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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................... 2

2 HISTÓRICO ....................................................................................... 3

3 QUESTÕES EPISTEMOLÓGICAS .................................................... 6

4 QUESTÕES EPISTEMOLÓGICAS LEVANTADAS PELA


ERGONOMIA DE PROJETO .................................................................................... 10

5 DO QUE A ERGONOMIA PODE FAZER A ANÁLISE ..................... 12

6 ERGONOMIA, FILOSOFIA E EXTERRITORIALIDADE .................. 15

7 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO ..................................... 17

8 ANÁLISE ERGONÔMICA DA DEMANDA: ...................................... 19

9 ERGONOMIA ................................................................................... 21

10 A ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO .................................. 23

11 LAUDO ERGONÔMICO .................................................................. 26

12 COMO SÃO AVALIADOS OS RISCOS DOS AMBIENTES DE


TRABALHO 28

13 SOBRE O LAUDO ERGONÔMICO ................................................. 42

14 A IMPORTÂNCIA DA AET PARA O ESTÁGIO DE MATURIDADE DA


ERGONOMIA 44

15 RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO ...................................................... 45

16 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................. 47

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1 INTRODUÇÃO

Prezado aluno!

O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante


ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um
aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma
pergunta, para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é
que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a
resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas
poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em
tempo hábil.
Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa
disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das
avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora
que lhe convier para isso.
A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser
seguida e prazos definidos para as atividades.

Bons estudos!

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2 HISTÓRICO

Fonte: nucleohealthcare.com.br

A partir de 1955, após a publicação do livro de Faverge e Ombredane sobre a


análise do trabalho, a atuação de diversos outros pesquisadores expoentes na área
fez com que a ergonomia centrada na análise da atividade fosse desenvolvida ao
longo do tempo, tendo suas bases teóricas aprofundadas, seus métodos enriquecidos
e suas aplicações às transformações das condições de trabalho mais elaboradas
(GÜÉRIN et al., 2001; MONTMOLLIN, 2007; LAVILLE, 2007).
Essa evolução levou a reconhecer a ergonomia situada como um dos dois prin-
cipais conjuntos de ergonomias, distinguidos tanto na sua história como nos conceitos
e nas práticas, mas que se complementam.
O primeiro conjunto, majoritário no mundo e baseado no contexto americano e
britânico, corresponde à ergonomia clássica e é qualificado como centrado no com-
ponente humano dos sistemas homem-máquina.
O segundo, enraizado principalmente nos países francófonos, é classificado
como focado na atividade humana contextualizada.
Essa dicotomia entre as duas principais famílias de ergonomias assenta-se em
modelos, quadros teóricos e diferentes métodos, sendo transversal em relação às er-
gonomias identificadas em função dos diferentes domínios de intervenção (MONT-
MOLLIN, 2007).
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No contexto da ergonomia centrada na atividade, Güérin et al. (2001) colocam
que transformar o trabalho é a finalidade primeira da ação ergonômica, e o que o
ergonomista deve realizar de forma a contribuir para:
• A concepção de situações de trabalho que não alterem a saúde dos trabalha-
dores e nas quais estes possam exercer suas competências, ao mesmo tempo num
plano individual e coletivo, e encontrar possibilidade de valorização de suas capaci-
dades;
• Alcançar os objetivos econômicos determinados pela empresa, em função dos
investimentos realizados ou futuros.
Para os mesmos autores a busca desses dois objetivos origina a análise ergo-
nômica do trabalho, cujo método busca resolver os problemas da inadequação do
trabalho às características humanas geradas por:
• Projetos de sistemas de produção, de processos, da organização do trabalho
e das tarefas que foram feitas, muitas vezes a partir de estereótipos simplificados do
que seria a população de trabalhadores, que geralmente são “encaixados” na produ-
ção;
• Situações de adaptação, transformação ou concepção de sistemas de produ-
ção em que houve predominância dos aspectos financeiros, técnicos ou organizacio-
nais que não favoreceram a reflexão sobre o lugar incontornável do homem no sis-
tema de produção.
Essas situações minimizam a influência dos meios de trabalho cuja concepção
não leva suficientemente em conta as especificidades de funcionamento do operador
humano e a variabilidade de todo o sistema.
Para contextualizar o que seja trabalho, Güérin et al. (2001) caracterizam-no
como unidade de três realidades: a das condições de trabalho, a do resultado do tra-
balho e a da atividade de trabalho. Destacam ainda o conceito do trabalho prescrito e
do trabalho real, estabelecendo a distinção entre tarefa e atividade de trabalho.
Esses conceitos são bem sintetizados por Falzon (2007), o qual também des-
taca as noções de regulação e da regulação da atividade.
Nesse processo de contextualização do trabalho, Güérin et al. (2001) colocam
que a atividade de trabalho é o elemento central que organiza e estrutura os compo-
nentes da situação de trabalho, estabelecendo o que eles denominaram de função
integradora da atividade de trabalho.

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Para essa construção existe um conjunto de pontos importantes, de fases pri-
vilegiadas que vão estruturar a construção ergonômica. A interação que ocorre entre
os atores desse processo conduzido pelo ergonomista gera um aumento do conheci-
mento ou do nível de consciência da atividade que será fator-chave na implementação
das ações ergonômicas resultantes do diagnóstico feito e da transformação desejada.
Güérin et al. (2001) destacam ainda que parte do que se construiu deve per-
manecer e adquirir uma legitimidade que resista ao tempo. Construção está realizada
com a contribuição do ergonomista junto com os atores do processo. Isso está direta-
mente relacionado à maneira como os conhecimentos sobre o trabalho foram produ-
zidos e transferidos entre os atores e da questão das condições de sua apropriação.
As características do procedimento aplicado são centrais para assegurar essa
transferência, e a sua durabilidade será, por sua vez, maior caso um conjunto de ato-
res-chave tenha sido instrumentalizado.
Para concluir essa apresentação da análise ergonômica do trabalho, os mes-
mos autores colocam que sua compreensão é um meio que permite:
• Conhecer melhor e explicar melhor as relações entre as condições de reali-
zação da produção e a saúde dos trabalhadores;
• Propor pistas de reflexão úteis para a concepção das situações de trabalho;
• Melhorar a organização dos sistemas sociotécnicos, a gestão dos recursos
humanos e, em consequência, o desempenho da empresa em seu todo.
A seguir são apresentadas as preocupações dos pesquisadores sobre a cien-
tificidade e a construção do conhecimento na ergonomia da atividade. Ergonomia da
atividade e sua cientificidade na comunidade da ergonomia da atividade, onde a So-
ciété d’Ergonomie de Langue Française – SELF é a entidade mais representativa, a
discussão sobre sua epistemologia é considerada assunto ainda recente (SOCIÉTÉ
D’ERGONOMIE DE LANGUE FRANÇAISE, 2005).

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Fonte: telemarketing2015

Nesse contexto, a obra coordenada por Daniellou (2004a) é um recipiente onde


diversos pesquisadores dessa comunidade apresentam seus pontos de vista sobre
aspectos epistemológicos da ergonomia da atividade e que ainda permanece atual
em seus conflitos e convergências. É observado nessa obra que a motivação em pro-
vocar os debates sobre o tema foram as dificuldades em se obter reconhecimento
científico para as pesquisas sobre o trabalho nas instituições acadêmicas.
Ela, a obra, representa o esforço em se discutir de modo sistemático a contri-
buição da ergonomia da atividade em produzir conhecimento, em se definir seu objeto
de estudo e os critérios de validação das pesquisas e intervenções práticas. Esses
aspectos são destacados pela questão se a ergonomia se caracteriza como “ciência”,
“arte” ou “método” ser abordada em várias partes da obra. A seguir são apresentadas
algumas visões emanadas por pesquisadores sobre a questão do reconhecimento
científico do conhecimento gerado na ergonomia da atividade.

3 QUESTÕES EPISTEMOLÓGICAS

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Daniellou (2004b) coloca como denominador comum o fato de que a reflexão
epistemológica tem por objeto as provas às quais devem se submeter as pesquisas,
as teorias e os modelos que queiram merecer o adjetivo “científico”. Segundo ele,
todos os autores têm em comum esse cuidado de submeter seu pensamento à prova
da confrontação, o que torna os conhecimentos científicos algo diferente da opinião
única de seus autores. Também a elaboração das regras dessas provas não goza de
unanimidade, e nesse sentido o autor faz as seguintes constatações:
• Para alguns pesquisadores, a ergonomia continuará um “projeto”, uma “arte”,
uma “tecnologia” que utiliza conhecimentos produzidos por outras disciplinas. Se a
ergonomia provoca questões de pesquisa e contribui para a produção de conheci-
mento, estas cairão ipso facto no acervo da disciplina científica mais bem situada para
abrigá-los;
• Para outros, a ergonomia pode produzir conhecimentos sobre a atividade de
trabalho ou sobre a atividade do ergonomista, a qual lhe pertence exclusivamente, e
que nada impede esse conhecimento de ganhar um dia a dignidade de “científico”.
Para o autor é evidente que algumas das dificuldades epistemológicas com que se
debate a ergonomia são comuns a todas as disciplinas que tratam do ser humano.
Nesse aspecto, a pergunta-chave tornou-se dinâmica: “Que condições deve-
riam progressivamente preencher as pesquisas em ergonomia para que possam ser
qualificadas de científicas?” Além disso, apresentada inicialmente como responsabili-
dade única dos pesquisadores, a questão de cientificidade das pesquisas em ergono-
mia passa a mobilizar outros atores: quem a pratica e os protagonistas da vida social.
Para dar base a essas constatações, o autor abre discussões sobre os seguin-
tes aspectos:
• A consciência das bifurcações: o ergonomista é solicitado por um conjunto de
teorias e modelos científicos que abrange localmente os fenômenos com os quais ele
se defronta.
Esses modelos não se encaixam de modo cômodo para constituir um corpo de
conhecimentos para a ação, e em certas zonas de realidade eles se contradizem e
em outras estão ausentes. Assim, a emergência de conceitos que alimentam a refle-
xão cotidiana do ergonomista é resultado de um conjunto de manobras, de “bifurca-
ções”.

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Essa condição gera uma justaposição de conceitos que dificulta a formação de
um acordo do que significa produzir conhecimentos científicos em ergonomia:
• A relação entre ergonomia e os conhecimentos científicos: há um acordo la-
tente de que a ergonomia utiliza conhecimentos oriundos da fisiologia, psicologia e
outras áreas de conhecimento.

Fonte: slideplayer.com.br

Também há certa concordância de que a utilização não é uma simples aplica-


ção desses conhecimentos, sendo que a ergonomia leva a transformá-los pelo seu
caráter integrador. Por esse fato, a ergonomia é reconhecida por levar as outras dis-
ciplinas a produzir conhecimentos em zonas em que a prática as revela lacunares:

• A relação homem e o trabalho: a questão dos critérios da ergonomia está


relacionada a uma discussão dos paradigmas à luz dos quais se estuda o trabalho.

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Fonte: filosofia.uol.com.br

A ergonomia classicamente leva em conta um duplo critério – o da saúde dos


trabalhadores e o da eficácia econômica – sobre o qual exige a construção de com-
promissos que são influenciados por diversos fatores externos. Além disso, tem-se o
enigma das relações entre tarefa e atividade, o trabalho prescrito e o trabalho real, os
limites da adaptação humana, os modelos do homem e suas dimensões, os modelos
da sociedade e da mudança social;

• A questão dos comportamentos à ação: a referência aos termos “comporta-


mentos” ou “condutas” do homem no trabalho e a influência que essa perspectiva gera
no desenvolvimento da ação.

Fonte: www.youtube.com
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As questões das racionalidades (instrumental, axiológica, prática e comunica-
cional) que levam o ergonomista a descrever-se como ator da transformação das si-
tuações de trabalho, abrindo um espaço para discutir como ocorrem as modalidades
da ação do ergonomista.
Assim, o autor apresenta uma visão geral sobre como se desenvolveram as
questões que incitaram a discussão sobre a epistemologia da ergonomia da atividade.

4 QUESTÕES EPISTEMOLÓGICAS LEVANTADAS PELA ERGONOMIA DE


PROJETO

Daniellou (2004c) coloca que o estatuto dos conhecimentos em ergonomia sig-


nifica saber se os conhecimentos científicos podem ser produzidos:
(1) Sobre o funcionamento humano no trabalho;

(2) Sobre o trabalho;

(3) Que sejam úteis para a sua transformação positiva.

O autor lembra que a ergonomia foi construída nos países anglo-saxônicos


dentro do paradigma da aplicação de conhecimento científicos sobre o funcionamento
do homem no projeto dos meios de trabalho. Esse paradigma nas pesquisas mundiais
está na origem da produção de um conjunto de conhecimentos que ainda continua
útil.
Mas a prática da análise ergonômica do trabalho e a confrontação com outras
disciplinas (psicologia do trabalho, sociologia, psicodinâmica do trabalho, antropolo-
gia, filosofia) conduziram os pesquisadores a um conjunto de constatações que, pouco
a pouco, tornou o paradigma inicial enfraquecido, entre as quais o autor cita:
• A diferença entre trabalho prescrito e trabalho real;
• O fato de evidenciar a atividade cognitiva e a competência dos operários;
• A complexidade dos raciocínios em inúmeras situações;
• A dimensão dos determinantes da atividade – mostrada, sobretudo, pela an-
tropotecnologia;

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• A complexidade dos compromissos elaborados pelos trabalhadores e seus
efeitos em termos de desempenho e de custo;
• A complexidade dos fatores de natureza coletiva que entram em jogo na ela-
boração de estratégias dos trabalhadores: produção de regras coletivas, dimensões
éticas, ideologias coletivas de defesa;
• A complexidade dos mecanismos de danos à saúde e o papel positivo que
pode ter o trabalho na construção da saúde.
O conjunto dessas descobertas contribuiu para reforçar o estatuto do objeto de
pesquisa – o trabalho propriamente dito – e o interesse pela análise da atividade como
método de descoberta que permitiu não desvendar totalmente o enigma que constitui
todo o trabalho, mas progredir em sua compreensão. Diversos aperfeiçoamentos me-
todológicos permitiram que, progressivamente, a análise da atividade pudesse ser
aplicada a quase a totalidade das atividades profissionais.
Aqui o autor explica a distinção entre a análise da atividade, aquela dos com-
portamentos, condutas, processos cognitivos e interações realizadas por um (a) ope-
rador (a) durante as observações – da análise do trabalho –, uma abordagem mais
global, na qual se insere a análise da atividade, e que se compõe da análise dos fato-
res econômicos, técnicos e sociais e da análise dos efeitos do funcionamento da em-
presa sobre a população de trabalhadores envolvida e da eficácia econômica.
O autor também destaca a diferença entre a análise da atividade (praticada por
outros profissionais) e a análise ergonômica do trabalho. Um ponto em comum: ambas
produzem conhecimentos a partir da elaboração de um modelo e da verificação de
sua validade.
Uma diferença que se destaca nessa condição é que os conhecimentos produ-
zidos a partir da análise ergonômica do trabalho estão a serviço da ação, e por isso
as exigências para sua validação são mais fortes do que as consideradas na validação
dos conhecimentos que são objeto central de uma busca científica. Produzido sobre
dada situação de trabalho, o modelo feito pelo ergonomista deve ser operante e sua
própria estrutura reflete a ambição de agir para transformar as condições de trabalho.

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5 DO QUE A ERGONOMIA PODE FAZER A ANÁLISE

Fonte:slideplayer.com.br

Hubault (2004) relata que a ergonomia tem a [...] missão de aprofundar a com-
preensão da relação entre o que o homem vive no trabalho e pelo seu trabalho, o que
ele faz com o que a empresa compreende disso, o que ela faz disto, ainda mais, o que
ela espera disto, o que ela quer fazer disto [...] (HUBAULT, 2004, p. 106).
Com isso ele destaca que o ergonomista interessa-se pela relação do homem
e da empresa, do homem e da técnica, do homem e seu ambiente, enfim de cada
nível que se pode conceber uma interface entre esses termos. Diante do exposto se
coloca uma primeira questão que é a de saber se na interface o trabalho organiza uma
continuidade ou descontinuidade, finalidades e modos de ação, entre o homem e o
espaço instrumental ao qual ele deve se integrar.
Como descontinuidade, Hubault (2004) coloca que a ergonomia nasceu de uma
questão fundamental: a que obriga a distinguir o que se solicita ao homem (a tarefa)
e o que isso, para ser realizado, solicita a ele. Isso tem origem em um conflito de
lógicas, e a competência do operador é encontrar os meios de gerenciá-lo por meio
de compromissos operatórios.
Esse princípio de descontinuidade diz respeito a vários níveis:

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• Na relação entre a atividade e o comportamento: no trabalho real que se rea-
liza, os compromissos que o operador faz para agir não se veem e o comportamento
comunica a parte manifesta do trabalho (visualmente e verbalmente);
• Em relação ao desempenho: podem-se distinguir dois tipos de saídas do sis-
tema de produção – os desempenhos econômicos e os desempenhos humanos. Os
primeiros avaliáveis/avaliados em termos de eficácia na ordem econômica (rendi-
mento, produtividade, qualidade, confiabilidade,) e os outros em termos de eficácia na
ordem humana (competência adquirida/degradada, saúde melhorada/deteriorada,);
• Na relação entre tarefa e atividade: onde existem duas posições opostas. Uma
que postula que diferença entre o prescrito e o real é uma diferença a ser reconhecida,
uma descontinuidade de princípio entre o modelo e a realidade em geral e entre a
tarefa e a atividade no particular. A outra é o que se demanda e o que isso demanda,
na qual a ergonomia identifica uma diferença a reduzir.
O autor discorre que essas abordagens estão sempre em jogo, e que isso im-
plica em saber que tipo de integração, funcional ou política, realiza a interface e o
lugar que nela ocupa o trabalho (fator integrador/integrável ou de integração). Aqui ele
apresenta como os diversos estados da ergonomia se enquadram dentro dos para-
digmas de continuidade e descontinuidade.
Nesse ponto ele abre que a ergonomia trabalha em três níveis, cada qual com
suas questões e seus desafios:
(1) nível das condições de trabalho (questão-adaptação; desafio-segurança/sa-
úde);

(2) nível dos sistemas técnicos (questão-eficiência; desafio-confiabilidade);

(3) nível dos sistemas de produção (questão-eficácia; desafio-qualidade).

Diante desse complexo de relações, o autor coloca que uma das missões es-
senciais da ergonomia é a de [...] formalizar a relação homem-ambiente de modo a
levar em conta esta contradição: o homem é um sistema autônomo que não é deter-
minado pela oferta informacional de seu meio, mas que não pode se construir sem
ela[...] (HUBAULT, 2004, p. 116).

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Fonte: www.ergotriade.com.br

Assim é aberta a questão “o trabalho real é real?” Os fatos observáveis de que


a ergonomia dispõe dizem respeito ao desempenho, ao comportamento, à tarefa, que
ela confronta entre si e aos conhecimentos adquiridos previamente sobre o funciona-
mento humano, que faz emergir a figura da atividade.
A partir da objetivação de fatos brutos organizados em sistemas de dados a
ergonomia – uma ciência empírica – constrói, com o conceito de atividade, não obser-
vável, o meio de se compreender, de se levar em conta o que faz realmente o opera-
dor, a própria atividade.
Para embasar a questão da prática, o autor compara o processo de construção
do conhecimento na área da psicanálise e apresenta três pontos que balizam suas
propostas sobre a ergonomia:
• A prática participa de uma dimensão metodológica fundamental dos conheci-
mentos em ergonomia. Onde conhecer manipulando define um método de análise;
conhecer para manipular define uma prática de intervenção; manipular para conhecer
define uma metodologia de pesquisa. Em todos os casos visa-se o conhecimento e a
manipulação de um processo e não de um estado;
• Polarizações particulares que favorecem um modo diversificado de desenvol-
vimento da ergonomia nutrem relações diferentes com a ciência;
• O peculiar da ergonomia está no seu ponto de vista que a distingue de todas
as outras áreas sobre o estudo do trabalho.

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6 ERGONOMIA, FILOSOFIA E EXTERRITORIALIDADE

Schwartz (2004) destaca na ergonomia a questão da exterritorialidade dos con-


ceitos, questionando se ao ser epistemólogo e utilizar conceitos já é, de certa maneira,
julgar, decidir e engajar-se, pois qualquer uso de conceitos é uma escolha, uma rei-
vindicação de herança, uma decisão de existência ou inexistência. Ao utilizar concei-
tos, estes podem ser diferentes devido ao que o autor denominou de possíveis bifur-
cações na escolha de itinerários conceituais. Segundo ele, a questão “erro humano
ou falha de representação” exprime com clareza esse ponto de bifurcação conceitual.
Um efeito dessa bifurcação conceitual é a manifestação de escolhas mais ou
menos exclusivas que implicam em itinerários de investigação previamente estabele-
cidos, o que caracterizaria uma parcialidade na abordagem realizada.
Na elaboração de sua argumentação, Schwartz (2004) faz uso de exemplos da
área de ciências humanas com o intuito de mostrar que as áreas de conhecimento
possuem lugares escondidos, lógicas internas que não aparecem, filiações e rupturas
históricas nos sistemas conceituais. Além de remeter eventualmente a conjuntos com-
plexos de valores e de escolhas e a uma prática que poderia ser uma boa definição
de postura epistemológica.
É nesse contexto que ele estabelece uma relação triangular entre valores, sa-
beres e atividade com base nas seguintes proposições:
• Nenhuma atividade industriosa se desenvolve e se manifesta sem um espaço
simultâneo de valores;
• Esse mundo de valores se comunica em todos os pontos consigo mesmo;
• Os valores imanentes à atividade são sempre “retratados” por ela.

A partir de ensaio literário nesse contexto, o autor elabora a proposta de pro-


duzir conhecimentos compatíveis com o “policentrismo” observado nos conceitos le-
vantados pela construção de lugares em que a relação triangular entre valores, ativi-
dades e saberes torna-se objeto de uma experiência epistemológica explícita.
Neste processo é elaborada a proposta de um dispositivo (espaços de constru-
ção de saberes integrados) de três polos.
Esse dispositivo, proposto por Schwartz (2004) e adaptado por Vieira, Barros e
Lima (2007), tem a seguinte configuração:

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• Polo dos saberes acadêmicos: objetos de esforço permanente de estabeleci-
mento de uma ordem teórica, de explicitação metódica e crítica, de retrabalho contí-
nuo. É aquele dos saberes conceituais das áreas de conhecimento permeadas pela
ergonomia;
• Polo dos saberes imanentes às atividades e retrabalhados por essas ativida-
des: são “cadinhos” da organização dos saberes, estruturando em uma base histórica
seus desdobramentos sobre seus apelos aos saberes formalmente organizados. É
aquele dos saberes investidos no exercício do trabalho e na experiência;
• Polo filosófico: com vistas aos saberes organizados e com relação às forças
de apelo, de memória e dos saberes investidos. Esse polo teria a função de antecipar,
com as devidas reservas, as maneiras de tratar seu semelhante e as situações da
vida social. É aquele que significa uma postura ética e epistemológica, presente nos
projetos em comum que acordam entre si os dois outros polos.
Esse dispositivo torna-se a sede de um movimento duplo, no seu centro, onde
se misturam e operam culturas contraditórias, patrimônios tendencialmente definidos
pelos três polos, e mantém-se coeso por causa de seu movimento interno em espiral
e remetendo os atores de cada polo ao exercício de suas próprias responsabilidades
profissionais.
Os atores “ativos” são remetidos às urgências da vida social e seu movimento
de retorno é, em parte, para avaliar a pertinência do trabalho realizado no interior do
dispositivo, com uma eventual vocação para o retorno, redesenhando os recursos do
saber e desenvolvendo novas forças de apelo. Quantos aos atores “profissionais do
conceito”, tanto no polo filosófico como no dos saberes acadêmicos organizados, eles
são enviados às suas disciplinas de origem a fim de que participem, agora devida-
mente equipados, do debate científico que lhes é próprio.
Esse processo no núcleo do dispositivo é denominado pelo autor de “socra-
tismo ambivalente”, pois o sentido da troca de conhecimento (mestre/ discípulo) é al-
ternado frequentemente entre os atores, sendo difícil identificá-lo no decorrer do pro-
cesso. A epistemologia associada a esse gênero de dispositivo requer que se con-
fronte rotineiramente as normas que lhe são próprias (socratismo ambivalente e a dis-
ponibilidade a outras estruturas conceituais) e as normas vigentes na comunidade
científica de referência, pois elas são a garantia de uma reapropriação crítica e de
uma vigilância específica quanto ao patrimônio acumulado no seio da disciplina.

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Por fim o autor, questionando se a ergonomia é ciência, coloca que quanto mais
ela se torna ciência, menos pertinente ela se torna como interlocutora imediata de
sujeitos históricos. Quanto mais a competência ergonômica se aproxima das pressões
da transformação in situ, mais ela deve posicionar-se para a aprendizagem no triân-
gulo atividades/ valores/saberes e menos se justifica a eliminação dos protagonistas
ou forças de apelo-memória, compreendendo-se o ponto de vista científico.
Portanto, a capacidade de mover-se no triângulo, instaurando grupos coopera-
tivos e fazendo emergir questionamentos pertinentes, é apoiada por uma ampla cul-
tura adquirida sobre a atividade, especialmente o que se pode capitalizar no polo mais
regulamentado cientificamente, no sentido tradicional da ergonomia.

7 ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

Fonte: pt.slideshare.net

O grande desafio da análise ergonômica consiste em identificar os reais pro-


blemas que são percebidos pelos trabalhadores e que efetivamente causam degrada-
ção no conforto, queda na produtividade e interferência na segurança do trabalho.
Em muitas análises é comum encontrar estudos muito ricos em termos de da-
dos levantados, utilização de ferramentas avançadas (análise através de filmagens,
modelos biomecânicos, dentre outros), sem que se tenha o foco do problema bem
definido e, consequentemente os resultados das avaliações em nada ou muito pouco
auxiliam nas atividades dos trabalhadores, contribuindo para que a ergonomia seja
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vista como supérflua e ineficaz por parte dos próprios técnicos, dos empresários e
trabalhadores.
O termo análise ergonômica tem sido empregado de forma genérica e depen-
dendo da formação do profissional que atuará sobre a questão, o enfoque será dado
sob o prisma de sua formação básica, quer seja engenharia, fisioterapia, medicina e
outras. Quando se inicia um trabalho de ergonomia é comum ouvir a frase: “Final-
mente as coisas vão melhorar, vou ter uma mesa ergonômica, um teclado ergonô-
mico...” e assim por diante, sem considerar toda a dimensão da ergonomia.
A Ergonomia é uma ciência interdisciplinar que abrange diferentes campos de
atuação, como: Ergonomia Física que se preocupa com as condições do ambiente
laboral (ruído, calor, frio, etc.) e com a adequação antropométrica e biomecânica; Er-
gonomia Cognitiva que é a disciplina científica que estuda o projeto dos sistemas onde
as pessoas realizam seu trabalho (CANÃS, 2005); e Organizacional que, segundo
Vidal (2003a), envolve ao menos seis aspectos interdependentes que são: a reparti-
ção de tarefas no tempo e no espaço; sistemas de comunicação, cooperação e inter-
ligação entre atividades, ações e operações; formas de estabelecimento de rotinas e
procedimentos de produção; formulação e negociação de exigências e padrões de
desempenho produtivo, incluindo sistemas de supervisão e controle; mecanismos de
recrutamento e seleção de pessoas para o trabalho; métodos de formação, capacita-
ção e treinamento para o trabalho.
Segundo a legislação brasileira na Norma Regulamentadora 17, para avaliar a
adaptação das condições de trabalho às características psicofisiológicas dos traba-
lhadores, cabe ao empregador realizar a análise ergonômica do trabalho, devendo a
mesma abordar, no mínimo, as condições de trabalho. As condições de trabalho in-
cluem aspectos relacionados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao
mobiliário, aos equipamentos, às condições ambientais do posto de trabalho e à pró-
pria organização do trabalho.
Segundo a Norma Regulamentadora NR 17, a Análise Ergonômica do Trabalho
(AET), tem como objetivo, rastrear, observar e avaliar as relações existentes entre
demandas de doenças, acidentes e produtividade com as condições de trabalho, com
as interfaces, com os sistemas e a organização do trabalho (BRASIL, ABNT, 1990).
Neste contexto, a AET compreende três importantes fases:

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8 ANÁLISE ERGONÔMICA DA DEMANDA:

A Análise da Demanda é uma etapa primordial e que merece extrema dedica-


ção e empenho, considerando que nesse momento o Ergonomista compreenderá o
motivo que o levou a desenvolver a Análise Ergonômica do Trabalho (AET).

Fonte: www.ebah.com.br

Para entender o que está desencadeando o problema em análise, primeira-


mente identificaremos de onde surgiu essa necessidade. Empresas inteligentes bus-
cam por melhorias para seus funcionários, desenvolvendo ações que beneficiem a
saúde dos trabalhadores, seja na implantação de maquinário adequado, na escolha
de um acento apropriado ou de estratégias laborais voltadas às atividades produtivas.
Caso a necessidade parta dos funcionários, as reclamações podem ser evidenciadas
no local (in loco) ou de órgãos de defesa dos trabalhadores, na busca por melhores
condições de trabalho, deste modo, evidenciando os agravos existentes que decorrem
em debilidades funcionais aos mesmos.

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Será analisado o ambiente de trabalho, desmembrando todos os possíveis mo-
tivos que originaram os problemas referidos, ou as modificações solicitadas. Com es-
sas análises documentadas, será o momento de negociação entre os gestores e tra-
balhadores, delimitando o tempo para resolução dos problemas.

Análise ergonômica da tarefa (envolve a análise dos ambientes físicos, das


condições posturais e antropométricas dos trabalhadores, dos aspectos psicológicos
dos trabalhadores, da análise organizacional, das condições ambientais):

Fonte: docplayer.com.br

A análise ergonômica das atividades. Por conseguinte, elenca-se a formula-


ção do diagnóstico, bem como as recomendações ergonômicas:

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Fonte: slideplayer.com.br

As condições de trabalho e o ambiente aos quais os funcionários estão subme-


tidos influenciam diretamente na qualidade do produto e no desempenho dos proces-
sos, bem como na Qualidade de Vida dos Trabalhadores (QVT) (MATOS, 1997; TU-
RELLA et al., 2011). Neste cenário, emerge a importância da ergonomia, que elenca
os aspectos físicos, relacionado com as características da anatomia humana, antro-
pometria, fisiologia e biomecânica em sua relação à atividade física; os aspectos cog-
nitivos, o qual refere-se aos processos mentais, tais como percepção, memória, raci-
ocínio e resposta motora conforme afetem as interações entre seres humanos e outros
elementos de um sistema; e, os aspectos organizacionais, o qual concerne à otimiza-
ção dos sistemas sócio técnicos, incluindo suas estruturas organizacionais, políticas
e de processos (IIDA, 2005; ABRAHÃO, et al., 2009; ABERGO, 2014).

9 ERGONOMIA

A ergonomia ressalta a relação entre o homem e o ambiente de trabalho, e


originou-se durante a II Guerra Mundial (1934-45), onde médicos, psicólogos, antro-
pólogos e engenheiros trabalharam juntos para resolver os problemas causados pelos
equipamentos militares, posteriormente cresceu rapidamente o interesse nesse novo
ramo, em especial na Europa e Estados Unidos da América (DUL; WEERDMEESTER,
2004; ABRAHÃO, et al., 2009).

21
Fonte: cantinhodointeresse

Para Iida (2005) a ergonomia consiste em estudar os diversos itens que influ-
enciam os sistemas produtivos, visando reduzir as possíveis consequências nocivas
sobre os trabalhadores. Conforme a Associação Brasileira de Ergonomia (ABERGO)
a ergonomia é o estudo da adaptação do trabalho às características fisiológicas e
psicológicas do ser humano (ABERGO, 2014).
A ergonomia possui um caráter interdisciplinar, pois reúne e integra conheci-
mentos de diversas áreas científicas e apresenta uma natureza aplicada, pelo fato de
objetivar a adaptação do posto de trabalho e do ambiente às necessidades do ser
humano (DUL; WEERDMEESTER, 2004). Abrahão et al. (2009), destacam que a er-
gonomia é uma ciência que tem como intuito transformar o trabalho, em suas diferen-
tes dimensões, adaptando-o às características e aos limites do ser humano.
Conforme Turella et al. (2011), entre diversos fatores que auxiliam na questão
de motivação de funcionários, está a ergonomia, que proporciona uma melhoria na
relação do homem com seu ambiente de trabalho, otimizando os processos e interfe-
rindo diretamente na qualidade e produtividade em geral. Coerentemente, a ergono-
mia necessita de uma abordagem holística de todo o campo, tanto em seus aspectos
físicos e cognitivos, como sociais, organizacionais e ambientais.

22
10 A ANÁLISE ERGONÔMICA DO TRABALHO

Fonte: www.globalergo.com.br

Conforme a NR 17, para avaliar a adaptação das condições de trabalho às ca-


racterísticas psicofisiológicas dos trabalhadores, cabe ao empregador realizar a aná-
lise ergonômica do trabalho, devendo a mesma abordar, no mínimo, as condições de
trabalho (BRASIL, ABNT, 1990). As condições de trabalho incluem aspectos relacio-
nados ao levantamento, transporte e descarga de materiais, ao mobiliário, aos equi-
pamentos, às condições ambientais do posto de trabalho e à própria organização do
trabalho.
A AET visa aplicar os conhecimentos da ergonomia para analisar, diagnosticar
e corrigir uma situação real de trabalho. O método desdobra-se em 05 etapas (IIDA,
2005):

a) Análise da demanda: consiste na descrição de um problema ou situação


problemática, que justifica a necessidade de uma ação ergonômica. Pode ser solici-
tado pela direção da empresa; pelos trabalhadores e suas organizações sindicais;

23
b) Análise da tarefa: trata-se de um conjunto de objetivos prescritos, que os
trabalhadores devem cumprir. A AET analisa a discrepância entre a tarefa que é pres-
crita (descrição de cargos) e a que é executada;

Fonte: pt.slideshare.net

c) Análise da atividade: refere-se ao comportamento do trabalhador na re-


alização de uma tarefa. A atividade é influenciada por fatores internos e externos. Os
fatores internos estão relacionados ao próprio trabalhador, caracterizado pelas suas
experiências, idade, sexo, motivação, sono e fadiga. Já os fatores externos referem-
se às condições em que a atividade é executada:
a) Conteúdo do trabalho (objetivos, regras e normas);
b) Organização do trabalho (constituição de equipes, horários, turnos);
c) Meios técnicos (máquinas, equipamentos, posto de trabalho, iluminação, am-
biente térmico).
d) Diagnóstico: o diagnóstico procura descobrir as causas que provocaram o pro-
blema descrito na demanda. Podendo ser vários fatores: absenteísmo (faltas
ou atrasos); rotatividade (pode ser devido ao treinamento insuficiente ou ele-
vada carga de estresse no ambiente); acidentes (pode ocorrer por falta de ma-
nutenção nas máquinas, sinalização mal interpretada, pisos molhados, entre

24
outros); baixa qualidade: pode ser por consequências de erros de dimensiona-
mento do posto de trabalho, ou pela sequência inadequada de tarefas;

Fonte: pt.slideshare.net

e) Recomendações ergonômicas: as recomendações ergonômicas refe-


rem-se as providências que deverão ser tomadas para resolver o problema diagnos-
ticado.

Fonte: www.calldaniel.com.br
25
Devem-se prescrever todas as etapas necessárias para resolver o problema.
Estas podem vir acompanhadas de figuras com detalhamento das modificações a se-
rem feitas em máquinas ou postos de trabalho, e indicar as respectivas responsabili-
dades (pessoa e seção do departamento encarregado, com indicação do respectivo
prazo).
Por conta das várias dúvidas de nossos leitores e das diversas solicitações en-
caminhadas ás nossas listas de discussão e ás nossas empresas, novamente falare-
mos sobre Laudo Ergonômico e sobre a AET - Análise Ergonômica do Trabalho. Agora
mais evidente com a chegado do eSocial, a AET é a grande polêmica e a grande
necessidade do momento para a real e correta adequação e cumprimento do eSocial.
Existem muitas divergências e muitos desencontros sobre o tema, porém, nada
mais evidente do que dizermos que Laudo Ergonômico é uma análise do risco ergo-
nômico a que estamos sujeitos, em casa, no trabalho, no lazer e, até dormindo.
Na AET - Análise Ergonômica do Trabalho, fazemos o Laudo Ergonômico exa-
tamente para a pessoa que está trabalhando naquele posto de trabalho específico.

11 LAUDO ERGONÔMICO

O Laudo ou Análise ergonômica é um documento que mostra os riscos ERGO-


NÔMICOS do objeto, do posto ou do profissional. O Laudo Ergonômico é obrigatório
a todas às empresas que possuem empregados, cujas atividades ou operações os
expõem a riscos, que por sua natureza ou métodos de trabalho, impliquem em esfor-
ços de levantamento, transporte e descarga individual de materiais, ou outros que
exigem postura forçada e ainda, esforços repetitivos.

26
Objetivo do laudo ergonômico

Fonte: nucleohealthcare.com.br

O laudo ergonômico tem por objetivo analisar as condições de trabalho dos


setores administrativos e produtivos da empresa, ou mesmo de um estabelecimento
particular como uma residência, sob os aspectos da Ergonomia e das condições Am-
bientais, visando fornecer subsídios para a empresa, ou para o solicitante, para im-
plementar mudanças em sua organização e método de trabalho, no sentido de dimi-
nuir os riscos da ocorrência de acidentes e moléstias do trabalho.
O laudo ou análise ergonômica identifica os riscos ergonômicos, bem como
recomenda as intervenções e ou adaptações necessárias, seja no ambiente de traba-
lho, mobiliário, máquinas, equipamentos e ferramentas, ou nos processos de trabalho,
de modo a proporcionar um máximo de conforto, segurança e desempenho eficiente,
além de preservar a saúde do trabalhador e em especial as prevenir o acometimento
das LER/DORT (Lesões por Esforços Repetitivos/Distúrbios Osteomusculares Rela-
cionados ao Trabalho). Hoje, muitas pessoas buscam a melhoria da sua qualidade de
vida melhorando suas condições de vida e, uma dessas condições, é a melhoria de
seus cuidados pessoais com sua coluna e seu complexo músculo- esquelético.
27
12 COMO SÃO AVALIADOS OS RISCOS DOS AMBIENTES DE TRABALHO

Fonte: bombeiroswaldo.blogspot.com.br

Os Riscos dos ambientes de trabalho são avaliados de forma qualitativa, pro-


cedendo-se em seguida, o enquadramento de acordo com os dispositivos legais.

Quem é o responsável pela elaboração e assinatura do laudo de ergonô-


mico

Podemos avaliar se um dado ambiente ou condição de trabalho é perigoso


através da avaliação dos riscos existentes, ou seja, analisando as possibilidades e
probabilidades de que algum problema venha a ocorrer, como um acidente.
O primeiro passo de uma análise de risco é identificar o risco, e somente um
profissional qualificado que pode fazer tal tarefa, pois muitos riscos passariam des-
percebidos aos olhos de empregados, chefes e pessoas comuns. Esse é um dos mo-
tivos de existirem uma gama de profissionais de segurança no trabalho, pois existem
especialistas para cada tipo específico de risco.
Após a identificação do risco, é necessário agora quantificar e qualificar o risco,
ou seja, vamos estudar e ver em que tipo de risco ele se enquadra, e o quão perigoso
e quanto ele oferta risco ao trabalhador.

28
O que deve ser feito caso seja constatado um risco em ambiente de trabalho.
Tal estratégia serve para ambos tipos de risco.
Quando o profissional de Segurança no Trabalho detecta um risco, obviamente
o primeiro desejo e planejamento de ação é a eliminação do risco. Pois é óbvio que o
ideal e mais indicado é que tal risco profissional não exista.
Porém, um ambiente 100% livre de risco é praticamente impossível, fazendo
bem pouco provável também uma eliminação total dos riscos.
Sendo assim, o próximo passo é tentar reduzir ao máximo, neutraliza o quanto for
possível os possíveis focos de risco e perigo.
Avaliado, qualificado, quantificado e reduzido os riscos, é hora de proteger o
trabalhador. Para isso, faz-se uso dos EPIs (Equipamentos de Proteção Individual)
e/ou EPCs (Equipamentos de Proteção Coletiva), que são itens básicos e importan-
tíssimos na maioria das fábricas, indústrias, empresas e outros ambientes de trabalho.
São de tão importância que trataremos em várias aulas de nosso curso online
grátis de Segurança do Trabalho.
E por fim, em nada adianta somente reduzir, eliminar e proteger o trabalhador,
este deve ter ciência dos riscos.
Para isto, é necessário que todos os trabalhadores sejam educados, orientados
e treinados para as mais diversas situações, ambientes de trabalho bem como o uso
de EPIs e EPCs.
Por mais que se tenham ótimos profissionais de Segurança e Medicina Laboral,
se um funcionário não obedecer as regras e orientações, os riscos de problemas au-
mentarão, bem como os acidentes.
Como estamos estudando o ramo de segurança NO TRABALHO, vamos nos
focar apenas nos riscos que envolvem o trabalhador e o ambiente de trabalho, são os
chamados riscos profissionais, que se dividem em riscos ambientais e riscos operaci-
onais, assuntos já abordados em nossa aula passada. O Laudo Ergonômico deve ser
realizado por equipe de especialistas em estudos ergonômicos e riscos ambientais à
saúde, produzindo material descrito das operações, dos ambientes, dos equipamen-
tos utilizados, que permitiu elaborar considerações e recomendações a respeito dos
métodos e da organização do trabalho com relação às atividades inerentes à adminis-
tração O responsável pelo laudo é a pessoa que tem a habilitação para a função ou

29
seja, Engenheiro de Segurança do Trabalho que é o profissional “legalmente habili-
tado” na área de segurança do trabalho e devidamente credenciado junto ao CREA –
Conselho Regional de Engenharia, o fisioterapeuta com especialização e conheci-
mento em Ergonomia, ou outro profissional que realmente tenha a especialização, a
habilitação e a capacitação para fazer essa análise técnica.

Fonte: trabalhosaudeseguranca

Aqui encontramos mais uma problemática e polêmica situação. Não que seja
um problema legal, mas sim, um problema de ordem moral ou mesmo circunstancial.
Por que falamos isso? Porque nem sempre quem assina o faz de forma consciente e
correta. Isso acontece em vários setores, não apenas na Ergonomia. Assinar é ser
responsável perante o contratante e perante a lei. Muitos empresários não se atentam
a importância da escolha correta de um profissional para essa análise. Da correta
análise dependerá a correta adequação e a correta atenção ao profissional. Frente a
qualquer fiscalização, e a qualquer situação ocupacional, é primordial que se tenha
total confiança no profissional ou na equipe de profissionais que elabora esse laudo,

30
mesmo sendo de total responsabilidade do proprietário da empresa a escolha correta
do profissional correto.
Explicando melhor, não basta ser alguém com habilitação, é necessário que
esse alguém tenha CAPACITAÇÃO para fazer uma análise correta, legal e profissio-
nal.
Da mesma forma que precisamos de médicos habilitados e capacitados para
nos atender pois desse atendimento depende a nossa saúde, também devemos pro-
curar profissionais que realmente entendam da saúde de nossos profissionais e, con-
secutivamente, de nossa empresa. É melhor prevenir do que remediar porque muitas
vezes, para certos erros não existem remédios....

Validade do laudo ergonômico

A exemplo do PPRA conforme subitem 9.2.1.1. da NR-09, deverá ser efetuada,


sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do Laudo
Ergonômico para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes neces-
sários e estabelecimento de novas metas e prioridades. Evidentemente, se houverem
modificações no posto, no trabalho ou no usuário, o laudo deve ser refeito.
Em primeiro lugar, o LTCAT não tem obrigatoriedade legal de renovação anual,
mas, vamos seguir nosso raciocínio e explicar quando o LTCAT tem que ser renovado.
Você colocou especificamente o Laudo Ergonômico. Como em todos os ques-
tionamentos que nos fazem, a resposta é - DEPENDE.
Antes de falar do Laudo Ergonômico, é interessante frisar que essa explicação
é geral e que é necessário que se entenda o valor do Laudo.
O Laudo é valido até que as condições as quais se efetivou o laudo sejam mo-
dificadas ou por força legal
Precisamos saber o que é um Laudo e para que esse Laudo esteja sendo feito.
Usando mais uma vez seu exemplo, vamos falar do LTCAT e o PPRA.
Por exemplo, veja o que significa o LTCAT - Laudo Técnico das Condições
Ambientais de Trabalho.
Qual a diferença entre o PPRA (programa de Prevenção de Riscos Ambientais)
e o LTCAT (Laudo Técnico das Condições Ambientais de Trabalho)?

31
Embora ambos os documentos estejam ligados às condições de segurança no
ambiente de trabalho, cada um se presta à finalidade diferente.
O PPRA é um Programa, com a finalidade de reconhecer e reduzir e/ou eliminar
os riscos existentes no ambiente de trabalho. Esse relatório vais servir de base para
a elaboração do PCMSO (Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional).
Por conta de especificação contida na NR9, o PPRA precisa ser revisto e
renovado anualmente.

Fonte: www.exameadmissionalsp.com.br

O LTCAT é um Laudo, elaborado com o intuito de se documentar os agentes


nocivos existentes no ambiente de trabalho e concluir se estes podem gerar insalubri-
dade para os trabalhadores eventualmente expostos.
Esses laudos somente serão renovado caso sejam introduzidas modificações
no ambiente de trabalho e de acordo com o parágrafo 3º do Art. 58 d Lei 8213/91
com o texto dado pela Lei 9528/97 a empresa que não mantiver laudo técnico atuali-
zado com referência aos agentes nocivos existentes no ambiente de trabalho de seus

32
trabalhadores ou que emitir documento de comprovação de efetiva exposição em de-
sacordo com o respectivo laudo, estará sujeito à penalidade prevista no Art. 133 desta
Lei, que foi republicada na MP 1596-14 de 10.11.97 e convertida na Lei 9528 de
10.12.97.
O LTCAT, assim como o PPRA, deve estar disponível na empresa para análise
dos Auditores Fiscais da Previdência Social, Médicos e Peritos do INSS, dos profissi-
onais, etc, devendo ser realizadas as alterações necessárias no mesmo, sempre que
as condições de nocividade se alterarem, guardando-se as descrições anteriormente
existentes no referido Laudo, juntamente com as novas alterações introduzidas, da-
tando-se adequadamente os documentos, quando tais modificações ocorrerem.
Resumindo O LTCAT tem validade indefinida, atemporal, ficando atualizado
permanentemente, enquanto o “layout” da empresa não sofrer alterações.
Outro exemplo é o LAUDO DE INSALUBRIDADE
A exemplo do PPRA conforme subitem 9.2.1.1. da NR-09, deverá ser efetuada,
sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do Laudo
de Insalubridade para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes ne-
cessários e estabelecimento de novas metas e prioridades.
A exemplo do PPRA, os dados deverão ser mantidos por um período mínimo
de 20 (vinte) anos. Em certos casos, em que os trabalhadores estão expostos a subs-
tâncias cancerígenas o laudo deverá ser mantido até 30 anos.
A Norma Regulamentadora – NR-15 (Lei nº 6514/77 – Portaria nº 12/83) esta-
belece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de todas as em-
presas que admitam empregados que estejam expostos a agentes nocivos à sua sa-
úde.
No caso de a empresa não possuir o Laudo de Insalubridade ou estar vencido,
estará sujeita as sanções legais. A NR-28 prevê multa com valor de até 6.304 UFIR
para descumprimentos das normas de segurança do trabalho.
Legislação pertinente:
 Lei nº 6.514, de 22/12/1977.
 Portaria nº 3214, de 08/06/1978.
 Portaria nº 12, de 06/06/1983.
 Norma regulamentadora NR-15 – Atividades e Operações Insalubres.

33
Laudos médicos

Estamos colocando esse exemplo apenas para que se entenda que a renova-
ção do laudo DEPENDE do que se presta esse Laudo. Exemplo ...se estou contro-
lando uma doença aguda, os laudos necessitam ser muito mais frequentes do que se
estivermos controlando uma doença crônica.
Agora, voltamos ao LAUDO ERGONÔMICO
Mais uma vez esclarecemos que DEPENDE. Conforme a NR 17, o objetivo do
Laudo Ergonômico é estabelecer parâmetros para a adaptação das condições de tra-
balho as características psicofisiológicas dos trabalhadores.
A exemplo do PPRA conforme subitem 9.2.1.1. da NR-09, deverá ser efetuada,
sempre que necessário e pelo menos uma vez ao ano, uma análise global do Laudo
Ergonômico para avaliação do seu desenvolvimento e realização dos ajustes neces-
sários e estabelecimento de novas metas e prioridades. Evidentemente, se houverem
modificações no posto, no trabalho ou no usuário, o laudo deve ser refeito.
Temos basicamente 3 tipos de LAUDOS ERGONÔMICOS:
1 - Laudo Ergonômico do Objeto – esse laudo apenas é renovado pois o objeto
não muda sua estrutura
2- Laudo Ergonômico do Posto de Trabalho – AET – este laudo muda quando
a conformação do posto é modificada ou seja caso haja mudanças de Layout, se não
ocorrerem essas mudanças ele apenas é renovado a cada ano para se atestar que
não houve mudanças
3- Laudo Ergonômico Funcional – da mesma forma, se o trabalhador modificar
seu posto ou o objeto de sua atividade, haverá um novo laudo para aquela determi-
nada função exercida pelo determinado funcionário e a renovação deve ser realizada
imediatamente a mudança funcional.
Sempre que uma renovação é feita, é constatada que não houveram mudanças
desde a última análise realizada.
A exemplo do PPRA, os dados deverão ser mantidos por um período mínimo
de 20 (vinte) anos.
A Norma Regulamentadora – NR-17 – Ergonomia (Lei nº 6514/77 – Portaria nº
3751/90) estabelece a obrigatoriedade da elaboração e implementação, por parte de

34
todas as empresas que admitam empregados que estejam expostos a riscos ergonô-
micos.
Quem pode ensinar um laudo ergonômico

Em agosto de 2000, a IEA - Associação Internacional de Ergonomia adotou a


definição oficial apresentada a seguir. A Ergonomia (ou Fatores Humanos) é uma dis-
ciplina científica relacionada ao entendimento das interações entre os seres humanos
e outros elementos ou sistemas, e à aplicação de teorias, princípios, dados e métodos
a projetos a fim de otimizar o bem-estar humano e o desempenho global do sistema.
Os Ergonomistas contribuem para o planejamento, projeto e a avaliação de ta-
refas, postos de trabalho, produtos, ambientes e sistemas de modo a torná-los com-
patíveis com as necessidades, habilidades e limitações das pessoas.
No Brasil, a profissão Ergonomista não apresenta uma formação específica de
nível superior, ela se dá através de cursos de especialização Latu Sensu, que são
frequentados por profissionais de áreas variadas de nível superior. Nessa formação
são incluídas disciplinas como Psicologia, Anatomia e Fisiologia, Organização do Tra-
balho, Design e Métodos de Avaliação e Tecnologia da Informação.
Conforme a própria definição determinada pela IEA, os fatores humanos são
uma constante na avaliação e interpretação do risco ergonômico bem como a adap-
tação do trabalho as necessidades e limitação humanas, entendendo a origem e pre-
venção das doenças relacionadas ao trabalho.
Não há definição explícita de qual profissional está habilitado legalmente a exe-
cutar esse tipo de avaliação, porem as definições deixam claro que há necessidade
de uma formação especifica para executar trabalhos nessa área, bem como conheci-
mento prévio de formação acadêmica de nível superior dos sistemas humanos para
poder interpretar e planejar melhorias ergonômicas que protejam o ser humano no
seu ambiente de trabalho.
O MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) em 2002, reuniu uma equipe de
auditores fiscais com especialização na área e profissionais da área da saúde e se-
gurança do trabalho com especialidade em saúde do trabalhador para construírem um
manual de interpretação da NR 17, norma que determina critérios mínimos de Ergo-
nomia nos ambientes de trabalho. Esse manual foi constituído em virtude da comple-
xidade de interpretação e aplicação da norma e interpretação da mesma pelos órgãos

35
de fiscalização. Portanto o profissional que fará esse tipo de avaliação deve ser um
profundo conhecedor da área e sua variada abrangência.
A ERGONOMIA é um assunto relativamente novo aqui no Brasil e os Ergono-
mistas que temos, são profissionais que se titulam ERGONOMISTAS porque fizeram
um curso de pós-graduação na área.
Infelizmente, isso é um problema extremamente sério e que todos devem ficar
atentos ao contratar um ERGONOMISTA.
Em sendo um assunto novo, ainda falta muita regulamentação para que a ca-
pacitação seja realmente uma habilitação no assunto haja visto que, apesar de ser
uma disciplina ligada de uma lado a saúde física do indivíduo e outro lado ligado a
engenharia mecânica dos processos e dos objetos, suposto seria que a pós gradua-
ção na área deveria ter como pré requisito se pós de uma graduação compatível.
Se é uma Pós-graduação em engenharia de fluidos, apenas engenheiros po-
dem fazer essa pós. Se for uma Pós-graduação em direito do trabalho, apenas advo-
gados podem fazer essa pós.
Suposto seria que, para fazer uma pós-graduação em ERGONOMIA, apenas
quem tivesse graduação em engenharia mecânica, medicina, fisioterapia, terapia ocu-
pacional ou graduações com mesma grade curricular poderiam se PÓS GRADUAR,
porém...não é isso que ocorre.
QUALQUER GRADUAÇÃO HABILITA O PROFISSIONAL A FAZER A PÓS-
GRADUAÇÃO NA ÁREA OU SEJA - SER ERGONOMISTA
Esse tema tem sido amplamente debatido e está em vias de regulamentação
visto tantos problemas que estão surgindo no mercado e que acreditamos, com o ad-
vento do eSocial estarão se agravando acentuadamente
Paralelamente a ERGONOMISTAS insensatos, nos deparamos com profissio-
nais de outras áreas que fazem a especialização apenas para poder tentar entender
e até acompanhar certos profissionais "especialistas".
Temos encontrado profissionais e PROFISSIONAIS, como em todas as áreas
acontece, mas que na EROGOMIA mais se acentua exatamente por ser uma profis-
são recente, sem regulamentação acadêmica e com muitas oportunidades de campo.

36
Fonte: alecconsultoria.com.br

Na formação do fisioterapeuta, está garantido o exercício da atuação em Ergo-


nomia através da RESOLUÇÃO n°. 403/2011, RESOLUÇÃO Nº 403 DE 18 DE
AGOSTO DE 2011 que formaliza a Especialidade Profissional de Fisioterapia do Tra-
balho e dá outras providências.
Art. 3º Para o exercício da Especialidade Profissional de Fisioterapia do Traba-
lho é necessário o domínio das seguintes Grandes Áreas de Competência:
I – Realizar consulta fisioterapêutica, anamnese, solicitar e realizar intercon-
sulta e encaminhamento;
II – Realizar avaliação física e cinésio-funcional;
III – Avaliar as condições ergonômicas;
IV – Realizar análise ergonômica do trabalho;
V – Elaborar, implantar, coordenar e auxiliar os Comitês de Ergonomia;
VI – Estabelecer nexo de causa cinesiológica funcional ergonômica;
VII – Implementar cultura ergonômica e em Saúde do Trabalhador;
VIII – Avaliar a qualidade de vida no trabalho;
IX – Participar da elaboração de projetos e Programa de Qualidade de Vida e
Saúde do Trabalhador;
X – Elaborar, auxiliar, implantar e/ou gerenciar programas ou ações relaciona-
das a saúde geral e bem estar do trabalhador, específicos a gestantes, hipertensos,
sedentários, obesos entre outros;
XI – Implementar ações de concepção, correção e conscientização relaciona-
das a saúde e segurança do trabalho, ergonomia entre outras;
37
XII – Analisar e adequar fluxos e processos de trabalho;
XIII – Avaliar e adequar às condições de trabalho as habilidades e característi-
cas do trabalhador;
XIV – Avaliar e adequar ambientes e postos de trabalho;
XV – Analisar, estabelecer e adequar as pausas e outros mecanismos regula-
tórios;
XVI – Analisar e organizar rodízios de tarefas;
XVII – Avaliar e promover melhora do desempenho morfofuncional no trabalho;
XVIII – Atuar em programas de reabilitação profissional, reintegrando o traba-
lhador à atividade laboral;
XIX – Solicitar, aplicar e interpretar escalas, questionários e testes funcionais;
XX – Solicitar, realizar e interpretar exames complementares;
XXI – Determinar diagnóstico e prognóstico fisioterapêutico;
XXII – Planejar e executar medidas de prevenção e redução de risco;
XXIII – Prescrever e executar recursos terapêuticos manuais;
XXIV – Prescrever, confeccionar, gerenciar órteses, próteses e tecnologia as-
sistiva;
XXV – Utilizar recursos de ação isolada ou concomitante de agente cinésio-
mecanoterapêutico, massoterapêutico, termoterapêutico, crioterapêutico, fototera-
pêutico, eletroterapêutico, sonidoterapêutico, aeroterapêuticos entre outros;
XXVI – Determinar as condições de alta fisioterapêutica;
XXVII – Prescrever a alta fisioterapêutica;
XXVIII – Registrar em prontuário consulta, avaliação, diagnóstico, prognóstico,
tratamento, evolução, interconsulta, intercorrências e alta fisioterapêutica;
XXIX – Emitir laudos de nexo de causa laboral, pareceres, relatórios e atesta-
dos fisioterapêuticos;
XXX – Atuar junto às CIPA (Comissões Internas de Prevenção de Acidente do
Trabalho);
XXXI – Auxiliar e participar das SIPATs (Semanas Internas de Prevenção de
Acidentes do Trabalho), SIPATR (Semanas Internas de Prevenção de Acidentes no
Trabalho Rural), entre outros;
XXXII – Auxiliar e participar na elaboração e atividades do PPRA (Programa de
Prevenção de Riscos Ambientais), entre outros;

38
XXXIII – Elaborar, auxiliar, participar, implantar e /ou coordenar programas e
processos relacionados à Saúde do Trabalhador, Acessibilidade e Meio Ambiente;
XXXIV – Realizar atividades de educação em todos os níveis de atenção à sa-
úde, e na prevenção de riscos ambientais, ecológicos e ocupacionais.
XXXV – Avaliar, estabelecer, implantar e gerenciar programas e processos de
Ginástica Laboral;
XXXVI – Ensinar e corrigir modo operatório laboral;
XXXVII – Elaborar e desenvolver programas preventivos e de promoção em
saúde do trabalhador;
XXXVIII – Realizar ou participar de pericias e assistências técnicas judiciais
entre outras;
XXXIX – Elaborar, implantar e gerenciar programas de processos e produtos
relacionados à Tecnologia Assistiva;
XL – Auxiliar e participar dos processos de certificação ISO, OHSAS, entre ou-
tros; Art 4º.

O exercício profissional do Fisioterapeuta do Trabalho é condicionado ao co-


nhecimento e domínio das seguintes áreas e disciplinas, entre outras:
I – Anatomia geral dos órgãos e sistemas;
II – Ergonomia;
III – Doenças Ocupacionais ou Relacionadas ao Trabalho;
IV – Biomecânica Ocupacional;
V – Fisiologia do Trabalho;
VI – Saúde do Trabalhador;
VII – Legislação em Saúde e Segurança do Trabalho;
VIII – Legislação Trabalhista;
IX – Sistemas de Gestão em Saúde e Segurança do Trabalho;
X – Organização da Produção e do Trabalho;
XI – Aspectos Psicossociais e Cognitivos Relacionados ao Trabalho;
XII – Estudo de Métodos e Tempos;
XIII – Higiene Ocupacional;
XIV – Ginastica Laboral;
XV – Recursos Terapêuticos Manuais;

39
XVI – Órteses, próteses e tecnologia assistiva;
XVII – Acessibilidade e Inclusão;
XVIII – Administração e Marketing em Fisioterapia do Trabalho;
XIX – Humanização;
XX – Ética e Bioética.

A titulação dessa especialidade se dá através de critérios estabelecidos na Re-


solução nº 377/2010 onde os profissionais de fisioterapia com comprovação de for-
mação na área de saúde do trabalho, fisioterapia do trabalho ou ergonomia, subme-
tem-se a provas de títulos e de conhecimento para obterem o título de especialista e
obterem qualificação reconhecida pelo seu conselho de executarem os dispostos na
resolução.
Essa prova de titulação acontece em eventos oficiais, instituições ou associa-
ções como a ABRAFIT, Associação Brasileira de fisioterapia do trabalho, certificando
então capacitação desses profissionais para executarem os trabalhos de Ergonomia
e outros citados nos itens da resolução citados anteriormente.
Portanto, é recomendável que se conheça a qualificação profissional e seu re-
conhecimento legal da formação na área de Ergonomia para a validação da respon-
sabilidade técnica das análises de Ergonômicas realizadas nas empresas.

Como elaborar um laudo ergonômico consciente

Fonte: neobiowork.com.br

40
Como é de se imaginar, o Laudo Ergonômico de uma estação de Trabalho deve
ser direcionado a análise global do posto de trabalho, sempre levando em considera-
ção o psico-biofísico do seu operador.
O Laudo Ergonômico deve ser elaborado por posto de Trabalho individual, le-
vando em consideração também, a empresa como um todo. Nada deve ser analisado
de forma segmentada.
Conforme a NR 17, o objetivo do Laudo Ergonômico é estabelecer parâmetros
para a adaptação das condições de trabalho as características psicofisiológicas dos
trabalhadores.
Temos, basicamente, 03 tipos de Laudos Ergonômicos:
1 - Laudo Ergonômico do Objeto
2- Laudo Ergonômico do Posto de Trabalho - AET
3- Laudo Ergonômico Funcional - AET

O Laudo Ergonômico que denominamos consciente, deve ser realizado com


estudos visando os 03 tipos de laudos acima mencionados para que se tenha uma
real Avaliação Ergonômica do Posto - que pode ser de trabalho ou um simples local
de lazer onde assistimos uma TV ou a dona de casa realiza seus trabalhos domésti-
cos.
A ERGONOMIA deve estar presente no dia a dia de toda população para pre-
venção dos riscos aos quais se está exposto por problemas de má postura, falta de
ventilação, falta de iluminação, tamanho inadequado de ferramentas, e outras milha-
res de situações que se traduzem por uma má condição de equilíbrio físico - emocional
- postural.
O desenvolvimento de um Laudo Ergonômico consta de:

- Estudo detalhado dos processos utilizados no desenvolvimento das ativida-


des;
- Avaliações qualitativa e quantitativa dos riscos ergonômicos;
- Avaliação do mobiliário e equipamentos frente as atividades (hora x homem x
trabalho);
- Aferição e análise das condições ambientais dos locais de trabalho; (esque-
cido por muitos profissionais que elaboram o LE.

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- Aferição e análise do psico-biofísico do operador
- Recomendações técnicas para melhoria das condições de trabalho.
- Implantação de medidas de controle;
- Treinamentos e cursos sobre ergonomia;
- Mobilizações simples como a "Ginástica do Gato"

13 SOBRE O LAUDO ERGONÔMICO

Quando uma empresa sofre uma ação fiscalizatória da DRT (Delegacia Regio-
nal do Trabalho) e não desenvolve nenhuma ação em ergonomia ou ações insatisfa-
tórias geralmente é notificada, com um prazo para elaboração do (s) documento (s)
solicitado (s) - geralmente o Laudo Ergonômico - passível de multa caso não cumpra
esse prazo. Neste caso vem uma pergunta extremamente atual para o gestor da em-
presa: A elaboração da Análise Ergonômica do Trabalho (Laudo Ergonômico) é sufi-
ciente para proteger minha empresa? A resposta é DEPENDE!
O primeiro ponto é que o Laudo Ergonômico (AET) é exigência legal dentro do
conjunto de normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego, descrita
na norma número 17 - NR17.
A segunda questão é que hoje em dia não basta somente a empresa contratar
uma pessoa ou empresa que identifique os riscos presentes no ambiente de trabalho,
é preciso que o profissional que desenvolve trabalhos em ergonomia aplique conceitos
de gestão em suas análises de risco: identificando, eliminando (ou controlando), prio-
rizando, avaliando e validando seus trabalhos.
Com frequência, apenas a primeira e a segunda etapas são contempladas nos
estudos ergonômicos.
O profissional se dirige a empresa, fotografa algumas situações, aplica alguns
questionários e elabora o relatório do tipo: 1- Posto de trabalho A riscos B + C su-
gestão de melhoria SS.
Isso é suficiente? Como sempre, a resposta é DEPENDE: Muitas vezes não…
Hoje tem se exigido, além da identificação do risco e a sugestão de melhoria,
uma melhor caracterização das atividades de trabalho, estabelecendo prioridades
para as ações de controle e principalmente acompanhamento do trabalho.

42
Cada vez menos se admite o “Laudo de Gaveta”, somente para “cumprir ta-
bela”.
Muitas ações fiscalizatórias têm exigido que a AET contenha no mínimo uma
planilha de correções (cronograma), pois neste caso se estabelecem prazos de cum-
primento e de avaliação. Para não nos estendermos por hoje, cabe ressaltar nova-
mente o papel do profissional capacitado. A cobrança acaba sendo natural por parte
de algumas empresas, pois um laudo mal elaborado pode trazer mais custos do que
benefícios acabam gerando o “retrabalho”. Já diz o velho ditado “Se conselho fosse
bom ninguém dava, vendia”, mas se cabe um conselho aos profissionais que aden-
tram à área é que surgindo uma possibilidade de trabalho, contate algum profissional
com maior experiência, faça parcerias, pesquise, empenhe-se… Vale mais a pena
começar com menores rendimentos, porém da maneira correta!
Agora com o eSocial as informações têm que estar corretas pois qualquer falha
pode gerar grandes transtornos para o empregador.
Portanto, quem assina seu laudo, tem que ter condições técnicas e psicofisio-
lógicas para representa-lo caso haja algum problema e alguma perícia seja indicada.
A saúde do trabalhador é muito importante pois o "capital humano" é o maior
patrimônio de qualquer empresa.
Agora, sobre a AET - Vamos falar bem resumidamente sobre o assunto. Esta-
mos formatando vários Fóruns de discussão no nosso Centro de Referência em Er-
gonomia de São Paulo - CRESP.
A Análise Ergonômica do Trabalho (AET) tem como objetivo rastrear, observar,
avaliar e analisar o profissional em seu real posto de trabalho e verificar as relações
existentes entre demandas de doenças, acidentes e produtividade com as condições
de trabalho, com as interfaces, com os sistemas e com a organização do trabalho.
O Laudo Ergonômico é geralmente um documento emitido como resposta à
algumas ou diversas das questões ergonômicas relativas à uma condição específica
de trabalho em um determinado posto de trabalho. Certamente que um laudo ergonô-
mico é solicitado para que um conjunto de respostas seja dado aos itens analisados,
embora não necessariamente a totalidade dos itens relacionados à uma situação de
trabalho, condição que caracteriza a Análise Ergonômica do Trabalho (AET).

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A AET - análise ergonômica do trabalho compreende três fases: análise ergo-
nômica da demanda, análise ergonômica da tarefa - que envolve: análise dos ambi-
entes físicos (calor, luminosidade, umidade, som, etc); análise das condições postu-
rais e antropométricas dos trabalhadores; análise dos aspectos psicológicos dos tra-
balhadores; análise organizacional; condições ambientais e por último, mas não me-
nos importante, a análise ergonômica das atividades.
Todas estas etapas devem ser cronologicamente abordadas de maneira a ga-
rantir coerência metodológica e evitar percalços, que são comuns nas pesquisas em-
píricas de campo.
A AET é individual, FEITA PESSOA A PESSOA. Antigamente se fazia a análise
por amostragem o que se verifica hoje que não é o correto.
Com uma real AET se pode minimizar os riscos e trazer todos os benefícios ao
profissional e a empresa além do completo cumprimento legal.

14 A IMPORTÂNCIA DA AET PARA O ESTÁGIO DE MATURIDADE DA ERGONO-


MIA

Bouyer (2007), utilizando-se do conceito de quatro limiares que distinguem o


grau de maturidade de um discurso científico (positividade, epistemologização, cienti-
ficidade e formalização), coloca que a ergonomia está situada entre o limiar da epis-
temologização e o da cientificidade. Para ele a caracterização da ergonomia como
ciência encontra-se confusa, porém mais conscienciosa da necessidade da interdisci-
plinaridade na construção da ergonomia científica e não reducionista. Se a opção é
considerar a ergonomia ciência, o autor observa que os modelos explicativos devem
acompanhar a evolução das disciplinas que se unem para consolidá-los.
Nesse contexto interdisciplinar [...] não há limite nos conhecimentos das disci-
plinas, que podem ser recrutados para a interpretação de uma atividade de trabalho
[...] (DANIELLOU, 2004c, p. 187). No processo de maturidade em direção à cientifici-
dade, Bouyer (2007) considera que o passo mais largo nessa direção foi a metodolo-
gia da análise ergonômica do trabalho (AET). Ela trouxe uma nova mentalidade sobre
o que consiste em estudar uma situação de trabalho, colocando a atividade de traba-
lho como espaço privilegiado.

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O mesmo autor observa que essa situação demandou [...] incluir todo um arca-
bouço científico de outras disciplinas (psicologia, antropologia, fisiologia,) que, inte-
gradas, deveriam dar conta do objeto posto para análise da ergonomia: o trabalho, a
atividade [...] (BOUYER, 2007, p. 4). Tecendo a discussão em torno dos fundamentos
sobre cientificidade e métodos, conclui-se que com o instrumental da AET é: [...] pos-
sível construir verdadeiros modelos que, conforme postulada pela filosofia da ciência
em diferentes abordagens, podem ser considerados modelos científicos por permitir,
ao observador, explicar o fenômeno mediante o emprego desta ferramenta ou modelo
por ele construído [...] (BOUYER, 2007, p. 5).

15 RELAÇÃO CUSTO-BENEFÍCIO

A questão custo-benefício decorrente das intervenções ergonômicas é um item


essencial nas negociações envolvendo ergonomistas e dirigentes de organizações em
geral.
Sabe-se que a tomada de decisão das organizações envolve três razões prin-
cipais (BUDNICK, 1998):
- Ganhar Dinheiro: Empregada com cuidado e critério a ergonomia trará mais
dinheiro minimizando custos relativos às consequências de lesões no trabalho; evi-
tando perdas relativas à produtividade, baixa qualidade na produção etc.
- Evitar consequências, tais como multas por não agir de uma certa maneira: No
aspecto legal, a Norma Regulamentar 17 (NR-17) recomenda:
“… cabe ao empregador realizar a Análise Ergonômica do Trabalho (AET), …”.
Assim um documento oficial do Ministério do Trabalho prevê a necessidade da
AET, sem especificar tipo ou natureza da atividade desenvolvida. Nos USA, a Occu-
pational Safety and Health Administration (OSHA), órgão vinculado ao U. S. De-
partment of Labour, desenvolve pesquisas em setores com alto nível de lesões vincu-
ladas ao trabalho, visando aprimorar a legislação vigente. Assim, as sanções por
questões ligadas à saúde e segurança devem se acentuar com o tempo.
- Fazer a coisa certa: A ergonomia também implica em “fazer a coisa certa”,
devido à seu impacto na melhoria da qualidade de vida dos agentes envolvidos.

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Resumindo, a aplicação dos princípios ergonômicos deve e pode ser apresen-
tada como uma boa estratégia de negócios e a questão financeira não devem ficar de
fora da etapa de negociação.
A Ergonomia, quando colocada como requisito de melhoria contínua, pode ser
aliada ao sistema da Qualidade, que hoje já faz parte do dia-a-dia das organizações
e a ela diversas ferramentas gerenciais são aplicadas, inclusive a de “Custos da Qua-
lidade”.
Já foi demonstrado que melhoria de qualidade reduz custos, em todas as fases
do ciclo de desenvolvimento de um produto, principalmente na fase de projeto, (PE-
TENATE, 1995), e a Ergonomia, aliada ao movimento da qualidade, coloca-se como
uma base para a proposta de melhoria contínua dos processos produtivos e em geral,
as melhorias da Ergonomia trazem, efetivamente, benefícios para os processos pro-
dutivos. Isso ocorre em termos de melhorias em diversos aspectos do processo, tais
como: produtividade, qualidade da produção, redução de erros, moral dos trabalhado-
res, entre outros, e que, em todos os casos, podem ser traduzidos em resultados fi-
nanceiros.

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