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INTRODUÇÃO
1
Mestrando em Educação Profissional e Tecnológica, Especialista em Gestão Escolar, graduado em Pedagogia p.
Pedagogo no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Baiano, Campus Guanambi. Lattes:
http://lattes.cnpq.br/4344945589130344. E-mail: carlito.barros@ifbaiano.edu.br.
2
Mestrando em Educação Profissional e Tecnológica, especialista em Docência do Ensino Superior, graduado
em Pedagogia, graduado em Administração. Docente do Eixo Técnico de Gestão e Negócios no Centro Territorial
de Educação Profissional e Tecnológica Recôncavo II Alberto Torres. Lattes:
http://lattes.cnpq.br/2135467375950122. E-mail: dilvansimoes@gmail.com.
3
Mestranda em Educação Profissional e Tecnológica, especialista em Saúde Coletiva, graduada em Serviço
Social. Técnica em Enfermagem do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (IFBA), Campus
Euclides da Cunha. Lattes: http://lattes.cnpq.br/0174929848469500. E-mail: sandra_janison@hotmail.com.
Educativas em EPT, desenvolvida em sala de aula e que também será relatada
neste texto.
As questões levantadas abordam desde o processo de seleção dos cursos
adequados aos jovens e adultos talhadores, passando pela formação dos
professores, produção de materiais pedagógicos, condições socioeconômicas dos
atores envolvidos até as escolhas metodológicas.
Desta maneira, podemos intuir que os pontos levantados pela equipe docente
possuem uma relação de interdependência, uma vez que, convergem entre si,
evidenciando uma realidade complexa e inquietante sobre o professor da EPT e
PROEJA, nos convidando a refletir e aprofundar estudos para minimizar o impacto
que essas questões geram no efetivo desenvolvimento do trabalho pedagógico. De
acordo com Pereira (1998), para que a aprendizagem ocorra, ela precisa ser
necessariamente transformacional, exigindo do professor uma compreensão de
novos significados, relacionando-os às experiências prévias e às vivências dos
alunos, permitindo a formulação de problemas que estimulem, desafiem e
incentivem novas aprendizagens.
Partindo desse ponto, vamos refletir sobre o público estudantil do PROEJA,
que segundo o Ministério da Educação (MEC), são prioritariamente trabalhadores,
jovens e adultos na faixa etária fora daquela compreendida pelas regras da
escolaridade universal obrigatória determinada pela Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (LDB – Lei 9.394 de 1996) e pelas Diretrizes Curriculares
Nacionais de Educação de Jovens e Adultos (DCN EJA – Resolução nº 1/2000 do
Conselho Nacional de Educação).
Dessa forma, a composição heterogênea do alunado do PROEJA demanda
redobrado empenho dos professores para construírem metodologias, recursos
didáticos apropriados e formas inovadoras de ensinar e avaliar para que não
reforcem, também no espaço da EJA, as experiências vividas pelos alunos de
múltiplas exclusões (SHIROMA; LIMA FILHO, 2011). São histórias de superação,
conflitos, divergências e obstáculos à realidade de educadores e alunos do ensino
noturno na rotina das escolas públicas, em que pessoas entre 17 e 70 anos buscam
uma vida melhor por meio dos estudos, depois de um dia duro de trabalho.
Considerando este contexto, segundo Kuenzer (2005, p. 89), a reformulação
curricular na perspectiva do PROEJA pressupõe lançar outro olhar sobre os alunos,
entendendo-os como “sujeitos que detêm conhecimentos oriundos do trabalho,
como intervenção no mundo, e que são capazes de se apropriarem do
conhecimento científico e criarem, através do exercício do pensamento crítico,
condições de autonomia intelectual e ética”. Coerente com esse olhar e visando
alcançar a materialização desse sujeito ativo, crítico e transformador do seu
ambiente, temos a cultura maker, uma tendência pedagógica que incentiva o “faça
você mesmo”, visando a construção de um sujeito independente, criativo e proativo.
As condições precárias, como vimos, afetam a formação da identidade
docente, mas, por outro lado, permitem que os professores se percebam como
trabalhadores. Trabalhador-professor e trabalhador-estudante se encontram para
ensinar e aprender. (SHIROMA; LIMA FILHO, 2011).
Freire (1987, p.33), por sua vez afirmava que somente “existe saber na
invenção, na reinvenção, na busca inquieta, impaciente, permanente, que os
homens fazem no mundo, com o mundo e com os outros”. Em consonância com
Dewey, ele
destacava que o professor deveria promover o enfrentamento dos alunos
com suas realidades já em sala de aula a partir do que chamava de
situações-problema, as quais se desenvolveriam e seriam solucionadas a
partir de trocas reflexivas conjuntas estabelecidas entre os participantes –
educandos e educadores -, para uma real libertação e humanização, para
um verdadeiro domínio da cultura e da história. Tais processos reflexivos e
criativos são os responsáveis pela práxis enquanto estrutura fomentadora
da construção do conhecimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
________; SILVA, Bento; RAMOS, Maria Altina Silva. Análisis del uso de la cultura
maker en contextos educativos: una revisión sistemática de la literatura. Educatio
Siglo XXI, Murcia (Espanha), v. 39, n. 2, p. 143-168, 24 jun. 2021. DOI
10.6018/educatio.465991. Disponível em: https://revistas.um.es/educatio/article
/view/465991. Acesso em: 24 fev. 2023.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 17. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
107 p.