal que depende de interação para receber afeto, cuidados


e até mesmo para se manter vivo. Somos animais sociais, pois o fato de ouvir, tocar,
sentir, ver o outro fazem parte da nossa natureza social. O ser humano precisa se
relacionar com os outros por diversos motivos: por necessidade de se comunicar, de
aprender, de ensinar, de dizer que ama o seu próximo, de exigir melhores condições
de vida, bem como de melhorar o seu ambiente externo, de expressar seus desejos e
vontades (SAWAIA, 2006).
Essas relações que vão se efetivando entre indivíduos e indivíduos, indivíduos
e grupos, grupos e grupos, indivíduo e organização, organização-organização,
surgem por meio de necessidades específicas, identificadas por cada um, de acordo
com seu interesse. A objetividade e subjetividade são fundamentais para o processo
de construção da nossa identidade. A experiência humana se objetiva na realidade

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criando singularidades (hábitos, tradição) e as instituições são subjetivadas, por meio
da introjeção pela socialização (SAWAIA, 2006).
A atividade do indivíduo é a sua realização concreta, e a expressão da sua
subjetividade diante da definição papeis exercidos por ele. Ela é subjetiva (envolve
afeto de um eu individual) e objetiva (contato com o mundo exterior). Nesse processo
o indivíduo constrói o seu mundo, da mesma forma que constrói a si mesmo, sua
identidade, suas relações, suas experiências vivenciadas (SILVA, 2009).

A subjetividade representa um macro conceito orientado à compreensão da


psique como sistema complexo, que de forma simultânea se apresenta como
processo e como organização. O macro conceito representa realidades que
aparecem de múltiplas formas, que em suas próprias dinâmicas modificam
sua autorganização, o que conduz de forma permanente a uma tensão entre
os processos gerados pelo sistema e suas formas de autorganização, as
quais estão comprometidas de forma permanente com todos os processos
do sistema. A subjetividade coloca a definição da psique num nível histórico-
cultural, no qual as funções psíquicas são entendidas como processos
permanentes de significação e sentidos. (GONZALEZ, 2001. Apud DA SILVA,
2009).

4 ERGONOMIA

Fonte: projetopromov.com.br

Ergonomia é entendida como disciplina científica com foco na investigação de


questões relacionadas tanto ao planejamento, projeto e avaliação de tarefas e postos
de trabalho, quanto de produtos, ambientes e sistemas. Conforme a Associação

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Brasileira de Ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às características
fisiológicas e psicológicas do ser humano (ABERGO, 2014).
A ergonomia é uma ciência interdisciplinar que estuda as adaptações dos
instrumentos, condições e ambiente de trabalho às capacidades psicofisiológicas,
antropométricas e biomecânicas do homem, com objetivos de reduzir o cansaço,
acidentes do trabalho e os custos operacionais para aumentar o conforto do
trabalhador, a produtividade e a rentabilidade (BOSI, DURIGAN, GRACIOTTO,
CAVAZZANI, VILAGRA, TAUBE, 2006).
Observa-se, então, que sua maior contribuição consiste em buscar a
compatibilização dos postos de trabalho com as necessidades das pessoas, considera
das suas habilidades e limitações, objetivando maior e melhor qualidade de vida
(ABERGO, 2014).

A ergonomia ressalta a relação entre o homem e o ambiente de trabalho, e


originou-se durante a II Guerra Mundial (1934-45), onde médicos, psicólogos,
antropólogos e engenheiros trabalharam juntos para resolver os problemas
causados pelos equipamentos militares, posteriormente cresceu rapidamente
o interesse nesse novo ramo, em especial na Europa e Estados Unidos da
América (DUL, WEERDMEESTER, 2004. Apud ABRAHÃO, 2009).

Possui como objetivos: Aumentar a eficiência organizacional


(e.g., produtividade e lucros); aumentar a segurança, a saúde e o conforto do
trabalhador. Diminuir os perigos e prevenir erros e acidentes, em relação a: Posturas
errôneas adotadas pelos trabalhadores; Movimentos corporais efetuados; Fatores
físicos ambientais que enquadram o trabalho; Equipamentos utilizados (ABERGO,
2014).

4.1 Tipos de intervenção da ergonomia

Concepção de postos e métodos de trabalho, ferramentas, máquinas e


mobiliário; Correção de problemas identificados através de metodologias próprias;
Sensibilização, informação e formação sobre os métodos e técnicas mais adequados
para realizar as suas tarefas (ABRAHÃO, 2009).
A ergonomia possui um caráter interdisciplinar, pois reúne e integra
conhecimentos de diversas áreas científicas e apresenta uma natureza aplicada, pelo
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fato de objetivar a adaptação do posto de trabalho e do ambiente às necessidades do
ser humano. Abrahão et al. (2009), destacam que a ergonomia é uma ciência que tem
como intuito transformar o trabalho, em suas diferentes dimensões, adaptando-o às
características e aos limites do ser humano.
Conforme Turella (2011), entre diversos fatores que auxiliam na questão de
motivação de funcionários, está a ergonomia, que proporciona uma melhoria na
relação do homem com seu ambiente de trabalho, otimizando os processos e
interferindo diretamente na qualidade e produtividade em geral. Coerentemente, a
ergonomia necessita de uma abordagem holística de todo o campo, tanto em seus
aspectos físicos e cognitivos, como sociais, organizacionais e ambientais.

A discussão acerca das consequências das pressões sofridas pelos


trabalhadores em seus postos de trabalho, nas organizações, é tema
recorrente de algumas produções científicas e isso pode acarretar uma série
de inquietações e, até mesmo doenças, a esses profissionais, uma vez que
a competitividade existente no mercado, impulsionada pelos avanços
tecnológicos, determinam mudanças no mundo do trabalho, o que pode ser
um fator gerador de estresse. (LIPP, 2010. Apud DE PAULA, 2016).

4.2 Antropometria e Biomecânica

A biomecânica ocupacional encarrega-se do estudo do corpo em seus


movimentos e das forças aplicadas para a realização de uma atividade. Para Falcão
(2007, p.43) refere-se ao “estudo da interação física do trabalhador com suas
ferramentas, máquinas e materiais, a fim de aumentar a sua performance enquanto
minimiza os riscos de distúrbios musculoesquelético” (SILVA, 2009).

Até o início do século XX, considera-se o trabalhador como um “sistema


transformador de energia” e, nesse mesmo período, o autor aponta que os
“riscos do trabalho são conhecidos, mas as ações para limitá-los são
modestas”. (SILVA, 2009. Apud DE PAULA, 2016).

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5 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO (AET)

Fonte: ebah.com.br

O termo análise ergonômica tem sido empregue de forma genérica e


dependendo da formação do profissional que atuará sobre a questão, o enfoque será
dado sob o prisma de sua formação básica, quer seja engenharia, fisioterapia,
medicina e outras. A AET tem como finalidade analisar os riscos ergonômicos do posto
de trabalho e propor soluções ergonômicas para reduzir ou extinguir o risco existente,
propiciando melhores condições do ambiente de trabalho e uma melhor realização
das tarefas laborais (SILVA, 2009).
Dentre as soluções possíveis, podemos destacar a promoção de atividades
para melhorar a saúde física e psicológica dos colaboradores, como a ginástica
laboral. Ela é muito importante porque ajuda a empresa a ter uma visão completa de
quais são todos os riscos envolvidos na execução das atividades, de modo que eles
possam ser mitigados ou eliminados de maneira satisfatória e segura para a saúde
dos trabalhadores (DEIMLING, 2014).
O grande desafio da análise ergonômica consiste em identificar os reais
problemas que são percebidos pelos trabalhadores e que efetivamente causam
degradação no conforto, queda na produtividade e interferência na segurança do
trabalho (DEIMLING, 2014).

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O ergonomista na busca de realizar seus objetivos, deve estudar diversos
aspectos do comportamento humano no trabalho e outros fatores
importantes, que são: o homem, a máquina, o ambiente, a informação, a
organização e as consequências do trabalho. Como objetivos busca a
segurança, satisfação e o bem-estar dos trabalhadores no seu
relacionamento com os sistemas produtivos. (ILDA, 2005. Apud DEIMLING,
2014).

Segundo a legislação brasileira na Norma Regulamentadora 17, para avaliar a


adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos
trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho,
devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho. As condições de
trabalho incluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de
materiais, ao mobiliário, aos equipamentos, às condições ambientais do posto de
trabalho e à própria organização do trabalho (DEIMLING, 2014).
Segundo a Norma Regulamentadora NR 17, a Análise Ergonômica do Trabalho
(AET), tem como objetivo, rastrear, observar e avaliar as relações existentes entre
demandas de doenças, acidentes e produtividade com as condições de trabalho, com
as interfaces, com os sistemas e a organização do trabalho. Ainda segundo a NR 17,
para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise
ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de
trabalho (BRASIL, ABNT, 1990).
A AET visa aplicar os conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar
e corrigir uma situação real de trabalho. O método desdobra-se em 05 etapas (IIDA,
2005):
Análise da demanda: consiste na descrição de um problema ou situação
problemática, que justifica a necessidade de uma ação ergonômica. Pode ser
solicitado pela direção da empresa; pelos trabalhadores e suas organizações
sindicais;
Análise da tarefa: trata-se de um conjunto de objetivos prescritos, que os
trabalhadores devem cumprir. A AET analisa a discrepância entre a tarefa que é
prescrita (descrição de cargos) e a que é executada;
Análise da atividade: refere-se ao comportamento do trabalhador na
realização de uma tarefa. A atividade é influenciada por fatores internos e externos.
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Os fatores internos estão relacionados ao próprio trabalhador, caracterizado pelas
suas experiências, idade, sexo, motivação, sono e fadiga. Já os fatores externos
referem-se às condições em que a atividade é executada:
Conteúdo do trabalho (objetivos, regras e normas);
Organização do trabalho (constituição de equipes, horários, turnos);
Meios técnicos (máquinas, equipamentos, posto de trabalho, iluminação,
ambiente térmico).
Diagnóstico: o diagnóstico procura descobrir as causas que provocaram o
problema descrito na demanda. Podendo ser vários fatores: absenteísmo (faltas ou
atrasos); rotatividade (pode ser devido ao treinamento insuficiente ou elevada carga
de estresse no ambiente); acidentes (pode ocorrer por falta de manutenção nas
máquinas, sinalização mal interpretada, pisos molhados, entre outros); baixa
qualidade: pode ser por consequências de erros de dimensionamento do posto de
trabalho, ou pela sequência inadequada de tarefas;
Recomendações ergonômicas: as recomendações ergonômicas referem-se
as providências que deverão ser tomadas para resolver o problema diagnosticado.
Devem-se prescrever todas as etapas necessárias para resolver o problema.
Estas podem vir acompanhadas de figuras com detalhamento das modificações a
serem feitas em máquinas ou postos de trabalho, e indicar as respectivas
responsabilidades (pessoa e seção do departamento encarregado, com indicação do
respectivo prazo).
Existem muitas divergências e muitos desencontros sobre o tema, porém, nada
mais evidente do que dizermos que Laudo Ergonômico é uma análise do risco
ergonômico a que estamos sujeitos, em casa, no trabalho, no lazer e, até dormindo.
Na AET - Análise Ergonômica do Trabalho, fazemos o Laudo Ergonômico
exatamente para a pessoa que está trabalhando naquele posto de trabalho específico.

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5.1 Análise ergonômica da demanda

A Ergonomia apresenta duas dimensões – uma científica e outra, prática. A


dimensão científica, segundo Vidal (2010, p. 5) fundamenta as aplicações
práticas, porque possibilita que essas aplicações sejam analisadas à luz das
conclusões enunciadas pelos pesquisadores do tema. (VIDAL, 2010. Apud
DE PAULA, 2016).

A Análise da Demanda é uma etapa primordial e que merece extrema


dedicação e empenho, considerando que nesse momento o Ergonomista
compreenderá o motivo que o levou a desenvolver a Análise Ergonômica do Trabalho
(AET) (VIDAL, 2010).
Para entender o que está desencadeando o problema em análise,
primeiramente identificaremos de onde surgiu essa necessidade. Empresas
inteligentes buscam por melhorias para seus funcionários, desenvolvendo ações que
beneficiem a saúde dos trabalhadores, seja na implantação de maquinário adequado,
na escolha de um acento apropriado ou de estratégias laborais voltadas às atividades
produtivas (VIDAL, 2010).
Caso a necessidade parta dos funcionários, as reclamações podem ser
evidenciadas no local (in loco) ou de órgãos de defesa dos trabalhadores, na busca
por melhores condições de trabalho, deste modo, evidenciando os agravos existentes
que decorrem em debilidades funcionais aos mesmos (PAULA, 2016).
Será analisado o ambiente de trabalho, desmembrando todos os possíveis
motivos que originaram os problemas referidos, ou as modificações solicitadas. Com
essas análises documentadas, será o momento de negociação entre os gestores e
trabalhadores, delimitando o tempo para resolução dos problemas (PAULA, 2016).
Análise ergonômica da tarefa (envolve a análise dos ambientes físicos, das
condições posturais e antropométricas dos trabalhadores, dos aspectos psicológicos
dos trabalhadores, da análise organizacional, das condições ambientais) (TURELLA,
2011)
A análise ergonômica das atividades. Por conseguinte, elenca-se a formulação
do diagnóstico, bem como as recomendações ergonômicas:

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As condições de trabalho e o ambiente aos quais os funcionários estão
submetidos influenciam diretamente na qualidade do produto e no
desempenho dos processos, bem como na Qualidade de Vida dos
Trabalhadores (QVT) (MATOS, 1997. Apud TURELLA et al., 2011).

Neste cenário, emerge a importância da ergonomia, que elenca os aspectos


físicos, relacionado com as características da anatomia humana, antropometria,
fisiologia e biomecânica em sua relação à atividade física; os aspectos cognitivos, o
qual refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raciocínio e
resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros
elementos de um sistema; e, os aspectos organizacionais, o qual concerne à
otimização dos sistemas sócio técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais,
políticas e de processos (TURELLA, 2011).

A manifestação individual ou coletiva do mal-estar no trabalho se caracteriza


pela vivência de sentimentos (isolados ou associados) que ocorrem, com
maior frequência, nas seguintes modalidades: aborrecimento, antipatia,
aversão, constrangimento, contrariedade, decepção, desânimo, desconforto,
descontentamento, desrespeito, embaraço, incômodo, indisposição,
menosprezo, ofensa, perturbação, repulsa, tédio (FERREIRA, 2012. Apud
FERREIRA, 2014).

6 LAUDO ERGONÔMICO

O Laudo ou Análise ergonômica é um documento que mostra os riscos


ergonômicos do objeto, do posto ou do profissional. O Laudo Ergonômico é obrigatório
a todas às empresas que possuem empregados, cujas atividades ou operações os
expõem a riscos, que por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem em
esforços de levantamento, transporte e descarga individual de materiais, ou outros
que exigem postura forçada e ainda, esforços repetitivos (HUGHES, 2009.

6.1 Objetivo do laudo ergonômico

O laudo ergonômico tem por objetivo analisar as condições de trabalho dos


setores administrativos e produtivos da empresa, ou mesmo de um estabelecimento
particular como uma residência, sob os aspectos da Ergonomia e das condições

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Ambientais, visando fornecer subsídios para a empresa, ou para o solicitante, para
implementar mudanças em sua organização e método de trabalho, no sentido de
diminuir os riscos da ocorrência de acidentes e moléstias do trabalho (HUGHES,
2009).
O laudo ou análise ergonômica identifica os riscos ergonômicos, bem como
recomenda as intervenções e ou adaptações necessárias, seja no ambiente de
trabalho, mobiliário, máquinas, equipamentos e ferramentas, ou nos processos de
trabalho, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho
eficiente, além de preservar a saúde do trabalhador e em especial as prevenir o
acometimento das LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios
Osteomusculares Relacionados ao Trabalho) (DEIMLING, 2014).
Hoje, muitas pessoas buscam a melhoria da sua qualidade de vida melhorando
suas condições de vida e, uma dessas condições, é a melhoria de seus cuidados
pessoais com sua coluna e seu complexo músculo- esquelético (DEIMLING, 2014).

É importante reconhecer que as empresas investem em ergonomia. Várias


são as razões, pois além do projeto de retorno sobre o investimento, inclui a
obrigação ética de fornecer um ambiente de trabalho seguro, de
conformidade regulamentar, mantendo-se competitiva no mercado para os
funcionários mais talentosos e de acordo com a negociação coletiva.
(HUGHES, 2009. Apud DEIMLING, 2014).

6.2 Avaliação dos riscos dos ambientes de trabalho

Os Riscos dos ambientes de trabalho são avaliados de forma qualitativa,


procedendo-se em seguida, o enquadramento de acordo com os dispositivos legais.
Os riscos ergonômicos são observados em relação a saúde e segurança do trabalho,
como: postura inadequada, situação de estresse, jornada de trabalho prolongada,
monotonia e repetitividade, imposição de rotina intensa, entre outros (OLIVEIRA,
2015).
O fato é que a competitividade está sendo levada tão enfaticamente como uma
maneira de interagir no mercado, que deixa de lado aspectos primordiais ligados a
segurança do trabalhador na indústria e nas organizações. Tem-se que há muito no
Brasil fala-se sobre a real necessidade de uma atividade integrada na área da

19
segurança e saúde no trabalho, porém não se teve o retorno de que tanto se espera.
Para que haja uma integração eficiente nos moldes que se espera tem que se ir muito
mais além do que a simples atuação conjunta e harmoniosa das atividades de
medicina do trabalho e da engenharia de segurança do trabalho (OLIVEIRA, 2015).
É necessário que se precisa de uma ação conjunta de todos dentro de uma
organização, especialmente por que o fator competitividade afeta não só um nível,
como o estratégico, mas todos os níveis dentro das organizações, e
independentemente de sua área ou tamanho (OLIVEIRA, 2015).

6.3 Elaboração e assinatura do laudo de ergonômico

Podemos avaliar se um dado ambiente ou condição de trabalho é perigoso


através da avaliação dos riscos existentes, ou seja, analisando as possibilidades e
probabilidades de que algum problema venha a ocorrer, como um acidente (HUGHES,
2009).
O primeiro passo de uma análise de risco é identificar o risco, e somente um
profissional qualificado que pode fazer tal tarefa, pois muitos riscos passariam
despercebidos aos olhos de empregados, chefes e pessoas comuns. Esse é um dos
motivos de existirem uma gama de profissionais de segurança no trabalho, pois
existem especialistas para cada tipo específico de risco (HUGHES, 2009).
Após a identificação do risco, é necessário agora quantificar e qualificar o risco,
ou seja, vamos estudar e ver em que tipo de risco ele se enquadra, e o quão perigoso
e quanto ele oferta risco ao trabalhador. O que deve ser feito caso seja constatado um
risco em ambiente de trabalho. Tal estratégia serve para ambos tipos de risco
(HUGHES, 2009).
Quando o profissional de Segurança no Trabalho detecta um risco, obviamente
o primeiro desejo e planejamento de ação é a eliminação do risco. Pois é óbvio que o
ideal e mais indicado é que tal risco profissional não exista. Porém, um ambiente 100%
livre de risco é praticamente impossível, fazendo bem pouco provável também uma
eliminação total dos riscos. Sendo assim, o próximo passo é tentar reduzir ao máximo,

20
neutraliza o quanto for possível os possíveis focos de risco e perigo (DEIMLING,
2014).
Avaliado, qualificado, quantificado e reduzido os riscos, é hora de proteger o
trabalhador. Para isso, faz-se uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual)
e/ou EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva), que são itens básicos e
importantíssimos na maioria das fábricas, indústrias, empresas e outros ambientes de
trabalho (DEIMLING, 2014).
E por fim, em nada adianta somente reduzir, eliminar e proteger o trabalhador,
este deve ter ciência dos riscos. Para isto, é necessário que todos os trabalhadores
sejam educados, orientados e treinados para as mais diversas situações, ambientes
de trabalho bem como o uso de EPIs e EPCs (HUGHES, 2009).
Por mais que se tenham ótimos profissionais de Segurança e Medicina Laboral,
se um funcionário não obedecer às regras e orientações, os riscos de problemas
aumentarão, bem como os acidentes. O Laudo Ergonômico deve ser realizado por
equipe de especialistas em estudos ergonômicos e riscos ambientais à saúde,
produzindo material descrito das operações, dos ambientes, dos equipamentos
utilizados, que permitiu elaborar considerações e recomendações a respeito dos
métodos e da organização do trabalho com relação às atividades inerentes à
administração (HUGHES, 2009).
O responsável pelo laudo é a pessoa que tem a habilitação para a função, ou
seja, Engenheiro de Segurança do Trabalho que é o profissional “legalmente
habilitado” na área de segurança do trabalho e devidamente credenciado junto ao
CREA – Conselho Regional de Engenharia, o fisioterapeuta com especialização e
conhecimento em Ergonomia, ou outro profissional que realmente tenha a
especialização, a habilitação e a capacitação para fazer essa análise técnica
(HUGHES, 2009).
Da correta análise dependerá a correta adequação e a correta atenção ao
profissional. Frente a qualquer fiscalização, e a qualquer situação ocupacional, é
primordial que se tenha total confiança no profissional ou na equipe de profissionais
que elabora esse laudo, mesmo sendo de total responsabilidade do proprietário da
empresa a escolha deste profissional (OLIVEIRA, 2015).

21
Como é de se imaginar, o Laudo Ergonômico de uma estação de Trabalho deve
ser direcionado a análise global do posto de trabalho, sempre levando em
consideração o psicobiofísico do seu operador. O Laudo Ergonômico deve ser
elaborado por posto de Trabalho individual, levando em consideração também, a
empresa como um todo. Nada deve ser analisado de forma segmentada (OLIVEIRA,
2015).
Conforme a NR 17, o objetivo do Laudo Ergonômico é estabelecer parâmetros
para a adaptação das condições de trabalho as características psicofisiológicas dos
trabalhadores.
Temos, basicamente, 03 tipos de Laudos Ergonômicos:
1 - Laudo Ergonômico do Objeto
2- Laudo Ergonômico do Posto de Trabalho - AET
3- Laudo Ergonômico Funcional - AET
O Laudo Ergonômico que denominamos: Consciente. Deve ser realizado com
estudos visando os 03 tipos de laudos acima mencionados para que se tenha uma
real Avaliação Ergonômica do Posto - que pode ser de trabalho ou um simples local
de lazer onde assistimos uma TV ou a dona de casa realiza seus trabalhos domésticos
(LIPP, 2010).
A ergonomia deve estar presente no dia a dia de toda população para
prevenção dos riscos aos quais se está exposto por problemas de má postura, falta
de ventilação, falta de iluminação, tamanho inadequado de ferramentas, e outras
milhares de situações que se traduzem por uma má condição de equilíbrio físico,
emocional e postural (LIPP, 2010).
O desenvolvimento de um Laudo Ergonômico consta de:
 Estudo detalhado dos processos utilizados no desenvolvimento das
atividades;
 Avaliações qualitativa e quantitativa dos riscos ergonômicos;
 Avaliação do mobiliário e equipamentos frente as atividades (hora x
homem x trabalho);
 Aferição e análise das condições ambientais dos locais de
trabalho; (esquecido por muitos profissionais que elaboram o LE.

22
 Aferição e análise do psicobiofísico do operador
 Recomendações técnicas para melhoria das condições de trabalho.
 Implantação de medidas de controle;
 Treinamentos e cursos sobre ergonomia;
 Mobilizações simples como a "Ginástica do Gato".

6.4 Validade do laudo ergonômico

A exemplo do PPRA (Programa de Prevenção de Riscos Ambientais) conforme


subitem 9.2.1.1. NR-09, deverá ser efetuada, sempre que necessário e pelo menos
uma vez ao ano, uma análise global do Laudo Ergonômico para avaliação do seu
desenvolvimento e realização dos ajustes necessários e estabelecimento de novas
metas e prioridades. Evidentemente, se houverem modificações no posto, no trabalho
ou no usuário, o laudo deve ser refeito. Já o LTCAT (Laudo Técnico das Condições
Ambientais de Trabalho), não tem obrigatoriedade legal de renovação anual (LIPP,
2010).
O PPRA é um Programa, com a finalidade de reconhecer e reduzir e/ou eliminar
os riscos existentes no ambiente de trabalho. Esse relatório serve de base para a
elaboração do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional). Por
conta de especificação contida na NR9, o PPRA precisa ser revisto e renovado
anualmente (LIPP, 2010).

A discussão acerca das consequências das pressões sofridas pelos


trabalhadores em seus postos de trabalho, nas organizações, é tema
recorrente de algumas produções científicas e isso pode acarretar uma série
de inquietações e, até mesmo doenças, a esses profissionais, uma vez que
a competitividade existente no mercado, impulsionada pelos avanços
tecnológicos, determinam mudanças no mundo do trabalho, o que pode ser
um fator gerador de estresse. (LIPP, 2010. Apud PAULA, 2016).

O LTCAT é um Laudo, elaborado com o intuito de se documentar os agentes


nocivos existentes no ambiente de trabalho e concluir se estes podem gerar
insalubridade para os trabalhadores eventualmente expostos.
Esses laudos somente serão renovado caso sejam introduzidas modificações
no ambiente de trabalho e de acordo com o parágrafo 3º do Art. 58 d Lei 8213/91 com
23
o texto dado pela Lei 9528/97 a empresa que não mantiver laudo técnico atualizado
com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus
trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em
desacordo com o respectivo laudo, estará sujeito à penalidade prevista no Art. 133
desta Lei, que foi republicada na MP 1596-14 de 10.11.97 e convertida na Lei 9528
de 10.12.97.
O LTCAT, assim como o PPRA, deve estar disponível na empresa para análise
dos Auditores Fiscais da Previdência Social, Médicos e Peritos do INSS, dos
profissionais, entre outros, devendo ser realizadas as alterações necessárias no
mesmo, sempre que as condições de nocividade se alterarem, guardando-se as
descrições anteriormente existentes no referido Laudo, juntamente com as novas
alterações introduzidas, datando-se adequadamente os documentos, quando tais
modificações ocorrerem (LASMAR, 2012).
Resumindo O LTCAT tem validade indefinida, atemporal, ficando atualizado
permanentemente, enquanto o “layout” da empresa não sofrer alterações.
A Norma Regulamentadora – NR-15 (Lei nº 6514/77 – Portaria nº 12/83)
estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todas as
empresas que admitam empregados que estejam expostos a agentes nocivos à sua
saúde.
No caso de a empresa não possuir o Laudo de Insalubridade ou estar vencido,
estará sujeita as sanções legais. A NR-28 prevê multa com valor de até 6.304 UFIR
para descumprimentos das normas de segurança do trabalho.
Legislação pertinente: Lei nº 6.514, de 22/12/1977; Portaria nº 3214, de
08/06/1978; Portaria nº 12, de 06/06/1983- Norma regulamentadora NR-15 –
Atividades e Operações Insalubres.

6.5 Laudos médicos

“Pericia é o exame de situações ou fatos relacionados a coisas e pessoas,


praticado por especialista na matéria que lhe é submetida, com o objetivo de
elucidar determinados aspectos técnicos” (BRANDMILLER, 1996. Apud
LASMAR, 2012).

24
Conforme a NR 17, o objetivo do Laudo Ergonômico é estabelecer parâmetros
para a adaptação das condições de trabalho as características psicofisiológicas dos
trabalhadores.
A exemplo do PPRA conforme subitem 9.2.1.1. Da NR-09, deverá ser efetuada,
sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do Laudo
Ergonômico para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes
necessários e estabelecimento de novas metas e prioridades. Evidentemente, se
houverem modificações no posto, no trabalho ou no usuário, o laudo deve ser refeito
(LASMAR, 2012).
Temos basicamente 3 tipos de laudos ergonômicos:
1 - Laudo Ergonômico do Objeto: esse laudo apenas é renovado pois o objeto
não muda sua estrutura;
2- Laudo Ergonômico do Posto de Trabalho (AET): este laudo muda quando a
conformação do posto é modificada, ou seja, caso haja mudanças de Layout, se não
ocorrerem essas mudanças ele apenas é renovado a cada ano para se atestar que
não houve mudanças;
3- Laudo Ergonômico Funcional: da mesma forma, se o trabalhador modificar
seu posto ou o objeto de sua atividade, haverá um novo laudo para aquela
determinada função exercida pelo determinado funcionário e a renovação deve ser
realizada imediatamente a mudança funcional.
Sempre que uma renovação é feita, é constatada que não houveram mudanças
desde a última análise realizada.
A exemplo do PPRA, os dados deverão ser mantidos por um período mínimo
de 20 (vinte) anos.
A Norma Regulamentadora – NR-17 – Ergonomia (Lei nº 6514/77 – Portaria nº
3751/90) estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de
todas as empresas que admitam empregados que estejam expostos a riscos
ergonômicos.

25
6.6 Profissionais habilitados a ergonomista

Qualquer graduação habilita o profissional a fazer a pós-graduação na área, ou


seja, ser ergonomista. Esse tema tem sido amplamente debatido e está em vias de
regulamentação visto tantos problemas que estão surgindo no mercado e que
acreditamos, com o advento do e social estarão se agravando acentuadamente.
Paralelamente a ergonomistas insensatos, nos deparamos com profissionais
de outras áreas que fazem a especialização apenas para poder tentar entender e até
acompanhar certos profissionais "especialistas" (LASMAR, 2012).
Temos encontrado profissionais, como em todas as áreas acontece, mas que
na ergonomia mais se acentua exatamente por ser uma profissão recente, sem
regulamentação acadêmica e com muitas oportunidades de campo (LASMAR, 2012).
Na formação do fisioterapeuta, está garantido o exercício da atuação em
Ergonomia através da RESOLUÇÃO n°. 403/2011, RESOLUÇÃO Nº 403 DE 18 DE
AGOSTO DE 2011 que formaliza a Especialidade Profissional de Fisioterapia do
Trabalho e dá outras providências.
Art. 3º Para o exercício da Especialidade Profissional de Fisioterapia do
Trabalho é necessário o domínio das seguintes Grandes Áreas de Competência:
I – Realizar consulta fisioterapêutica, anamnese, solicitar e realizar Inter
consulta e encaminhamento;
II – Realizar avaliação física e cinésio-funcional;
III – Avaliar as condições ergonômicas;
IV – Realizar análise ergonômica do trabalho;
V – Elaborar, implantar, coordenar e auxiliar os Comitês de Ergonomia;
VI – Estabelecer nexo de causa cinesiológica funcional ergonômica;
VII – Implementar cultura ergonômica e em Saúde do Trabalhador;
VIII – Avaliar a qualidade de vida no trabalho;
IX – Participar da elaboração de projetos e Programa de Qualidade de Vida e
Saúde do Trabalhador;
X – Elaborar, auxiliar, implantar e/ou gerenciar programas ou ações
relacionadas a saúde geral e bem-estar do trabalhador, específicos a gestantes,
hipertensos, sedentários, obesos entre outros;
26
XI – Implementar ações de concepção, correção e conscientização
relacionadas a saúde e segurança do trabalho, ergonomia entre outras;
XII – Analisar e adequar fluxos e processos de trabalho;
XIII – Avaliar e adequar às condições de trabalho as habilidades e
características do trabalhador;
XIV – Avaliar e adequar ambientes e postos de trabalho;
XV – Analisar, estabelecer e adequar as pausas e outros mecanismos
regulatórios;
XVI – Analisar e organizar rodízios de tarefas;
XVII – Avaliar e promover melhora do desempenho morfofuncional no trabalho;
XVIII – Atuar em programas de reabilitação profissional, reintegrando o
trabalhador à atividade laboral;
XIX – Solicitar, aplicar e interpretar escalas, questionários e testes funcionais;
XX – Solicitar, realizar e interpretar exames complementares;
XXI – Determinar diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico;
XXII – Planejar e executar medidas de prevenção e redução de risco;
XXIII – Prescrever e executar recursos terapêuticos manuais;
XXIV – Prescrever, confeccionar, gerenciar órteses, próteses e tecnologia
assistida;
XXV – Utilizar recursos de ação isolada ou concomitante de agente cinésio-
mecanoterapêutico, massoterapêutico, termo terapêutico, crio terapêutico, foto
terapêutico, eletro terapêutico, sonido terapêutico, aero terapêuticos entre outros;
XXVI – Determinar as condições de alta fisioterapêutica;
XXVII – Prescrever a alta fisioterapêutica;
XXVIII – Registrar em prontuário consulta, avaliação, diagnóstico, prognóstico,
tratamento, evolução, Inter consulta intercorrências e alta fisioterapêutica;
XXIX – Emitir laudos de nexo de causa laboral, pareceres, relatórios e
atestados fisioterapêuticos;
XXX – Atuar junto às CIPA (Comissões Internas de Prevenção de Acidente do
Trabalho);

27
XXXI – Auxiliar e participar das SIPATs (Semanas Internas de Prevenção de
Acidentes do Trabalho), SIPATR (Semanas Internas de Prevenção de Acidentes no
Trabalho Rural), entre outros;
XXXII – Auxiliar e participar na elaboração e atividades do PPRA (Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais), entre outros;
XXXIII – Elaborar, auxiliar, participar, implantar e /ou coordenar programas e
processos relacionados à Saúde do Trabalhador, Acessibilidade e Meio Ambiente;
XXXIV – Realizar atividades de educação em todos os níveis de atenção à
saúde, e na prevenção de riscos ambientais, ecológicos e ocupacionais.
XXXV – Avaliar, estabelecer, implantar e gerenciar programas e processos de
Ginástica Laboral;
XXXVI – Ensinar e corrigir modo operatório laboral;
XXXVII – Elaborar e desenvolver programas preventivos e de promoção em
saúde do trabalhador;
XXXVIII – Realizar ou participar de pericias e assistências técnicas judiciais
entre outras;
XXXIX – Elaborar, implantar e gerenciar programas de processos e produtos
relacionados à Tecnologia Assistida;
XL – Auxiliar e participar dos processos de certificação ISO, OHSAS, entre
outros; Art. 4º.
O exercício profissional do Fisioterapeuta do Trabalho é condicionado ao
conhecimento e domínio das seguintes áreas e disciplinas, entre outras:
I – Anatomia geral dos órgãos e sistemas;
II – Ergonomia;
III – Doenças Ocupacionais ou Relacionadas ao Trabalho;
IV – Biomecânica Ocupacional;
V – Fisiologia do Trabalho;
VI – Saúde do Trabalhador;
VII – Legislação em Saúde e Segurança do Trabalho;
VIII – Legislação Trabalhista;
IX – Sistemas de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho;

28
X – Organização da Produção e do Trabalho;
XI – Aspectos Psicossociais e Cognitivos Relacionados ao Trabalho;
XII – Estudo de Métodos e Tempos;
XIII – Higiene Ocupacional;
XIV – Ginastica Laboral;
XV – Recursos Terapêuticos Manuais;
XVI – Órteses, próteses e tecnologia assistida;
XVII – Acessibilidade e Inclusão;
XVIII – Administração e Marketing em Fisioterapia do Trabalho;
XIX – Humanização;
XX – Ética e Bioética.
A titulação dessa especialidade se dá através de critérios estabelecidos na
Resolução nº 377/2010 onde os profissionais de fisioterapia com comprovação de
formação na área de saúde do trabalho, fisioterapia do trabalho ou ergonomia,
submetem-se a provas de títulos e de conhecimento para obterem o título de
especialista e obterem qualificação reconhecida pelo seu conselho de executarem os
dispostos na resolução (LASMAR, 2012).
Essa prova de titulação acontece em eventos oficiais, instituições ou
associações como a ABRAFIT, Associação Brasileira de fisioterapia do trabalho,
certificando então capacitação desses profissionais para executarem os trabalhos de
Ergonomia e outros citados nos itens da resolução citados anteriormente (LASMAR,
2012).
Portanto, é recomendável que se conheça a qualificação profissional e seu
reconhecimento legal da formação na área de Ergonomia para a validação da
responsabilidade técnica das análises de ergonômicas realizadas nas empresas
(LASMAR, 2012).

29
7 RISCOS ERGONÔMICOS

Fonte: vivafonte.com

Riscos ergonômicos são todas as condições que afetam o bem-estar do


indivíduo, sejam elas físicas, mentais ou organizacionais. Podem ser compreendidas
como fatores que interferem nas características psicofisiológicas do profissional,
provocando desconfortos e problemas de saúde. São exemplos de riscos
ergonômicos: levantamento de peso, ritmo excessivo de trabalho, monotonia,
repetitividade, postura inadequada (FERREIRA, 2012).
Grande parte das doenças ocupacionais se desenvolve devido aos riscos
ergonômicos presentes no ambiente de trabalho. O colaborador passa muitas horas
dentro da empresa e, na maioria das vezes, permanece o dia inteiro no mesmo
ambiente e na mesma posição. Esse padrão, somado à repetitividade das atividades,
pode se tornar um risco para o colaborador, comprometendo sua saúde física e
psicológica, podendo levá-lo, inclusive, ao adoecimento (FERREIRA, 2012).

A manifestação individual ou coletiva do mal-estar no trabalho se caracteriza


pela vivência de sentimentos (isolados ou associados) que ocorrem, com
maior frequência, nas seguintes modalidades: aborrecimento, antipatia,
aversão, constrangimento, contrariedade, decepção, desânimo, desconforto,
descontentamento, desrespeito, embaraço, incômodo, indisposição,
menosprezo, ofensa, perturbação, repulsa, tédio (FERREIRA, 2012. Apud
FERREIRA, 2015).

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Os prejuízos decorrentes de uma doença ocupacional, ou seja, quando a
pessoa adoece devido às suas atividades laborais, são grandes. Isso implica para a
empresa gastos com médicos e afastamentos, além de maiores índices de
absenteísmo e desmotivação da equipe (FERREIRA, 2015).

7.1 Repetição

Repetitividade dos movimentos e das atividades laborais pode provocar fadiga


e desgaste, tanto físico quanto psicológico, dos colaboradores.
No aspecto físico, ocorre o compromete do sistema musculoesquelético,
podendo surgir lesões e inflamações. A maioria desses problemas faz parte das
Lesões por Esforço Repetitivo (LER) ou dos Distúrbios Osteomusculares
Relacionados ao Trabalho (DORT). São questões crônicas ou lesões causadas pela
atividade repetitiva no trabalho e que trazem sérias consequências para a qualidade
de vida do trabalhador.

7.2 Postura inadequada

Uma postura incorreta pode ocasionar lesões, fadiga e enfraquecimento de


certas regiões do corpo como pulso, ombros, coluna e lombar. Assim, há um
comprometimento do sistema osteomuscular, que pode desencadear o surgimento de
LER/DORT.

Para ter as condições corretas do tronco, braços e pernas, estas estejam em


posturas naturais. Para ter-se um trabalho eficiente, é imprescindível a
adaptação do local de trabalho às medidas do corpo humano. Para tanto
utilizam-se as medidas antropométricas. (KROEMER, 2005. Apud
DEIMLING, 2014).

Se essa postura incorreta estiver associada à repetitividade do trabalho, pode


ser ainda pior para a saúde do colaborador, facilitando ainda mais o surgimento de
consequências diversas.
Em ambientes em que é necessário trabalhar sentado, por exemplo, é
fundamental que a cadeira dê total sustentação à coluna, além de garantir que as

31
pernas fiquem em um ângulo de 90°. Os cotovelos também devem ficar nessa
posição, sendo apoiados corretamente na mesa logo à frente (KROEMER, 2005).
No caso de trabalho feito em pé, o ideal é que a configuração de todos os
móveis seja de tal forma que leve em consideração a altura e essas necessidades.
Além disso, vale a pena estimular os colaboradores a terem uma postura adequada
(DEIMLING, 2014).

7.3 Iluminação inadequada

A luminosidade inadequada pode provocar danos aos colaboradores, tanto em


níveis excessivos de luz como em níveis insuficientes. Podemos citar problemas de
visão, dores de cabeça, irritação e estresse, além de favorecer erros que podem levar
à ocorrência de acidentes de trabalho (PEDROSA, 2016).
Um ambiente excessivamente iluminado de maneira natural pode ter níveis de
radiação UV muito intensos, causando possíveis problemas na saúde do colaborador.
Já a falta de iluminação faz com que o ambiente seja quase insalubre, contribuindo
para o que é conhecido como vista cansada (PEDROSA, 2016).
A NR 17 estabelece parâmetros considerados seguros para que o ambiente de
trabalho seja iluminado corretamente e isso deve ser seguido. Uma das questões mais
importantes é que a iluminação deve ser planejada de modo a evitar reflexos ou
ofuscamentos, garantindo o campo de visão do trabalhador (PEDROSA, 2016).
Para tanto, ela deve ser difusa — ou seja, não deve ser intensa e direta —,
além de ser bem distribuída por todo o ambiente, evitando cantos escuros ou que são
excessivamente iluminados (PEDROSA, 2016).

7.4 Ritmo excessivo de trabalho/ jornada de trabalho prolongada

Mesmo cumprindo a carga horária previamente estabelecida, o colaborador


pode ter um ritmo muito intenso de trabalho. Isso acontece quando ele precisa cumprir
prazos muito curtos ou deve assumir uma grande quantidade de tarefas, fazendo com
que ele trabalhe de maneira muito mais intensa do que o normal (BRASIL, 2001).

32
Tal situação pode levar o colaborador ao estresse físico e psicológico e,
consequentemente, sua disposição e seu sistema imunológico são afetados. Assim,
a pessoa fica com a saúde fragilizada e podem surgir distúrbios e doenças como
ansiedade, depressão, hipertensão arterial, doenças cardiovasculares, úlceras e
gastrites (BRASIL, 2001).

As doenças ocupacionais (e muitas doenças que, embora não sejam


consideradas ocupacionais, são derivadas de estresse emocional
relacionado ao trabalho) surgem quando o trabalhador é exposto aos riscos,
físicos ou emocionais, da atividade que desenvolve, conforme o Manual de
Procedimentos para os Serviços de Saúde do Ministério da Saúde, que relata
que entre os agravos específicos que provocam o afastamento do trabalho,
“estão incluídas as ‘doenças profissionais’ para as quais se considera que o
trabalho ou as condições em que ele é realizado constituem causa direta.
(BRASIL, 2001. Apud PAULA, 2016).

Outro problema semelhante acontece no caso de jornadas de trabalho


prolongadas, especialmente quando não são previamente acordadas. Quando o
trabalhador precisa ultrapassar o seu horário de trabalho, fazendo uma jornada de 10
ou 12 horas, por exemplo, ele está passando por um risco ergonômico (PAULA, 2016).
Nesses casos, o esforço mental e/ou físico exagerado pode levar a fadiga,
estresse, lesões e surgimentos de vários distúrbios. De maneira crônica, as chances
são de que ocorra a síndrome do burnout (como é conhecido, atualmente, o
esgotamento profissional) (PAULA, 2016).
Isso diminui a produtividade porque compromete a motivação e a própria
capacidade de executar tarefas e solucionar problemas que surjam no ambiente de
trabalho. No caso de jornada noturna, a empresa ainda pode se ver gastando mais
com horas extras, sem observar resultados efetivos nesse sentido (PAULA, 2016).

7.5 Levantamento e manuseio de cargas

Realizar o levantamento ou a movimentação manual de cargas é uma atividade


de risco para a saúde física do colaborador, pois quando é exercida de maneira
incorreta, pode provocar lesões no seu sistema musculoesquelético. Assim, podem
surgir dores intensas na coluna, na região lombar, nos ombros, nos braços e nos

33
pulsos. O levantamento de cargas de maneira continuamente inadequada também
pode provocar a incidência de LER e DORT (PEDROSA, 2016).
Com o tempo, o colaborador pode ter comprometimentos sérios, que o
conduzirão a um afastamento temporário ou, em casos mais graves, um afastamento
permanente de suas atividades por incapacidade física. Esse tipo de ação deve ser
combatido e o colaborador jamais deve ser estimulado a realizar o levantamento de
um peso que seja maior do que sua capacidade ou que possa, claramente, provocar
algum tipo de lesão ou consequência para o organismo (PEDROSA, 2016).
Também é indispensável que a postura na execução dessa tarefa seja a
correta, evitando que determinadas regiões da coluna sejam mais exigidas do que
outras, por exemplo (PEDROSA, 2016).

8 PREVENÇÃO DOS RISCOS ERGONÔMICOS

Fonte: itarcursos.com.br

Os riscos ergonômicos podem comprometer seriamente a saúde do


colaborador. Assim, surgem prejuízos no seu desempenho, o que prejudica toda a
cadeia produtiva da empresa. Dessa forma, evitar e prevenir os riscos ergonômicos
não é só uma necessidade, mas também uma exigência da legislação trabalhista
brasileira (BRASIL, 2012).

34
O Ministério do Trabalho e Emprego, junto a entidades e associações
trabalhistas, criou uma série de normas que devem ser seguidas pelas empresas para
proteger a saúde do trabalhador (BRASIL, 2012).

Segundo os dados do Ministério da Previdência, o número de acidentes de


trabalho no Brasil apresentou uma redução de 7,2% entre 2008 e 2010,
caindo de 755.980 ocorrências para 701.4966. (BRASIL, 2012. Apud
PEDROSA, 2016).

Devido ao grande número de acidentes de trabalho e doenças ocupacionais no


Brasil, foi criada uma norma regulamentadora específica para a ergonomia: a NR-17.
Ela visa a estabelecer parâmetros que permitam a adaptação das condições
de trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, de modo a
proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente. Para que
isso aconteça, a legislação exige que seja feita a Análise Ergonômica do Trabalho
(AET). Outro ponto é a ginástica laboral, que visa um melhor desempenho do
trabalhador, tanto físico, quanto mental (PEDROSA, 2016).

8.1 Ginástica laboral

A Ginástica Laboral atua como uma grande aliada da ergonomia nas empresas
e contribui diretamente para que o trabalhador obtenha as condições físicas e
psicológicas necessárias para a execução de suas tarefas. Os exercícios têm como
base os movimentos dos trabalhadores no seu dia a dia. Assim, eles melhoram a
postura e a capacidade muscular. Com uma vida mais ativa, é possível melhorar
também o foco e a disposição. Quando estamos mais alegres e dispostos, também
nos concentramos mais (DEUTSCH, 2012).
Sendo assim, é fundamental que a empresa ofereça momentos em que o
colaborador pode executar esses exercícios. É muito comum, por exemplo, que essa
ginástica seja feita em grupo e em momentos de pausa. Além de ajudar na proteção
do organismo, é uma forma de estimular a socialização, de modo a contribuir ainda
mais para os resultados almejados. A ginástica laboral pode ser dividida em três fases.
A ginástica preparatória, a ginástica compensatória e a ginástica de relaxamento
(DEUTSCH, 2012).
35
No Brasil a GL teve início no Rio de Janeiro. Foi implantada em 1969 por uma
indústria de construção naval (Ishikavajima) estaleiros. Nesse período a GL
eram realizadas por executivos japoneses (nipônicos), nessa época os
exercícios eram indicados para correção postural, e melhora do
funcionamento do aparelho respiratório (DEUTSCH, 2012. Apud CARNEIRO,
2016).

Ginástica preparatória: Pode ser realizada no início da jornada, com duração


de 10 a 20 minutos. O objetivo principal é preparar o funcionário para sua tarefa,
aquecendo os grupos musculares que serão solicitados nas suas tarefas e
despertando-os para que se sintam mais dispostos ao iniciar o trabalho. Ela aumenta
a circulação sanguínea a nível muscular para ativar o corpo, oxigenar a musculatura,
despertar a mente e aumentar a disposição e capacidade de concentração. Os
exercícios podem ser realizados também durante o expediente.
Ginástica compensatória: Também tem duração de 10 a 20 minutos,
interrompendo a monotonia operacional, aproveitando pausas para executar
exercícios específicos de compensação aos esforços repetitivos e às posturas
inadequadas nos postos operacionais.
Ginástica de relaxamento: Os exercícios de alongamento realizados neste
momento têm o objetivo de oxigenar as estruturas musculares envolvidas na tarefa
diária, evitando o acúmulo de ácido lático e prevenindo as possíveis instalações de
lesões.
Profissionais de Educação Física e Fisioterapia, especializados nesse tipo de
exercício, conduzem as práticas que podem ser feitas dentro do escritório, na estação
de trabalho de cada colaborador.
Os profissionais buscam adaptar os exercícios a cada tipo de público e
ambiente, atentando-se às atividades que o colaborador desenvolve e como os
exercícios podem ajudar. Os exercícios são simples, baseados em alongamentos e
feitos de maneira rápida para não se tornarem maçantes.

8.2 Benefícios

Os benefícios são muitos, mas podemos citar como principal a prevenção de


problemas osteomusculares, como algia na coluna vertebral, nos pulsos e nos braços.

36
Além do fortalecimento muscular que permite que o trabalhador se mantenha em uma
postura adequada (SILVA, 2011).
A ginástica laboral minimiza também o estresse e melhora a integração da
equipe; diminui os índices de afastamento médico e gastos com despesas médicas;
aumenta a qualidade de vida no trabalho; otimiza a rotina dos trabalhadores; minimiza
a sensação de fadiga e esgotamento ao fim do dia; diminui riscos de acidentes de
trabalho; leva a ativação cerebral, aumentando assim o foco, a concentração e à
disposição; melhora a imagem da instituição para empregados e sociedade (SILVA,
2011).

A ginástica laboral é uma estratégia que tem sido adotada com o intuito de
diminuir acidentes de trabalho e absenteísmo por doenças osteomusculares.
Estudos reforçam que a ginástica laboral inserida na rotina das empresas
apresenta resultados positivos, como aumento da produtividade, melhor
disposição para o trabalho, melhora da conscientização corporal e a interação
social. (SILVA, 2011. Apud PEDROSA, 2016).

9 A ORGANIZAÇÃO TAYLORISTA DO TRABALHO

Fonte: vitalergo.com.br

O termo Taylorismo faz referência ao engenheiro norte-americano Frederick


Taylor (1856-1915), considerado um dos fundadores da Administração Científica.
Taylor foi pioneiro ao desenvolver um modelo de administração no qual a empresa é
considerada sob olhar científico. O interesse por este tipo de gestão iniciou quando o
37
mesmo ainda era operador de máquina na "Midvale Steel", na Filadélfia. Baseando-
se na observação dos métodos de trabalho dos operários, descobriu que, sob um
ritmo de trabalho controlado, os operários eram muito mais produtivos (DINIZ, et al,
2017).
Em 1885, Taylor se formou engenheiro mecânico e em 1906, tornou-se
Presidente da "American Society of Mechanical Engineering". Suas ideias
influenciariam de forma definitiva a Segunda Revolução Industrial (LIMA, 2018).

O paradigma conhecido pelo desenvolvimento liberal globalizado a partir de


1970 provocou uma turbulência global com a desregulamentação no sistema
capitalista, atores do mercado emergem e a valoração do capital passa a não
ser exclusiva da produção, mas também, da acumulação financeira dos
papéis. A partir dessa década ocorre um predomínio crescente dos capitais
de aplicação financeira em relação a totalidade dos capitais que circulam a
economia mundial (DINIZ, et al, 2017. Apud LIMA, 2018).

O taylorismo emprega basicamente cinco princípios, a saber: substituição de


métodos baseados na experiência por metodologias cientificamente testadas; seleção
e treinamento rigoroso dos trabalhadores, de modo a descobrir suas melhores
competências, as quais devem ser continuamente aperfeiçoadas; supervisão contínua
do trabalho; execução disciplinada das tarefas, de modo a evitar desperdícios;
fracionamento do trabalho na linha de montagem para singularizar as funções
produtivas de cada trabalhador, diminuindo assim sua autonomia (LIMA, 2018) .
Diferentemente dos sistemas de organização aplicados até então, o Taylorismo
se diferencia por causa das funções mais especificas dos trabalhadores. Outro
diferencial deste modelo está na motivação positiva que a empresa dava aos
funcionários, ou seja, quanto maior a produtividade da companhia, maior seria o
salário do trabalhador. Até o século XIX, o medo era a principal "motivação" do
trabalhador, que se empenhava com receio de ser demitido (LIMA, 2018).

38
10 NORMA REGULAMENTADORA 17 (NR-17)

Fonte: comunidadesebrae.com.br

Sugestões pontuais para alterações da Norma Regulamentadora 17 foram


apresentadas em um seminário convocado pelo Ministério do Trabalho, (no
período de 1988 e 1989), porém as melhorias não alteravam a estrutura da
norma atual e não mencionavam o controle da cadência e do ritmo do
processo produtivo de forma concreta (BRASIL, 2002. Apud PARIS, 2017).

17.1. Esta Norma Regulamentadora visa a estabelecer parâmetros que


permitam a adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas
dos trabalhadores, de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e
desempenho eficiente.
17.1.1. As condições de trabalho incluem aspectos relacionados ao
levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equipamentos e
às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do trabalho.
17.1.2. Para avaliar a adaptação das condições de trabalho às características
psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a análise
ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de
trabalho, conforme estabelecido nesta Norma Regulamentadora.

Subitem 17.1.2, afirma que “para avaliar a adaptação das condições de


trabalho às características psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao
empregador realizar a análise ergonômica do trabalho”, portanto é de
responsabilidade do empregador a aplicação da análise ergonômica do
trabalho - AET (BRASIL, 2015. Apud PARIS, 2017).
39
17.2. Levantamento, transporte e descarga individual de materiais.
17.2.1. Para efeito desta Norma Regulamentadora:
17.2.1.1. Transporte manual de cargas designa todo transporte no qual o peso
da carga é suportado inteiramente por um só trabalhador, compreendendo o
levantamento e a deposição da carga.
17.2.1.2. Transporte manual regular de cargas designa toda atividade realizada
de maneira contínua ou que inclua, mesmo de forma descontínua, o transporte manual
de cargas.
17.2.1.3. Trabalhador jovem designa todo trabalhador com idade inferior a
dezoito anos e maior de quatorze anos.
17.2.2. Não deverá ser exigido nem admitido o transporte manual de cargas,
por um trabalhador cujo peso seja suscetível de comprometer sua saúde ou sua
segurança.
17.2.3. Todo trabalhador designado para o transporte manual regular de
cargas, que não as leves, deve receber treinamento ou instruções satisfatórias quanto
aos métodos de trabalho que deverá utilizar, com vistas a salvaguardar sua saúde e
prevenir acidentes.
17.2.4. Com vistas a limitar ou facilitar o transporte manual de cargas deverão
ser usados meios técnicos apropriados.
17.2.5. Quando mulheres e trabalhadores jovens forem designados para o
transporte manual de cargas, o peso máximo destas cargas deverá ser nitidamente
inferior àquele admitido para os homens, para não comprometer a sua saúde ou a sua
segurança.
17.2.6. O transporte e a descarga de materiais feitos por impulsão ou tração de
vagonetes sobre trilhos, carros de mão ou qualquer outro aparelho mecânico deverão
ser executados de forma que o esforço físico realizado pelo trabalhador seja
compatível com sua capacidade de força e não comprometa a sua saúde ou a sua
segurança.
17.2.7. O trabalho de levantamento de material feito com equipamento
mecânico de ação manual deverá ser executado de forma que o esforço físico

40
realizado pelo trabalhador seja compatível com sua capacidade de força e não
comprometa a sua saúde ou a sua segurança.
17.3. Mobiliário dos postos de trabalho.
17.3.1. Sempre que o trabalho puder ser executado na posição sentada, o
posto de trabalho deve ser planejado ou adaptado para esta posição.
17.3.2. Para trabalho manual sentado ou que tenha de ser feito em pé, as
bancadas, mesas, escrivaninhas e os painéis devem proporcionar ao trabalhador
condições de boa postura, visualização e operação e devem atender aos seguintes
requisitos mínimos:
 Ter altura e características da superfície de trabalho compatíveis com o
tipo de atividade, com a distância requerida dos olhos ao campo de
trabalho e com a altura do assento;
 Ter área de trabalho de fácil alcance e visualização pelo trabalhador;
 Ter características dimensionais que possibilitem posicionamento e
movimentação adequados dos segmentos corporais.
17.3.2.1. Para trabalho que necessite também da utilização dos pés, além dos
requisitos estabelecidos no subitem 17.3.2, os pedais e demais comandos para
acionamento pelos pés devem ter posicionamento e dimensões que possibilitem fácil
alcance, bem como ângulos adequados entre as diversas partes do corpo do
trabalhador, em função das características e peculiaridades do trabalho a ser
executado.

A NR-17, a qual versa sobre Ergonomia, que segundo a Ergonomics


Research Society (1949), pode ser explicada como “ciência que estuda a
relação entre o Homem e o trabalho que executa, procurando desenvolver
uma integração perfeita entre as condições de trabalho, as capacidades e
limitações físicas e psicológicas do trabalhador e a eficiência do sistema
produtivo. ” (SILVA, et al, 2010. Apud DE SOUZA, 2019).

17.3.3. Os assentos utilizados nos postos de trabalho devem atender aos


seguintes requisitos mínimos de conforto:
 Altura ajustável à estatura do trabalhador e à natureza da função
exercida;
 Características de pouca ou nenhuma conformação na base do assento;

41
 Borda frontal arredondada;
 Encosto com forma levemente adaptada ao corpo para proteção da
região lombar.
17.3.4. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados sentados,
a partir da análise ergonômica do trabalho, poderá ser exigido suporte para os pés,
que se adapte ao comprimento da perna do trabalhador.
17.3.5. Para as atividades em que os trabalhos devam ser realizados de pé,
devem ser colocados assentos para descanso em locais em que possam ser utilizados
por todos os trabalhadores durante as pausas.
17.4. Equipamentos dos postos de trabalho.
17.4.1. Todos os equipamentos que compõem um posto de trabalho devem
estar adequados às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza
do trabalho a ser executado.
17.4.2. Nas atividades que envolvam leitura de documentos para digitação,
datilografia ou mecanografia deve:
 Ser fornecido suporte adequado para documentos que possa ser
ajustado proporcionando boa postura, visualização e operação, evitando
movimentação frequente do pescoço e fadiga visual;
 Ser utilizado documento de fácil legibilidade sempre que possível, sendo
vedada a utilização do papel brilhante, ou de qualquer outro tipo que
provoque ofuscamento.
17.4.3. Os equipamentos utilizados no processamento eletrônico de dados com
terminais de vídeo devem observar o seguinte:
 Condições de mobilidade suficientes para permitir o ajuste da tela do
equipamento à iluminação do ambiente, protegendo-a contra reflexos, e
proporcionar corretos ângulos de visibilidade ao trabalhador;
 O teclado deve ser independente e ter mobilidade, permitindo ao
trabalhador ajustá-lo de acordo com as tarefas a serem executadas;
 A tela, o teclado e o suporte para documentos devem ser colocados de
maneira que as distâncias olho- tela, olho- teclado e olho-documento
sejam aproximadamente iguais;

42
 Serem posicionados em superfícies de trabalho com altura ajustável.
17.4.3.1. Quando os equipamentos de processamento eletrônico de dados com
terminais de vídeo forem utilizados eventualmente poderão ser dispensadas as
exigências previstas no subitem 17.4.3, observada a natureza das tarefas executadas
e levando-se em conta a análise ergonômica do trabalho.
17.5. Condições ambientais de trabalho.
17.5.1. As condições ambientais de trabalho devem estar adequadas às
características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do trabalho a ser
executado.
17.5.2. Nos locais de trabalho onde são executadas atividades que exijam
solicitação intelectual e atenção constantes, tais como: salas de controle, laboratórios,
escritórios, salas de desenvolvimento ou análise de projetos, dentre outros, são
recomendadas as seguintes condições de conforto:
 Níveis de ruído de acordo com o estabelecido na NBR 10152, norma
brasileira registrada no INMETRO;
 Índice de temperatura efetiva entre 20oC (vinte) e 23oC (vinte e três
graus centígrados);
 Velocidade do ar não superior a 0,75m/s;
 Umidade relativa do ar não inferior a 40 (quarenta) por cento.
17.5.2.1. Para as atividades que possuam as características definidas no
subitem 17.5.2, mas não apresentam equivalência ou correlação com aquelas
relacionadas na NBR 10152, o nível de ruído aceitável para efeito de conforto será de
até 65 dB (A) e a curva de avaliação de ruído (NC) de valor não superior a 60 dB.
17.5.2.2. Os parâmetros previstos no subitem 17.5.2 devem ser medidos nos
postos de trabalho, sendo os níveis de ruído determinados próximos à zona auditiva
e as demais variáveis na altura do tórax do trabalhador.
17.5.3. Em todos os locais de trabalho deve haver iluminação adequada,
natural ou artificial, geral ou suplementar, apropriada à natureza da atividade.
17.5.3.1. A iluminação geral deve ser uniformemente distribuída e difusa.
17.5.3.2. A iluminação geral ou suplementar deve ser projetada e instalada de
forma a evitar ofuscamento, reflexos incômodos, sombras e contrastes excessivos.

43
17.5.3.3. Os níveis mínimos de iluminamento a serem observados nos locais
de trabalho são os valores de iluminâncias estabelecidos na NBR 5413, norma
brasileira registrada no INMETRO.

Uma pesquisa realizada nos Estados Unidos, comprovou que pessoas que
se sentam próximos a janelas tem menos 23% de chances de dores e
desconforto. “Realizando a limpeza de paredes, tetos e pisos e utilizar cores
claras no ambiente de trabalho e estudo, melhoram a iluminação do local e
você se sentirá mais confortável e disposto no seu local de trabalho. ” (IBAM,
2011. Apud DE SOUZA, 2019).

17.6. Organização do trabalho. 17.6.1. A organização do trabalho deve ser


adequada às características psicofisiológicas dos trabalhadores e à natureza do
trabalho a ser executado.
17.6.2. A organização do trabalho, para efeito desta NR, deve levar em
consideração, no mínimo:
 As normas de produção;
 O modo operatório;
 A exigência de tempo;
 A determinação do conteúdo de tempo;
 O ritmo de trabalho;
 O conteúdo das tarefas.
17.6.3. Nas atividades que exijam sobrecarga muscular estática ou dinâmica
do pescoço, ombros, dorso e membros superiores e inferiores, e a partir da análise
ergonômica do trabalho, deve ser observado o seguinte:
 Todo e qualquer sistema de avaliação de desempenho para efeito de
remuneração e vantagens de qualquer espécie deve levar em
consideração as repercussões sobre a saúde dos trabalhadores;
 Devem ser incluídas pausas para descanso;
 Quando do retorno do trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção deverá permitir
um retorno gradativo aos níveis de produção vigentes na época anterior
ao afastamento.

44
17.6.4. Nas atividades de processamento eletrônico de dados, deve-se, salvo
o disposto em convenções e acordos coletivos de trabalho, observar o seguinte:
 O empregador não deve promover qualquer sistema de avaliação dos
trabalhadores envolvidos nas atividades de digitação, baseado no
número individual de toques sobre o teclado, inclusive o automatizado,
para efeito de remuneração e vantagens de qualquer espécie;
 O número máximo de toques reais exigidos pelo empregador não deve
ser superior a 8.000 por hora trabalhada, sendo considerado toque real,
para efeito desta NR, cada movimento de pressão sobre o teclado;
 O tempo efetivo de trabalho de entrada de dados não deve exceder o
limite máximo de 5 (cinco) horas, sendo que, no período de tempo
restante da jornada, o trabalhador poderá exercer outras atividades,
observado o disposto no art. 468 da Consolidação das Leis do Trabalho,
desde que não exijam movimentos repetitivos, nem esforço visual;
 Nas atividades de entrada de dados deve haver, no mínimo, uma pausa
de 10 minutos para cada 50 minutos trabalhados, não deduzidos da
jornada normal de trabalho;
 Quando do retorno ao trabalho, após qualquer tipo de afastamento igual
ou superior a 15 (quinze) dias, a exigência de produção em relação ao
número de toques deverá ser iniciada em níveis inferiores do máximo
estabelecido na alínea "b" e ser ampliada progressivamente.

45
11 PARÂMETROS ERGONÔMICOS MÍNIMOS DO MOBILIÁRIO

Fonte: vivendodecoracao.com.br

11.1 Mesa de trabalho

As dimensões devem atender às características antropométricas do usuário


(para o que podem ser necessários acessórios para garantir sua adaptação como, por
exemplo, apoios para os pés) assim como às características do local e do trabalho a
ser realizado (VIDAL, 2010).

A avaliação da ergonomia acontece, a partir de dois pontos bastante


específicos, como “a avaliação sob critérios científicos acerca de suas
modelagens e formulações de problemas do trabalho e avaliação sob critérios
econômico-sociais do valor de suas propostas de soluções” (VIDAL, 2010.
Apud PAULA, 2016).

– Altura entre 68 e 75 cm, com variação de 1,5 cm. A altura ideal de uma mesa
fixa deve ser de aproximadamente a altura do cotovelo ao se estar sentado com o
apoio adequado de todo o pé do usuário no chão;
– Profundidade de aproximadamente 80 cm, possibilitando espaço confortável
para movimentação das pernas do trabalhador;
– Superfícies em cor de tom pastel ou de madeira natural (cor clara),
proporcionam contrastes mais adequados entre a mesa e papéis;

46
– Acabamentos foscos são preferíveis aos brilhantes (que podem propiciar
reflexos);
– Borda anterior (que entra em contato com o antebraço do trabalhador)
arredondada (para evitar compressão de estruturas do antebraço);
– É preferível que as gavetas não sejam fixas na mesa; gaveteiros possibilitam
serem colocados onde forem mais convenientes (à direita ou esquerda) e facilitam
futuras mudanças de layout; gavetas leves, com rodízios deslizantes. O último nível
de gavetas deve ter seu puxador a pelo menos 40 cm do chão.

11.2 Mesas para trabalho em computador

– O mouse deve ficar ao lado e no mesmo nível do teclado, com espaço em


torno do teclado suficiente para apoio dos punhos nos intervalos da digitação. A altura
do teclado e do mouse deve garantir que a digitação se dê com ombros e braços
relaxados, braços ao longo do corpo, ângulo dos cotovelos igual ou ligeiramente maior
de 90º; pode variar entre 60 e 74 cm de altura. Teclado e mouse NÃO podem ficar
mais altos do que os cotovelos. A avaliação da altura ideal deve levar em conta a
regulagem da altura do assento da cadeira. Após a regulagem da altura da cadeira
deve-se garantir apoio confortável dos pés do usuário preferencialmente no chão, ou
em suporte.
– Suporte retrátil geralmente é útil para garantir a adequação da altura do
teclado e do mouse; deverá ter no mínimo 65 cm de comprimento e profundidade
suficiente para garantir 30 cm de área útil, instalado abaixo do tampo da mesa;
– Apoio adequado dos pés do usuário é importante para a adoção de posturas
corporais corretas; um suporte para os pés dos trabalhadores de baixa estatura pode
ser necessário quando não for possível adequar a altura do suporte de teclado e
mouse;
– Profundidade: deve haver espaço suficiente para as pernas embaixo da
mesa, evitando a colocação da CPU, de impressoras ou outros materiais;
– Superfícies em cor de tom pastel, de madeira natural (cor clara), proporcionam
contrastes mais adequados entre a mesa e papéis;

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– Acabamentos foscos são preferíveis aos brilhantes (que podem propiciar
reflexos);
– Borda anterior (que entra em contato com o antebraço do trabalhador)
arredondada (para evitar compressão de estruturas do antebraço);
É importante verificar o comprimento dos cabos do monitor, teclado e mouse
e a distância em que será posicionado o computador. O computador deverá ser
colocado sobre suporte ou posicionado de modo a protegê-lo da umidade do solo e
“das vassouras” (ROSA, 2009).

O enfoque ergonômico tende a desenvolver postos de trabalho que reduzem


as exigências biomecânicas e cognitivas, procurando colocar o trabalhador
em uma boa postura de trabalho. (ABNT, 1998. Apud ROSA, 2009).

11.3 Mesa única utilizada para escrever e para uso de computador

As dimensões devem atender às características antropométricas do usuário,


do local e do trabalho a ser realizado.
Observar os tópicos deste texto com as características da mesa de trabalho e
da mesa para trabalho em computador.
– Comprimento deve ser suficiente para garantir espaço para área de trabalho
e para o monitor, evitando-se torção do pescoço para visualização do monitor
(reposicionar-se com auxílio de cadeira giratória);
– Altura: Para posicionar a bandeja retrátil a altura da mesa deverá ser
suficiente para ela e para as pernas do usuário. A distância entre a bandeja e o bordo
inferior do tampo da mesa deverá ser de, no mínimo, 5 cm (deve permitir o fechamento
da bandeja sem atingir o mouse ou o teclado utilizado);
ATENÇÃO: A altura do teclado e do mouse deve garantir a digitação com
ombros e braços relaxados, braços ao longo do corpo, tanto nas estações de trabalho
em L como nos suportes retráteis.
– É preferível que as gavetas não sejam fixas na mesa; gaveteiros possibilitam
serem colocados onde forem mais convenientes (à direita ou esquerda). Gavetas
leves, com rodízios deslizantes. O último nível de gavetas deve ter seu puxador a pelo
menos 40 cm do chão.

48
11.4 Mesa de trabalho com atendimento (sentado) ao público

As dimensões devem atender às características antropométricas do usuário,


do local e do trabalho a ser realizado.
É necessário que haja espaço para as pernas do trabalhador e do interlocutor.
– Profundidade de aproximadamente 80 cm, possibilitando espaço confortável
para movimentação das pernas do trabalhador;
– Superfícies em cor clara, de tom pastel ou de madeira natural (cor clara),
proporcionam contrastes mais adequados entre a mesa e papéis;
– Acabamentos foscos são preferíveis aos brilhantes (que podem propiciar
reflexos);
– Borda anterior (que entra em contato com o antebraço do trabalhador)
arredondada (para evitar compressão de estruturas do antebraço);
– É preferível que as gavetas não sejam fixas na mesa; gaveteiros possibilitam
serem colocados onde forem mais convenientes (à direita ou esquerda). Gavetas
leves, com rodízios deslizantes. O último nível de gavetas deve ter seu puxador a pelo
menos 40 cm do chão.

11.5 Cadeira para utilização em trabalho com computador

É cada vez maior o tempo que passamos sentados no dia-a-dia: vendo


televisão, lendo, no carro ou ônibus e, principalmente, trabalhando. Assim,
pode-se destacar a função da cadeira para um ambiente de sala de espera,
onde o indivíduo pode passar horas sentado à espera de determinado fim ou
apenas para passar um período de descanso. (CORLETT, 1995. Apud DINIZ,
2016).

Deverá ser estofada, de espuma injetada, com assento reto, borda anterior
arredondada; O revestimento do assento e do encosto deve possibilitar a transpiração
e troca de calor. Possuir regulagem da altura do assento de modo que as coxas do
usuário fiquem paralelas ao piso, os pés fiquem bem apoiados no chão ou em suporte,
dependendo da altura da mesa de trabalho;

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Giratória, com rodízios, para atender diferentes tarefas; apoio para a região
lombar e torácica, com regulagem da altura e da profundidade do encosto, para
possibilitar a adoção de postura adequada do tronco;
Possuir regulagem do ângulo assento-encosto (entre 100° e 110° há maior
relaxamento da região lombar); buscar angulação confortável que não leve ao
aumento do esforço do pescoço (NASCIMENTO, 2012).
Caso tenha braços, não podem impedir aproximação da mesa nem fazer os
braços do usuário trabalharem afastados do corpo (raramente os braços da cadeira
permitem a aproximação adequada do usuário ao teclado); cadeiras sem braço
tendem a propiciar melhor postura durante a digitação (NASCIMENTO, 2012).
A ergonomia é uma ciência cujos objetivos práticos são a busca pelo conforto,
bem-estar, segurança e saúde dos trabalhadores no seu relacionamento com os
sistemas de trabalho. A ergonomia organizacional é conceituada como macro
ergonomia, englobando o entendimento do gerenciamento de recursos de pessoas,
projetos de trabalho, cultura organizacional, forma de comunicação, gestão de
qualidade e modo temporal do trabalho (DINIZ, 2016).
Pode ainda ser definida como a especificação do conteúdo, dos métodos
de trabalho e das inter-relações entre os cargos, de modo a satisfazer os
requisitos organizacionais e tecnológicos, bem como, os requisitos sociais e
individuais do ocupante do cargo, ou seja, a relação entre o trabalhador e o sistema
de trabalho (DINIZ, 2016).
O indivíduo em seu ambiente de trabalho, é caracterizado ao mesmo tempo
como individual e coletivo, pois vive em um processo constante de transformação,
desde o nascimento até sua morte, por meio de interações grupais (família, vizinho,
trabalho), sendo influenciados por padrões culturais. A cultura fornece regras,
padrões, crenças, entre outros, que são aprendidas no contexto das atividades
grupais. É a partir dessa realidade sócio histórica que o ser humano se socializa apud
(DINIZ, 2016).
Com a AET, é possível identificar e eliminar os riscos ergonômicos, além de
proteger a saúde dos colaboradores. Além de ser uma exigência legal, a ergonomia
pode ser considerada uma estratégia efetiva para o aumento de produtividade e a

50
redução dos índices de absenteísmo, afastamentos e acidentes de trabalho. Afinal,
quando os riscos são minimizados ou extintos, o colaborador tem condições
adequadas e confortáveis para exercer suas atividades laborais. Assim, ele fica mais
motivado, mais seguro e mais apto a produzir mais e melhor (DINIZ, 2016).

12 FISIOTERAPIA DO TRABALHO

Pereira (2001) descreve a fisioterapia do trabalho sendo uma área de grande


atuação nas empresas e sua especialização vem ganhando espaço e conquistando
mercado com profissionais capacitados. Com o propósito de melhorar a qualidade de
vida e o desempenho do trabalhador, a fisioterapia de trabalho surgiu como um ramo
da fisioterapia, diante das necessidades de acompanhamento do crescimento das
tarefas, abordando aspectos como ergonomia, biomecânica e outras ciências. (BAÚ,
2002).
O profissional da área avalia, previne e trata lesões decorrentes das atividades
no trabalho, realiza o estudo ergonômico junto ao Serviço especializado em
engenharia de segurança e medicina do trabalho (SESMT), profere palestras de
conscientização e treinamento preventivo de doenças relacionadas ao trabalho,
realiza avaliação postural e análise das tarefas nos postos de trabalho, desenvolve
programas de ginástica laboral e é responsável pelos tratamentos fisioterápicos com
a utilização de todos os recursos fisioterapêuticos disponíveis, com um ambulatório
dentro da própria empresa. (KLEINOWSKI, 2010).
Falzon (2007) afirma que o fisioterapeuta na sua formação básica, apoia-se
em disciplinas essenciais para quem quer atuar em empresas, na prevenção,
acompanhamento, tratamento e reabilitação das pessoas afetadas pelas
LER/DORTS.
Nascimento (2012) cita a atuação do fisioterapeuta na empresa:
 No processo de avaliação pré admissional: analisar o candidato
enquanto suas
 Condições físicas para o melhor posto de trabalho;
 Realiza tratamento fisioterápico;
51
 Realiza palestras e treinamentos aos trabalhadores;
 Elabora a análise ergonômica e o Laudo ergonômico: através de
estudos muni ciosos nos postos de trabalho.
 Faz adaptações nos postos de trabalho: afim de proporcionar mais
qualidade de vida no trabalho;
A atuação é específica para cada empresa, levando em consideração a suas
necessidades, de forma corretiva ou preventiva. (NASCIMENTO, 2012).
O maior objetivo é analisar os padrões de comportamento dos colaboradores e
suas máquinas: como gestos, posturas e processos mentais, mecanismo psicológicos
que os afetam, e emoções que os influenciam, ou seja, todos os tipos de fenômenos
que ocorrem durante as atividades de trabalho. O fisioterapeuta ergonomista tem as
seguintes tarefas. A primeira é estudar a ocupação, a fim de determinar o que o
trabalhador que usa um determinado equipamento terá de fazer (CURY, 2000).
Segundo Couto (2007), as áreas mais importantes para a intervenção do
fisioterapeuta são:
 Trabalho fisicamente pesado: definir se o trabalhador tem condições
estruturais e emocionais ou não de executar atividades prolongadas
com grandes grupos musculares.
 Trabalho em altas temperaturas: nesse tipo de atividade o organismo
produz mais suor para tentar perder calor por evaporação e assim
manter a temperatura corporal constante, podendo haver desidratação
e uma queda da capacidade de trabalho.
 Trabalho em baixas temperaturas: o frio promove uma redução do fluxo
de sangue para a pele e suas extremidades, além de tremores e perda
do condicionamento físico, favorecendo a ocorrências de transtornos de
vias respiratórias.
 Ergonomia no método de trabalho: estuda os aspectos ergonômicos de
ferramentas, dispositivos, posicionamento do corpo para realizar o
trabalho.
 Ergonomia no posto de trabalho: adequação da altura das mesas,
posicionamento de caixas com material, para que haja um conforto,

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eliminando posicionamentos difíceis geralmente associados a queixas
de dor.
Queiroz (2011) aponta o Fisioterapeuta do trabalho, além de ter conhecimento
das técnicas terapêuticas, aborda os processos de produção, administração e leis
trabalhistas para avaliar, prevenir e tratar as lesões decorrentes das atividades de
trabalho. A equipe da saúde nas empresas não prioriza unicamente a controlar
vacinas, exames e higiene do trabalhador, mas busca também a saúde integral
baseando na definição da OMS: “Saúde é o estado de completo bem-estar físico,
mental e social e não simplesmente a ausência de doença ou enfermidade”.
As condições de trabalho e a produtividade das empresas são os reflexos do
estado de saúde de seus colaboradores. Assim, busca-se reconhecer as condições
de trabalho que possam desencadear doenças profissionais, para que as medidas
preventivas sejam implantadas nas organizações (BARBOSA, MARSAL, 2016).
A organização do setor em muito tem contribuído para amenizar as condições
de trabalho, e a prevenção de doenças músculo esqueléticas. A atuação do
Fisioterapeuta, dentro das empresas, de forma a completar uma equipe
multidisciplinar, contribui para a prevenção, tratamento e reabilitação do trabalhador
(BARBOSA, MARSAL, 2016).
Eliminando posturas e movimentos críticos, fazendo pequenas melhorias tanto
nos locais de trabalho como nos procedimentos, desenvolvendo projetos, fazendo
melhorias nas jornadas de trabalho, cobrando atitudes corretas dos trabalhadores
como condicionamento físico e principalmente seleção de pessoas mais capazes.
Através da prevenção que a saúde e a qualidade de vida virão como consequência
do trabalho (BARBOSA, MARSAL, 2016).

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