AÇÕES INOVADORAS NO ENSINO REGULAR DA PARAÍBA: em cena o subprojeto letras-inglês
Angélica Araújo de Melo Maia
Maura Regina da Silva Dourado
1 Introdução
O Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência
(PIBID) tem sido denominado e indexado como iniciativa inovadora (BRASIL, 2013) no campo das políticas públicas para a educação básica e formação docente em nível superior. No ano de 2015, sob ameaça de descontinuidade, testemunhou-se mobilização nacional de licenciandos sem precedentes, visando à manutenção dos vários projetos e subprojetos PIBID em todo território nacional. Os inúmeros registros disponibilizados nas mídias sociais acerca de atividades realizadas dentro e fora da sala de 200 Rivete Silva de Lima e Marluce Pereira da Silva (orgs.)
aula nas escolas acolhedoras e nas IES que capitaneiam subprojetos
PIBID evidenciam ações inovadoras sem precedentes, que têm efeito cascata tanto sobre o ensino básico como também sobre a formação inicial e a formação continuada. Diante desse cenário diferenciado e complexo, este capítulo propõe-se a argumentar como as ações do subprojeto Letras-Inglês da Universidade Federal da Paraíba têm se configurado como inovadoras.
2 Visões de inovação educacional no contexto brasileiro
Considerando o âmbito da pesquisa científica, os primeiros
trabalhos sobre inovação educacional no Brasil remontam aos anos 80, destacando-se a coletânea de textos sobre o tema organizada por Garcia (1980). Oriundo do campo da administração, esse conceito adentra o universo educacional com conotações a princípio relacionadas com a visão da racionalidade técnica, ou seja, inovar significava propor avanços planejados ao longo do tempo de forma a alavancar o desenvolvimento econômico, social e cultural (TEIXEIRA, 2011). Mas como o termo inovação se aplica à educação nos dias atuais? O conceito de inovação passou a adquirir significados diferenciados e passou a ser discutido dentro de concepções específicas de educação, servindo aos mais variados interesses. Destacam-se, nesse debate, as concepções de inovação educacional que a vinculam aos princípios tecnicistas ou de regulação e as concepções que a relacionam a uma proposta emancipadora ou edificante (VEIGA, 2003). Conforme Veiga (2003), é preciso diferenciar a inovação que Formação de Professores: contribuições do PIBID/UFPB 201
se orienta “por preocupações de padronização, de uniformidade,
de controle burocrático, de planejamento centralizado” (VEIGA, 2003, p.269) dos processos inovadores que buscam uma maior “comunicação e diálogo com os saberes locais e com os diferentes atores e realiza-se em um contexto histórico e social” (VEIGA, 2003, p.274). À distinção proposta por Veiga, acrescentamos que para se ter uma visão mais abrangente dos usos sociais do termo inovação, é essencial identificarmos quem o utiliza, em que contexto, com que objetivos e que interesses o uso do conceito atende. Trazendo essa discussão para o escopo do PIBID, é possível identificar a presença desses sentidos contrastantes de inovação em disputa nos diferentes níveis de implementação do Programa. Quando o Estado, enquanto instância reguladora, propõe que o programa envolva ações inovadoras, ele está se referindo a uma visão de inovação que traga mudanças, desde que não subvertam o status quo, i.e., desde que não representem uma ruptura paradigmática (CUNHA, 2008) nos objetivos educacionais traçados pelo sistema. A inovação, nessa perspectiva, refere-se a mudanças que facilitem o alcance de resultados e metas previamente estabelecidos pelo sistema educacional, deixando-se pouco espaço de agência para os atores que desenvolvem as ações do programa nas escolas ou nas universidades. Por outro lado, na sociedade pós-moderna busca-se estabelecer equilíbrio entre sentidos mais conservadores e concepções mais desestabilizadoras de inovação de modo a entender inovação também como processo de ruptura paradigmática (CUNHA, 2008), ou seja, como um conceito que agrega elementos dissonantes, não necessariamente novos, aos espaços educacionais em relação ao que é 202 Rivete Silva de Lima e Marluce Pereira da Silva (orgs.)
desejável ou esperado. Esses elementos, contudo, não necessariamente
provocarão transformações radicais, mas podem instaurar caminhos alternativos de atuação para professores, alunos e demais atores do sistema educacional. Ao serem abertos como possibilidade de refazer percursos já trilhados para encontrar formas de caminhar mais significativas, inclusivas e efetivas no que se refere aos processos de aprendizagem e de formação dos alunos, esses caminhos podem contemplar desde a seleção dos conteúdos ou questões curriculares, até aspectos relacionados à metodologia ou mesmo à relação entre professores e alunos. Cunha (2008) explana algumas características ou condições que marcam experiências inovadoras no âmbito da educação superior, a saber: 1) ruptura com a forma tradicional de ensinar e aprender; 2) gestão participativa; 3) reconfiguração dos saberes; 4) reorganização da relação teoria e prática; 5) mediação e 6) protagonismo. Em 2015, o MEC lançou o Programa de Política Pública de Fomento à Inovação e à Criatividade na Educação Básica e estabeleceu as cinco dimensões seguintes para o reconhecimento de um programa como sendo inovador na educação básica: gestão, currículo, ambiente, método, articulação com outros agentes. Considerando, então, o foco de atenção deste capítulo, as dimensões do currículo e do método merecem atenção especial. No que concerne o currículo, três aspectos asseguram um currículo como sendo inovador, a saber: 1) desenvolvimento integral: estruturação de um currículo voltado para a formação integral, que reconhece a multidimensionalidade da experiência humana - afetiva, ética, social, cultural e intelectual; 2) produção de conhecimento e cultura: estratégias voltadas para Formação de Professores: contribuições do PIBID/UFPB 203
tornar a instituição educativa espaço de produção de conhecimento
e cultura, que conecta os interesses dos estudantes, os saberes comunitários e os conhecimentos acadêmicos para transformar o contexto socioambiental; 3) sustentabilidade (social, econômica, ecológica e cultural): estratégias pedagógicas que levem a uma nova forma de relação do ser humano com o contexto planetário. Em relação ao método, o Ministério valoriza o protagonismo, como já feito outrora na Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1996) e em outros documentos oficiais de ensino. Essa categoria também está presente entre as mencionadas por Cunha (2008). Uma diferença que salta aos olhos entre as categorias propostas por Cunha e aquelas propostas pelo MEC se refere exatamente ao fato de que, enquanto as primeiras se revestem de um caráter mais desestabilizador e aberto a transformações de caráter emancipatório, as segundas, talvez por se vincularem a uma instância governamental, traduzem uma visão mais técnica e ao mesmo tempo conservadora de inovação, reforçando um discurso que já se encontra presente em documentos oficiais anteriores, em que as ações de inovação tem um caráter mais generalizante (pouca relevância do contexto local), instrumental (estratégias pedagógicas que permitam atingir determinado objetivo) e principalmente são ações que não apontam (nem poderiam apontar) uma crítica às formas instituídas de conduzir o processo educacional (VEIGA, 2003). Posto isso, busca-se mapear as ações inovadoras do subprojeto Letras-Inglês da Universidade Federal da Paraíba por meio dos sentidos atribuídos pelos professores em formação inicial a essas ações. Para tanto, primeiramente, o subprojeto será brevemente 204 Rivete Silva de Lima e Marluce Pereira da Silva (orgs.)
apresentado e suas ações, interpretadas pelos professores em formação
do subprojeto, serão analisadas à luz das categorias de inovação de Cunha (2008), como também das concepções de inovação do MEC. As interpretações dos integrantes foram recolhidas a partir dos relatos reflexivos dos bolsistas produzidos entre maio e junho de 2016.
3 Inovação educacional no subprojeto PIBID letras-inglês
O subprojeto Letras-Inglês da UFPB reúne atualmente
vinte e três (23) professores em formação. Onze (11) desenvolvem práticas pedagógicas voltadas para o ensino fundamental e doze (12), para o ensino médio. Enquanto o foco das práticas pedagógicas do ensino fundamental recaem na inclusão de alunos com deficiência, as práticas pedagógicas voltadas para o ensino médio recaem na abordagem crítica da lingua(gem) visando ao letramento crítico. Alinhado aos documentos oficiais nacionais e estaduais de ensino básico, o subprojeto Letras-Inglês da UFPB busca implementar uma proposta de letramento crítico na e pela língua inglesa (DANTAS, 2016; GOMES, 2016). Nesse sentido, era de se esperar uma ruptura com a abordagem tradicional de ensino, decorrente da valorização da abordagem crítica da língua(gem), orientada para o trabalho com elementos linguístico-discursivos e para o letramento crítico. Os fragmentos a seguir evidenciam essa ruptura:
Quando preparamos uma aula, precisamos
pesquisar os principais temas de relevância social, precisamos pensar no contexto em que a escola se insere, o contexto ao qual o aluno provem, seu nível Formação de Professores: contribuições do PIBID/UFPB 205
de proficiência. As nossas atividades são sempre
planejadas com o intuito de fazer com que o aluno tenha participação ativa. (AP, relato reflexivo, abril, 2016)
AP começou a aula levantando a questão da headline,
sua função, sua importância para uma notícia, e eu e TN fomos complementando sua fala. Depois, distribuímos entre os alunos os papéis com os elementos da manchete (WHO/DOES/WHAT) para que AP trouxesse o primeiro exemplo de headline. Quando colocamos o Who, does, what no quadro, os alunos conseguiram com facilidade responder ao quem faz o quê?, e deixou a aula bastante significativa de forma que eles puderam comentar como a presidente Dilma estava sendo construída fora do Brasil. (JR, relato reflexivo, maio, 2016)
Tomando como parâmetro as categorias de Cunha (2008),
percebe-se que as ações referidas rompem com o ensino tradicional e acrítico e buscam um ensino contexualizado não apenas no que diz respeito à abordagem formadora e crítica ao tema explanado, que busca alargar visão de mundo, conceitos e interpretações, mas, também, no que diz respeito à função social do gênero textual explanado e à educação linguística por meio de abordagem crítica dos aspectos linguístico-discursivos constitutivos do ser humano (PARAÍBA, 2007). Ainda no campo da educação básica, um elemento de inovação que se destaca, sobretudo no contexto do ensino fundamental, é o trabalho pedagógico voltado para alunos com deficiência. Esse aspecto transparece nos seguintes fragmentos dos bolsistas: 206 Rivete Silva de Lima e Marluce Pereira da Silva (orgs.)
O PIBID tem trabalhado, desde antes a minha
ligação ao projeto, perspectivas e ações com relação à educação inclusiva e o ensino de língua inglesa de adolescentes com deficiência e em geral. [...]. Eu particularmente tenho trabalhado na construção de medidas inovadoras para facilitar a igualdade entre todos os alunos, independente de serem estudantes com deficiência ou não, no contexto de ensino fundamental. Temos criado formas de aula e produtos a serem utilizados nas mesmas, para que todos os alunos possam aprender, e uns com os outros, como a mediação do professor e bolsistas, chegarem à obtenção do aprendizado de língua inglesa. (CW, relato reflexivo, maio, 2016)
Esse ano alguns tiveram a oportunidade de continuar
no projeto e enfrentar um novo desafio (eu fui uma delas), trabalhar com crianças com necessidades especiais. A princípio eu fiquei um pouco apreensiva porque eu NUNCA tive contato com alguma pessoa com deficiência, quanto mais criança. Mas apesar de não saber exatamente como trabalhar com eles, eu quis ir e encarar esse desafio (JR, relato reflexivo, junho, 2016)
Entende-se que o trabalho de educação linguística
voltada para a inclusão de alunos com deficiência inova ao propor a reconfiguração dos saberes no campo da escola (CUNHA, 2008), valorizando os conhecimentos úteis e adequados às necessidades específicas de cada aluno. É ainda inovador por valorizar processos de mediação pedagógica que primam por relações sócio-afetivas, ou seja, o aluno é visto como um ser humano a quem o professor tem responsabilidade ética de responder e envolver nos processos de interação em sala de aula: Formação de Professores: contribuições do PIBID/UFPB 207
Além disso, trabalhar com alunos com necessidades
especiais já foi algo novo e diferente que me fez mais sensível ao outro, percebendo que meu papel com professor é mais amplo e requer uma responsabilidade de caráter mais humano (GD, relato reflexivo, maio 2016)
Em relação à gestão participativa, alguns fragmentos dos
relatos reflexivos apontam ações inovadoras do subprojeto nesse aspecto:
Sempre estive muito acostumada a ter as coisas
prontas na minha mão para poder somente executá-las. Porém, a ideia da nossa coordenadora não são bem assim. Nossas reuniões são construídas, as pautas, os assuntos, os planos de aula. Somos impulsionados a pensar, refletir e agir. Nada de explicar como fazer, temos que fazer de verdade. (MM, relato reflexivo, maio, 2016)
A reconfiguração dos saberes por meio do estreitamento
entre a teoria estudada no curso e a prática vivida na sala de aula, sobretudo no que tange à transposição didática por meio de metodolgia inclusiva, dinâmica e motivadora tem sido reiteradamente marcada como positiva pelos integrantes do projeto, o que se configura como inovação em se tratando práticas currículares no Curso de Letras da UFPB.
Penso que subprojeto tem me oportunizado
trabalhar teorias vistas nas aulas da Universidade, me tornado um professor em formação mais inovador e criativo para com as atividades e aulas 208 Rivete Silva de Lima e Marluce Pereira da Silva (orgs.)
criadas para os alunos, assim como tem aberto
meus olhos para enxergar a “falsa inclusão” que tem sido ofertada aos alunos com deficiência nas escolas de modo geral (CW, relato reflexivo, maio, 2016)
O Pibid trouxe outra visão, tal visão baseada e
respaldada na prática, na vivência. E porque não falar da gramática? Essa tem outro significado para mim. [...]. Infelizmente, no nosso curso, nós não aprendemos metade do que aprendemos na prática. A teoria sempre é muito importante, mas de que vale a teoria sem a prática? Todas as iniciativas nos fizeram ótimos professores, pois quando vejo o grupo que entrou em 2014 e tenho visto o grupo que tem saído do projeto, observo que o Pibid tem guiado professores iniciantes a serem docentes em que os alunos se espelham. (MM, relato reflexivo, maio, 2016)
No que tange à acessibilidade pedagógica que envolve
estratégias metodológicas de mediação e flexibilização curricular, visando à inclusão e ao protagonismo destaca-se o uso da tecnologia, a exemplo de uma aula envolvendo uma visita virtual a um museu infantil:
A aula do museu realizada em algumas escolas
tinha como objetivo principal fazer com que os alunos expandissem seu conhecimento sobre os diferentes tipos de museus, cada qual com sua função: preservação e explicação da história. [...]. Neste sentido, atrelando à tecnologia, dentro da sala de aula contamos com uma dinamicidade de recursos que vão além do quadro e do papel. Levamos para sala de aula um museu interativo, em língua inglesa, no qual os alunos Formação de Professores: contribuições do PIBID/UFPB 209
puderam conhecer um pouco como um museu
de brinquedo é, percebendo que a função do mesmo não é “guardar coisas velhas”. (GD, relato reflexivo, maio, 2016)
No Plano de aula “Museum of Childhood”,
trouxemos para a sala de aula a possibilidade de se fazer uma viagem virtual, um game interativo, através de imagens retroprojetadas no quadro e a sensação de deslumbre estava no olhar de cada adolescente ali participante. [...], não existia divisão nem barreiras entre bolsistas e alunos estávamos construindo o conhecimento em conjunto, um momento ímpar. (MAA, relato reflexivo, maio, 2016)
Em síntese, as ações inovadoras empreendidas pelo
subprojeto abrangem, por conseguinte o campo da formação docente. A esse respeito, é evidente o desenvolvimento dos bolsistas no que tange à capacidade de observar, interpretar, avaliar e redimensionar as suas práticas de sala de aula, um tipo de conhecimento considerado inovador porque rompe com um modelo de formação docente como mera aplicação de teorias. O fragmento a seguir resume essa questão:
Acredito que o PIBID de forma geral já é um projeto
inovador à medida que possibilita a inserção de alunos da graduação na escola por um tempo mais extenso que o tempo do estágio supervisionado, o que traz contribuições infindáveis para esse professor em formação em termos de prática e construção de saberes. Isso é oportunizado tanto pela própria prática, quanto pelas reflexões a respeito da prática docente nos relatos reflexivos (AG, relato reflexivo, maio, 2016). 210 Rivete Silva de Lima e Marluce Pereira da Silva (orgs.)
4 Considerações finais
Conclui-se que o subprojeto PIBID Letras-Inglês da UFPB
atende não só aos três aspectos referentes ao currículo e ao método postulado pelo MEC - o desenvolvimento integral dos indivíduos envolvidos, a produção de conhecimento dos envolvidos tornando a instituição educativa espaço de produção de conhecimento e cultura; a sustentabilidade da experiência por meio de expansão de perspectiva e atitude diante dos temas, e o protagonismo- , mas também contempla aspectos inovadores de natureza emancipatória (VEIGA, 2003), representando uma ruptura com formas tradicionalmente conhecidas de ação pedagógica, tanto na educação básica como no ensino superior. Assim, mesmo que não tenha sido possível abarcar nesse artigo todo o espectro das ações inovadoras desenvolvidas no subprojeto, argumenta-se que a ruptura com o paradigma tradicional entrou em cena no subprojeto por meio do protagonismo, do uso de tecnologia, da proposta de educação linguística, articulando os princípios da abordagem comunicativa, da pedagogia crítica, do letramento crítico (DANTAS, 2016; FERNANDES, 2016; GOMES, 2016) e também da educação inclusiva (MAIA; PAULINO, 2015), da gestão participativa, da mediação, da atribuição de sentido às teorias estudadas nas disciplinas da grade curricular a partir da prática pedagógica vivenciada na escola acolhedora e também das parcerias firmadas com outros Programas, a exemplo do Espaço de Formação de Professores de Língua Inglesa (EFOPLI-IsF UFPB) e FUNAD, bem como das atividades de lazer e integração dos participantes. Essas práticas proporcionaram avanços Formação de Professores: contribuições do PIBID/UFPB 211
e permitiram o desenvolvimento de formas de ser/fazer diferenciadas
no campo da educação básica e da formação docente inicial. Criou- se, ao longo desses dois últimos anos, o senso de pertencimento a uma comunidade de prática por parte dos professores em formação, além da construção, desconstrução e reconstrução permanente e situada de saberes docentes, evidenciando-se a necessidade de lutar contra as medidas desestabilizadoras que pairam sobre o programa e de fortalecer as ações que contribuam para a sua permanência.
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