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A Formação do professor frente às teorias e concepções pedagógicas

contemporâneas.

1-INTRODUÇÃO

Durante os anos 80 e 90, o Brasil deu passos significativos para universalizar o acesso
ao ensino fundamental obrigatório: melhorou o fluxo de matrículas e investiu na
qualidade da aprendizagem desse nível escolar. Recentemente, agregam-se a esse
esforço o aumento do número de crianças de 6 anos ao sistema educacional e a
expansão do ensino médio.
A formação de professores para a educação básica é tema de constante discussão no
meio educacional a partir da preocupação em se formar profissionais críticos e
reflexivos, conscientes e comprometidos com uma educação de qualidade. Para falar em
formação de professores é imprescindível abordar o currículo necessário para essa
formação.
Com a promulgação da Lei no 9.394/96, a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação
Nacional (LDB), que incorporou as experiências e lições aprendidas ao longo desses
anos, inicia-se outra etapa de reforma. Em relação à flexibilidade, regime de
colaboração recíproca entre os entes da federação e autonomia dos entes escolares, a
nova LDB consolidou e tornou norma uma profunda ressignificação do processo de
ensinar e aprender: prescreveu um paradigma curricular no qual os conteúdos de ensino
deixam de ter importância em si mesmos e são entendidos como meios para produzir
aprendizagem e constituir competências nos alunos.

No Brasil, está bastante disseminada a concepção de que o conhecimento se constrói, e


se constrói em situações socialmente determinadas. Essa teoria, que é em princípio
benéfica para a educação, não deve, no entanto, substituir os estudos sobre como se
organiza a situação de aprendizagem para que o aluno construa ou reconstrua o
conhecimento. A ausência dessa segunda parte leva à falsa noção de que a situação de
ensino precisa ser desestruturada ou inestruturada para ser construtivista, o que seria a
negação da didática.
2 – DESENVOLVIMENTO

Avaliação da Aprendizagem - Apresentar pressupostos teóricos e práticos das


concepções avaliativas: classificatória e formativa;
Muitas vezes, em se tratando de avaliação da aprendizagem, pode-se observar o
quanto esta prática é realizada, em sala de aula, sem que os professores se utilizem de
fundamentos teóricos consistentes capazes de subsidiar um trabalho docente que vise à
plena aprendizagem de seus alunos. Nesse sentido, os instrumentos avaliativos são
aplicados para mensurar a quantidade de conteúdos aprendidos, na maioria das vezes
pela via da memorização, ao invés de serem aproveitados para a compreensão e
aprimoramento do processo da aprendizagem dos alunos. Segundo Moraes (2011) há
diversos instrumentos avaliativos capazes de coletar informações fundamentais à
realização da avaliação da aprendizagem, ficando em maior destaque maior a prova,
utilizada por inúmeros professores. Este instrumento avaliativo, assim como outros,
possui aspectos positivos e negativos que são definidos a partir do que o professor faz
com o seu resultado.
No sentido de promover a aprendizagem, a avaliação, enquanto processo,
proporciona ao aluno a apropriação crítica de conhecimentos e habilidades e a
consciência de seus limites e avanços, posto que o envolvimento do educando no
processo de aprendizado é essencial para que tais avanços ocorram.

História da Educação - Justificar a relevância de o professor conhecer como se deu


a construção do percurso histórico da educação;
Os historiadores da educação sabem que a História da Educação foi criada, como
especialidade da História, em diferentes lugares,no final do século XIX. Neste processo,
como em qualquer campo disciplinar, aconteceram e ainda acontecem polêmicos
debates em decorrência do modelo que conformou o seu processo de criação e
consolidação. Mais uma vez, pode-se perguntar: que modelo é este e que tradição este
modelo instituiu?
Atualmente, é consenso o entendimento de que a História da Educação se construiu
como parte da Filosofia da Educação.
O educador, durante a sua formação, não aprenderá de forma integral a dar aulas, mas
precisará compreender a importância da reflexão, da pesquisa, de ser crítico e inquieto
acerca das problemáticas da sua área de atuação, para estar em constante aprendizagem
refletindo sobre a sua prática, em busca de crescimento profissional e comprometimento
com a profissão.
Para formar a mão de obra qualificada era necessário, segundo Mello(1982), introduzir
na escola uma forma de treinar os sujeitos para executarem as tarefas necessária à
produção, para o lucro, para o desenvolvimento propriamente do capital, ou seja, a
ciência e a tecnologia estavam a serviço do capital, é preciso ter o controle do trabalho,
do modo de produção. O currículo então, passa a ser técnico, capaz de qualificar os
indivíduos para o mercado de trabalho. Para Romanowski (2007), o professor, nesse
momento, é treinado para desempenhar a sua função, a de treinar seus alunos, sem
desenvolver,portanto, a reflexão, destacando a valorização da técnica aplicada ao ensino
que enfatiza a atividade instrumental do professor.

Currículo Escolar - Descrever pressupostos teóricos e práticos das teorias


curriculares: não crítica ou tradicional, crítica e pós-crítica;
A explicação acerca do conceito de currículo que melhor objetiva essa reflexão, implica
em evidenciar as diferentes dimensões que compõe o próprio currículo, seja elas sociais,
econômicas, políticas ou culturais. Somente evidenciando essas características que
permeiam o currículo, é que podemos compreender que diferentes forças atuam na
construção do currículo e que, todos que dele participam, não o participam de maneira
neutra, mas deixam sua marca, pois o currículo trata-se de um campo impregnado de
ideologias, valores, forças, interesses e necessidades que, diretamente ou indiretamente,
formam a visão de mundo dos sujeitos envolvidos em sua estrutura, e de certa forma,
contribui para a própria formação identitária dos indivíduos que o cercam. Por isso,
torna-se necessário compreender as teorias que nortearam a definição de um
determinado currículo, e quais objetivos que esse currículo propõe. Essas teorias
usualmente são classificadas como: Teorias tradicionais, críticas e pós-críticas, e cada
uma delas traz consigo características próprias do que é feito o currículo e também do
que não é feito o currículo.
Um currículo proposto a partir da teoria crítica e pós – crítica pressupõe trabalhar com
conteúdos significativos, partindo da realidade educacional existente, não ficando
apenas nos debates e nas discussões, mas partindo para a prática com o objetivo de uma
possível transformação dessa realidade, sendo o professor corresponsável para que essa
proposta de currículo se efetive.

Práticas Pedagógicas: Gestão da Sala de Aula - Expor como a gestão da sala de


aula, ou seja, as práticas de ensino podem oportunizar a melhoria da
aprendizagem;
Chueiri (2008, p. 53) realiza, em seu estudo, uma análise acerca das concepções
pedagógicas presentes nas práticas avaliativas no contexto escolar, procurando
compreender “que concepções pedagógicas subjazem à atual prática de avaliação do
processo de ensino e de aprendizagem no contexto escolar”. Como o enfoque do
presente artigo recair sobre as concepções classificatória e formativa, remetemo-nos aos
seus estudos para melhor entendimento de como se efetivam as concepções já citadas no
interior da sala de aula. Cabe ressaltar que amparada em Luckesi (2003), a autora afirma
que a perspectiva classificatória ainda se encontra muito presente no cotidiano escolar,
sendo o instrumento avaliativo utilizado para medir o desempenho dos alunos. Ainda
que sua utilização tenha se iniciado no início do século passado, a ideia de medir ainda
prevalece no interior do processo educativo, pois é visto por professores e alunos como
confiável, por acreditar que os resultados são minimamente influenciados pela
subjetividade do professor.

Didática - Comentar a respeito da atuação docente para o desenvolvimento das


aprendizagens.
A educação hoje é influenciada pelos avanços tecnológicos e a globalização, um novo
olhar sobre o mundo. Portanto é indispensável que se mude o jeito de ensinar e
aprender, correndo o risco de ações pedagógicas permanecerem no passado e não
atender as perspectivas dos alunos.
Libanêo (1998), salienta que a nova escola precisa deixar de ser meramente uma
agencia transmissora de informações e transformar num lugar de analise criticas e
produção de informações, com atribuição de significados. Nesta escola os alunos
aprendem a buscar informações e os elementos cognitivos para analisá-las criticamente
e darem a ela significado pessoal, ou seja, internacionalizar instrumentos cognitivos
(saber pensar), para obter uma educação básica de qualidade: formação geral,
preparação para o uso da tecnologia, desenvolvimento das capacidades cognitivas e
operativas, formação para o exercício da cidadania critica e formação ética.
Como já foi observado, a investigação didática – entendida em seu sentido mais literal,
como o estudo das relações entre o domínio de um campo de saber e o ensino desse
conhecimento a crianças e jovens que precisam construir sua cidadania e identidade – é
uma temática inexplorada na pesquisa educacional brasileira.

3-CONCLUSÃO

É nítido nas pesquisas realizadas, bem como nos autores utilizados para fundamentar as
concepções avaliativas: classificatória e formativa, que os professores, desde tempos
remotos se apoiam em posturas que favorecem a seleção, classificação e exclusão dos
alunos. Todavia, faz-se necessário que os docentes tenham consciência da importância
de se adotar práticas avaliativas a favorecerem a melhoria do processo ensino-
aprendizagem. Para isso, deve deixar de efetivar o processo avaliativo apenas a partir de
suas vivências, buscando fundamentos teóricos que favoreçam a ressignificação da sua
prática, tendo em vista a ampliação do conhecimento dos educandos.

Muito ainda tem que se falar, pesquisar em busca de superar as dificuldades em tratar
das diversidades socioculturais, nos tratamentos e oportunidades entre povos e nações,
na sociedade e salas de aulas, na tentativa de melhorar a educação e a vida das pessoas,
construindo aprendizagem para todos, independentes dos aspectos cognitivos,
econômicos, raciais e sociais.
4-REFERENCIAS

CHUEIRI, Mary Stela Ferreira. Concepções sobre a avaliação escolar. Estudos em


avaliação educacional. v.19, n. 39, p. 49-64, jan./abr., 2008.

LIBANÊO, José Carlos. Adeus professor, Adeus Professora? Novas exigências


Educacionais e Profissão Docente. Cortez Editora, Goiânia,1998.

MELLO, G. N. de. Formação inicial de professores para educação básica: uma


(re)visão radical. São Paulo em Perspectiva, São Paulo, v. 14, n. 1, p. 98-110, jan./mar.
2000.

MORAES, Dirce Aparecida Foletto. Prova: instrumento avaliativo a serviço da


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233-258, 2011.

NASCIMENTO, Mari Clair Moro; BARBOSA, Raquel Lazzari Leite; ANNIBAL,


Sérgio Fabiano. Avaliação das Aprendizagens: Representações decorrentes de
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NEVES, Fátima Maria; COSTA, Célio Juvenal. A importância da História da


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PINHEIRO, Geslani Cristina Grzyb. Teoria curricular crítica e pós-crítica: uma


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ROMANOWSKI, J. P. Formação e profissionalização docente. 3. ed.Curitiba:IBPEX,


2007.

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