Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
ertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwert
yuiopasdfghjklzxcvbnmqwertyui
opasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopa
sdfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdf
Tipologia e Gêneros
Textuais
ghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfghj
BIANCA DELLA NINA
klzxcvbnmqwertyuiopasdfghjklz
2012
xcvbnmqwertyuiopasdfghjklzxcv
bnmqwertyuiopasdfghjklzxcvbn
mqwertyuiopasdfghjklzxcvbnmq
wertyuiopasdfghjklzxcvbnmqwe
rtyuiopasdfghjklzxcvbnmqwerty
uiopasdfghjklzxcvbnmqwertyuio
pasdfghjklzxcvbnmqwertyuiopas
dfghjklzxcvbnmqwertyuiopasdfg
AGRADECIMENTOS
A meus pais, Adhemar e Edna, sem os quais nada teria sido possível
em minha vida;
1.4.3 SITUACIONALIDADE................................................................................... 9
REDUNDÂNCIAS ( ―A coisa mais difícil do mundo é dizer pensando o que todos dizem
sem pensar‖. Émile Auguste Chartier Alain) ............................................................... 89
......................................................................................................................... 169
Todo discurso é uma construção social, não individual, e que só pode ser
analisado considerando seu contexto histórico-social, suas condições de
produção; significa ainda que o discurso reflete uma visão de mundo
determinada, necessariamente vinculada à do(s) seu(s) autor(es) e à
sociedade em que vive(m). Texto, por sua vez, é o produto da atividade
discursiva, o objeto empírico (conhecimento de mundo) de análise do discurso.
1.2 CONTEXTO
São informações que acompanham o texto. O contexto deve ser visto em suas
duas dimensões: estrutura de superfície e estrutura de profundidade. A
estrutura de superfície considera os elementos do enunciado, enquanto a
estrutura de profundidade considera a semântica das relações sintáticas. Num
caso, o leitor busca o primeiro sentido pelo produzido pelas orações; no outro,
vasculha a visão do mundo que enforma o texto. O contexto pode ser imediato
ou situacional.
O contexto imediato relaciona-se com os elementos que seguem ou
precedem o texto imediatamente. São os chamados referentes textuais.
O contexto textual imediato de um capítulo de um livro, por exemplo,
são os capítulos que o precedem e o seguem; o de um fragmento de
um capítulo, imediatamente, o anterior e o posterior ao mesmo capítulo;
e assim por diante.
O contexto situacional é formado por elementos exteriores ao texto.
Esse contexto acrescenta informações, quer históricas, quer
geográficas, quer sociológicas, quer literárias, para maior eficácia da
leitura que se imprime ao texto.
Texto
Coesão Coerência
Não se deve depreender dessa afirmativa que a relação do texto com a história
signifique dizer que ele narra, obrigatoriamente, fatos históricos. Não se trata
disso. Significa dizer que nos textos são reproduzidos os ideais, as
concepções, os anseios e os temores de um povo numa certa época.
Entretanto, como nas sociedades existem diversas formas de ver a realidade,
os textos também vão mostrar pontos de vista favoráveis ou contrários a um
determinado assunto.
1.4.2 INFORMATIVIDADE
1.4.3 SITUACIONALIDADE
Costa Val (1994), ao discorrer sobre este fator, diz que ―é a situacionalidade
que diz respeito aos elementos responsáveis pela pertinência e relevância do
texto quanto ao contexto em ocorre. É a adequação do texto à situação
sociocomunicativa.‖ Segundo ela, o contexto pode precisar o sentido do
discurso, além de orientar a sua produção e recepção.
1.5.5 CONECTIVIDADE
A. Coerência Semântica
Refere-se à relação entre os significados dos elementos das frases em
sequência; a incoerência aparece quando esses sentidos não combinam, ou
quando são contraditórios. Exemplos:
1) ... ouvem-se vozes exaltadas para onde acorreram muitos fotógrafos e
telegrafistas para registrarem o fato.
B. Coerência Sintática
Refere-se aos meios sintáticos usados para expressar a coerência semântica:
conectivos, pronomes, etc. Exemplos:
Então as pessoas que têm condições procuram mesmo o ensino particular.
Onde há métodos, equipamentos e até professores melhores.
c. Coerência Estilística
Percebemos, pelos exemplos citados abaixo, que este tipo de coerência não
chega, na verdade, a perturbar a interpretabilidade de um texto; é uma noção
relacionada à mistura de registros linguísticos. É desejável que quem escreve
ou lê se mantenha num estilo relativamente uniforme. Entretanto, a alternância
de registros pode ser, por outro lado, um recurso estilístico.
Pressuposição
É o conteúdo que fica à margem da discussão, é o conteúdo implícito. Assim, a
frase "Pedro parou de fumar" veicula a pressuposição de que Pedro fumava
antes; "Pedro passou a trabalhar à noite" contém a pressuposição de que
antes ele trabalhava de dia, mas contém também a pressuposição de que ele
não trabalhava antes, dependendo da ênfase colocada em passar a ou em à
noite.
Inferências
São informações normais que não precisam ser explicitadas no momento da
produção do texto; são também chamadas de subentendidos. O exemplo
seguinte ajuda a entender esta noção: "Maria foi ao cinema, assistiu ao filme
sobre dinossauros e voltou para casa." Lendo essa frase, o ouvinte/leitor
recupera os conhecimentos relativos ao ato de ir ao cinema: no cinema
existem cadeiras, tela, bilheteria; há uma pessoa que vende bilhetes, outra que
os recolhe na entrada; a sala fica escura durante a projeção, etc. Enfim, isto
não precisa ser dito explicitamente. Se assim não fosse, que extensão teriam
Implicatura
É um sentido derivado, que atribuímos a um enunciado depois de constatar
que seu sentido literal é irrelevante para a situação. Se perguntamos: "Qual é a
função de Pedro no jornal?" e ouvimos "Pedro é o filho do chefe", podemos
depreender dessa resposta que Pedro não tem nenhuma função, que Pedro
não faz nada ou que Pedro não precisa fazer nada. Esse sentido é dado pelo
fator cultural, considerando-se que, em geral, no Brasil, os filhos dos chefes
não trabalham. Entretanto, se fosse, por exemplo, no Japão, a leitura seria
outra, uma vez que lá eles trabalham muito.
Para quem fez a pergunta, não pareceu nem um pouco incoerente a resposta
obtida. Entretanto, a frase de B não é a resposta, é simplesmente um pedido
de tempo para depois dar atenção ao interlocutor A. Nós é que percebemos a
incoerência da sequência e tomamos o conjunto como uma piada.
Vejamos os exemplos:
1) Mulheres de três gerações enfrentam o preconceito e revelam suas
experiências.
Mecanismos de Coesão
São variadas as maneiras como os diversos autores descrevem e classificam
os mecanismos de coesão. Consideramos que é necessário perceber como
esses mecanismos estão presentes no texto (quando estão) e de que maneira
contribuem para sua tecitura, sua organização.
A.1 Coesão Frásica – este tipo de coesão estabelece uma ligação significativa
entre os componentes da frase, com base na concordância entre o nome e
seus determinantes, entre o sujeito e o verbo, entre o sujeito e seus
predicadores, na ordem dos vocábulos na oração, na regência nominal e
verbal. Exemplos:
Por exemplo, o verbo assistir é usado com a preposição a quando significa ser
espectador, estar presente, presenciar. Exemplo: A cidade inteira assistiu ao
desfile das escolas de samba. Entretanto, na linguagem coloquial, este verbo é
usado sem a preposição. Por isso, com frequência, temos frases como: Ainda
não assisti o filme que foi premiado no festival. Ou A peça que assisti ontem foi
muito bem montada (em vez de ―a que assisti‖).
b) Como suas glândulas mamárias são internas, ela espirra o leite na água.
(idem)
ela, a - retomam o termo baleiona, que, por sua vez, substitui o vocábulo mãe.
ele - retoma o termo filhote
ele também o faz - o retoma as ações de saltar, bater, que a mãe pratica.
b) Madre Teresa de Calcutá, que em 1979 ganhou o Prêmio Nobel da Paz por
seu trabalho com os destituídos do mundo, estava triste na semana passada.
Perdera uma amiga, a princesa Diana. Além disso, seus problemas de saúde
agravaram-se. Instalada em uma cadeira de rodas, ela mantinha-se, como
sempre, na ativa. Já que não podia ir a Londres, pretendia participar, no
sábado, de um ato em memória da princesa, em Calcutá, onde morava há
quase setenta anos. Na noite de sexta-feira, seu médico foi chamado às
pressas. Não adiantou. Aos 87 anos, Madre Teresa perdeu a batalha entre seu
organismo debilitado e frágil e sua vontade de ferro e morreu vítima de ataque
cardíaco. O Papa João Paulo II declarou-se "sentido e entristecido". Madre
Teresa e o papa tinham grande afinidade. (Revista VEJA, nº 36, setembro/97)
B. Coesão Lexical
― Em 1937, quando a Ipiranga foi fundada, muitos afirmavam que seria difícil
uma refinaria brasileira dar certo. Quando a Ipiranga começou a produzir
querosene de padrão internacional, muitos afirmavam, também, que
dificilmente isso seria possível. Quando a Ipiranga comprou as multinacionais
Gulf Oil e Atlantic, muitos disseram que isso era incomum. E, a cada passo que
a Ipiranga deu nesses anos todos, nunca faltaram previsões que indicavam
outra direção. Quem poderia imaginar que a partir de uma refinaria como
aquela a Ipiranga se transformaria numa das principais empresas do país,
com 5600 postos de abastecimento anual de 5,4 bilhões de dólares? E, que
além de tudo, está preparada para o futuro? É que, além de ousadia, a
Rui Barbosa, na sua magistral conferência sobre Oswaldo Cruz, em 1917, nos
dá lições acabadas da arte da sinonímia.
Para dizer febre amarela, por exemplo, empregou todas estas expressões
sinônimas: vômito negro, a praga amarela, estigma desastroso, contágio
brasileiro, o mesmo flagelo, germe amarílico, a tenaz endemia, a prega, a
terrível doença, o contágio homicida, calamidade exterminada, a
devoradora calamidade, a maligna enfermidade, essa desgraça, a terrível
coveira, infecção xantogênica, esse contagio fatal ... nada menos que
dezessete formas e recursos para evitar a repetição enfadonha.
Referindo-se aos ratos, eis a série por ele excogitada: rataria, rasteira e
abjeta família, esses vilíssimos roedores, essa espécie roaz, ralé
inumerável, raça insaciável dos murídeos.
Outros exemplos:
Cuba - A Pérola das Antilhas
Veneza - A rainha do Adriático
Egito - O Berço dos Faraós
http://revistapiaui.estadao.com.br/edicao-34/questoes-litero-pilosas/o-bigode-
de-bandeira.
Hiperônimos Hipônimos
(termos mais gerais) (termos mais específicos)
baleias jubartes
animais jubartes
cetáceos baleias
CITAÇÃO
A citação é uma referência direta a outros textos, em que se respeita
integralmente o texto de origem, ou seja, transcreve-se ipsis litteris o que está
escrito no texto original. É imprescindível, portanto, indicar o autor do referido
texto, assim como de qual obra foi retirado. A música Cinema Novo, de
Caetano Veloso, faz citações:
O filme quis dizer ‗Eu sou o samba‘
A voz do morro rasgou a tela do cinema
E começaram a se configurar
Visões das coisas grandes pequenas
Que nos formaram e estão a nos formar
Todos e muitos: Deus e o Diabo, Vidas Secas, os Fuzis,
Os Cafajestes, o Padre e a Moça, a Grande Feira, o Desafio
Outras conversas, outras conversas sobre os jeitos do Brasil.
REFERÊNCIA E ALUSÃO
Machado de Assis é mestre nesse tipo de intertextualidade. Ele foi um escritor
que visualizou o valor desse artifício no romance bem antes do Modernismo.
No romance Dom Casmurro, ele cita Otelo, personagem de Shakespeare, para
que o leitor analise o drama de Bentinho.
PARÁFRASE
A paráfrase (do grego para-phrasis, continuidade ou repetição de uma
sentença) é a reafirmação em palavras diferentes, do mesmo sentido de um
texto. Consiste no desenvolvimento explicativo de um dado texto, não em seu
resumo, em que se comunica a mesma mensagem, sem nada acrescentar ou
omitir do texto original. Ocorre, portanto, uma referência indireta ao texto de
origem.
Convém logo distinguir a paráfrase do plágio, em que o texto é transcrito
fielmente ou sem quase nenhuma alteração, o que configura uma cópia sem
1
Uma recensão é um trabalho de apresentação de uma obra literária,
concentrando-se no seu conteúdo e no contexto em que a obra surge a público. Uma
recensão crítica de um texto literário não pode perder de vista a origem do acto crítico
(crítica vem do grego krínein, que significa isolar, separar, destacar o particular), mas
deve distanciar-se do registo meramente subjectivo de uma opinião arbitrária sobre o
texto lido. A recensão literária é também um texto de carácter científico, cujo rigor deve
ser procurado na defesa de todos os argumentos de leitura. O texto de recensão
obedece a algumas regras formais específicas:
1. Não deve exceder as 1500 palavras, em casos de pequeno espaço de divulgação
editorial; deve ter cerca de 5000 palavras, no caso de destaque editorial.
2. Não pode conter notas de pé de página.
3. Identifica, na entrada, 1) o título do livro, 2) o autor, 3) a editora, 4) a cidade de
edição, 5) o ano de edição. Caso se trate de uma tradução é necessário também incluir
o nome do tradutor.
Do ponto de vista da descrição do conteúdo da obra recenseada, inclui-se:
1. Uma explicitação objetiva do assunto.
2. A posição crítica do autor.
EPÍGRAFE
Epígrafe (do grego epi = em posição su-perior + graphé = escrita) constitui uma
escrita introdutória de outra.
A Canção de Exílio, de Gonçalves Dias, apresenta versos introdutórios de
Goethe, com a seguinte tradução: ―Conheces o país onde florescem as
laranjeiras? Ardem na escura fronde os frutos de ouro... Conhecê-lo? Para lá,
para lá quisera eu ir!‖
A epígrafe e o poema mantêm um diálogo, pois os dois têm características
românticas, pertencem ao gênero lírico e possuem caráter nacionalista.
PASTICHE
O pastiche pode ser plágio, por isso tem sentido pejorativo, ou é uma
recorrência a um gênero. A estética clássica, por exemplo, promovia o pastiche
e não era desdouro fazer isso. O pastiche insiste na norma a ponto de esvaziá-
la, como acontece com o dramalhão, que leva o gênero drama às últimas
consequências. É bom esclarecer que a questão da originalidade e da
autenticidade nas artes nasceu com o Romantismo, cuja concepção artística
era que a obra expressasse a subjetividade do autor.
PARÓDIA
A paródia é mais comum em criações artísticas, seja nos textos literários,
publicitários ou nos de humor e sátira. Enquanto a paráfrase busca reiterar o
sentido do texto original, a paródia pretende modificar, polemizar ou até
mesmo contestar o texto a que se refere. Como exemplo, vejamos os dois
textos a seguir, que possuem intertextualidade bastante marcada com um texto
largamente reconhecido, o conto de fadas Chapeuzinho Vermelho, cuja autoria
é atribuída a Charles Perrault.
CHAPEUZINHO VERMELHO DE RAIVA - ADAPTADO POR MÁRIO PRATA
Vovozinha está deitada, debaixo de umas cobertas, quando entra a
chapeuzinho:
VOVOZINHA - Senta aqui mais perto, Chapeuzinho. Fica mais pertinho da
vovó, fica.
RELEITURA
Fazer uma releitura não significa fazer uma cópia, mas fazer um trabalho com
uma visão diferente daquela que o artista que a criou utilizou. Releitura é ler
novamente, é reinterpretar, é criar novos significados com base num
referencial, num texto visual que pode estar explícito ou implícito na obra final.
Assim, deve-se ler a obra e extrair dela o tema. Com este em mão, escrever
um texto. Este texto não precisa ser necessariamente o mesmo da obra
original. Desse modo, pode-se fazer, por exemplo, a releitura de um poema
em forma de peça teatral ou crônica, como no exemplo 11.
cá?
bah
e a liberdade pequena
Como teus olhos são claros
e a tua pele, morena
como é azul o oceano
e a lagoa, serena
como um tempo de alegria
por trás do terror me acena
e a noite carrega o dia
no seu colo de açucena
- sei que dois e dois são quatro
Texto II: Capitão, quando eles vieram, estava sentado em uma cadeira, com
uma alcatifa aos pés, por estrado, e bem vestido com um colar de ouro muito
grande ao pescoço [...] Mas um deles viu o colar do Capitão e começou a
acenar com a mão para a terra e depois para o colar, como a dizer-nos que
havia ouro em terra; e também viu um castiçal de prata e da mesma forma
acenava para terra e para o castiçal como que havia, também, prata.
Um gênero pode ser identificado pela sua função e por sua estrutura. Um
poema deixa de ser um poema quando muda de função. O poema deixa de ter
uma função lírica, literária, e passa a ter uma função publicitária. Deixa de ser
poema para ser uma peça publicitária (aliás, este é um dos outros muitos
sentidos que a palavra peça assume), dependendo do gênero em que é usada.
Já os poemas de cordel são poemas mesmo, porque são elementos da cultura
popular com sentido lírico e literário.
Assim, quando falamos em poema, estamos nos referindo a textos que têm
ritmo e sonoridade e contêm poesia; e quando falamos em poesia, nos
referimos àquilo que torna um texto poético. O que torna um texto poético é o
sentido artístico que seu autor consegue imprimir ao que escreve.
Pode-se dizer que a poesia, além de estar presente no poema, também figura
em outros gêneros, por exemplo: em certas cenas de filmes de cinema ou de
peças teatrais, em certos quadros e desenhos, em determinadas obras
arquitetônicas. Na linguagem musical, existe a expressão ―poema sinfônico‖,
nome de uma composição que sugere a relação entre o elemento poético e o
musical.
Veja como no texto abaixo ―A arte de ser feliz‖, de Cecília Meireles , há poesia:
Assim como há poemas não escritos em verso, pode haver romances, novelas
e outros gêneros escritos em verso. Um exemplo disso é a ―xácara‖, uma
narrativa popular em verso. Podemos destacar duas. A primeira é ―Nau
Catarineta‖. O "Romance da Nau Catarineta" é uma canção de 19 estrofes que
narra as peripécias de uma longa travessia marítima de Brasil para Portugal,
as calmarias que esgotaram os mantimentos, a sorte para sacrificar um dos
tripulantes, a presença de tentação diabólica e a intervenção divina, levando a
nau a um bom porto. "O comandante dessa viagem verídica foi o navegador
Jorge de Albuquerque Coelho, filho de Duarte Coelho, fundador de Olinda e
donatário da capitania hereditária de Pernambuco de 1534 a 1554; a Nau
Catarineta, inclusive, partiu do porto de Olinda para Portugal", segundo narra
Ariano Suassuna.
Muitas vezes, o poeta recria a impressão que algo lhe causou, sugerindo
imagens. Pode usar, para isso, o recurso das figuras, como a metáfora ou a
comparação. Esse é outro processo que cria associações entre as palavras do
texto, ampliando as possibilidades de sua interpretação. É como se, dentro do
poema, as palavras ganhassem um sentido mais rico, como se elas quisessem
dizer mais de uma coisa ao mesmo tempo, propondo mais de uma
Além de ser percebido pelo ouvido, um poema pode ser identificado pelo olhar,
pelo modo como o texto é disposto na folha de papel. Alguns poetas dispõem
os versos nas páginas de forma tão especial que criam uma espécie de
imagem ou de desenho, pista visual para o leitor completar o sentido das
palavras.
A CRÔNICA
Crônica, vem do Grego, krónos, que significa "tempo" e do Latim, annum, ano,
ou ânua, significando, "anais".
Quase sempre explora o humor, mas às vezes diz coisas sérias por meio de
uma aparente conversa-fiada. Noutras, despretensiosamente, faz poesia da
coisa mais banal e insignificante. É o relato de um flash, de um breve momento
do cotidiano de uma ou mais personagens.
O CONTO
Nenhum outro gênero, realmente, é tão discutido e mal definido, até hoje, na
história literária. Afinal, o que é exatamente um conto? Mário de Andrade, num
assomo de enfado, definiu-o: ―Conto é tudo o que o autor chama de conto.‖ O
crítico inglês H. E. Bates, citado por Aurélio e Rónai, confessava-se, em obra
de 1942, desanimado de definir o gênero : ―O conto veio a tornar-se toda
espécie de coisas....um veículo na realidade, para o talento de cada um‖, e
concluía: ―O conto tem algo da natureza indefinida e infinitamente variável de
uma nuvem‖. Convergem os estudiosos num ponto, bem expresso pelo
professor Massaud Moisés: ―Pelo que se pode saber, é desconhecida a origem
do conto. É-nos vedado pensar o momento em que surgiu, pois teríamos de
remontar a uma era da História ensombrada pelo denso mistério e incerteza de
contornos‖.
O tom realista predomina nas várias formas desta narrativa breve. Isso
significa que o autores costumam dar a suas histórias bastante
verossimilhança. Abordando quase sempre temas muito próximos da vida do
leitor, esse realismo está presente até mesmo nos contos de temática mais
exótica ou incomum. Exceção a isso são os contos marcadamente alegóricos,
nos quais os acontecimentos evocam simbolicamente a realidade, provocando
no leitor a sensação de mergulhar num universo fantástico ou surreal. É o caso
de muitas narrativas de Jorge Luís Borges, Julio Cortázar, Murilo Rubião,
Moacyr Scliar e José J. Veiga.
Uma vez, nos anos 80, Analdino Paulino coordenou uma edição de crônicas de
amor para um livro que seria brinde da Credicard. Convidou dez autores, eu
entre eles. Escrevi a minha. Foi devolvida pelo então diretor de marketing do
cartão de crédito. "Estava ruim?" Não, disse o coordenador. Estava boa, ele
até gostou. "E por que recusou?" Porque ele pediu crônica e você mandou um
conto. "Ah, e o que é conto e o que é crônica para ele?" A resposta serviu para
os milhares de teóricos que queimam cabeça. Porque, disse o marketeiro culto,
uma crônica não tem diálogos. E como a sua tem, é conto. (Ignácio de Loyola
Brandão, em crônica publicada no jornal "O Estado de São Paulo")
No conto, as ações transcorrem num tempo maior: dias, meses, até anos, o
que não se dá na crônica, que procura captar um lance curioso, um momento
interessante, triste ou alegre. No conto, a personagem é analisada e/ou
caracterizada, há maior densidade dramática e frequentemente um conflito,
resolvido em desfecho. Na crônica, geralmente não há desfecho, esse fica
para o leitor imaginar e, depois, tirar suas conclusões. Uma das finalidades da
crônica é justamente apresentar o fato, nu, seco e rápido, mas não concluí-lo.
A possível tese fica a meio caminho, sugerida, insinuada, para que o leitor
reflita e chegue a ela por seus próprios meios.
Em outras palavras, uma vez que a atividade reprodutiva não implica a criação
de ideias e se ela incide sobre a forma do texto, ou seja, no modo de organizar
Na produção textual, porém, a organização lógica vai além disso, porque está
ligada também aos níveis da significação e ao contexto. No romance, no
cinema e na poesia, por exemplo, a falta de coerência e coesão é
transformada em valor estético. A falta de lógica dos estados interiores dos
sentimentos mais profundos, o absurdo da existência, o vazio do convívio
humano são motivos para que um autor invista na falta de coesão e coerência
para, propositadamente, conseguir efeitos estéticos e até produzir
determinadas mensagens ou reações, garantidas pelas relações de
significação e contexto presentes em um texto.
Assim, uma vez solicitado ao aluno que faça uma redação, não se poderia
jamais exigir um texto. Bastaria que ele organizasse, de maneira lógica, as
ideias e já estaria atendendo por completo à solicitação. A tomada de um
termo por outro tem prejudicado o ensino e o desenvolvimento da prática de
escrever, pois a ênfase está sendo dada às técnicas de redação, e o estudo do
texto como unidade de significação apresenta-se insuficiente. É necessário
estudar os processos que constituem a linguagem, analisando as diferentes
formas de manifestação do sentido presentes no texto, entender o
funcionamento da linguagem, a partir de como as unidades significativas são
articuladas na superfície do texto, observar, enfim, aspectos sociais –
históricos e culturais – e os processos sintático-semânticos.
Quanto ao professor, não se impõe como avaliador e juiz dos textos dos
alunos, mas como um representante do leitor a que o texto se destina. Ele age
como um interlocutor, encarando o aluno como sujeito de seu discurso. Com
esse procedimento o professor questiona, sugere, provoca reações, exige
explicações sobre as informações ausentes no texto, contrapõe à palavra do
aluno uma contrapalavra, refutando, polemizando, concordando e negociando
sentidos mediante as pistas deixadas no texto.
A vaguidão específica
"As mulheres têm uma maneira de falar que eu chamo de vago-específica."
Richard Gehman
— Maria, ponha isso lá fora em qualquer parte.
— Junto com as outras?
— Não ponha junto com as outras, não. Senão pode vir alguém e querer fazer
coisa com elas. Ponha no lugar do outro dia.
— Sim senhora. Olha, o homem está aí.
— Aquele de quando choveu?
— Não, o que a senhora foi lá e falou com ele no domingo.
A escrita não pode ser tida como representação da fala. Ela apresenta
elementos significativos próprios, ausentes na fala, como o tamanho e o tipo de
letras, cores e formatos, sinais de pontuação e elementos pictóricos, que
operam como gestos, mímica e prosódia graficamente representados.
A escrita, por sua vez, seria um modo de produção textual-discursiva para fins
comunicativos com certas especificidades materiais e se caracterizaria por sua
constituição gráfica, embora envolva também recursos de ordem pictórica e
outros. Pode manifestar-se, do ponto de vista de sua tecnologia, por unidades
alfabéticas (escrita alfabética), ideogramas (escrita ideográfica) ou unidades
iconográficas. Trata-se de uma modalidade de uso da língua complementar à
fala.
Fala Escrita
1. Contextualizada. 1. Descontextualizada.
2. Não-planejada. 2. Planejada.
3. Redundante. 3. Condensada.
4. Fragmentada. 4. Não-fragmentada.
5. Incompleta. 5. Completa.
6. Pouco elaborada. 6. Elaborada.
7. Predominância de frases curtas, 7. Predominância de frases complexas,
simples ou coordenadas. com subordinação abundante.
8. Pouco uso de passivas. 8. Emprego frequente de passivas.
9. Pouca densidade informacional. 9. Densidade informacional.
10. Poucas nominalizações. 10. Abundância de nominalizações.
11. Menor densidade lexical. 11. Maior densidade lexical.
Decorre daí que não é verdadeira a distinção de que a língua falada seria
informal e a escrita formal.
Fica claro que, para o domínio da expressão escrita, a escola tem o importante
papel de explicitar as competências requeridas por uma modalidade e outra
(oral e escrita), levando o aluno a perceber as suas diferenças, especialmente
quando da produção de textos. Essa atitude é válida para que a influência da
manifestação do oral na linguagem escrita não prejudique a aprendizagem da
produção escolar de textos escritos.
Tudo isso deve ser fruto de um trabalho constante e, até certo ponto, moroso,
pois as ideias não surgem "prontas", elas precisam ser trabalhadas, buriladas,
aperfeiçoadas.
Ter o que dizer deve ser sinônimo de dizer o singular, o individual, o pessoal,
enquanto interpretado mediante a leitura de textos, a troca de informações e
experiências com os outros. A relação interlocutiva entre os sujeitos faz com
que novas ideias se construam, se reafirmem ou sejam descobertas. Nesse
sentido, na produção do texto, o aluno deve se sentir o autor, pois o que diz
provém da interiorização de sua interpretação da realidade.
É importante entender, então, que para que o aluno possa ter o que dizer, as
propostas de produção, desencadeadas pelo professor em sala de aula,
devem fugir das chamadas atividades redacionais do ensino tradicional, que ao
longo dessa dissertação tentamos definir. Diferentemente delas, os discursos
produzidos são necessariamente significativos, sendo inseparáveis dos vários
elementos da situação em que se realizam.
Vemos assim que, para que se produza um texto, é preciso conhecer sobre o
tema, fato ou assunto que se irá escrever, pois ninguém cria do nada. O papel
do professor, pois, é fundamental para mediar os conhecimentos já construídos
e aqueles que se fazem necessários desenvolver. A interação professor-aluno
ou texto-aluno, no entanto, jamais deve apagar as individualidades, a
subjetividade e as reflexões resultantes de cada
Diante das inúmeras razões possíveis que levam o aluno a dizer o que julga
importante, a prática escolar, calcada nesses moldes, se distancia das
atividades redacionais em que o aluno, obediente à tarefa imposta pelo
professor, procura mostrar que sabe escrever. A situação artificial de se pedir
ao aluno que escreva sobre o que lhe foi ensinado, visando apenas medir o
seu desempenho escrito mediante a busca dos inúmeros erros de grafia,
pontuação, sintaxe, etc., ou pelas inadequações de conteúdos frente ao que
lhe foi transmitido como a única interpretação possível, não oportuniza ao
aluno o domínio das habilidades de uso da língua em situações concretas de
interação, já que o seu texto serve apenas ao propósito da escola e do
professor.
d) Constituir-se como locutor, como sujeito que diz o que diz para
quem diz
Só é possível assumir-se como locutor numa relação interlocutiva. Isso implica
entender que só através dos processos interacionais o aluno conseguirá
Isso significa que quando interagimos com alguém por meio da linguagem
escrita, organizamos o nosso discurso a partir dos conhecimentos que
acreditamos nosso interlocutor possuir sobre o assunto tratado, do que
supomos serem suas simpatias e antipatias, suas convicções. Além disso,
levamos em conta a relação de afinidade e o grau de familiaridade que temos
com o interlocutor, e, também, a sua e a nossa posição social.
2
Austin e Searle chamam de ato de fala a toda ação que é realizada através do
dizer. Na frase: "o senhor está pisando no meu pé", realizo ao mesmo tempo três atos
de fala. O primeiro deles é o ato locucionário, ou seja, o ato de dizer a frase. O
segundo ato é o que Austin chama de ilocucionário, o ato executado na fala, ou seja,
ao proferir um ato locucionário. Nesse caso, ao dizer "o senhor está pisando no meu
pé" não tive a simples intenção de constatar uma situação, mas a de protestar ou
advertir para que a outra pessoa parasse de pisar no meu pé. Por fim, há ainda um
terceiro ato, chamado de perlocucionário, que é o de provocar um efeito em outra
pessoa através da minha locução, influenciando em seus sentimentos ou
pensamentos. Na situação descrita, para que o outro tire o pé de cima do meu. Temos
assim o ato locucionário de dizer algo, o ato ilocucionário que realiza uma ação ao ser
dito e o perlocucionário quando há a intenção de provocar nos ouvintes certos efeitos
(convencer, levar a uma decisão etc.).
Mais uma vez, então, faz-se lícito observar que as funções, o funcionamento
da escrita e as condições nas quais os textos escritos são produzidos (para
que, para quem, onde e como se escreve), além da valorização do dizer do
aluno, devem ser considerados na prática de produção de textos escritos e,
consequentemente, na atividade de reescrita desses textos.
Enrolar, enfeitar a jogada, enfeitar a noite do meu bem, encher linguiça, são
expressões populares usadas para referir-se ao hábito do uso da retórica na
linguagem. Esta tendência, frequentemente observada em português, é um
vício remanescente de séculos passados, quando a linguagem escrita era uma
arte dominada por poucos e a sua função era predominantemente literária.
Retórica era sinal de erudição, e por vezes a forma chegava a se impor sobre o
conteúdo.
O texto deve ser sempre criado a partir de uma ideia. Em qualquer língua, texto
escrito deve ser sempre o reflexo de uma ideia, que por sua vez origina-se em
fatos do universo. A ideia é sempre anterior ao texto. Se a ideia não for clara, o
texto também não o será.
Outros vão mais longe ainda. Afirmam que, há mais de 20 séculos, diferenças
sociais e culturais já marcavam contrastes. Enquanto o Império Romano da
língua latina mantinha seu apogeu pela força militar, permitindo a existência de
classes eruditas que podiam se dedicar às artes e às letras, quando meio
século antes de Cristo o orador Cícero já se dedicava à crítica literária e ao
estudo de retórica e o poeta Virgílio destilava seu lirismo profetizando com
eloquência o destino de Roma no mundo, os povos bárbaros de línguas
germânicas encontravam-se ou guerreando ou trabalhando para sobreviver e
pagar impostos ao Império, sem tempo para as artes, e usando uma linguagem
de comunicação clara e objetiva, sintonizada em fatos concretos e nos
afazeres do dia a dia.
Seja qual for a origem, o fato é que hoje, em plena era da informação, num
mundo que se transforma numa comunidade cada vez mais interdependente e
que se comunica cada vez mais, tendências idiomáticas contrastantes
representam um empecilho para ambos os lados. Nunca o mundo se
comunicou tanto, nunca o tempo foi tão curto para tanta informação, e portanto
nunca a objetividade na linguagem foi tão necessária.
1. O PARÁGRAFO
O parágrafo é a unidade mínima do texto e deve apresentar: uma frase
contendo a ideia principal (frase nuclear) e uma ou mais frases que explicitem
tal ideia. Exemplo: "A televisão mostra uma realidade idealizada (ideia central)
porque oculta os problemas sociais realmente graves.‖ (ideia secundária)
O parágrafo pode processar-se de diferentes maneiras:
I – Enumeração - Caracteriza-se pela exposição de um série de coisas, uma a
uma. Presta-se bem à indicação de características, funções, processos,
situações, sempre oferecendo o complemente necessário à afirmação
estabelecida na frase nuclear. Pode-se enumerar, seguindo-se os critérios de
importância, preferência, classificação ou aleatoriamente.
Exemplo - O adolescente moderno está se tornando obeso por várias causas:
alimentação inadequada, falta de exercícios sistemáticos e demasiada
permanência diante de computadores e aparelhos de TV.
3. O TEOR
Não utilize exemplos contando fatos ocorridos com terceiros, que não
sejam de domínio público.
É um procedimento perfeitamente normal lançarmos mão de exemplos que
reforcem os fatos arrolados neste tipo de texto. Entretanto, estes exemplos
devem ser de conhecimento público, ou seja, fatos que todos conheçam por
terem sido divulgados pelos meios de comunicação (jornais, rádios, televisão,
etc.)
Outro exemplo:
Sobre a iluminação de Palmeira dos Índios, Graciliano Ramos escreveu assim,
em seu famoso relatório: A iluminação da cidade custou oito contos de réis. Se
é muito, a culpa não é minha: é de quem fez o contrato com a empresa
fornecedora.
A maioria de nós tem apego às palavras que costuma usar. Na verdade, quase
ninguém gosta de abandonar suas palavras preferidas. No entanto, para que
O uso de palavras difíceis é bem visto em certos círculos sociais e pode até ser
confundido com marca de boa cultura. No entanto, na hora de escolher
palavras, todo cuidado é pouco, porque é muito fina a linha que separa o
exibicionismo do uso preciso. O uso exibicionista de palavras difíceis costuma
indicar que a pessoa é ingênua ou quer excluir leitores.
Evite mais de dois períodos por linha, ou seja, não coloque mais do que dois
pontos finais em uma mesma linha. Evite escrever mais de duas linhas sem um
ponto final sequer. Quanto mais comprida for a frase, menor a possibilidade
de ser retida inteira na memória, menor sua legibilidade. A memória também
grava melhor o que vem no início da frase e por isso convém colocar as
informações mais importantes no começo, usar ordem direta. As frases
organizadas da maneira mais familiar também são mais fáceis de ler. Por isso,
dê preferência a frases afirmativas e na voz ativa. Os períodos difíceis de ler
são os longos, cheios de palavras raras e inúteis, construídos em ordem
inversa, recheados de intercalações. ara obter frases mais curtas e mais
fáceis de ler, podemos mexer nas palavras e na própria estrutura da oração.
Evitar intercalações
No versinho ―Batatinha, quando nasce, esparrama pelo chão‖, existe uma
intercalação curta (quando nasce) entre o sujeito (batatinha) e o predicado
(esparrama pelo chão).
O sujeito deve vir junto do verbo, o objeto deve ser colocado logo depois do
verbo. Quando esses elementos são separados por intercalações longas, o
leitor demora para completar o sentido e se aborrece, porque precisa reler a
frase.
Outro exemplo:
Em 1999, a Instrução Normativa 40 da Receita Federal — fruto do diálogo
entre autoridades alfandegárias e museus, produtores culturais e empresas
especializadas em despacho aduaneiro de bens culturais — aperfeiçoou
sensivelmente o processo de intercâmbio cultural do Brasil com o exterior.
A seguir, o período mais curto traz uma intercalação e o outro traz duas, uma
dentro da outra:
Coisas aparentemente complicadas, como a noção exata do que são as
potências de dez — medidas para entender a vastidão do espaço cósmico ou a
pequenez do mundo subatômico —, viram brincadeira de criança na mão de
Martin Rees.
Outro exemplo:
O assassínio do presidente Kennedy, naquela triste tarde de novembro,
quando percorria a cidade de Dallas, aclamado por numerosa multidão,
cercado pela simpatia do grande Estado do Texas, terra natal, aliás de
seu sucessor, o Presidente Johnson, chocou a humanidade inteira não só
pelo impacto emocional provocado pelo sacrifício do jovem estadista
Anunciar a enumeração
Para ajudar o leitor a predizer o sentido de uma enumeração, o melhor é
anunciar o que unifica a lista e somente depois apresentar os elementos.
Helena escreveu cinco palavras que não contêm a vogal i: ovelha, régua,
alface, beterraba e asfalto.
Quando se quer enumerar muitos elementos isolados, fazer uma lista é uma
boa solução: Alguns signos do horóscopo chinês são: dragão, gato, cabra,
serpente, boi, rato.
Quantas vezes já ouvimos alguém dizer que houve um "consenso geral"? Ora,
consenso é a opinião geral. É o mesmo problema que ocorre com a "opinião
individual de cada um" e com a "unanimidade de todos". "Encarar cara a cara",
"repetir de novo", "enfrentar de frente". Não é raro ouvirmos que alguém "subiu
lá em cima" ou "saiu lá fora". Certamente, reconhecemos tais formas como
viciosas, e, muitas vezes, elas se transformam em motivo de riso. Ao nível
culto da língua, são inadmissíveis. Que pensar de alguém que tenha sofrido
uma "hemorragia de sangue" ou participado de um "plebiscito popular"?
Acabamento final, agora já, ainda ... mais (ainda deverá demorar mais dez
dias), alocução breve (é breve por definição), conclusão final (a menos que
tenham existido outras, parciais), continuar ainda, conviver junto, entrar dentro
ou para dentro, erário público, estrelas do céu, ganhar grátis, há ... atrás (use
há tantos anos ou tantos anos atrás), hábitat natural, inaugurar novo, já ... mais
(use já não há e nunca "já não há mais"), labaredas de fogo, manter o mesmo
(pode-se manter outro?), países do mundo, relações bilaterais entre os dois
países, sair fora ou para fora, sua autobiografia, surpresa inesperada,
experiência anterior, manter o mesmo, ganhar grátis. Ainda continua? As duas
palavras falam de continuidade. Melhor ficar com uma ou outra (ele continua
gripado, ele ainda está gripado).
4. PARALELISMO
Quando se diz que alguém ―pena não só para…‖, espera-se que a sequência
seja ―mas também para… (ou ―como também para…‖). No trecho em questão,
afirma-se que os amantes dos antigos bolachões ―penam não só para
encontrar os discos‖, mas não se fecha com ―mas também‖ ou ―como também‖
o que se iniciou com ―não só‖. O primeiro período é encerrado abruptamente
em ―raros‖, e a adição iniciada em ―não só‖ é concluída no segundo período.
Trocando em miúdos: quando se diz que determinada pessoa ―não só
trabalha‖, espera-se que se diga em seguida outra(s) atividade(s) ela exerce
(―Fulano não só trabalha , mas/como também estuda‖, por exemplo).
Convém notar a grande ―dica‖ que a banca dá aos candidatos (―… reescreva-o
em um só período…‖). Justamente por encerrar um período que não poderia
ser encerrado ali, o ponto final empregado depois de ―raros‖ é o primeiro dos
vilões do fragmento jornalístico em que se baseia a questão.
Amantes dos antigos bolachões penam não só para encontrar discos, que
ficam a cada dia mais raros, mas/como também …, E agora? Qual a
sequência? Não se esqueça que se os amantes dos bolachões penam não só
para isto, penam não só para isto, mas/como também para aquilo. Para manter
Agora veja:
Prefiro estudar em casa a aulas particulares.
Da mesma forma como na frase anterior, temos dois termos coordenados entre
si: ―estudar em casa‖ e ―aulas particulares‖. Esses termos também são
separados pela preposição ―a‖ e desempenham a mesma função sintática de
complementos do verbo ―preferir‖. Nessa frase, porém, temos um problema de
paralelismo sintático: a primeira expressão estrutura-se em forma de oração
reduzida ―estudar‖, já a segunda expressão é um termo nominal, isto é, tem
como núcleo um nome: ―aulas particulares‖ = núcleo: ―aulas‖. Essa diferença
de estrutura sintática determina o problema de paralelismo.
Reestruturada, ficaria: ―Prefiro estudar em casa a ter aulas particulares‖.
Agora veja:
Ele gosta de livros de ficção e de ovo mexido.
Nesse exemplo, os termos ―livros de ficção‖ e ―ovo mexido‖ não constituem
uma sequência lógica e esperada na frase. Temos dificuldade de relacionar a
presença de ambos os termos na forma como foram apresentados. Esse é um
exemplo de falta de paralelismo semântico.
Pontuação linguística
Nas enumerações: ―João, Pedro, Paulo e José se apresentem‖.
Nos apostos: ―Aristóteles, o grande filósofo grego, é autor dos Tópicos‖.
Pontuação sintática
Repare na diferença do uso com ou sem a vírgula:
―O candidato falou naturalmente‖ – e –
―O candidato falou, naturalmente‖.
Veja como o emprego da vírgula faz com que as mensagens sejam diferentes.
No primeiro caso exprime-se que o candidato falou com naturalidade; no
3
O verso alexandrino francês possui, na sua composição dois hemistíquios, ou
seja, dois meio-versos de seis sílabas poéticas cada.
A vírgula não tem a ver com o tamanho da frase, mas com a colocação
sintática de seus termos. Veja a frase abaixo:
A bela filha do comerciante italiano disse ao seu vizinho do terceiro andar que
iria passar as férias de verão no mais lindo recanto das cidades do estado
catarinense.
Uso de todavia
Fui lá, todavia, ele não estava em casa. (errado - o termo fica boiando entre as
duas orações)
Fui lá; todavia, ele não estava em casa. (correto - aqui há uma separação
nítida, para isso serve o ponto e vírgula)
Fui lá, todavia ele não estava em casa. (correto)
Fui, todavia, encaminhado ao salão. (correto, o sentido aqui é diferente)
Obs.: o mesmo acontece com porém, portanto e assemelhados.
Vírgula e aposto
a) O escritor brasileiro Jorge Amado nasceu na Bahia. (correto)
b) O escritor brasileiro, Jorge Amado, nasceu na Bahia. (errado)
c) O criador de Gabriela, Jorge Amado, nasceu na Bahia. (correto)
Obs.: o aposto, que vai entre vírgulas, é de certo modo uma repetição do termo
anterior. Como o nome já diz, é apenas um aposto, uma reiteração. Pode ser
eliminado sem prejuízo do sentido.
Veja: criador de Gabriela = Jorge Amado.
No primeiro caso: escritor brasileiro = não necessariamente Jorge Amado.
Uso de talvez
Talvez eu vá ao cinema. (anteposto ao verbo, talvez rege o modo subjuntivo)
Eu vou, talvez, ao cinema. (aqui dá impressão que a pessoa não se resolveu
se vai ao cinema ou a outro local)
Desfazer ambiguidade
Confronte com:
As crianças vão, sim, ao cinema hoje. (esse sim é um reforço, uma
intercalação, podendo ser eliminado sem alterar o sentido, e aí, sim, pode ser
virgulado).
concomitância "Mas hoje você está aí com seus amigos, não quero
tempo: presente incomodar. Volto outra hora" (Fernando Sabino, conto
Jimmy Jones, em O Homem Nu)
Usa-se ―seguintes‖, porque a frase faz referência aos três meses posteriores
em relação a um marco temporal inscrito no texto, setembro.
O que é preciso ter bem presente é que no texto não se pode misturar
advérbios que se relacionam com o momento da fala e advérbios que se
relacionam com o marco temporal. Assim, não se pode ligar:
7. OUTRAS SUGESTÕES
CRITÉRIOS DE AVALIAÇÃO
O trabalho com a produção de textos escritos traz consigo um problema: como
avaliar seu resultado de modo objetivo? O propósito da correção de textos
deve ser, sempre, orientar o aluno sobre o que fazer para melhorar sua
produção escrita, em função do(s) leitor(es) dos seus textos.
É evidente que existem textos cujo conteúdo precisa mesmo ser mais bem
desenvolvido, e o objetivo do professor e conseguir que seu aluno, em uma
próxima oportunidade, resolva o problema. A inadequação está, porém, na
maneira como a observação é feita, porque não oferece nenhuma referência
mais concreta dos aspectos de forma e/ou conteúdo que precisam ser
modificados para que o texto melhore, ou de como o aluno poderia
desenvolver ―mais‖ o conteúdo.
Critérios
PONTOS DESCRIÇÃO
1 Ausência de um projeto de texto; ideias dispersas, desconexas.
2 Identificação de um projeto de texto cujo desenvolvimento
apresenta problemas, truncamentos, desarticulações localizadas.
3 Identificação de um projeto de texto claro, ainda que ingênuo e
próximo do senso comum.
4 Identificação de um projeto de texto mais amadurecido: indícios
de autoria.
5 Identificação de um projeto de texto amadurecido: autoria plena.
PONTOS DESCRIÇÃO
1 Texto constituído de uma lista de comentários desarticulados
2 Texto constituído de uma lista de comentários articulados em
torno de uma ideia-central.
3 Texto correto: associa uma perspectiva analítica à apresentação
de argumentos que a defendam/suportem.
4 Texto acima da media:domínio da esrutura permite reconhecer,
além de seu caráter analítico, uma estratégia argumentativa,
ainda que incipiente.
5 Texto muito bom: o uso de informações/argumentos está
subordinado à perspectiva analítica e à estratégia argumentativa
adotadas.
Critérios
PONTOS DESCRIÇÃO
1 Presença de erros variados e em grande quantidade; uso
excessivo de estruturas da oralidade.
2 Presença de alguns erros; marcas de oralidade.
3 Presença de poucos erros (não-marcados); não há marcas de
oralidade.
4 Ausência de erros. O uso de estruturas típicas da escrita
beneficia o texto.
5 Uso de estruturas sofisticadas (inversões sintáticas, paralelismos,
etc) evidencia o controle da forma em função do conteúdo.
Critérios
PONTOS DESCRIÇÃO
1 Texto desarticulado, da perspectiva argumentativa e/ou presença
de contradições graves, que afetem o sentido geral.
2 Desarticulação entre os parágrafos e/ ou presença de
contradições leves, que afetem um sentido localizado.
3 Articulação correta dos argumentos. Ausência de contradições.
4 Boa articulação dos argumentos: indícios de extrapolação da
análise para outros contextos. Ausência de contradições.
5 Articulação muito boa dos argumentos em função da
extrapolação que se pretende faze da análise apresentada.
Ausência de contradições.
Coesão
Ainda com relação a organização gramatical e semântica do texto, podemos
considerar um último critério: a coesão. Um texto coeso pode ser definido, de
forma bastante simplificada, como aquele que apresenta unidade e uma
perfeita relação entre todas as suas partes. Para que isso ocorra, o aluno
precisará valer-se de algumas estruturas que, na língua, cumprem exatamente
a função de garantir a coesão dos textos. São elementos coesivos, por
exemplo, os pronomes, as conjunções, a pontuação, apenas para lembrarmos
alguns.
PONTOS DESCRIÇÃO
1 Muitos problemas de coesão sequencial e lexical. Desarticulação
no interior do parágrafo e entre os parágrafos do texto.
2 Alguns problemas de coesão sequencial e lexical. Desarticulação
localizada.
3 Ocorrência mínima de problemas coesivos. Correta articulação
dos parágrafos.
4 Bom uso dos recursos coesivos em função da construção de
sentido que se pretende alcançar.
5 Uso sofisticado dos recursos coesivos que beneficia a construção
argumentativa.
OBS:
1) No caso da avaliação de cada um dos seis critérios, a nota zero só deverá
ser atribuída quando houver uma inadequação total com relação ao aspecto
analisado.
2) Note-se que não sou a favor de se pontuar a questão da criatividade. A
função primeira da escola é a formação de alunos escritores e não de
escritores alunos (se Machado me permite o trocadilho). A criatividade não
pode ser ensinado, e o que não pode ser ensinado não deve ser cobrado.
Sendo assim, para que seja realizada uma leitura plena é importante que o
professor seja capaz de entender a leitura como um processo, no qual estão
inclusos os tipos e os níveis de leitura, dos quais o professor deve ter um total
domínio e, do ponto de vista pragmático, saiba desenvolver o trabalho em sala
de aula apresentando atividades nas diferentes fases do processo de
condução da prática da leitura.
Não se trata de extrair informação, decodificando letra por letra, palavra por
palavra. Trata-se de uma atividade que implica estratégias de seleção,
antecipação, inferência e verificação, sem as quais não é possível proficiência.
É o uso desses procedimentos que possibilita controlar o que vai sendo lido,
permitindo tomar decisões diante de dificuldades de compreensão, avançar na
busca de esclarecimentos e validar no texto suposições feitas.
Importância da leitura
Existem vários porquês da importância da leitura. Com o intuito de despertar
seu interesse pela leitura, vejamos alguns motivos pelos quais você deva
começar ou continuar a ler:
1. Entendimento: uma boa leitura leva a pessoa ao entendimento de assuntos
distintos. Afinal, o que é entender senão compreender, perceber. Como você
saberá conversar sobre determinado tema se não tem percepção ou se não o
2) quanto à finalidade:
Inspecional - é a leitura rápida, horizontal que se faz para tomar
conhecimento do conteúdo geral do texto através de títulos, subtítulos e
da fixação de alguns parágrafos. O ato de recorrer à leitura inspecional
quase sempre denuncia falta de hábito de leitura, mesmo que se
admitam ritmos de leitura diferentes entre os indivíduos. Uma das
consequências de uma leitura apressada, de caráter inspecional, é a
falha de compreensão e conclusão impertinente. Partindo desse
pressuposto, faz-se importante a prática do somatório de
conhecimentos prévios já acumulados pelo leitor. Na leitura dos
elementos textuais devem-se sublinhar as palavras-chave que
traduzem as ideias fundamentais do texto, bem como observar as
palavras relacionais que asseguram a estrutura lógica dos raciocínios,
tais como: "porque", "em consequência", "embora", etc.
Sempre que nos deparamos com um texto qualquer, por mais simples que ele
possa parecer, geralmente o leitor se defronta com a dificuldade de encontrar
unidade por trás de tantos significados que ocorrem na sua superfície. Numa
crônica ou numa pequena fábula, por exemplo, surgem personagens
diferentes, lugares e tempos desencontrados e ações das mais diversas.
4
Semiótica é o estudo dos signos, ou seja, as representações das coisas do
mundo que estão em nossa mente. A semiótica ajuda a entender como as pessoas
interpretam mensagens, interagem como objetos, pensam e se emocionam.
4.4.1 DECODIFICAÇÃO
É a primeira etapa do processo, porém não menos importante, pois ela é
resultante do reconhecimento dos símbolos escritos, e de sua ligação com os
significados. É a leitura literal do texto. ―A decodificação, para ser considerada
como uma etapa no processo de leitura, deve ser aliada à compreensão,
iniciando o processo de apreensão de significados. Decodificação mal feita
implica compreensão mal sucedida‖. (Menegassi,1997)
4.4.2 COMPREENSÃO
Capacidade de o aluno entender e captar a estrutura e temática do texto,
reconhecer e captar os tópicos principais, conhecer as regras textuais e
depreender as significações de palavras novas, fazendo inferências sobre o
sentido do texto. Por meio das inferências o leitor amplia seus conhecimentos
É o ato ou a faculdade de entender a ideia proposta, permitindo-lhe apreender
seu sentido ou significado.
4.4.3 INTERPRETAÇÃO
A interpretação é a capacidade de o leitor utilizar o julgamento crítico no
momento da leitura. Esta capacidade pode ser ampliada mediante os
conhecimentos de mundo, e através deles o leitor pode reformular seus
conceitos sobre o tema abordado. Ele expande sua leitura, faz ligações com os
conhecimentos que possui e, ao fazê-lo, estabelece a interpretação, extraindo
o sentido, retira conclusões, faz considerações, julga, avalia e faz uma nova
leitura a partir das inferências realizadas. Deve abranger:
Conhecimento de mundo: É o conhecimento que o leitor traz para o
texto, constituído por suas vivências e suas outras leituras. Aqui se
encontram os pressupostos, as inferências e as implicaturas. (veja
subitem 1.5.5)
Conhecimento linguístico: É o conhecimento da gramática em si e
sua aplicação dentro do texto para que possa ser estabelecida a
coerência. Ex.: Uso de artigos, ordem das palavras, conjunções,
tempos verbais, uso dos conectores de modo geral.
Deixando Shimla a uma altutide de 2130 metros, nós nos dirigimos para
Narkanda a 3143 metros através de uma estrada sinuosa na montanha, abaixo
da qual a constante chuva de monção estava se tornando mais e mais
encharcante. Nós tivemos uma viagem relativamente tranquila até Rampur,
mas nosso progresso através da estrada lamacenta e encharcada era lento e
nós decidimos ficar em Rampur durante a noite.
Ao ler o texto acima, o leitor vai perceber que se trata de uma descrição de
uma viagem em um lugar montanhoso. O leitor vai usar seu conhecimento de
mundo (processo top-down) para produzir sentido e vai buscar no texto
(processo bottom-up) informações linguísticas para dar suporte às suas
hipóteses. Através do processo bottom-up, o leitor leva ao cérebro a
informação de que se trata de uma estrada montanhosa e que sinuosa
encharcado estão funcionando como adjetivos, ou seja, são outros atributos de
estrada. Através do processamento top-down, esse mesmo leitor ativa seu
conhecimento de mundo e levanta hipóteses sobre o que podem significar os
outros termos. Quais são as características de uma estrada montanhosa?
Provavelmente, a ideia de ser sinuosa, cheia de curvas, será uma das
primeiras coisas a lhe vir à mente.
O autor recria uma expressão dos contos de fadas (final feliz) - "casaram-se
para sempre" - para contrariar a voz geral do título, mostrando que o dom Juan
carioca acabou bebendo daquela água.
Percebemos, então, que ler não significa simplesmente saber o que está dito
no texto, mas também o que não está dito literalmente. Isso não quer dizer que
Texto 2
Como gemas para financiá-lo, nosso herói desafiou valentemente todos os
risos desdenhosos que tentaram dissuadi-lo de seu plano. "Os olhos enganam"
disse ele, "um ovo e não uma mesa tipificam corretamente esse planeta
inexplorado". Então as três irmãs fortes e resolutas saíram à procura de
provas, abrindo caminho, às vezes através de imensidões tranquilas, mas
amiúde através de picos e vales turbulentos. Os dias se tornaram semanas,
enquanto os indecisos espalhavam rumores apavorantes a respeito da beira.
Finalmente, sem saber de onde, criaturas aladas e bem vindas apareceram
anunciando um sucesso prodigioso.
(In: "Effects of comprehension on retention of prose" Journal of Experimental
Psychology, Apud Kleiman, A. Texto e Leitor. Aspectos cognitivos da leitura.
Campinas: Pontes, 1992, p. 21)
Como podemos ver, é este conhecimento que nos permite identificar que o
texto trata da viagem de Colombo e sua chegada à América.
Texto 3
Ocupando uma área de 28 alqueires entre vegetação, lagos, pântanos
artificiais e edifícios, a instituição tem a finalidade científica de estudar a vida
dos animais. Contudo, seus portões se abrem para visitas de adultos e
principalmente crianças, curiosos de conhecer os habitantes-bicho: 130
espécies de mamíferos, 400 espécies de aves e 40 espécies de répteis. Os
animais aqui chegam por meio de trocas ou doações. Assim que o animal
chega, recebe uma ficha de entrada com um número, nome e dados referentes
ao tipo e quantidade de alimentação diária.
Sobre esse texto, retirado de uma revista semanal, podemos dizer que os
conhecimentos prévios armazenados em nossa memória tornam não só muito
fácil a leitura, como previsível. Nem é preciso haver a presença do item lexical
"zoológico" para que o leitor, com alguma experiência anterior em relação a
zoológico, tenha sucesso nessa leitura.
A
situação representada na tira é conhecida dos fãs de senados ou filmes
policiais: várias pessoas são colocadas em pé, diante de uma parede, em uma
sala fechada. Cada uma delas é identificada por um número. Em outra sala,
uma testemunha de um crime observa, sem ser vista, as pessoas, e tenta
reconhecer entre elas o ‗suspeito‖ de ter cometido um crime.
Assim, a fala final ganha sentido, no contexto da. relações estabelecidas entre
os vários ―textos‖ evocados pela imagem dos filósofos, intencionalmente
escolhidos pelo autor da tira. Ao apresentar essas cinco personagens como
suspeitos do crime de confundir o indivíduo quanto à sua identidade, Laerte
estabeleceu uma série de relações intertextuais, que só podem ser inferidas a
partir do conhecimento do mundo, e garantiu o humor da tira.
Texto 5
Lula da Silva acabara de ganhar a primeira volta das eleições de 2002 quando,
amigo generoso pensando que futuro Presidente não precisava de matar pai,
lhe põe à frente um cálice de Romanée Conti. Lula bebeu e um Maracanã de
críticas caiu-lhe em cima.
A AUDÁCIA
Luís Fernando Veríssimo
Geralmente expressa-se por questões que pedem para inferir a ideia geral do
texto, dos parágrafos, dos períodos.
Uma estratégia não exclui a outra. Muitas vezes você usa a estratégia de
skimming para ler em um jornal, por exemplo, a seção de cinema. Você
escolhe o filme pelo título e, em seguida, usa a técnica de scanning para
localizar o horário. Se o horário for conveniente, você pode usar uma terceira
estratégia, ler detalhadamente.
Na maioria das vezes essa etapa é queimada. A escola, desde aí, prepara a
criança para habituar-se a não compreender, ou melhor, a acomodar-se ao fato
de que a escola não cria espaço de discussão, onde as dificuldades apareçam
e possam ser sanadas.
O professor não deve confundir leitura qualitativa com leitura quantitativa. Por
isso, em vez de exigir um número exagerado de obras durante o ano, é melhor
ler menos, mas que seja alcançada a compreensão total da leitura. Segundo
Freire (2001): ―Muito de nossa insistência enquanto professores e professoras,
em que os estudantes ‗leiam‘, num semestre um sem número de capítulos de
livros, reside na compreensão errônea que as vezes temos do ato de ler‖.
Por isso: ―O professor de leitura, antes de mais nada, deve ser um apaixonado
pela leitura‖ (Fecchio, 2003). O professor deve fazer com que as aulas de
leitura sejam horas prazerosas para os alunos, de muita criatividade e
envolvimento. Deve mostrar o livro como companheiro, não como trabalho
escolar. O professor não deve querer somente que os alunos lhe falem sobre
suas experiências com livros, mas ele também deve relatar as emoções, as
experiências que os livros lhe deram. Silva (2001) afirma: ―Para que a leitura
‗encante‘ os alunos, é preciso que o professor ‗deleite-se‘ com ela‖.
De certa forma, é importante ressaltar que a leitura em voz alta seja ela feita
pelo professor ou pelo estudante, deve ser preparada (ensaiada) previamente,
na medida em que seus mecanismos são diferentes dos da leitura silenciosa.
Uma boa medida para avaliar se o texto foi bem compreendido é a resposta a
três questões básicas:
III - Quais são os argumentos utilizados pelo autor para fundamentar a opinião
dada? Deve-se entender por argumento todo tipo de recurso usado pelo autor
para convencer o leitor de que ele está falando a verdade. Saber reconhecer
os argumentos do autor é também um sintoma de leitura bem feita, um sinal
claro de que o leitor acompanhou o desenvolvimento das ideias. Na verdade,
entender um texto significa acompanhar com atenção o seu percurso
argumentatório.
ANÁLISE DE TEXTO
Analisar significa estudar, decompor, dividir, interpretar. Analisar um texto é
separar os elementos e partes que o compõe até alcançar a "chave" do autor.
é descobrir seu plano e estruturar suas ideias, separando as mais importantes
iii) Discutir possíveis circunstâncias que levaram à redação (por quê?), visando
obter explicação objetiva, lógica para o aparecimento do texto. Relacioná-lo
com os efeitos, correntes de ideias, opiniões, comportamentos, pensamentos,
cultura da época em que foi redigido.
iv) Definir, numa frase, a ideia geral (plano) do texto. Prestar atenção nas
palavras chaves, que indicam a ideia principal contida no texto.
Para finalizar, é preciso ficar claro que a aula de leitura não precisa repetir o
modelo tradicional de um texto acompanhado de perguntas que, muitas vezes,
não envolvem nenhum esforço cognitivo e fazem com que os alunos achem a
aula monótona e artificial. Veja, abaixo, alguns tipos de atividades que podem
tornar sua aula mais interessante.
Classificar elementos de um texto
Colocar eventos em ordem
Colocar parágrafos/frases em ordem
Combinar um conjunto de títulos com um grupo de pequenos textos
Comparar textos sobre um mesmo assunto
Comparar textos e gravuras
Completar um diagrama após a leitura de um texto
Completar um texto
Completar ou construir um mapa semântico após a leitura de um texto.
Dar título a um texto
Escrever carta ao editor após ler um texto de jornal ou revista
Fazer anotação das ideias principais
Fazer inferências
Fazer previsões
Fazer resumos
Fazer um diagrama indicando relações entre personagens, eventos,
itens de um texto etc.
Identificar a ideia principal ou ideias principais
Identificar o que é fato e o que é opinião
Localizar e sublinhar partes do texto
DESFAZENDO UM MITO
Por isso, é comum pessoas que leem muito cometerem erros gráficos. No
processo de aquisição da escrita esses erros não foram apropriadamente
corrigidos e/ou foram a grafia foi erradamente aprendida. A partir do momento
em que o cérebro processa determinada escrita, isso se solidifica. Quando a
pessoa lê, as palavras não são processadas letras por letra.
Dessa forma, a leitura não vai nos fazer automaticamente ser um bom escritor.
É claro que nos dará conhecimento de mundo, de outras leituras, tão
importante para a decodificação de um texto. A leitura nos dará bagagem para
nossas próximas leituras, e isso é muito importante.
CONSIDERAÇÃO COMPLEMENTAR
Como exemplo, ele cita o clássico Madame Bovary, de Flaubert cujo enredo é
a história de uma mulher que se casa com um farmacêutico, se entedia,
engana o marido e morre.
Se o leitor pensar no enredo, não lê o livro, pois histórias assim são tão
corriqueiras que podem ser vistas até mesmo nos jornais. Só o próprio texto
incentiva a leitura.
O teórico Jean Ricardou acrescenta que os leitores são pessoas que sabem
que estão diante da aventura da escrita, e não da escrita de uma aventura.
10. Nas questões abaixo, ocorrem espaços vazios. Para preenchê-los, escolha
um dos seguintes verbos: fazer, transpor, deter, ir. Utilize a forma verbal mais
adequada.
a) Se (__________) dias frios no inverno, talvez as coisas fossem diferentes.
b) Quando o cavalo (__________) todos os obstáculos, a corrida terminará.
c) Se o cavalo (___________) mais facilmente os obstáculos, alcançaria com
mais folga a linha de chegada.
d) Se a equipe econômica não se (__________) nos aspectos regionais e
considerar os aspectos globais, a possibilidade de solução será maior.
e) Caso ela (__________) ao jogo amanhã, deverá pagar antecipadamente o
ingresso.
20. Na coluna O que eles estão lendo (Caderno Ideias, 21/08/01), entrevistam-
se profissonais de diversas áreas, pedindo-se que indiquem suas últimas
leituras. Ao ser entrevistada recentemente, a coreógrafa Regina Miranda
forneceu informações que podem ser resumidas nos seguintes itens:
Está preparando um novo trabalho com a sua companhia
Em função do novo trabalho, está lendo poemas de Jalaleddin Rumi.
Jalaleddin Rumi é um poeta persa que viveu no século XIII.
Jalaleddin Rumi é considerado o maior poeta místico de toda a tradição
muçulmana.
Jalaleddin Rumi pode ser comparado com Shakespeare e Dante.
Articule todas essas informações em um texto de um período.
7. "As demissões também poderão ser revistas em parte. Só não será aceita
nas negociações a reversão total de todas as demissões, como queriam os
líderes grevistas. Aumento salarial também não poderá entrar em pauta, pelo
menos não antes da próxima data-base em setembro."
No texto que lhe apresentamos, recortado de uma notícia publicada em jornal,
o revisor "cochilou" naquilo que os gramáticos denominam "pleonasmo
vicioso", ou seja, o emprego de mais de uma palavra, desnecessariamente,
para expressar o mesmo sentido.
Leia-o atentamente e, a seguir:
a) Explique onde e como ocorre o acidente de texto na notícia.
b) Escreva uma versão nova da frase, sem a redundância.
10. Nas questões abaixo, cada um dos períodos foi redigido de cinco formas
diferentes. Leia-os com atenção e assinale a letra correspondente ao período
que tem a melhor redação, considerando correção, clareza, concisão e
elegância.
a) As grandes cidades poluíram muito o ar, razão pela qual todos hoje
discutem para combatê-la eficazmente.
b) As grandes cidades têm atualmente muitas discussões sobre a eficácia do
combate ao ar por causa da poluição.
c) São muito eficazes as discussões que se travam hoje nas grandes cidades
para combater sua poluição do ar.
d) Pretende-se combater eficazmente a poluição do ar nas grandes cidades
a) As observações que o autor faz sobre ela, diz ele ajustar-se a quase todas
professoras particulares.
b) As observações que o autor faz sobre ela, diz ajustaram-se a quase todas
as professoras particulares.
c) Segundo o autor, suas observações sobre essa professora ajustam-se a
quase todas as professoras particulares.
d) Ajustam-se a quase todas as professoras particulares, diz o autor as
observações que faz sobre ela.
e) As observações que o autor faz sobre essa professora, ajustam-se diz ele, a
quase todas professoras particulares.
14. Qual será o ditado popular de oito palavras escondido sob tanto
palavreado?
a) Aquele que se constituir em agente, no período presente, de um processo
de produção, em outrem, de ferimentos ou lesões inequivocamente
decorrentes de instrumento constituído de material produzido com a
concorrência de minério ferrífero, com idêntico tipo de substância virá a vítima,
em algum momento do futuro, de machucaduras em tudo e por tudo
semelhantes àquelas proporcionadas por sua própria ação anteriormente
descrita.
25. Anúncio visto em uma danceteria: ―Mulher acompanhada até 24 horas não
paga‖. Aponte duas interpretações possíveis para esse trecho, considerando o
contexto.
13. O texto a seguir narra uma história de um rapaz e seu cachorro. Sendo
assim, esses dois personagens são apresentados logo no começo e
retomados durante todo o texto. Sublinhe todos os elementos que retomem o
rapaz e envolva todos os elementos que retomem o cachorro.
A disciplina do amor
Foi na França, durante a segunda grande guerra: um jovem tinha um cachorro
que todos os dias, pontualmente, ia esperá-lo voltar do trabalho. Postava-se na
esquina, um pouco antes das seis da tarde. Assim que via o dono, ia correndo
ao seu encontro e, na maior alegria, acompanhava-o com seu passinho
saltitante de volta a casa. A vila inteira já conhecia o cachorro e as pessoas
que passavam faziam-lhe festinhas e ele correspondia, chegava a correr todo
animado atrás dos mais íntimos. Para logo voltar atento ao seu posto e ali ficar
sentado até o momento em que seu dono apontava lá longe. Mas eu avisei
que o tempo era de guerra, o jovem foi convocado. Pensa que o cachorro
desistiu de esperá-Io? Continuou a ir diariamente até a esquina, fixo o olhar
ansioso naquele único ponto, a orelha em pé, atenta ao menor ruído que
pudesse indicar a presença do dono bem-amado. Assim que anoitecia, ele
voltava para casa e levava sua vida normal de cachorro até chegar o dia
seguinte. Então, disciplinadamente, como se tivesse um relógio preso à pata,
voltava ao seu ponto de espera. O jovem morreu num bombardeio, mas no
pequeno coração do cachorro não morreu a esperança. Quiseram prendê-lo,
distraí-lo. Tudo em vão. Quando ia chegando aquela hora ele disparava para o
compromisso assumido, todos os dias. Com o passar dos anos (a memória dos
homens!) as pessoas foram esquecendo do jovem soldado que não voltou.
Casou-se a noiva com um primo. Os familiares voltaram-se para outros
familiares. Os amigos, para outros amigos. Só o cachorro já velhíssimo (era
jovem quando o jovem partiu) continuou a esperá na sua esquina. As pessoas
estranhavam, mas quem esse cachorro está esperando?... Uma tarde (era
17. Leia o poema e reescreva três vezes os versos "Entanto lutamos mal
rompe a manhã.", substituindo as conjunções por outras do mesmo tipo.
O lutador
Lutar com palavras
é a luta mais vã.
Entanto lutamos
mal rompe a manha.
São muitas, eu pouco.
Carlos Drummond de Andrade. Obra completa. Rio de Janeiro, Aguilar, 1967.
IV. PONTUAÇÃO
1. Pontue os períodos abaixo adequadamente:
a) ―Levar uma pedra do Rio à Europa uma andorinha não faz verão‖
b) ―Um fazendeiro tinha um bezerro e a mãe do fazendeiro era também o
pai do bezerro.‖
c) Já imaginaram interveio o velho general um exército vegetariano os
exércitos inimigos que se alimentem de frutas verduras e pães o meu
só de carne.
5. Explique a diferença:
a) Os latifúndios que são improdutivos estarão sujeitos à desapropriação.
Os latifúndios, que são improdutivos, estarão sujeitos à desapropriação.
11. Conforme a pontuação, o poeta estará apaixonado por Soledade, Lia, Iria,
ou indeciso entre as três. Experimente:
Três belas que belas são
Querem que por minha fé
Eu diga qual delas é
Que adora o meu coração
Se consultar a razão
Digo que amo Soledade
Não Lia cuja bondade
Ser humano não teria
Não aspiro à mão de Iria
Que não tem pouca beldade
4. Leia o texto:
Em julho de 1998, a sociedade brasileira tomou conhecimento pela imprensa
de que as pílulas anticoncepcionais comercializadas por um determinado
laboratório durante um certo período haviam sido fabricadas à base de farinha
de trigo e não continham as substâncias que deveriam constituir seu princípio
ativo.
a) Segundo o noticiário, qual era a relação entre farinha e pílulas
anticoncepcionais? Como esta relação aparece na charge?
b) O que sugere a expressão ―depois que virar pizza‖, no segundo balão?
c) Para responder a b), o leitor deve considerar uma expressão idiomática que
não está no texto e que inclui a palavra ―pizza‖. Qual é a expressão e o que ela
significa?
12. Você escreve bem quando encontra a palavra mais adequada para cada
situação e contexto. Muitas vezes – por comodidade – usamos termos de
sentido genérico, que não são capazes de passar ao cliente a noção exata do
que desejamos transmitir. No exercício a seguir, você deverá reescrever as
frases utilizando palavras de sentido mais específico:
a) As funcionárias da empresa parecem ter boa saúde.
b) A filial tem hoje 200 colaboradores.
c) Deu R$30,00 por um cafezinho.
d) A companhia sempre dá assistência aos funcionários acidentados.
e) Concorde fazia o percurso Rio-Paris em menos tempo.
f) Os artistas fizeram doação da renda do espetáculo à Fome Zero.
g) diretor fez censuras ao departamento de aviação civil.
h) Fez uma carta em poucos minutos.
23. Assinale a opção em que houve troca de uma palavra por seu parônimo:
a) A publicidade faz com que o governo não passe desapercebido.
b) Da administração direta emerge parte da publicidade governamental.
c) O cumprimento das promessa eleitoras é a melhor publicidade.
d) Os gastos com publicidade estavam discriminados na prestação de contas.
e) A verba de publicidade provém dos impostos pagos pela população.
26. Substitua o verbo fazer nas frases a seguir por outros de significado mais
específico:
a) Á árvore faz sombra na parede.
b) Ontem meu irmão fez dez anos.
c) O governo vai fazer as escolas prometidas.
d) Faz frio em Friburgo.
e) O ministro fez a carta em pedacinhos.
f) Ele se fez de bobo.
g) Maria fez o jantar.
h) Fez a barba de manhã.
i) Ele fez fama entre os pintores.
j) O policial fez o assaltante recuar.
27. Substitua o verbo pôr nas frases a seguir por outros de significado mais
específico:
a) Deve-se pôr um pouco mais de sal na comida.
b) O sacerdote pôs a batina.
c) Temos que pôr um anúncio no jornal.
d) Sobre esse tema, puseram um aviso no quadro.
e) Vamos pôr os quadros na parede.
f) O assaltante se pôs atrás da porta,
g) Pôs os livros no armário.
h) Os amigos sempre lhe põem a culpa.
i) O governante põe a economia em primeiro lugar.
j) Maria pôs a panela no fogo.
Leve diferentes textos para a aula. Peça aos alunos que se reúnam em grupo
para analisarem esses textos, observando sua unidade temática, sua estrutura
textual, sua organização das ideias, onde esses textos estão publicados, a que
público se destina, quais os objetivos do seu autor, o modo como são escritos
(frases curtas e/ou longas, palavras grafadas e acentuadas de acordo com a
norma padrão), pois eles variam conforme as condições em que a produção
acontece.
Peça aos alunos temas e depois que escolham apenas um com o objetivo de
pesquisarem-no, e em seguida, debaterem-no. Assim, depois de apropriarem-
se desse conhecimento, vocês produzirão um texto. Não se esqueça de pensar
quem vai escrever o quê, para quem, pois o interlocutor é quem determina o
gênero do texto.
Leitura
1. No enunciado inicial, o editorial destaca as informações principais. Com base
nelas:
• identifique o tema proposto;
• justifique o título do texto através da relação que estabelece com o tema.
2. No 2° parágrafo, que relação de sentido esse argumento "mesmo sem essas
medidas" tem com o anterior?
3. Que ideias estão contidas nessas expressões do autor: "Amadeu
defende que a inclusão seja institucionalizada como política pública"?
4. No início da conclusão, com que intenção o autor retoma o argumento
explorado pelo sociólogo "a apropriação do conhecimento"?
5. No último parágrafo, identifique os elementos do texto que limitam a
socialização do conhecimento através de emissoras comunitárias.
6. O pronome pessoal em destaque substitui que termos da sentença
inicial: "Enquanto ele é voltado para o acesso individual"?
7. Em "a indústria já está conseguindo competir com o mercado cinza",
qual o sentido da expressão em destaque?
8. Que relações as sequências argumentativas estabelecem com as anteriores?
Foi o grego Esopo quem consagrou o gênero. La Fontaine foi outro grande
fabulista, imprimindo à fábula grande refinamento. As literaturas portuguesa e
brasileira também cultivaram o gênero com Sá de Miranda, Diogo Bernardes,
Manoel de Melo, Bocage, Monteiro Lobato, Ruth Rocha.
A LEBRE E A TARTARUGA
A lebre vivia dizendo para todo mundo que ninguém, entre todos os
animais, era mais veloz do que ela. Uma tartaruga que passava calmamente
não pôde deixar de escutar o que a lebre espalhava aos quatro ventos. A
tartaruga foi falar com a lebre:
— Aposto que, numa corrida, serei a vencedora — desafiou a tartaruga.
A LEBRE E A TARTARUGA
A tartaruga certo dia
Desafiou a lebre
Para uma porfia
Sugestão: Apresente à turma uma fábula e peça que façam uma releitura em
forma de poema ou em forma de conto. Outra atividade interessante seria
apresentar à turma o apólogo de Machado de Assis e também propor uma
releitura.
Características da reportagem
1. informa de modo mais aprofundado sobre fatos que interessam ao público a
que se destina o jornal ou revista, acrescentando opiniões e diferentes
versões, de preferência comprovadas;
2. costuma estabelecer conexões entre o fato central, normalmente enunciado
no lead, e fatos paralelos, por meio de citações, trechos de entrevistas, boxes
informativos, dados estatísticos, fotografias, etc.;
3. pode ter um caráter opinativo, questionando as causas e os efeitos dos
fatos, interpretando-os, orientando os leitores;
4. predomínio da função referencial da linguagem;
5. linguagem impessoal, objetiva, direta, de acordo com o padrão culto da
língua.
A que gênero pertence o texto acima? Por quê? A partir de sua leitura, escreva
uma reportagem relatando o ocorrido e depois, transforme-a em uma notícia.
Você deve ter estranhado esse texto, não é mesmo? Frases curtas. Um texto
construído apenas com substantivos, num único parágrafo. Esse texto, apesar
do estranhamento causado pelo uso e ―abuso‖ dos substantivos, contém uma
sequência com início, meio, progressão, fim e não há contradição. Por trás
desse ―amontoado‖ de palavras, podemos perceber a intenção do autor:
reproduzir a rotina da vida do personagem. E sabe por que conseguimos
construir o sentido desse texto? Simplesmente porque pudemos reconstruir o
dia-a-dia de uma pessoa, utilizando o nosso conhecimento prévio: como o
conhecimento de mundo, o conhecimento linguístico e o textual. Esse texto,
portanto, possui unidade temática.
Convencer, aconselhar, ... são palavras que têm como objetivo comum levar o
outro à aceitação de uma ideia, isto é, persuadir.
Estamos cercados o tempo todo de verdadeiros "apelos" que ocorrem nas
mais variadas situações e muitas vezes nem nos damos conta disto.
Ligamos geralmente a noção de persuasão, de convencimento à figura de um
"vendedor" - alguém que tem como profissão nos convencer a comprar, a
conduzir nossas escolhas.
É claro que, neste sentido, a época em que vivemos explora ao máximo
técnicas de convencimento cada vez mais sofisticadas - entram em nossa casa
por meios variados e nos apontam vantagens e maravilhas não imaginadas por
nós.
É bastante divulgada a crença de que "a propaganda é a alma do negócio", e
nem nos damos ao trabalho de duvidar de tal ideia; contestar ou questionar o
conteúdo de determinadas propagandas exige de nós um posicionamento
firme, que, de certa forma, corresponde a um "ir contra a corrente".
Persuasão não é novidade. Este jeito de convencer o outro é muito antigo.
Está ligado à própria história do homem. Cada época tem os seus valores
próprios e estes são divulgados através das técnicas de convencimento
pertinentes a seu tempo. Mas sempre há aquele objetivo - "influenciar no modo
B) uso de eufemismos
descansou em paz
o cão (diabo)
doença ruim (câncer)
Tais recursos são também usados por nós sempre que temos necessidade de
persuadir e ser persuadidos, de provocar reações emocionais.
A Linguagem da Publicidade
Bananas de Pijamas
Tomemos a propaganda dos bonecos Bananas de Pijamas da Maritel. A
campanha apresenta duas crianças de aparentemente 8 anos/ um menino e
uma menina. A montagem articula-se a partir de 15 planos-sequência. As
primeiras imagens mostram as duas crianças sentadas num sofá assistindo ao
programa Bananas de Pijama. A trilha sonora é a música-tema: "Bananas de
Pijamas descendo as escadas. Bananas de Pijamas uma dupla bem levada.
Bananas de Pijamas aprontando pra valer/ brincando com os ursinhos". Em
seguida temos novamente a imagem das crianças. Nesse momento o menino
cochicha algo no ouvido da menina, depois se levanta e retira de dentro do
aparelho de TV um boneco Banana de Pijama/ e é seguido pela menina. As
próximas imagens são das crianças, muito felizes, brincando com os bonecos;
o último quadro traz o aparelho de TV com imagens dos Bananas, tendo ao
lado o boneco. Ao longo dessas imagens ouvimos:
Chegaram os Bananas de Pijamas da Maritel. Divertidos como os da TV.
Bananas de Pijamas da TV para você
Parábola: Sabe-se que uma parábola não quer dizer apenas o que está
explícito, mas traz em si outras possibilidades de leitura, segundo o contexto
em que é inserida. De acordo com esse posicionamento, produza um artigo
que explicite uma das possibilidades de leitura do texto transcrito a seguir. Se
você quiser, passe o filme ―A Revolução dos Bichos‖ de George Orwell.
Texto-mote
IRENE NO CÉU
Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
_ Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
_ Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.(Manuel Bandeira)
Os textos resultantes da atividade proposta foram fielmente transcritos abaixo.
Conta o deputado Elias Murad (PSDB-MG) que Abreu sempre gostou de falar
difícil. Numa certa ocasião, o secretário recebeu a informação de que Bom
Sucesso (MG) sofreria um tremor de terra capaz de quebrar copos e trincar
pratos. Preocupado, expediu rapidamente um telegrama ao prefeito:
"Movimento sísmico previsto essa região. Provável epicentro movimento
telúrico sua cidade. Obséquio tomar providências logísticas cabíveis.‖
O secretário esperou ansioso pela resposta. Quatro dias depois chegava o
telegrama do prefeito: "Movimento sísmico debelado. Epicentro preso,
incomunicável, cadeia local. Desculpe demora. Houve terremoto na
cidade".(Folha de S. Paulo, 24/11/92. p. 1-4.)
Responda:
1. Em que pessoa é narrado o texto?
2. Há quanto tempo ocorreu o fato relatado?
3. O narrador conta a história baseado no relato de quem?
4. Baseando-se exclusivamente no texto, responda se o fato narrado ocorreu,
ou se trata de uma anedota.
5. Falar difícil não significa falar bem. Que fato narrado no texto comprova
essa afirmação?
Responda:
1. Temos, em Pausa, ação, tempo e espaço exterior observáveis. Quanto ao
narrador, é alguém que está contando o fato para o leitor. Como é esse
narrador?
2. Saber trabalhar a personagem, pô-la de pé, é uma das tarefas que mostram
a competência do escritor, porque é nas personagens que o leitor haverá de
identificar as pessoas que povoam o mundo real
Esse anúncio foi retirado das páginas de Classificados de algum jornal? Por
quê? Ele é um anúncio real? Por quê? O que ele está procurando? Para que
ele queria abrir uma agência? Existem outras formas de procurar emprego?
Cite quais você conhece.
CRIANDO ANÚNCIOS
Pense nas seguintes profissões e crie um anúncio de emprego para cada uma.
Procura-se:
COSTUREIRA JARDINEIRO JORNALISTA CARTEIRO
Agora crie anúncios oferecendo serviços como:
MÉDICO MOTORISTA PROFESSOR FAXINEIRO
Lembre-se de colocar o número de telefone e/ou endereço para contato.
Professor/a faça uma exposição dos anúncios no mural da sala, no corredor,
ou no espaço que for destinado para divulgação dos trabalhos dos/as
alunos/as. Isto valoriza a produção deles/as e reforça a função social da escrita
enquanto meio de comunicação.
Tendo como mote os exemplos dos classificados acima, crie anúncios levando
em conta contextos históricos.
Raquel Abdala
1ª Missa
Marido, irmã e demais parentes convidam para a 1ª missa
em intenção da alma de sua querida Raquel,
a ser celebrada dia 01 de maio de 2015,
na Igreja São Judas Tadeu, às 17h.
Depois de medicada
Retirou-se pro lar
Aí a notícia
Carece de exatidão
Errou na dose
Errou no amor
Joana errou de João
Ninguém notou
Ninguém morou
Na dor que era o seu mal
A dor da gente
Não sai no jornal
Responda:
O conteúdo dos dois textos é diferente? De que trata cada história?
Os textos são literários ou não literários? Por que eles
classificam assim os textos?
Professor, anote no quadro as contribuições dos alunos para definir os
textos literários dos não literários.
Quais são os elementos literários que se encontram no texto ―Notícia de
Jornal‖ e que não estão presentes em ―Dois tiros e D. Maria
quase perde a vida‖?
Professor, anote os elementos apresentados pelos alunos no quadro.
Retome o que foi escrito anteriormente e compare as
Peça aos alunos que, de uma notícia de jornal, escrevam sobre o tema em
outro gênero, ou use o texto acima e peça aos alunos que o reescrevam em
poema ou conto ou crônica em forma de peça de teatro.
Ainda de acordo com o dicionário etimológico, liter –al, -ário, -ato, -atura, vem
de letra, ― ‗cada um dos caracteres do abecedário‘, ‗sentido claramente
expresso pela escrita‘, ‗os versos das canções‘, ‗carta‘ ...‖. Já a palavra literário
vem do latim, litterarius, séc. XVI.
Atualmente, um texto literário pode abordar qualquer tema. Não há conteúdos
exclusivos da literatura nem avessos a seu domínio. Dizer que é ficcional,
coloca em evidência aspectos importantes da obra literária, porém de difícil
solução: como diferençar o real do fictício em situações concretas?
Um texto literário tem função estética, enquanto que o não-literário tem função
utilitária (informar, convencer, explicar, responder, ordenar etc). Um texto
literário não quer apenas dizer o mundo, mas recriá-lo nas palavras; importa
não só o que se diz, mas também como se diz.
―Um dia as duas fizeram um pacto. Se reuniram dali a 20 anos naquele mesmo
lugar. Acontecesse o que acontecesse, nenhuma podia faltar ao encontro.
Mesmo que tivesse que vir de longe. Mesmo que estivesse morta! E selaram o
pacto não com sangue, mas com chantili na testa, já que estavam numa
sorveteria. Para não esquecer. Tinham 15 anos.
Vinte anos depois, uma mulher entrou numa locadora de vídeo e perguntou:
- Aqui não era uma sorveteria?
O funcionário não sabia, o dono disse que, quando comprara, a loja era um
deposito. Sorveteria? Só se fosse há muito tempo. A mulher agradeceu e ficou
olhando as fitas enquanto esperava. Era melhor que a outra não aparecesse,
mesmo. Tinham se separado. Nunca mais tinham se visto. Que tipo de
conversa poderiam ter?
- Eu? Não fiz nada. Não me formei, não namorei, não me casei, não viajei,
nada. Estou com 35 anos e ainda não tive uma vida.
Já estava quase desistindo indo embora, convencida de que a outra não
apareceria, quando viu entrar na loja[...].‖
VERISSIMO, Luis Fernando. Chantili. In: Historias brasileiras de verão. Rio de
Janeiro: Objetiva, 1999.
Material de Apoio
Considerações sobre crônica e suas principais características (ver
subitem 2.1.2)
A persuasão no discurso publicitário (ver sugestão 9)
Etapas
1. Ler conjunto a crônica Cem Brasileiro Cem Milhões, de Carlos Drummond
de Andrade e questionar o título para que os leitores tentem localizar o texto no
tempo;
2. Pedir aos alunos para encontrarem na crônicas as características citadas no
material de apoio;
3. Fornecer aos alunos dados do IBGE sobre o Brasil;
4. Ler os poemas com os alunos, apresentado Ferreira Gullar e sua temática;
5. Apresentar as músicas e discutir sobre qual das músicas se aproxima mais
da posição revelada pelo autor da crônica;
6. Garantir que os alunos se posicionem frente ao tema da crônica, dos
poemas e das músicas, com apoio das informações sobre o Brasil.
Pedir aos alunos que transformem o poema em uma peça de teatro e fazer a
dramatização.
Após as considerações dos alunos, envolva-os num debate para que fiquem
claras as intenções críticas e visões de cada um sobre a relação entre as
obras. Peça-os que durante o debate vão anotando à parte as considerações
alheias para que possam esquematizar juntamente com o professor um quadro
com pontos-chave para a compreensão e conceituação da relação entre os
textos. O que deverá ficar claro para a turma, após essa primeira atividade, é
que a função do texto parodístico é deformar o texto original, modificando
profundamente sua estrutura ou sentido, provocando uma descontinuidade do
discurso ―fonte‖.
Como atividade, leve para a sala uma série de poemas conhecidos da turma e
deixe-os escolher qual será o texto "fonte", de onde nascerá a paródia. Peça
que os alunos façam uma leitura oral bem elaborada para a turma, treinando
anteriormente a expressão oral para, depois, escolherem qual será o texto
―fonte‖ para ser objeto de sua paródia.
Apresente ao aluno a entrevista criada abaixo. Peça aos alunos que escolham
um autor e que estudem sua biografia, reescrevendo-a em forma de entrevista.
Texto:
Na minissérie ―Anos Rebeldes‖ jovens lutavam por um Brasil melhor na década
de 60. Iam às ruas, protestavam, enfrentavam até a polícia em função de um
ideal político. Muitos morreram, outros foram torturados e vários banidos do
Brasil em função do AI-5.
Todos lutavam, alguns com armas, outros sem. Brasileiros não tinham nada de
passivos. Os jornais não continham notícias de celebridades. Os jornalistas e
artistas estavam engajados ao movimento. ―O povo, unido, jamais será
vencido‖ não era apenas uma frase sem sentido. O tempo passou, o Brasil
deixou de ser uma ditadura e, por algum motivo, o povo perdeu sua
capacidade de lutar e principalmente de se unir por um ideal maior.
Nos livros de História do Brasil que foram usados por meu filho não li sequer
uma linha mencionado a capacidade revolucionária do povo brasileiro. Há
apenas citações técnicas sobre este período. O principal, a característica deste
povo lutador, não é mencionada em nenhum lugar.
O brasileiro, que tem como frase preferida o ―Deixa pra lá‖, ao menos no Rio
de Janeiro fez um movimento diferente. Parece que o prato principal do
brasileiro é a passividade. Crianças são alimentadas com este prato desde
Tu sabes,
conheces melhor do que eu
a velha história.
Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
Etapas:
1. Definir um tema e os objetivos
2. Ler tudo o que puder sobre o assunto.
3. Começar a escrever na seguinte ordem:desenvolvimento, introdução e
conclusão.
4. Fazer a revisão.
Exemplos de artigos:
GLADIADORES (Revista Superinteressante)
Quando a banda de música entoava os primeiros acordes, era sinal de
que ia começar o desfile dos gladiadores no anfiteatro da Roma imperial.
Desarmados, eles davam a volta na arena e depois, perfilados, paravam diante
Você percebeu como o termo girafa foi substituído por outras palavras
(mamífero, fêmea, ela,)? E que o pronome relativo que no trecho ―contra o leão
que aproveita a situação‖ retoma o termo anterior leão? Essas substituições
evitam a repetição da mesma palavra. Observe ainda, que na primeira frase
existem duas informações sobre a girafa: seu habitat e como vive. Essas
informações estão conectadas pela conjunção e que ao acrescentar um dado
novo, estabeleceu entre elas, uma relação de adição. Já a conjunção quando
em ―elas dormem em pé e só deitam quando se sentem inseguras‖ estabelece
uma relação de tempo entre os dois enunciados. Através desses exemplos,
você notou como a referência feita a elementos empregados no texto ou a
frases já mencionadas ou antecipando-as e a conexão entre as diversas partes
que formam o texto são responsáveis para que o sentido dos enunciados fique
Animismo - Era uma vez um chapéu marrom, de feltro mole e abas caídas,
com uma trancinha em volta para enfeitar, um chapéu entre outros, cujo
destaque aleatório era mais devido às desigualdades do solo e à sua
repercussão pelas rodas do veículo automóvel que o trasportava, a ele o
chapéu. A cada parada, as idas e vindas dos circustantes causavam nele, o
chapéu, movimentos laterais ocasionalmente assaz pronunciados, o que
terminou por irritá-lo, ele o chapéu. Exprimiu então sua ira lá dele chapéu por
intermédio de uma voz nem um pouco de feltro, e que se lhe articulava a ele, o
chapéu, numa disposição estrutural cuja ovoide de ressonância, óssea,
irregularmente perfurada e recoberta com uma camada qualquer de matéria
ATIVIDADES:
a) Peça aos alunos para criarem outros estilos para o conto de Paulo Mendes
Campos.
b) Reescreva a notícia abaixo de várias maneiras, em vários estilos. Sugerimos
os estilos: estilo tipo assim, estilo sabe, estilo futebolístico, estilo materno,
estilo etc., estilo meus caríssimos irmãos, estilo senhoras e senhores, estilo
telegrama, estilo brasileiros e brasileiras.
Recife – O padre norte-americano Lawrence Rosebaugh foi detido por
soldados de uma radiopatrulha, na sexta-feira à noite, quando tentava impedir
que dois policiais espancassem, com socos, pontapés e um cano de borracha,
o menor de 11 anos, Edésio da Silva. O menino, acusado de assalto, se
encontrava com cerca de 40 pessoas, se preparando para dormir, no armazém
18 do porto. ( Jornal do Brasil, 29 de abril de 1980).
Agora, escreva um conto com diálogos. Reescreva o mesmo texto agora num
discurso indireto, com narrador em primeira pessoa. (Ana ou João).
Excelentíssimo Prefeito
Senhor Hildebrando de Góis,
Um poeta já sexagenário,
Que não tem outra aspiração
Senão viver de seu salário
Na sua limpa solidão,
Indiferentes ao capricho
Das posturas municipais,
A ele jogam todo o seu lixo
Os moradores sem quintais.
Excelentíssimo Prefeito
Hildebrando Araújo de Góis
A quem humilde rendo preito,
Por serdes vós, senhor, quem sois!
Sugestões de questões:
Qual é o seu nome completo?
Você tem apelido? Qual é?
Em qual cidade você nasceu?
Qual o dia, mês e ano em que você nasceu?
Qual é a sua idade?
Qual é o seu lugar favorito?
Você gosta de estudar? Por quê?
Qual é a disciplina que você mais gosta?
E a professora que você mais gosta? Por quê?
Quem é o seu melhor amigo? O que vocês costumam fazer juntos?
Você tem um ídolo? Quem?
Qual é o seu programa de TV favorito?
Gosta de ler? O quê?
Qual é a sua cor preferida? Que sensação ela te traz?
Qual é o seu esporte predileto?
E o time do coração?
Tem animal de estimação? Qual?
O que você mais gosta de fazer nas horas vagas?
Gosta de ouvir música? Qual é a sua preferida?
OBS: Se o professor quiser, pode também elaborar uma biografia dos alunos.
Cada um seleciona um colega e o entrevista depois de elaborar um
questionário.
Atividades:
a) Elaborar uma charge que mostre uma situação de dificuldade encontrada
por idosos diante da tecnologia atual (por exemplo, computador).
b) Elaborar um conto sobre a mesma situação.
1º quadrinho:
2º quadrinho:
3º quadrinho:
Reconte a história em quadrinha em um conto. Antes, escreva um parágrafo
situando as personagens no tempo e no espaço. Reescreva as falas das
personagens e invente argumentos que poderiam ser usados pelo Menino
Maluquinho, no último quadrinho, para tentar convencer a garotinha a
emprestar as roupas da mãe. Ao reproduzir as falas das personagens, lembre-
se de usar o travessão.
Texto 2: Meu nome é... Sou um advogado criminalista. O caso que vou relatar
comprova, como disse alguém cujo nome não recordo, que a verdade é mais
estranha que a ficção porque não é obrigada a obedecer ao possível.
(FONSECA, Rubem. Mandrake, a Bíblia e a bengala. São Paulo: Companhia
das Letras, 2005. p- 7. (Fragmento)).
Apresentamos, a seguir, alguns dos aspectos que podem ser orientados por
meio de textos instrucionais
Como se vestir como um adolescente
Como comer como um adolescente
Como falar como um adolescente
Como ―teclar‖ como um adolescente
Como ir ao shopping como um adolescente
Como dançar como um adolescente
Como ouvir música como um adolescente
INFORMAÇÕES ADICIONAIS
Tragédia Brasileira
O texto foi publicado a primeira vez no Boletim de Ariel em 1933, sofrendo
alterações até chegar ao poema conhecido. É importante marcar aqui algumas
das transformações feitas por Bandeira para lapidar a matéria poética. Lê-se
na primeira versão:
Leolino, funccionario da Fazenda, com 63 anos de idade.
Conheceu Maria Elvira na Lapa, - prostituida, com syphilis, dermite
nos dedos, uma alliança empenhada e os dentes em petição de miseria.
Leolino tirou Maria Elvira da vida, installou-a num sobrado no
Estacio, pagou medico, dentista, manicura, dava tudo quanto ella queria.
Quando Maria Elvira se apanhou de bocca bonita arranjou logo um namorado.
Leolino não queria escandalo. Podia dar uma surra mãe, um tiro, uma facada,
não fez nada disso, só que mudou de casa.
Viveram tres annos assim.
Toda vez que Maria Elvira arranjava namorado, Leolino mudava de casa.
Os amantes moraram no Estacio, Rocha, Cattete, rua General Pedra,