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DOUTORADO
EDUCAÇÃO A DISTANCIA
CONCEPÇÕES SOCIAIS E LEGAIS NA EDUCAÇÃO
O CURRÍCULO.
por
BIANCA DELLA NINA
W1160
RESUMO
opções e construções de conduções educacionais das mais diversas, pois os vários autores
escolares pensam o caminhar do currículo dentro das suas teorias e concepções, assim
aqueles que são atraídos pelas novas ideias que circulam nesse campo, e, por isso,
Dentre esses três tipos de concepções, o grupo que defende a mescla, ouseja, a junção de
novas práticas como as que historicamente deram certo, fazem uma crítica às formas pelas
quais as políticas públicas voltadas para a orientação das concepções educacionais vêm sendo
educacionais, faz toda uma diferença no modo de conduzir os aspectos que envolvem a
formação das novas gerações, bem como de se ostentar defesas e ideias sobre os modos de
estruturas curriculares.
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Essas visões diferenciadas sobre ocurrículo se sustentam emconcepções também distintas
sobre aeducação e sobre o papel da escola, oque está diretamente relacionado composições
2. O CURRÍCULO.
seus primórdios, currículo envolvia uma associação entre o conceito de ordem e método,
O CEAE (2007) apresenta duas grandes vertentes do campo do currículo neste século: a
O currículo tem que ser entendido como a cultura real que surge de uma série de processos, e
não como um objeto delimitado e estático que se pode planejar e depois implantar. É preciso
dispensar a ideia de que as decisões já vêm prontas. Desde as tarefas acadêmicas reais que são
desenvolvidas, a forma como a vida interna das salas de aula e os conteúdos de ensino se
as práticas de avaliação, entre outros, tudo isso é dinâmico e muda de acordo com cada
realidade.
Forquin (1996) apud CEAE (2007) conceitua currículo como o conjunto daquilo que se
ensina e daquilo que se aprende, de acordo com uma ordem de progressão determinada, no
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programa de formação, mas considerado em sua globalidade, em sua coerência didática e em
sua continuidade temporal, isto é, de acordo com a organização sequencial das situações e das
O currículo representa muito mais do que um programa de estudos, um texto em sala de aula
ou o vocabulário de um curso. Mais do que isso, ele representa a introdução de uma forma
particular de vida; ele serve, em parte, para preparar os estudantes para posições dominantes
sobre outras e afirma os sonhos, desejos e valores de grupos seletos de estudantes sobre outros
Ferreira (2000 apud Costa, 2006), ao tratar o currículo, afirma que este se tornou ponto chave
recursos humanos, físicos, financeiros, os tipos e modos de avaliação além do tempo para sua
escolares ou equivalentes, delegando aos sistemas de ensino a definição das normas de gestão
democrática.
Todos esses princípios implicam uma nova escola, em que novos processos de participação
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orientação para a gestão do sistema com autonomia para a escola (DOURADO; AGUIAR,
2002).
observar que esta ampla definição pode adotar variados matizes e as mais variadas formas de
dizendo: segundo o que se entenda por aprender e ensinar, o conceito de currículo varia, como
Para Sacristán (2000), o currículo é uma práxis antes que um objeto estático emanado de um
jovens, que tampouco se esgota na parte explícita do projeto de socialização cultural nas
instituição tem, que reagrupa em torno dele uma série de subsistemas ou práticas diversas,
comumente chamamos de ensino. O currículo é uma prática na qual se estabelece diálogo, por
assim dizer, entre agentes sociais, elementos técnicos, alunos que reagem frente a ele,
Assim, o currículo não é algo abstrato, neutro, mas que projeta os valores, interesses e
compromissos da sociedade, nem sempre de maneira explícita. Isso significa que a relação
vinculações. Para Giusta (2001), o currículo pode, até certo ponto, explicitar-se, tornar
públicos seus fins sociais e culturais, seus conteúdos de diferentes matizes e suas ações para o
alcance das finalidades que a sociedade espera que a escolarização cumpra, mas tem sempre
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uma face oculta, que nos ludibria e nos submete a armadilhas, pelo próprio trabalho de
interpretação dessas finalidades, pelo que realçamos e apagamos nesses conteúdos, pelos
3. TIPOS DE CURRÍCULO.
conhecimentos uma vez que estes tenham sido parcelados em disciplinas; estudo isolado dos
É útil destacar aqui que a estrutura interna do currículo tradicional é do tipo teórico-dedutiva.
Isto implica que se parta das premissas gerais da ciência, formalizadas em disciplinas (nível
abstrato) para depois abordar as situações práticas (nível concreto) como casos enquadrados
nas primeiras. Supõe-se que os alunos informados da teoria realizarão uma aplicação
Um passo importante para superar o currículo formal foi dado pelas experiências do currículo
1989).
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profissão. A partir daí, procuram-se os dados e teorias, contendo tanto componentes
científicos quanto técnicos, pertinentes ao contexto social onde acontecem tais problemas.
O que se estimula nos alunos não é a memorização passiva de dados e sim a investigação e
Por sua vez, o currículo integrado pode ser definido como um plano pedagógico e sua
prática e teoria, ensino e comunidade. As relações entre trabalho e ensino, entre os problemas
e suas hipóteses de solução devem ter sempre, como pano de fundo, as características
esta última;
Se a intenção é aderir a uma pedagogia que pretende preparar o aluno como sujeito ativo,
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mecânica de certos comportamentos deverão ser deixados de lado. O que importará será a
criação de condições para que o aluno possa construir ativamente o seu próprio conhecimento.
Assim, a aprendizagem se dará como resultado da assimilação ativa a partir da própria prática
sistema lógico de conhecimentos, com livre trânsito de um campo de saber para outro
(ANDRADE, 2007).
Na transdisciplinaridade, a cooperação entre as várias matérias é tanta, que não dá mais para
cooperação entre as disciplinas, mais difícil de ser aplicado na escola, pois há sempre a
Na prática transdisciplinar, bastante utópica, haveria uma proposta de sistema sem fronteiras
entre as disciplinas, sendo impossível distinguir onde uma começa e outra termina. Para
Fazenda (1995), este nível de abrangência negaria a possibilidade do diálogo, condição sine
Entretanto, Hernández (1998) percebe que a prática da pesquisa nas ciências e na tecnologia
projetos de pesquisa; ele argumenta que essa realidade vem acontecendo na área biomédica,
contexto escolar, sem que se efetivem mudanças estruturais nas escolas e nos cursos de
licenciatura.
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4. CONCLUSÃO.
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