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Para conferir o original, acesse o site https://esaj.tjsp.jus.br/pastadigital/pg/abrirConferenciaDocumento.do, informe o processo 1000629-45.2022.8.26.0370 e código 9E32F4A.
SENTENÇA
Justiça Gratuita
Este documento é cópia do original, assinado digitalmente por AYMAN RAMADAN, liberado nos autos em 30/05/2023 às 09:09 .
Vistos.
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fls. 326
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respeitado o princípio da legalidade e da ampla defesa, tendo a autora, inclusive,
apresentado defesa escrita, intitulada “recurso administrativo”. Alegou também que a
Administração Pública possui discricionariedade para tomar as medidas cabíveis no
caso concreto, além do autor ter sido devidamente cientificado em relação a cada uma
das intercorrências durante o estágio probatório. Juntou documentos (fls.108/269).
Houve réplica (fls. 275/282).
No mérito, em se tratando de servidor público municipal, de rigor a
atenção e respeito à legislação municipal que rege a matéria, no caso, ao Estatuto do
Servidor Público do Município de Paraíso, dada a autonomia municipal em matéria desse
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jaez.
Pois bem.
A questão cinge-se em analisar se houve ou não cerceamento de
defesa e ilegalidade por ofensa ao devido processo legal no ato que ocasionou a
exoneração da servidora.
Analisando-se a prova encartada nos autos, contudo, a resposta é
negativa.
Com efeito, analisando-se o teor do artigo 17, incisos I, II, III, IV, V e
§§ 2°, 6° e 7º, da Lei Municipal n. 1.184/18 - Estatuto do Servidor Público do Município
de Paraíso, tem-se o seguinte:
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compreendidos subordinação, método de trabalho, organização e
ocorrência de procedimentos administrativos disciplinares;
IV- eficiência, aptidão e dedicação ao serviço, analisada segundo
resultados práticos apresentados, tempo de execução de tarefas,
observado o grau de dificuldade da mesma, identificação pessoal
com a execução de suas funções, considerando-se o engajamento e
atualização e capacitação profissional;
V- cumprimento dos deveres e obrigações funcionais, assim
compreendidos as ordens de serviço e determinações legais
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atinentes.
§ 2º. A título da avaliação dos servidores admitidos no serviço
público após a promulgação da presente lei e antes da sua
promulgação, porém, não atingido o período de 80% (oitenta por
cento) do lapso de tempo exigido no “caput”, serão atribuídas notas
de 00 (zero) a 02,50 (dois e meio) pontos para cada inciso
relacionado neste artigo, observada a planilha de avaliação
constante do Anexo VIII-A, a qual integra a presente lei.
§ 6º. O servidor que não conseguir índice de avaliação igual ou
superior a 60% (sessenta por cento) em cada uma das avaliações
anuais será considerado inapto ou inabilitado para prosseguir no
exercício do cargo, devendo ser exonerado imediatamente.
§ 7º. Caberá recurso no prazo de 05 (cinco) dias úteis,
endereçado ao Chefe do Poder Executivo Municipal de todas as
decisões proferidas pela Comissão nomeada nos termos do
“caput” deste artigo, contados a partir do recebimento de
notificação expressa da decisão.
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período de avaliação, e que, ao final do tempo previsto, a depender de seu desempenho,
poderia ser exonerada ou ter sua estabilidade confirmada.
Conforme documentos juntados nos autos, inclusive pela própria
autora, diversas foram as intercorrências praticadas durante o período de avaliação,
com descumprimento aos deveres previstos no artigo 210, além de práticas proibidas
pelo artigo 211, ambos da lei supracitada, tendo sido notificada de cada uma delas,
inclusive apondo a sua assinatura, a fim de comprovar a sua ciência (fls. 53/62).
A propósito:
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Art. 210. São deveres dos servidores, além dos que lhes cabem em
virtude do exercício de seu cargo e dos que decorrem, em geral, de
sua condição de servidor público:
I- comparecer ao serviço, com assiduidade e pontualidade, nas
horas de trabalho ordinário e extraordinário, quando convocado;
II- cumprir as determinações superiores, representado
imediatamente e por escrito, quando forem manifestamente ilegais;
III- executar os serviços que lhe competirem e desempenhar, com
zelo e presteza, os trabalhos de que for incumbido;
IV- tratar com urbanidade os colegas e as partes, atendendo a estas
sem preferências pessoais;
V- providenciar para que esteja sempre atualizada, no assentamento
individual, sua declaração de família, de residência e de domicílio;
VI- manter cooperação e solidariedade em relação aos
companheiros de trabalho;
VII- apresentar-se ao serviço em boas condições de asseio e
convenientemente trajado, ou com uniformes que for determinado;
VIII- guardar sigilo sobre os assuntos da administração;
IX- representar aos superiores sobre irregularidades de que tenha
conhecimento;
X- zelar pela economia e conservação do material que lhe for
confiado;
XI- atender, com preferência a qualquer outro serviço, as requisições
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de documentos, papéis, informações ou providências, destinados à
defesa da Fazenda Municipal;
XII- apresentar relatório ou resumos de suas atividades, nas
hipóteses e prazos previstos em lei, regulamento ou regimento;
XIII- sugerir providências tendentes à melhoria ou ao
aperfeiçoamento do serviço;
XIV- ser leal às instituições a que servir;
XV- manter observância às normas legais e regulamentares;
XVI- atender com presteza:
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a) o público em geral, prestando as informações requeridas,
ressalvadas aquelas
cujo sigilo seja imprescindível à segurança da sociedade e da
Administração;
b) a expedição de certidões requeridas para a defesa de direito ou
esclarecimentos de situações de interesse pessoal;
XVII- manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
XVIII- representar contra ilegalidade ou abuso de poder;
XIX- proceder na vida pública e privada na forma que dignifique a
função pública
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IV- promover manifestação de apreço ou desapreço, no recinto da
repartição, ou tornar-se solidário com elas;
V- valer-se de sua qualidade de servidor, para obter proveito pessoal
para si ou para outrem;
VI- compelir ou aliciar outro servidor no sentido de filiação a
associação profissional, sindical ou a partido político;
VII- pleitear, como procurador ou intermediário junto às repartições
municipais, salvo quando se tratar de interesse de parentes, até
segundo grau;
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VIII- praticar atos de sabotagem contra o serviço público;
IX- receber de terceiros qualquer vantagem, por trabalhos realizados
na repartição, ou pela promessa de realizá-los;
X- utilizar pessoal ou recursos materiais do serviço público para fins
particulares ou ainda, utilizar sua condição de servidor público para
ratificar atos da vida particular;
XI- confiar a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos
em lei, o desempenho de encargo que lhe competir ou a seus
subordinados;
XII- exercer atividades particulares no local e horário de trabalho;
XIII- exercer quaisquer atividades que sejam incompatíveis com o
exercício do cargo ou função e com o horário de trabalho;
XIV- exercer ineficientemente suas funções;
XV- proceder de forma desidiosa;
XVI- fazer com a Administração Direta ou Indireta contratos de
natureza comercial, industrial ou de prestação de serviços com fins
lucrativos, para si ou como representante de outrem;
XVII- participar de gerência ou administração de empresa privada,
de sociedade civil, ou exercer comércio, e, nessa qualidade,
transacionar com o Município;
XVIII- exercer comércio entre os companheiros de serviço no local
de trabalho;
XIX- manter sob sua chefia imediata, cônjuges, companheiro ou
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parente até o segundo grau;
XX- opor resistência injustificada ao andamento de documento,
processo ou execução de serviço;
XXI- recusar fé a documentos públicos;
XXII- ausentar-se do serviço durante o expediente sem prévia
autorização do chefe imediato;
XXIII- fazer uso de bebida alcoólica ou qualquer outra substância
ilícita durante o serviço ou comparecer ao serviço sob sua influência.
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De fato, segundo consta da documentação juntada nos autos:
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(iv) no dia 30 de janeiro de 2020, a Dra. Sandra Lujan, médica
que atendia no plantão, registrou que realizou a prescrição de medicamento para
paciente mas a autora "alterou a prescrição médica, sem comunicação e autorização
do profissional médico responsável" (fls. 57/58);
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seu lugar (fls. 59/60);
Não só.
Nas entrevistas realizadas com os funcionários que trabalharam com
a autora, constata-se que diversos profissionais efetuaram reclamações relacionadas a
ela:
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(a) Lucimara do Carmo Costa Silva afirmou que a autora assistia
filmes durante o horário de serviço, com fones de ouvido e “precisava ser chamada para
fazer os atendimentos”, relatou uma situação em que, na troca de plantão, passou as
necessidades dos pacientes internados e a autora se recusou a fazê-los, afirmando que
faria da “maneira mais fácil para ela e não para o paciente, negando-se a levá-los ao
banheiro e ajudá-los no banho” (fls. 115/116);
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(c) Elza Terezinha Bovoni Rodrigues afirmou que a autora é
explosiva e “fala o que quer para qualquer um”, “mistura muito a vida pessoal com
profissional, se tem algum problema em casa, tenta resolver no trabalho”, “ficava muito
no celular para resolver”, “não tem conhecimento total da função”, “estressada, não tem
paciência e nem empatia com os pacientes” (fl. 118);
(f) Roberta Cristina Gomes pontuou que a autora “fica muito tempo
no celular, com fone de ouvido”, “não tem responsabilidade para acordar no horário
combinado, após o descanso”, “não checa medicações administradas rotineiramente,
principalmente nas urgências”, “tem dificuldade técnica para acessar veia para
medicação” (fl. 124);
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Como se vê, não há indício mínimo algum de que a autora tenha
sido vítima de "perseguição política" – muito menos "pública e notória", como afirma a
inicial -, já que os fatos a ela imputados partiram de diversos servidores e colegas de
trabalho, inclusive de outras profissões, como dois médicos, que relataram fatos
gravíssimos, como a troca, por ela, de medicações prescritas por eles (fls. 57/58,
14/142 e 143).
Efetivamente, a alegação de perseguição política arguida pela autora
carece de qualquer comprovação, já que não houve a indicação acerca de qual seria a
espécie de "perseguição", como ela era feita, em relação a quais pessoas etc.
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No caso, com o transcurso do prazo correspondente ao estágio
probatório, foram avaliadas as competências previstas no artigo 17 da Lei Municipal n.
1.184/18, levando-se em consideração as diversas reclamações referentes ao
descumprimento dos deveres previstos nos artigos 210 e 211 do mesmo diploma
normativo, bem como a entrevista dos servidores que atuaram juntamente com a autora,
levando à decisão de exoneração da servidora.
A autora tomou ciência de cada uma das reclamações, de modo que
não pode apontar surpresa.
Ademais, após a avaliação final, ela foi pessoalmente cientificada
da decisão administrativa (fls. 35/36), tanto que apresentou "recurso administrativo”
(fls. 27/33).
Logo, não há falar-se em ofensa ao devido processo legal.
Por fim, inexistindo flagrante aos princípios do contraditório e da
ampla defesa, como no caso, ou mesmo em diversidade entre o fundamento levado em
conta no julgamento e a realidade fática existente (motivação do ato administrativo),
como se tem na espécie, em que o descumprimento dos deveres intrínsecos ao cargo foi
comprovado com robustez, de se prestigiar o ato administrativo:
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Avaliações efetivamente desfavoráveis ao autor. Possibilidade
de impugnação assegurada e exercida, inclusive em instância
recursal administrativa. Ausência de lesão a direitos do autor.
Precedentes. Apelo desprovido. (TJSP; Apelação Cível
1001288-71.2021.8.26.0408; Relator (a): Bandeira Lins; Órgão
Julgador: 8ª Câmara de Direito Público; Foro de Ourinhos - 1ª
Vara Cível; Data do Julgamento: 04/05/2023; Data de Registro:
04/05/2023)
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CONCURSO PÚBLICO. EXONERAÇÃO. ESTÁGIO PROBATÓRIO.
Não é dado ao Judiciário substituir por sua própria discricionariedade
a exercida na esfera administrativa, não se desvelando, na espécie,
caracterizada aversão da legalidade com o ato administrativo
hostilizado. Não provimento da apelação. (TJSP, Apelação Cível
0012653-06.2014.8.26.0564, rel. Des.Ricardo Dip, j. 26.01.2016)
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absolutamente objetivos, como o são os de pontualidade e
assiduidade; e não há contradição alguma, consoante aponta a r.
Sentença, em se constatar violação localizada a um desses deveres
sem concomitância de ofensa ao outro – não se confundindo a
pontualidade no cumprimento de horários com a assiduidade no
comparecimento ao serviço, nem faltas ao trabalho com atrasos em
dias de comparecimento." (TJSP; Apelação Cível
1001288-71.2021.8.26.0408; Relator (a): Bandeira Lins; Órgão
Julgador: 8ª Câmara de Direito Público; Foro de Ourinhos - 1ª
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Vara Cível; Data do Julgamento: 04/05/2023; Data de Registro:
04/05/2023)
1000629-45.2022.8.26.0370 - lauda 12
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citação e/ou intimação (despesas postais, diligências do Oficial de Justiça; taxas
para pesquisas de endereço nos sistemas conveniados, custas para publicações
de editais etc.), conforme item 12. do Comunicado CG 1530/2021.
Ainda, as taxas e despesas devem ser atualizados quando do
recolhimento.
Incumbe à própria parte interessada efetuar o cálculo do valor
correto do preparo, ficando a serventia dispensada da indicação do montante devido ante
a revogação do art. 1.096 das Normas de Serviço da Corregedoria Geral da Justiça pelo
Provimento CG nº 17/2016 (vide Comunicado CG nº 916/2016 DJE 23/06/16, p. 09).
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Ficam as partes cientes e advertidas de que: 1) os prazos
processuais serão contados da citação, intimação ou ciência do ato respectivo, e não da
juntada aos autos do mandado ou carta precatória, nos moldes do Enunciado nº 10 do
Conselho Supervisor do Sistema de Juizados Especiais do E. TJSP, não se aplicando,
portanto, as regras gerais do art. 231 do Novo Código de Processo Civil; 2) todos os
prazos serão contados em dias úteis.
Com o trânsito em julgado, arquivem-se os autos.
P. I. C.
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