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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOCAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE DIREITO

PROTECÇÃO E JUSTICIABILIDADE DOS DIREITOS HUMANOS


NOS TRIBUNAIS NACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES (NO
CASO DE MOÇAMBIQUE)

SISTEMA DAS NAÇÕES UNIDAS DE PROTECÇÃO DOS


DIREITOS HUMANOS

NAMPULA

2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOCAMBIQUE

FACULDADE DE DIREITO

Assif Mahomed Amim

Anabela Capataz

Byamnobe Abwe

Catiza Abdul Ussene

Dércio Muchabzi

Faith Marcos

Farida Mónica Amido M. Amisse

Helena Domingos

Mussa Hamido Abubacar

Ótilia da Érica Francisco Jone

Zaquili Rachide

PROTECÇÃO E JUSTICIABILIDADE DOS DIREITOS HUMANOS


NOS TRIBUNAIS NACIONAIS E OUTRAS INSTITUIÇÕES (NO
CASO DE MOÇAMBIQUE)

SISTEMA DAS NAÇÕES UNIDAS DE PROTECÇÃO DOS


DIREITOS HUMANOS

Trabalho de carácter avaliativo da cadeira Direitos


Humanos e Fundamentais, referente ao 2º semestre
do curso de Licenciatura em Direito, 2º ano, a ser
submetido na UCM-FADIR, sob orientação do
Docente M.A Farci Anibal

NAMPULA

2023
Índice
Lista de abreviatura........................................................................................................1

Introdução..........................................................................................................................2

1. JUSTICIABILIDADE DOS DIREITOS HUMANOS.............................................3

1.1 Noções preliminares....................................................................................................3

1.2 Direitos fundamentais e direitos humanos..................................................................3

1.3 Dimensão ou Geração dos Direitos Fundamentais......................................................4

1.5 Direitos económicos sociais e culturais..................................................................5

1.5.1 Pressupostos dos direitos económicos, sociais e culturais.......................................5

1.5.2 O Princípio da Reserva do Possível..........................................................................7

1.5.3 Princípio de mínimo existencial.......................................................................8

1.6 Direitos de fraternidade...............................................................................................8

1.7 A questão das Responsabilidades face aos Direitos fundamentais.............................8

1.7.1 A Responsabilidade do Estado face aos Direitos Humanos e Fundamentais.........10

1.7.2 A Responsabilidade dos Entes Privados.................................................................12

2. SISTEMA DAS NAÇÕES UNIDAS DE PROTECÇÃO DOS DIREITOS


HUMANOS.....................................................................................................................12

2.1 Resumo das convenções mais importantes de direitos humanos da ONU........13

2.2 Comitê de Direitos Humanos – HRC................................................................14

2.3 Comitê sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – CESCR..................15

2.4 Comitê sobre Eliminação da Discriminação Racial – CERD...........................15

2.5 Comitê sobre Eliminação da Discriminação contra Mulheres – CEDAW........16

2.6 Comitê contra a Tortura.....................................................................................16

2.7 Comitê sobre Direitos da Criança – CRC..........................................................17

2.8 Centro de Direitos Humanos.............................................................................17

Conclusão........................................................................................................................19

Bibliografia......................................................................................................................20
Lista de abreviatura
Art.º – Artigo
CIP – Centro de Integridade Pública
Cit. – Citado
CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
CRM – Constituição da República de Moçambique
DUDH – Declaração Universal de Direitos do Homem
Ob. – Obra
OUA – Organização da União Africana
Pág. – Página
PDCP – Pacto Internacional de Direitos Civis e Político
UA – União Africana

1
Introdução ASSIF
O presente trabalho da cadeira de Direito Humano e Fundamental, intitulado de
exigibilidade judicial dos direitos económicos, sociais e culturais, visa abordar de maneira
sintética e esgotada, os aspectos relevantes sobre os temas acima citados, e como nota
introdutória, convém ter em mente que ao nos referirmos justiciabilidade dos direitos
humanos corresponde, de forma ampla, a quem recai a responsabilidade de garantir os direitos
da todas as gerações e como se deve proceder caso haja a violação dos mesmos e a sua
protecção pela ONU.

É de extrema importância o estudo do tema em alusão para a classe académica e


não só, pois constitui um dever de todo cidadão conhecer aquela que é maneira pela qual
deve se fazer valer os seus direitos humanos e fundamentais contantes na DUDH e na
Constituicao do seu Estado, respectivamente.

Objectivo Geral:

 Analisar a e justiciabilidade dos direitos humanos em tribunais e outras instituições de


Moçambique e do sistema das nações unidas de protecção dos direitos humanos.
Objectivos Específicos:

 Analisar os conceitos preliminares;


 Trazer as Dimensões ou Geração dos Direitos Fundamentais;
 Trazer os Pressupostos dos direitos humanos da primeira categoria
 Trazer os Pressupostos dos direitos humanos da segunda categoria (económicos,
sociais e culturais);
 Analisar a situação do nosso País;
 Analisar o sistema das nações unidas de protecção dos direitos humanos

Quantos aos métodos usados na pesquisa e elaboração deste, foi o método


dedutivo, uma vez que visa descobrir conhecimentos particulares através do conhecimento
geral, é um processo de análise de informação que nos leva a uma conclusão. E, para melhor
compreensão do trabalho, este obedece a seguinte estrutura: Introdução, Desenvolvimento,
Conclusão e a respectiva Bibliografia.

2
1. JUSTICIABILIDADE DOS DIREITOS HUMANOS ANABELA
1.1 Noções preliminares
Antes de mais, é preciso evidenciar alguns conceitos básicos para melhor
percepção do tema em alusão, sem quais não se terá uma visão clara e objectiva a quando da
apreciação do presente trabalho no seu todo.

Exigibilidade é a característica ou particularidade do que é exigível; qualidade do


que se consegue exigir (cobrar), ou seja é a acção/acto de fazer valer um bem ou direito
através das vias legais existentes, contudo para que se possa valer esse bem ou direito.1

Justiciabilidade é capacidade de exigibilidade judicial, relacionado com a justiça;


refere-se ao que se coloca em juízo, na justiça: cobrança judicial. Diz-se daquilo que se refere
ou diz respeito à justiça ou aos tribunais, em um sentido mais amplo, pode ser considerado
como um termo abstracto que designa o respeito pelo direito de terceiros, a aplicação ou
reposição do seu direito por ser maior em virtude moral ou material. A justiça pode ser
reconhecida por mecanismos automáticos ou intuitivos nas relações sociais, ou por mediação
através dos tribunais, através do Poder Judiciário.2

1.2 Direitos fundamentais e direitos humanos


Fala-se de direitos fundamentais quando se pretende referir os direitos garantidos
por cada Estado aos seus cidadãos, em contraposição a direitos humanos, termo a que se
recorre para designar os direitos do homem que são válidos para todos os povos e em todos os
tempos, neste último sentido, a dimensão de direitos naturais.3

Os direitos humanos são um conjunto de garantias inerentes à existência da pessoa


humana, albergados como verdadeiros para todos os Estados e consagrados nos diversos
instrumentos de Direito Internacional Público. Estes direitos encontram a sua consagração
tanto no direito internacional como no direito interno.4

Os direitos fundamentais são constituídos por regras e princípios, consagrados


constitucionalmente, cujo rol não está limitado aos direitos humanos, que visam garantir a
existência digna (ainda que minimamente) de cidadãos de um determinado Estado. Os direitos

1
BRITO,Andre, Dicionario Integral da Lingua Portuguesa, Escolar Editora, 2009,p.298
2
Ob.cit, p.483
3
MOCO, Marcolino, Direitos Humanos e Seus Mecanismo de Protecção, Almedina, 2010, Pág. 27.
4
VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013, p.17
3
fundamentais vão para além dos direitos da pessoa física, po1s abrangem também, a pessoa
jurídica.5

A título ilustrativo, o direito ao nome, é um direito genericamente Consagrado em


várias realidades constitucionais e destina-se tanto para as pessoas físicas como para as
pessoas jurídicas

Entendimento mais restritivo desta distinção é sustentado por Vieira de Andrade,


para quem os direitos fundamentais são posições jurídicas subjectivas individuais ou, quando
muito, direitos individuais colectivizados e portanto, direitos como de religião, o de antena, os
direitos de organizações de trabalhadores e outros direitos de participação se reconduzem a
faculdades ou competências no quadro de opções organizarias.6

Com efeito, o Prof. Gomes Canotilho explica que tal como certos direitos
fundamentais pressupõem uma referência humana, não sendo susceptíveis de gozo e
exercícios por parte de pessoas colectivas, também existem na Constituição direitos
fundamentais cuja titularidade pertence as pessoas colectivas como tais, e não aos seus
membros individualmente considerados.7

1.3 Dimensão ou Geração dos Direitos Fundamentais


Quanto as dimensões ou garções dos direitos fundamentais podem dividir-se em
três (3) que são concretamente as seguintes:8

 Direitos civis e políticos;


 Direitos económicos sociais e culturais;
 Direitos de fraternidade.
A primeira geração ou dimensão dos direitos humanos: corresponde ou
designados por direitos negativos; se reportam aos direitos civis e políticos, trata-se de
direitos formulados para garantir a proibição de qualquer limitação da liberdade individual,
conforme reza o art.2 da declaração universal dos direitos humanos. Estes direitos para a sua
exequibilidade não carecem da intervenção do estado, porque são exequíveis por si só, razão

5
VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013, p.18
6
Ob. cit, p.18
7
Ob.cit,p.18
8
CANOTINHO, J.J Gomes, Direito Constitucional e teoria da constituicao, 7ª ed. Almedina Editora pag. 476
4
pela qual são encarados como sendo direitos negativos, por esse facto do estado não se
intrometer para o gozo dos mesmos.9

A segunda geração ou dimensão dos direitos fundamentais abrange os chamados


direitos positivos (económicos, sociais e culturais), esses direitos se destinam a assegurar a
justiça social, a satisfação das necessidades básicas do indivíduo e a sua participação nos
aspectos sociais, culturais e económicos da vida. E esses direitos para a sua efectivação ou
exequibilidade é necessário que o Estado se intrometa, ou seja garantamos esses direitos, nos
termos do artigo 22-27 da Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH).

A terceira geração ou dimensão dos direitos fundamentais: estes se afloram de


forma embrionária nos termos do artigo 28 da declaração universal dos direitos humanos. No
qual são exigidos de forma conjunta ou por uma determinada comunidade no que toca a algo
que os inquieta.

1.4 Direitos civis e políticos

Quanto a esses direitos da primeira geração, que são encarados como sendo
direitos negativos, por esse facto do estado não se intrometer para o gozo dos mesmos o nosso
ordenamento jurídico protege os mesmos de forma judicial em primeiro lugar tipificando os
actos que violem os mesmos na lei penal, assim, a infracção destes dá lugar a
responsabilidade penal. Além disso, h a meios processuais que visam garantir a sua
exibilidade judicial, desde tribunais com competência material a leis processuais.

Um exemplo clássico desse direito é o direito a vida que é penalmente tutelado


nos termos dos arts. 159 e seguintes do código penal.

1.5 Direitos económicos sociais e culturais

1.5.1 Pressupostos dos direitos económicos, sociais e culturais


Os direitos económicos, sociais e culturais e respectiva protecção andam
estreitamente associados a um conjunto de condições económicas, sociais e culturais que a

9
Ob.cit.p.476
5
moderna doutrina dos direitos fundamentais designa por pressuposto de direitos
fundamentais.10

Consideram-se pressupostos de Estado, clima espiritual da sociedade, estilo de


vida, distribuição de bens, nível de ensino, desenvolvimento económico, criatividade
culturais, convenções sociais, ética filosófica ou religiosa que condicionam, de forma positiva
e negativa, a existência e protecção dos direitos económicos sociais e culturais.11

Esses pressupostos são pressupostos de todos os direitos fundamentais. Alguns


deles, porem, como os da distribuição dos bens e da riqueza, o desenvolvimento económico e
nível de ensino, tem aqui particular relevância. Mais do que noutros domínios os Realien (ao
dados reais) condicionam decisivamente o regime jurídico-constitucional do estatuto positivo
dos cidadãos.12

A segunda geração dos direitos humanos aporta principalmente os direitos no


âmbito económico, social e cultural, que exigem, para a sua realização, comportamentos
positivos do Estado, sendo muitas vezes referenciados como os direitos a prestações.

Estes direitos relacionam-se com o padrão de vida das pessoas e com as suas
necessidades básicas, exemplificadas pelos direitos à educação, à saúde, a um padrão de vida
adequado e à segurança social.13

Os chamados direitos colectivos representam o núcleo da terceira geração dos


direitos humanos, incluindo o direito ao desenvolvimento, a um meio ambiente saudável e à
paz. Estes são também chamados de direitos da solidariedade ou direitos difusos, os seus
titulares são grupos e comunidades e fundam-se num ideal de construir um futuro melhor
dentro de um espírito de solidariedade internacional.

Porém, estes não são, na sua maioria, reconhecidos no direito convencional


internacional, à excepção da Carta Africana dos Direitos dos Homens e dos Povos, que prevê,
por exemplo, o direito de um povo à existência e à paz e segurança. Como consequência da

10
CANOTINHO, J.J Gomes, Direito Constitucional e teoria da constituicao, 7ª ed. Almedina Editora, pag.473
11
CANOTINHO, J.J Gomes, Direito Constitucional e teoria da constituicao, 7ª ed. Almedina Editora pag. 473
12
Ob.cit, p.473
13 Ob.cit,
6
limitada positivação, esta geração de direitos ainda não conta com uma aceitação expansiva
ao nível internacional.14

Há ainda correntes doutrinárias que consideram a existência de uma quarta


geração de direitos humanos relacionados com os aspectos da manipulação genética,
biotecnologia e bicentenária. Note-se, no entanto, que a categorização em gerações não pode
ser entendida de forma rígida. Tal deve-se aos desenvolvimentos no sistema internacional de
direitos humanos, principalmente aqueles que resultaram do reconhecimento da força jurídica
dos direitos económicos, sociais e culturais e da existência de deveres de natureza positiva dos
Estados em relação aos direitos civis e políticos, o que conduziu à aproximação das duas
primeiras gerações.

1.5.2 O Princípio da Reserva do Possível


O princípio da reserva do possível regulamenta a possibilidade e a abrangência
da actuação do Estado no que diz respeito ao cumprimento de alguns direitos, como os
direitos sociais, subordinando a existência de recursos públicos disponíveis à actuação do
Estado.

Entende-se, portanto, que seja dever do Estado garantir a que os direitos


fundamentais sejam aplicados de maneira eficaz. Tais direitos abrangem os direitos
socioeconómicos e culturais, como o direito ao trabalho, ao salário mínimo, a educação, lazer,
entre outros.

Portanto, nas ocasiões em que o Estado se defronta com um direito fundamental


que possui respaldo do mínimo existencial, ele indica que os recursos que ele tem disponível
deverão ser observados. Sendo assim, o Estado tem a obrigação de realizar

Em suma, o Princípio da Reserva do Possível pode e deve ser utilizado, não como
justificativa de ineficácia pública, mas como meio de defesa legal e de luta dos profissionais
de saúde pela garantia do mínimo existencial per si e como única forma de garantia da
dignidade da pessoa humana.

14
Ob.cit,p.474
7
1.5.3 Princípio de mínimo existencial
Aqui, de forma resumida, este princípio refere que existem condições mínimas
que o estado deve garantir, não para estes fins podendo alegar que não dispõe de recursos.
Exemplo é o direito a água, segurança alimentar ou direito a saúde.

1.6 Direitos de fraternidade


Os direitos de fraternidade, os qual são exigidos de forma conjunta ou por uma
determinada comunidade no que toca a algo que os inquieta, tem tutela judicial. Um exemplo
é se uma determinada empresa estiver poluindo o ambiente e os cidadãos serem prejudicados.
Estes podem através de um contencioso administrativo intentarem uma acção de recurso
contencioso de anulação, quer em conjunto, ou qualquer um que se sinta violado nesse direito,
e até há instrumentos legais para providências cautelares.

1.7 A questão das Responsabilidades face aos Direitos fundamentais BYAMNOBE


A primeira questão que se coloca no que concerne à responsabilidade em face dos
direitos fundamentais é a seguinte: "a quem cabe respeitá-los ou garantir o seu respeito?

Parece óbvio que a responsabilidade primária deva recair sobre o Estado, isto
porque a presença e o poder da autoridade estatal são tão dominantes em todas as esferas de
nossas vidas que os direitos humanos e fundamentais frequentemente são concebidos como
um conjunto de princípios, ou pactos, entre o Estado e os que são governados por ele.15

Desta feita, os principais deveres emergentes de direitos humanos e fundamentais


não recaem sobre os indivíduos, mas sim sobre os Estados entanto que poder ou autoridade
pública. Por outras palavras, os Estados são os principais responsáveis por garantir que todos
desfrutem de seus direitos humanos e fundamentais, isto porque, em princípio, os mais
notáveis, abusos, omissões e transgressões no que concerne aos direitos humanos, são de
responsabilidade do Estado, por via de seus agentes e órgãos (policia, judiciário, legislativo,
serviços públicos e politica externa).16

15
PIOVESAN, F, Direitos Humanos e o Direito Constitucional, 11ª ed, Revista amplitude, São Paulo,2011.
P.47
16
MIRANDA, Jorge, Manual de Direito Constitucional, Tomo 4, 2ª ed, Coimbra, 2011.p.98

8
Ademais, a própria linguagem da Declaração Universal dos Direitos Humanos, no
seu art. 28, menciona explicitamente a necessidade de uma protecção e respeito dos direitos
humanos no seio de "uma ordem social e internacional o que implica outros agentes,
incluindo indivíduos, comunidades, outras autoridades não-estatais, corporações e a
comunidade internacional como sujeitos de obrigações em relação aos direitos humanos.17

O facto é que tradicionalmente, os direitos humanos eram entendidos como uma


limitação da interferência do Estado, salvo quando tais interferências pudessem Ser
claramente Justificadas por lei. E, como tal, foi concebido que os Estados tinham apenas uma
obrigação negativa de se abster em interferir no direito dos cidadãos a desfrutar de uma vida
com dignidade.18

No entanto, a evolução da doutrina da responsabilidade do Estado sobre os


direitos humanos internacionais influenciou em grande medida a visão tradicional que se tinha
sobre os direitos humanos. Reconheceu-se, assim, que os princípios de direitos humanos não
impõem apenas obrigações negativas, mas impõem igualmente obrigações positivas para um
Estado que Se compromete a aderir a um regime de direitos humanos e ainda para outros
actores fora da esfera Estatal.

Aliás, a Assembleia Geral das Nações Unidas, reafirmando a importância da


realização dos objectivos e princípios da Carta das Nações Unidas para a promoção e
protecção de direitos humanos e liberdades fundamentais de s as pessoas em todos os países
do mundo, adoptou, num passado recente, a Declaração sobre o Direito e a Responsabilidade
dos Indivíduos, grupos ou Órgãos da Sociedade de Promover e Proteger os Direitos humanos
e Liberdades Fundamentais Universalmente Reconhecidos.

Este evento reafirma a transição da visão tradicional e restrita no a quem deve ser
responsável por garantir o respeito, promoção e dos direitos humanos, marcando a passagem
para uma visão mais necessário em face dos desenvolvimentos na arena internacional vez
maior empoleiramento de entes não estatais cujas acções têm impactos nos direitos das
pessoas.

17
Ob.cit.p.49
18
Ob.cit.p.49
9
1.7.1 A Responsabilidade do Estado face aos Direitos Humanos e Fundamentais
CATIZA
Os Estados são os principais responsáveis por garantir que todos desfrutem de
seus direitos humanos. Assim, os direitos humanos geraram pelo menos quatro níveis de
obrigações para os Estados, Ou seja, as obrigações de respeitar, proteger, promover e cumprir
universalmente aplicáveis a todos os direitos.19

A obrigação de respeitar é essencialmente uma obrigação negativa, Isto é, o


Estado deve abster-se de praticar actos que ponham em perigo as pessoas, enquanto as
obrigações de promover, proteger e cumprir são essencialmente Delegações positivas, o que
requer que o Estado tome medidas legislativas, administrativas e outras para assegurar que as
pessoas gozem dos seus direitos humanos, bem como para proteger as pessoas contra
violações de Seus direitos por terceiros.

Assim, a obrigação de respeitar, requer que o Estado se abstenha de qualquer


medida que possa privar as pessoas do gozo de seus direitos ou a capacidade para satisfazer
esses direitos por seus próprios esforços. De logo, em face do direito humano a um trabalho
adequado, o Estado a pode estabelecer legislação que anule ou contradiz os instrumentos
internacionais que versem sobre os direitos humanos nem retroactividades dos sindicatos, por
exemplo.20

Por obrigação de promover os direitos humanos, entende-se que o deve se


certificar de que os indivíduos são capazes de exercer os seus direitos e liberdades, por
exemplo, promovendo a tolerância, sensibilização, e até mesmo a constituição de infra-
estruturas.21

Já, a obrigação de proteger exige que o Estado previna e sancione as violações dos
direitos humanos por parte de terceiros. Esta obrigação normalmente considerada como uma
função central dos Estados, que têm de evitar que danos irreparáveis sejam causados aos
cidadãos/ Impem-se então aos Estados)22

 Evitar violações de direitos por parte de qualquer indivíduo ou actores não estatais:

19
VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013, p.42

20
VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013,p.42
21
Ob.cit,p.42
10
22
Ob.cit.p.42

11
 Evitar e eliminar incentivos para violações dos direitos de terceiros e,
 Garantir acesso aos recursos legais quando ocorram violações, a fim de evitar
privações adicionais de direitos humanos e fundamentais.

Por fim, a obrigação de cumprir requer que o Estado tome medidas para assegurar
que as pessoas sob a sua jurisdição gozem de oportunidades para obter a satisfação das
necessidades básicas, conforme estabelecido e reconhecido pelos instrumentos de direitos
humanos. A Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos ao se pronunciar sobre esta
obrigação, no âmbito da responsabilidade do Estado sobre os direitos humanos, estabeleceu
que esta poderia incluir a prestação directa de necessidades básicas, como comida ou recursos
que possam ser utilizados para a alimentação (ajuda alimentar directa ou segurança social).

Embora esta seja a obrigação chave dos Estados em relação aos direitos
económicos, sociais e culturais, o dever de cumprir surge também no que diz respeito aos
direitos civis e políticos. Desde logo, com respeito ao direito ao voto, por exemplo, requer-se
a formação de técnicos eleitorais e medidas preventivas contra fraudes, o direito a um
julgamento justo (o que exige investimentos em tribunais e profissionais de direito
qualificados), etc.

Uma das classificações mais importantes de direitos humanos e a que faz a


distinção entre direitos civis e políticos e direitos económicos, Sociais e culturais. Assim, os
direitos cíveis e políticos são considerados expressos em uma linguagem muito clara e precisa
por exemplo, o direito à vida, a liberdade ou a participação, que impõem apenas obrigação
negativas aos Estados uma vez que se parte do pressuposto de que necessitam de recursos
para a sua execução, que portanto, podem imediatamente. Por outro lado, os direitos
económicos, sociais e culturais são considerados aqueles que têm sido expressos em termos
(por exemplo, o direito à habitação, o direito à educação) impondo apenas obrigações
positivas por parte dos Estados, sujeito a existência e disponibilidade de recursos
consequentemente, envolvendo uma realização progressiva.

Portanto, não obstante esta classificação dos direitos humanos é inegável que as
obrigações dos Estados de respeitar, proteger, promover e garantir os direitos humanos são
aplicável a todo o tipo de direitos.23

23
Idem.
12
1.7.2 A Responsabilidade dos Entes Privados DERCIO
Toda a construção conceitual em torno dos direitos humanos esteve fundamentada
na necessidade de se limitar a actuação do Estado-opressor para garantir o respeito à liberdade
dos indivíduos, ou de se compelir o Estado-negligente a implementar determinados direitos,
como são os casos dos direitos sociais e dos direitos civis e políticos.24

Cumpre ressaltar que, pelo menos a primeira vista, esse novo âmbito de alcance
dos direitos humanos difere, sob certos aspectos, daquele verificado nas relações com os
poderes constituídos, especialmente, quanto à sua força de incidência que é muito mais
restrita no plano da autonomia privada.

Entretanto, um dado importante que sobreleva observar é o seguinte: se os direitos


humanos, na sua perspectiva verticalizada, foram fruto da insurgência fáctica e filosófica em
face do poder monárquico medieval, ou das injustiças decorrentes do modo de produção
capitalista, a necessidade de Conferir eficácia horizontal a esses mesmos direitos também se
faz premente por razões muito similares.

A Comissão Africana afirmou que e obrigação dos governos proteger seus


cidadãos contra actos danosos praticados por particulares. Nesta senda, a Comissão reafirmou
que os governos tem o dever de proteger os seus cidadãos, não apenas através de legislação
adequada e efectiva aplicação, mas também protegendo-os de actos danosos exigindo-se então
uma acção positiva por parte dos governos no cumprimento de sua obrigação ao abrigo de
instrumentos de direitos humanos.

2. SISTEMA DAS NAÇÕES UNIDAS DE PROTECÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS


O Sistema das Nações Unidas de Proteção dos Direitos Humanos é uma estrutura
que visa promover e proteger os direitos humanos em todo o mundo. O sistema é composto
por diversos mecanismos e instituições, que trabalham juntos para garantir que os direitos
fundamentais sejam respeitados, protegidos e realizados em todos os países.

24
VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013,p.43

13
A base do Sistema das Nações Unidas de Proteção dos Direitos Humanos está nos
tratados internacionais de direitos humanos, que estabelecem as normas e padrões para a
promoção e proteção dos direitos humanos. A ONU adotou uma série de tratados
internacionais de direitos humanos, incluindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos e
o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.

Além dos tratados internacionais, o Sistema das Nações Unidas de Proteção dos
Direitos Humanos inclui outros mecanismos e instituições importantes, como o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). O ACNUDH é
responsável por promover e proteger os direitos humanos em todo o mundo, trabalhando com
governos, organizações da sociedade civil e outras partes interessadas para garantir que os
direitos humanos sejam respeitados, protegidos e realizados. Outro componente importante do
sistema são os procedimentos especiais da ONU, que são especialistas independentes
nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos para monitorar e relatar sobre questões
específicas relacionadas aos direitos humanos em todo o mundo. Esses especialistas têm
mandatos específicos para investigar violações de direitos humanos, bem como para fornecer
assessoria técnica e recomendações para melhorar a situação dos direitos humanos em todo o
mundo.25

O Sistema das Nações Unidas de Proteção dos Direitos Humanos também inclui
outros mecanismos e instituições importantes, como o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ),
os Comitês de Monitoramento e Tribunais Ad Hoc. Além disso, a ONU realiza avaliações
periódicas da situação dos direitos humanos em diferentes países por meio do Exame
Periódico Universal (EPU).

As informações apresentadas aqui foram obtidas a partir de fontes confiáveis,


como sites oficiais das Nações Unidas, documentos e relatórios da ONU, organizações de
direitos humanos e outras fontes acadêmicas e especializadas. É importante sempre verificar e
consultar fontes adicionais para obter informações mais detalhadas e atualizadas.

2.1 Resumo das convenções mais importantes de direitos humanos da ONU FARIDA

 Convenção contra o Genocídio;


 Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais

25
Idem.
14
 Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos
 Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio
 Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou
Degradantes;
 Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
Racial

 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as


Mulheres
 Convenção sobre os Direitos da Criança;

 Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

2.2 Comitê de Direitos Humanos – HRC HELENA


O Comitê dos Direitos Humanos é o órgão criado em virtude dos art.º 28.º do
Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos com o objetivo de controlar a
aplicação, pelos Estados Partes, das disposições deste instrumento (bem como do seu segundo
Protocolo Adicional com vista à Abolição da Pena de Morte). Nos termos do art.º 40.º do
Pacto (e o at.º 3.º o segundo Protocolo), os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê
onde enunciam as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições destes tratados. Os
relatórios são analisados pelo Comitê e discutidos entre este e representantes do Estado Parte
em causa, após o que o Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório:
salientando os aspectos positivos bem como os problemas detectados, para os quais
recomenda as soluções que lhe pareçam adequadas.26

Os Estados Partes no (primeiro) Protocolo Facultativo referente ao Pacto


Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos reconhecem ao Comitê competência
examinar comunicações de particulares sujeitos à sua jurisdição que aleguem terem sido
vítimas de violação dos direitos previstos no Pacto. O Comitê dispõe ainda de competência
para apreciar comunicações interestaduais (art.º 41.º do Pacto) e para formular comentários
gerais relativos a determinados artigos ou disposições do mesmo instrumento.

26
http://www.dhnet.org.br/ acessado em 09 de Agosto de 2023, 19:22 GTM+2
15
2.3 Comitê sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – CESCR MUSSA
O Comitê dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi instituído em 1985
pelo Conselho Econômico e Social (ECOSOC) das Nações Unidas a fim de controlar a
aplicação, pelos Estados Partes, das disposições do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis
e Políticos. Para este efeito os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde enunciam
as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições do Pacto. Os relatórios são analisados
pelo Comitê e discutidos entre este e representantes do Estado Parte em causa, após o que o
Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório: salientando os aspectos
positivos bem como os problemas detectados, para os quais recomenda as soluções que lhe
pareçam adequadas. O Comitê dispõe ainda de competência para formular comentários gerais
relativos a determinados artigos ou disposições do Pacto e organizar debates temáticos sobre
matérias cobertas pelo mesmo. Atualmente, encontra-se em discussão a instituição de um
grupo de trabalho encarregado de elaborar um Protocolo Facultativo ao Pacto sobre os
Direitos Civis e Políticos, com o objetivo de dotar o Comitê de competência para o exame de
queixas individuais.27

2.4 Comitê sobre Eliminação da Discriminação Racial – CERD


O Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial foi instituído em virtude do
art.º 8.º da Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial com o objetivo de controlar a aplicação, pelos Estados Partes, das
disposições desta Convenção.

Os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde enunciam as medidas


adotadas para tornar efetivas as disposições da Convenção. Os relatórios são analisados pelo
Comitê e discutidos entre este e representantes do Estado Parte em causa, após o que o
Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório: salientando os aspectos
positivos bem como os problemas detectados, para os quais recomenda as soluções que lhe
pareçam adequadas.28

Este Comitê dispõe também de competência para formular recomendações gerais


relativas às disposições da Convenção, bem como para examinar queixas interestaduais e
individuais. Estas últimas são apresentadas por pessoas ou grupos de pessoas que aleguem ser
vítimas da violação de qualquer dos direitos consagrados na Convenção, sendo necessário que
27
http://www.dhnet.org.br/ em 28 de Agosto de 2023
28
http://www.dhnet.org.br/ em 28 de Agosto de 2023
16
o Estado em causa tenha declarado, nos termos do art.º 14.º da Convenção, que reconhece a
competência do Comitê para tal efeito. A Convenção prevê que os Estados que hajam
formulado tal declaração possam estabelecer um organismo nacional competente para receber
e examinar queixas de discriminação racial, só se admitindo, nesse caso, recurso para o
Comitê caso os queixosos não tenham obtido ganho de causa junto de tal organismo nacional.

2.5 Comitê sobre Eliminação da Discriminação contra Mulheres – CEDAW OTILIA


O Comitê para a Eliminação da Discriminação contra as Mulheres é o órgão
criado em virtude dos art.º 17.º da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra as Mulheres com o objetivo de controlar a aplicação, pelos Estados
Partes, das disposições desta Convenção (bem como do seu Protocolo Opcional).

Os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde enunciam as medidas


adotadas para tornar efetivas as disposições da Convenção. Os relatórios são analisados pelo
Comitê e discutidos entre este e representantes do Estado Parte em causa, após o que o
Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório: salientando os aspectos
positivos bem como os problemas detectados, para os quais recomenda as soluções que lhe
pareçam adequadas.

Este Comitê dispõe também de competência para formular sugestões e


recomendações gerais fundadas no exame dos relatórios e das informações recebidas dos
Estados Partes e, nos termos do Protocolo Opcional à Convenção (em vigor desde 22 de
Dezembro de 2000), instaurar inquéritos confidenciais e examinar comunicações apresentadas
por pessoas ou grupos de pessoas que aleguem ser vítimas da violação de qualquer dos
direitos consagrados na Convenção.29

2.6 Comitê contra a Tortura


O Comitê contra a Tortura é o órgão criado em virtude dos art.º 17.º da
Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou
Degradantes com o objetivo de controlar a aplicação, pelos Estados Partes, das disposições
desta Convenção. Nos termos do art.º 19.º da Convenção, os Estados Partes apresentam
relatórios ao Comitê onde enunciam as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições
deste tratado. Os relatórios são analisados pelo Comitê e discutidos entre este e representantes

29
Idem
16
do Estado Parte em causa, após o que o Comitê emite as suas observações finais sobre cada
relatório: salientando os aspectos positivos bem como os problemas detectados, para os quais
recomenda as soluções que lhe pareçam adequadas.30

O Comitê dispõe também de competência para instaurar inquéritos em caso de


suspeita bem fundamentada da prática sistemática da tortura no território de um Estado Parte
(art.º 20.º) e para analisar queixas apresentadas por Estados Partes ou particulares contra um
Estado que tenha reconhecido a competência do Comitê para tal efeito (artigos 21.º e 22.º da
Convenção).

2.7 Comitê sobre Direitos da Criança – CRC ZAQUILI


O Comitê dos Direitos da Criança é o órgão criado em virtude dos art.º 43.º da
Convenção sobe os Direitos da Criança com o objetivo de controlar a aplicação, pelos Estados
Partes, das disposições desta Convenção, bem como dos seus dois Protocolos Facultativos
(relativos ao Envolvimento de Crianças em Conflitos Armados e à Venda de Crianças,
Prostituição Infantil e Pornografia Infantil).31

Os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde enunciam as medidas


adotadas para tornar efetivas as disposições da Convenção (e, sendo caso disso, dos seus
Protocolos Facultativos). Os relatórios são analisados pelo Comitê e discutidos entre este e
representantes do Estado Parte em causa, após o que o Comitê emite as suas observações
finais sobre cada relatório: salientando os aspectos positivos bem como os problemas
detectados, para os quais recomenda as soluções que lhe pareçam adequadas.

Este Comitê dispõe também de competência para formular comentários gerais


relativos a determinados artigos ou disposições da Convenção, organizar debates temáticos
sobre matérias cobertas pela mesma, solicitar a realização de estudos sobre questões relativas
aos direitos da criança e elaborar recomendações de ordem geral com base na informação
recolhida a partir dos relatórios estaduais ou de outras fontes.32

2.8 Centro de Direitos Humanos


É um grupo de pessoas que se juntam para lutar pelos direitos humanos. Trata-se
de uma entidade que planeja, organiza e realiza ações de defesa e promoção dos Direitos

30
http://www.dhnet.org.br/ em 03 de Agosto de 2023
31
Idem
17
32
http://www.dhnet.org.br/ em 05 de Agosto de 2023

18
Humanos. É um grupo com interesses e objetivos comuns que fazem denúncias, formação e
informação em Direitos Humanos.33

Alguns grupos atuam com crianças e adolescente, outros com direitos das
mulheres, outro com defesa do meio ambiente e outros ainda com direitos dos presos,
combate a violência, etc.

Hoje está provado quem não se organiza não vê seus direitos respeitados. Existem
várias maneiras para se organizar:

 Associação de moradores
 Clubes de mães
 Times de futebol
 Cooperativas
 Conselhos escolares
 Associação de mulheres
 Associação de pais
 Sindicatos.

Para os Direitos Humanos existem os Centros de Direitos Humanos - CDHS,


quem quer se organizar para lutar pelos Direitos Humanos tem que escolher ou criar um
CDH.34

33
Idem
34
Idem
19
Conclusão
Em jeito de conclusão, podemos seguramente assumir que a primeira e tercera
geração de DHF tem meios de justificabilidade mas a segunda geração dos direitos humanos
aporta principalmente os direitos no âmbito económico, social e cultural, que exigem, para a
sua realização, comportamentos positivos do Estado, sendo muitas vezes referenciados como
os direitos a prestações. Estes direitos relacionam-se com o padrão de vida das pessoas e com
as suas necessidades básicas, exemplificadas pelos direitos à educação, à saúde, a um padrão
de vida adequado e à segurança social.

Os Estados são os principais responsáveis por garantir que todos desfrutem de


seus direitos humanos. Assim, os direitos humanos geraram pelo menos quatro níveis de
obrigações para os Estados, Ou seja, as obrigações de respeitar, proteger, promover e cumprir
universalmente aplicáveis a todos os direitos.

A obrigação de respeitar é essencialmente uma obrigação negativa, Isto é, o


Estado deve abster-se de praticar actos que ponham em perigo as pessoas, enquanto as
obrigações de promover, proteger e cumprir são essencialmente Delegações positivas, o que
requer que o Estado tome medidas legislativas, administrativas e outras para assegurar que as
pessoas gozem dos seus direitos humanos, bem como para proteger as pessoas contra
violações de Seus direitos por terceiros. Assim, a obrigação de respeitar, requer que o Estado
se abstenha de qualquer medida que possa privar as pessoas do gozo de seus direitos ou a
capacidade para satisfazer esses direitos por seus próprios esforços.

É importante ressaltar que, mesmo na escassez ou até na inexistência de


recursos, o Estado não se escusa do dever de garantir os direitos fundamentais previstos
na Constituição com o objectivo de garantir o mínimo de dignidade para a vida humana.
Desta forma, aquele que se vir prejudicado em seu direito do mínimo existencial poderá
entrar com as medidas judiciais pertinentes para garantir que seu direito fundamental seja
garantido, mesmo com o princípio da reserva do possível.
A ONU tem instrumentos de aplicação dos tratados sobre os Direitos do
Homem, desde leis ate um tribunal (Tribunal Penal internacional) que intervém em matéria
como crimes de guerra, etc.

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Bibliografia
Legislação

 Convenção contra o Genocídio;


 Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio, Convenção contra a
Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes;
 Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
Racial
 Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as
Mulheres
 Convenção sobre os Direitos da Criança;
 Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH)
 Pacto Internacional sobre os Direitos Económicos, Sociais e Culturais
 REPÚBLICA DE MOÇAMBIQUE, Lei no 1/2018 de 12 Junho: Aprova a
constituição, in Boletim da República.

Doutrina:

 BRITO,Andre, Dicionario Integral da Lingua Portuguesa, Escolar Editora, 2009

 MOCO, Marcolino, Direitos Humanos e Seus Mecanismo de Protecção, Almedina, 2010 GOUVEIA,
Jorge Bacelar, Direito Constitucional de Moçambique, Instituto do Direito de Língua Portuguesa
editora, Lisboa, 2015.

 VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013

 CANOTINHO, J.J Gomes, Direito Constitucional e teoria da constituicao, 7ª ed. Almedina Editora

 MIRANDA, Jorge, Manual de Direito Constitucional, Tomo 4, 2ª ed, Coimbra, 2011

 PIOVESAN, F, Direitos Humanos e o Direito Constitucional, 11ª ed, Revista amplitude, São
Paulo,2011

Internet

 Http://www.dhnet.org.br/, acessado em 28 de Agosto de 2023


 Http://www.dhnet.org.br/, acessado em 28 de Agosto de 2023
 Http://www.dhnet.org.br/, acessado em 03 de Agosto de 2023
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 Http://www.dhnet.org.br/, acessado em 05 de Agosto de 2023

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