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FACULDADE DE DIREITO
CURSO DE DIREITO
NAMPULA
2023
UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOCAMBIQUE
FACULDADE DE DIREITO
Anabela Capataz
Byamnobe Abwe
Dércio Muchabzi
Faith Marcos
Helena Domingos
Zaquili Rachide
NAMPULA
2023
Índice
Lista de abreviatura........................................................................................................1
Introdução..........................................................................................................................2
Conclusão........................................................................................................................19
Bibliografia......................................................................................................................20
Lista de abreviatura
Art.º – Artigo
CIP – Centro de Integridade Pública
Cit. – Citado
CPLP – Comunidade dos Países de Língua Portuguesa
CRM – Constituição da República de Moçambique
DUDH – Declaração Universal de Direitos do Homem
Ob. – Obra
OUA – Organização da União Africana
Pág. – Página
PDCP – Pacto Internacional de Direitos Civis e Político
UA – União Africana
1
Introdução ASSIF
O presente trabalho da cadeira de Direito Humano e Fundamental, intitulado de
exigibilidade judicial dos direitos económicos, sociais e culturais, visa abordar de maneira
sintética e esgotada, os aspectos relevantes sobre os temas acima citados, e como nota
introdutória, convém ter em mente que ao nos referirmos justiciabilidade dos direitos
humanos corresponde, de forma ampla, a quem recai a responsabilidade de garantir os direitos
da todas as gerações e como se deve proceder caso haja a violação dos mesmos e a sua
protecção pela ONU.
Objectivo Geral:
2
1. JUSTICIABILIDADE DOS DIREITOS HUMANOS ANABELA
1.1 Noções preliminares
Antes de mais, é preciso evidenciar alguns conceitos básicos para melhor
percepção do tema em alusão, sem quais não se terá uma visão clara e objectiva a quando da
apreciação do presente trabalho no seu todo.
1
BRITO,Andre, Dicionario Integral da Lingua Portuguesa, Escolar Editora, 2009,p.298
2
Ob.cit, p.483
3
MOCO, Marcolino, Direitos Humanos e Seus Mecanismo de Protecção, Almedina, 2010, Pág. 27.
4
VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013, p.17
3
fundamentais vão para além dos direitos da pessoa física, po1s abrangem também, a pessoa
jurídica.5
Com efeito, o Prof. Gomes Canotilho explica que tal como certos direitos
fundamentais pressupõem uma referência humana, não sendo susceptíveis de gozo e
exercícios por parte de pessoas colectivas, também existem na Constituição direitos
fundamentais cuja titularidade pertence as pessoas colectivas como tais, e não aos seus
membros individualmente considerados.7
5
VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013, p.18
6
Ob. cit, p.18
7
Ob.cit,p.18
8
CANOTINHO, J.J Gomes, Direito Constitucional e teoria da constituicao, 7ª ed. Almedina Editora pag. 476
4
pela qual são encarados como sendo direitos negativos, por esse facto do estado não se
intrometer para o gozo dos mesmos.9
Quanto a esses direitos da primeira geração, que são encarados como sendo
direitos negativos, por esse facto do estado não se intrometer para o gozo dos mesmos o nosso
ordenamento jurídico protege os mesmos de forma judicial em primeiro lugar tipificando os
actos que violem os mesmos na lei penal, assim, a infracção destes dá lugar a
responsabilidade penal. Além disso, h a meios processuais que visam garantir a sua
exibilidade judicial, desde tribunais com competência material a leis processuais.
9
Ob.cit.p.476
5
moderna doutrina dos direitos fundamentais designa por pressuposto de direitos
fundamentais.10
Estes direitos relacionam-se com o padrão de vida das pessoas e com as suas
necessidades básicas, exemplificadas pelos direitos à educação, à saúde, a um padrão de vida
adequado e à segurança social.13
10
CANOTINHO, J.J Gomes, Direito Constitucional e teoria da constituicao, 7ª ed. Almedina Editora, pag.473
11
CANOTINHO, J.J Gomes, Direito Constitucional e teoria da constituicao, 7ª ed. Almedina Editora pag. 473
12
Ob.cit, p.473
13 Ob.cit,
6
limitada positivação, esta geração de direitos ainda não conta com uma aceitação expansiva
ao nível internacional.14
Em suma, o Princípio da Reserva do Possível pode e deve ser utilizado, não como
justificativa de ineficácia pública, mas como meio de defesa legal e de luta dos profissionais
de saúde pela garantia do mínimo existencial per si e como única forma de garantia da
dignidade da pessoa humana.
14
Ob.cit,p.474
7
1.5.3 Princípio de mínimo existencial
Aqui, de forma resumida, este princípio refere que existem condições mínimas
que o estado deve garantir, não para estes fins podendo alegar que não dispõe de recursos.
Exemplo é o direito a água, segurança alimentar ou direito a saúde.
Parece óbvio que a responsabilidade primária deva recair sobre o Estado, isto
porque a presença e o poder da autoridade estatal são tão dominantes em todas as esferas de
nossas vidas que os direitos humanos e fundamentais frequentemente são concebidos como
um conjunto de princípios, ou pactos, entre o Estado e os que são governados por ele.15
15
PIOVESAN, F, Direitos Humanos e o Direito Constitucional, 11ª ed, Revista amplitude, São Paulo,2011.
P.47
16
MIRANDA, Jorge, Manual de Direito Constitucional, Tomo 4, 2ª ed, Coimbra, 2011.p.98
8
Ademais, a própria linguagem da Declaração Universal dos Direitos Humanos, no
seu art. 28, menciona explicitamente a necessidade de uma protecção e respeito dos direitos
humanos no seio de "uma ordem social e internacional o que implica outros agentes,
incluindo indivíduos, comunidades, outras autoridades não-estatais, corporações e a
comunidade internacional como sujeitos de obrigações em relação aos direitos humanos.17
Este evento reafirma a transição da visão tradicional e restrita no a quem deve ser
responsável por garantir o respeito, promoção e dos direitos humanos, marcando a passagem
para uma visão mais necessário em face dos desenvolvimentos na arena internacional vez
maior empoleiramento de entes não estatais cujas acções têm impactos nos direitos das
pessoas.
17
Ob.cit.p.49
18
Ob.cit.p.49
9
1.7.1 A Responsabilidade do Estado face aos Direitos Humanos e Fundamentais
CATIZA
Os Estados são os principais responsáveis por garantir que todos desfrutem de
seus direitos humanos. Assim, os direitos humanos geraram pelo menos quatro níveis de
obrigações para os Estados, Ou seja, as obrigações de respeitar, proteger, promover e cumprir
universalmente aplicáveis a todos os direitos.19
Já, a obrigação de proteger exige que o Estado previna e sancione as violações dos
direitos humanos por parte de terceiros. Esta obrigação normalmente considerada como uma
função central dos Estados, que têm de evitar que danos irreparáveis sejam causados aos
cidadãos/ Impem-se então aos Estados)22
Evitar violações de direitos por parte de qualquer indivíduo ou actores não estatais:
19
VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013, p.42
20
VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013,p.42
21
Ob.cit,p.42
10
22
Ob.cit.p.42
11
Evitar e eliminar incentivos para violações dos direitos de terceiros e,
Garantir acesso aos recursos legais quando ocorram violações, a fim de evitar
privações adicionais de direitos humanos e fundamentais.
Por fim, a obrigação de cumprir requer que o Estado tome medidas para assegurar
que as pessoas sob a sua jurisdição gozem de oportunidades para obter a satisfação das
necessidades básicas, conforme estabelecido e reconhecido pelos instrumentos de direitos
humanos. A Comissão Africana de Direitos Humanos e dos Povos ao se pronunciar sobre esta
obrigação, no âmbito da responsabilidade do Estado sobre os direitos humanos, estabeleceu
que esta poderia incluir a prestação directa de necessidades básicas, como comida ou recursos
que possam ser utilizados para a alimentação (ajuda alimentar directa ou segurança social).
Embora esta seja a obrigação chave dos Estados em relação aos direitos
económicos, sociais e culturais, o dever de cumprir surge também no que diz respeito aos
direitos civis e políticos. Desde logo, com respeito ao direito ao voto, por exemplo, requer-se
a formação de técnicos eleitorais e medidas preventivas contra fraudes, o direito a um
julgamento justo (o que exige investimentos em tribunais e profissionais de direito
qualificados), etc.
Portanto, não obstante esta classificação dos direitos humanos é inegável que as
obrigações dos Estados de respeitar, proteger, promover e garantir os direitos humanos são
aplicável a todo o tipo de direitos.23
23
Idem.
12
1.7.2 A Responsabilidade dos Entes Privados DERCIO
Toda a construção conceitual em torno dos direitos humanos esteve fundamentada
na necessidade de se limitar a actuação do Estado-opressor para garantir o respeito à liberdade
dos indivíduos, ou de se compelir o Estado-negligente a implementar determinados direitos,
como são os casos dos direitos sociais e dos direitos civis e políticos.24
Cumpre ressaltar que, pelo menos a primeira vista, esse novo âmbito de alcance
dos direitos humanos difere, sob certos aspectos, daquele verificado nas relações com os
poderes constituídos, especialmente, quanto à sua força de incidência que é muito mais
restrita no plano da autonomia privada.
24
VARIMELO,Arquinedes Joaquim, et al, Licoes de Direitos Humanos, 2013,p.43
13
A base do Sistema das Nações Unidas de Proteção dos Direitos Humanos está nos
tratados internacionais de direitos humanos, que estabelecem as normas e padrões para a
promoção e proteção dos direitos humanos. A ONU adotou uma série de tratados
internacionais de direitos humanos, incluindo a Declaração Universal dos Direitos Humanos e
o Pacto Internacional sobre Direitos Civis e Políticos.
Além dos tratados internacionais, o Sistema das Nações Unidas de Proteção dos
Direitos Humanos inclui outros mecanismos e instituições importantes, como o Alto
Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH). O ACNUDH é
responsável por promover e proteger os direitos humanos em todo o mundo, trabalhando com
governos, organizações da sociedade civil e outras partes interessadas para garantir que os
direitos humanos sejam respeitados, protegidos e realizados. Outro componente importante do
sistema são os procedimentos especiais da ONU, que são especialistas independentes
nomeados pelo Conselho de Direitos Humanos para monitorar e relatar sobre questões
específicas relacionadas aos direitos humanos em todo o mundo. Esses especialistas têm
mandatos específicos para investigar violações de direitos humanos, bem como para fornecer
assessoria técnica e recomendações para melhorar a situação dos direitos humanos em todo o
mundo.25
O Sistema das Nações Unidas de Proteção dos Direitos Humanos também inclui
outros mecanismos e instituições importantes, como o Tribunal Internacional de Justiça (TIJ),
os Comitês de Monitoramento e Tribunais Ad Hoc. Além disso, a ONU realiza avaliações
periódicas da situação dos direitos humanos em diferentes países por meio do Exame
Periódico Universal (EPU).
2.1 Resumo das convenções mais importantes de direitos humanos da ONU FARIDA
25
Idem.
14
Pacto Internacional sobre os Direitos Civis e Políticos
Convenção para a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio
Convenção contra a Tortura e Outras Penas ou Tratamentos Cruéis, Desumanos ou
Degradantes;
Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação
Racial
26
http://www.dhnet.org.br/ acessado em 09 de Agosto de 2023, 19:22 GTM+2
15
2.3 Comitê sobre Direitos Econômicos, Sociais e Culturais – CESCR MUSSA
O Comitê dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais foi instituído em 1985
pelo Conselho Econômico e Social (ECOSOC) das Nações Unidas a fim de controlar a
aplicação, pelos Estados Partes, das disposições do Pacto Internacional sobre os Direitos Civis
e Políticos. Para este efeito os Estados Partes apresentam relatórios ao Comitê onde enunciam
as medidas adotadas para tornar efetivas as disposições do Pacto. Os relatórios são analisados
pelo Comitê e discutidos entre este e representantes do Estado Parte em causa, após o que o
Comitê emite as suas observações finais sobre cada relatório: salientando os aspectos
positivos bem como os problemas detectados, para os quais recomenda as soluções que lhe
pareçam adequadas. O Comitê dispõe ainda de competência para formular comentários gerais
relativos a determinados artigos ou disposições do Pacto e organizar debates temáticos sobre
matérias cobertas pelo mesmo. Atualmente, encontra-se em discussão a instituição de um
grupo de trabalho encarregado de elaborar um Protocolo Facultativo ao Pacto sobre os
Direitos Civis e Políticos, com o objetivo de dotar o Comitê de competência para o exame de
queixas individuais.27
29
Idem
16
do Estado Parte em causa, após o que o Comitê emite as suas observações finais sobre cada
relatório: salientando os aspectos positivos bem como os problemas detectados, para os quais
recomenda as soluções que lhe pareçam adequadas.30
30
http://www.dhnet.org.br/ em 03 de Agosto de 2023
31
Idem
17
32
http://www.dhnet.org.br/ em 05 de Agosto de 2023
18
Humanos. É um grupo com interesses e objetivos comuns que fazem denúncias, formação e
informação em Direitos Humanos.33
Alguns grupos atuam com crianças e adolescente, outros com direitos das
mulheres, outro com defesa do meio ambiente e outros ainda com direitos dos presos,
combate a violência, etc.
Hoje está provado quem não se organiza não vê seus direitos respeitados. Existem
várias maneiras para se organizar:
Associação de moradores
Clubes de mães
Times de futebol
Cooperativas
Conselhos escolares
Associação de mulheres
Associação de pais
Sindicatos.
33
Idem
34
Idem
19
Conclusão
Em jeito de conclusão, podemos seguramente assumir que a primeira e tercera
geração de DHF tem meios de justificabilidade mas a segunda geração dos direitos humanos
aporta principalmente os direitos no âmbito económico, social e cultural, que exigem, para a
sua realização, comportamentos positivos do Estado, sendo muitas vezes referenciados como
os direitos a prestações. Estes direitos relacionam-se com o padrão de vida das pessoas e com
as suas necessidades básicas, exemplificadas pelos direitos à educação, à saúde, a um padrão
de vida adequado e à segurança social.
20
Bibliografia
Legislação
Doutrina:
MOCO, Marcolino, Direitos Humanos e Seus Mecanismo de Protecção, Almedina, 2010 GOUVEIA,
Jorge Bacelar, Direito Constitucional de Moçambique, Instituto do Direito de Língua Portuguesa
editora, Lisboa, 2015.
CANOTINHO, J.J Gomes, Direito Constitucional e teoria da constituicao, 7ª ed. Almedina Editora
PIOVESAN, F, Direitos Humanos e o Direito Constitucional, 11ª ed, Revista amplitude, São
Paulo,2011
Internet
22