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Universidade Federal da Bahia

Faculdade de Direito

Componente curricular: Prática Jurídica Trabalhista

Docente: Rosangela Rodrigues Dias de Lacerda

Telefone celular: (71) 99977-0357

E-mail: rosangelardlacerda@bol.com.br

Discente: Bartira Magalhães Rodrigues

Sábado, 25 de agosto de 2018

Não houve aula.

Sábado, 1º de setembro de 2018

Aula 01

Revisão geral de Direito do Trabalho – Verbas rescisórias

Apresentação do curso

Finalidade

Habilidade para produzir peças processuais trabalhistas

Bibliografia da disciplina

Provas anteriores da OAB

Maurício Godinho Delgado

Renato Saraiva
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Mauro Schiavi – processo de conhecimento: até sentença, até recurso ordinário +

processo de execução (não é bom na parte de recurso)

Carlos Henrique Bezerra Leite – recursos (execução não!)

Vade Mecum + CLT (Saraiva, LTR, CLT organizada)

1ª Avaliação  Peso 4:

06 audiências de instrução em Vara do Trabalho (com juízes diferentes) – oitiva da(s)

parte(s) e/ou de testemunha(s) – Comércio – ata com o nome

02 audiências no MPT (com procuradores diferentes) –só não serve adiamento –

corredor da Vitória, vizinho da Doces Sonhos e próximo ao McDonald’s – de

segunda a sexta, das 9h às 14h – ata com o nome

02 sessões de turmas do TRT (turmas e datas diferentes) – prédio preto no fim de

linha de Nazaré - certidão

Prazo final: 15 de dezembro de 2018

2ª Avaliação – Peso 6

Prova

1ª chamada: 1º de dezembro de 2018

2ª chamada: 15 de dezembro de 2018 – não precisa fazer requerimento na secretaria

Peça

Petição inicial

Contestação

Recurso Ordinário

Não haverá aula nos dias 08 e 15 de setembro


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Zero faltas: 1,0 (um) ponto extra na 2ª avaliação

Revisão geral de Direito do Trabalho

Verbas rescisórias

Pagas na rescisão contratual, ou seja, na extinção do vínculo.

Modelo da despedida sem justa causa (SJC)

Modelo mais comum, é o que fornece ao empregado o maior número

Despedida sem justa causa

Despedida por justa causa

Despedida indireta (justa causa dada pelo empregador -art. 483 da CLT)

Morte do empregado

Vínculo empregatício – intuito personae quanto ao empregado, não quanto ao

empregador

Elementos do vínculo empregatício:

Não eventualidade ou permanência

Subordinação

Onerosidade

Pessoalidade (intuito personae com relação ao empregado) – somente aquela pessoa

pode executar o serviço

Trabalhador autônomo recebe honorários, não verba trabalhista, não salário (também

não se fala em férias)

São nove verbas rescisórias referentes ao modelo da despedida sem justa causa (SJC)

Data de admissão/ingresso: 29/01/2015 (dia em que o empregado efetivamente

começa a trabalhar)

Data de extinção: 13/08/2018 (último dia em que o empregado efetivamente

trabalhou)

Salário: R$1.200,00
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Não há necessidade de fazer cálculos. O único cálculo é o do aviso prévio.

A petição inicial precisa ser líquida.

Cálculos conforme planilha em anexo

1. Saldo de salário

Conceito: número de dias efetivamente trabalhados no mês da rescisão contratual,

que não foram contemplados no salário do mês anterior

Até o 5º dia útil do mês subsequente ao vencido

OBS.: O saldo de salário nunca é arredondado, ele sempre corresponde aos dias

efetivamente trabalhados

Saldo de salário = 13 dias

Salário/30 (dias) = valor do dia de trabalho × dias trabalhados

2. Aviso prévio proporcional indenizado

Aviso prévio indenizado ou trabalhado

Aviso prévio existe para os contratos por prazo determinado

Se houver uma despedida sem justa causa, o empregador é quem dá o aviso prévio

Se o empregado pedir demissão, ele é quem dá o aviso prévio

Quem define se o aviso prévio vai ser indenizado ou trabalhado é quem dá o aviso

prévio.

A partir da lei nº 12.506 de 2011, o aviso prévio se tornou proporcional. Antes, o aviso

prévio era invariavelmente de 30 (trinta) dias.

3 dias a mais por cada ano de tempo de serviço

Nota técnica nº 184 de 2012 do Ministério do Trabalho e Emprego: 30 + 3x, sendo x o

número de anos de tempo de serviço do empregado.

Entendimento legal: somente serão computados os anos completos.

Entendimento jurisprudencial: fração igual ou superior a seis meses é computada

como um ano. Aproximação em favor do empregado.


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PARA A PROVA, SERÁ ADOTADO O ENTENDIMENTO LEGAL, OU SEJA,

SOMENTE SERÃO COMPUTADOS OS ANOS COMPLETOS, DESPREZADAS AS

FRAÇÕES.

O aviso prévio somente vale quando o empregado dá um “recebido” nele

Declaração receptiva de vontade

Somente passa a valer a partir do recebimento

Se o empregado se recusar a assinar o aviso prévio, o empregador deve chamar duas

testemunhas para atestar o recebimento.

O aviso prévio só pode ser provado por prova documental, não pode ser provado

por prova testemunhal. Somente a confissão real do recebimento do aviso prévio

durante a audiência de instrução pode suprir a falta da prova documental.

Aviso prévio trabalhado pode ser cumprido de duas maneiras (à escolha do

trabalhador): redução da carga horária diária por duas horas durante o aviso prévio

ou folga compensatória nos últimos dias do aviso prévio

Dia de extinção do vínculo: último dia do aviso prévio trabalhado

O aviso prévio indenizado projeta a data de despedida para frente, para o futuro

O saldo de salário não sofre a interferência da data projetada do aviso prévio

indenizado.

Data projetada: 21 de setembro de 2018

Salário (R$1.200,00)/30 dias = valor do dia trabalhado (R$40,00) × 39 dias (aviso

prévio proporcional) = R$1.560,00

3. Décimo terceiro proporcional

Décimo terceiro ao longo do vínculo


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A lei determina que ele seja pago em duas parcelas. A primeira parcela deve ser paga

entre 1º de fevereiro e 30 de novembro de cada ano. A segunda parcela deve ser paga

no dia 20 de dezembro. Não pode ser parcelado em mais de duas vezes. Pode ser

pago em uma parcela só, desde que antes de 30 de novembro. Os empregados não

precisam ser pagos todos na mesma data. O empregador pode estabelecer um

escalonamento desse pagamento por critérios objetivos (ordem alfabética, data de

aniversário, setor da empresa).

Arts. 611-A e 611-B da CLT

O décimo terceiro proporcional corresponderá ao número de meses trabalhados, no

ano da rescisão contratual (independentemente a data de admissão/ingresso),

considerando a data projetada do aviso prévio indenizado, se houver, aproximando-

se para um mês completo toda fração igual ou superior a 15 (quinze) dias.

Recibo de salário ou contracheque

O recibo de salário precisa ser assinado pelo empregado

O contracheque não precisa ser assinado pelo empregado, pois o comprovante da

transferência para a conta bancária informada pelo empregado já serve como recibo.

RECIBO DE SALÁRIO

Identificação do empregado mês/ano

Crédito

Salário-base

Adicional de periculosidade

Grat. Função

A. T. S. (10%)

Descontos

Descontos legais. Ex.: Tributos, como o INSS, o IR e o vale-transporte


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Descontos contratuais. Ex.: Empréstimo, plano de saúde, sindicato

Descontos judiciais. Ex.: Pensão

Valor do salário líquido, data e assinatura

Todo trabalhador precisa receber salário-base, exceto comissionário

Adicional de insalubridade: 10%, 20% ou 40% do salário para os riscos de grau

mínimo, médio ou máximo

Adicional de periculosidade: 30% do salário-base

Não podem ser cumulados!

O empregador não pode dar vale-transporte, vale-refeição, vale-alimentação etc. em

dinheiro.

Sábado, 08 de setembro de 2018

Sábado, 15 de setembro de 2018

Sábado, 22 de setembro de 2018

Aula 02

REVISÃO GERAL DE DIREITO DO TRABALHO – VERBAS RESCISÓRIAS

Vínculo de 29 de janeiro de 2015 a 13 de agosto de 2018

Extinção por despedida sem justa causa

Não haverá aula no dia 06 de outubro


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O 13º é calculado com o número de meses que a pessoa trabalhou no ano da

despedida. As férias, por sua vez, devem ser calculadas de acordo com a data de

nascimento/aniversário do vínculo. Cada trabalhador vai ter o seu período de férias,

portanto. Não será o mesmo para todos os trabalhadores.

Período aquisitivo: de 29 de janeiro de 2015 a 28 de janeiro de 2016 (Férias 2015/2016)

Período concessivo: de 29 de janeiro de 2016 a 28 de janeiro de 2017

Todo período concessivo é também, ao mesmo tempo, período aquisitivo. É o

período de 12 meses que o empregador tem para conceder as férias. Quem tem a

prerrogativa de marcar as férias é o empregador, pois ele é que terá de se organizar

para lidar com a ausência daquele trabalhador. A consequência jurídica da não

concessão das férias é o pagamento em dobro (indenização) das férias não

concedidas.

Não existe gozo de férias em dobro (60 dias). O gozo de férias é sempre simples, de

até, no máximo 30 dias. Se houver faltas justificadas, elas são descontadas do período

de férias.

O empregador ou paga as férias em gozo ou em dinheiro.

Poder diretivo do empregador

O trabalhador pode vender suas férias até o limite legal (não confundir com a não

concessão das férias no período concessivo pelo empregador). Contrato de emprego

= autonomia de vontade reduzida do empregado pela subordinação jurídica.

Princípio da autonomia da vontade mitigado ou extirpado nesses casos.

Acordo coletivo: entre um sindicato e uma empresa ou um conjunto de empresas

individualmente consideradas

Convenção coletivo: dois entes sindicais, um representando a categoria dos

trabalhadores e outro representando a categoria patronal

Sentença normativa: dada por um Tribunal do Trabalho

Somente na categoria dos hiperssuficientes (aqueles que percebem remuneração

cinco vezes superior ao teto do regime geral da previdência social e ensino superior),

o negociado individualmente prevalece sobre o legislado.


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Férias + 1/3 vencidas

4. Férias + 1/3 vencidas

São aquelas férias cujo período aquisitivo foi completado durante a vigência do

vínculo, o empregador não as concedeu, mas cujo período concessivo não foi violado,

de sorte que devem ser indenizadas como verbas rescisórias.

5. Férias + 1/3 proporcionais

São aquelas férias cujo período aquisitivo não foi completado durante a vigência do

vínculo.

De 29 de janeiro de 2018 a 21 de setembro de 2018: 7 meses completos e 23 dias.

Como 23 dias é fração maior ou igual a 15 dias, considera-se o mês por completo, por

inteiro. Logo, as férias proporcionais serão de 8/12 (oito doze avos).

Para o cálculo do saldo de salário, é diferente: considera-se o efetivo número de dias

trabalhados.

Férias em dobro = tudo em dobro, inclusive o 1/3

(R$1.200 + 1/3) × 8/12

(R$1200 + R$400) × 8/12

R$1.600 × 8/12

R$1.066,67

48 horas antes do início das férias, a sua remuneração deverá ser paga.

EX.:

1º de agosto de 2018 – remuneração referente ao mês de julho – R$1.200

03 de agosto de 2018 – férias + 1/3 – R$1.600

05 de agosto a 4 de setembro: período do gozo das férias

1º de setembro de 2018 – não recebe a remuneração

1º de outubro de 2018 - remuneração referente ao mês de setembro – R$1.200


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6. FGTS + 40%

1943 – CLT

De 1943 a 1967, o art. 477 da CLT estabelecia a estabilidade decenal

Quando os trabalhadores completavam 10 anos na mesma empresa (a jurisprudência

reconhecia com 9 anos), o trabalhador adquiria a estabilidade decenal. O empregador

somente poderia dispensá-lo validamente mediante o cumprimento de dois

requisitos: material: cometimento de falta grave pelo trabalhador (hipóteses previstas

no art.

formal: mediante o ajuizamento do inquérito judicial para a apuração de falta grave

(ação)

Se o empregador não cumprisse tais requisitos, ele teria de indenizar em dobro, o

que sairia muito caro. A estabilidade decenal era considerada uma forma de

engessamento.

1967 a 1988 – criação do FGTS, regime “facultativo”

O trabalhador deveria escolher entre o FGTS e a estabilidade decenal. Mas nunca foi

uma opção de verdade para o trabalhador, pois

1988 até hoje – FGTS como o único regime possível, obrigatório

Somente por direito adquirido restou a estabilidade decenal.

O FGTS foi uma forma de flexibilização das normas trabalhistas, imposição do Fundo

Monetário Internacional para a Junta Militar que comandava o país. Exigência.

Possibilidade de o empregador dispensar o trabalhador sem especificar o motivo,

somente ficando sujeito a uma multa, muito inferior à indenização do regime da

estabilidade decenal.

Depósito mensal equivalente a 8% de todas as remunerações do empregado pelo

empregador

Multa de 40% ao empregado na despedida sem justa causa


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A Caixa Econômica Federal administra o FGTS em contas individualizadas por CPF e

por vínculo.

A multa de 40% incide sobre todos os depósitos mensais efetuados ou que deveriam

ter sido efetuados.

A multa para o trabalhador sempre será de 40%, mas certa lei estabeleceu que o

empregador deveria depositar 50%, devendo os 10% ficarem com a Caixa Econômica

Federal, que administra as contas do FGTS.

NA PETIÇÃO, DEVE SER PEDIDO FGTS + 40%. Os 10% devem ser buscados pelos

advogados da CEF.

Natureza jurídica do FGTS: para o empregador, é encargo social, ou seja, é tributo.

Para o trabalhador, é poupança forçada.

FGTS: conta especial

Motivos expressamente previstos em lei para o saque no FGTS: despedida sem justa

causa, aquisição da casa própria, tratamento de doença grave, inatividade da conta

(ausência de depósito mensal) por período de três anos

Art. 20 da lei nº 8.036 de 11 de maio de 1990

Aposentadoria não é por si só uma causa para o saque do FGTS

A aposentadoria não necessariamente extingue o vínculo empregatício

Medida provisória editada pelo governo Temer (eficácia de lei ordinária): Medida

Provisória nº 763, de 2016

Valor bruto do salário


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O FGTS não é descontado do salário do trabalhador.

NA PETIÇÃO INICIAL DEVE SER PEDIDO O VALOR REFERENTE AO FGTS QUE

NÃO TIVER SIDO DEPOSITADO PELO EMPREGADOR + 40% (VALOR

REFERENTE À MULTA INCIDENTE SOBRE OS VALORES QUE DEVERIAM TER

SIDO DEPOSITADOS)

FGTS: 3% ao ano

Poupança: 6% ao ano

Spread bancário: diferença do valor cobrado a título de juros e do valor pago ao

investidor a título de rendimento

O seguro-desemprego é um benefício pago pelo governo federal com o propósito de

garantir um meio de subsistência àqueles em situação de desemprego involuntário (3

a 5 parcelas)

FAT – Fundo de Amparo ao Trabalhador

Previsto na lei nº 7998/1990

A partir da Reforma Trabalhista, o empregador passar a ter duas obrigações (art. 477

da CLT):

Registro do contrato na CTPS (data de entrada, data de saída) – dar baixa na carteira

= registrar

Comunicar a dispensa aos órgãos competentes:

CAGED

Caixa Econômica Federal

ou
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eSocial (substitui a necessidade de comunicação por meio dos sistemas do CAGED e

da Caixa Econômica Federal; obrigatório apenas pelo empregador doméstico)

Se não o fizer, terá de pagar indenização substitutiva do seguro-desemprego

7. Indenização substitutiva do seguro-desemprego

8. Aplicação do art. 467 da CLT

O reclamado pode:

1. controverter as verbas rescisórias

2. pagar as verbas rescisórias incontroversas

Se não fizer nem uma nem outra, o pagamento das verbas incontroversas deverá ser

efetuado com 50% de acréscimo.

9. Multa do art. 477, § 8º da CLT

Prazo de 10 dias corridos contados da data de saída, do último dia de trabalho

efetivo (sem considerar o aviso prévio indenizado) para o pagamento das verbas

rescisórias

Multa equivalente a um salário mensal em favor do empregado

“Os pedidos acima elencados, encontram-se liquidados na tabela de cálculos em

anexo.”

DESPEDIDA COM JUSTA CAUSA

Saldo de salário 

Saldo de salário é sempre devido

Aviso prévio proporcional indenizado 


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Décimo terceiro proporcional 

Férias + 1/3 vencidas 

Férias + 1/3 proporcionais 

FGTS

Não terá direito a sacar, mas pode ser pedido o valor não depositado pelo

empregador.

Multa de 40% 

Indenização substitutiva do seguro-desemprego 

O trabalhador não terá direito ao seguro-desemprego por não se tratar de situação de

desemprego involuntário.

Haverá a aplicação do art. 467 da CLT

Haverá a multa do art. 477, § 8º da CLT

PEDIDO DE DEMISSÃO PELO EMPREGADO

O empregado que paga o aviso prévio indenizado

COMUM ACORDO ENTRE O EMPREGADOR E O EMPREGADO

Saldo de salário 

Aviso prévio proporcional indenizado

Tem direito pela metade

Décimo terceiro proporcional 

Férias + 1/3 vencidas 


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Férias + 1/3 proporcionais 

FGTS

O trabalhador terá direito a sacar 80%

Multa de 40%

A multa será devida pela metade, ou seja, incidirá multa de 20%

RESCISÃO INDIRETA é a rescisão decorrente de falta grave cometida pelo

empregador (art. 483 da CLT – rol exaustivo, numerus clausus)

Art. 482 da CLT – hipóteses de falta grave cometida pelo empregado, rol exaustivo,

numerus clausus

GARANTIAS DE EMPREGO ou ESTABILIDADES PROVISÓRIAS

O entendimento majoritário é a de que a despedida é um ato arbitrário, é um direito

potestativo do empregador. Existem hipóteses legais, contratuais ou normativas que

restringem tal

Lei, norma coletiva ou contrato individual de emprego

Períodos de garantia de emprego em que o empregado somente pode ser despedido

por cometimento de falta grave, sob pena de pagamento de indenização substitutiva

do período de estabilidade.

As quatro mais comuns garantias de emprego

1. Dirigente sindical

Fontes normativas: Art. 8º, VIII da CF/88

Art. 543 da CLT

Súmulas 369 e 379 do TST

Período estabilitário: do registro da candidatura até 1 (um) ano após o término de seu

mandato. O período do mandato é definido no estatuto do sindicato.

Requisitos para a despedida (Arts. 494 e 543, § 3º da CLT e súmula nº 379 do TST)

Requisito material: cometimento de falta grave


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Requisito formal: ajuizamento de inquérito judicial para a apuração de cometimento

de falta grave

Um empregado pode ser eleito para cargo de direção, administração sindical,

representação sindical ou representação profissional de sindicato patronal. Nesse

caso, ainda assim terá direito à estabilidade. Ressalte-se, no entanto, que o sujeito

deve ser empregado. É comum que empregados de altos cargos sejam eleitos como

dirigentes e representantes de sindicatos patronais. Além disso, os vínculos de sócio

e de empregado não são incompatíveis.

Delegado sindical não é eleito, ele é nomeado, de modo que não tem direito à

estabilidade.

Somente 7 (sete) dirigentes sindicais e seus suplentes têm direito à estabilidade, à

garantia de emprego (art. 522 da CF/88). Restrição jurisprudencial (Inciso II da

súmula nº 369 do TST).

O registro da candidatura durante o aviso prévio não dá direito à estabilidade (Inciso

V da súmula nº 369 do TST).

Se a mulher engravidar durante o aviso prévio, ainda que indenizado, ela ganha

direito à estabilidade.

A categoria profissional

Principal atividade econômica do empregador: a mais ativa economicamente, ou seja,

a que mobiliza mais recursos financeiros, a que dá mais lucro

Quadro de Atividades e Profissões (a que se refere o art. 577 da CLT)

Inciso III da súmula 369 do TST

A cada categoria econômica (corresponde à atividade econômica exercida pelo

empregador, pelo patrão) corresponde uma categoria profissional (empregados

daquele empregador no exercício daquela atividade econômica).

Contudo, existe a denominada categoria profissional diferenciada. Trata-se de

profissões discriminadas pela lei (geralmente trabalhadores autônomos como

advogados, motoristas, aeronautas etc.).


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29 de setembro de 2018

Aula 03

Revisão geral de Direito do Trabalho

Garantias de emprego ou estabilidades provisórias

1. Dirigente sindical [...]

2. Cipista (membro da CIPA – Comissão Interna de Previsão de Acidentes)

A CIPA é composta paritariamente por representantes eleitos pelos seus pares, pelos

demais trabalhadores e representantes nomeados pelo empregador. Somente os

representantes eleitos terão direito à estabilidade provisória. Desde o registro da

candidatura até 1 (um) ano após o fim do mandato. Mandato de 1 (um) ano. Quando

a empresa precisa constituir CIPA? Depende da atividade exercida pela empresa e de

quantos empregados trabalham na empresa. Promover treinamentos, fazer com que

os empregadores adotem equipamentos de proteção coletiva e individual. É

considerada a garantia mais frágil, mais flexível de todas, pois o art. 165 da CLT

prevê outras possibilidades além da falta grave para a despedida válida do

empregado.

*Art. 10, II, a do ADCT

* Art. 165 da CLT

*Norma Regulamentadora nº 05 do MTE (ato administrativo normativo editado pelo

Ministério do Trabalho e Emprego)

3. Gestante
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Desde a confirmação da gravidez até 5 (cinco) meses após o parto. Para a despedida

válida, deve haver o cometimento de falta grave pela empregada gestante.

O que é confirmação da gravidez? A jurisprudência chegou ao entendimento de que

é a data de concepção que consta na ultrassonografia (gestação de “x” semanas).

Garantia de emprego objetiva que visa a proteção do nascituro.

A gestante que deixar transcorrer o período (5 meses após o parto), não poderá pedir

a reintegração, pois o período estabilitário já teria passado, mas ainda pode pedir a

indenização correspondente ao período estabilitário corrigido.

Quando a despedida ocorre durante o período gestacional e é uma despedida

discriminatória, pode haver a aplicação do art. 4º da lei nº 9.029/95, podendo o

empregado exigir, além da indenização por danos morais, a reintegração com o

pagamento retroativo corrigido ou o pagamento em dobro do período estabilitário

(vale para outros casos de despedida discriminatória, como racismo, homofobia etc.,

ainda que não haja período estabilitário – o período para a indenização em dobro

será o período de afastamento, contado da data de dispensa até a publicação da

sentença de primeiro grau)

1ª corrente: até a data de protocolo da petição inicial, mas não há certificação judicial

de que houve realmente uma despedida discriminatória, há apenas uma alegação.

2ª corrente: trânsito em julgado. Período de tempo muito longo.

Licença-maternidade: afastamento (120 dias – se for Empresa Cidadã ou serviço

público, 6 meses)

Salário-maternidade: valor, benefício previdenciário (se estende à adotante)

Adotante também tem a garantia de emprego (§ 1º do art. 391-A da CLT)

A empregada doméstica até 2011 não tinha direito a tal garantia de emprego.

Se a empregada engravidar durante o aviso prévio seja ele indenizado ou trabalhado,

terá direito à garantia de emprego, ao contrário do dirigente sindical e do cipista,

cujo registro da candidatura feito durante o aviso prévio não garante a estabilidade

provisória.
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Se houver contrato por prazo determinado (contrato de experiência, por exemplo) e a

empregada engravidar, a gestante adquire direito à estabilidade.

Não é necessário que o empregador (nem que a empregada) tenha ciência da

gravidez para que ela tenha direito à estabilidade provisória.

Se houver aborto (ex.: natimorto), a estabilidade provisória cessa. Se for parto

antecipado (prematuro), ainda que o bebê morra logo após o parto, prevalecerá a

garantia do emprego por ainda 5 (cinco) meses após o parto.

*Art. 10, II, b do ADCT

*Art. 391-A da CLT

*Súmula nº 244 do TST

4. Acidentado

*Art. 118 da lei nº 8.213/91

*Súmula nº 378 do TST

A doença ocupacional é equiparada para todos os efeitos ao acidente de trabalho.

Licença médica do trabalhador por 15 (quinze) dias pago pelo empregador. Depois,

benefício concedido pelo INSS. Doença comum (auxílio-doença previdenciário –

B31). Doença ocupacional (auxílio-doença acidentário – B91). Os dois benefícios têm

o mesmo valor. Porém enquanto o auxílio-doença previdenciário tem período de

carência de 12 (doze) meses, o auxílio-doença acidentário não tem qualquer período

de carência. O trabalhador que recebeu auxílio-doença acidentário terá direito à

estabilidade provisória até no mínimo 12 (doze) meses contados da data de retorno

ao trabalho.

Exemplos de doenças ocupacionais: asbestose (quem trabalha com amianto),

benzenismo (comum em frentistas) etc.

Art. 86 da lei nº 8.213/91

Auxílio-acidente: somente em caso de sequela que perdure no tempo. Um dos únicos

benefícios que podem ser recebidos conjuntamente com o salário.


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O empregado que for acometido por doença ocupacional que causar sequela que

impacte na capacidade de exercer a função habitual, deve ser readaptado, passando

para outra função, sem contudo ter seu salário reduzido.

Princípio da irredutibilidade salarial

Art. 461 da CLT, §4º ou 5º: não pode servir como paradigma para equiparação salário

A lei exige do empregador que realize em seus empregados exames médicos

admissionais e demissionais, além de periódicos (anuais).

Mesmo que se trate de contrato temporário, por tempo determinado, o empregado

acidentado terá direito à garantia de emprego.

Prescrição trabalhista

1. Bienal ou total

A prescrição bienal é computada dois anos para frente a partir da data de extinção do

vínculo, considerando a data projetada do aviso prévio indenizado, se houver.

2. Quinquenal

A prescrição quinquenal é computada cinco anos para trás a partir da data de

protocolo da petição inicial.

O CPC, em seu art. 219, § 5º admite a possibilidade de o juiz reconhecer de ofício a

prescrição. Contudo, os tribunais trabalhistas de maneira geral resistem à aplicação

do referido dispositivo ao Direito do Trabalho, em observância ao princípio jurídico-

trabalhista da proteção ao hipossuficiente.

Prescrição trabalhista (cont.)


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1. Regra geral: bienal e quinquenal – art. 11, caput, CLT

2. Art. 11, § 1º da CLT

3. Art. 11, § 2º da CLT

4. Art. 11, § 3º da CLT

Ações meramente declaratórias, constitutivas (criam, modificam ou extinguem

relações jurídicas) e condenatórias (obrigações de fazer, de não fazer ou de dar)

Multa (astreintes)

Ações meramente declaratórias (ex.: declaração de vínculo empregatício para fins de

aposentadoria) são imprescritíveis.

Art. 11, § 2º - alteração ou descumprimento do pactuado

A alteração do pactuado deve ser feita de comum acordo (contar com a anuência de

ambas as partes, mútuo consentimento) e jamais podem ser prejudiciais ao

empregado (art. 468 da CLT)

A prescrição a ser aplicada nesse caso vai depender da verba alterada ou suprimida.

Se a verba estiver assegurada por lei (em sentido estrito, ato emanado do poder

legislativo), a prescrição vai ser parcial, ou seja, quinquenal (cômputo idêntico ao da

regra geral)

Se a verba não estiver assegurada por lei, a prescrição nesse caso é total, ou seja,

bienal (não a partir da data da extinção do vínculo, mas a partir da data da alteração

ou do descumprimento do pactuado em desconformidade com o art. 468 da CLT)

Pagamento de plano de saúde: não incorpora ao salário, verba de natureza sempre

indenizatória. O plano de saúde não é uma verba assegurada por lei. Não há nenhum

dispositivo legal que obrigue o empregador a conceder plano de saúde ao

trabalhador. Logo, a prescrição dessa verba é total ou bienal.


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Refere-se às alterações do pactuado, em alterações no âmbito do contrato individual.

Não se refere às modificações oriundas das normas coletivas.

Art. 11, § 3º - interrupção da prescrição pelo ajuizamento de ação trabalhista (mesmo

que junto a juízo incompetente e mesmo que extinta sem julgamento de mérito,

produzindo coisa julgada formal)

Interrupção: o prazo volta a correr em sua integralidade (do zero).

NÃO CONFUNDIR INTERRUPÇÃO DA PRESCRIÇÃO COM INTERRUPÇÃO DO

CONTRATO DE TRABALHO

Suspensão do contrato de trabalho: empregado não trabalha, mas recebe salário do

empregador (licença médica, p. ex.)

Interrupção do contrato de trabalho: empregado não trabalha e empregador não

paga salário (auxílio-doença previdenciário ou acidentário)

O Código Civil admite a interrupção da prescrição por uma única vez.

Causas relacionadas a acidentes de trabalho têm uma especificidade no que tange à

prescrição. A doença ocupacional se equipara ao acidente de trabalho para todos os

fins legais. De uma doença ocupacional ou de um acidente de trabalho, podem ser

extraídas consequências de diversas naturezas.

Consequências previdenciárias: auxílio-doença acidentário, aposentadoria por

invalidez, auxílio-acidente

Consequências trabalhistas: garantia de emprego (submetida ao art. 118 da lei nº

8.613), indenização por danos morais e/ou materiais (a cargo do empregador) em

caso de dolo ou culpa do empregador (mediante responsabilidade subjetiva,

culpabilidade por parte do empregador) – art. 7º, XXVIII da CF/88

Competência da Justiça do Trabalho no caso


23

Competência da justiça comum estadual no caso de ações referentes aos benefícios

previdenciários devidos em razão de acidente do trabalho ou de doença ocupacional

(exceção estabelecida pela CRFB em seu art. 7º, XXVIII)

O parágrafo único do art. 927 do Código Civil estabelece a possibilidade de

responsabilização objetiva do empregador em caso de atividade-risco. Princípio da

aplicação da norma mais favorável afasta a aplicação do art. 7º, XXVIII da CF/88.

JORNADA DE TRABALHO

1. Alterações no conceito de jornada de trabalho – art. 4º, § 2º da CLT

Tempo efetivamente utilizado para + tempo à disposição do empregador

Reforma trabalhista estabeleceu diversas exceções

Art. 4º, § 2º da CLT (rol meramente exemplificativo)

2. Cálculo do valor da hora extra

Pega-se a remuneração do empregado, divide-se pelo divisor (220, caso a jornada

semanal seja de 44 horas, o que é o comum), obtendo-se o valor da hora normal. O

valor da hora extra é obtido multiplicando-se o valor da hora normal por 1,5. Depois,

basta multiplicar o número de horas extras trabalhadas pelo valor da hora extra para

se obter o valor monetário devido pelo empregador ao empregado.

O art. 64 da CLT estabelecia que o divisor das horas extras seria obtido por meio da

multiplicação das horas diárias (8) vezes o número de dias do mês (30) = 240

48 horas semanais, divisor =240

Com o advento da CRFB/88, a jornada semanal passou a ser de 44 horas. Assim, faz-

se a regra de três, obtendo-se:

44 horas semanais, divisor = 220

OBS.: O número de horas extras pode ser decimal. 0,2 hora = 12 minutos. 0,5 hora =

30 minutos.
24

Atenção! Dia 20/10 não haverá aula pela manhã. Dia 03/11 não haverá aula pela tarde.

06 de outubro não haverá aula

13 de outubro haverá aula!

06 de outubro de 2018

Não houve aula.

13 de outubro de 2018

Aula 04

Revisão geral de Direito do Trabalho – Final

6. Jornada

6.1. Conceito – art. 4º, §2º da CLT

A reforma trabalhista promoveu diversas alterações.

Jornada não era apenas o tipo de efetivo trabalho, mas o tempo total em que o

trabalhador estava a disposição do empregador. Contudo, essa definição foi

modificada pela reforma trabalhista.

6.2. Cálculo

Remuneração do empregado dividido por 220 = valor em reais da hora normal de

trabalho

Hora extra (mais cara que a hora normal de trabalho) = hora normal vezes 1,5 (regra

geral de adicional de 50%)


25

O valor da hora é fixo, porém a quantidade de horas extras trabalhadas varia de

acordo com o mês. É diferente da gratificação de função, que é um valor fixo. O valor

unitário da hora extra é fixo, porém a soma das horas extras vai depender da

quantidade de horas extras trabalhadas naquele período.

Trabalho realizado em feriados não compensado deve ser pago em dobro. Lei nº

605/1949. Remuneração mensal do trabalhador dividido por 30 (número de dias no

mês) = valor do dia de trabalho. Multiplica-se o valor obtido por dois. Acordo ou

convenção coletiva pode estabelecer regra distinta, devendo o trabalhador receber

hora extra com adicional de 100%.

EXEMPLOS:

A) Conforme a lei nº 605/1949

Remuneração mensal do trabalhador: R$1.200

Dia de trabalho: R$40,00

6.3. Ônus de prova

*Súmula nº 338 do TST

*Art. 12 da Lei Complementar 150/2015

O ônus de prova dos fatos constitutivos incumbe ao autor

O ônus de prova dos fatos impeditivos, modificativos e extintivos incumbe ao réu

O ônus de prova incumbe ao reclamante, porém há uma peculiaridade no processo

Art. 74, §2º da CLT – nas empresas com mais de 10 empregados, o empregador é

obrigado a fazer registro de jornada (pode ser manual, mecânico ou eletrônico).

Entendimento da jurisprudência excepcionando a regra geral. Se o estabelecimento

tiver mais de 10 empregados e o empregador injustificadamente não apresentar o

registro de jornada, há uma inversão do ônus da prova, passando a se considerar


26

como verdadeira até que se prove o contrário (presunção relativa de veracidade) a

jornada de trabalho alegada pelo empregado na inicial.

Essa regra não se aplica aos empregados domésticos, sendo obrigatório o registro de

jornada independentemente do número de empregados.

Quando o registro é mecânico ou eletrônico, não há maiores controvérsias.

Se o trabalhador alegar que trabalhava além da jornada registrada ou que havia

alguma irregularidade no registro do ponto, cabe a ele provar essa alegação.

Quando se trata de registro manual,

Art. 74, §2º da CLT – o intervalo intrajornada deve ser pré-assinalado, horário

uniforme

A CLT estabelece essa regra para evitar que o empregado passe o tempo que deveria

utilizado para descanso

Registro de ponto com horário britânico, uniforme, invariável não tem valor jurídico

algum. É o mesmo que não ter registro algum.

O ônus de prova quanto ao intervalo intrajornada suprimido é sempre do reclamante

(trabalhador).

6.4. Intervalo intrajornada

*Superação da Súmula nº 437 do TST

*Art. 71, §4º da CLT

*Art. 611-A, III da CLT

Até 4 horas: nada

Entre 4 e 6 horas: 15 minutos

Acima de 6 horas: 1 (uma) hora, ou seja, 60 (sessenta) minutos

A parte suprimida do intervalo será paga como se hora extra fosse. Cálculos

independentes: horas extras decorrentes da sobrejornada e horas extras decorrentes

da supressão do intervalo intrajornada


27

EXEMPLOS

A) Jornada de 7h às 20h, com 30 minutos de intervalo

4 horas e meia extras decorrentes da sobrejornada

Meia hora extra decorrente da supressão de intervalo intrajornada

B) Jornada de 8h às 19h, com 1 hora de intervalo

2 horas extras decorrentes da sobrejornada

0 horas extras decorrentes da supressão de intervalo intrajornada

C) Jornada das 8h às 16h30, com 30 (trinta) minutos de intervalo

0 horas extras decorrentes da sobrejornada

Meia hora extra decorrente da supressão de intervalo intrajornada

Mediante norma coletiva (acordo, convenção ou sentença normativa), o intervalo de 1

(uma) hora pode ser reduzido para 30 (trinta) minutos.

Art. 71, §4º da CLT tornou superada a súmula 437 do TST

A súmula 437 do TST estabelecia que o intervalo reduzido deveria ser indenizado em

sua integralidade. O art. 71, §4º

6.5. Incorporação ao salário

6.5.1. Quando decorrentes da sobrejornada

6.5.2. Quando decorrentes da supressão do intervalo intrajornada

As horas extras decorrentes da supressão do intervalo intrajornada nunca serão

incorporadas ao salário.
28

Estabilidade financeira em relação à gratificação de função (acabou com a Reforma

Trabalhista)

Princípio da força atrativa do salário: todas as verbas trabalhistas pagas com

habitualidade (prêmio, bonificação, gratificação etc.) por tempo juridicamente

relevante,

Remuneração > salário (núcleo)

Com a Reforma Trabalhista, isso acabou. Art. 457 da CLT.

As horas extras, quando decorrentes da sobrejornada, incorporam-se ao salário para

efeito de pagamento das seguintes verbas trabalhistas:

a) aviso prévio proporcional indenizado;

b) décimos terceiros salários integrais (são pagos ao longo do vínculo) e proporcional

(são pagos a título de verba rescisória);

c) férias

d) FGTS + 40%;

e) repouso semanal remunerado.

A incorporação das alíneas a, b e c ocorrerá se as horas extras forem habituais. A

incorporação das alíneas d e e independe da habitualidade.

Incorporação = reflexo = repercussão

NÃO DEIXAR DE PEDIR OS REFLEXOS

Habitualidade

6.6. Jornada de 12x36h

*Art. 59-A da CLT


29

Não gera o direito a horas extras. Jornada comum para profissionais de saúde:

médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem. Também vigilantes.

O trabalhador sempre trabalha no mesmo horário, ou no período/turno diurno

(normalmente entre 7h e 19h) ou no período/turno noturno (normalmente entre 19h e

7h). O trabalhador trabalha dia sim, dia não. Turno ininterrupto de revezamento (até

6 horas, até 8 horas se assim estabelecido por norma coletiva).

A jornada 12x36 não gera hora extra, pois em certas semanas o trabalhador trabalha

48 horas e em outras semanas trabalha 36 horas, alternadamente. Assim, ao fim do

mês, no fim das contas, não há horas extras.

Alteração trazida pela Reforma Trabalhista: possibilidade da jornada de 12 por 36 ser

estabelecida por contrato individual escrito (art. 59-A da CLT), além da possibilidade

já anteriormente existente de isso ser estabelecido por norma coletiva.

A CLT não permite que os trabalhadores pleiteiem o cumprimento das normas

regulamentadoras do Ministério do Trabalho e Emprego (ato administrativo

normativo contendo normas gerais e abstratas) num ... individual.

Intervalo interjornada de, no mínimo, 11 (onze) horas

7. Terceirização irrestrita

*Arts. 4º e 5º da Lei 6.019/74

A terceirização foi bastante modificada pela Reforma Trabalhista

Súmula estabelecia consequência distintas conforme se referia à atividade-meio ou à

atividade-fim.

Empresa tomadora de serviços, empresa prestadora de serviços (terceirizada) e

pessoa física (empregado terceirizado). O vínculo entre a empresa prestadora de

serviços e a pessoa física é um contrato de emprego. Entre as duas empresas, há um


30

contrato civil de prestação de serviços. A empresa prestadora de serviços responderá

pelos débitos trabalhistas de maneira principal, enquanto a empresa tomadora de

serviços responderá subsidiariamente.

Revisão de Direito Processual do Trabalho

1. Organização judiciária do trabalho

Órgão de cúpula do Poder Judiciário e tribunal constitucional: STF

Tribunais superiores: STJ, STM, TSE e TST – Tribunal Superior do Trabalho

(localizados em Brasília)

STJ – hierarquicamente superior aos Tribunais de Justiça (todos os estados têm) e aos

Tribunais Regionais Federais (são apenas 5)

A primeira instância da justiça comum estadual são os Juízes de Direito

O STM não funciona como terceira instância, pois abaixo dele só há os Conselhos de

Justiça Militar, não havendo órgão intermediário. O STM somente julga os crimes

próprios militares referentes às Forças Armadas (exército, marinha e aeronáutica).

Policiais militares são julgados pela Justiça Comum.

Conselhos de Justiça Militar são compostos

2ª instância: Tribunais Regionais Eleitorais

1ª instância: Juízes Eleitorais + juntas eleitorais

A Justiça Eleitoral toma emprestado os juízes de outros ramos.

As juntas eleitorais se constituem 60 (sessenta) dias antes das eleições e se dissolvem

assim que apurada a votação. As juntas eleitorais tinham como função a apuração

dos votos quando era escrito, perdendo a sua importância após o advento da votação

eletrônico.

Justiça do Trabalho
31

2ª instância: Tribunais Regionais do Trabalho

1ª instância: juízes do trabalho

Jamais haverá recurso para o STJ no processo trabalhista. O sucedâneo do recurso

especial é o recurso de revista para o TST. Há o recurso extraordinário quando

violação de dispositivo constitucional + repercussão geral.

O STJ somente se mete para dirimir conflito de competência entre juiz de direito e

juiz do trabalho.

TST tem sede em Brasília. 27 ministros.

TRTs (um para cada estado, porém há exceções para essa regra). O TRT da 8ª região

pega o Pará e o Amapá. O TRT da ... região pega Acre e Rondônia. O estado de São

Paulo tem dois TRTs, um para a capital e região metropolitana (TRT da 2ª região),

outro para o restante do estado.

Reforma do Poder Judiciário em 2004. Antes disso, as circunscrições trabalhistas

eram muito restritas. Não havendo vara trabalhista naquela circunscrição, o conflito

trabalhista seria da competência do juiz de direito. Com a reforma, aumentou-se o

número de varas trabalhistas. Além disso, dividiu-se todo o território em

circunscrições entre as varas trabalhistas.

Juntas de Conciliação e Julgamento.

A CLT ainda traz dispositivos tratando de Juntas de Conciliação e Julgamento e se

reportando aos juízes de direito no exercício da jurisdição trabalhista, o que não

ocorre (salvo raríssimas exceções na região norte do país).

O processo começa pela iniciativa da parte. Princípio dispositivo: a parte que provoca

a atividade jurisdicional pelo protocolo da petição inicial (primeiro ato processual

praticado pela parte). O último ato processual da primeira instância é a sentença.


32

O processo trabalhista tem uma peculiaridade: quase todos os atos processuais do

processo do trabalho são praticados em audiência. A CLT manda que seja realizada

uma audiência única, porém em geral, no rito ordinário, são realizadas duas

audiências: uma audiência de conciliação e uma audiência de instrução e julgamento.

No rito sumaríssimo, a audiência una é obrigatória, não podendo haver tal divisão.

No processo do trabalho não há despacho da petição inicial. Todo o trâmite entre o

protocolo da petição inicial e a audiência de conciliação é feito pela secretaria da

vara. Exceção: pedido de tutela antecipada. O servidor da vara coloca os autos

conclusos para o juiz, que deverá decidir acerca do pedido de tutela antecipada.

A petição inicial acompanhada dos documentos é enviada pela internet. O

reclamante já fica automaticamente sabendo da data e horário da audiência de

conciliação. Notificação do reclamado por via postal. O interstício mínimo entre a

data do AR (aviso de recebimento) e a audiência de conciliação é de 5 (cinco) dias.

O primeiro ato processual praticado pelo juiz é a tentativa de conciliação. Se as partes

chegarem a um acordo, o juiz não está obrigado a homologar o acordo feito pelas

partes. Pode considerar, por exemplo, preço vil. Não cabe nenhum recurso do acordo

homologado. Trânsito em julgado. Único remédio processual possível. Antes poderia

ser por meio da ação rescisória, mas o CPC estabeleceu que não cabe rescisória de

acordo homologado em juízo. Agora só cabe ação anulatória.

1ª diferença: ação rescisória

Ação anulatória

2ª diferença: ação rescisória – prazo decadencial de 2 (dois) anos

Ação anulatória – prazo decadencial de 4 (quatro) anos


33

3ª diferença: ação rescisória – exigido o depósito prévio

Ação anulatória – desnecessário o depósito prévio

A reforma trabalhista estabeleceu que a defesa deve ser encaminhada antes da

audiência. A maior parte dos juízes admite o envio da defesa até 1 (uma) hora antes

do efetivo início da audiência (não é uma hora antes do horário marcado para o

início da audiência, é uma hora antes do início efetivo da audiência). A CLT

estabelece que a defesa pode ser oral em até 20 (vinte) minutos.

O juiz delimita prazo (judicial) para manifestação do reclamante acerca da defesa e

dos documentos e marca a audiência de instrução e julgamento. O prazo é

delimitado pelo juiz levando em consideração os princípios do contraditório e da

ampla defesa, de acordo com a complexidade da causa.

A manifestação do reclamante é praticada pela internet e é um dos raros exemplos de

ato processual praticado fora de audiência no processo do trabalho.

Na audiência de instrução são realizados diversos atos processuais, na seguinte

ordem: 1) interrogatório do reclamante; 2) interrogatório do reclamado ou preposto;

3) oitiva das testemunhas do reclamante; 4) oitiva das testemunhas do reclamado.

A inversão do ônus da prova não altera a ordem dos atos processuais.

Rito ordinário: 3 (três) testemunhas no máximo por pólo (ativo ou passivo, ainda que

haja litisconsórcio)

Inquérito para apuração de falta grave: 6 (seis) testemunhas

Oitiva da parte é um ato processual (gênero) que envolve duas espécies: depoimento

da parte e interrogatório da parte. Depoimento da parte é meio de prova e tem por

finalidade a confissão. O interrogatório da parte não é meio de prova e serve para


34

esclarecer fatos para o juiz. Se a parte fizer o requerimento do depoimento da parte

contrária, ele é obrigatório. Caso o juiz indefira esse requerimento, dá causa de

nulidade. Já o interrogatório da parte é faculdade do juiz.

Confissão real ≠ confissão ficta

No processo do trabalho, toda oitiva de parte tem natureza jurídica de interrogatório,

nunca tem natureza jurídica de depoimento. A doutrina e a jurisprudência defendem

a interpretação literal da CLT que expressamente se refere ao termo interrogatório.

O interrogatório pode dar origem a confissão, mas não é a sua principal finalidade.

Após a oitiva das testemunhas, o juiz faz o encerramento da instrução. Em seguida,

veem as razões finais. 10 minutos para cada pólo da lide. Em geral, as razões finais

são reiterativas. Depois, há uma segunda tentativa de conciliação.

5 meios de prova: documental, oral, pericial

Prova documental: locus = petição inicia e contestação, mas por causa do jus

postulandi, confere-se a prerrogativa de as partes de serem juntados os documentos

até o final da instrução

Prova oral: locus = audiência de instrução

Prova pericial e inspeção judicial: entre a audiência de conciliação e a audiência de

instrução. O laudo pericial precisa ser juntado aos autos antes da audiência de

instrução.

Dia 27/10 não haverá aula.

Até o dia 08 de novembro para avisar à professora por e-mail que optará pela prova

em vez das audiências. Apresentação das audiências: até dia 15 de dezembro.

20 de outubro de 2018
35

Não houve aula.

03 de novembro de 2018

Aula 05

Postulação do autor

O processo de execução é sempre autônomo no Processo Trabalhista, ao contrário do

que acontece no Processo Civil.

Competência originária no TRT ou no TST

Ação trabalhista, consignação em pagamento

Atos processuais praticados pela secretaria da vara até a audiência inicial/inaugural:

notificação do reclamado (equivalente à citação) por via postal ou por via edital. Não

está prevista em lei a notificação por oficial de justiça (notificação pessoal), mas é

feita para evitar qualquer arguição de nulidade.

Audiência inaugural/inicial: 1ª tentativa de conciliação

Contra o acordo homologado, cabe ação anulatória, não cabe mais ação rescisória

(desde o CPC de 2015)

Se as partes não chegarem a nenhum acordo, o juiz abre o arquivo contendo a defesa

e os documentos

O processo de conhecimento em primeiro grau começa com o protocolo da petição

inicial, que vai inaugurar a jurisdição, que é inerte, e termina com a sentença.

Embargos de declaração: o juiz de primeiro grau.

1. Reclamação verbal ou escrita – art. 840, caput da CLT

2. Requisitos da inicial trabalhista

* art. 840, § 1º da CLT


36

* art. 319 do CPC

Se reportar à liquidação dos pedidos

Em consonância com o art. 840, § 1º da CLT, os pedidos estão liquidados

No rito sumaríssimo, havia

Antes da reforma trabalhista, apenas o rito sumaríssimo exigia a liquidação dos

pedidos. Hoje, essa exigência é também para o rito ordinário. Reportar para tabela

em anexo na prova.

Se a prova não der, não invente. Isso configura identificação de prova. Você pode

zerar a sua prova.

CPF nº ...

O art. 840 não exige os fatos e fundamentos jurídicos do pedido, mas isso é uma

atecnia.

Valor da causa é requisito da petição inicial? Discussão superada, pois o PJe exige.

O inciso VII do art. 319 do CPC não se aplica ao Processo do Trabalho, pois a

tentativa de conciliação não é facultativa.

3. Emenda e indeferimento da inicial

 Súmula n. 263 do TST

Prazo de 15 (quinze) dias para a emenda da petição inicial. Deve ser especificado

pelo juiz qual(is) correção(ões) deve(m) ser feita(s). Se a parte permanecer inerte, o

juiz indeferirá a petição inicial, mas apenas após oportunizada a emenda da petição

inicial.

Não há despacho da petição inicial nem despacho saneador (decisão

interlocutória)/saneamento no Processo do Trabalho.

4. Rito sumaríssimo

No rito sumaríssimo, não é possível a realização de mais de uma audiência. Ela deve

ser obrigatoriamente una. Não há emenda da petição inicial, devendo o processo ser

extinto sem julgamento do mérito, pois não há como conceder prazo para a emenda.
37

ESTRUTURA DAS PEÇAS PROCESSUAIS

PETIÇÃO INICIAL

1) ENDEREÇAMENTO

COMPETÊNCIA MATERIAL: JUSTIÇA DO TRABALHO

COMPETÊNCIA TERRITORIAL: VARA DO LOCAL DA PRESTAÇÃO DOS

SERVIÇOS (REGRA GELAL)

ÚLTIMO LOCAL DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS (PRESTAÇÃO SUCESSIVA EM

LOCAIS DIVERSOS)

PRESTAÇÃO CONCOMITANTE EM LOCAIS DIVERSOS: QUALQUER UM DOS

DOIS LOCAIS. A PREVENÇÃO É A DATA DA PROPOSITURA DA AÇÃO. DATA

DE PROTOCOLIZAÇÃO DA PETIÇÃO INICIAL.

MERITÍSSIMO JUÍZO DA ... VARA DO TRABALHO DE SALVADOR

M.M. JUÍZO DA ... VARA DO TRABALHO DE SALVADOR

(PULAR 5 LINHAS)

CABEÇALHO DA PETIÇÃO INICIAL:

*NOME DO AUTOR, QUALIFICAÇÃO (INFORMAÇÕES REQUERIDAS NO ART.

319, II do CPC), NÃO INVENTAR NENHUMA INFORMAÇÃO QUE A PROVA

NÃO FORNEÇA (PODE COLOCAR APENAS A PALAVRA “QUALIFICAÇÃO”), Nº

PIS E CTPS (RESOLUÇÃO DO TST), ACOMPANHADO POR ADVOGADO (NÃO

IDENTIFICAR O ADVOGADO, SENÃO ZERA A PROVA)

*NOME DA AÇÃO, RITO E FUNDAMENTO LEGAL – ART. 840, § 1º DA CLT

(RECLAMAÇÃO TRABALHISTA)

*NOME DO RÉU, QUALIFICAÇÃO, Nº PIS E CTPS

(PULAR UMA LINHA)

1. BREVE RESUMO DOS FATOS

*DATAS DE INÍCIO E TÉRMINO DO VÍNCULO


38

*CAUSA DE EXTINÇÃO DO VÍNCULO

*REMUNERAÇÃO

2. JORNADA DE TRABALHO

* FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA (DADOS NA PROVA, NÃO INVENTAR, SENÃO

CONFIGURA IDENTIFICAÇÃO, ZERANDO A PROVA)

* FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

* ESBOÇO DE PEDIDO

3. EQUIPARAÇÃO SALARIAL

* FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA

* FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA

* ESBOÇO DE PEDIDO

4. ASSÉDIO MORAL

* FUNDAMENTAÇÃO FÁTICA

* FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA (CÓDIGO CIVIL + ART. 1º DA CF/88 –

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA E VALOR SOCIAL DO TRABALHO)

* ESBOÇO DE PEDIDO

5. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

* FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA (ART. 791-A)

“Requer o pagamento de honorários advocatícios no caso de sucumbência...”

6. DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA (É UM REQUERIMENTO, NÃO É UM PEDIDO)

– PODE VIR DEPOIS DO CABEÇALHO, DEPOIS DO BREVE RESUMO DOS FATOS

OU AO FINAL, PORÉM ANTES DOS PEDIDOS

REQUERIMENTO: TUDO O QUE REQUER EM FACE DO JUÍZO, MAS QUE NÃO

VAI SAIR DO BOLSO DA PARTE CONTRÁRIA

PEDIDO: TUDO O QUE FOR SAIR DO BOLSO DA PARTE CONTRÁRIA


39

NÃO IMPEDE QUE O BENEFICIÁRIO DA GRATUIDADE DA JUSTIÇA PAGUE

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS E HONORÁRIOS PERICIAIS

OS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS SÃO ABATIDOS DO CRÉDITO OBTIDO A

PARTIR DA AÇÃO TRABALHISTA

* FUNDAMENTAÇÃO FÁTICO

* FUNDAMENTAÇÃO JURÍDICA (ART. 790, § 3ºDA CLT)

* ESBOÇO DE PEDIDO

7. DO PEDIDO

FRASE DE ABERTURA: “Isto posto/por conseguinte, pede o reclamante:”

a) ...;

b) ...;

c) ...;

d) ...;

e) Juros e correção monetária.

(PULAR UMA LINHA)

REQUERIMENTOS (FEITOS EM FORMATO DE TEXTO CORRIDO, SEM PUXAR

TÓPICO(S)):

“Requer a concessão do benefício da gratuidade de justiça, com fulcro no

artigo 790, § 3º da CLT.

Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em

especial a prova documental, a prova testemunhal, oitiva da parte contrária, prova

pericial e inspeção judicial.

Atribui à causa valor superior a 40 (quarenta) salários mínimos.

Em consonância com o artigo 840, § 1º da CLT, os valores dos pedidos acima

elencados encontram-se indicados na tabela em anexo.”

VALOR SUPERIOR A 40 (QUARENTA) SALÁRIOS MÍNIMOS = RITO ORDINÁRIO

VALOR INFERIOR A 40 (QUARENTA) SALÁRIOS MÍNIMOS = RITO

SUMARÍSSIMO
40

NÃO ESPECIFICAR O VALOR DA CAUSA, SENÃO PODE CARACTERIZAR

IDENTIFICAÇÃO DE PROVA, DEVENDO SER ZERADA.

NÃO ESQUECER DE REMETER À TABELA EM ANEXO. CASO CONTRÁRIO, A

PETIÇÃO INICIAL SERÁ CONSIDERADA INEPTA, ZERANDO SUA PROVA.

FINALIZAÇÃO

“Termos em que pede deferimento.”

(PULAR UMA LINHA)

“Local, data...

Advogado...

OAB...”

PEÇA 01 – RESOLUÇÃO

NÃO FAZER RASCUNHO! NÃO DÁ TEMPO! FAZER APENAS UM ESQUEMA A

LÁPIS OU A GRAFITE.

Não existe uma ordem de arguição de matérias na petição inicial, somente a partir da

contestação.

End: V T de Salvador

Cabeçalho: João da Silva, qualificação, PIS e CTPS, acomp. por advogado

* R T, rito ordinário, art. 840, § 1º da CLT

*Meta. B. Esperança, qualificação

1. Breve resumo dos fatos

*De 07.01.2006 a 12.11.2017

*Desp. SJC

*R$3.200,00
41

2. Da jornada de trabalho

*Das 7h às 19h30, de 2ª a 6ª, 40 min de intervalo; Sábado das 8h às 15h sem intervalo

* Art. 7º, XVI da CF + art. 59 da CLT + CCT a 70%

* Habitualidade das HE da sobrejornada

* Esboço

 HE a 70% decorrentes da sobrejornada e reflexos (são cinco: aviso prévio

proporcional indenizado, férias integrais e proporcionais acrescidas de 1/3, décimos

terceiros salários integrais e proporcional, FGTS + 40% e repouso semanal

remunerado)

 HE a 70% decorrentes do intervalo suprimido (não tem reflexos)

3. Dos feriados laborados

* Trabalhou todos os feriados nacionais, estaduais e municipais do vínculo sem folga

compensatória

* Lei nº 605/1949, art. 9º

* Habitualidade dos feriados trabalhados

* Todos os feriados laborados e não folgados em dobro e reflexos em:

a) aviso prévio proporcional indenizado;

b) férias integrais e proporcionais acrescidas de um terço;

c) décimos terceiros salários integrais e proporcional;

d) FGTS + 40%.

10 de novembro de 2018

Aula 06

Peça 01 – Resolução final

End: V. T. Salvador
42

Cabeçalho

1. Breve relato dos fatos

2. Da jornada de trabalho

3. Dos feriados trabalhados

4. Dos descontos individuais

*Faltas dos dias 04 e 05 de

*art. 473, I, CLT

*Não tinha dependente em CTPS

*Ressarcimento/devolução

Não pedir a equiparação salarial!

Art. 461, § 1º

A diferença entre a data de admissão do paradigma e a data de admissão do

reclamante não pode ser superior a 4 (quatro) anos.

A diferença da data de início do exercício da mesma função não pode ser superior a 2

(dois) anos.

Princípio da primazia da realidade: ainda que o cargo dos dois não tenha a mesma

denominação, se forem exercidas as mesmas funções, deverá haver a equiparação

salarial.

Art. 461, § 5º

A equiparação salarial só será possível entre empregados contemporâneos no cargo

ou na função.

Prescrição quinquenal: contada do protocolo da petição inicial


43

Downsizing ou dumping social: permitido pelo ordenamento jurídico brasileiro.

Consiste em dispensar empregados para empregar trabalhadores por salário inferior.

Irredutibilidade salarial

A equiparação salarial produz efeitos mesmo depois de o paradigma ter sido

dispensado por conta do princípio da irredutibilidade salarial.

Art. 11, § 2º

5. Das verbas rescisórias

Não há necessidade de indicar a fundamentação jurídica, basta indicar a

fundamentação fática e fazer um esboço de pedido.

O tempo de vigência do vínculo e a causa de extinção: só essas duas causas

importam nas verbas rescisórias (além do valor da remuneração, é claro).

*07/01/2006, Desp. SJC, 12/11/2017

a) Saldo de salário (12 dias)

b) Aviso prévio proporcional indenizado

30 + 3x, sendo x o número de anos de tempo de serviço

30 + 3. 11 = 30 + 33 =

63 dias de aviso prévio proporcional indenizado

(no mínimo trinta, no máximo noventa)

Novembro  30 - 12 = 18 dias de aviso prévio

Dezembro  31 dias de aviso prévio

Janeiro/2018  14 dias

Data projetada de aviso prévio: 14/01/2018

c) Décimo terceiro integral de 2017 (pois o aviso prévio projetou a data para

14/01/2018)

Os 14 (catorze) dias trabalhados em janeiro de 2018 não geram décimo terceiro

proporcional, pois não chegam a 15 (quinze) dias, que é o mínimo.

d) Férias vencidas + 1/3, referentes a 2016/2017, em dobro


44

e) Férias integrais + 1/3, simples, referentes a 2017/2018

As férias são calculadas de acordo com a data de aniversário do vínculo.

Não é possível dar férias durante o período do aviso prévio. As férias não são

compatíveis com o aviso prévio. As férias são para descanso do trabalhador. Já o

período de aviso prévio serve para que o trabalhador procure emprego.

07/01/2006 a 06/01/2007 (período aquisitivo)

07/01/2007 a 06/01/2008 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2008 a 06/01/2009 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2009 a 06/01/2010 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2010 a 06/01/2011 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2011 a 06/01/2012 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2012 a 06/01/2013 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2013 a 06/01/2014 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2014 a 06/01/2015 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2015 a 06/01/2016 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2016 a 06/01/2017 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2017 a 06/01/2018 (período aquisitivo e concessivo)

07/01/2018 a 14/01/2018

7 dias < 15 dias, então esse último período não gera férias proporcionais

Independentemente da forma de cálculo das férias (simples ou em dobro), nesta

prova, as férias 2016/2017 são verbas rescisórias.

f) FGTS + 40%

g) Multa do art. 477, § 8º da CLT

h) Aplicação do art. 467 da CLT

i) Indenização substitutiva do seguro-desemprego, uma vez que não houve registro

em CTPS

O empregador deve dar baixa na CTPS e comunicar ao CAJED para que o

trabalhador possa reivindicar o seguro-desemprego. Se não o fizer, o empregador

deve pagar ao empregado indenização substitutiva do seguro-desemprego.


45

Prazo para requerer o seguro-desemprego: 120 (cento e vinte) dias

6. Registro em CTPS

*Nunca registrou

*Art. 29 da CLT

*OJ nº 82 da SDI-I do TST

*Requer o registro do vínculo em CTPS com datas de admissão e dispensa,

respectivamente, em 07/01/2006 e em 14/01/2018

7. Das férias convertidas em pecúnia

*Em 2016, vendeu as férias  bem fora do comércio, inalienável

Férias 2015/2016

*Art. 143, § 1º da CLT

*Art. 7º, XXII

*Pagamento das férias 2015/2016 integrais – efeito pedagógico da sanção – em dobro

(pois o período concessivo venceu em 06/01/2017)

8. Honorários advocatícios

Não precisa de fundamentação fática. O fundamento fático é a sucumbência.

*Art. 791-A da CLT

5 a 15%

9. Gratuidade da justiça

*Desempregado

*Art. 790, § 3º da CLT

*A gratuidade

10. Do pedido

“Isto posto, pede o reclamante:


46

a) Horas extraordinárias decorrentes da sobrejornada com adicional de 70% e seus

reflexos em: aviso prévio proporcional indenizado, férias integrais acrescidas de 1/3

(um terço), décimos terceiros salários integrais, FGTS + 40% e repouso semanal

remunerado;

b) Horas extraordinárias decorrentes da supressão parcial do intervalo intrajornada

com adicional de 70%;

c) Feriados nacionais, estaduais e municipais em dobro ao longo de todo o vínculo

com reflexos em: aviso prévio proporcional indenizado, férias integrais acrescidas de

1/3 (um terço), décimos terceiros salários integrais e FGTS + 40%;

d) Ressarcimento/devolução dos descontos indevidos referentes aos dias 04 e 05 de

maio de 2016;

e) Saldo de salário;

f) Aviso prévio proporcional indenizado de 63 (sessenta e três) dias, com projeção da

data de dispensa para o dia 14/01/2018;

g) Décimo terceiro salário integral de 2017;

h) Férias 2016/2017 acrescidas de 1/3 (um terço) em dobro;

i) Férias 2017/2018 acrescidas de 1/3 (um terço) integrais e simples;

j) FGTS + 40%

k) Multa do art. 477, § 8º, da CLT;

l) Aplicação do art. 467 da CLT;

m) Indenização substitutiva do seguro-desemprego;

n) Registro do contrato de trabalho em CTPS com datas de admissão e dispensa,

respectivamente, em 07/01/2006 e em 14/01/2018;

o) Pagamento de férias 2015/2016 acrescidas de 1/3 (um terço) integrais e em dobro;

p) Honorários advocatícios de sucumbência (com alíquota) de 15%/a 15%;

q) Juros e correção monetária

(PULAR UMA LINHA)


47

Requer a concessão do benefício da gratuidade da justiça com fulcro no art.

790, § 3º, da CLT.

Requer a produção de todos os meios de prova em direito admitidos, em

especial a prova documental, oitiva da parte contrária, prova testemunhal, prova

pericial e instrução judicial.

Atribui à causa valor superior a 40 (quarenta) salários mínimos.

Consoante/Em consonância com o art. 840, § 1º, da CLT, aduz o reclamante

que os valores correspondentes a cada um dos pedidos enumerados encontram-se

em planilha em anexo.

(PULAR UMA LINHA)

Termos em que pede deferimento.

Local, data...

Advogado...

OAB...”

OBS.1: Não especificar o valor da causa. Usar “valor superior a 40 (quarenta) salários

mínimos” quando for rito ordinário e “valor inferior a 40 (quarenta) salários

mínimos” quando for rito sumaríssimo. A especificação do valor da causa é

considerada identificação de prova, o que zera a sua prova.

OBS.2: A petição que não fizer a remissão à planilha de valores em anexo/anexa será

inepta, o que faz com que a sua prova seja zerada.

OBS.3: Checar os requisitos da petição inicial do art. 319 do CPC. O inciso VII não se

aplica.

OBS.4: Checar os requisitos do art. 840, § 1º, da CLT


48

A Reforma Trabalhista retirou a natureza jurídica salarial das horas extras

decorrentes da supressão do intervalo intrajornada. Mesmo que a supressão seja

habitual, as horas extras não são incorporadas ao salário, não são consideradas de

natureza salarial. Desse modo, não há reflexos.

Aula 07

RESPOSTA DO RÉU

1. Modalidades

Para o Processo Civil, a resposta do réu é gênero do qual são espécies a contestação, a

reconvenção e a exceção. Entretanto, a CLT não faz essa distinção.

2. A incompetência relativa – não se aplica o art. 337, II, do CPC ao processo do

trabalho

Deve ser arguida mediante exceção.

CONTESTAÇÃO

1. Conceito

Instrumento processual utilizado pelo réu para refutar, para se opor às alegações

fáticas e jurídicas lançadas pelo autor na petição inicial. Na contestação, primeiro são

arguidas as matérias processuais, depois as meritórias.

2. Princípio da impugnação especificada – art. 341 do CPC

Incumbe ao réu manifestar-se de maneira especificada (detalhada, minudente) sobre

todos os fatos alegados na petição inicial, sob pena de serem tidos como verdadeiros
49

os fatos não impugnados. Confissão ficta. Presunção juris tantum, ou seja, presunção

relativa, cabendo prova em sentido contrário.

3. Princípio da eventualidade – art. 342 do CPC

O réu deverá alegar todas as matérias que ele possuir em seu favor para impugnar a

petição inicial, sob pena de preclusão, salvo em caso de fato superveniente.

4. Aplicação na reclamação trabalhista

Em caso de negativa absoluta de vínculo, o ônus da prova da existência do vínculo é

do reclamante.

Pessoalidade, onerosidade, permanência, subordinação

Havendo prestação de serviços, presume-se a existência de vínculo empregatício. Ao

reclamado incumbe a prova da inexistência de vínculo empregatício.

5. Conteúdo da contestação

Endereçamento:

MM. Juízo da ... Vara do Trabalho de Salvador

(pular 5 linhas)

Processo nº...

(pular 5 linhas)

Cabeçalho:

*Nome do reclamado, qualificação (art. 319, II, do CPC), acompanhado por advogado

*Nome da peça (CONTESTAÇÃO), fundamento legal (art. 847 da CLT)

*Nome do reclamante, qualificação, PIS e CTPS

1. Matérias relativas a pressupostos processuais

2. Matérias relativas a condições da ação

3. Matérias relativas a preliminares de mérito  prescrição e decadência

4. Matérias relativas ao mérito


50

5. Honorários advocatícios

6. Gratuidade de justiça

*art. 790, § 4º, da CLT

7. Requerimentos finais

*Requerimento de produção de prova

*Requerimento do benefício da gratuidade da justiça

*Requerimento dos honorários advocatícios sucumbenciais

Não atribuir valor à causa nem remeter a planilha de valores em anexo.

Finalização:

“Termos em que pede deferimento

Local, data...

Advogado...

OAB...”

OBS.: Preliminares processuais é gênero do qual são espécies pressupostos

processuais (se subdividem em duas espécies: de constituição válida e regular do

processo e de desenvolvimento válido e regular do processo) e condições da ação

(legitimidade e interesse processual/de agir). As condições da ação estão mais

próximas do mérito que os pressupostos processuais.

EXCEÇÃO

1. Finalidade

No processo do trabalho, a exceção serve apenas para a arguição de três matérias:

incompetência territorial (ex racione loci), impedimento e suspeição. Obrigatoriedade

mútua, recíproca. Essas três matérias (incompetência territorial, impedimento e

suspeição) também só podem ser arguidas por meio da exceção.


51

2. Mesmos autos, peças distintas

Peça apartada, arquivo em pdf apartado da contestação. Não tem autos apartados.

3. Suspensão do processo – art. 799, caput

Uma vez interposta a exceção, ela sempre enseja a suspensão do processo.

4. Resolução por decisão interlocutória

Um procedimento para a incompetência territorial e um procedimento para o

impedimento e para a suspeição.

5. Exceção de incompetência ex natura loci

A incompetência territorial é uma espécie de incompetência relativa. Se não for

arguida no tempo certo, preclui. Prazo de 5 (cinco) dias contados da notificação do

reclamado pela secretaria da vara para a protocolação da exceção de incompetência

territorial junto ao PJe. Excipiente: reclamado. Excepto: reclamante. Prazo de 5 (cinco)

dias para a manifestação do excepto acerca da exceção de incompetência territorial. O

juiz pode ou não realizar audiência (facultativa, portanto). O juiz é que vai definir se

haverá necessidade dessa audiência ou não. O juiz, após realizada essa audiência ou

não, proferirá decisão interlocutória que decidirá a exceção. Se a exceção foi rejeitada,

a audiência de conciliação ocorrerá naquela vara mesmo. Se a exceção foi acolhida, a

audiência de conciliação ocorrerá na vara competente, para onde devem ser

remetidos os autos. (O processo fica suspenso desde a protocolação da exceção). Em

geral, as decisões interlocutórias são irrecorríveis de imediato no processo do

trabalho. Devem ser recorridas em sede de recurso ordinário. Assim, a decisão

interlocutória que rejeitar a exceção será irrecorrível de imediato, não será recorrível

de imediato. Do mesmo modo, a decisão interlocutória que acolher a exceção,

determinando a remessa dos autos para vara distinta, porém subordinada ao mesmo

TRT também será irrecorrível de imediato, não será recorrível de imediato. Contudo,
52

se a exceção for acolhida e a vara julgada competente for subordinada a outro TRT,

essa decisão interlocutória será recorrível de imediato, cabendo recurso ordinário.

Súmula nº 214, c, do TST

Iter

6. Exceções de suspeição e impedimento

arts. 144 e 145 do CPC

A CLT nesse aspecto é simplória, logo deve-se levar em conta as hipóteses previstas

no CPC.

Competência para julgamento

Ao passo em que a incompetência territorial só pode ser arguida pelo reclamado, o

impedimento e a suspeição podem ser arguidos por ambas as partes, devendo ser

arguida na primeira/próxima oportunidade processual de se manifestação como

parte após a parte ter tomado conhecimento do fato que enseja a exceção de

impedimento ou de suspeição. Juiz peitado (juiz suspeito ou impedido). Na

audiência de conciliação, após a tentativa de conciliação, primeiro o juiz abre a

exceção. Excipiente: parte que arguir a exceção de impedimento ou de suspeição. O

excepto (o juiz) tem o prazo de 48 (quarenta e oito horas) para manifestação. Decisão

interlocutória acerca da exceção de impedimento ou suspeição (dada geralmente pelo

TRT, apesar de parte da doutrina defender que o próprio juiz excepto decida).

Decisão interlocutória irrecorrível de imediato.

RECONVENÇÃO

1. Conceito

Pedidos formulados pelo reclamado em face do reclamante.

2. Localização na mesma peça de contestação


53

A reconvenção deve ser apresentada em capítulo da contestação, não em peça

apartada. Se tiver reconvenção, o juiz vai marcar outra audiência (adiamento da

audiência). Prazo mínimo de 5 (cinco) dias para que o reclamante apresente

contestação à reconvenção. Reconvinte: reclamado. Reconvindo: reclamante.

3. Requisitos

O juiz da reconvenção deve ter a mesma competência da ação principal

A ação principal deve estar em curso

4. Rito sumaríssimo

Não é possível reconvenção em rito sumaríssimo, pois no rito sumaríssimo

necessariamente ocorre somente uma audiência uma, sendo necessário um interstício

mínimo de 5 (cinco) dias entre a apresentação da reconvenção e a manifestação do

reclamante para apresentar sua contestação à reconvenção.

5. Resolução por sentença

Reclamação e reconvenção são julgadas na mesma sentença e a instrução referente a

ambas ocorre concomitantemente. A decisão acerca da reconvenção se dá por meio

de sentença e não por meio de decisão interlocutória. A reconvenção é julgada na

sentença.

Protocolo da petição inicial + documentos

Notificação do reclamado (equivale à citação do processo civil) pela secretaria da

vara

Melhor aproveitamento dos atos processuais, melhor apreciação da prova

Audiência de conciliação

Ação anulatória para o acordo homologado, não ação rescisória

Defesa + docs

Prazo para a manifestação do reclamante


54

Audiência de instrução

Sentença

Endereçamento

Nº do processo

Cabeçalho

1. Da contestação

1.1. Da incompetência quanto à multa de 20% do FGTS

1.2. Da ilegitimidade passiva

1.3. Prescrição quinquenal

1.4. Da multa de 20% do FGTS

1.5 Das horas extras

...

2. Da reconvenção

2.1. Do dano doloso

2.2. Do pedido

3. Dos requerimentos finais

Finalização

O pedido de compensação (dano provocado pelo empregado contra o empregador) é

em sede de defesa dentro da contestação. Se o valor do dano for superior aos

pedidos, o valor excedente deve ser pedido em sede de reconvenção.

Na próxima aula, dia 17 de novembro de 2018, não haverá chamada, pois será

véspera do exame da OAB.

17 de novembro de 2018

Não houve aula.


55

24 de novembro de 2018

Aula 08

Há uma ordem de arguição de matérias na contestação:

1. Pressupostos processuais

2. Condições da ação

3. Preliminares de mérito

3.1. Decadência

3.2. Prescrição

4. Mérito

5. Gratuidade da justiça

6. Honorários advocatícios

7. Requerimentos finais

Não alterar a ordem de apresentação das matérias na peça.

Caso não saiba como fundamentar o tópico: puxar o tópico, pular 5 ou 6 linhas e

prosseguir com a confecção da peça.

Preliminares processuais é gênero de que são espécies pressupostos processuais e

condições da ação.

Art. 485, IV do CPC: pressupostos processuais

Art. 485, VI do CPC: condições da ação. Legitimidade e interesse processual são

condições da ação.

Possibilidade jurídica do pedido foi extinta do rol das condições da ação.

Pressupostos processuais: citação válida, escolha correta do rito, litispendência, coisa

julgada
56

Moacy Amaro Santos é extremamente didático ao tratar de pressupostos processuais

e condições da ação. Não estudar nenhum outro assunto de processo civil por esse

autor.

A pessoa física não pode pleitear dano moral coletivo. Deve ser arguida na

contestação a ilegitimidade da parte quanto ao dano moral coletivo.

Quem tem legitimidade para propor ação coletiva é o Ministério Público, a

Defensoria Pública etc.

Legitimados para a propositura de ação civil pública (art. 5º da lei nº 7.347/85 – Lei de

Ação Civil Pública) – rol numerus clausus

Tópicos relativos a preliminares processuais ou preliminares de mérito na

contestação

Estrutura:

*Fundamentação fática

*Fundamentação jurídica

*Requerimento

Não existe pedido na contestação, existe apenas requerimento, a não ser que haja

reconvenção.

Trabalho escravo: Na esfera penal (competência da Justiça Federal – MPF versus

empresa), as consequências são a pena privativa de liberdade e a multa. Na esfera

civil/trabalhista (competência da Justiça do Trabalho), a consequência é o dano moral

coletivo. O dano moral coletivo

Só vai haver vinculação da esfera cível em relação à esfera penal quando houver coisa

julgada na esfera penal quanto à materialidade e à autoria, devendo ser seguida pela

esfera cível. Isso geralmente não ocorre, pois o processo na Justiça do Trabalho corre

de maneira mais célere do que o processo penal na Justiça Federal.

Prescrição bienal: dois anos contados da data da extinção do vínculo


57

Prescrição quinquenal: cinco anos para trás contados da data do protocolo da

petição inicial

Puxar tópico: atribuir número, título e fazer texto embaixo

Estrutura do tópico de mérito (ReReRe):

1. Resumir a petição inicial

2. Refutar os argumentos trazidos pela petição inicial (faticamente e juridicamente).

Os fatos devem ser os trazidos pela prova necessariamente, não inventar fatos que a

prova não disse.

3. Requerer

Depois da reforma trabalhista, para equiparação salarial, exige-se que os empregados

trabalhem no mesmo estabelecimento.

Depois da Reforma Trabalhista, pessoa jurídica também tem direito ao benefício da

gratuidade de justiça, caso se enquadre nos requisitos legais. Art. 790, §4º da CLT.

Quem pede é o reclamante. O reclamado requer.

PEÇA 02 – Resolução

End: 99ª VT Belém

(5 linhas)

Processo nº 0000001-11.2017.5.08.0099

(5 linhas)

Cabeçalho: Banco Dinheiro Bom S/A, qualificação (art. 319, II, CPC), acompanhado

por advogado

*Contestação, art. 847, CLT

*Paula da Silva, qualificação


58

1. Da ilegitimidade da parte quanto ao pedido de dano moral coletivo

*Fundamentação fática

*Fundamentação jurídica – art. 5º da lei nº 7.347/85

*Requerimento:

“Isto posto, requer o reclamado a extinção do pedido, sem julgamento de

mérito, por ausência de condição da ação, com fulcro no art. 485, VI do CPC.”

2. Da equiparação salarial

*Resumir

*Refutar  art. 461, caput, CLT

*Requerer  improcedência, indeferimento ou não acolhimento do pedido

3. Da jornada de trabalho

*Resumir

*Refutar  art. 62, inciso II e parágrafo único, da CLT

*Requerer  improcedência, indeferimento ou não acolhimento do pedido

4. Do adicional de transferência

*Resumir

*Refutar  art. 469, §3º, in fine, da CLT (a transferência definitiva não gera direito ao

adicional de transferência) + OJ 113 da SDI-I do TST

*Requerer  improcedência, indeferimento ou não acolhimento do pedido

5. Do plano de saúde

*Resumir

*Refutar  art. 462, caput, da CLT + Súmula 342 do TST

*Requerer  improcedência, indeferimento ou não acolhimento do pedido


59

6. Da multa do art. 477, §8º da CLT

*Resumir

*Refutar  art. 477, §6º da CLT + art. 132 do Código Civil

Prazo de direito material (contados em dias corridos e não em dias úteis, como o

prazo de direito processual)

*Requerer  improcedência, indeferimento ou não acolhimento do pedido

7. Do dano moral coletivo

Conforme o princípio da eventualidade e o da impugnação específica, todos os

pedidos devem ser contestados meritoriamente, ainda que alguns deles também

sejam contestados processualmente.

*Resumir

*Os fatos aduzidos na petição inicial não se enquadram na definição legal de trabalho

escravo

*Art. 1º, III, IV, CF

*Requerer  improcedência, indeferimento ou não acolhimento do pedido

8. Dos honorários advocatícios

“Com fulcro no art. 791-A da CLT, requer o pagamento de honorários

advocatícios de sucumbência no valor de 15%.”

9. Dos requerimentos finais

Núcleo duro da contestação:

Frase de chamada: “Isto posto, requer o reclamado:”

a) Preliminares processuais

b) Preliminares de mérito

c) Mérito: “a improcedência/o indeferimento/o não acolhimento de todos os

pedidos.”
60

Requerimentos legais:

Requerimento de produção de provas (idêntico àquele feito em sede de contestação)

Requerimento dos honorários advocatícios

Finalização:

“Termos em que pede deferimento.

Local, data...

Advogado...

OAB...”

Ao finalizar a sua contestação, fazer o check-list do art. 319 do CPC

Prova

1ª chamada: 01/12

2ª chamada: 15/12

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