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Lierbeth Santos Pereira Penha

CONCEITOS DO PROCESSO DE EXECUÇÃO TRABALHISTA

A execução Trabalhista é a fase do processo em que se impõe o cumprimento do que


foi determinado pela Justiça, o que inclui a cobrança forçada feita a devedores para
garantir o pagamento de direitos. A fase de execução só começa se houver condenação
ou acordo não cumprido na fase de conhecimento, em que se discutiu ou não a
existência de direitos.

Seu início ocorre quando há uma condenação e perdedor não cumpre


espontaneamente a decisão proferida pelo magistrado ou quando há acordo não
cumprido. A primeira parte da execução é a liquidação, em que é calculado, em moeda
corrente, o valor do que foi objeto de condenação.

É importante salientar, que a liquidação pode ocorrer a partir de quatro tipos de


cálculos: cálculo apresentado pela parte, cálculo realizado por um contador judicial,
cálculo feito por um perito (liquidação por arbitramento) e por artigos de liquidação
(procedimento judicial que permite a produção de provas em questões relacionadas ao
cálculo).

Além disso, o doutrinador Filho (2008), diz que podem ocorrer sentenças liquidas e
ilíquidas, sendo que a parte liquida poderá de imediato seguir o rito processual, como
no caso de cumprimento liminar ou de cumprimento da sentença e posterior execução.
Todavia, a parte ilíquida, ainda dependerá de prévia liquidação, após apuração de
eventuais levantamentos necessários, ou apresentação de documentos e comprovantes
por terceiros.

Princípios importantes da execução trabalhista

Um dos princípios mais importantes do Processo de Execução é o da primazia do


credor trabalhista, que assegura no interesse do credor a execução trabalhista. Desse
modo, todos os atos executivos devem convergir para satisfação do crédito do
exequente. Exceto no caso de insolvência do devedor, em que tem lugar o concurso
universal, realiza- se a execução no interesse do credor, que adquire, pela penhora, o
direito de preferência sobre os bens penhorados.

Na execução, este princípio se destaca em razão da natureza alimentar do crédito


trabalhista e da necessidade premente de celeridade do procedimento executivo, o artigo
797 do CPC/2015, trás que ressalvado o caso de insolvência do devedor, em que tem
lugar o concurso universal, realiza-se a execução no interesse do exequente, que adquire
pela penhora, o direito de preferência sobre os bens penhorados.

O Princípio do meio menos oneroso para o executado está consagrado no art. 805 do
CPC/2015, demonstrando que quando o credor por vários meios puder promover a
execução, o juiz mandará que se faça pelo modo menos gravoso para o devedor. Sendo
assim, ele possui característica da humanização da execução, tendo em vista que
somente quando a execução puder ser realizada por mais de uma modalidade, com a
mesma efetividade para o credor, será possível se aplicar oprincípio da
execução menos onerosa para o devedor.

O Princípio da Patrimonialidade define que execução não incide sobre a pessoa do


devedor e sim somente sobre seus bens, tanto os bens presentes como os futuros-
exceto se houver restrições legais- do devedor são passíveis de execução. Existe
também o Princípio da Efetividade, na qual a execução se faz no interesse do credor.
Dessa forma, a execução é bem sucedida quando entrega ao exequente exatamente o
bem perseguido, objeto da prestação inadimplida, e seus consectários. Assim,
a execução deve ter o máximo resultado com o menor dispêndio de atos
processuais.

Outro princípio importante da fase de Execução é o da Celeridade, que define que a


execução deve ser rápida, haja vista que o credo não pode esperar muito tempo, uma
vez que o crédito trabalhista tem natureza alimentar. Salienta-se também que existe
o Princípio da Utilidade, que define ato inútil, como, por exemplo, a penhora de bens
de valor insignificante e incapazes de satisfazer o crédito poderá ser consumado. Sendo
assim os bens, devem ter valor capaz de satisfazer o credor no processo de Execução.

Execução provisória e execução permanente.

Na execução provisória, é importante frisar que possui caráter excepcional, sendo


limitada aos casos indicados no art. 520 do CPC/2015. Essa modalidade de sentença
segue o princípio da responsabilidade objetiva, com fundamento na teoria do risco,
sendo assim a responsabilidade objetiva ou sem culpa, estabelece que aquele que
provisoriamente executa a decisão judicial de caráter provisório, haverá de ressarcir a
outra parte pelos danos que a execução provisional lhe causar.

À vista disso, é Importante frisar que essa modalidade de execução, é feita por meio
de carta de sentença, e devido ao efeito meramente devolutivo do recurso ordinário,
a CLT determina, com base no artigo 899, dentre outras coisas, trás que a execução
provisória seguira até a penhora, sendo este o mesmo entendimento do TST, com a
ressalva que para o Tribunal Superior, a sentença provisória deve limitar-se a
exclusivamente a fase da penhora.

Entretendo, a execução definitiva vem à luz do artigo 876 e seguintes da CLT, sendo
ela advinda na sentença irrecorrível, em outras palavras, aquela já transitada em
julgado. Dessa forma, ela possui o objetivo de que a obrigação contraída pelo credor
seja satisfeita integralmente pelo devedor, podendo o judiciário lançar mão dos meios
coercitivos trazidos pela lei. Para a execução ser definitiva, sendo norteada pelo
Princípio da imutabilidade da coisa julgada, faz-se jus ao trânsito em julgado da
sentença, sendo que ela sempre será efetuada onde a sentença foi prolatada.

Diante dessas duas modalidades, salienta-se que o Seguro de Garantia pode ser
utilizado durante as fases de Execução de Processos Trabalhistas, com o objetivo de
garantir o pagamento de débitos reconhecidos em decisões proferidas por órgãos
da Justiça do Trabalho. Além disso, são recomendadas as empresas utilizem deste
instrumento Judicial, não só na fase Recursal, mas também no processo de Execução
Trabalhista.

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