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ENSINAR

E APRENDER NO
PROEJA
Mestrandos: Carlito Barros, Dilvan Simões e Sandra
Leandro.
SUMÁRIO

PROEJA DOCENTES
01 Entre desafios e possibilidades. 02 Trabalho Docente na EPT e no
PROEJA.

DISCENTES CULTURA MAKER


03 A heterogeneidade do corpo 04 Conceitos básicos e as possíveis
estudantil no PROEJA. contribuições para
a educação
Introdução
O direito à educação não se realiza para grande parcela da
população brasileira que não concluiu a educação básica. Diante
desse contexto, vejamos o ensinar e aprender no Programa de
Integração da Educação Profissional à Educação Básica na
Modalidade Educação de Jovens e Adultos – PROEJA.
01
PROEJA
Entre desafios e possibilidades.
ANTECEDENTES HISTÓRICOS DO
PROEJA
Com o Decreto n. 2.208 (BRASIL, Segundo o 4º parágrafo do Decreto
1997), a educação profissional n. 2.208 (BRASIL, 1997), a
passou por uma nova configuração, a educação profissional é uma
qual pode ser desenvolvida de forma “modalidade de educação não formal
independente do ensino regular ou e duração variável, destinada a
em modalidades que contemplem as proporcionar ao cidadão trabalhador
estratégias de educação continuada. conhecimentos que lhe permitam
reprofissionalizar-se”.
O que é PROEJA?

Criado em 2005, tem por objetivo atender à


demanda de acesso de jovens e adultos à
educação profissional e tecnológica de forma
articulada com a elevação da escolaridade.
Base Legal do Programa

O Programa Nacional de Integração da Educação Profissional com


a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e
Adultos (PROEJA) que foi instituído, em âmbito federal, por meio
do Decreto nº 5.478/05, revogado pelo Decreto nº 5.840/06, com
foco no currículo integrado.
Público-alvo

A proposta do Proeja é atuar E oferecer a esse público a


sobre o público da Educação de oportunidade de acessar e
Jovens e Adultos que diz respeito avançar na sua formação escolar
aqueles que não concluíram a de maneira articulada com a
educação básica, em especial, o educação profissional, seja em
ensino fundamental ou ensino cursos de qualificação ou
médio. técnico.
INSTITUIÇÕES QUE OFERTAM
OS CURSOS:

Rede Federal de Educação


Redes Municipais
Profissional, Científica e
Tecnológica

Entidades privadas nacionais de Redes Estaduais e Distrital


S.S, aprendizagem e formação
profissional vinculadas
ao Sistema S.  
“Integrar três campos da educação que historicamente não
estão muito próximos: o ensino médio, a formação
profissional técnica de nível médio e a educação de jovens
e adultos. Igualmente desafiante é conseguir fazer com que
as ofertas resultantes do Programa efetivamente
contribuam para a melhoria das condições de participação
social, política, cultural e no mundo do trabalho desses Esse é um
coletivos, em vez de produzir mais uma ação de contenção dos
social. Coloca-se ainda outro desafio em um plano mais grandes
elevado: a transformação desse Programa em política desafios
educacional pública do estado brasileiro.” (MOURA & do Programa!
HENRIQUE, 2012)
02 Docentes
Trabalho Docente na EPT e no PROEJA.
Considerações iniciais

A construção do PROEJA apresenta desafios políticos,


epistemológicos e pedagógicos, na medida em que demanda
fundamentos teórico-metodológicos, desenvolvimento de
pesquisas, criação e consolidação de práticas de ensino-
aprendizagem que possam, efetivamente, resgatar essa proposição
do mero campo das boas intenções e torná-la uma realidade
concreta na educação brasileira. (SHIROMA; LIMA FILHO, 2011).
Especificidades do trabalho docente no PROEJA

Pesquisadores (Frigotto, Ciavatta & Ramos, 2005; Kuenzer, 2010;


Moura, 2006) trataram com profundidade as concepções e
princípios que fundamentam a proposta do currículo integrado,
explicitando suas possibilidades sem deixar de problematizar as
dificuldades de implementá-lo numa sociedade de classes como a
brasileira. (SHIROMA; LIMA FILHO, 2011).
Questões substanciais
sobre as condições de trabalho

Formação Materiais Carga Horária


Ausência de formação Materiais didáticos para EPT Aumentar a hora/atividade e
específica reduzir a carga de aulas

Tempo Contrato Infraestrutura


Discutir e construir o Melhorias Infraestrutura escolar
currículo integrado salariais e contratuais (acessibilidade, laborátorios,
biblioteca, etc).
Sistematização dos depoimentos de professores do PROEJA do
CETEP Recôncavo II – Alberto Torres, Cruz das Almas – BA
03
Discentes
A heterogeneidade do corpo estudantil no PROEJA.
Organização do trabalho pedagógico no PROEJA

A composição heterogênea do alunado do PROEJA demanda


redobrado empenho dos professores para construírem
metodologias, recursos didáticos apropriados e formas inovadoras
de ensinar e avaliar para que não reforcem, também no espaço da
EJA, as experiências vividas pelos alunos de múltiplas exclusões.
(SHIROMA; LIMA FILHO, 2011).
Segunda Chamada
Histórias de superação, conflitos, divergências e
obstáculos à realidade de educadores e alunos
do ensino noturno na rotina de uma escola
pública de São Paulo, em que pessoas entre 17 e
70 anos buscam uma vida melhor por meio dos
estudos, depois de um dia duro de trabalho.
Organização do trabalho pedagógico no PROEJA

Segundo Kuenzer (2005, p. 89), a reformulação curricular na


perspectiva do PROEJA pressupõe lançar outro olhar sobre os
alunos, entendendo-os como “sujeitos que detêm conhecimentos
oriundos do trabalho, como intervenção no mundo, e que são
capazes de se apropriarem do conhecimento científico e criarem,
através do exercício do pensamento crítico, condições de autonomia
intelectual e ética”.
Organização do trabalho pedagógico no PROEJA

As condições precárias, como vimos, afetam a formação da


identidade docente, mas, por outro lado, permitem que os
professores se percebam como trabalhadores. Trabalhador-professor
e trabalhador-estudante se encontram para ensinar e aprender.
(SHIROMA; LIMA FILHO, 2011).
04
CULTURA MAKER
Conceitos e contribuições para a educação
O que é a cultura maker?

Em resumo, é uma tendência em que Aliado ao movimento faça você


as pessoas consertam ou criam mesmo (do it yourself = DIY) ou
coisas, ao invés de simplesmente faça com os outros (do it with others
comprá-las e consumi-las = Diwo), ou método de
passivamente. Isso pode abranger experimentação “mão na massa”,
desde utensílios domésticos simples altamente permeado pelas mídias
até obras de arte, ou de sistemas de digitais, originou-se o que hoje é
computação a equipamentos de conhecido pelo nome de Movimento
robótica, passando por muitas outras Maker que cada vez mais é
possibilidades. incorporado ao mercado de trabalho
e à sociedade em geral.
Quatro pilares da
cultura maker

Criatividade Sustentabilidade

A capacidade de pensar “fora A tendência defende reduzir o


da caixinha” e criar coisas lixo e nosso impacto ambiental
novas

Colaboratividade Escalabilidade
Compartilhamento das técnicas Um item produzido pode ser
e produções com o coletivo replicado e melhorado por
para o avanço de todos outras pessoas
Como aliar a Cultura Maker à Educação?

John Dewey reforçava que os professores Freire destacava que o professor deveria
deveriam trabalhar conteúdos teóricos a promover o enfrentamento dos alunos com suas
partir de experiências da vida real, e que realidades já em sala de aula a partir do que
deveriam utilizar tais temas curriculares, chamava de situações-problema, as quais se
para que os alunos vivenciassem e desenvolveriam e seriam solucionadas a partir de
compreendessem a aplicação desses trocas reflexivas conjuntas estabelecidas entre os
temas à realidade de suas vidas, bem sujeitos, para uma real libertação e humanização,
como para que pudessem expandir suas para um verdadeiro domínio da cultura e da
referências internas a partir de suas história. Tais processos reflexivos e criativos são
próprias experiências. É o que chamou de os responsáveis pela práxis enquanto estrutura
experiência educadora. fomentadora da construção do conhecimento.
Aspectos pedagógicos e benefícios do
maker
O foco da educação maker é transformar os espaços de
aprendizagem. Assim:
● O aluno se torna protagonista (atua com criticidade
na construção do saber).
● O papel do professor se reconfigura (mediador do
processo de aprendizagem).
● Demanda abordagens interdisciplinares e
transdisciplinares.
E o mais importante: proporciona o desenvolvimento em
todas as dimensões formativas: intelectual,
socioemocional, ética e cultural.
Atividade
A cultura maker como metodologia ativa
para o Proeja
APRESENTANDO O PROBLEMA

A construção do “fracasso” do Proeja no IF


Baiano-Campus Guanambi: O caso do Curso
Técnico em Informática Integrado ao Ensino Médio
na Modalidade Educação de Jovens e Adultos (2007-
2014)
Alguns dados sobre o Curso

Público Carga Horária Turno


Jovens e adultos com Ensino 2.400 horas Inicialmente matutino e
Fundamental completo verspertino, depois noturno

Objetivo Geral do Curso


Proporcionar uma formação de nível médio, básica e sólida de teoria e prática em Administração e
Tecnologia da Informação e Comunicação, indispensável para a compreensão dos processos
produtivos das organizações e da gerência de conhecimento, capacitando o profissional para fácil
inserção no mercado de trabalho.
SÉRIE ENSINO MÉDIO
ÁREA DO DISCIPLINAS CARGA CARGA DISCIPLINAS CARGA CARGA
CONHECIMENTO HORÁRIA HORÁRIA HORÁRIA HORÁRIA
SEMANAL TOTAL SEMANAL TOTAL
3º ANO Linguagens, Língua Portuguesa 02 64 Banco de Dados 03 96
Códigos e Lígua Espanhola 02 64 Oficina Criação Visual 02 64
Tecnologia
Artes 01 32 Empreendedorismo 01 32
Educação Física 01 32
Total 192 Redes de
Ciências Humanas 03 96
Sociologia 01 32 Computadores
e tecnologias
Filosofia 01 32 Sistemas de
02 64
Total 64 Informação
Ciências da
Linguagem de
Natureza, 02 64
Programação II
Matemática e
Tecnologias Matemática 02 64 Ética, Computador e
Sociedade 01 32
Total 64
Total Geral 320 Projeto 01 32
Total geral 480
TOTAL GERAL DO ANO 800
ORIENTAÇÃO AO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

a) CARGA-HORÁRIA: 40 h/a

b) OBJETIVO
 Conscientizar-se da importância do conhecimento e da ciência nas
variadas áreas do saber.
 Inferir sobre ciência e os métodos científicos.
 Incentivar a iniciação científica como aporte para a construção de um
contexto fomentador do aprender, propiciando uma formação holística.
 Conhecer normas pertinentes à Pesquisa bibliográfica, Publicações
científicas, Projetos e relatórios de pesquisa, Trabalhos científicos e
Referências bibliográficas
 Conscientizar-se da importância do conhecimento e da ciência nas
variadas áreas do saber.
 Inferir sobre ciência e os métodos científicos.
 Incentivar a iniciação científica como aporte para a construção de um
contexto fomentador do aprender, propiciando uma formação holística.
 Conhecer normas pertinentes à Pesquisa bibliográfica, Publicações
científicas, Projetos e relatórios de pesquisa, Trabalhos científicos e
Referências bibliográficas
a) EMENTA
 Listar as variadas vertentes do conhecimento existentes.
 Conceituar ciência.
 Conceituar e discorrer sobre os diversos métodos científicos
 Diferenciar hipóteses e variáveis.
 Fazer uma pesquisa bibliográfica.
 Escrever um projeto de pesquisa.
 Implantar um projeto de pesquisa no campo.
 Realizar, periodicamente, coleta e sistematização de dados.
 Escrever um trabalho científico direcionado para publicação.
 Implantar um projeto de pesquisa no campo.
 Realizar, periodicamente, coleta e sistematização de dados.
 Escrever um trabalho científico direcionado para publicação.
 Defender o trabalho de pesquisa realizado (monografia)
a) CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
 A ciência e o conhecimento:
- Conhecimento popular;
- Conhecimento filosófico;
- Conhecimento religioso;
- Conhecimento científico.
 Conceito de ciência
 Os métodos científicos:
- Conceitos;
- Desenvolvimento histórico;
- Método indutivo;
- Método dedutivo;
- Método hipotético dedutivo;
- Método dialético;
- Métodos específicos das ciências sociais.
 Hipóteses
 Variáveis
 Pesquisa Bibliográfica
 Publicações científicas
 Projeto e relatório de pesquisa
 Referências bibliográficas
Trabalhos científicos e de conclusão de curso
Mãos na massa!
Após a apresentação do problema, considerando a ementa da disciplina
apresentada e tendo por base as Competências Gerais da BNCC (quadro
anexo à apresentação), vamos fazer o seguinte:
1. Dividir a turma em quatro equipes;
2. Cada equipe deverá desenvolver uma proposta de estratégia de
ensino que estimule a participação ativa dos alunos na realização
de atividades Maker, abordando um dos “conteúdos
programáticos” exibidos;
3. A proposta deverá ser apresentada em forma de plano de aula
contendo: tema; conteúdos abordados; objetivos; estratégias
metodológicas e avaliação;
4. Esta atividade terá o tempo de 20 min para sua conclusão;
Após conclusão, os planos serão socializados e discutidos.
REFERÊNCIAS
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Programa Nacional de Integração da Educação
Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de Jovens e Adultos (Proeja).
Disponível em http://portal.mec.gov.br/proeja.> Acesso em 12.12.2022a.

_____. Decreto Nº 5.840, de 23 de julho de 2006. Institui, no âmbito federal, o Programa de


Integração da Educação Profissional com a Educação Básica na Modalidade de Educação de
Jovens e Adultos – PROEJA. Brasília, DF: 24 de junho de 2006b.

_____. Decreto Nº 5.478, de 24 de junho de 2005. Institui, no âmbito das instituições federais de
educação tecnológica, o Programa de Integração da Educação Profissional ao Ensino Médio na
Modalidade de Educação de Jovens e Adultos – PROEJA. Brasília, DF: 24 de junho de 2005a.

DEWEY, John. 1976a. Experiência e Educação. Tradução Anísio Teixeira. São Paulo: Nacional.
Atualidades Pedagógicas.

_____. 1976b. Democracia e Educação. Tradução Godofredo Rangel e Anísio Teixeira. São Paulo:
Nacional. Atualidades Pedagógicas. Vol 2.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2005.

KUENZER, A.Z. Exclusão includente e inclusão excludente: a nova forma de dualidade estrutural
que objetiva as novas relações entre educação e trabalho. In: S-, D.; S, J.L.; L, J.C. (Org.).
Capitalismo, trabalho e educação. 3. ed. Campinas: Autores Associados, 2005. p. 75-96.

MOURA & HENRIQUE (2012), HOLOS, Ano 28, Vol 2 - PROEJA: ENTRE DESAFIOS E
POSSIBILIDADES, (P. 114 a 129)

SHIROMA, E. O.; LIMA FILHO, D. L. Trabalho Docente na Educação Profissional e Tecnológica e


no PROEJA. Educação & Sociedade, Campinas, v. 32, n. 116, p. 725-743, jul.-set. 2011.
Disponível em: https://www.scielo.br/j/es/a/Vjr7Fr7RGfmKXGF9Cv9sYyd/abstract/?lang=pt.
Acesso em: 13 dez. 2022.
OBRIGADO!

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