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O CURRÍCULO

ORIGEM/CONCEITO
A história do currículo começa a ser contada a partir da
democratização do ensino, que nos Estados Unidos se
deu no início do século XX.

 Segundo Pacheco(2007), o termo currículo vem do


latim curriculum que significa lugar onde se corre ou
corrida, derivado do verbo currere que quer dizer
percurso a ser seguido na carreira.
CARACTERÍSTICAS DO CURRÍCULO

 Na verdade, o currículo não pode entender-se como


algo predeterminado, isto é, como um “produto” a ser
disponibilizado segundo regras e normas específicas.
Uma vez que se trata de um processo que resulta das
múltiplas relações que se estabelecem entre diferentes
atores, em contextos diversos, é um processo
complexo, não sendo por isso possível predeterminá-
lo à partida.
CONT.

Beane (1998) identifica no fenómeno curricular algumas

características, sendo elas:

 (1) centradas em contexto com significado para a informação

e para as destrezas dos alunos;

 (2) tomadas de decisão a nível político no âmbito curricular;

 (3) confronto de uma variedade de perspetivas sobre temas e

objetivos que reconheçam a diversidade e a ambiguidade.


MODELOS DE CURRICULARES

Existem três tipos de manifestações de currículo:


 Currículo Formal ou oficial (prescrito)
 Currículo Real (em ação)
 Currículo Oculto (implícito)
CURRÍCULO FORMAL

 Refere-se ao currículo estabelecido pelos sistemas de


ensino ou instituição educacional. É igualmente
conhecido como currículo prescrito porque é
considerado além das especificidades de uma sala de
aula, em outras palavras, vem antecedentemente do
convívio definitivo entre professores (as) e estudantes.
CARACTERÍSTICAS DO CURRÍCULO
FORMAL

 Estabelecido pelos sistemas de ensino;


 Expresso em diretrizes curriculares;
 Objetivos e conteúdos das áreas ou disciplinas de
estudo;
 Encontrado nas leis, nos parâmetros e diretrizes
curriculares;
CURRÍCULO REAL
 O currículo real é aquele que, de fato, acontece na sala de aula, em
decorrência de um projeto pedagógico e dos planos de ensino.
 É tanto o que sai das ideias e da prática dos professores, da
percepção e do uso que eles fazem do currículo formal, como o
que fica na percepção dos alunos. Alguns autores chamam de
experiência o currículo tal qual é internalizado pelos alunos.
 É importante ter clareza de que, muitas vezes, o que é realmente
aprendido, compreendido e retido pelos alunos não corresponde ao
que os professores ensinam ou creem estar ensinando.
CARACTERÍSTICAS DO CURRÍCULO
REAL

 Contextualização dos conteúdos são os moldes


formais do currículo formal que tomam vida na sala
de aula onde se pode repensar seus conceitos e
construir competência e carácter conceitual.
CURRÍCULO OCULTO

O
 currículo oculto refere-se àquelas influências que afetam a aprendizagem

dos alunos e o trabalho dos professores e são provenientes da experiência

cultural, dos valores e significados trazidos de seu meio social de origem e

vivenciados no ambiente escolar – ou seja, das práticas e das experiências

compartilhadas na escola e na sala de aula.

É
 chamado de oculto porque não se manifesta claramente, não é prescrito,

não aparece no planejamento, embora constitua importante fator de

aprendizagem.
  
CARACTERÍSTICAS DO CURRÍCULO
OCULTO

 Atitudes, comportamentos, gestos, percepções, que


vigoram no meio social e escolar.
TEORIAS CURRICULARES

A abordagem majoritária sobre as teorias


curriculares classifica o tema em 3 teorias:
 Teorias Tradicionais
 Teorias Críticas
 Teorias Pós – Críticas
TEORIA TRADICIONAL

As teorias tradicionais de currículo são baseadas


em modelos tradicionais cuja discussão não visam
problematizar as instituições de ensino, tão pouco
os processos de configuração da vida social na sua
relação com a construção do currículo e do
processo de ensino - aprendizagem.
CONT.

 Esse modelo de currículo está centrado em


questões técnicas e é baseado numa perspetiva
fabril, de monitoramento e controle dos
envolvidos no processo educacional. Assim,
pode-se dizer que as teorias tradicionais colocam
o currículo nos moldes do sistema capitalista.
TEORIA CRITICA
 Década de 1960 foi fortemente marcada pela emergência
de inúmeros movimentos sociais e culturais que
questionavam de forma explícita a sociedade e suas
organizações. Nesse contexto, surgiram as primeiras
teorias que questionavam o pensamento e a estrutura
educacional vigente, em específico, as concepções
tradicionais do currículo.
 As novas teorias críticas do currículo, preocuparam-se em
compreender, baseados na teoria dialética-crítica de Karl
Marx (1818-1883), qual era o real papel do currículo na
educação.
CONT.
Pode se dizer então que as teorias críticas do currículo

efetuam uma completa inversão nos fundamentos das

teorias tradicionais. As teorias críticas sobre o currículo,

em contrate, começam por colocar em questão

precisamente os pressupostos dos presentes arranjos sociais

e educacionais. As teorias críticas desconfiam do status

quo, responsabilizando-o pelas desigualdades e injustiças

sociais.
TEORIA PÓS - CRITICA

 As teorias do currículo que vieram após as teorias


críticas, iniciadas na década de 1960 e 1970, são
denominadas de “Teorias Pós-Críticas”. As teorias
pós-críticas trazem em seu âmago uma concepção
do currículo como sendo um currículo
multiculturalista, e evidenciam as inúmeras
diversidades presentes no mundo moderno.
CONT.

Em suma, as teorias pós-críticas operam os conceitos


fundamentais de: “identidade, alteridade, diferença, subjetividade,
significação e discurso, saber-poder, representação, cultura,
gênero, raça, etnia, sexualidade, multiculturalismo. Nessa linha de
teorização, os currículos atuam como práticas de subjetivação, de
significação e discurso produzidos nas relações de saber-poder,
sendo os currículos entendidos como formas de seleção e
representação da cultura, compreendendo demandas das questões
de gênero, raça, etnia, sexualidade, multiculturalismo.
FORMAÇÃO DE PROFESSORES NA
PERSPETIVA DA TEORIA CRÍTICA E PÓS –
CRÍTICA DO CURRÍCULO

 A teoria crítica exerce papel fundamental para a construção


de um currículo voltado para a formação de professores
capazes de atuar com responsabilidade e comprometimento
com a qualidade da educação básica, valorizando os
conhecimentos dos alunos e que seja capaz de possibilitar
uma possível conscientização deles, para uma possível
transformação da realidade que está posta como correta.
.

Na
 teoria curricular pós-crítica existe uma continuidade do currículo crítico,

porém com avanços em que além do aluno manter constante diálogo com o

professor e com o grupo, precisa desenvolver autonomia no seu processo

formativo, ou seja, estar em constante busca pelo conhecimento, essa

concepção pós-crítica apresenta como questão central a aprendizagem e

destaca o desenvolvimento pelo aprendiz em sua capacidade de aprender a

aprender, ou seja, compreender como aprende e desenvolver estratégias

capazes de aperfeiçoar sua condição de aprendizagens.

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Obrigado pela vossa atenção!

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