Você está na página 1de 1

Pedido de demissão e aviso prévio – Kinsel https://www.kinsel.com.

br/2013/01/pedido-de-demissao-e-aviso-previo/

Pedido de demissão e aviso prévio – Kinsel

No contrato de trabalho por prazo indeterminado, o empregado que pede demissão tem
a obrigação legal de dar aviso prévio ao empregador com antecedência mínima de 30
(trinta) dias (art. 487 da CLT), prazo que não foi alterado pela Lei n. 12.506/2011,
conforme entendimento predominante da doutrina.

Contudo, o empregado não tem o direito de trabalhar durante o prazo do cumprimento


do aviso prévio, com redução de duas horas na jornada de trabalho, sem prejuízo do
salário integral, ou redução de 7 (sete) dias, pois somente tem esse direito aquele que é
demitido sem justa causa pelo empregador (art. 488, § único, da CLT).

Quando a rescisão contratual é por iniciativa do empregado e o empregador concordar


com a imediata liberação deste, como por exemplo, para iniciar o trabalho em outra
empresa, não haverá obrigação de o trabalhador indenizar o empregador e nem de ser
indenizado por ele do respectivo prazo do aviso prévio. É importante que o empregado
obtenha, por escrito, a comprovação de que o empregador o liberou do cumprimento do
aviso prévio, para não ocorrer desconto indevido das verbas rescisórias.

Não incide, na hipótese de pedido de demissão, a Súmula 276 do TST que fala sobre a
irrenunciabilidade do direito ao aviso prévio: “O direito ao aviso prévio é irrenunciável
pelo empregado. O pedido de dispensa de cumprimento não exime o empregador de
pagar o respectivo valor, salvo comprovação de haver o prestador dos serviços obtido
novo emprego”.

O aviso prévio é apenas irrenunciável quando concedido pelo empregador ao empregado


(dispensa sem justa causa) e não quando concedido pelo empregado ao empregador
(pedido de demissão).

Na rescisão do contrato de trabalho sem justa causa por iniciativa do empregador, a


concessão de aviso prévio constitui-se em obrigação do empregador e um direito do
empregado. Enquanto direito do trabalhador, o aviso prévio é irrenunciável, salvo
quando comprovar que obteve novo emprego.

Já no pedido de demissão, em que a iniciativa da rescisão do contrato é do empregado, a


dação do aviso prévio constitui-se em obrigação legal do trabalhador e um direito do
empregador. Por se tratar de obrigação do trabalhador, a ausência de aviso prévio por
parte do empregado dá ao empregador o direito de descontar os salários
correspondentes ao prazo respectivo (art. 487, § 2º, da CLT).

Se o cumprimento do aviso prévio for parcial, o empregador só poderá descontar os dias


restantes, como faltas injustificadas. As faltas injustificadas serão levadas em
consideração para fins de redução da remuneração das férias proporcionais + 1/3 (art.
130 da CLT) e apuração da proporcionalidade do 13º salário.

O valor correspondente ao aviso prévio devido pelo empregado ao empregador pode ser
retido quer do saldo salarial a ser pago, quer de outras verbas rescisórias contratuais
como o 13º salário ou as férias.

Fonte: Última Instância

1 of 1 31/07/2022 08:23

Você também pode gostar