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Base

Nacional
Comum
Curricular
Prof. Dr. Carlos Adriano Martins
02
Teorias Tradicionais,
Críticas e
Pós-críticas
O CAMPO DO CURRÍCULO
● O modelo tradicional de uma escola centenária, já
não mais responde aos anseios e dúvidas de
nossos alunos, imersos em um universo tecnológico,
marcado pelo novo milênio e pela pós
modernidade.

● A sala de aula, com seus enfileiramentos, o silêncio


instituído e a passividade dos alunos abrem espaço
para uma série de problemas que enfrentamos nas
escolas e que estão expostas nos currículos
praticados, como as relações entre a educação e o
poder. O modelo disciplinar, que há décadas
permanece o mesmo, precisa se abrir à pedagogia
de projetos, para um modelo mais crítico na
relação professor-aluno.
O CAMPO DO CURRÍCULO
● As teorias críticas e pós-críticas, dos currículos,
nos ajudam a compreender de maneira mais
sistêmica todo o processo que envolve a
elaboração dos currículos e suas práticas em sala
de aula.

● A organização curricular está associada à


organização do trabalho pedagógico, por isso
repetimos, sempre, que as reuniões de
planejamento são muito importantes para a
efetivação de um currículo que aborde as
questões necessárias e urgentes a serem
trabalhadas com os nossos alunos!
O CAMPO DO CURRÍCULO
● O conhecimento construído na relação professor-aluno deve estar
organizado e disposto especificamente para fins de ensino-aprendizagem,
compreendendo não só aspectos ligados à seleção de conteúdos, mas
também o que se refere aos métodos, procedimentos, técnicas e recursos.

● O currículo deve pertencer ao campo do debate e da franca discussão, deve


ser entendido como um processo, o qual envolve uma multiplicidade de
relações, que vão da prescrição a ação, das decisões administrativas às
práticas pedagógicas, sempre enxergando a escola como um todo, um
organismo vivo, em que todos interagem visando sua melhoria.
O Modelo Disciplinar

Para compreender o currículo de forma mais


incisiva, precisamos pensar na transformação do
ato de ensinar, de forma mais sistêmica. A escola
tradicional, com sua estrutura reconhecida, não
promove a ampliação da construção de novos
conhecimentos. O sistema de ensino organizado de
forma disciplinar, ou seja, cada professor em sua
área, cerrado em seu espaço, já não supre as
necessidades das novas gerações de alunos.
O Modelo Disciplinar
Tal modelo de sala de aula inclui o enfileiramento, o
destaque do professor à frente da sala, a passividade dos
alunos. Devemos, sim, pensar em uma pedagogia de
projetos, envolvendo os componentes curriculares de
forma mais interdisciplinar.

O trabalho com os Temas Transversais (BRASIL, 1997) é


bastante interessante, pois os PCNs (Parâmetros
Curriculares Nacionais) enfatizam que a educação escolar
deve se pautar pelos princípios da dignidade da pessoa
humana, pela igualdade de direitos, pela participação e
pela corresponsabilidade pela vida social.
O Modelo Disciplinar

Os temas transversais devem ser trabalhados por meio dos


seguintes critérios:

urgência social,
abrangência nacional,
possibilidade de ensino e aprendizagem no ensino fundamental,
favorecer a compreensão da realidade e a participação social.
O Modelo Disciplinar

Você consegue perceber, com uma maior nitidez, a crítica feita ao


modelo disciplinar vigente nas escolas, atualmente? Entende que
são necessárias mudanças de atitudes e práticas mais inovadoras
na educação formal?
A Transversalidade

Já que a escola precisa repensar seu modelo


disciplinar tradicional, o trabalho com projetos
integrados, de forma transversal, nos parece
bastante interessante!

Vejamos um exemplo de trabalho envolvendo


a transversalidade:
A Transversalidade

Por exemplo, ainda que a programação desenvolvida não se refira


diretamente à questão ambiental e que a escola não tenha nenhum trabalho
nesse sentido, a Literatura, a Geografia, a História e as Ciências Naturais
sempre veiculam alguma concepção de ambiente, valorizam ou desvalorizam
determinadas ideias e ações, explicitam ou não determinadas questões,
tratam de determinados conteúdos; e, nesse sentido, efetivam uma “certa”
educação ambiental. A questão ambiental não é compreensível apenas a
partir das contribuições da Geografia. Necessita de conhecimentos históricos,
das Ciências Naturais, da Sociologia, da Demografia, da Economia, entre
outros. (BRASIL, 1997, pág. 27)
A Transversalidade

Veja quantas áreas do conhecimento e conteúdos diversos


podemos lançar mão para que determinado conteúdo seja
trabalhado, “Diante disso optou-se por integrá-las no currículo por
meio do que se chama de transversalidade: pretende-se que esses
temas integrem as áreas convencionais” (BRASIL, 1997, pág. 27).
A Transversalidade
Não devemos isolar os conhecimentos, mas identificá-los de forma que:

As diferentes áreas contemplem os objetivos e os conteúdos (fatos, conceitos


e princípios; procedimentos e valores; normas e atitudes) que os temas da
convivência social propõem; haja momentos em que as questões relativas aos
temas sejam explicitamente trabalhadas e conteúdos de campos e origens
diferentes sejam colocados na perspectiva de respondê-las. (BRASIL, 1997,
pág. 28).
A Transversalidade

Ao desenvolver essas temáticas, precisamos estar


preparados para o debate com nossos alunos, pois
em muitas questões estão embutidos assuntos da
contemporaneidade, como diferenças de gênero,
racismo, comportamento etc.
Teorias e Concepções de Currículo

Ao selecionar os conteúdos que trabalharemos ao longo do ano, optamos


por colocar nossas ideias, concepções, valores e intenções.

Uma divisão didática das teorias curriculares pode ser feita da seguinte
forma, segundo SILVA (2016):
Teorias e Concepções de Currículo
Teorias tradicionais:

Ensino / Avaliação / Didática /


aprendizagem metodologia organização

Planejamento / Objetivos
eficiência
Teorias e Concepções de Currículo
Teorias críticas:

Ideologia / reprodução Capitalismo / relações


cultural e social
Poder / classe social sociais de produção

Conscientização / currículo oculto /


emancipação e
resistência
libertação
Teorias e Concepções de Currículo
Teorias pós-críticas:

identidade, Subjetividade / saber-poder /


alteridade, diferença significação e discurso representação

Cultura / gênero, raça, etnia,


multiculturalismo sexualidade
Teorias e Concepções de Currículo

Todas essas teorias embasam e justificam as escolhas


que fazemos no momento de elaboração dos currículos
escolares e da definição dos conteúdos que serão
abordados em sala de aula!
Teorias e Concepções de Currículo
Algumas questões norteadoras nos ajudam a associar os itens expostos
acima, por exemplo:

que objetivos o ensino deve perseguir? O que ensinar, quais atitudes e


conhecimentos estão associados nos objetivos? Por que ensinamos um
conteúdo qualquer e deixamos de lado outros? Os objetivos
contemplam todo nosso público (alunos), ou acabam deixando uma
parcela à margem da discussão? Os conhecimentos presentes nos
programas de ensino servem a quais interesses?
Teorias e Concepções de Currículo

Observe que essas questões estão imersas em temas como:


ideologia, poder, classe social, pois a forma de ensinar nunca é
neutra e despretensiosa em relação ao conteúdo a ser ensinado.
Devemos inter-relacionar os conteúdos selecionados previamente
para que possamos oferecer um conjunto coerente aos nossos
alunos, de forma clara.
Teorias e Concepções de Currículo

As teorias curriculares apresentam um conjunto de


representações, reflexões e signos que descrevem os
programas de ensino, em sua realidade. Vejamos, então,
cada uma dessas teorias!
Obrigado!
Até a próxima aula.

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