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FACULDADE DE DIREITO
DIREITO
2º Ano
Pós- Laboral
Eduardo J. Couture
UNIZAMBEZE
Beira,2023
UNIVERSIDADE ZAMBEZE
FACULDADE DE DIREITO
DIREITO
2º Ano
IV GRUPO
Discente:
Alfredo Cumbe
Larissa Mayara
Regina sebastiana Tomo.
Ronaldo Fernandes Jemuce
Docente:
UNIZAMBEZE
Beira,2023
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ÍNDICE
CAPITULO I.....................................................................................................................4
1.Introdução:......................................................................................................................4
2.OBJECTIVOS................................................................................................................5
2.1.Objectivos gerais:....................................................................................................5
2.2.Objectivos específicos:............................................................................................5
CAPITULO II....................................................................................................................6
CAPITULO III................................................................................................................18
8.Conclusão:....................................................................................................................18
9.Bibliografia...................................................................................................................19
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CAPITULO I
1.Introdução:
Este trabalho aborda a questão dos direitos fundamentais e dos direitos tradicionais não-
escritos em Moçambique. Moçambique é um país situado na costa sudeste da África,
conhecido por sua diversidade cultural e história complexa. Desde sua independência
em 1975, o país tem buscado estabelecer um sistema jurídico que proteja os direitos
básicos e inalienáveis de seus cidadãos.
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2.OBJECTIVOS
2.1.Objectivos gerais:
Analisar a relação entre os direitos fundamentais e os direitos tradicionais não-
escritos em Moçambique.
Compreender como esses sistemas coexistem e interagem dentro do contexto
jurídico e cultural do país.
Investigar os desafios e conflitos que surgem na conciliação entre os direitos
fundamentais e os direitos tradicionais não-escritos em Moçambique.
Avaliar os esforços realizados pelo Estado e pela sociedade civil para promover
a harmonização e a proteção dos direitos humanos, considerando os direitos
tradicionais não-escritos.
2.2.Objectivos específicos:
Analisar a legislação constitucional de Moçambique que estabelece os direitos
fundamentais e sua relação com os direitos tradicionais não-escritos.
Explorar os instrumentos internacionais de direitos humanos ratificados por
Moçambique e sua influência na proteção dos direitos fundamentais no país.
Investigar os sistemas jurídicos tradicionais em Moçambique, como o costume e
a tradição, e examinar como esses sistemas são reconhecidos e integrados no
sistema legal formal.
Avaliar as iniciativas adotadas pelo Estado moçambicano e pela sociedade civil
para garantir a harmonização e a proteção dos direitos fundamentais,
promovendo o diálogo intercultural e a valorização da diversidade cultural do
país.
Propor recomendações e possíveis abordagens de reconciliação entre os sistemas
jurídicos e culturais em Moçambique, visando garantir a proteção e o exercício
pleno dos direitos humanos para todos os moçambicanos.
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CAPITULO II
A importância dos direitos fundamentais reside no fato de que eles são essenciais para
promover e proteger a dignidade humana. Eles fornecem um conjunto básico de padrões
que asseguram a igualdade, a justiça, a liberdade, a segurança e a participação de todos
os indivíduos na sociedade. Os direitos fundamentais incluem direitos civis e políticos,
como o direito à vida, à liberdade de expressão, à igualdade perante a lei, ao voto, à
privacidade, entre outros. Também abrangem direitos econômicos, sociais e culturais,
como o direito à educação, à saúde, ao trabalho digno, à moradia adequada e à cultura.
c) Reconhecida a liberdade do grupo, em que medida pode o seu exercício ser lesivo
para a liberdade individual dos seus membros?
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d) Em que medida pode a igualdade de oportunidades, postulada pelo estado social dos
nossos dias, em incindir nos condicionamentos derivados de uma cultura de grupo?
g) Caso negativo, como se concilia com liberdade da vida privada? Deve existir
descriminações positivas no sentido de o obter um certo equilíbrio?
Ainda manifesta-se também o direito tradicional no artigo 115/1 CRM que consagra a
promoção e do desenvolvimento da cultura e personalidade nacionais garante a livre
expressão das tradições e valores das sociedades moçambicana.
E por fim, reconhece a CRM no seu artigo 9 a valorização das línguas nacionais como
património cultural e decacional e promove o seu desenvolvimento e sua utilização
crescente como línguas veiculares da nossa identidade.
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A CRM da tamanha importância ao direito consuetudinário que até colocou o mesmo
direito como um dos limites matérias para a revisão constitucional ao referir no artigo
300/1/G que as leis da revisão constitucional tem de respeitar o pluralismo de expressão.
Podemos afirmar que existe uma tutela objetiva da tradição pela relevância
constitucional que se da mesma em termos quantitativos e qualitativos, podendo esta ser
considerada um princípio fundamental da constituição moçambicana, o que não
significa como refere. VASCO PERREIRA DA SILVA. que esses direitos sejam
transferidos para órbitra estadual, muito por contrário, tento em atenção que esses
direitos pertencem a sociedade, cabendo ao estado apenas apoiar a sua consagração.
Alcançado esse ponto, torna-se importante afirmar que não existe um verdadeira
contraposição entre o princípio da universalidade próprio dos direitos, liberdade e
garantias (artigo 35 CRM) e respeito pela diversidade social cultural e étnica. A
igualdade hoje, quando bem entediada, também o e na diversidade de facto, a
constituição não confunde a soberania popular com a maiorias. Consequentemente, não
existe contradição entre o estatuto da cidadania característico do modelo próprio da
legitimidade democrática e o pluralismo exigido pelo respeito pelas minorias.
Com tudo, uma coisa e o jogo das maiorias minorias, como regras de tomadas de
decisões coletivas e outra muito destinta é uma ordem constitucional que garanta a
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convivência pacífica entre as maiorias e as minorias; a ordem que regula o poder
constituído legitimamente com as minorias.
A resposta a esta questão devera obter-se, pois, pela afirmação da primazia dos direitos
individuais, independentemente do facto de pertencer ou não a uma minoria esta
posição a que parece mas adequada a ordem constitucional vigente, que consagra:
Desde logo um direito geral de liberdade (artigo 35CRM) que devera ser
entendido como um princípio segundo o qual tudo o que não esta expressamente
proibida e lécito juridicamente principio que abre campo a afirmação do direito
da diferença.
O direito fundamental a intimidade da vida privada (artigo 40 CRM),que
salvaguarda o âmbito ou o espaço próprio da vida privada, preservando-o de
interversões estranhas (publicas ou privadas),salvo a existência de bens
constitucionais justificativos.
As liberdades de consciências e de expressão de pensamento, ideias e crenças
(artigo 48 e 54 CRM) em relação ao direito de comunicação (artigo 48/3 49/1 e
3 da CRM).
Cabe ainda referir, na mesma linha, a liberdade de ensino (artigo 113/5 CRM);a
liberdade de formação religiosa e moral de acordo com as próprias convicções
(artigo 54/3 CRP) com efeito, estas liberdades podem ser entendidas como uma
projeção das liberdades ideológicas e de expressão do pensamento e ideias e
opiniões, cujo objeto consiste na transmissão de um determinado conjuntos de
conhecimento e valores.
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5.DIREITOS TRADICIONAIS NÃO-ESCRITOS EM
MOÇAMBIQUE
A diversidade cultural e étnica de Moçambique e seus reflexos nos direitos tradicionais
Moçambique é um país conhecido por sua rica diversidade cultural e étnica, abrigando
mais de 20 grupos étnicos distintos. Cada grupo étnico possui suas próprias tradições,
costumes, línguas e sistemas de governança, o que reflete na existência de uma
variedade de direitos tradicionais não-escritos.
No contexto dos direitos à terra, as práticas tradicionais de posse e uso da terra são
valorizadas e reconhecidas. Em muitas comunidades, a terra é considerada um recurso
coletivo, com sistemas de gestão e distribuição baseados em costumes e tradições locais.
O acesso à terra e aos recursos naturais é regido por princípios comunitários, costumes
ancestrais e práticas de partilha que têm sido preservados ao longo dos séculos.
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os princípios dos direitos humanos, especialmente em relação à igualdade de gênero,
aos direitos das crianças e às práticas consideradas prejudiciais, como a mutilação
genital feminina.
Nesse sentido, Moçambique tem buscado um equilíbrio entre o respeito aos direitos
tradicionais e a garantia dos direitos fundamentais universalmente reconhecidos. A
legislação nacional tem sido promulgada para proteger os direitos humanos e combater
práticas discriminatórias ou prejudiciais. Além disso, programas de conscientização e
educação têm sido implementados para promover o diálogo intercultural e a
compreensão mútua entre os sistemas jurídicos tradicionais e o sistema legal formal.
Os anciãos e chefes tradicionais também são responsáveis por manter a ordem social e a
coesão comunitária. Eles são encarregados de aplicar as normas culturais e resolver
disputas internas, garantindo que todos os membros da comunidade sejam tratados com
justiça e respeito. Além disso, eles desempenham um papel importante na preservação
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da identidade cultural, transmitindo conhecimentos tradicionais, histórias e valores às
gerações mais jovens.
É importante ressaltar que o papel dos anciãos e chefes tradicionais pode variar de
acordo com a cultura e o contexto específicos de cada comunidade. Em algumas
sociedades, eles podem ter poderes decisórios mais amplos, enquanto em outras suas
funções podem ser mais cerimoniais. No entanto, em muitos casos, a presença e
influência desses líderes tradicionais são valorizadas como uma fonte de estabilidade,
sabedoria e coesão social.
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Direito à igualdade e não discriminação: Proibição da discriminação com base
em raça, etnia, gênero, religião, origem social, entre outras características.
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nacional. Aqui estão algumas iniciativas que podem ser adotadas para promover essa
integração:
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pode ser feito por meio de programas de capacitação, fortalecimento
institucional e fornecendo acesso à informação relevante.
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mais adequada dos conflitos, buscando um equilíbrio entre a preservação da
diversidade cultural e a proteção dos direitos humanos.
Desenvolvimento do direito: A conciliação dos sistemas jurídicos também
pode contribuir para o desenvolvimento do direito, especialmente em relação à
evolução das normas e práticas jurídicas. Os tribunais têm a oportunidade de
estabelecer precedentes e criar jurisprudência que leve em consideração as
complexidades e especificidades dos sistemas jurídicos tradicionais, ao mesmo
tempo em que promove os princípios fundamentais dos direitos humanos.
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obstáculos significativos para as comunidades rurais e isoladas em busca de
justiça e reparação em caso de violações dos direitos fundamentais.
Barreiras linguísticas e culturais: As comunidades rurais e isoladas muitas
vezes possuem línguas e culturas distintas, o que pode criar barreiras na
comunicação e compreensão dos direitos fundamentais e dos mecanismos legais
de proteção. A falta de tradução adequada e de sensibilidade cultural pode
dificultar o acesso à justiça e a outros serviços governamentais.
Desigualdades de gênero e discriminação: As comunidades rurais e isoladas
podem ser afetadas por desigualdades de gênero e discriminação, tornando
certos grupos mais vulneráveis a violações dos direitos fundamentais. Mulheres,
crianças, idosos, pessoas com deficiência e minorias étnicas podem enfrentar
obstáculos adicionais no exercício de seus direitos e no acesso à justiça.
Fragilidade do Estado de direito: Em algumas áreas rurais e isoladas, a
presença e a capacidade do Estado para fazer cumprir a lei e proteger os direitos
fundamentais podem ser limitadas. A falta de recursos, pessoal qualificado e
infraestrutura pode enfraquecer a implementação e proteção efetiva dos direitos
fundamentais nessas comunidades.
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CAPITULO III
8.Conclusão:
Neste trabalho, foi realizado um estudo sobre a relação entre os direitos fundamentais e
os direitos tradicionais não-escritos em Moçambique, com o objetivo de compreender
como esses sistemas coexistem e interagem dentro do contexto jurídico e cultural do
país.
No entanto, também foram identificados esforços tanto por parte do Estado quanto da
sociedade civil para promover a harmonização e a proteção dos direitos fundamentais,
levando em consideração os direitos tradicionais não-escritos. O diálogo intercultural e
a valorização da diversidade cultural foram destacados como elementos cruciais nesse
processo.
Este estudo contribui para ampliar o entendimento sobre a complexidade dessa relação
em Moçambique, fornecendo insights importantes para futuras reflexões e possíveis
abordagens de reconciliação entre os sistemas jurídicos. Reconhecer e respeitar tanto os
direitos fundamentais quanto os direitos tradicionais não-escritos é fundamental para
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promover uma sociedade justa e inclusiva, que valorize a diversidade cultural e garanta
a proteção e o exercício pleno dos direitos humanos para todos os moçambicanos.
9.Bibliografia
Constituição da República de Moçambique - República de Moçambique
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