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13/07/2020

Embargos à Execução
Também chamado de “Embargos do devedor”, este é um tema relevante
para aqueles que se encontram de alguma forma vinculados a um processo de execução
judicial, como aquele que espera receber valores, ou como devedor. Independente do
cenário, aqui estão algumas informações básicas sobre o que é esta forma de defesa e
como ela funciona.
De início, é importante entender o significado, a palavra “Embargo” aqui,
significa “Obstáculo”, “Impedimento”, e trata-se de um impedimento que será feito em
um processo de Execução.
Quando aquele que deseja receber o valor de uma dívida (também
chamado de Credor, ou Exequente), entra com um processo, requerendo que a dívida
seja paga por aquele que deve (o Devedor ou Executado), este último poderá se valer
dos Embargos à Execução, para impedir que a dívida seja cobrada, rever valores e
discutir questões relativas ao pagamento que deve ser feito ao credor.
Sobre os Embargos, trata-se de uma ação autônoma a ser “oposta” pelo
Executado, (visto que se opõe à Execução), o termo “ação autônoma” se deve ao fato de
que ao optar pelos Embargos, um novo número de processo é gerado, trata-se de um
outro processo que irá correr paralelamente, vinculado ao processo originário (da
execução). E quando esse novo processo for julgado pelo Juiz, ele volta a fazer parte do
processo de Execução, sendo “apensado” no jargão jurídico.
Na oposição de Embargos à Execução, cabe ao Embargante (antes
executado) provar que existe algum dos vícios e erros constantes no artigo 917 do CPC,
que traz uma série de exemplos como a “penhora incorreta ou avaliação errônea;
excesso de execução ou cumulação indevida de execuções” sendo estes apenas algumas
das questões que podem ser discutidas segundo o artigo. Caberá ao Embargante também
o devido anexo aos autos do processo de cópias das peças processuais relevantes.
Agora que foi explicado um pouco sobre essa forma de defesa, é
importante destacar a alguns detalhes quanto a sua tramitação. Não há incialmente,
necessidade de penhora, depósito ou caução para a oposição de Embargos, isso significa
que num primeiro momento o valor não precisará ser pago, entretanto, isso não se aplica
caso seja solicitado o efeito suspensivo.
Os Embargos por si só não irão suspender a execução principal, ela
continua correndo em separado, conforme disciplina o art. 919 do CPC, sendo a
suspensão do processo principal de execução, condicionada à garantia do juízo, que se
dará por meio de penhora, depósito ou caução suficientes, sendo estes valores que
ficarão em uma conta específica até o julgamento do processo. A suspensão não é
automática, cabendo ao Executado a sua requisição.
Sendo suspensa a execução, os embargos à execução tramitarão até
decisão final que irá vincular o processo de execução.
Já está claro que os Embargos são uma opção interessante para quem está
sendo executado em um processo, entretanto é importante frisar que eles podem não
serem aceitos pelo juiz, isso pode ocorrer caso tenham sido apresentados fora do prazo,
não apresentem os requisitos formais, ou ainda, tenham sido utilizados como tentativa
para atrasar a Execução.
O magistrado, se entender que os embargos foram oferecidos com intuito
meramente protelatório, poderá considerar como ato atentatório à dignidade da justiça,
com a imposição de multa de até vinte por cento do valor da causa, que será devida ao
Estado ou à União, conforme art. 918, parágrafo único, do CPC.
Sendo aceitos os embargos, o ora exequente, que passou a ser chamado
de Embargado, poderá se manifestar no que entender de direito, por meio de uma
resposta nos autos, chamada de impugnação, no prazo de 15 dias.
E caso haja alguma decisão nos autos dos Embargos à Execução, que
insatisfaça alguma das partes, caberá o recurso de Apelação, no prazo de 15 dias.

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