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FACULDADE DE DIREITO
Marrufo Saíde
Código
81220283
Nampula, Agosto de 2023
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Nome:
Marrufo Saíde
Código
81220283
Nampula, Agosto de 2023
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Introdução
2. Objetivos
Para este trabalho, como metodologia enquanto procedimento, realizar-se-á uma análise
documental e do seu respectivo conteúdo para obter um parecer, de um ponto de vista
generalizado sobre o tema em alusão.
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1. Direitos Fundamentais no Estado Moçambicano
Isto para dizer que todos os assuntos sobre os direitos fundamentais não se esgotam apenas
na Constituição, existindo outros instrumentos legais ou leis que de forma específica nos
remetem à sua consulta e apreciação. Ou seja, a fonte de reconhecimento dos direitos
humanos em si não é, apenas, a Constituição mas também a Lei ordinária.
Segundo Marmelstein (2008, p. 24), “direitos fundamentais são direitos de defesa que
se destinam a proteger determinadas posições subjetivas contra a intervenção do poder
público”. Ainda nesta mesma linha depensamento, o autor diz que “os direitos
fundamentais do homem são situações jurídicas objetivas esubjetivas definidas no direito
positivo em prol da dignidade, igualdade e liberdade da pessoa humana” (p. 35).
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a) Direitos fundamentais individuais e institucionais: Enquanto os Direitos fundamentais
individuais referem-se ao direito à vida, à liberdade pessoal, à objeção de consciência, o
direito ao trabalho, direito ao ensino, etc. Os direitos fundamentais institucionais dizem
respeito porexemplo ao direito de livre organização, de confissões religiosas, direito de
antena, livre ação deassociação, associações sindicais, etc.
No nosso país, os Deveres cívicos são um conjunto de deveres que se impõem ao cidadão
para uma justa e salutar convivência em sociedade. Estes, correspondem aos valores
fundamentais dos seres humanos. Por exemplo, o direito à vida, a constituir família, a
escolher livremente o emprego e a religião, o direito à liberdade e defesa em tribunal e o
direito à liberdade de expressão.
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De acordo com Sarlet (2009b), a importância dos direitos fundamentais, bem como o
nascimento da ideia de cidadania, não se posicionam somente numa óptica de viragem para
o Estado Constitucional Contemporâneo, já que do mesmo modo se afiguram relevantes da
perspectiva do enriquecimento que proporcionaram à evolução da sociedade e do Estado.
Essa é uma verificação que não deixa margem para hesitações quando analisamos a
evolução da positivação dos direitos fundamentais. Por “aí não só se percebe o eixo de
acção das grandes instituições do Direito Constitucional, assim como se pressente o seu
valor para o próprio desenvolvimento do Direito Constitucional” (António, et al., 2012, p.
72).
Isto quer dizer que é esta vertente do Direito Constitucional que tem a finalidade de
proteger a pessoa humana, ao mais alto nível e com todas as garantias que são apanágio da
força deste domínio jurídico. Em nenhum outro lugar do Direito Positivo estadual se pode
dar, nestes termos de máxima efetividade, tanta proteção à pessoa como pela consagração
de direitos fundamentais.
Contudo, tal não significa que a pessoa humana seja apenas defendida pelo Direito
Constitucional dos Direitos Fundamentais, sendo legítimo salientar que este propósito é
levado a cabo por outros setores jurídicos, como descreve Silva (2009, p. 66):
O Direito Penal, ao punir com as penas mais graves os crimes contra as pessoas e os seus
mais elevados valores, como é o caso da vida, intrauterina e extrauterina, da integridade
pessoal ou da honra;
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O Direito Civil, quando se encabeça pelos direitos da personalidade, os quais se relacionam
com a proteção da pessoa na atividade jurídico-privada.
Pela sua importância, de todos estes, os direitos humanos ganham uma especial acuidade,
porque diretamente comunicam com o Direito Constitucional, sendo até, de alguma sorte, o
seu natural prolongamento.
Para ser mais específicos podemos destacar entre os principais pontos que relevam a
importância dos Direitos Humanos:
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Em resumo, os Direitos são essenciais para a construção de sociedades mais justas,
igualitárias e democráticas, e sua promoção e proteção são uma responsabilidade
compartilhada por todos os países e indivíduos.
Em outras palavras, a defesa de liberdade dos direitos fundamentais limita o poder estatal
(ele não pode editar leis retroativas), mas também atribui dever ao Estado (impõe-se-lhe,
por exemplo, o dever de impedir a violação da privacidade).
Sarlet (2009), ensina que a função de defesa ou de liberdade dos direitos fundamentais tem
dupla dimensão:
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Estado, que não pode praticar tortura; de outro, exige a atuação do Estado, visto que este
precisa agir para evitar que a tortura seja praticada.
Os direitos fundamentais das pessoas precisam ser protegidos contra toda sorte de
agressões. Na conflituosidade da vida cotidiana, tais direitos podem ser violados a qualquer
instante. É o que ocorre, por exemplo, com os direitos fundamentais à vida, à privacidade, à
liberdade de locomoção e à propriedade intelectual. Nessa perspectiva, “Muitos direitos
impõem um dever ao Estado (poderes públicos) no sentido de este proteger perante
terceiros os titulares de direitos fundamentais (Silva, 2009, p. 101).
Trata-se, portanto, como o próprio autor constata, de um vínculo que se estabelece entre
indivíduos, em virtude do qual estes se relacionam uns com os outros. Verifica-se, então, a
eficácia horizontal dos direitos fundamentais. O Estado, atendendo à função, desempenhada
pelos direitos fundamentais, de prestação perante terceiros, atua para proteger tais direitos.
Portanto, Dimitri Dimoulis e Leonardo Martins (2007) entendem que “o efeito horizontal
tem caráter mediato/indireto e, excepcionalmente, caráter imediato/direto. O efeito
horizontal indireto refere-se precipuamente à obrigação do juiz de observar o papel (efeito,
irradiação) dos direitos fundamentais, sob pena de intervir de forma inconstitucional na
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área de proteção do direito fundamental, prolatando uma sentença inconstitucional [...] O
efeito horizontal imediato refere-se ao vínculo direto das pessoas aos direitos fundamentais
ou de sua imediata aplicabilidade para a solução de conflitos interindividuais” (2007, p.
113).
A não discriminação diz respeito a todos os direitos fundamentais. Refere-se, por exemplo,
aos direitos civis e políticos e aos direitos económicos, sociais e culturais. Nenhuma pessoa
poderá ser privada de um direito fundamental em razão de discriminação. Está-se, portanto,
diante do princípio da igualdade.
É o que expressa a lição de Gomes Canotilho (2002, p. 409), ao afirmar que “a partir do
princípio da igualdade e dos direitos de igualdade específicos consagrados na constituição,
a doutrina deriva esta função primária e básica dos direitos fundamentais: assegurar que o
Estado trate os seus cidadãos como cidadãos fundamentalmente iguais”.
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Nesse aspecto, a história dos direitos fundamentais perpassa pela evolução no plano
filosófico dos chamados direitos humanos como direitos de liberdade.
Nessa testilha, a primeira geração dos direitos fundamentais deita raízes nas Declarações do
século XVIII, sendo a primeira a do Estado da Virgínia de 1776. Todavia, a que realmente
marcaria os direitos fundamentais de primeira geração foi a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão que sintetizou as aspirações político-filosóficas da Revolução
Francesa de 1789. Consubstanciam-se a primeira geração de direitos fundamentais os
direitos de liberdade, notadamente os direitos civis e políticos.
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A burguesia ao reclamar direitos de influenciar a política, tendo em vista o crescimento de
seu poder econômico, buscou que se assegurasse a separação dos poderes e que reclamasse
direitos individuais num documento constitucional como garantias de liberdade.
Ainda no que tange ao intercurso histórico dos direitos fundamentais, no ultimo quartel do
século XX surgiram os direitos fundamentais de terceira geração fundamentados no
princípio da solidariedade ou da fraternidade.
Segundo Antonio, et al. (2012), é a Declaração Universal dos Direitos do Homem de 1948
que deu início à terceira geração dos direitos fundamentais.
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Conclusão
Contudo, pode concluir que direitos fundamentais são direitos de defesa que se destinam a
proteger determinadas posições subjetivas contra a intervenção do poder público. Os
direitos fundamentais do homem são situações jurídicas objetivas e subjetivas definidas no
direito positivo em prol da dignidade, igualdade e liberdade da pessoa humana.
Discutimos o tema sob olhar jurídico e generalizado. Apesar de estar patente a ideia de uma
discussão em torno do Estado Moçambicano, fica claro que alastramos mais o conteúdo
para ter uma visão clara e ampla em torno do tema.
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Bibliografia
António, C., et al. (2012). Teoria do Direito Económico. São Paulo: Malheiros.
Dimoulis, D. & Martins, L. (2007). Teoria Geral dos Direitos. São Paulo: RT.
Vaz, M. A.; S/D - Direito Económico – A ordem Económica Portuguesa, S/ Ed., Coimbra.
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