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TEORIA E PRÁTICA DO CURRÍCULO

AULA 8–

INOVAÇÃO
CURRICULAR -
RUMO À
APRENDIZAGEM
SIGNIFICATIVA

Olá!

O currículo deve expressar o que existe na cultura, na ciência, na sociedade


e nas artes como uma forma de preparar o aprendiz para o desafio da vida, para o
mundo do trabalho e para as relações interpessoais, buscando soluções e
propondo melhorias para os diversos problemas enfrentados pela humanidade. É
nesse contexto que surge a educação por competências no âmbito dos currículos,
como uma forma de levar as disciplinas e o conhecimento ao encontro do que o
aluno precisa saber fazer e saber ser para ter uma leitura crítica do mundo,
compartilhando ideias, propondo melhorias e fortalecendo sua cidadania.
Neste capítulo, você vai conhecer o conceito de competência empregado na
educação e sua influência no currículo, bem como o formato de um currículo que
se baseia em competências. Além disso, vai analisar os limites e as inúmeras
possibilidades pedagógicas na forma de organizar um currículo por competências.
7 INOVAÇÃO CURRICULAR — RUMO À APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA

Como já vimos no decorrer do nosso estudo, o conceito de currículo se


transformou muito ao longo dos anos, assim como a sociedade e o que significa ser
educação e escolarização. Desse modo, antes de debater a relevância dos currículos
inovadores, é preciso compreender as condições políticas, econômicas e culturais que
contribuíram para a construção das ideias curriculares atuais.
Decidir o que da cultura humana deve ser transmitido de geração em geração,
sempre foi uma preocupação social. Em geral, esses ensinamentos procuram se
comunicar com a construção de um modelo social ideal, e transmiti-lo ao povo de
acordo com as ideias que a classe dominante e o governo de certas regiões
consideram as mais corretas ou normativas. Assim, no século XX, a efeitos tangíveis
surge o conceito de currículo, que prevê como as instituições de ensino desenvolverão
suas atividades.
Em relação ao currículo, quando as pessoas fazem sua prática docente,
pensam imediatamente nas disciplinas da matriz curricular e nos conteúdos que serão
ministrados aos alunos. Mas entendê-la como tal é uma visão reducionista, utilizada
em sua teoria tradicional, no que se refere à produção de subjetividade, ou formação
de sujeitos, e ao exercício do poder na seleção e classificação do conhecimento. Isso
marcará o processo de ensino e aprendizagem.
Segundo Moreira e Silva (2001), os programas são concebidos como criações
sociais e culturais. As performances transmitem perspectivas sociais específicas e
interessantes, e os programas produzem uma identidade pessoal e social concreta.
As pessoas constroem artefatos sociais e culturais com base em suas relações umas
com as outras e em suas interações com os grupos sociais e culturais dos quais
participam. Por outro lado, as escolas partilham desta ideia, dando um contributo
significativo para a formação da identidade. Para Silva (2007), um currículo de ação
abrangente envolve os pontos mostrados na Figura 1.
Figura 1. Pontos de análise das teorias do currículo escolar.
Saber
Identidade
Conhecimentos a
serem ensinados Tipo de ser
humano desejável

Poder

Fonte: Adaptada de Silva (2007)

Pensar em um currículo inovador é compreender como escolher o que será


ensinado em sala de aula e o que se pretende que os alunos aprendam. Também
questiona que tipo de pessoas as escolas produzem e que efeitos elas têm sobre o
programa social ideal, e reflete sobre o equilíbrio de poder entre aqueles que
determinam o que deve ou não ser ensinado e quais disciplinas ideais devem ser
ministradas a partir da prática escolar.
A palavra inovação é amplamente utilizada em diversas áreas do conhecimento
para se referir a uma determinada mudança, a criação de algo que não se pretendia,
ou uma nova forma de fazer algo. Aplicando isso ao currículo, entendemos que a
inovação curricular passa necessariamente por um repensar da prática cotidiana e da
relação ensino-aprendizagem, da qual os professores são partes importantes.
Portanto, o processo e a prática de pesquisa em inovação serão métodos para
melhorar a qualidade do ensino do sistema educacional e a qualidade do aprendizado
dos alunos. Segundo Masetto (2011), o currículo inovador requer:

[...] uma gestão diferenciada, com valorização da mudança favorecendo a


aprendizagem dos participantes e do compromisso dos docentes com esse
novo projeto, com reorganização de tempo e espaço para aprendizagem, com
revisão da infraestrutura para apoio do projeto, com formação continuada dos
professores, com investimento em condições favoráveis aos trabalhos dos
docentes. (MASETTO, 2011, p. 15).

Como você pode ver nesta citação, a busca pela mudança e inovação no
currículo vem do entendimento e direção da instituição educacional. Desta inovação
também sugere um afastamento do mesmo paradigma pedagógico, que há décadas
enfatiza programas educacionais e de base tecnológica que reforçam a centralidade
do professor no processo educativo que realiza com seus alunos. À medida que o
currículo se adapta às exigências de hoje, o professor é um ator fundamental nessa
mudança e deve rever suas práticas de sala de aula, reinventar a maneira como
conduzir sua prática pedagógica, focar nos alunos, formando protagonistas na arte de
aprender.
Por outro lado, projetos educacionais inovadores são aqueles que mesmo não
possuindo uma sala de informática bem estruturada com um bom acesso à internet,
onde todos possam se comunicar, eles conseguem reorganizar a partir estrutura da
escola, por exemplo, desenvolvendo um currículo misto que inclua atividades que são
realizadas fora do tempo presencial junto com os alunos, que deve ser planejado e
criado pelo professor. Assim, qualquer inovação no currículo requer uma combinação
de diferentes métodos e investimentos.
Inovação curricular significa valorizar a pessoas que está sendo produzida
pelas práticas escolares, e compreender que estas são mais importantes que
conteúdos, pois educação é preparação para a vida e para as exigências que cada
época impõe aos alunos. Por exemplo, no contexto atual, onde toda a informação está
disponível no mundo digital, introduzir uma prática escolar que não leve em conta essa
possibilidade é no mínimo retrógrado. Quanto ao papel do professor, a situação é
ainda pior, pois aqueles que ainda não entendem que as mudanças na vida social
provocadas pelo ambiente digital podem ser uma boa ferramenta para o trabalho em
sala de aula falham e são percebidos pelos alunos como ultrapassados.
Masetto (2011), ao analisar os projetos curriculares que funcionam de forma
inovadora, na Faculdade de Medicina de Harvard, diz sobre as estratégias
pedagógicas:

[...] são selecionadas de forma a privilegiar a participação dos alunos


(debates, observação com discussão, leituras, pesquisas, atividade prática
com pacientes, atividades em ambientes de simulação da realidade,
discussão de casos após observá-los por circuito interno de TV). Não há mais
aulas expositivas para grandes turmas. (MASETTO, 2011, p. 6).

Reconhecendo que ao promover práticas que envolvam os alunos, a


universidade rompe com o que é considerado um currículo tradicional e retira o
professor do centro do processo ao utilizar estratégias de aprendizagem que
promovem o pensamento, a interação, a análise e a colaboração entre os alunos.
Mesmo aulas de apresentação que têm sido usadas por décadas podem ser
redesenhadas e tornadas mais envolventes e dinâmicas se forem conduzidas de
forma dialogada e interativa, com professores alternando entre tecnologia interativa e
recursos audiovisuais.
Destas primeiras observações, aprendemos que a inovação curricular passa
necessariamente por uma reforma radical da prática docente e pela procura de novos
métodos de ensino centrados no aluno e na sua aprendizagem. Associado a esta
consciência das mudanças sociais, culturais e tecnológicas para que as escolas não
fujam daquilo que pode dar sentido aos discentes.

8.1 Currículo por projetos de trabalho

Um dos aspectos importantes da inovação curricular está relacionado à busca


de práticas educativas que se desenvolvam quebrando a lógica da segmentação dos
conhecimentos e produzam uma aprendizagem mais globalizada pelos estudantes.
Para atingir tal nível de reestruturação da aprendizagem que ocorre na escola, uma
ótima estratégia é desenvolver o currículo por projetos de trabalho, conforme você
pode ver na Figura 2.
Figura 2. Funções do projeto de trabalho

Organizar o Tratar as
conhecimento informações

Relacionar
diferentes
conteúdos

Fonte: Adaptada de Hernández e Ventura (2017).

O projeto de trabalho organiza como os conhecimentos escolares serão


aprendidos pelos estudantes, para que possam se apropriar da grande quantidade de
informações sobre os temas ou os problemas abordados, interpretando-as e
encaixando-as no local em que contribuam para se consolidarem como conhecimento.
É importante notar que “a informação necessária para construir os Projetos não está
determinada de antemão, nem depende do educador ou do livro-texto, está sim em
função do que cada aluno já sabe sobre um tema e da informação com a qual se
possa relacionar dentro e fora da escola” (HERNÁNDEZ; VENTURA, 2017, p. 62). Ele
também permite que se envolva diferentes conteúdos, de diversas disciplinas, para
que se tenha uma aprendizagem mais significativa a partir de uma postura
interdisciplinar.
Para que você possa aplicar um projeto de trabalho com os seus alunos, deve
seguir alguns passos: definir um eixo ou problema que será o objeto de estudo do
projeto; estruturar a forma como as informações sobre o objeto que conduzirá o projeto
serão coletadas pelos estudantes; e estabelecer quais procedimentos serão utilizados
para o tratamento das informações adquiridas e sua conversão para conhecimentos
que se aliem aos conteúdos disciplinares desenvolvidos.
Fonte: Adaptada de Hernández e Ventura (2017).

Do exemplo anterior, você pode visualizar, na Figura 3, as bases teóricas que,


em geral, fundamentam a organização curricular a partir dos projetos de trabalho.
Figura 3. Bases teóricas dos projetos de trabalho.
Fonte: Adaptada de Hernández e Ventura (2017).

Uma aprendizagem se torna significativa quando consegue se conectar aos


conhecimentos prévios dos estudantes, remete aos princípios práticos de sua vida
pessoal e suas rotinas cotidianas, bem como se associa às suas hipóteses sobre o
problema e o mundo. Uma atitude favorável ao conhecimento, por sua vez, refere-se
a um tema ou problema que desperte o interesse dos alunos e os faça se engajar nas
atividades de pesquisa e nos procedimentos que o professor adotará durante o
projeto, por isso, a escolha do tema que será objeto de estudo deve ser feita com
cuidado, partindo dos interesses da turma.
Em geral, um projeto de trabalho apresenta uma sequência estruturada,
planejada pelo professor para que os alunos desencadeiem durante o tempo em que
seja realizado, porém, deve ser flexível, pois as situações de sua aplicação podem
variar e exigir adaptações para contemplar novas informações, ou novos interesses e
pontos que tangenciem o tema e ampliem sua discussão. Esses projetos possuem
uma funcionalidade e uma intenção pedagógica, que é buscada a partir dos
procedimentos planejados pelo docente e das técnicas e estratégias de aprendizagem
que ele colocará em prática neles.
Os projetos de trabalho desenvolvem a memória compreensiva, fazendo os
estudantes perceberem como as informações coletadas e tratadas servem de base
para estruturar novos conhecimentos, aprendizagens e suas possíveis relações. Já a
avaliação tem como principal objetivo analisar todo o processo percorrido ao longo do
projeto, notando como as aprendizagens ocorrem e propondo a tomada de decisões
quanto ao seu desenvolvimento ou possíveis adaptações para que os alunos
consolidem ao máximo suas aprendizagens. Victor está muito questionador, até aí
não vejo nenhum problema.

8.2 Currículo globalizado

Os pensamentos em busca de um currículo globalizado surgiram nas últimas


décadas, visando propor uma inovação curricular que quebrasse o paradigma da
segmentação de conhecimentos e disciplinas cartesianas ainda tão amplamente
aplicado nas escolas atuais. Gallo (2011), ao referir-se ao filósofo, geômetra e
matemático René Descartes e à criação de sua árvore dos saberes, esclarece que:

Nessa imagem as raízes da árvore representariam o mito, como


conhecimento originário; o tronco representaria a filosofia, que dá
consistência e sustentação para o todo; os galhos, por sua vez, se
subdividem em inúmeros ramos. Interessante notar que a imagem da árvore,
por mais que dê vazão ao recorte, à divisão e às subdivisões, remete sempre
de volta a totalidade, pois há uma única árvore, e para além do conhecimento
das partes, podemos chegar ao conhecimento do todo, isto é, tomando
distância podemos ver a árvore em sua inteireza. (GALLO, 2011, p. 40).

Se você realizar uma analogia da imagem da árvore com um currículo


disciplinar, poderá perceber suas falhas, pois a divisão em disciplinas (ramos da
árvore) e seu estudo sistemático de forma compartimentada prejudicam e impedem a
visualização do conhecimento como um todo, além das múltiplas e ricas relações de
reciprocidade, simultaneidade e complementaridade entre as disciplinas nos fatos
cotidianos. A globalização tem como grande objetivo levar o aluno a aprender a
interpretar a realidade que vivencia, já sua concepção e práticas, em geral, associam-
se a três eixos principais:
➢ Forma de sabedoria
➢ Referência epistemológica
➢ Concepção curricular

A globalização como forma de sabedoria remete à utilização dos


conhecimentos e suas múltiplas relações para uma melhor compreensão do mundo
diante de sua complexidade. Já a referência epistemológica leva à busca de
operações de pensamento que possibilitem “abordar e pesquisar problemas que vão
além da compartimentação disciplinar” (HERNÁNDEZ, 1998, p. 34). Como concepção
curricular, por sua vez, ela busca entender o currículo da escola para promover a
relação dos conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais.
Zabala (1998) associa os conteúdos conceituais, procedimentais e atitudinais
às perguntas “o que se deve saber?”, “o que se deve saber fazer?” e “como se deve
ser?”. Assim, você pode perceber que os conteúdos escolares devem envolver mais
do que saber sobre o caráter disciplinar do currículo, atentando-se também à forma,
aos métodos e estratégias para promoção de ensino, aprendizagem (procedimentos),
constituição da subjetividade dos alunos, bem como de quem eles se tornarão por
meio do desenvolvimento de valores e da ética (atitudes).
Este caráter que amplia a função da escola e a dimensão do currículo, fazendo-
o inovar a partir de uma visão globalizada, bem como ressignifica as práticas docentes
e o papel do professor, será reforçado nos quatro pilares da educação propostos por
Delors et al. (1998), no relatório feito para a Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), intitulado “Educação: Um futuro a
descobrir”. Atente para os quatro pilares considerados, na época, como a base para
os processos educacionais no século XXI.
➢ Aprender a conhecer
➢ Aprender a fazer
➢ Aprender a viver juntos
➢ Aprender a ser

O aprender a conhecer remete à aquisição dos conhecimentos necessários ao


seu uso na vida cotidiana, que servem para sua leitura de mundo e para alcançar uma
condição de vida mais digna. Por meio dele, se garante melhores condições de
desenvolvimento profissional, de comunicação e compreensão do ambiente em que
se vive. Além disso, o “aprender para conhecer supõe, antes tudo, aprender a
aprender, exercitando a atenção, a memória e o pensamento. Desde a infância,
sobretudo nas sociedades dominadas pela imagem televisiva, o jovem deve aprender
a prestar atenção às coisas e às pessoas” (DELORS et al., 1998, p. 92).
Embora o aprender a conhecer e o aprender a fazer sejam indissociáveis, este
se relaciona mais com as questões de formação profissional e, na atualidade, cada
vez mais, se exige competências no mercado de trabalho para que se tenha
empregabilidade ou trabalhos a fazer.
O aprender a viver juntos, ou conviver, se refere a uma aprendizagem que
“representa, hoje em dia, um dos maiores desafios da educação. O mundo atual é,
muitas vezes, um mundo de violência que se opõe à esperança posta por alguns no
progresso da humanidade” (DELORS et al., 1998, p. 96). Ao olhar ao redor, você
percebe na cidade, no interior da escola e nos noticiários locais como essa questão,
sobretudo no Brasil, é urgente na contemporaneidade. A violência de todas as ordens,
como doméstica, de gênero, racista, sexista, homofóbica, xenofóbica, bullying, entre
outras, deve encontrar na instituição escolar um espaço de reflexão, discussão e
práticas que possam reconstruir esse cenário. As escolas podem contribuir para que
a sociedade reconheça o outro, respeitando e tratando todos com equidade e justiça.
O aprender a ser remete ao desenvolvimento total da pessoa, o que envolve
“espírito e corpo, inteligência, sensibilidade, sentido estético, responsabilidade
pessoal, espiritualidade” (DELORS et al., 1998, p. 99). Assim, a partir da educação
que receberam em sua juventude, em que a escola tem papel primordial, os indivíduos
podem estar preparados para exercer sua autonomia de pensamento e estabelecer
juízos de valor necessários para que decidam sobre as questões que a vida impõe a
todos.
Pensar em um currículo globalizado é entender a instituição de ensino se
empenhando nas suas práticas educativas para a promoção de aprendizagens que
capacitem os alunos para sua vida plena, o que envolve o conhecer, o fazer, o
conviver e o ser. Para que isso seja possível, obrigatoriamente, deve-se repensar as
práticas escolares e o próprio percurso da didática. Sacristán (2000), ao referir-se ao
discurso da didática sobre a prática escolar, relembra que:

O discurso em didática sobre a prática escolar se desenvolveu fragmentando


o processo global do ensino-aprendizagem. Em primeiro lugar, desligando
conteúdos de métodos, ensino de aprendizagem, fenômenos de aula em
relação aos contextos nos quais se produzem, decisões técnico-pedagógicas
de decisões políticas e determinantes exteriores à escola e à aula, etc. Em
segundo lugar, por depender de determinadas metodologias de pesquisa
pouco propensas à compreensão da unidade que se manifesta na prática
entre todos estes aspectos. (SACRISTÁN, 2000, p. 47).

Caso você faça o caminho contrário ao percurso discursivo da didática citado


pelo autor, encontrará a globalização e a inovação curricular, que busca uma
aprendizagem significativa por intermédio de práticas pedagógicas contextualizadas
e que se aliem à realidade social e cotidiana dos estudantes, logo, despertando seu
interesse e participação. Assim, segundo Zabala (1998),

[...] os métodos globalizados nascem quando o aluno se transforma no


protagonista do ensino; quer dizer, quando se produz um deslocamento do
fio condutor da educação das matérias ou disciplinas como articuladoras do
ensino para o aluno e, portanto, para suas capacidades, interesses e
motivações. (Zabala, 1998, p. 144).

Ao estudar sobre os modelos que associam os conteúdos curriculares de forma


globalizada, Zabala (1998) destacou alguns métodos desenvolvidos historicamente,
conforme você pode conferir no Quadro 1.
Quadro 1. Alguns métodos globalizadores do currículo

Fonte: Adaptado de Zabala (1998)

Percebe-se que, embora as discussões sobre um currículo globalizado não


sejam recentes, hoje existe um consenso de que a inovação curricular está,
obrigatoriamente, no debate sobre a ampliação da função social da escola e dos
ajustes necessários para que os estudantes possam acompanhar as mudanças
socioculturais, econômicas, políticas e tecnológicas que ocorreram no mundo nas
últimas décadas e que ainda continuam desafiando as instituições de ensino e todos
os professores. Para que se consiga contemplar essas questões, é imprescindível
propor novas práticas educativas que tenham como centro o aluno e sua
aprendizagem, bem como atribuam significado ao que se aprende.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

DELORS, J. et al. Educação, um tesouro a descobrir: relatório para a UNESCO da


Comissão Internacional sobre Educação para o século XXI. São Paulo: Cortez;
Brasília: UNESCO, 1998.

GALLO, S. A orquídea e a vespa: transversalidade e currículo rizomático. In:


PEREIRA, M. Z. C.; GONSALVES, E. P.; CARVALHO, M. E. P. (org.). Currículo e
contemporaneidade: questões emergentes. 2. ed. Campinas: Alínea, 2011.

HERNÁNDEZ, F. Transgressão e mudança na educação: os projetos de trabalho.


Porto Alegre: Artmed, 1998.

HERNÁNDEZ, F.; VENTURA, M. A organização do currículo por projetos de


trabalho: o conhecimento é um caleidoscópio. 5. ed. Porto Alegre: Penso, 2017.

MASETTO, M. T. Inovação curricular no ensino superior. e-Curriculum –


Programa de Pós Graduação em Educação: Currículo, São Paulo, v. 7, n. 2, p. 1–20,
ago. 2011.

MOREIRA, A. F. B.; SILVA, T. T. (org.). Currículo, cultura e sociedade. 5. ed. São


Paulo: Cortez, 2001.

SACRISTÁN, J. G. O currículo: uma reflexão sobre a prática. 3. ed. Porto Alegre:


Artmed, 2000.

SILVA, T. T. Documentos de identidade: uma introdução às teorias do currículo. São


Paulo: Autêntica, 2007.

ZABALA, A. A prática educativa: como ensinar. Porto Alegre: Artmed, 1998.

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