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Indaial – 2020
2a Edição
Elaboração:
Prof. Paulo Heraldo Costa do Valle
V181c
ISBN 978-65-5663-185-1
ISBN Digital 978-65-5663-181-3
CDD 610
Impresso por:
APRESENTAÇÃO
Olá, acadêmico! Seja bem-vindo ao Livro Didático de Cinesioterapia.
Por fim, sobre as lesões do tecido nervoso, as lesões por estiramento, as lesões
por compressão, a divisão das lesões nervosas traumáticas (neuropraxia, axonotmese e
neurotmese), a mobilização do tecido nervoso e o tratamento fisioterapêutico (objetivos
do tratamento fisioterapêutico e recursos terapêuticos).
QR CODE
Olá, acadêmico! Para melhorar a qualidade dos materiais ofertados a você – e
dinamizar, ainda mais, os seus estudos –, nós disponibilizamos uma diversidade de QR Codes
completamente gratuitos e que nunca expiram. O QR Code é um código que permite que você
acesse um conteúdo interativo relacionado ao tema que você está estudando. Para utilizar
essa ferramenta, acesse as lojas de aplicativos e baixe um leitor de QR Code. Depois, é só
aproveitar essa facilidade para aprimorar os seus estudos.
ENADE
Acadêmico, você sabe o que é o ENADE? O Enade é um
dos meios avaliativos dos cursos superiores no sistema federal de
educação superior. Todos os estudantes estão habilitados a participar
do ENADE (ingressantes e concluintes das áreas e cursos a serem
avaliados). Diante disso, preparamos um conteúdo simples e objetivo
para complementar a sua compreensão acerca do ENADE. Confira,
acessando o QR Code a seguir. Boa leitura!
LEMBRETE
Olá, acadêmico! Iniciamos agora mais uma
disciplina e com ela um novo conhecimento.
TÓPICO 5 - GONIOMETRIA.................................................................................................. 49
1 INTRODUÇÃO..................................................................................................................... 49
2 APARELHO GONIÔMETRO................................................................................................ 49
2.1 PRINCÍPIOS DO MÉTODO....................................................................................................................50
2.2 ARTICULAÇÕES DO MEMBRO SUPERIOR.......................................................................................51
2.2.1 Articulação do ombro.................................................................................................................51
2.2.2 Articulação do cotovelo...........................................................................................................53
2.2.3 Articulação rádio ulnar.............................................................................................................53
2.2.4 Articulação do punho...............................................................................................................53
2.3 ARTICULAÇÕES DO MEMBRO INFERIOR.......................................................................................55
2.3.1 Articulação do quadril...............................................................................................................55
2.3.2 Articulação do joelho................................................................................................................56
2.3.3 Articulação do tornozelo..........................................................................................................56
2.4 MOVIMENTOS DA ARTICULAÇÃO DA COLUNA VERTEBRAL..................................................... 57
RESUMO DO TÓPICO 5.......................................................................................................... 61
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................. 62
TÓPICO 7 - DOR.....................................................................................................................67
1 INTRODUÇÃO......................................................................................................................67
2 RECEPTORES DA DOR...................................................................................................... 68
3 CLASSIFICAÇÃO DA DOR................................................................................................. 68
3.1 DOR AGUDA...........................................................................................................................................68
3.2 DOR CRÔNICA.......................................................................................................................................69
4 TIPOS DE DORES............................................................................................................... 69
4.1 DOR REFERIDA......................................................................................................................................69
4.2 DOR IRRADIADA...................................................................................................................................70
5 TRATAMENTO DA DOR.......................................................................................................70
6 AVALIAÇÃO DA DOR.......................................................................................................... 71
7 ESCALAS DA DOR..............................................................................................................72
8 TRATAMENTO DA DOR: AGUDA E CRÔNICA ....................................................................72
8.1 TRATAMENTO DA DOR AGUDA.......................................................................................................... 72
8.2 TRATAMENTO DA DOR CRÔNICA..................................................................................................... 73
9 OBSERVAÇÕES PARA O PACIENTE..................................................................................73
LEITURA COMPLEMENTAR..................................................................................................74
RESUMO DO TÓPICO 7..........................................................................................................78
AUTOATIVIDADE...................................................................................................................79
REFERÊNCIAS.................................................................................................................... 239
UNIDADE 1 -
MOVIMENTO HUMANO E
AVALIAÇÃO DA DOR
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
1
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 1!
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2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 -
HISTÓRIA DO MOVIMENTO HUMANO
1 INTRODUÇÃO
O movimento humano é considerado como uma importante forma de exercício
terapêutico e sua prática é bastante antiga, os dados históricos indicam que até antes
de Cristo na Grécia e Roma Antiga já existia a prática dos exercícios terapêuticos
(VOIGHT et al., 2014).
2 ARISTÓTELES
O filósofo grego Aristóteles nasceu em 384 a.C e faleceu em 322 a.C, aos 62
anos de idade, ele foi aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande.
3
FIGURA 2 – ARISTÓTELES
Ao longo de toda a sua vida, ele escreveu vários livros englobando algumas
áreas do conhecimento, entre elas a biologia, o drama, a economia, a ética, a física, a
linguística, a lógica, a metafísica, a música, a poesia, a retórica e a zoologia. Estudou
profundamente biologia e fisiologia, devido às atividades profissionais médicas exercidas
tanto pelo seu pai como pelo seu tio (CENCI, 2012).
INTERESSANTE
Você sabia que Aristóteles é considerado até os dias atuais como o pai da
cinesioterapia? O que significa afirmar que todos os seus conhecimentos e
descobertas são importantes até hoje para a cinesioterapia.
3 ARQUIMEDES DE SIRACUSA
Arquimedes foi considerado um dos principais cientistas da Antiguidade
Clássica, ele nasceu em 287 a.C e faleceu em 212 a.C, aos 75 anos de idade.
4
FIGURA 3 – ARQUIMEDES DE SIRACUSA
Obteve também um grande destaque por meio dos estudos dos princípios
hidrostáticos com relação ao mecanismo de flutuação dos corpos.
4 CLÁUDIO GALENO
Cláudio Galeno foi um importante médico e filósofo, nasceu em 129 a.C e faleceu
em 217 a.C, aos 88 anos de idade, também era conhecido como Élio de Galeno.
5
FIGURA 4 – CLÁUDIO GALENO
Ele foi considerado como um dos médicos com maior aptidão durante todo
o período romano, apresentando uma grande influência na ciência médica ocidental
por mais de 1000 anos. Todas as suas pesquisas foram executadas com macacos,
visto que durante a época em que ele viveu, a prática da dissecação em humanos era
proibida. Foi pioneiro na realização da vivissecção e com o experimento nos animais
(STULP; MANSUR, 2019).
IMPORTANTE
Ele foi o primeiro a apresentar que o movimento humano era consequente
da contração muscular de todos os músculos agonistas e antagonistas.
Este é um ponto muito importante, visto que tal conceito ainda é válido
até os dias atuais.
5 LEONARDO DA VINCI
Leonardo da Vinci nasceu em 1452 e faleceu em 1519, aos 67 anos de idade.
Ele foi um importante polímata da sua época. Durante toda a sua vida, teve grande
destaque em pesquisas de várias áreas do conhecimento, como anatomia, arquitetura,
botânica, ciência, escultura, engenharia, invenção, matemática, música, pintura e
poesia (KICKHÖFEL, 2011).
6
FIGURA 5 – LEONARDO DA VINCI
NOTA
Polímata é um indivíduo que possui uma curiosidade infinita, portanto, um
indivíduo excepcional. Ele estuda e conhece muitas ciências, ao mesmo
tempo, ou seja, seu conhecimento não está restrito em uma única área.
Outros importantes exemplos de polímatas, além de Leonardo da Vinci,
foram Isaac Newton, William Shakespeare, Albert Einstein, entre outros.
6 GALILEU GALILEI
Galileu foi um astrônomo, filósofo, físico e matemático muito importante, nasceu
em 1564 a.C e faleceu em 1642 a.C, aos 78 anos de idade.
7
FIGURA 6 – GALILEU GALILEI
8
INTERESSANTE
Borrelli é considerado o pai da biomecânica devido aos seus estudos
sobre a locomoção humana e a contração muscula
8 ISAAC NEWTON
Isaac Newton foi um importante alquimista, astrônomo, cientista, filósofo, físico
e matemático, ele nasceu em 1643 e faleceu em 1727, aos 84 anos de idade. Apresentou
todas as bases da dinâmica moderna, criando as leis da inércia, do movimento e da
interação (MARTINS; SILVA, 2015).
9
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• Leonardo da Vinci foi um grande polimata destacando-se ao longo de toda a sua vida
no estudo de várias áreas do conhecimemto como a anatomia, arquitetura, botânica,
ciência, escultura, engenharia, invenção, matemática, música, pintura e poesia.
• Issac Newton expôs todas as bases da dinâmica moderna, criando as leis da inércia,
movimento e da interação.
10
AUTOATIVIDADE
1 Existem vários indivíduos que se destacaram ao longo de toda a história do estudo
do movimento humano. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta quem é
considerado o pai da biomecânica:
a) ( ) Isaac Newton.
b) ( ) Leonardo da Vinci
c) ( ) Cláudio Galeno.
d) ( ) Giovanni Alfonso Borrelli.
I- Aristóteles.
II- Arquimedes de Siracusa.
III- Cláudio Galeno.
IV- Leonardo da Vinci.
V- Galileu Galilei.
a) ( ) I – e; II – c; III – d; IV – b; V – a.
b) ( ) I – b; II – d; III – a; IV – c; V – e.
c) ( ) I – a; II – d; III – e; IV – c; V – b.
d) ( ) I – d; II – b; III – c; IV – a; V – e.
11
3 Durante toda a sua vida ele escreveu vários livros sobre a biologia, drama, economia,
ética, física, linguística, lógica, metafísica, música, poesia, retórica e zoologia, devido
as suas grandes contribuições ele é considerado até os dias atuais como o pai da
cinesioterapia. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta quem é considerado o
pai da cinesioterapia:
a) ( ) Arquimedes de Siracusa.
b) ( ) Giovanni Alfonso Borrelli.
c) ( ) Aristóteles.
d) ( ) Galileu Galilei.
12
UNIDADE 1 TÓPICO 2 -
ANAMNESE COMPLETA
1 INTRODUÇÃO
A anamnese é um diagnóstico complementar ao exame físico. Durante a
realização da anamnese, deve ser realizado uma avaliação dos seguintes sistemas:
• cardiorrespiratório;
• neuromuscular;
• musculoesquelético;
• tegumentar;
• outros sistemas.
Bons estudos!
FONTE: O autor
2.1 EXAME
O exame corresponde ao mecanismo referente à coleta de toda a história do
paciente. Nessa ocasião deve ser realizado, por exemplo, um levantamento de todos os
sistemas, procurando avaliar a presença de regiões com dores, limitação de movimento
através da realização de vários testes específicos para permitir um excelente diagnóstico
(SILVA; CAMPOS, 2006).
13
FIGURA 10 – EXAME
• alterações na memória;
• angina;
• crises de dispneia;
• incontinência urinária;
• perda da audição;
• perda da visão;
• quedas;
• tonturas.
2.2 AVALIAÇÃO
A avaliação é executada através da utilização de todos os dados que foram
reunidos durante o exame, sempre deve ser levado em consideração todas as
patologias que podem estar presentes, além da existência das limitações funcionais e
as deficiências que estão presentes (VOIGHT et al., 2014).
Durante esse processo podem aparecer problemas que podem não estar
diretamente envolvidos com a área de atuação, sendo necessário, muitas vezes, o
encaminhamento para os outros profissionais da área da saúde.
14
Durante a avaliação inicial, nem sempre toda história clínica é atingida por
completo, sendo necessário, portanto, a coleta de informações, nas sessões seguintes,
fundamentais para o sucesso do tratamento. Para isso, o profissional deve estar atento
a todos os detalhes (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2016).
2.3 DIAGNÓSTICO
Essa etapa está relacionada ao processo em que o resultado final está envolvido
à somatória de todos os dados que foram atingidos durante o exame e a avaliação,
sendo baseado em todos os sinais e sintomas (VOIGHT et al., 2014).
NOTA
A maioria dos diagnósticos musculoesqueléticos estão relacionados
com um certo comprometimento ou uma limitação funcional, que está
diretamente relacionada ao movimento.
Para facilitar a sua conduta, o profissional pode realizar uma organização através
de grupos ou regiões, síndromes ou categorias para possibilitar um auxílio quanto ao
diagnóstico e, posteriormente, para que possa fazer a determinação do prognóstico.
FIGURA 11 – DIAGNÓSTICO
15
2.4 PROGNÓSTICO
Ao longo do prognóstico, é determinado qual o nível de melhora que pode ser
atingido por meio do programa de exercícios, e qual é o tempo necessário para que
esses objetivos possam ser alcançados.
2.5 INTERVENÇÃO
A intervenção corresponde ao momento em que existe uma interação entre o
profissional e o paciente, além de toda a equipe multiprofissional, sendo considerada
fundamental para o sucesso de toda a intervenção.
Por meio dos vários métodos e técnicas utilizados, existem grandes modificações
em todos os sistemas do paciente, devido às interações realizadas, que dependem
diretamente do monitoramento de todas as respostas do paciente com relação às
metas que foram estabelecidas inicialmente (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2016).
FIGURA 12 – INTERVENÇÃO
• Exercícios ativos;
• Exercícios passivos;
• Exercícios ativos assistidos;
• Exercícios contra-resistência;
• Exercícios isométricos;
16
• Alongamentos;
• Relaxamento muscular;
• Descarga de peso gradual;
• Exercícios ativos para motricidade fina.
17
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• O exame está relacionado ao processo que envolve a coleta de toda a história do paciente.
• A avaliação é realizada por meio da utilização de todos os dados que foram obtidos
durante o exame, neste momento, deve ser levado em consideração todas as
patologias que podem estar presentes.
• O prognóstico determina o nível de melhora que pode ser atingido através do programa
de exercícios e o tempo necessário para que estes objetivos sejam alcançados.
18
AUTOATIVIDADE
1 As cinco etapas que fazem parte da anamnese completa são: o exame, a avaliação,
o diagnóstico, o prognóstico e a intervenção. Assinale a alternativa que apresenta a
correlação das etapas da anamnese completa com os seus respectivos significados.
I- Exame.
II- Avaliação.
III- Diagnóstico.
IV- Prognóstico.
V- Intervenção.
a) ( ) I – e; II – c; III – a; IV – b; V – d.
b) ( ) I – c; II – e; III – a; IV – b; V – d.
c) ( ) I – b; II – d; III – a; IV – c; V – e.
d) ( ) I – a; II – d; III – b; IV – c; V – e.
a) ( ) Avaliação.
b) ( ) Intervenção.
c) ( ) Diagnóstico.
d) ( ) Exame.
19
3 A intervenção é a etapa onde existe a interação entre o profissional e o paciente, além
de toda a equipe multiprofissional. Com relação às principais questões que precisam
ser levadas em consideração durante a intervenção, classifique V para as sentenças
verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – V – V – V – V – F.
b) ( ) F – V – V – V – V – V.
c) ( ) V – F – V – V – F – V.
d) ( ) V – V – V – F – F – V.
20
UNIDADE 1 TÓPICO 3 -
DEFINIÇÃO E UTILIZAÇÃO DA
CINESIOTERAPIA
1 INTRODUÇÃO
A cinesioterapia é a terapia do movimento e se dedica à prevenção e à
recuperação de lesões osteoraticulares e musculoesqueléticas.
Vamos lá?
2 DEFINIÇÃO E UTILIZAÇÃO
A cinesioterapia auxilia no tratamento de todo os pacientes, possibilitando que
ocorra a prevenção, o tratamento e a reabilitação para todos os pacientes de forma
muito eficiente.
FONTE: O autor
21
• força;
• resistência à fadiga;
• mobilidade;
• flexibilidade;
• relaxamento;
• coordenação motora.
ATENÇÃO
O exercício terapêutico pode ser caracterizado como um treinamento que
é realizado sempre de forma planejada e sistemática, através da utilização
de todos os movimentos corporais, posturas ou atividades físicas.
IMPORTANTE
O principal objetivo é atender a todas as necessidades de cada
paciente, respeitando, portanto, todas as suas limitações e as suas
deficiências, trazendo como consequência a melhora da sua função,
além da prevenção quanto às possíveis incapacidades.
22
2.1 FUNÇÃO
A função corresponde às habilidades que cada indivíduo possui, estando
diretamente relacionado a sua atuação, em várias áreas, entre elas:
• casa;
• trabalho;
• comunidade;
• atividades de lazer e recreação.
Equilíbrio
Coordenação
Flexibilidade
Mobilidade
Desempenho muscular
Controle neuromuscular
Estabilidade
FONTE: O autor
2.2 EQUILÍBRIO
O equilíbrio é a capacidade de alinhamento de todos os segmentos corporais
contra a ação da gravidade, tem o objetivo de manter ou mover o corpo (centro de
massa) dentro da base de apoio disponível.
23
FIGURA 16 – EQUILÍBRIO
2.3 COORDENAÇÃO
A coordenação está diretamente relacionada à regularidade e à sequência
correta de todos os disparos musculares, implicados à intensidade necessária para a
contração muscular que possibilita o início, a condução e a graduação de forma mais
efetiva de todo o movimento.
2.4 FLEXIBILIDADE
A flexibilidade está relacionada ao movimento de forma livre, sem a presença
de restrição, estando diretamente envolvida com a amplitude do movimento de uma
articulação ou um conjunto de articuações.
24
FIGURA 17 – FLEXIBILIDADE
Nos casos em que existe a falta de flexibilidade, ocorre uma limitação da velocidade
máxima para a realização do movimento, além da sua aprendizagem, provocando, nesse
caso, um maior gasto energético e uma maior chance de entrar em fadiga.
25
Com o passar da idade também existe uma variação, estando estável até os 10
anos de idade, sendo que, ao ingressar na puberdade, já pode ser observado uma certa
redução, principamente para os indivíduos que não realizam nenhum tipo de treinamento.
• flexibilidade ativa;
• flexibilidade passiva;
• flexibilidade estática;
• flexibilidade dinâmica (SILVA; CAMPOS, 2006).
2.5 MOBILIDADE
A mobilidade está relacionada à capacidade das estruturas ou dos segmentos
do corpo humano se moverem ou serem movidos de uma forma que possa ocorrer uma
amplitude de movimento mais adequada.
26
2.6 DESEMPENHO MUSCULAR
Desempenho muscular é conceituado como um conjunto de parâmetros que
caracterizam a função muscular em diferentes tipos de contrações musculares (DVIR,
2002). Estes parâmetros são representados por medidas objetivas, as quais são obtidas
com o uso de equipamentos especializados para a sua mensuração. Os protocolos
de teste para avaliar o desempenho muscular comumente enfatizam o máximo
desempenho possível pelo indivíduo, o que permite a comparação entre diferentes
grupos populacionais e entre diferentes momentos do mesmo indivíduo (como pré e
pós-intervenções) (KARATAS et al., 2004; TANAKA et al., 1998).
2.8 ESTABILIDADE
A estabilidade está relacionada à capacidade do sistema neuromuscular de
manter o segmento corporal proximal ou distal, por meio de uma posição estacionária
ou por meio do controle, através de uma base estável durante todo o movimento por
meio de ações musculares sinérgicas.
27
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
28
AUTOATIVIDADE
1 A habilidade relacionada à atuação do indivíduo nas atividades realizadas em casa,
trabalho, comunidade ou em todas as atividades de lazer e recreação, estão relacionadas
com a função física, psicológica e social. Sobre a correlação da função física com os
seus respectivos significados, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Equilíbrio.
II- Coordenação.
III- Flexibilidade.
IV- Mobilidade.
V- Desempenho muscular.
VI- Estabilidade.
a) ( ) I – d; II – f; III – c; IV – b; V – e; VI – a.
b) ( ) I – f; II – b; III – e; IV – d; V – a; VI – c.
c) ( ) I – e; II – a; III – d; IV – c; V – f; VI – b.
d) ( ) I – b; II – d; III – f; IV – a; V – e; VI – c.
2 Existem vários tipos de flexibilidade, entre eles, a flexibilidade ativa, a flexibilidade passiva,
a flexibilidade estática e a flexibilidade dinâmica. Assinale a alternativa CORRETA que
apresenta o significado de flexibilidade estática:
29
3 Existem dois tipos de equilíbrio, o estático e o dinâmico. Assinale a alternativa
CORRETA que apresenta o objetivo do equilíbrio:
30
UNIDADE 1 TÓPICO 4 -
AMPLITUDE DE MOVIMENTO, MOBILIDADE
E ALONGAMENTO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, você estudará, em detalhes, os tipos de exercícios de amplitude de
movimento (amplitude de movimento passivo, amplitude de movimento ativo e amplitude
de movimento ativo assistido), indicações dos movimentos, metas da amplitude movimento
passivo, limitações do movimento passivo, indicações da amplitude de movimento ativo
e ativo assistido, metas da amplitude de movimento ativo, benefícios fisiológicos da
contração muscular ativa, mobilidade, hipomobilidade, alongamento (seletivo, excesso e
hipermobilidade, manual ou mecânico e autoalongamento), principais indicações para a
utilização do alongamento, contraindicações para o alongamento e contraturas (miostática,
pseudomiostática, artrogênica e periarticular e fibrótica e contratura irreversível).
31
Para que o paciente consiga realizar o movimento necessário em uma atividade
muito complexa, ocorre o envolvimento de vários músculos que estão relacionados a
esse movimento, sendo controlados por meio do sistema nervoso central.
• músculos;
• superfícies articulares;
• cápsulas;
• ligamentos;
• fáscias;
• vasos;
• nervos.
• flexão;
• extensão;
• abdução;
• adução;
• rotação.
32
FIGURA 19 – AVALIAÇÃO DA AMPLITUDE MUSCULAR ATRAVÉS DO GONIÔMETRO
• doenças sistêmicas;
• doenças articulares;
• doenças neurológicas;
• doenças musculares;
• traumas;
• inatividade ou imobilização.
33
FIGURA 20 – TIPOS DE MOVIMENTOS DE AMPLITUDE DO MOVIMENTO
FONTE: O autor
34
2.1.3 Amplitude de movimento ativo assistido
A amplitude de movimento ativo assistido corresponde a uma forma de
exercício físico, em que existe uma força externa manual ou mecânica, concedendo
uma assistência com relação aos músculos mobilizadores primários, precisando de um
auxílio para completar o movimento (FLOYD, 2011).
Já o movimento ativo não é indicado nesse caso, visto que pode levar a uma
piora do quadro, em função da cicatrização ou da dor. Nessa situação, o movimento
pode atrapalhar o processo de cicatrização.
• Período de duração de uma inflamação posterior a uma cirurgia com duração de dois
a seis dias.
• O paciente não consegue realizar a movimentação de forma ativa de um segmento
do corpo.
• degeneração da cartilagem;
• formação de aderências;
• contraturas;
• má circulação.
35
• manutenção da mobilidade da articulação e do tecido conjuntivo;
• redução dos efeitos da formação das contraturas;
• manutenção da elasticidade mecânica do músculo;
• auxílio à circulação e à dinâmica vascular;
• auxilílio ao movimento sinovial relacionado com a nutrição da cartilagem e a difusão
dos materiais que estão no interior da articulação;
• redução ou inibição da dor;
• auxílio no processo de cicatrização posteriormente uma cirurgia ou lesão;
• auxílio na manutenção do paciente quanto à percepção dos movimentos.
36
para, no futuro, ser trabalhada a deambulação (SILVA; CAMPOS, 2006).
Existe uma limitação quanto à amplitude de movimento ativo no caso dos músculos
que já estavam fortalecidos, visto que eles não aumentam a força, ao mesmo tempo que
também não desenvolvem uma maior habilidade ou coordenação (GUYTON, 2017).
3 MOBILIDADE
A mobilidade é definida como a habilidade que um indivíduo possui para o inicío,
controle ou manutenção dos movimentos ativos do corpo humano para que possa
realizar todas as atividades simples e complexas (TORTORA, 2011).
37
• articulações;
• músculos;
• tendões;
• fáscias;
• cápsulas articulares;
• ligamentos;
• nervos;
• vasos sanguíneos;
• pele.
3.2 HIPOMOBILIDADE
A pequena mobilidade é chamada de hipomobilidade, sendo a sua causa o
encurtamento de forma adaptativa de todos os tecidos moles, consequente de vários
distúrbios, entre eles:
38
4 ALONGAMENTO
O alongamento é definido como qualquer manobra que possui a finalidade
de aumentar a extensibilidade dos tecidos moles, atuando de forma positiva quanto
à flexibilidade e à amplitude de movimento, existindo, portanto, uma elevação
quanto ao tamanho das estruturas que vão se adaptar, encurtando e se tornando
hipomóveis com o tempo.
FIGURA 22 – ALONGAMENTO
39
A realização da hipermobilidade seletiva por meio da execução de alongamentos
acima do limite normal, em alguns casos, é necessária para os indivíduos que são
considerados saudáveis, mas que apresentam a força e a estabilidade normal e que
são praticantes de esportes, sendo necessário, nesse caso, uma maior flexibilidade
(KISNER; COLBY, 2009).
ATENÇÃO
O alongamento excessivo não é indicado na maioria dos casos, uma
vez que vai provocar uma certa instabilidade articular nas estruturas de
suporte da articulação e da força dos músculos em volta, não sendo,
portanto, suficientes, não conseguindo manter uma posição mais estável
e funcional durante a realização de todas as atividades.
Autoalongamento
FONTE: O autor
40
4.4 AUTOALONGAMENTO
O autoalongamento é o exercício realizado de forma mais livre, ou seja, são os
alongamentos executados de forma independente pelo paciente, após a supervisão do
terapeuta (SILVA; CAMPOS, 2006).
FIGURA 24 – AUTOALONGAMENTO
• Quando a amplitude de movimento está limitada devido aos tecidos moles ter perdido a sua
extensibidadade, em decorrência da existência de aderências, contraturas e a constituição do
tecido cicatricial, acarretando uma diminuição de todas as atividades, provocando limitações
funcionais ou limitações quanto a sua participação ou incapacidades.
• Limitações quando à mobilidade acarreta em deformidades estruturais, que poderiam
ser evitadas de outra forma.
• Encurtamento ou fraqueza muscular do tecido provocam uma diminuição na amplitude
de movimento.
• Utilização de um programa de preparação física ou um programa de condicionamento
físico, tendo como objetivo a prevenção ou a redução das lesões musculoesqueléticas.
• Pode, também, ser utilizado os exercícios mais vigorosos tanto antes como depois,
tendo como objetivo a redução da dor muscular após a realização do exercício físico.
41
4.6 CONTRAINDICAÇÕES PARA O ALONGAMENTO
Para Tortora (2011), as principais contraindicações quanto ao alongamento são:
5 CONTRATURAS
As contraturas têm como definição um encurtamento adaptativo da unidade
muscular e dos tendões, como também dos outros tecidos moles que vão executar
o cruzamento ou envolver uma articulação, causando uma resistência de forma
significativa com relação ao alongamento passivo ou ativo, além da limitação da
amplitude do movimento, o que acaba comprometendo as habilidades funcionais.
A redução ou restrição dos movimentos pode ser classificada desde leve até chegar
ao ponto de contraturas, consideradas como irreversíveis (GUYTON, 2017).
42
5.1 TIPOS DE CONTRATURAS
As contraturas são descritas por meio das alterações patológicas que estão
presentes nos diferentes tipos de tecidos moles que estão envolvidos, sendo eles
(Figura 26):
Contratura miostática
Contratura pseudomiostática
FONTE: O autor
Essas contraturas já podem ser resolvidas por meio de um período de tempo reduzido,
através da utilização de exercícios de alongamento. As contraturas são descritas por meio das
alterações patológicas que estão presentes nos diferentes tipos de tecidos moles que estão
envolvidos (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2016):
43
Ao serem utilizados os procedimentos de inibição com o propósito de promover
uma diminuição temporária da tensão muscular, é indicado a realização do alongamento
passivo completo (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2016).
• aderências;
• proliferação sinovial;
• edema articular;
• irregularidades na cartilagem articular;
• desenvolvimento dos osteófitos.
A permanente perda da extensibilidade dos tecidos moles não pode ser revertida
por meio dos tratamentos conservadores, nesses casos, o tecido muscular e o tecido
conjuntivo foram modificados devido às enormes quantidades de aderências fibróticas
e de tecido cicatricial (SILVA; CAMPOS, 2006).
44
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu:
• A amplitude de movimento passivo deve ser utilizada nos locais onde estão presentes
os tecidos com inflamação aguda, não sendo indicado, neste caso, o movimento ativo.
• Existem várias metas para amplitude de movimento passivo, entre elas a manutenção
da mobilidade da articulação e do tecido conjuntivo.
45
AUTOATIVIDADE
1 O exercício terapêutico é caracterizado como um treinamento realizado sempre
de forma planejada e sistemática, através da utilização de todos os movimentos
corporais, posturas ou atividades físicas. Com relação aos objetivos dos exercícios
terapêuticos, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) V – V – V – V.
c) ( ) V – F – V – V.
d) ( ) F – V – V – F.
a) É uma forma de exercício onde existe uma força esterna manual ou mecânica que
proporciona uma assistência com relação aos músculos mobilizadores primários.
b) Corresponde ao movimento de um segmento dentro da amplitude de movimento
livre, produzido por meio da contração ativa dos músculos envolvidos no movimento.
c) Corresponde ao movimento de um segmento dentro da amplitude de movimento
livre, sendo realizado por uma força externa.
a) ( ) I – c; II – b; III – a.
b) ( ) I – c; II – a; III – b.
c) ( ) I – a; II – b; III – c.
d) ( ) I – b; II – a; III – c.
46
3 Existem vários benefícios que são considerados como fisiológicos referentes a prática
da contração muscular ativa. Com relação aos benefícios fisiológicos referentes a
prática da contração muscular ativa, classifique V para as sentenças verdadeiras e F
para as falsas:
a) ( ) V – V – F – V – V.
b) ( ) V – V – V – V – V.
c) ( ) V – F – V – V – V.
d) ( ) F – V – V – F – F.
47
48
UNIDADE 1 TÓPICO 5 -
GONIOMETRIA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, sobre a amplitude de movimento, alongamento e contraturas,
estudaremos, em detalhes, vários conteúdos muito importantes, entre eles: a introdução
à amplitude de movimento, os tipos de exercícios de amplitude de movimento (amplitude
de movimento passivo, amplitude de movimento ativo e a amplitude de movimento
ativo assistido), indicações dos movimentos, metas da amplitude de movimento
passivo, limitações do movimento passivo, indicações da amplitude de movimento ativo
e ativo assistido, metas da amplitude de movimento ativo, benefícios fisiológicos da
contração muscular ativa, mobilidade e as contraturas (contratura miostática, contratura
pseudomiostática, contratura artrogênica e periarticular e a contratura fibrótica e
contratura irreversível).
Bons estudos!
2 APARELHO GONIÔMETRO
Entre os métodos que podem ser utilizados durante o exame físico é a
goniometria. Através desta técnica é quantificado toda a amplitude de movimento
articular por meio de graus (MARQUES, 2014).
FIGURA 27 – GONIÔMETRO
49
O aparelho goniômetro, também conhecido como goniômetro universal, é
constituído por um círculo completo de 0° a 360° ou meio círculo de 0° a 180°, a maioria
dos aparelhos são de plásticos ou de metal.
Nesse aparelho, existem dois braços, sendo um deles fixo e o outro é móvel, o
móvel vai seguir todo o arco de movimento da articulação que está sendo examinada. O
goniômetro possui inúmeras vantagens, entre elas:
• baixo custo;
• fácil utilização;
• medidas fidedignas.
ATENÇÃO
O eletrogoniômetro possui uma desvantangem em comparação ao
goniômetro universal, visto que é menos preciso, além de ser mais difícil
a sua colocação no paciente e do custo ser mais alto.
50
bom ainhamento corporal, visto que qualquer tipo de compensação prejudica quanto
aos resultados.
• A medida de amplitude de movimento deve ser comparativa, devendo sempre
realizar o registro do arco do movimento em ambos os lados, ou seja, do lado que
está acometido e do lado que não está acometido, para que se possa saber quais são
as diferenças entre os valores normais e patológicos no indivíduo.
• Deve-se evitar muitas mudanças de posição no paciente, para isso, o que deve ser
realizado é fazer todas as medidas em cada um dos decúbitos, podendo, por exemplo,
iniciar no decúbito dorsal, posteriormente para o decúbito ventral, posição sentada e
em pé (MARQUES, 2014).
Ombro
Cotovelo
Radioulnar
Punho
FONTE: O autor
O braço fixo do goniômetro deve estar ao longo da linha axilar média, dire-
cionando para o tubérculo maior do fêmur. Já o braço móvel deve estar inserido na
superfície lateral do úmero, na direção do epicôndilo lateral. Quanto ao eixo, este deve
estar perto do acrômio.
51
A extensão do ombro varia de 0° a 45°, a palma da mão deve estar direcionada
medialmente, estando paralela ao plano sagital e braço para trás. Para a avaliação, a melhor
posição é sentado, em pé ou em decúbito ventral, deixando o braço ao longo do corpo.
O braço fixo do goniômetro deve estar inserido ao longo da linha axiliar média,
direcionado para o tubérculo maior do úmero (VOIGHT et al., 2014). Já o braço móvel
deve estar inserido sobre a face lateral do úmero, direcionado para o epicôndilo lateral.
Quanto ao eixo, este deve estar sobre o eixo látero lateral da articulação glenoumeral
perto do acrômio.
O braço fixo do goniômetro deve estar sobre a linha axilar posterior. Já o braço
móvel deve estar situado sobre a face posterior do braço do paciente, em direção à
região dorsal da mão. Quanto ao eixo do movimento, este deve estar perto do acrômio,
mas não se deve ajustar o goniômetro para que coincida o eixo sobre o ponto anatômico
(VOIGHT et al., 2014).
A rotação externa do ombro varia de 0° a 90°. Quanto à posição ideal, ela deve ser
em decúbito dorsal e o ombro deve estar em uma abdução de 90°, estando o cotovelo
também em flexão a 90° e o antebraço na poisção neutra.
O braço fixo do goniômetro deve estar paralelo ao solo. Já o braço móvel deve
estar sobre a região posterior do antebraço, em direção ao terceiro dedo da mão. Quanto
ao eixo, este deve estar no olécrano (VOIGHT et al., 2014).
52
2.2.2 Articulação do cotovelo
Com relação à articulação do cotovelo, os movimentos avaliados são de flexão
e extensão.
O braço fixo do goniômetro deve estar sobre a face medial da ulna. Já o braço
móvel deve estar sobre a superfície medial do quinto metacarpo. Quanto ao eixo, este
deve estar na superfície medial do punho (SILVA; CAMPOS, 2006).
53
O movimento de extensão da articulação do punho varia de 0° a 70°, sendo que
a posição ideal deve ser em pé ou sentado, com o antebraço em pronação e o cotovelo
fletido por volta de 90°.
O braço fixo do goniômetro deve estar sobre a face medial da ulna. Já o braço
móvel deve estar sobre a superfície medial do quinto metacarpo. Quanto ao eixo, este
deve estar na superfície medial do punho.
54
2.3 ARTICULAÇÕES DO MEMBRO INFERIOR
Agora, abordaremos os movimentos de cada uma das articulações que fazem
parte do membro inferior.
FONTE: O autor
55
O movimento de adução da articulação do quadril varia de 0° a 30°, sendo que
a posição ideal deve ser em decúbito dorsal.
O braço fixo do goniômetro deve estar inserido na linha traçada entre as espinhas
ilíacas ântero superiores ou no mesmo nível. Já o braço móvel deve estar situado na
face anterior da coxa, ao longo da diáfise do fêmur. Quanto ao eixo, este deve estar
próximo na altura do trocânter maior do fêmur.
Já o braço móvel deve estar de forma paralela e sobre a linha média anterior da tíbia.
Quanto ao eixo este deve estar na face anterior da patela (SILVA; CAMPOS, 2006).
56
O movimento de dorsiflexão da articulação do tornozelo varia de 0° a 20°, sendo
que a posição ideal deve ser sentado ou em decúbito dorsal ou ventral, os joelhos em
flexão a 30° e com o pé na posição neutra.
O braço fixo do goniômetro deve estar paralelo à face lateral da fíbula. Já o braço
móvel deve estar situado paralelo à face lateral do quinto metatarso. Quanto ao eixo, este
deve estar sobre a articulação do tornozelo com o maléolo lateral (MARQUES, 2014).
• flexão e extensão;
• inclinação lateral a esquerda;
• inclinação lateral a direita;
• rotação axial.
57
Todas as amplitudes possuem vários movimentos que são considerados
essenciais, mas são deficientes em cada nível da coluna vertebral, sendo fundamentais
quanto à função do número das articulações vertebrais.
Flexão 0° a 180°
Extensão 0° a 45°
Adução horizontal 0° a 40°
OMBRO
Abdução 0° a 180°
Rotação externa 0° a 90°
Rotação interna 0° a 70°
COTOVELO Flexão 0° a 145°
Pronação 0° a 80°
RADIOULNAR
Supinação 0° a 90°
Flexão 0° a 90°
Extensão 0° a 70°
PUNHO
Desvio ulnar 0° a 45°
Desvio radial 0° a 20°
58
Flexão 0° a 15°
CARPOMETACÁRPICA DO
Extensão 0° a 70°
POLEGAR
Abdução 0° a 70°
Flexão 0° a 90°
Extensão 0° a 30°
METACARPOFALANGIANAS
Abdução 0° a 20°
Adução 0° a 20°
Flexão 0° a 110°
INTERFALANGIANAS
Extensão 0° a 10°
Flexão 0° a 125°
Extensão 0° a 10°
Abdução 0° a 45°
QUADRIL
Abdução 0° a 30°
Rotação externa 0° a 45°
Rotação interna 0° a 30°
JOELHO Flexão 0° a 140°
Flexão plantar 0° a 40°
Dorsiflexão 0° a 20°
TORNOZELO
Eversão 0° a 20°
Inversão 0° a 40°
Flexão - 1° dedo 0° a 45°
Flexão - 2° ao 5° dedo 0° a 40°
METATARSOFALANGIANAS
Extensão - 1° dedo 0° a 90°
Extensão - 2° ao 5° dedo 0° a 45°
Flexão 0° a 15°
INTERFALANGIANAS Extensão 0° a 70°
Abdução 0° a 70°
Flexão 0° a 45°
Extensão 0° a 40°
METACARPOFALANGIANAS
Abdução 0° a 90°
Adução 0° a 45°
Flexão (I)- 1° dedo 0° a 90°
INTERFALANGIANAS (IP) - 2° ao 5° dedo 0° a 35°
(ID) - 2° ao 5° dedo 0° a 60°
59
QUADRO 3 – AMPLITUDE DE MOVIMENTO DAS ARTICULAÇÕES DA COLUNA VERTEBRAL
60
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu:
61
AUTOATIVIDADE
1 Marcelo é um estudante de fisioterapia e, durante a sua aula de cinesioterapia dessa
semana, estudou a utilização do goniômetro. Esse importante aparelho é formado por um
círculo completo de 0° a 360°, a maioria dos equipamentos são de plásticos ou de metal.
Assinale a alternativa CORRETA que apresenta a variação em graus do movimento de
flexão na articulação do ombro:
a) ( ) 0° a 120°.
b) ( ) 0° a 150°.
c) ( ) 0° a 140°.
d) ( ) 0° a 180°.
a) ( ) 0° a 145°.
b) ( ) 0° a 115°.
c) ( ) 0° a 135°.
d) ( ) 0° a 125°.
a) ( ) 0° a 20°.
b) ( ) 0° a 10°.
c) ( ) 0° a 35°.
d) ( ) 0° a 25°.
62
UNIDADE 1 TÓPICO 6 -
MOBILIZAÇÃO ARTICULAR
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, abordaremos, em detalhes, o que é a mobilização articular. Você
observará, por meio de todos os conteúdos estudados, como estas informações serão
primordiais para a sua formação.
Vamos lá?
63
• massagem transversa;
• liberação miofascial;
• acupressão;
• terapia através de pontos gatilho;
• entre outras técnicas muito importantes.
• É uma técnica de massagem que tem por justificativa mobilizar a pele e o tecido
subcutâneo sobre o músculo ou outras estruturas profundas.
Acupressão
Todas essas técnicas são indicadas para a melhoria da mobilidade dos tecidos,
por meio da utilização da mobilização e manipulação dos tecidos conjuntivos, que vão
se ligar aos tecidos moles (KISNER; COLBY, 2009).
NOTA
A mecânica articular é modificada devido à dor, sendo considerada
um mecanismo de defesa muscular, derrame articular, contraturas ou
aderências nas cápsulas articulares ou ligamentos de suporte, ou ainda,
o desalinhamento das superfícies ósseas.
64
RESUMO DO TÓPICO 6
Neste tópico, você aprendeu:
65
AUTOATIVIDADE
1 A mobilização articular também é conhecida como manipulação, estando relacionada
às técnicas de terapia manual. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o
objetivo da mobilização articular:
66
UNIDADE 1 TÓPICO 7 -
DOR
1 INTRODUÇÃO
FIGURA 32 – DOR
67
2 RECEPTORES DA DOR
Existem receptores de dor tanto na pele como em outros tecidos, formando as
terminações nervosas livres. Sua distribuição ocorre de forma difusa nas camadas mais
superficiais da pele, tecidos internos, como:
• periósteo;
• paredes das artérias;
• superfícies articulares;
• foice da abóboda craniana.
Já os outros tecidos existentes não são supridos por uma grande quantidade de
terminações nervosas da dor (SILVA; CAMPOS, 2006). Existem vários tipos de estímulos
que podem provocar a dor, entre eles:
• mecânicos;
• térmicos;
• químicos.
3 CLASSIFICAÇÃO DA DOR
A dor é classificada de acordo com o período de duração, sendo que em um dos
tipos, ela aparece posterior a 0,1 segundo do estímulo doloroso, enquanto que no outro
tipo a dor só está presente após 1 segundo ou mais, durante minutos, horas ou até dias
(GUYTON, 2017). Os dois tipos existentes de dor são: aguda e crônica.
Aguda Crônica
FONTE: O autor
68
O microtrauma está relacionado a um problema musculoesquelético que pode
ser de longa duração ou, ainda, recidivante. Os exemplos são a lesão em função do
excesso de utilização, mais conhecido como overuse, nesse caso, a capacidade de
repetição excede à capacidade de reparação; e a modelagem do tecido, em função de
todas as cargas impostas.
• distúrbios do sono;
• sintomas que podem levar à depressão;
• alterações no apetite;
• alterações quanto à socialização;
• redução de todas as atividades.
4 TIPOS DE DORES
Há dois tipos de dores: a dor referida e a dor irradiada. É fundamental que o tipo
de dor seja sempre descoberto, para que se possa escolher qual o melhor tratamento a
ser utilizado (SILVA; CAMPOS, 2006).
69
4.2 DOR IRRADIADA
Na dor irradiada existe um envolvimento do nervo ou da raiz nervosa espinhal,
localizada no trajeto neural em conjunto com as terminações nervosas:
• dermátomo;
• miótomo;
• esclerótomo.
Um exemplo desse tipo de dor é a que está relacionada aos pacientes que têm
hérnia discal. O disco intervertebral, nesse caso, é deslocado, comprimindo todas as
estruturas nervosas vizinhas, provocando um quadro de dor em função do nível medular
(SILVA; CAMPOS, 2006).
5 TRATAMENTO DA DOR
Existem vários tipos de fibras nervosas que estão envolvidos com diversos tipos
de estímulos sensitivos para o corno posterior da medula.
Os estímulos sensitivos dolorosos são transmitidos por meio das fibras C finas
não mielinizadas, possuindo uma condução lenta, e também pelas fibras A delta finas
mielinizadas. Já os estímulos sensitivos não dolorosos, como o tato e a propriocepção,
são propagados por meio das fibras rápidas (A – alfa e A – beta) compactas e mielinizadas.
70
Portanto, perante um estímulo doloroso, as fibras abrem as comportas por meio
da inibição da modulação realizada pelas células da substância gelatinosa, possibilitando
que o impulso atinja as células T e, posteriormente, o cérebro.
6 AVALIAÇÃO DA DOR
Existem vários dispositivos que auxiliam o terapeuta na determinação e na
monitorização da dor que o paciente se encontra, entre elas, a escala analógica visual
(EAV) e a escala verbal (EV), estabelecendo a sua intensidade (SILVA; CAMPOS, 2006).
71
7 ESCALAS DA DOR
A escala analógica visual e a escala verbal empregam a intensidade para
estabelecer a dor, variando de zero a dez, em que zero corresponde à ausência de dor e
dez significa dor máxima.
IMPORTANTE
A escala verbal é considerada o método mais simples e compreende
a quantificação da dor pelo paciente, devendo ser inserido no
prontuário e questionado em todas as sessões, para avaliar qual está
sendo a resposta decorrente do tratamento.
Esta escala apresenta uma maior confiança, é importante frisar que as escalas
devem ser utilizadas em conjunto a outras formas de avaliação, por exemplo, a
localização da dor por meio de um diagrama corporal e as descrições subjetivas quanto
a sua qualidade (SILVA; CAMPOS, 2006).
72
Normalmente, nesses casos, a dor diminui consideravelmente ao longo dos
dias, podendo existir uma dor residual durante semanas após a lesão ou a cirurgia, o
que é esperado que uma grande parte seja diminuída e que permaneça apenas um
pequeno desconforto.
Esse tipo de dor aguda pode ser tratado por meio da combinação dos fármacos.
Aliado aos exercícios leves, além da crioterapia, o gelo é mais indicado do que o calor.
É importante que, nesse momento, o exercício atue na prevenção de qualquer tipo de
lesão nas articulações que estão próximas devido à possibilidade de uma compensação
própria de uma postura antálgica (KISNER; COLBY, 2009).
Todo o programa dos exercícios terapêuticos deve ter o foco na causa da dor,
bem como os problemas preventivos secundários que são observados durante toda a
reabilitação (KISNER; COLBY, 2009).
73
LEITURA
COMPLEMENTAR
APLICAÇÃO DA CINESIOTERAPIA LABORAL E AVALIAÇÃO DOS SEUS EFEITOS EM
TRABALHADORES DE UMA EMPRESA DE INFORMÁTICA
Introdução
A relação entre o trabalho e doença pode ser vista em duas direções, tais como:
“o local de trabalho”, que dependendo da maneira que está distribuído e organizado
pode favorecer a doença endêmica e, por outro lado, o próprio “processo de trabalho”,
no qual a doença, quando já instalada, prejudica o desempenho das funções. Essas
duas vias significam que independente da direção, o trabalho pode levar a doença e
consequentemente a doença pode prejudicar o trabalho.
74
em desgaste, perda da capacidade potencial e/ou efetiva do corpo e da mente do
trabalhador em adaptar-se às condições adversas encontradas no ambiente de trabalho.
A manifestação da doença pode ser mais tardia, caso as cargas de trabalho persistam
no processo de desgaste e se a reposição da capacidade biológica e funcional do corpo
do trabalhador não se refaça suficientemente no seu período de folga.
Uma das principais queixas de trabalhadores que fazem uso da postura sentada
em frente ao computador, é a queixa álgica que pode se manifestar principalmente em
membros superiores a coluna cervical. Essa dor é uma percepção sensorial, emocional,
aversiva, desagradável, oposta ao prazer. Pode ser considerada um sintoma, uma
manifestação de doença ou ser associada à lesão tecidual.
75
A partir disso, o presente estudo teve como objetivo investigar os efeitos da
aplicação de um programa de cinesioterapia laboral em trabalhadores durante a sua
jornada de trabalho.
Metodologia
Para o início das avaliações, aplicou-se uma ficha de avaliação (FA) construída
especificamente para o estudo, com base em Mendes e Lemos contendo dados
sociodemográficos, clínicos, ocupacionais e sobre a percepção das condições do
ambiente de trabalho de cada participante. Após foi aplicado o Diagrama de Corlett
(DC) para a localização da dor e escala visual analógica de dor (EVA) de Wewers e
Lowe para quantificar a intensidade. Esses três instrumentos foram aplicados durante
a jornada de trabalho. E no dia subsequente a 20ª sessão de cinesioterapia laboral,
foram reaplicados o DC e a EVA, para comparação dos dados.
76
As condições de realização dos exercícios foram: com a própria roupa de
trabalho ou com alguma outra roupa mais confortável; os alongamentos envolvendo os
membros superiores, membros inferiores e tronco, foram realizados na postura em pé
e sentada, mantidos por 20 segundos; exercícios de fortalecimento foram direcionados
aos membros superiores, executados em pé, com séries de 5 repetições para grupo
muscular. Utilizou-se os seguintes materiais: garradas pet 500 ml com areia em seu
interior e borrachas de garrote para dar resistência. Todos os exercícios foram realizados
com associação da respiração diafragmática.
77
RESUMO DO TÓPICO 7
Neste tópico, você aprendeu:
• Para conhecer de forma aprofundada a dor é necessário saber quais seus receptores,
como pode ser classificada, quais são os tipos de dores e como ela pode ser tratada
e avaliada.
• A dor pode ser avaliada através de vários dispositivos como a escala analógica visual
e a escala verbal.
78
AUTOATIVIDADE
1 Maria é uma senhora de 65 anos e está com uma dor crônica a mais de um ano, a
dor é classificada em dois tipos: aguda e crônica. Assinale a alternativa CORRETA que
apresenta o que significa a dor crônica:
a) ( ) 0 a 5.
b) ( ) 0 a 100.
c) ( ) 0 a 10.
d) ( ) 0 a 20.
3 Existem dois tipos de dores, a dor referida e a dor irradiada. Assinale a alternativa
CORRETA que apresenta o que é a dor irradiada:
79
ANOTAÇÕES
80
UNIDADE 2 —
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de
reforçar o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
81
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 2!
Acesse o
QR Code abaixo:
82
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
CADEIA CINÉTICA NO MEMBRO INFERIOR
1 INTRODUÇÃO
Os termos “cadeia cinética aberta” e “cadeia cinética fechada” vêm sendo muito
usados nos últimos 15 anos pela comunidade da reabilitação. Neste período, muitas
pesquisas têm sido realizadas sobre o tema, a maioria envolvendo os exercícios para
membros inferiores na reabilitação do ligamento cruzado anterior (LCA).
Bons estudos!
FONTE: O autor
83
2.1 AÇÕES MUSCULARES EM CADEIA CINÉTICA
A atividade muscular que existe durante todas as condutas em cadeia cinética
aberta, geralmente, são contrárias no decorrer das atividades realizadas em cadeia
cinética fechada. Ao longo do exercício em cadeia cinética aberta, a origem é sempre
fixa, enquanto a contração muscular executa um movimento na sua inserção (VOIGHT
et al., 2014). Entretanto, o movimento em cadeia cinética fechada, a inserção é fixa,
sendo que o músculo atua movendo a origem.
Para ficar mais clara a questão com relação à cadeia cinética fechada, imagine
um movimento de extensão do quadril e do joelho ocorrendo simultaneamente, quando
um determinado indivíduo se levanta da posição sentada (VOIGHT et al., 2014). Para a
composição do movimento, o músculo reto femoral é encurtado, envolvendo todo o
joelho e o quadril, ao se alongar. Enquanto que os músculos isquiotibias, são encurtados
na região do quadril e alongados de maneira simultânea ao redor do joelho (KISNER;
COLBY, 2009).
84
• redução da força de cisalhamento;
• redução das forças de aceleração (KISNER; COLBY, 2009).
85
protegendo todos os sistemas que estão fazendo parte do processo de cicatrização dos
tecidos moles que poderiam estar alterados ao longo da execução dos exercícios em
cadeia cinética aberta (VOIGHT et al., 2014).
IMPORTANTE
O cisalhamento é um evento em que existe uma modificação em uma
região do corpo humano, decorrente de forças que estão provocando
um deslocamento em vários planos.
Caminhada
FONTE: O autor
86
Durante os exercícios em cadeia cinética aberta, geralmente, o movimento
existe em apenas uma articulação, esses movimentos, em cadeia cinética aberta, estão
relacionados à melhora da força ou da amplitude.
Na existência de uma disfunção que esteja associada a uma lesão, não existe
um determinado padrão de movimento presente ao longo da atividade na cadeia
cinética fechada, em função da existência de alguns envolvimentos que prejudicam os
movimentos, entre eles:
87
2.6 RECUPERAÇÃO DO CONTROLE NEUROMUSCULAR
Os exercícios em cadeia cinética fechada são apropriados para a recuperação
do controle neuromuscular, em que a propriocepção é fundamental para o controle
neuromuscular de todos os segmentos corporais dentro da cadeia cinética (KISNER;
COLBY, 2009).
88
Os movimentos em cadeia cinética fechada auxiliam na adesão da experiência
proprioceptiva por meio da utilização funcional de movimento multiarticular e multiplanar,
ocasionado nos locais, sinalizados na Figura 3.
FIGURA 3 – MECANORRECEPTORES
Órgãos Terminações
tendinosos de ligamentares
Golgi de Golgi
FONTE: O autor
• aceleração e desaceleração;
• biomecânica a absorção do impacto;
• estabilização do pé;
• estabilização articular;
• flexibilidade do pé;
• movimento multiplanar.
89
impacto de todas as forças de reação do chão, estimulando a adaptação para todas as
superfícies irregulares (KISNER; COLBY, 2009). Após empurrar o pé, ele age como uma
alavanca firme, transferindo a força explosiva do membro inferior para o chão.
90
FIGURA 4 – FORÇAS CRÍTICAS PARA A ARTICULAÇÃO DO JOELHO
Força de cisalhamento
Força de compressão
FONTE: O autor
91
O estresse nos músculos isquiotibiais é otimizado por meio de uma pequena
flexão anterior do tronco, essa flexão estimula o centro de gravidade de forma anterior,
reduzindo o momento da flexão no joelho, além da força de cisalhamento do joelho e
das forças de compressão femoropatelares (KISNER; COLBY, 2009).
92
na articulação femoropatela. No entanto, a patela possui uma área de contato bem maior
que a superfície do fêmur, diminuindo, assim, a tensão do contato (VOIGHT et al., 2014).
Para Kisner e Colby (2009), existe uma grande diversidade quanto aos exercícios
de cadeia cinética fechada, empregados nos programas de tratamento, sendo que os
mais utilizados são:
• bicicleta ergométrica;
• extensão do joelho através da utilização de tudos elásticos;
• leg press;
• miniagachamento e deslizamento na parede;
• steps laterais;
• pranchas de deslizamento;
• simulador de escadas;
• sistema de plataforma biomêcanica do tornozelo.
93
FIGURA 5 – BICICLETA ERGOMÉTRICA
94
FIGURA 6 – LEG PRESS
95
A flexão leve do tronco, no sentido anterior, eleva o momento da flexão do quadril
e reduz o momento do joelho. Os avanços são utilizados nos programas de reabilitação,
tendo como principal proposta ser utilizada para o fortalecimento excêntrico do
músculo quadríceps femoral, atuando como um desacelerador (KISNER; COLBY, 2009).
O miniagachamento e o deslizamento na parede também auxiliam na cocontração dos
músculos isquiotibiais.
96
O trabalho na prancha de equilíbrio possibilita que o profissional execute um
estresse no membro inferior de uma forma continuada e controlada, permitindo que
o paciente trabalhe de forma concomitante tanto para o fortalecimento como para a
amplitude do movimento, buscando recuperar o controle neuromuscular e o equilíbrio
(VOIGHT et al., 2014).
• O que apresenta uma série de passos de rotação muito semelhante a uma escada rolante.
• O que utiliza duas placas, uma em cada pé, que se movimenta para cima ou para baixo,
retratando um simulador para o movimento de pisada, esse equipamento é, geralmente,
chamado de stepping, cujo o pé sempre fica na placa, promovendo um exercício de cadeia
cinética fechada (VOIGHT et al., 2014).
97
FIGURA 9 – SIMULADORES DE ESCADAS
98
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
99
AUTOATIVIDADE
1 A cocontração ou a coativação dos músculos agonistas e antagonistas deve ocorrer
ao longo de todos os movimentos considerados como normais, levando a uma
estabilização articular. Assinale a alternativa que apresenta o que a cocontração
durante os exercícios em cadeia cinética fechada provoca:
2 A atividade muscular que existe durante todas as condutas em cadeia cinética aberta,
geralmente, são contrárias no decorrer das atividades realizadas em cadeia cinética
fechada. Ao longo do exercício em cadeia cinética aberta, a origem é sempre fixa,
enquanto a contração muscular executa um movimento na sua inserção. Entretanto,
como é a origem durante o exercício em cadeia cinética fechada, sendo que o
músculo atua movendo a origem?
a) ( ) Fixa.
b) ( ) Móvel.
c) ( ) Fixa e móvel.
d) ( ) Contração muscular.
e) ( ) Variável.
a) ( ) F – V – V – F – V.
b) ( ) V – V – V – F – V.
c) ( ) V – V – V – V – F.
d) ( ) F – V – V – V – V.
100
UNIDADE 2 TÓPICO 2 -
CADEIA CINÉTICA NO MEMBRO SUPERIOR
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos, em detalhes, a importância e a aplicação da
biomecânica nas atividades em cadeia cinética no membro superior.
Vamos lá?
101
músculos que atuam para a estabilização do membro superior (VOIGHT et al., 2014).
Os estabilizadores da escápula e dos músculos do manguito rotador agem de forma
ocasional no controle dos movimentos do ombro.
NOTA
O corpo humano não atua nos segmentos de forma isolada, mas
como uma unidade dinâmica, os programas de reabilitação mais
atuais envolvem a realização de exercícios em cadeia cinética
fechada, através dos exercícios de estabilização do core e através dos
programas mais funcionais.
102
do posicionamento de uma forma dinâmica da cavidade glenoidal, com relação ao
posicionamento do úmero, que se desprega produzindo um ritmo de movimento
escapuloumeral normal (KISNER; COLBY, 2009).
103
Os exercícios também podem ser empregados nas fases mais tardias do
programa de reabilitação, que tem como atividade a estimulação da resistência muscular
em volta das articulações glenoumeral e escapulotorácica. Sua utilização é indicada
durante as fases posteriores do tratamento em união às atividades realizadas em cadeia
cinética aberta, melhorando o grau de estabilidade dos movimentos que são apontados
como muito dinâmicos, capazes de ser sobrepostos (VOIGHT et al., 2014).
Quatro apoios
Dois apoios
Três apoios
Bipedestação
Prancha de equilíbrio
Prancha de oscilação
FONTE: O autor
104
A transferência pode ser executada de um lado para o outro, de frente para
trás ou na diagonal. A posição da mão é sustentada através de uma grande base de
apoio com uma mão posicionada em cima da outra, aumentando a dificuldade (KISNER;
COLBY, 2009).
Os exercícios push-ups, push ups com um plus e press ups step são realizados
com o objetivo do retorno do controle neuromuscular (KISNER; COLBY, 2009). Para
os exercícios de push-ups, realizados através da superfície estável, por exemplo, um
plyoball, é necessária uma grande força, além de promover uma carga axial que impõe
uma contração dos pares de força agonista e antagonista ao redor das articulações
glenoumeral e escapulotorácica, já a parte distal da extremidade apresenta um
movimento limitado.
Uma variação do push-up padrão pode ser empregada quando o paciente está
executando, mutuamente, as contrações com um simulador de escada com o objetivo
de aumentar a dificuldade, ou realizar um step lateral por meio de um único braço em um
step (COOK, 2015). O paciente deve realizar um push up em várias posições, incluindo a
posição aérea em um equipamento.
105
A prancha de deslizamento é utilizada para os exercícios em cadeia cinética
fechada para o membro superior, podendo ser executada através de uma prancha de
deslizamento, fundamental para o fornecimento da força e da estabilidade, além de
atuar na melhora da resistência muscular (COOK, 2015).
106
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
• Como deve ocorrer a reabilitação de lesões do membro superior e como deve ser
realizada a transferência de peso.
107
AUTOATIVIDADE
1 As atividades relacionadas à sustentação do peso em cadeia cinética fechada podem
ser utilizadas para estimular e reforçar a estabilidade articular dinâmica. Assinale a
alternativa CORRETA que apresenta a finalidade das atividades realizadas na cadeia
cinética fechada, executadas com a mão:
( ) Prancha de oscilação.
( ) Quatro apoios
( ) Três apoios.
( ) Prancha de equilíbrio.
( ) Pé.
a) ( ) V – F – F – V – V.
b) ( ) V – V – V – F – V.
c) ( ) V – V – V – V – V.
d) ( ) F – V – V – V – F.
3 Existem vários tipos de exercícios que podem ser utilizados para a reabilitação de
lesões do membro superior. Com relação aos exercícios de reabilitação de lesões do
membro superior, classifique V para as sentenças verdadeiras e F para as falsas:
108
( ) Os exercícios também podem ser empregados nas fases mais tardias do programa
de reabilitação, tendo como atividade a estimulação da resistência muscular em
volta das articulações glenoumeral e escapulotorácica
( ) É também indicado a sua utilização durante as fases posteriores do tratamento em
união com as atividades realizadas em cadeia cinética aberta.
a) ( ) V – V – V – V – V.
b) ( ) F – V – V – V – F.
c) ( ) V – F – F – V – V.
d) ( ) V – V – V – F – V.
109
110
UNIDADE 2 TÓPICO 3 -
TÉCNICAS DE TREINAMENTO RESISTIDO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos o exercício isométrico, o exercício resistido
progressivo, as contrações concêntricas versus excêntricas, pesos livres comparados
aos equipamentos de musculação, faixas elásticas, resistência variável, técnicas de
exercícios resistidos e técnicas preconizadas quanto ao treinamento resistido.
Exercício
Exercício Treinamento
resistido
isométrico isocinético
progressivo
Treinamento Exercício
em circuito pliométrico
FONTE: O autor
111
2 EXERCÍCIO ISOMÉTRICO
O exercício isométrico está relacionado a uma contração muscular, em que
o comprimento do músculo é constante, porém a tensão está se desenvolvendo
em direção a uma força máxima, contra uma resistência que não pode ser retirada
(TORTORA, 2011).
ATENÇÃO
Os exercícios isométricos funcionais são utilizados até que a cicatri-
zação aumente, ao ponto de permitir a execução das atividades na
amplitude completa.
112
Ao longo do tratamento é recomendado que o músculo seja contraído,
isometricamente, ao longo dos 10 segundos por vez, com uma frequência de 10 ou mais
contrações por hora. Os exercícios isométricos permitem benefícios muito significativos
para o programa de fortalecimento (HOUGLUM, 2015).
Qualquer parte do corpo que necessite de tonificação pode ser realizada através
de exercícios isométricos. Esse tipo de contração acontece durante a qual um músculo
permanece imóvel, mas resistente ao peso de uma carga fixa (FILIPE, 2010). Exemplos
de exercícios isométricos para o tronco é a prancha e o "bird dog".
FONTE: <https://www.exercicioemcasa.com.br/desafio-da-prancha-30-dias/>.
Acesso em: 10 set. 2020.
FONTE: <https://orafitnessandyoga.com/bird-dog-youre-probably-doing-it-wrong/>.
Acesso em: 10 set. 2020.
113
2.1 EXERCÍCIO RESISTIDO PROGRESSIVO
O exercício resistido progressivo é uma técnica muito empregada, a mais
habitual, para a melhoria da força em um programa de tratamento (TORTORA, 2011). Ele
utiliza os exercícios para o fortalecimento dos músculos por meio de uma contração que
supera uma resistência fixa, conforme os exemplos na Figura 12.
Halteres
Barras
FONTE: O autor
114
de produzir mais força ainda, além da utilização do oxigênio ser muito mais reduzida
ao longo do exercício excêntrico do que no exercício concêntrico comparativamente
(HOUGLUM, 2015).
115
FIGURA 13 – PESOS LIVRES
Uma boa parte dos equipamentos de musculação possui vários pesos, que são
elevados por meio de uma série de alavancas ou polias (TORTORA, 2011). A série de
pesos corre tanto para o alto como para baixo, sobre um par de barras que limita o
movimento em um único plano.
É necessário uma mesa de supino com pesos leves para auxiliar no levantamento
do peso de volta para o suporte, caso o indivíduo não tenha condições de levantá-lo
completamente, visto que este pode cair sobre o tórax (HOUGLUM, 2015). Por meio da
utilização dos equipamentos, o peso é reduzido de forma fácil e segura, sem a existência
de uma lesão. O aumento ou a diminuição do peso através do movimento de um único
pino nos aparelhos de musculação é conceituado um processo comum, apesar das
mudanças, geralmente, ocorrerem com aumentos de 5 a 7 quilos.
Qualquer indivíduo que tenha realizado um treinamento de força por meio dos
pesos livres e dos equipamentos de musculação, verifica a desigualdade quanto à
quantidade de peso carregado (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2016).
116
forças aplicadas. Através dos pesos livres, o elemento para o controle neuromuscular
básico está relacionado à estabilização do peso, por meio desta ação será impedido o
movimento em qualquer outra direção (COOK, 2015).
FIGURA 14 – THERABAND
117
A resistência é maior quando o ângulo de tração é por volta de 90°, além disso,
a inércia do peso é vencida, no momento determinado. A força básica para movimentar
a resistência modifica, devido a força que o músculo utiliza ao longo da amplitude de
movimento (HOUGLUM, 2015).
118
• quantidade de peso para ser utilizado;
• número de repetições;
• número de séries;
• frequência de treinamento.
119
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
• Durante todo o tratamento, deve ser utilizado resistências variáveis e um dos recursos
que pode ser utilizado são as faixas elásticas.
120
AUTOATIVIDADE
1 O exercício isométrico está relacionado a uma contração muscular, cujo o compri-
mento do músculo é constante. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o
que ocorre com a tensão:
2 Existe uma grande variedade de exercícios de treinamento resistido que tem o objetivo
de melhorar a força. Sobre a correlação das técnicas de treinamento resistido com os
seus respectivos significados, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Exercício isométrico.
II- Exercício resistido progressivo.
III- Pesos livres comparados aos equipamentos de musculação.
IV- Tubos ou faixas elásticas.
V- Resistência variável.
VI- Técnicas de exercícios resistidos.
121
a) ( ) I – d; II – f; III – c; IV – b; V – e; VI – a.
b) ( ) I – f; II – b; III – e; IV – d; V – a; VI – c.
c) ( ) I – e; II – a; III – d; IV – c; V – f; VI – b.
d) ( ) I – e; II – c; III – a; IV – b; V – f; VI – d.
3 O theraband fornece uma importane resistência, sendo muito utilizada nos programas
de tratamento. Assinale a alternativa CORRETA que contempla a vantagem da utiliza-
ção do theraband:
122
UNIDADE 2 TÓPICO 4 -
LESÕES DO TECIDO MUSCULAR
1 INTRODUÇÃO
Os músculos e as articulações são fundamentais para garantir a mobilidade e a
estabilidade do corpo humano.
123
As forças musculares, assim como todas as forças que são empregadas nas
alavancas do corpo humano, apresentam componentes rotatórios de mobilidade e de
translação, relacionado à estabilidade. Os músculos têm a função de mobilidade através
da produção ou controle de um movimento de alavanca óssea em volta do eixo articular
(HOUGLUM, 2015).
Além disso, para resistir aos movimentos nas superfícies articulares e, por
meio da aproximação dessas superfícies, os músculos realizam uma função de
estabilidade. O corpo humano não consegue se sustentar contra a gravidade ou,
ainda, produzir qualquer tipo de movimento sem que tenha uma função muscular
(GUYTON, 2017).
NOTA
Quando os músculos atuam de maneira normal, todas as articulações se
movimentam com liberdade, caso contrário, a realização das atividades
provoca a rigidez ou a hipermobilidade nas articulações mais próximas.
124
Existem vários efeitos da imobilização relacionados à posição da imobilização,
se está alongada ou encurtada, percentual dos tipos de fibras do músculo e o período
de duração da imobilização (SILVA; CAMPOS, 2006).
125
2.2.1 Câimbras
As câimbras são consideradas muito comuns tanto antes como após a
realização das atividades físicas, presentes, principalmente, nos músculos posteriores
da perna, manifestando-se até durante o sono. A etiologia das câimbras é questionável,
ela aparece principalmente após a contração muscular intensa, devido ao encurtamento
do músculo (GUYTON, 2017). Em vários casos, existe uma associação ao exercício físico
ou à prática de esporte.
FIGURA 16 – CÂIMBRAS
Distúrbios Fadiga
Desidratação eletrolíticos muscular
FONTE: O autor
126
Umas das principais formas de prevenção está relacionada ao balanço
hidroeletrolítico. Outra forma para a interrupção das câimbras é por meio da contração
ativa dos músculos antagonistas, alterada através de um alongamento passivo da
musculatura. Posteriomente à solução do quadro álgico, o músculo apresenta mudanças
na excitabilidade e na contratilidade durante alguns minutos (TORTORA, 2011).
2.2.3 Contusões
As contusões são um tipo bastante comum de lesão, especialmente nos
esportes de contato, é considerada um trauma direto, decorrente de forças externas,
tendo como características(SILVA; CAMPOS, 2006):
127
FIGURA 18 – CONTUSÕES
Contusão Contusão
leve grave
FONTE: O autor
Nos casos mais raros, existe um sangramento difuso que evolui de forma
rápida para a síndrome compartimental, sendo necessária a descompressão cirúrgica.
O objetivo do tratamento da contusão está relacionado à diminuição do processo
inflamatório e o ganho da amplitude de movimento, apresentando um retorno gradual
da função (SILVA; CAMPOS, 2006).
128
2.2.4 Laceração muscular
A laceração muscular corresponde às lesões consideradas não tão frequentes,
decorrentes dos traumas graves, principalmente os penetrantes. Após uma lesão
desse tipo, ocorre a formação de uma cicatriz fibrosa, bastante acentuada, que reduz
a capacidade funcional do músculo (TORTORA, 2011). Além disso, o segmento distal da
lesão passa por um processo de desnervação e uma decorrente degeneração.
2.2.5 Estiramento
O estiramento é uma lesão muscular indireta em que existem rupturas das
fibras musculares, impondo ao músculo uma força além do que as fibras conseguem
gerar. É muito comum na contração excêntrica, cujo local mais acometido é a junção
miotendinosa (TORTORA, 2011).
FIGURA 20 – ESTÁGIOS
FONTE: O autor
129
O estiramento de primeiro grau está relacionado ao estiramento de uma pequena
quantidade de fibras presente no músculo que está sendo solicitado para a contração,
principalmente contra resistência. A dor está situada em um ponto específico, assim
como o edema também pode estar (SILVA; CAMPOS, 2006).
No 14º dia, o ponto de cicatrização está com 75% da força tênsil normal, o
tecido possui uma boa cicatrização, porém ainda existe um risco para a reincidência
(HOUGLUM, 2015).
No 21º dia, o ponto já está por volta de 86% da força tênsil normal, e no 56º
dia, o ponto de cicatrização vai alcançar cerca de 96% da força tênsil normal (SILVA;
CAMPOS, 2006).
2.2.7 Tratamento
Para o grau I, geralmente o tratamento indicado é o repouso e a utilização de
anti-inflamatórios não esteroides. No caso das lesões de grau II, os principais objetivos
da reabilitação são separados nas seguintes fases:
130
• fase I;
• fase II;
• fase III;
• fase IV.
• redução da dor;
• controle do processo inflamatório;
• manutenção da condição física, nos casos em que for possível.
A existência de fibras musculares por meio do tecido cicatricial está maior devido
à imobilização, porém essas fibras não são orientadas totalmente, o que significa que
um certo período de imobilização, decorrente da mobilização, ocasionará resultados
melhores (SILVA; CAMPOS, 2006).
131
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu:
• As câimbras são muito comuns tanto antes como após a realização das atividades
físicas.
• A dor muscular tardia posterior aos exercícios musculares mais rigorosos está
presente nos indivíduos que não praticam a atividade física regular.
132
AUTOATIVIDADE
1 A dor muscular tardia posterior aos exercícios musculares mais rigorosos, está
presente nos indivíduos que não praticam atividade física regularmente, considerada
muito comum. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o período, em média,
que ocorre o pico:
a) ( ) Após 12 a 24 horas.
b) ( ) Após 24 a 48 horas.
c) ( ) Após 24 a 36 horas.
d) ( ) Após 36 a 48 horas.
( ) Idade.
( ) Imobilização.
( ) Temperatura tecidual.
( ) Grau de estimulação.
( ) Fadiga.
a) ( ) V – V – V – V – V.
b) ( ) F – V – F – V – V.
c) ( ) V – V – V – F – F.
d) ( ) V – F – V – V – V.
3 Existem várias formas de lesão muscular que podem estar presentes, entre elas,
as câimbras, dor muscular tardia, contusões, laceração muscular, estiramento e
processo cicatricial. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o significado de
laceração muscular:
133
134
UNIDADE 2 TÓPICO 5 -
LESÕES DO TECIDO TENDINOSO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos a estrutura, a fisiopatologia e a etiologia, a
classificação das tendinopatias (tendinose, tendinite e a paratendinite) e o tratamento
fisioterapêutico, fase I (de 0 a 6 dias), fase II (de 4 a 21 dias) e fase III (acima de 18 dias).
2 ESTRUTURA
O tendão é um conjunto de fibras colágenas compactas que fazem a conexão
do músculo ao osso. As dimensões quanto a sua composição, são por volta de:
• 30% de colágeno;
• 2% de elastina;
• 68% de água.
O colágeno constitui cerca de 70% a 80% do peso seco, possui uma grande
quantidade do tipo I que é mais resistente às tensões e o restante do tipo III menos que
5% do total, sendo mais imaturo e menos resistente e o tipo IV que não contribuindo
para as características mecânicas do tendão, que são consideradas menos resistentes
à fadiga (GUYTON, 2017).
IMPORTANTE
A pequena proporção da elastina é considerada a responsável pela
baixa elasticidade do tendão, sendo fundamental para a função do
tendão, visto que se fosse mais elástico, poderia alongar além do
fisiológico com a contração muscular, reduzindo a transmissão da
força ao osso.
135
A estrutura sempre oferece algumas informações com relação à função do
tecido, as fibras de colágeno são reunidas em agrupamentos de feixes primários que
são constituídos por microfibrilas e fibrilas.
Quando estão paralelas entre si, são capazes de resistir às cargas de tensão,
os feixes primários estão unidos para constituir os fascículos ou os feixes secundários
(HOUGLUM, 2015).
Quanto à etiologia da lesão tendínea, não existe uma resposta clara, porém,
na maioria dos casos, o resultado final é decorrente de vários processos (SILVA;
CAMPOS, 2006).
Os fatores que fazem parte da lesão podem ser tanto intrínsecos como
extrínsecos, sendo que nos fatores intrínsecos estão envolvidos com o trajeto anatômico
e as suas alterações, função exercida, idade, atrito, compressões contra as estruturas
adjacentes, forças musculares, flexibilidade e irrigação. Já os fatores extrínsecos
estão envolvidos com as atividades por esforços repetitivos como overuse, doenças
sistêmicas, influência hormonal ou, ainda, a utilização de forma errada dos antibióticos
(SILVA; CAMPOS, 2006).
136
2.2 CLASSIFICAÇÃO DAS TENDINOPATIAS
A tendinopatia está relacionada à utilização em excesso dos tendões, levando
a uma lesão por sobrecarga ou por esforço repetitivo, podendo acometer um ou vários
tendões, provocando dor, inflamação e até alterações ósseas crônicas. Na figura a
seguir, você pode observar como as tendinopatias são classificadas.
Tendinose
Tendinite
Paratendinite
FONTE:O autor
2.2.1 Tendinose
A tendinose corresponde a uma degeneração intratendínea secundária ao
processo de envelhecimento, microtraumas e o comprometimento vascular.
2.2.2 Tendinite
A tendinite corresponde a uma lesão sintomática do tendão, em que existe a
ruptura vascular e a resposta inflamatória reparadora. Os principais achados histológicos
são a proliferação dos fibroblastos e mioblastos e a hemorragia e presença de tecido de
granulação (SILVA; CAMPOS, 2006).
137
FIGURA 22 – TENDINITE
2.2.3 Paratendinite
A paratentinite corresponde a uma inflamação de forma isolada, seus achados
histológicos formam os infiltrados das células inflamatórias, edema e a degeneração das
fibras de colágeno.
FONTE: O autor
138
2.3.1 Fase I (0 a 6 dias)
O objetivo principal da fase I está relacionado à redução da resposta inflamatória,
não se pode permitir a existência de uma inflamação prolongada, ruptura dos vasos
sanguíneos ou das fibrilas de colágeno.
Essa situação pode ser evitada por meio da técnica PRICE, que é a proteção,
repouso relativo, crioterapia, compressão e a elevação (SILVA; CAMPOS, 2006).
Nesse caso, o paciente deve iniciar a realização dos exercícios ativos por meio
de uma amplitude de movimento sem dor (HOUGLUM, 2015).
139
A partir do diagnóstico da tendinose, o fisioterapeuta precisa fazer uma avaliação,
identificando todas as possíveis causas intrínsecas e extrínsecas que demonstram a
sobrecarga no tendão. Durante a avaliação, deve-se verificar a flexibilidade, dominância
muscular, alinhamento estrutural, deformações anatômicas relacionadas à estrutura
envolvida e à forma de realização das atividades.
Os resultados alcançados são de 100% dos pacientes com tendinite, 80% com
tendinite dos extensores do punho e 90% com tendinite patelar (SILVA; CAMPOS, 2006).
140
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu:
141
AUTOATIVIDADE
1 O resultado do tratamento fisioterapêutico está relacionado à realização do
diagnóstico correto da tendinopatia. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o
objetivo principal da fase I:
I- Tendinose.
II- Tendinite.
III- Paratendinite.
a) ( ) I – a; II – b; III – c.
b) ( ) I – c; II – b; III – a.
c) ( ) I – c; II – a; III – b.
d) ( ) I – b; II – a; III – c.
142
UNIDADE 2 TÓPICO 6 -
LESÕES DO TECIDO NERVOSO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos em detalhes os tipos de lesões por estiramento e as
lesões por compressão.
143
Nos casos em que o alongamento transpassa o limite, considerado estresse,
as fibras nervosas se rompem dentro do tubo endoneural e perineural intactos
(TORTORA, 2011).
Os níveis mais altos de pressão, por volta de 200 a 400 mmHg, aplicados de
forma direta ao nervo, durante um curto período de tempo, induz a uma lesão estrutural
na fibra nervosa, tendo um bom prognóstico de recuperação incompleto. Portanto, a
magnitude de pressão aplicada e o tempo de permanência estão correlacionados à
gravidade da lesão por compressão.
144
O modo de aplicação da pressão é considerado um fator significante para a
produção da lesão. A compressão direta a um nervo a 400 mmHg provoca uma lesão
nervosa mais grave do que a compressão indireta, aplicada em volta da extremidade de
um membro a uma pressão de 1000 mmHg (HOUGLUM, 2015).
O que indica que as camadas de tecido presentes entre o nervo e a pele, auxiliam
na dissipação da força de compressão (SILVA; CAMPOS, 2006).
NOTA
A classificação clínica para a lesão nervosa traumática mais utilizada é
a classificação clínica de Seddon, dividida do ponto de vista da perda e
recuperação funcional, morfologia, regeneração e prognóstico clínico.
FONTE: O autor
2.2.1 Neuropraxia
A neuropraxia também é conhecida como nervo não atuante, a compressão
do nervo com a redução ou o bloqueio da condução nervosa. Isso pode ocorrer como
resultado do esmagamento da bainha de mielina, que se espalha pelos nódulos de
Ranvier, e dificutar na condução ou na própria isquemia compressiva, destruindo a
bainha e dificultando a condução (HOUGLUM, 2015).
145
Pode ocorrer uma redução ou perda da força, falta de reflexos tendíneos abaixo
da lesão, acarretando na perda sensorial, mas sem alteração na função simpática. O
prognóstico é considerado bom e a recuperação ocorre dentro de um a três meses
(SILVA; CAMPOS, 2006).
2.2.2 Axonotmese
A axonotmese ou corte do axônio corresponde a uma lesão do axônio e da bainha
de mielina, mantendo intactos apenas os envoltórios conjuntivos. Pode existir compressão,
tração, infeção e queimaduras, levando a uma perda variável da função sensitiva, motora e
simpática, além da atrofia muscular e arreflexia abaixo do local da lesão.
2.2.3 Neurotmese
A neurotmese ou corte do nervo é uma ruptura completa do tronco nervoso,
isto é, do axônio, bainha de mielina e dos envoltórios conjuntivos que foram lesados.
Essa lesão é em decorrência das lacerações em função dos objetos perfurantes e
queimaduras graves, principalmente as elétricas, levando a um bloqueio completo da
condução nervosa, em função da perda total da função do órgão (HOUGLUM, 2015).
146
É fundamental lembrar que o tecido nervoso deve ser mobilizado e não apenas
alongado, a mobilização deve incluir o reconhecimento da resistência dos sintomas e
suas correlações aos movimentos (SILVA; CAMPOS, 2006).
147
A hidroterapia é considerada muito importante, é aplicado um calor superficial
e a massagem leve nas áreas em que estão lesadas (SILVA; CAMPOS, 2006). A pequena
melhora na circulação local, analgesia e o relaxamento são muito importantes para a
manutenção do metabolismo do nervo lesado.
Massoterapia Biofeedback
FONTE: O autor
148
LEITURA
COMPLEMENTAR
Caro acadêmico, convidamos você para fazer a leitura do artigo Cadeia cinética
aberta e fechada: uma reflexão crítica, ele contribuirá com o seu entendimento sobre o
assunto. Por favor, leia da página 642 à 645 na íntegra.
Introdução
Os termos, cadeia cinética aberta e cadeia cinética fechada, vêm sendo muito
usados nos últimos 15 anos pela comunidade da reabilitação. Neste período, muitas
pesquisas têm sido realizadas sobre o tema, a maioria envolvendo os exercícios para
membros inferiores na reabilitação do ligamento cruzado anterior (LCA).
O assunto tomou grandes proporções em meados dos anos 90, quando foram
criados os protocolos envolvendo exclusivamente exercícios em cadeia cinética fechada
na reabilitação das lesões de LCA.
149
Metodologia
Resultados
150
O pé está normalmente em contato
- Prentice WE (1991 com o solo, o que faz ser mais
funcional.
Durante a extensão de perna
sentada, a força é aplicada
perpendicular à tíbia, causando
um momento em flexão somente
no joelho. Tal isolamento da
Exercícios como o agachamento
- Palmitier AR articulação durante o exercício
devem ser chamados simplesmente
(1994) não tira vantagem dos efeitos
de exercícios em cadeia cinética.
estabilizadores secundários
de outros músculos na
cadeia cinética inferior. Estes
exercícios devem ser chamados
simplesmente exercícios isolados.
Em uma cadeia cinética, cada
segmento que se move transmite
fo rç a s p a r a t o d o s o s o u t ro s
segmentos, afetando o movimento
- Davies Articulação isolada.
destes segmentos, e tem o seu
movimento influenciado pelas forças
transmitidas por outros segmentos
(interdependência).
Isto cria um sistema em que o
movimento em uma articulação
p ro d u z m ov i m e n t o e m t o d a s
as outras articulações de uma
- Steindler maneira previsível. O segmento Caracteriza-se pelo segmento
- Relaux distal da articulação é fixo (pode distal, que termina livre no espaço.
apresentar-se estacionário ou
móvel) e suporta considerável
resistência externa, o que impede
ou reduz seu movimento livre.
Uma cadeia cinemática é aquela
em que os elos e juntas formam
um ou mais circuitos fechados.
Cada circuito é um laço em que
cada elo é conectado a pelo menos
dois outros elos. Se estes elos são
conectados de uma maneira em que
nenhum movimento é possível, o
resultado é uma cadeia (estrutura)
fixa ou fechada. Uma cadeia restrita
é alcançada quando os elos estão
conectados de tal maneira que,
- Waldrom Não consta este termo nos livros
não importam quantos ciclos de
- Mabie de mecânica.
movimento passam através dos
elos, o movimento relativo será
sempre o mesmo entre os elos.
Também é possível conectar os elos
de maneira que resultará em uma
cadeia não restrita, o que significa
que o padrão de movimento varia
de tempo em tempo, dependendo
da quantidade de fricção presente
nas juntas. Se um elo de uma cadeia
restrita se torna fixo, o resultado
então é um mecanismo.
151
A gênese do conceito
A análise revela que o conceito de cadeia cinética passou a ser utilizado a partir de
1980, quando Reulaux lançou o conceito de elos rígidos e juntas na engenharia mecânica e
construção de máquinas, e classificou também cadeia cinemática e mecanismo.
Mecanismo é definido como uma cadeia cinemática na qual pelo menos um elo
foi fixado, ou conectado, à moldura de referência, a qual pode estar em movimento.
O fato de Steindler não ter afirmado que o segmento distal deveria estar estático,
mas que se este superasse a resistência poderia movimentar-se contra esta, abriu
possibilidades para que outros exercícios se enquadrassem neste conceito. Nesse caso,
não somente o fato de não ser estático passou a ser fundamental, mas também o de
que os exercícios em CCF podem ter seu grau de liberdade reduzido e não somente seu
movimento impedido – como os exercícios até hoje estudados – passou a ter grande
importância no conceito de CCF.
152
construído de tal forma que o movimento de uma ligação produzirá movimento de todas
as juntas de modo previsível. As cadeias cinemáticas da engenharia formam um sistema
fechado, ou cadeia cinemática fechada. Esta definição baseada na engenharia traz um
novo componente, a interdependência e a previsibilidade dos movimentos envolvidos
no sistema, formando assim um sistema fechado. Quando analisamos os exercícios ora
citados e comparamos com esta definição, vemos que o agachamento, considerado
cadeia cinética fechada, não forma um sistema fechado, pois a extremidade do tronco
está livre para se mover no espaço. Então o agachamento não deveria ser classificado
como um exercício em cadeia cinética fechada.
Tanto Norkin quanto Andrews usaram a mesma referência para seus estudos
individuais, o livro Cinesiologia de Brunnstrom, que considera como a principal característica
de uma cadeia cinemática aberta a liberdade do segmento distal no espaço, enquanto que
na cadeia cinemática fechada o segmento distal é fixo. Aparentemente, isto não constitui
novidade, mas ele também afirma que “cadeias cinemáticas fechadas são comumente
usadas em máquinas; e cadeias cinemáticas abertas são mais comuns no corpo humano,
como exemplificada na coluna vertebral e nos membros”. Porém são encontradas algumas
cadeias fechadas também no corpo humano, como o cinturão pélvico em que os segmentos
estão unidos por duas articulações sacras ilíacas, a sínfise púbica e a caixa torácica, em que
cada costela com sua conexão vertebral e esternal forma um anel.
153
Considera-se uma cadeia restrita quando os elos estão conectados de tal modo
que independentemente de quantos ciclos de movimento passam através deles, o
movimento relativo será sempre o mesmo entre os elos. Também é possível conectar os
elos de maneira que resulte em uma cadeia não restrita, o que significa que o padrão de
movimento varia de tempos em tempos dependendo da quantidade de fricção presente
nas juntas. Quando o elo de uma cadeia restrita se torna fixo, o resultado então é um
mecanismo.
[...]
FONTE: MOSER, A. D. L.; MALUCELLI, M. F.; BUENO, S. N. Cadeia cinética aberta e fechada: uma reflexão crítica.
Rev. Fisioterapia em movimento, v. 23, n. 4, p. 641-650, 2010. Disponível em: https://www.scielo.br/
pdf/fm/v23n4/a14v23n4.pdf. Acesso em: 4 maio 2020.
154
RESUMO DO TÓPICO 6
Neste tópico, você aprendeu:
155
AUTOATIVIDADE
1 Existem vários recursos terapêuticos que podem ser utilizados para o tratamemto,
entre eles, a crioterapia, a termoterapia, a hidroterapia, a massoterapia e o biofeedback.
Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o objetivo da massagem:
I- Neuropraxia.
II- Axonotmese.
III- Neurotmese.
a) ( ) I – b; II – a; III – c.
b) ( ) I – c; II – b; III – a.
c) ( ) I – a; II – b; III – c.
d) ( ) I – c; II – a; III – b.
156
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) F – V – V – F.
b) ( ) V – F – V – V.
c) ( ) V – V – F – F.
d) ( ) F – V – V – V.
157
ANOTAÇÕES
158
UNIDADE 3 —
TREINAMENTO DO
CORE, RECURSOS E
MARCHA HUMANA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tópico desta unidade você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar
o conteúdo apresentado.
CHAMADA
Preparado para ampliar seus conhecimentos? Respire e vamos em frente! Procure
um ambiente que facilite a concentração, assim absorverá melhor as informações.
159
CONFIRA
A TRILHA DA
UNIDADE 3!
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160
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
TREINAMENTO DE ESTABILIZAÇÃO DO
CORE EM REABILITAÇÃO
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos a eficiência e a atuação do core, o treinamento
do core, as observações sobre a postura, os desequilíbrios musculares, as condutas
específicas para o treinamento do core, o protocolo de estabilização do core e os
programas de treinamento do core.
3 TREINAMENTO DO CORE
Quando os músculos dos membros são fortes e o core é fraco, eles não são
capazes de estabilizar de forma suficiente o tronco para que possam ser produzidos
os movimentos considerados mais competentes dos membros superiores (KISNER;
COLBY, 2009). Os indivíduos, por meio do treinamento do core, desenvolvem:
• força funcional;
• potência;
• controle neuromuscular;
• resistência nos músculos motores primários.
IMPORTANTE
Os principais músculos são os abdominais, lombares, glúteos e
oblíquos, apresentando uma ligação com o complexo lombo-pélvico
do quadril, fazendo um importante suporte e estabilização do quadril,
pelve e abdômen (KISNER; COLBY, 2009).
162
O core corresponde ao complexo lombo-pélvico do quadril, considerado o centro
de gravidade e o local onde todos os movimentos são iniciados (VOIGHT et al., 2014).
• ganho de força;
• controle neuromuscular;
• potência;
• resistência muscular do complexo lombo-pélvico-quadril.
Nos casos em que o sistema neuromuscular não é eficiente, este não será mais
capaz de responder às demandas necessárias, determinadas sobre ele, durante as
atividades funcionais. Quando a eficiência do sistema neuromuscular está reduzida, a
capacidade da cadeia cinética está diminuída de forma significativa (VOIGHT et al., 2014).
Já nos casos da eficiência neuromuscular reduzida, existe tanto os padrões de movimentos
como a substituição, além de uma postura anormal durante as atividades funcionais.
163
Todas estas posturas pobres acarretam um estresse mecânico elevado sobre os
tecidos contráteis e não contráteis, provocando pequenos traumas de forma repetitiva,
biomecânica anormal e lesão (SILVA; CAMPOS, 2006).
5 DESEQUILÍBRIOS MUSCULARES
O core com um funcionamento adequado auxilia na prevenção quanto ao
aumento dos desequilíbrios musculares, além da dominância sinérgica. O sistema
de movimento humano é considerado muito eficiente, cujos componentes estão
relacionados e são interdependentes (VOIGHT et al., 2014). A interação funcional
de um dos componentes no sistema de movimento humano possibilita a eficiência
neuromuscular, considerada ideal.
164
As mudanças na artrocinética das articulações, equilíbrio muscular e no controle
neuromuscular alteram o funcionamento de toda a cadeia cinética, considerado ideal
(KISNER; COLBY, 2009).
O core forte e eficaz garante a presença de uma base mais estável, cujos
membros atuam com precisão e eficiência máxima. A coluna vertebral, pelve e quadril
precisam estar alinhados de forma adequada com a ativação de todos os músculos, no
decorrer de qualquer exercício para o fortalecimento do core (KISNER; COLBY, 2009).
165
Nenhum músculo trabalha de forma isolada, deve ser levado em consideração
tanto a posição como a atividade de todos os músculos ao longo dos exercícios em
cadeia cinética aberta e fechada (VOIGHT et al., 2014).
Estabilização
Produção de força Diminuição da força
dinâmica
(contrações (contrações
(contrações
concêntricas) excêntricas)
isométricas)
FONTE: O autor
166
• bolas;
• colete com carga;
• halteres; entre outros exemplos (KISNER; COLBY, 2009).
Uma forma para iniciar o treinamento é solicitar para o paciente ficar de frente
para o espelho, pedindo que ele coloque as suas mãos em cima da crista ilíaca, de
maneira que os dedos fiquem anteriormente aos músculos transversos do abdômen e
oblíquos internos.
A melhor forma para solicitar essa postura aos pacientes, é pedir para que eles
coloquem as suas mãos sobre o quadril (VOIGHT et al., 2014). É solicitado para que
os pacientes puxem o umbigo para dentro, na direção da coluna vertebral, sem que
movimentem o tronco ou o corpo enquanto estão respirando normalmente.
167
A partir do momento que o controle neuromuscular dos músculos do abdômen
e multífidos são atingidos, os exercícios devem ser continuados em outras posições. A
posição quadrúpede é considerada uma excelente postura para que o paciente possa
aprender e elevar a sua posição de poder. Uma forma para deixar o corpo mais firme e
reduzir os movimentos do tronco é solicitar que os pacientes deixem um copo de água
sobre a região lombo-sacral (KISNER; COLBY, 2009).
O paciente é instruído para deixar o tronco reto – como se fosse uma mesa
– puxando o estômago para dentro, em direção à coluna vertebral, de forma que os
músculos transversos do abdômen e multífidos sejam ativados, mantendo o padrão da
respiração normal (VOIGHT et al., 2014).
NOTA
O tempo mínimo que essa posição deve ser mantida é de 10
segundos, aumentando posteriormente para 30 a 60 segundos,
trabalhando a resistência de todos os músculos do tronco.
168
Outra posição utilizada para o treinamento dos músculos do core é a da prancha
lateral, mesma posição utilizada para o teste de resistência dos músculos laterais do
tronco (VOIGHT et al., 2014). A posição da prancha lateral básica começa por meio de
um braço de alavanca encurtado, cujos joelhos estão em flexão a 90º, e uma bola sobre
a região das axilas para reduzir uma pressão sobre as regiões do ombro e cervical.
A ponte com o tronco em decúbito dorsal avança de uma base mais estável para
uma mais instável, fazendo o posicionamento da bola na região escapular ou abaixo dos
pés. Os exercícios devem avançar em posições de cadeia aberta para cadeia fechada,
além dos mesmos princípios de progressão que são utilizados para a cadeia fechada
(VOIGHT et al., 2014).
169
A posição de poder não pode ser abandonada quando o paciente está realizando
outros tipos de exercícios, como o levantamento de pesos, caminhadas ou, ainda,
outros tipos de atividades aeróbicas, como o step ou a corrida. O paciente deve manter
sempre a cadência de todos os seus passos durante a caminhada ou na corrida na
esteira ergométrica, mantendo cadência, reduzindo, com isso, o impacto das forças do
pé, estendendo-se até a cadeia cinética.
170
O grande segredo é a integração de todos os exercícios individuais nos
padrões funcionais, estimulando todas as exigências para cada uma das atividades
inicialmente simples. Essas atividades são progredidas para os níveis considerados
mais elevados das capacidades necessárias para cada paciente de forma individual
(VOIGHT et al., 2014).
171
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu:
• A atuação do core é muito eficiente para o tratamento das mais diversas patologias,
entre elas: respiratórias, ortopédicas, neurológicas entre outras.
172
AUTOATIVIDADE
1 O treinamento da estabilização da musculatura do core ou centro de força faz parte
do programa de tratamento em reabilitação. Assinale a alternativa CORRETA que
apresenta o número total de músculos do core:
a) ( ) 25.
b) ( ) 29.
c) ( ) 15.
d) ( ) 18.
3 Quando os músculos dos membros são fortes e o core é fraco, eles não serão capazes
de estabilizar de forma suficiente o tronco. Com relação ao que será desenvolvido nos
indivíduos através do treinamento do core, classifique V para as opções verdadeiras e
F para as falsas:
( ) Força funcional.
( ) Potência.
( ) Controle neuromuscular.
( ) Resistência nos músculos motores primários.
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) V – F – V – V.
c) ( ) F – V – F – F.
d) ( ) V – V – V – V.
173
174
UNIDADE 3 TÓPICO 2 -
PSICOMOTRICIDADE
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos todos os fatores responsáveis pela estruturação
psicomotora global, entre eles a tonicidade, o equilíbrio, a lateralidade, o esquema e
imagem corporal, a estruturação espaço-temporal e a percepção. Também estudaremos
a importância da associação da fisioterapia com a psicomotricidade.
NOTA
Toda atividade motora agrega a comunicação entre os cinco subsistemas
motores neurológicos principais.
Piramidal
Extrapiramidal
Cerebelar
Reticular
Medular
FONTE: O autor
175
A atividade motora compreende um grupo de estudos psicológicos, biológicos,
fisiológicos e neurológicos, possibilitando a utilização do corpo como um mediador,
portanto, o ato motor humano garante a incorporação desse indivíduo consigo mesmo
e com o mundo onde estão disponíveis todos os objetos e os indivíduos.
• estimulação;
• integração;
• sistema de resposta.
• 0 aos 7 anos;
• 8 aos 12 anos;
• 13 aos 14 anos.
Esquema e Estruturação
Percepção
imagem corporal espaço-temporal
FONTE: O autor
176
2.1 TONICIDADE
A tonicidade acontece por meio dos aprendizados neuromusculares, como
conforto tátil e a integração dos padrões motores, presentes do nascimento até os
12 meses de idade. Esse fator é classificado em: tônus de postura, de repouso e de
sustentação (KOLT; MACKLER, 2008).
2.2 EQUILÍBRIO
O equilíbrio começa a ficar evidente durante o aprendizado da postura bípede,
segurança gravitacional e a evolução dos padrões locomotores, entre os 12 meses a
dois anos de idade (ALVES, 2012).
2.3 LATERALIDADE
A lateralidade ocorre por meio da integração sensorial, investimento emocional,
ampliação das percepções generalizadas e dos sistemas aferentes e eferentes, ao longo
dos dois aos três anos de idade (KOLT; MACKLER, 2008).
177
esquema corporal, sem o qual a criança não é capaz de se reconhecer em si mesma,
dificilmente consegue perceber e compreender o espaço que está inserido. Este item
pode ser expressado da seguinte forma:
Para que esse processo seja realizado de maneira equilibrada, é necessário que
a criança tenha o domínio sobre o seu corpo, ou seja, o domínio corporal, que significa o
reconhecimento do seu corpo para que tenha condições de realizar as ações necessárias
(KOLT; MACKLER, 2008).
2.6 PERCEPÇÃO
A percepção completa da atividade global acontece por meio da coordenação
óculo-manual, motora e a integração rítmica. Esse fator está presente dos cinco aos
seis anos, e a práxia fina que envolve a concentração, a organização e a especialização
hemisférica entre os seis e sete anos de idade (ALVES, 2012).
• afetivo e emocional;
• avaliação da imagem corporal;
• espontaneidade do indivíduo durante a terapia;
• percepção espacial.
178
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu:
179
AUTOATIVIDADE
1 Todas as atividades motoras agregam a comunicação entre os subsistemas motores
neurológicos principais. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta os subsistemas
motores neurológicos principais:
2 Existem vários fatores que atuam de forma harmônica e que auxiliam na estruturação
psicomotora global. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta a correlação
desses fatores aos seus respectivos significados:
I- Tonicidade.
II- Equilíbrio.
III- Lateralidade.
IV- Esquema e imagem corporal.
V- Estruturação espaço-temporal.
VI- Percepção.
a) ( ) I – d; II – f; III – c; IV – b; V – e; VI – a.
b) ( ) I – f; II – b; III – e; IV – d; V – a; VI – c.
c) ( ) I – b; II – a; III – d; IV – c; V – f; VI – e.
d) ( ) I – e; II – c; III – a; IV – b; V – f; VI – d.
180
3 Os fatores que atuam de forma harmônica e que auxiliam na estruturação psicomotora
global são a tonicidade, o equilíbrio, a lateralidade, o esquema e imagem corporal, a
estruturação espaço-temporal e a percepção. Sobre o exposto, classifique V para as
sentenças verdadeiras e F para as falsas:
a) ( ) V – V – F – V.
b) ( ) V – V – V – V.
c) ( ) V – F – V – V.
d) ( ) F – V – F – F.
181
182
UNIDADE 3 TÓPICO 3 -
SISTEMA SENSÓRIO MOTOR
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, descreveremos o controle neuromuscular, os grupos responsáveis
pela estabilização das articulações, a definição de propriocepção, os mecanismos
(mecanismo de feedback e mecanismo de feedforward), os mecanorreceptores e
os níveis de atenção (tipos de mecanorreceptores) e treinamentos (treinamento
proprioceptivo e treinamento neuromuscular).
2 CONTROLE NEUROMUSCULAR
O controle neuromuscular é definido como a ativação de forma inconsciente dos
estabilizadores dinâmicos, que são os músculos em decorrência de uma preparação ou
resposta para uma determinada carga ou movimento de uma articulação, tendo como
objetivo a reconstrução ou manutenção da estabilidade articular normal (PRENTICE, 2012).
Para que ocorra realmente a melhora funcional das articulações e dos músculos de
forma eficiente, eles não podem ser considerados de forma isolada, mas em conjunto por meio
dos mecanismos que estão envolvidos com o controle neuromuscular (KOLT; MACKLER, 2008).
NOTA
Um exemplo para facilitar o entendimento é a presença de uma
entorse em inversão de tornozelo, neste caso, é esperado que os
músculos fibulares atuem impedindo que ocorra uma lesão ligamentar
lateral do tornozelo.
183
FIGURA 6 – CONTROLE NEUROMUSCULAR
• cápsula articular;
• cartilagem;
• fibrocartilagem;
• geometria óssea da articulação;
• ligamentos.
184
4 DEFINIÇÃO DE PROPRIOCEPÇÃO
O termo propriocepção foi adotado no ano de 1906, por Charles Scott Sherrington,
importante neurofisiologista inglês que viveu entre 1857 a 1952. No ano de 1932, ele
recebeu o Prêmio Nobel de Fisiologia com Edgar Adrian, em função dos seus trabalhos
sobre as funções dos neurônios (KOLT; MACKLER, 2008).
• movimento;
• postura;
• posição articular.
5 MECANISMOS
O processo através do qual o sistema nervoso central trabalha com todas
as informações proprioceptivas para o controle motor, é realizado através de dois
mecanismos: feedback e feedforward (PRENTICE, 2012).
FONTE: O autor
• cápsula articular;
• ligamentos;
• músculos;
186
• pele;
• retináculo;
• tendões (PRENTICE, 2012).
• corpúsculos de Pacini;
• órgãos tendinosos de Golgi;
• fusos musculares;
• terminações nervosas de Rufini;
• terminações nervosas livres.
Esses receptores são mais sensíveis aos estímulos de alta frequência como
a vibração. Os órgãos tendinosos de Golgi estão situados nas inserções das fibras
musculares, como também nos tendões dos músculos esqueléticos, sendo bastante
sensíveis às alterações no comprimento muscular.
FONTE: O autor
187
O nível espinhal está relacionado à estabilização dinâmica da musculatura,
enquanto o cerebelar está envolvido pelo equilíbrio e postura, e o nível cortical está
relacionado à contração voluntária.
7 TREINAMENTOS
Existem dois tipos de treinamentos sensório motor que podem e devem ser utiliza-
dos pelos fisioterapeutas: treinamento proprioceptivo e treinamento neuromuscular
(PRENTICE, 2012).
188
das lesões. Os treinamentos por meio dos exercícios proprioceptivos podem ser
realizados das seguintes formas:
FONTE: O autor
189
aprendizado do indivíduo as correções ficam cada vez menos necessárias (PRENTICE,
2012). Os terapeutas precisam associar os programas de treinamento neuromuscular
com foco para a atividade ou o gesto desportivo de cada uma das modalidades, O que
proporciona maiores condições para que os indivíduos estejam mais preparados para
todo tipo de alteração que estimula uma mudança na estabilidade articular, podendo,
em muitos casos, provocar uma lesão (KOLT; MACKLER, 2008).
190
RESUMO DO TÓPICO 3
Neste tópico, você aprendeu:
191
AUTOATIVIDADE
1 O controle neuromuscular é definido como a ativação de forma inconsciente dos
estabilizadores dinâmicos. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta o objetivo
do controle neuromuscular:
I- Corpúsculos de Pacini.
II- Órgãos tendinosos de Golgi.
III- Fuso muscular.
a) Estão situados nas inserções das fibras musculares e nos tendões dos músculos
esqueléticos.
b) São mecanorreceptores de ação bastante rápida que estão situados no tecido
conjuntivo, derme, vísceras e articulações.
c) É um receptor sensorial proprioceptivo constituído por fibras musculares.
a) ( ) I – a; II – b; III – c.
b) ( ) I – c; II – b; III – a.
c) ( ) I – c; II – a; III – b.
d) ( ) I – b; II – a; III – c.
3 Existem vários estágios que fazem parte do aprendizado motor, sendo o estágio
cognitivo, associativo e o autônomo. Assinale a alternativa CORRETA que apresenta a
correlação dos estágios que fazem parte do aprendizado motor com o seu respectivo
significado:
I- Estágio cognitivo.
II- Estágio associativo.
III- Estágio autônomo.
192
a) Está relacionado com o refinamento de todas as competências.
b) Está envolvido com a compreensão de como executar uma determinada tarefa.
c) Referente à habilidade que acaba ficando automática.
a) ( ) I – a; II – b; III – c.
b) ( ) I – c; II – b; III – a.
c) ( ) I – c; II – a; III – b.
d) ( ) I – b; II – a; III – c.
193
194
UNIDADE 3 TÓPICO 4 -
MARCHA HUMANA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, apresentaremos a introdução à marcha humana, técnicas para
avaliação da marcha (análise observacional, rastreamento optoeletrônico tridimensional,
videografia e eletromiografia dinâmica), biomecânica da marcha normal, determinantes
da marcha e ciclo da marcha (fase de apoio e fase de balanço).
Não se pode esquecer que o indivíduo, ao longo da sua vida, passará por todo
um processo de degeneração em decorrência do seu envelhecimento fisiológico (SILVA;
CAMPOS, 2006). A marcha do idoso, mais conhecida como marcha senil, possui várias
particularidades, conforme pode ser observado na figura a seguir.
195
FIGURA 20 – PARTICULARIDADES DA MARCHA SENIL
Diminuição da velocidade
Altura do passo
Impulso
Rotação pélvica
FONTE: O autor
• análise observacional;
• rastreamento optoeletrônico tridimensional;
• videografia;
• eletromiografia dinâmica (SILVA; CAMPOS, 2006).
196
3.2 RASTREAMENTO OPTOELETRÔNICO TRIDIMENSIONAL
Quanto à técnica de rastreamento optoeletrônico tridimensional, todas essas
imagens devem ser filmadas através da utilização de, no mínimo, duas câmeras que
captam por meio de um computador e armazena todas as informações referente às
posições de todos os segmentos corporais (SILVA; CAMPOS, 2006).
3.3 VIDEOGRAFIA
A videografia é utilizada em larga escala, principalmente em função do seu
custo reduzido, além da grande facilidade quanto a sua avaliação, mesmo durante os
movimentos que são realizados em alta velocidade.
Outra grande vantagem dessa prática é que a técnica permite que o próprio
indivíduo avaliado consiga observar após a sua avaliação o que auxiliará no futuro de
todo o trabalho referente ao seu tratamento (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2016)
Todas essas informações são adquiridas por meio de sinais elétricos difundidos
tanto pela fibra muscular como dos tecidos moles vizinhos. Esses sinais podem ser
capturados através dos seguintes tipos de eletrodos:
197
• superfície;
• fio metálico;
• agulha (KISNER; COLBY, 2006).
Temporais Espaciais
FONTE: O autor
NOTA
Geralmente, a cadência dos passos para os homens é por volta de 100 a
120 passos por minuto, enquanto na mulher é de 105 a 125 passos por
minuto (KISNER; COLBY, 2006).
198
A velocidade está relacionada à velocidade média que é alcançada posteriormente
aos três primeiros passos, sendo apresentada como distância dividida pelo tempo, podendo
ser medida por centímetros dividido por segundo ou metros divididos por minuto.
5 DETERMINANTES DA MARCHA
A publicação no ano de 1950 por Saunders pode ser considerada um divisor
de águas, visto que provocou grandes mudanças nas concepções relacionadas às
condições responsáveis pela marcha normal (SILVA; CAMPOS, 2006).
199
Nesse importante trabalho, foram apresentados os determinantes da marcha
normal, considerados os responsáveis pela economia da energia do corpo e pela
diminuição do deslocamento do centro de gravidade durante toda a marcha
(SILVA; CAMPOS, 2006).
Báscula da pelve
Flexão do joelho
Alongamento relativo
Desprendimento do pé
FONTE: O autor
6 CICLO DA MARCHA
O ciclo da marcha é formado por duas fases: fase de apoio e fase de balanço
(SILVA; CAMPOS, 2006).
200
FIGURA 25 – CICLO DA MARCHA
FONTE: O autor
201
O contato inicial está relacionado ao momento em que o pé da extremidade de
referência encosta no solo.
202
A forma mais comum para o melhoramento está relacionada à contração excên-
trica do músculo tríceps sural no apoio final da marcha (O’SULLIVAN; SCHMITZ, 2016).
FONTE: O autor
203
geral do membro no balanço. A flexão do quadril é realizada por meio de uma contração
concêntrica do músculo quadríceps e iliopsoas, especialmente o músculo reto femoral
(SILVA; CAMPOS, 2006). Já a flexão do joelho é passiva, visto que a aceração anterior
rápida da coxa produz também o movimento.
Nessa fase, o músculo quadríceps não está mais ativo, entretanto, a perna
balança como um pêndulo em função da existência da inércia (O’SULLIVAN; SCHMITZ,
2016). O músculo iliopsoas é contraído para auxiliar o movimento para frente. O pé
permanece em dorsiflexão pela contração concêntrica do tibial anterior.
A fase de balanço final está relacionada ao ponto onde a tíbia está em posição
vertical com relação ao ponto anterior ao apoio inicial (SILVA; CAMPOS, 2006).
204
RESUMO DO TÓPICO 4
Neste tópico, você aprendeu:
• As técnicas para avaliação da marcha são muito utilizadas, entre elas: a análise
observacional, rastreamento optoeletrônico tridimensional, videografia e a eletromiografia
dinâmica.
205
AUTOATIVIDADE
1 Existem várias técnicas para avaliação da marcha, entre elas, a análise observacional,
rastreamento optoeletrônico tridimensional, videografia e eletromiografia dinâmica.
Assinale a alternativa CORRETA que apresenta a correlação entre as técnicas para
avaliação da marcha e os seus respectivos significados:
I- Análise observacional.
II- Rastreamento optoeletrônico tridimensional.
III- Videografia.
IV- Eletromiografia dinâmica.
a) Esta técnica é considerada como muito precisa, porém o grande inconveniente está
relacionado com os altos custos para a sua execução.
b) É utilizada em larga escala principalmente em função do seu custo reduzido além
da grande facilidade quanto avaliação, mesmo durante os movimentos que são
realizados em alta velocidade.
c) Demonstra o grau de contração muscular, sendo considerado como um importante
sinal quando de forma indireta da função muscular.
d) É a forma de avaliação mais simples que pode ser realizada, sendo executada por
meio de uma análise de forma simples, rápida e fácil que vai possibilitar um auxílio
quanto à realização do diagnóstico.
a) ( ) I – b; II – d; III – a; IV – c.
b) ( ) I – d; II – a; III – b; IV – c.
c) ( ) I – c; II – d; III – a; IV – b.
d) ( ) I – d; II – c; III – a; IV – b.
2 O ciclo da marcha é constituído por duas fases, a fase de apoio e a fase de balanço.
Com base nessas informações, referente às subclasses da fase de apoio, classifique
V para as opções verdadeiras e F para as falsas:
( ) Contato inicial.
( ) Resposta da carga.
( ) Médio apoio.
( ) Apoio inicial.
( ) Pré-balanço.
206
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – F – V – V.
b) ( ) V – F – V – V – V.
c) ( ) F – V – F – V – F.
d) ( ) V – V – V – F – V.
207
208
UNIDADE 3 TÓPICO 5 -
MARCHA PATOLÓGICA
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, estudaremos as classes funcionais, como a deformidade
funcional, a fraqueza muscular, a perda sensorial, a dor e o déficit de controle motor
ou espasticidade; e alterações biomecânicas: pronação excessiva do pé, supinação
excessiva do pé, flexão plantar excessiva, impulsão insuficiente, pé caído, flexão
excessiva do joelho, joelho hiperestendido, rotação excessiva medial ou lateral do fêmur,
base de suporte alargada, base de suporte reduzida, circundação, elevação do quadril,
flexão não adequada do quadril, extensão não adequada do quadril, extensão do tronco,
flexão do tronco e flexão lateral do tronco.
Existe uma série de doenças que alteram a capacidade dos indivíduos com
relação à marcha. Esses distúrbios (doenças) são agrupados em cinco classes funcionais
(SILVA; CAMPOS, 2006).
2 CLASSES FUNCIONAIS
Todas as doenças são classificadas em cinco classes funcionais, conforme pode
ser observado a seguir:
Déficit de Dor
controle motor
FONTE: O autor
209
2.1 DEFORMIDADE FUNCIONAL
A deformidade funcional está presente quando os tecidos não possibilitam uma
mobilidade passiva suficiente aos pacientes para alcançar as posturas e as amplitudes
de movimentos normais necessários para a marcha.
IMPORTANTE
A contratura é considerada uma alteração estrutural no tecido conjuntivo
fibroso que faz parte dos músculos, ligamentos ou cápsulas articular,
posteriormente uma inatividade prologada ou uma cicatriz em função
de uma lesão (SILVA; CAMPOS, 2006).
Esse tipo, muitas vezes, não é percebido ao longo da marcha, visto que o peso
do corpo alonga de forma passiva todos os tecidos acometidos (SILVA; CAMPOS, 2006).
210
Cada grupo muscular fundamental tem uma modificação postural (SILVA;
CAMPOS, 2006). Como conclusão, os pacientes também diminuem a determinação da
marcha através de uma menor velocidade.
Nos casos em que existe um maior déficit, o paciente não é capaz de realizar
o seu controle motor disponível, em função de não acreditar nos movimentos que está
realizando.
Em função do déficit sensorial não ser aparente, muitas vezes, ele acaba
não sendo levado em consideração (SILVA; CAMPOS, 2006). A divisão dos níveis de
propriocepção é muito superficial, existem três divisões em graus:
• normal;
• prejudicado;
• ausente.
2.4 DOR
A dor musculoesquelética promove reações fisiológicas que incluem duas
dificuldades à marcha, a deformidade e a fraqueza muscular.
211
A fraqueza muscular pode existir de forma secundária à dor na articulação que
está com edema, provocando a diminuição da atividade. Esse instrumento de feedback
é considerado o responsável quanto à proteção de todas as estruturas articulares,
contra a pressão intra-articular destrutiva durante a contração.
Ao longo da análise da marcha, o terapeuta observa uma menor força que está
disponível junto a uma postura de maior proteção, quando as articulações estão com
edemas (SILVA; CAMPOS, 2006).
Músculos com
Padrões locomotores
Controle seletivo variação quanto
primitivos
afetado aos estados de
emergentes
contração (tônus)
Grande reação ao
Propriocepção alongamento em
alterada função da
espasticidade
FONTE: O autor
• paralisia cerebral;
• acidente vascular cerebral;
• trauma raquimedular;
• trauma crânio encefálico;
• esclerose múltipla.
212
Os padrões locomotores mais primitivos são considerados uma possibilidade
para o movimento voluntário, uma vez que permite que o paciente consiga dar um
passo de forma intencional, através do padrão flexor e manter a estabilidade no apoio
pelo padrão extensor.
3 ALTERAÇÕES BIOMECÂNICAS
Agora, abordaremos a fase, a causa e o tratamento de várias alterações
biomecânicas, entre elas:
213
3.1 PRONAÇÃO EXCESSIVA DO PÉ
Esta fase ocorre no apoio médio até o pré-balanço. Enquanto a causa é a
deformidade compensada do antepé ou retropé varo, chamada não compensada do
antepé valgo, pé plano, dorsiflexão elevada do tornozelo, tíbia vara em excesso, membro
longo, rotação medial não compensada da tíbia ou fêmur e tibial fraco.
214
da contratura do tendão de Aquiles para o tônus elevado, utilizando o alongamento de
forma gradual (HOUGLUM, 2015).
3.5 PÉ CAÍDO
A fase é de balanço até o choque de calcanhar, essa marcha é denominada
de estepagem ou pé caído. Sua causa é a fraqueza dos músculos dorsiflexores. O
tratamento indicado, neste caso, é o treinamento da força para os músculos dorsiflexores
(HOUGLUM, 2015).
215
3.8 ROTAÇÃO EXCESSIVA MEDIAL OU LATERAL DO FÊMUR
A fase é o choque do calcanhar até o pré-balanço. Enquanto a causa é o
encurtamento dos músculos isquiossurais mediais ou laterais encurtados e fraqueza do
grupo muscular oposto.
3.11 CIRCUNDAÇÃO
A fase é de balanço inicial até o balanço final. A causa, nesse caso, é o comprimento
elevado do membro, encurtamento ou a dominância dos músculos adutores.
216
O tratamento indicado é a utilização das palmilhas, exercícios de alongamentos
para o músculo quadrado lombar (COOK, 2015).
217
RESUMO DO TÓPICO 5
Neste tópico, você aprendeu:
218
AUTOATIVIDADE
1 Existem cinco classes funcionais, as deformidades, a fraqueza muscular, a perda
sensorial, o déficit de controle motor e a dor. Assinale a alternativa CORRETA que
apresenta a correlação entre as classes funcionais aos seus respectivos significados:
I- Deformidade funcional.
II- Fraqueza muscular.
III- Perda sensorial.
IV- Dor.
V- Déficit de controle motor ou espasticidade.
a) ( ) I – d; II – b; III – c; IV – e; V – a.
b) ( ) I – e; II – c; III – a; IV – d; V – b.
c) ( ) I – b; II – d; III – a; IV – c; V – e.
d) ( ) I – a; II – d; III – e; IV – b; V – c.
2 Existem várias alterações biomecânicas na marcha que estão envolvidas com a fase,
a causa e o tratamento. Com relação às várias alterações biomecânicas na marcha,
classifique V para as opções verdadeiras e F para as falsas:
219
Assinale a alternativa que apresenta a sequência CORRETA:
a) ( ) V – V – V – V – F.
b) ( ) V – F – V – V – V.
c) ( ) F – V – F – V – V.
d) ( ) V – V – V – F – V.
( ) Paralisia cerebral.
( ) Acidente vascular cerebral.
( ) Trauma raquimedular.
( ) Trauma crânio encefálico.
( ) Esclerose múltipla.
a) ( ) V – V – V – V – F.
b) ( ) V – V – V – V – V.
c) ( ) F – V – F – V – V.
d) ( ) V – F – V – F – V.
220
UNIDADE 3 TÓPICO 6 -
PRÁTICA DE EXERCÍCIOS
1 INTRODUÇÃO
Neste tópico, teremos vários exemplos de exercícios para o tratamento
dos pacientes. Os exercícios estarão divididos para o membro superior, abordando
especificamente a articulação do ombro, cotovelo, antebraço, punho e mãos.
Por último, abordaremos os exercícios para as articulações do membro inferior,
englobando os exercícios para o quadril, o joelho, o tornozelo e os dedos.
221
FIGURA 32 – EXERCÍCIOS DE EXTENSORES ATRAVÉS DA BARRA EM L
Nos dois exercícios a seguir (Figura 33), o paciente está realizando flexões, na
primeira posição com sustentação do peso através dos pés e, na posição seguinte, com
sustentação do peso através dos joelhos.
222
FIGURA 34 – FORTALECIMENTO ATRAVÉS DA FACILITAÇÃO NEUROMUSCULAR PROPRIOCEPTIVA
A B
FONTE: Voight et al. (2014, p. 498)
223
FIGURA 36 – EXTENSÃO DO COTOVELO
224
4 ARTICULAÇÕES DO PUNHO, MÃOS E DEDOS
A seguir, abordaremos alguns exercícios para o tratamento da articulação do
punho, mãos e dedos. Esses exercícios são referentes ao deslizamento máximo do flexor
superficial e profundo dos dedos. Na Figura 38, na letra A, o paciente realiza a extensão
total dos dedos, na letra B e C, a flexão dos quatro dedos e, na letra D, abdução do polegar.
5 ARTICULAÇÃO DO QUADRIL
Agora, abordaremos alguns exercícios para o tratamento da articulação do
quadril. Na Figura 40, o paciente está realizando o alongamento dos músculos adutores
do quadril através da flexão dos quadris a 90º.
225
FIGURA 40 – ALONGAMENTO DOS MÚSCULOS DO QUADRIL
226
FIGURA 42 – EXERCÍCIO PARA O MÚSCULO RETO FEMORAL
6 ARTICULAÇÃO DO JOELHO
Agora, abordaremos alguns exemplos de exercícios para o tratamento da
articulação do joelho. Na figura 43, o paciente está em decúbito ventral realizando o
alongamento dos músculos flexores com os membros inferiores fora da maca.
227
Na Figura 44, o paciente está em decúbito dorsal realizando a extensão do
joelho através da utilização de um rolo.
228
7 ARTICULAÇÕES DO TORNOZELO E DOS DEDOS
A seguir, tem-se alguns exemplos de exercícios para o tratamento da articulação
do tornozelo e dedos. Na figura a seguir, o paciente está realizando a flexão plantar
através da utilização de uma faixa elástica, que está impondo uma resistência.
229
FIGURA 48 – EXTENSÃO E FLEXÃO DOS DEDOS
230
FONTE: Floyd (2015, p. 25-27)
231
LEITURA
COMPLEMENTAR
TREINAMENTO DA MARCHA, CARDIORRESPIRATÓRIO E MUSCULAR APÓS
ACIDENTE VASCULAR ENCEFÁLICO: ESTRATÉGIAS, DOSAGENS E DESFECHOS
[...]
MÉTODO
Os artigos desta revisão foram selecionados a partir das bases de dados Science
Direct, PubMed, SpringerLink, LILACS, Informaworld e IngentaConnect, no período entre
julho e dezembro de 2008. Foram considerados para esta revisão apenas os artigos
publicados na íntegra entre os anos 1980 e 2008, que foram pesquisados a partir da
combinação dos termos ingleses: stroke, hemiplegia, hemiparesis, physical exercise,
physical training, strength training, muscular training, exercise training, body-weight
supported treadmill training, treadmill training, gait training, walking, functional activity;
e em português, dos termos: acidente vascular cerebral/encefálico, hemiparesia,
hemiplegia com treinamento, marcha, força muscular, treinamento em esteira e
atividade funcional.
Os artigos deveriam relatar ensaios clínicos randomizados ou, então, estudos pré-
experimentais ou quase-experimentais que envolvessem treinamentos com objetivo de
melhorar a marcha, a força, o condicionamento cardiorrespiratório e a independência
funcional dos indivíduos acometidos por AVE. Foram incluídos 27 trabalhos escritos com
este perfil, além de dois artigos de revisão, todos na língua inglesa. Os demais artigos
citados no presente estudo foram utilizados para embasar as discussões referentes aos
achados dos estudos incluídos.
RESULTADOS
Treinamento de marcha
232
dos indivíduos que sofrem um AVE recuperam a capacidade de marcha, embora apenas
7% dos pacientes subagudos tenham capacidade suficiente de deambular de forma
independente fora de casa. A recuperação da marcha é a meta principal na reabilitação
desses pacientes. Os programas de treinamento de marcha têm como objetivo
restabelecer a marcha funcional e também melhorar a qualidade ou desempenho desta.
A esteira com suspensão de peso corporal (SPC) tem sido utilizada largamente
para recuperar a função locomotora após um AVE. Existe, hoje, uma grande variedade de
estudos investigando programas de treinamento da marcha, frequentemente realizados
em uma esteira com ou sem SPC.
233
Dentre os estudos envolvendo treinamento de marcha com SPC selecionados
para esta revisão, sete avaliaram a resistência para a marcha, seis estudos utilizaram uma
escala funcional (por exemplo, a Functional Ambulation Category – FAC) para classificar
a dependência funcional da marcha, e quatro estudos avaliaram as atividades de vida
diária. Quanto ao tipo de comparação que foi utilizada nos estudos selecionados, todos
compararam o treinamento de marcha em esteira com algum outro tipo de intervenção
fisioterapêutica. Seis estudos compararam treinamento em esteira (com ou sem SPC)
com outro treinamento orientado à tarefa da marcha. O estudo de Visitin et al. (s.d.)
comparou o treinamento em esteira com SPC com treinamento sem SPC, e outros três
estudos usaram intervenções não orientadas à tarefa como comparação. Dois estudos
descreveram a intervenção do grupo controle como sendo um treinamento simulado,
ou placebo, sendo que Dean et al. (s.d.) treinou o membro superior afetado, e Ada et al.
(s.d.) utilizou um treinamento de marcha domiciliar, orientado à tarefa em intensidade
insuficiente para provocar efeito. Nenhum dos estudos encontrados comparou
treinamento com SPC sem o uso da esteira com outra intervenção.
O treinamento em esteira com ou sem SPC parece ser tão efetivo quanto outras
intervenções usadas como controle para pessoas com sequelas de AVE, sem evidências
de ser prejudicial. Alguns aspectos específicos da intervenção parecem ter impacto
sobre a eficácia. Por exemplo, os efeitos do tratamento parecem estar relacionados com
a dosagem do protocolo de treinamento utilizado. Nos estudos encontrados, o protocolo
variou em intensidade, duração e frequência da caminhada na esteira, como pode ser
visto na Tabela 1. Os estudos relataram intervenções de duas semanas até seis meses,
todas com resultados positivos. A frequência mínima foi de três vezes na semana,
234
chegando a cinco em alguns estudos. Para Pohl et al. (s.d.), um protocolo com uma
progressão mais intensa da velocidade da esteira mostrou ser mais eficaz nos ganhos
de velocidade da marcha, comparado com progressões de velocidade limitadas.
235
TABELA 1 – RESUMO DOS TESTES DE AVALIAÇÃO UTILIZADOS E DOSAGEM DAS INTERVENÇÕES NOS
PRINCIPAIS ESTUDOS DO TREINAMENTO DA MARCHA EM ESTEIRA
Teste de Avaliação da
Teste de Outras
desempenho recuperação Dosagem das
Estudo resistência à avaliações
da marcha em motora/ intervenções
fadiga clínicas
distância curta severidade
Versão adaptada
30 minutos
Velocidade Teste de com 30 itens Cadência,
Ada et al. 3 vezes na
confortável em caminhada de da Sickness comprimento e
2003 (18) semana durante
10 m 6 min Impact Profile largura do passo
4 semanas
(SA-SIP30)
Functional
Distância National Ambulation 20 minutos,
Velocidade
da Cunha et al. máxima Institutes Category (FAC), 5 vezes na
rápida de
2002 (19) percorrida em of Health (NIH) Medida de semana, durante
marcha em 5 m 5 min Stroke Scale Independência 2 a 3 semanas
funcional (MIF)
60 minutos de
intervenção,
Velocidade Teste de Tempo de sendo 5 minutos
Dean et al. confortável em caminhada de — levantar e andar, na esteira,
2000 (22) 10 m 6 min Step Test 3 vezes na
semana, durante
4 semanas
Qualidade da
Rivermead 30 minutos,
Teste de marcha com
Eich et al. Velocidade motor 5 vezes na
caminhada de o Rancho los
2004 (20) rápida em 10 m asessement semana, durante
6 min Amigos gait
Scale 6 semanas
analysis
60 minutos,
Velocidade Teste de Habilidade ao
Jaffe et al. 3 vezes na
confortável e caminhada de — cruzar
2004 (21) semana, durante
rápida em 6 m 6 min obstáculos 2 semanas
Distância
percorrida em 45 minutos,
Velocidade velocidade
Kosak et al. 5 vezes na
confortável em confortável — MIF
2000 (16) semana, durante
2 min até que o 2 a 3 semanas
participante não
mais tolerasse
Velocidade 8 a 20 minutos,
Laufer et al. rápida de FAC, Standing 5 vezes na
— —
2001 (15) marcha em Balance Test semana, durante
10 m 3 semanas
Cadência,
Comprimento
do passo, teste
de sentar e 60 minutos,
Velocidade
Liston et al. levantar, 3 vezes na
confortável em — —
2000 (25) Nottingham semana, durante
10 m Extended ADL 4 semanas
Scale (avaliação
de atividades de
vida diária)
30 minutos,
Velocidade Escala de
Nilson el al. 5 vezes na
confortável em Avaliação de Berg, FAC, MIF
2001 (17) semana, durante
10 m Fugl-Meyer 9 a 10 semanas
30 minutos,
Velocidade Cadência,
Pohl et al. 3 vezes na
confortável em — — Comprimento do
2002 (23) semana, durante
10 m passo, FAC 4 semanas
Resistência The Stroke 20 minutos,
Distância ercorrendo Rehabilitation
Visitin et al. 4 vezes na
percorrida em 10m em Assessment Berg
1998 (13) semana, durante
3m vai-e-vem até of Movement 6 semanas
exaustão (STREAM)
Rivermead FAC, 15 a 20 minutos,
Velocidade
Werner et al. motor espasticidade 5 vezes na
rápida de —
2002 (24) asessement de flexores semana, durante
marcha em 10 m Scale plantares 2 semanas
FONTE: OVANDO, A. C. et al. Treinamento da marcha, cardiorrespiratório e muscular após acidente vascular
encefálico: estratégias, dosagens e desfechos. Rev. Fisioter. Mov., Curitiba, v. 23, n. 2, p. 253-269, abr./
jun. 2010.
236
RESUMO DO TÓPICO 6
Neste tópico, você aprendeu:
• Existem vários tipos de exercícios que podem ser utilizados para o tratamento dos
mais diversos pacientes.
• Os exercícios são divididos para cada uma das articulações do membro superior
(ombro, cotovelo, antebraço, punho, mãos e dedos.
• Os exercícios são divididos para cada uma das articulações do membro inferior
(quadril, joelho tornozelo e dedos).
237
AUTOATIVIDADE
1 Existem vários tipos de exercícios que podem ser utilizados para o tratamento
da articulação do ombro, entre eles o movimento de serrar. Assinale a alternativa
CORRETA que apresenta em que casos este exercício pode ser indicado:
2 Existem vários exercícios que podem ser realizados na posição sentada para a
articulação do joelho. Assinale a alternativa CORRETA que aborda o músculo que
realiza uma contração isométrica durante o movimento de extensão do joelho na
posição sentada:
a) ( ) Quadríceps femoral.
b) ( ) Vasto dorsal.
c) ( ) Bíceps femoral.
d) ( ) Tríceps femoral.
3 Existem vários tipos de exercícios que podem ser realizados para os dedos das mãos.
Assinale a alternativa CORRETA que apresenta os músculos que envolvidos nos
exercícios de deslizamento para os dedos da mão:
238
REFERÊNCIAS
ALVES, F. Psicomotricidade: corpo, ação e emoção. 5. ed. Rio de janeiro: Walk, 2012.
GUYTON, A. C. Tratado de fisiologia médica. 13. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2017.
KARATAS, M. et al. Trunk muscle strenght in relation to balance and functional
disability in unihemispheric stroke patients. American Journal of Physical
Medicine Rehabilitation, Baltimore, v. 83, n. 2, p. 81-87, 2004.
239
KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios terapêuticos: fundamentos e técnicas. 5. ed.
Barueri: Manole, 2009.
MARTINS, R. A.; SILVA, C. C. As pesquisas de Newton sobre a luz: Uma revisão histórica.
Rev. Bras. Ensino de Física, São Paulo, v. 37, n. 4, p. 4202-4232, out./dez. 2015.
240
TORTORA, G. J. Princípios de Anatomia Humana. 10. ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2011.
241
ANOTAÇÕES
242
243
244