Você está na página 1de 13

CONTRIBUIÇÕES DA APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA PARA

O DESENHO PEDAGÓGICO DE UMA EDUCAÇÃO DIGITAL

Eixo Temático: O papel das teorias pedagógicas na construção de uma educação digital

Paulo Ricardo da Silva Pereira1


Marcos Alessandro dos Santos Ribeiro2

Resumo
Este estudo visa investigar as contribuições da aprendizagem significativa para o
desenho pedagógico da educação digital. Através de uma revisão análise
bibliográfica, serão considerados temas como definição, princípios e estratégias da
aprendizagem significativa, o papel da tecnologia na educação e como as
abordagens pedagógicas podem ser adaptadas para melhorar a aprendizagem dos
alunos em ambientes digitais. O objetivo principal é identificar estratégias
pedagógicas eficazes para uma aprendizagem significativa na educação digital e
analisar como as tecnologias digitais podem ser integradas a esse processo de
ensino e aprendizagem. Espera-se fornecer diretrizes para apoiar professores e
educadores na área da educação digital. A pesquisa pretende contribuir para o
desenvolvimento de novos modelos pedagógicos que promovam uma
aprendizagem mais significativa e engajadora em ambientes virtuais.

Palavras-chaves: Aprendizagem Significativa; estratégia de aprendizagem; desenho


pedagógico; tecnologias na educação.

Abstratct
This study aims to investigate the significant contributions of learning to the pedagogical
design of digital education. Through a bibliographic analysis, topics such as the definition,
principles and strategies of meaningful learning, the role of technology in education and how
pedagogical approaches can be adapted to improve student learning in digital environments
will be considered. The main objective is to identify effective pedagogical strategies for
meaningful learning in digital education and to analyze how digital technologies can be
integrated into this teaching and learning process. It is expected to provide guidelines to
support teachers and educators in the field of digital education. The research aims to
contribute to the development of new pedagogical models that promote more meaningful
and engaging learning in virtual environments.

1 Mestre em Tecnologia e Gestão em EAD pela Universidade Federal Rural de Pernambuco -


UFRPE. Especialista em Tecnologias Aplicadas à Sala de Aula pela Faculdade Descomplica.
Especialista em Design Instrucional pelo Mercado EAD. Estudante de Especialização em Educação
Digital pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Licenciado em Pedagogia pelo Centro
Universitário Leonardo Da Vinci.
2 Pós-doutor em Biotecnologia Ambiental pela Universidade Estadual de Maringá - Doutor em
Química Orgânica pela Universidade Estadual de Maringá. Estudante de Especialização em
Educação Digital pela Universidade do Estado da Bahia – UNEB. Licenciado em Química pela
Universidade Estadual de Maringá.
Keywords: Meaningful Learning; learning strategy; pedagogical design; technologies in
education.

Introdução

A educação digital tem sido cada vez mais presente na sociedade


contemporânea, e sua importância para o processo educacional tem sido
amplamente reconhecida principalmente pelo avanço das tecnologias. Diante
desses avanços, surge a pergunta que se tornou a norteadora de nossa pesquisa:
Quais são as estratégias pedagógicas eficazes para integrar as tecnologias digitais
de forma significativa no processo de ensino e aprendizagem? Nesse contexto, este
estudo tem como objetivo investigar as contribuições da aprendizagem significativa
para o desenho pedagógico de uma educação digital. Para alcançar esse objetivo,
será realizada uma revisão sistemática da literatura, abordando o conteúdo como a
definição da aprendizagem significativa, seus princípios e estratégias, o papel da
tecnologia na educação e como as abordagens pedagógicas podem ser adaptadas
para melhorar a aprendizagem dos alunos em ambientes digitais.
A seção do referencial teórico será baseada em autores que tratam da
aprendizagem significativa, como Ausubel e Novak, bem como em estudos
empíricos que investigam a relação entre essa abordagem pedagógica e a
educação digital. Além disso, serão utilizados autores que discutem o uso das
tecnologias na educação, como Moran e Almeida.
A pesquisa busca contribuir com a identificação de estratégias pedagógicas
eficazes para uma aprendizagem significativa na educação digital e com a análise
crítica de como as tecnologias digitais podem ser integradas de forma significativa
ao processo de ensino e aprendizagem. Com isso, espera-se fornecer diretrizes
para o desenvolvimento de práticas pedagógicas mais eficazes e para a formação
de professores e educadores na área da educação digital.
Os resultados esperados incluem uma identificação de práticas pedagógicas
que promovem uma aprendizagem significativa na educação digital, bem como uma
análise crítica de como essas práticas podem ser adaptadas para diferentes
contextos educacionais. Espera-se que essa pesquisa contribua para o
desenvolvimento de novos modelos pedagógicos que promovam uma
aprendizagem mais significativa e engajadora em ambientes digitais.
O que é a Aprendizagem Significativa

Em nosso levantamento bibliográfico sobre o autor David Ausubel


relacionado à aprendizagem significativa são apontados vários pontos importantes,
dentre eles destacam-se algumas questões. Primeiramente o significado dessa
abordagem está associado à explicação de como ocorre a aprendizagem de corpus
organizados de conhecimento que caracterizam a aprendizagem cognitiva em
contexto escolar (NETO, 2006).
Assim, podemos afirmar que a ocorrência do aprender com significado,
pressupõe uma disposição por parte do aluno em relacionar o material a ser
aprendido de forma não arbitrária com uma estrutura cognitiva que relaciona suas
ideias relevantes com um potencial de materialização significativo (NETO, 2006).
Dentro desse contexto, surgiram algumas ideias que deram origem a esse
tipo de aprendizagem. A primeira foi que devido a experiência que David teve em
seu curso de medicina, relacionada a estrutura curricular ser desencontrada e
fragmentada.
A segunda, foi o contato com concepções como as chamadas de esquemas
por Bartlett, que descreve a capacidade de um estudante ao adquirir um novo
conteúdo necessita relacionar esse conteúdo com os já aprendidos. Também é
relatado que essa estrutura tem a premissa que a aprendizagem não é resultado de
assimilação do que é aprendido, e que a aquisição de novos conhecimentos é
codificada e o conhecimento é ampliado, possibilitando a recriação de detalhes
(NETO, 2006).
Outro ponto importante presente nos estudos de Ausubel, é a comparação
direta com o estudo de Rogers. Os dois tipos de metodologias de aprendizagem são
bem diferentes. As teorias de Rogers são apoiadas pelo humanismo, preocupado
com aspectos efetivos presentes na aprendizagem. Porém, Ausubel que incorpora
uma abordagem cognitivista, dá foco a aspectos relacionados à organização e
consolidação do conhecimento (NETO, 2006).
Dessa forma, é observado que mesmo a teoria de Rogers afirma que o
processo de aprendizagem é responsabilidade do aluno, Ausubel não concorda e
prescreve que o professor é quem deve comandar o ensino, não podendo se
descartar dessa responsabilidade (AUSUBEL, et al., 1980).
Ainda nesse contexto, devemos enfatizar que a perspectiva ausubeliana
prever que o aprender significa mecanicamente que o aluno esteja disposto a fazê-
lo. Segundo Novak (1998), em outras palavras, a atitude do discente tem que ser
voluntária e consciente e que a escolha de aprender cabe ao aluno.
Porém, a estruturação da metodologia de aprendizagem significativa
necessitou de vários pilares para concretizar esse segmento na educação. Darroz
(2018), reforça que dentre esses fundamentos, fica evidente a contribuição do
pesquisador Joseph Novak, que em sua proposta considera a educação como um
conjunto de experiências cognitivas, afetivas e psicomotoras que proporcionam um
engrandecimento do educando.
Ainda para Darroz (2018) para acontecer essa elevação no conhecimento
escolar, o aprendiz, o professor, o currículo e a matriz social deverão agir em
conjunto para que os pensamentos, sentimentos e ações se combinem para formar
um significado das experiências vividas por essa comunidade.
Dentro dessa ótica, Novak e seus colaboradores introduziram os chamados
mapas de conceitos, que retratavam uma estrutura hierarquizada de conceitos e
proposições adquiridos de transcrições de entrevistas com alunos (DARROZ, 2018).

O papel da tecnologia na educação

A nossa sociedade está se tornando cada vez mais conectada globalmente,


com a disponibilidade de informações e comunicação impulsionando mudanças
significativas em aspectos sociais e psicológicos que têm impactos diretos no dia-a-
dia escolar e no processo de ensino-aprendizagem. As expectativas da sociedade
em relação à escola são de que ela prepare os alunos para lidarem com desafios e
situações inéditas a cada dia. Nesse novo contexto, a escola não é mais apenas
uma instituição que transmite informações, mas sim um espaço de renovação
constante.
Sendo assim, para se educar, faz-se necessário um olhar diferenciado para
o modo de agir e pensar, uma reflexão que esteja presente tanto na instituição de
ensino como nos educadores e estudantes.
Em concordância com essa afirmação, Moran (2000), reforça que:
Educar é colaborar para que professores e alunos – nas escolas e
organizações - transformem suas vidas em processos permanentes
de aprendizagem. É ajudar os alunos na construção da sua
identidade, do seu caminho pessoal e profissional - do seu projeto
de vida, no desenvolvimento das habilidades de compreensão
emoção e comunicação que lhes permitam encontrar seus espaços
pessoais, sociais e de trabalho e tornar-se cidadãos realizados e
produtivos (MORAN, 2000, p. 1)

No entanto, a atual escola ainda não está adaptada às necessidades e


demandas da sociedade contemporânea. A escola de hoje foi criada durante a era
industrial e está organizada para preparar os indivíduos para viver e trabalhar
naquela sociedade. Com a introdução das Tecnologias de Informação e
Comunicação (TIC), a escola enfrenta o desafio de incorporar suas possibilidades e
solucionar problemas. Com isso,

É de se esperar que a escola, tenha que se reinventar, se desejar


sobreviver como instituição educacional. É essencial que o professor
se aproprie da gama de saberes advindos com a presença das
tecnologias digitais da informação e da comunicação para que estes
possam ser sistematizados em sua prática pedagógica (SERAFIM e
SOUZA, 2011, p. 20).

Ao passo que a escola escolhe adotar um modelo inovador, torna-se


imperativo que se comprometa em superar quaisquer barreiras que possam afastar
o espaço e a criatividade tanto do docente quanto dos estudantes. É imprescindível
que tal instituição esteja firmemente convicta de que a educação deve ser
ministrada de maneira distinta para indivíduos distintos.
Nesse sentido, caminhamos em direção a uma abordagem educacional
mais personalizada, fundamentada na colaboração mútua, em que todos os
envolvidos aprendem conjuntamente. Freire (1993), corrobora com essa afirmativa
ao dizer que “ninguém educa ninguém, como tampouco ninguém se educa a si
mesmo: os homens se educam em comunhão, mediatizados pelo mundo" (FREIRE,
1993, p. 9).
Para apoiar esse processo de mediação, os homens utilizam-se de
tecnologias que contribuem para que essa educação aconteça. São recursos que
desde os primórdios da comunicação humana, já se faziam presentes, por meio dos
livros, pincéis, quadros brancos, cadernos e canetas esferográficas. Estes objetos
que utilizamos atualmente nas salas de aula são exemplos de avanços tecnológicos
em diferentes épocas. Entretanto, com a finalidade de delimitar as tecnologias de
informação em relação às demais, é relevante enfatizar a designação TIC
(Tecnologia da Informação e Comunicação), conferida por Collin (2002), que
engloba a eletrônica, computação e telecomunicações.
Nesse passo, "As tecnologias de informação, desde a televisão até os
computadores e todas as suas combinações, abrem oportunidades sem
precedentes para a ação, a fim de melhorar a qualidade do ambiente de
aprendizagem [...]” (PAPERT, 1994, p.6).
Para essa produção, consideramos analisar as tecnologias que pertencem
ao campo da informática, a saber: Datashow, lousas digitais, recursos
computacionais, internet e smartphones. A utilização desses recursos tecnológicos
em conjunto com o ambiente escolar, que permite experiências em multimídia,
resulta em:

Dinamização e ampliação das habilidades cognitivas, devido à


riqueza de objetos e sujeitos com os quais permitem interagir; a
possibilidade de extensão da memória e de atuação em rede; ocorre
a democratização de espaços e ferramentas, pois estas facilitam o
compartilhamento de saberes, a vivência colaborativa, a autoria,
coautoria, edição e a publicação de informações, mensagens, obras
e produções culturais tanto de docentes como discentes (SERAFIM
e SOUZA, 2011, p. 22).

Por outro lado, a ampla gama de possibilidades oferecidas por essas

tecnologias ainda é pouco explorada no contexto das salas de aula das escolas

brasileiras, apesar de serem tão comuns entre os jovens. Porém, entre os

professores, o conhecimento dessas tecnologias é ainda incipiente. Essa falta de

familiaridade e competência na utilização dessas inovações no processo de ensino-

aprendizagem gerou uma lacuna significativa entre as teorias que as embasam e a

efetiva utilização delas em sala de aula.

A velocidade das mudanças tecnológicas nem sempre se traduz em

capacitação adequada por parte dos professores para sua aplicação e uso. Em

decorrência dessa situação, é comum observar a falta de criatividade e a utilização

dos recursos tecnológicos sem fins didáticos.


Sabemos que tanto a escola como o professor têm a responsabilidade

social de orientar os alunos no processo de desenvolvimento de habilidades,

competências e cidadania. Isso também vale para a inclusão de tecnologias digitais

que favoreçam o ensino e a aprendizagem, porém, as mudanças nesse processo

não podem ficar apenas a cargo desses atores. Os alunos também exercem um

papel nesse processo. Para Moran, Massetto e Behrens (2000), os alunos devem

ser:

Curiosos, motivados, facilitam enormemente o processo, estimulam


as melhores qualidades do professor, tornam-se interlocutores
lúcidos e parceiros de caminhada do professor-educador. Alunos
motivados aprendem e ensinam, avançam mais, ajudam o professor
a ajudá-los melhor (MORAN, MASSETTO E BEHREN, 2000, p.6).

Com o aumento da conscientização dos professores em relação ao seu

papel nesta nova era educacional, é possível esperar que eles se tornem agentes

catalisadores da criação de espaços de interação e colaboração, desenvolvendo,

assim, a convivência interativa entre os alunos. É razoável esperar que as

tecnologias tenham um impacto positivo na educação.

Segundo Papert e Harel (1991), a escola precisa se libertar de seu papel

técnico, já que a tecnologia está presente mesmo quando não é utilizada. Eles

afirmam que a escola se tornou tecnocêntrica ao se submeter a currículos fechados

e ao professor cumprir o papel de mero executor de tarefas. Essa abordagem não é

motivadora para alunos e professores. Para uma educação centrada no ser humano

e aberta à construção do conhecimento, é necessário repensar a escola e

incorporar práticas inovadoras. Nesse contexto, a tecnologia pode ser vista como

um caminho plausível para uma educação humanista, que privilegie a criatividade e

a interatividade. De acordo com os autores, uma infraestrutura tecnológica forte

pode enfraquecer o tecnocentrismo e permitir uma metodologia menos técnica no

sistema educacional.

O filósofo tunisiano Pierre Lévy, reforça essa afirmativa ao dizer que:


Novas maneiras de pensar e de conviver estão sendo elaboradas no
mundo das telecomunicações e da informação. As relações entre os
homens, o trabalho, a própria inteligência depende, na verdade, da
metamorfose incessante de dispositivos informacionais de todos os
tipos. Escrita, leitura, visão, audição, criação, aprendizagem, são
capturadas por uma informática cada vez mais avançada. Não se
pode mais conceber a pesquisa científica sem uma aparelhagem
complexa que redistribui as antigas divisões entre experiência e
teoria. Emerge, neste final de século XX, um conhecimento por
simulação que os epistemologistas ainda não inventaram (LÉVY,
1993, p. 69).

A presença dos recursos tecnológicos é uma realidade cada vez mais

recorrente em todas as esferas da sociedade, seja entre crianças, jovens ou

adultos, que utilizam tais ferramentas de diferentes formas. No entanto, é importante

destacar que a simples inserção desses recursos no ambiente escolar não é

suficiente para gerar mudanças significativas na rotina educacional. É necessário

que a utilização dessas tecnologias seja acompanhada de uma proposta

pedagógica que promova a interação entre alunos, professores e conhecimento,

contribuindo para tornar o processo de ensino e aprendizagem efetivos para ambas

as partes envolvidas. Portanto, é preciso estar atento às possibilidades oferecidas

pelas tecnologias da informação e utilizá-las de maneira consciente e planejada no

contexto escolar, visando sempre ao desenvolvimento e formação integral dos

alunos.

Abordagens pedagógicas para melhorar a aprendizagem dos alunos em


ambientes digitais.

Para que o uso de tecnologias na sala de aula seja eficaz como ferramenta
pedagógica, é necessário que esteja embasado em propostas pedagógicas bem
planejadas e fundamentadas em concepções que permitam a aplicação de
tecnologias inovadoras. Dessa forma, o processo de ensino e aprendizagem pode
ser potencializado, tornando a aula mais dinâmica, interativa e contextualizada com
a realidade dos alunos. No entanto, é importante destacar que inserir ferramentas
tecnológicas na sala de aula implica em mudanças de concepções e paradigmas
dos professores sobre o modo como se aprende, interage e se constrói o
conhecimento.
Nesse sentido, é fundamental que os professores estejam preparados para
utilizar as tecnologias de forma consciente e crítica, buscando sempre aprimorar
suas práticas pedagógicas e adaptá-las ao perfil dos alunos que frequentam as
escolas atualmente. Para isso, é preciso que estejam embasados em referências
teóricas que auxiliem a reflexão sobre a construção de conhecimento mediada pelo
uso de ferramentas tecnológicas na sala de aula.
Assim, esta seção tem como objetivo explicitar caminhos para utilizar
ferramentas tecnológicas na sala de aula de forma efetiva e potencializar o processo
de construção de conhecimento. Para tanto, serão apresentadas referências
teóricas que contribuem para a reflexão sobre o uso de tecnologias na educação e
para o desenvolvimento de práticas pedagógicas mais adequadas ao contexto atual.
Já que a Aprendizagem Significativa é um processo que reconhece a
complexidade do cérebro humano e a sua capacidade de aprender de diversas
maneiras. Este processo é baseado em um procedimento randômico em que uma
nova informação se relaciona de maneira não arbitrária e substantiva com a
estrutura cognitiva do aprendiz. Para que isso ocorra, é necessário instigar no aluno
o desenvolvimento de formas ativas de aprendizagem, promovendo a compreensão
e integração de novos conhecimentos. São necessárias duas condições para que a
aprendizagem aconteça: 1 - a disposição do aluno para aprender e; 2- o conteúdo
significativo. Portanto, é essencial que os educadores criem ambientes propícios
para o desenvolvimento dessas condições, permitindo que o aluno se torne
protagonista do seu próprio processo de aprendizagem.
Com base nos princípios mencionados, de acordo com Moura et al (2016), é
essencial que os professores estabeleçam um planejamento didático-pedagógico
sólido, a fim de criar ambientes e situações de aprendizagem que auxiliem os
alunos a desenvolver suas habilidades e potencialidades. Para isso, é necessário
empregar metodologias que favoreçam a reflexão crítica e a compreensão da
realidade.
Como identificamos no capítulo anterior, é cada vez mais comum a
presença de ferramentas tecnológicas na rotina dos alunos e, gradualmente, elas
estão sendo incorporadas pelos professores no processo pedagógico. Com isso,
torna-se necessário repensar os currículos e metodologias para possibilitar uma
aprendizagem significativa, colaborativa e inovadora.
A sociedade tecnológica exige que habilidades e competências relacionadas
às novas tecnologias sejam incluídas nos currículos escolares. Para isso, é preciso
que as escolas considerem as concepções que os alunos têm sobre essas
tecnologias e elaborem práticas pedagógicas que promovam uma reflexão sobre
seu uso na sociedade atual.
Moran (2000) destaca que o conhecimento é construído quando faz sentido,
quando é aplicável e contextualizado. Assim, os currículos precisam ser flexíveis e
contextualizados para que o objeto de estudo tenha significado para o aluno. As
ferramentas tecnológicas permitem que os currículos sejam mais flexíveis e
proporcionam novas possibilidades de aprendizagem.
Para que as ferramentas tecnológicas sejam efetivamente utilizadas, é
necessário que o professor realize uma investigação prévia sobre os programas e
ferramentas disponíveis. Além disso, é preciso que ele estabeleça objetivos claros e
bem definidos durante todo o processo pedagógico. Segundo Martins e Giraffa
(2008), o uso das tecnologias sem um planejamento adequado não é capaz de
transformar as práticas pedagógicas.
Para isso, é importante a presença de uma sequência didática bem
estruturada, que promova a interação entre o objeto de estudo e as estratégias de
aprendizagem. Já Lemos (2009) salienta que a metodologia utilizada precisa estar
baseada na cooperação, participação e motivação dos alunos.
Por outro lado, sabemos das dificuldades e desafios que os educadores
passam nesse processo. De acordo com Moran, Masetto e Behrens (2000), um dos
principais desafios da educação no século XXI é promover uma educação de
qualidade que integre todas as dimensões do ser humano. Nesse sentido, o uso de
ferramentas tecnológicas na sala de aula pode contribuir para a melhoria da
qualidade da educação. Ao tornar o processo de aprendizagem mais dinâmico, as
tecnologias oferecem novas perspectivas de ensino, tornando a prática pedagógica
reflexiva e exigindo mais capacitação dos professores, o que pode ser benéfico para
a formação desses profissionais.
Segundo Anna Penido, há três benefícios alcançados pelo uso da
tecnologia na educação (PORVIR EDUCAÇÃO, 2015):
● Equidade: ampliação do acesso a recursos de qualidade, como vídeo
aulas, plataformas e jogos, além da personalização do ensino;
● Qualidade: oferta de recursos diversificados, interativos e dinâmicos
que auxiliam o professor na criação de novas estratégias pedagógicas
e o aluno a entender e aplicar o conhecimento;
● Contemporaneidade: aproximação da educação ao universo dos
alunos do século XXI, preparando-os para uma vida cada vez mais
mediada pelos recursos tecnológicos.
Apoiar-se a esses benefícios resulta em propostas educacionais que
valorizem a experiências dos alunos, para que testem recursos digitais,
proporcionando vivências que favoreçam uma aprendizagem significativa,
considerando seus conhecimentos prévios, conectando a novos saberes.

Considerações Finais
A aprendizagem significativa é um conceito que se refere a um tipo de
aprendizado que acontece quando o novo conhecimento é conectado ao
conhecimento prévio do estudante, ou seja, quando a informação é assimilada e
relacionada a experiências e conhecimentos prévios. Nesse sentido, proporcionar
uma experiência de aprendizagem significativa com recursos tecnológicos é
estimular que o aluno tem uma maior variedade de fontes para ampliar seu
conhecimento, ainda gerando discussões com professores e pares sobre os temas
estudados, tornando o processo de aprendizado mais relevante e duradouro.
A tecnologia tem um papel fundamental na educação atualmente. Com o
avanço da tecnologia e a popularização dos dispositivos eletrônicos, é possível
proporcionar novas formas de aprendizado e facilitar a aquisição do conhecimento.
A tecnologia na educação pode ser vista como uma ferramenta que permite acesso
a informações e recursos educacionais de forma rápida e eficiente, além de
possibilitar a interação entre os estudantes e professores em tempo real.
Para melhorar a aprendizagem dos alunos em ambientes digitais, é
importante que os professores utilizem abordagens pedagógicas que sejam
adequadas às características dos estudantes. É necessário que os professores
tenham conhecimento sobre as possibilidades e limitações das tecnologias e
saibam selecionar e adaptar as atividades pedagógicas para que elas possam ser
efetivas no ambiente digital. Além disso, é importante estimular a participação ativa
dos alunos na construção do conhecimento, por meio de atividades colaborativas e
projetos que permitam a aplicação do conhecimento adquirido em situações reais.
Por fim, é importante destacar que a aprendizagem significativa, o papel da
tecnologia na educação e as abordagens pedagógicas para melhorar a
aprendizagem dos alunos em ambientes digitais estão interligados. A tecnologia
pode ser uma ferramenta que facilita a aplicação de abordagens pedagógicas que
estimulam a aprendizagem significativa, tornando o processo de ensino e
aprendizagem eficientes. Cabe aos professores e educadores explorarem essas
possibilidades para tornar a educação mais dinâmica, inovadora e adaptada às
necessidades dos alunos.
Diante do exposto, é fundamental que a comunidade educacional esteja
atenta e se engaje no desenvolvimento de estratégias e práticas pedagógicas que
busquem aprimorar a aprendizagem dos alunos em ambientes digitais. Para isso, é
importante que sejam promovidos espaços de diálogo e formação continuada para
os educadores, que permitam a troca de experiências e a construção coletiva de
soluções. Além disso, é necessário que as instituições de ensino invistam em
tecnologias educacionais que sejam adequadas aos objetivos e necessidades dos
alunos e professores. Somente por meio da colaboração e da adoção de práticas
inovadoras é possível tornar o processo de ensino e aprendizagem significativos em
ambientes digitais.

Referências
AUSUBEL, D. P.; NOVAK, J. D. HANESIAN, H. Psicologia Educaional. Tra. Eva
Nkic e outros. Rio de Janeiro: Interamericana. 1980.

COLLIN, S. M. H. (Ed.) Dictionary of Information Technology. 3. ed. London:


Peter Collin, 2002.

DARROZ, L. M.. Aprendizagem significativa: a teoria de David Ausubel. Revista


Espaço Pedagógico, v. 25, n. 2, p. 576-580, 2018.

FREIRE, Paulo. Política e educação. São Paulo: Cortez, 1993.

LEMOS, S. Nativos digitais x aprendizagens: um desafio para a escola. B. Téc.


Senac, 2009.
LÉVY, Pierre. As tecnologias da inteligência: o futuro do pensamento na era da
informática. Rio de Janeiro: Editora 34, 1993.
MARTINS, C. A.; GIRAFFA, L. M. M. Formação do docente imigrante digital para
atuar com nativos digitais no ensino fundamental. In: CONGRESSO NACIONAL
DE EDUCAÇÃO, EDUCERE, 8.; CONGRESSO IBERO-AMERICANO SOBRE
VIOLÊNCIAS NAS ESCOLAS, CIAVE, 3., Curitiba, 2008. Anais. Curitiba:
Champagnat, 2008.

MORAN, J. M. Mudar a forma de ensinar e aprender com tecnologias. Revista


Interações, v. 5, n. 09 p. 57–72, jan./jun. 2000. Disponível em:
https://www.redalyc.org/pdf/354/35450905.pdf. Acesso em 10 mar. 2023.

MORAN, José Manuel, MASETTO, Marcos e BEHRENS, Marilda. Novas


Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas: Papirus, 2000.

NOVAK, J. D. Learning creating and using knowledge: concept maps facilitative


tools in schools and corporations. Mahawah, New Jersey: Lawrence Erlbaum, 1998.

MOURA, R. B. C. et al. Possibilidades Educacionais Ampliadas pelo Uso das


Novas Tecnologias no Cenário dos Nativos Digitais. Simpósio de Pesquisa e
Desenvolvimento em Computação, v. 1, n. 1, 2016.

NETO, José Augusto da Silva Pontes. Teoria da aprendizagem significativa de


David Ausubel: perguntas e respostas. Série-Estudos-Periódico do Programa de
Pós-Graduação em Educação da UCDB, 2006.

PAPERT, S., & HAREL, I. (Eds.). Constructionism. New Jersey: Ablex Publishing,
1991.

PORVIR EDUCAÇÃO. Anna Penido. Especial Tecnologia na educação: por que


usar tecnologia. [S.l.]: Ama filmes, 2015. vídeo (~5 min). Disponível em:
https://www.youtube.com/watch?v=IzsHAiCvxR8. Acesso em: 12 de mar. de 2023.

SERAFIM, M. L.; SOUSA, R. P. DE. Multimídia na educação:  o vídeo digital


integrado ao contexto escolar. In: Tecnologias digitais na educação. Campina
Grande-PB: EDUEPB, 2011. p. 17–78. Disponível em: <
http://books.scielo.org/id/6pdyn/pdf/sousa-9788578791247-02.pdf>. Acesso em 09
mar. 2023.

Você também pode gostar