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AVENTAL DE ARPENDIZ

O Avental é o primeiro símbolo que o Novo Maçom


recebe como parte do Cerimonial de Iniciação,
quando por ordem do VM, ou por seu apresentador
(padrinho), o Iniciando é revestido com o Avental,
para nunca mais adentrar qualquer Templo sem estar
devidamente composto por essa investidura, isto é,
estar Vestido.
O Avental, que pode ser chamado de Vestido, da
direito ao Recém-lniciado se assentar entre os
demais integrantes, e de sempre que se apresentar
em uma Loja, deve revestir -se com ele, porque é o
Símbolo do Trabalho, indicando que o Maçom deve
ter uma vida ativa e fugir da ociosidade, a mãe de
todos os vícios, e por isso, deve sempre usá -lo e
honrá-lo, pois o Avental jamais os desonrará.
Os Aventais Maçônicos são ornamentos necessários e
simbólicos, que para chegar aos modelos atualmente
em uso, passaram por muitas alterações ao longo do
tempo, pois sempre foram peças de vestuário
destinada ao trabalho , tendo sido herdada dos
artesãos profissionais de longínquo passado.
Inicialmente, foram cópias dos Aventais usados pelas
Antigas Corporações, que os usavam na investidura
nos Antigos Mistérios, significando a operosidade, e
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fator marcante nas Cerimônias Iniciát icas dos
druidas, essênios e outros.
Os Aventais diferenciavam -se assim nas diversas
Corporações:
• Os gauleses tinham especial respeito pelos
Aventais, chegando a utilizar esse símbolo de
maneira simplificada em suas moedas;
• Ao ser aberto o sarcófago do Far aó
Tutankhamon, que reinou no Egito no século XIV
a.c., verificou -se que sua múmia estava
revestida com um Avental, com características
próprias dos egípcios;
• Entre os essênios era o principal objeto
entregue aos neófitos, e obrigatoriamente na
cor branca, sendo também um Emblema
Astronômico, quando de formato semi -circular
simbolizando o Hemisfério Sul, e quando
retangular representava a Parte Elíptica de onde
vem a Luz.
Todos os sacerdotes das Grandes Religiões Antigas
usavam Avental, e o próprio Rei Salo mão é mostrado
usando essa peça, já na edificação de seu Templo.
Além dele, os obreiros daquele Templo também
usavam Aventais, que eram confeccionados em
couro, sendo grandes os dos Aprendizes , que
protegiam do peito aos joelhos, pois trabalhavam em
Desbastar Pedras Brutas e Cortar Madeiras, o que
gerava muitas lascas, enquanto os dos Companheiros
eram médios, porque executavam o ajustamento das
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peças, e os dos Mestres eram ainda menores , por
orientarem o assentar e acabamento dos conjuntos.
De acordo com a Lenda Maçônica, na construção de
seu Templo, Salomão teve a necessidade de criar
distinções entre os Mestres que trabalhavam no
ornamento e confecção das peças destinadas aos
Cultos, e para esses criou diversas Câmaras, dando a
cada uma Aventais com ornat os próprios, para
diferenciá-los conforme a importância de seus
trabalhos, sendo que tais Aventais eram portados
com muito orgulho por seus detentores.
O mesmo orgulho deve ser sempre sentido por todos
os Maçons, que se consideram plenamente imbuídos
como verdadeiros construtores do Templo Interior
Simbólico da Humanidade.
As Guildas - Associações formadas na Idade Média
entre as Corporações de operários da construção,
artífices ou artistas, sendo portanto, Corporações de
Ofício, isto é, de trabalhadores qu alificados -,
tiveram forte influência na origem da Maçonaria
Inglesa, e principalmente, no tocante ao emprego do
Avental como seu Principal Símbolo.
No início, cada Loja o Maçom confeccionava seu
próprio Avental, do modo e tamanho que mais lhe
aprouvesse, decorados com figuras que o
agradassem, pintadas - bordadas - ou ornadas com
pedrarias.
Como resultado ocorreram acirradas polêmicas e
discórdias, chegando ao exagero de os Aventais
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conterem motivos de pinturas usadas nas duas
cidades chamadas Tebas:
• Uma grega a 70 km de Atenas, e
• Outra egípcia a 800 km do Cairo, onde os faraós
residiam e capital do país por cerca de 1500 anos
(de 2050 à 661 a.C.).
Variavam de tamanho e formato, e cada qual
escolhia a pintura e cores que quisesse, porém,
todos eram feitos de pele de carneiro curtida ao Sol,
contendo, geralmente, uma grande abeta que
chegava ao pescoço, presa por tiras do mesmo couro,
mas, por vezes, era usada abaixada e o Avental preso
à cintura por outras tiras do mesmo material.
No Século XIV os Aventais eram confeccionados em
couro de boi, sendo que em alguns casos, o couro
não era raspado, deixando os pêlos originais do
animal, que o tornava mais espesso, e assim
oferecendo maior proteção.
Para harmonizar e terminar com as deturpações e
aberrações surgidas, a Instituição tentou
regulamentar o uso do Avental pelas Lojas e seus
integrantes, o que não foi conseguido, e tudo
permaneceu da mesma maneira por mais algum
tempo.
Os Aventais Maçônicos representam o que há de
mais significativo para o Maçom no senti do de
importância, pois simbolizam o 'labor' a que se deve

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dedicar para o próprio benefício, bem como, e
principalmente, para seu semelhante.
O Maçom só está Vestido quando usando seu
Avental, do qual, obrigatoriamente, deve estar
sempre revestido nos trab alhos em qualquer Loja.
O Maçom obriga-se a não ser vaidoso, e conforme o
Cargo que ocupa, deve ostentar alfaias, jóias, faixas
e condecorações, mas essas exigências não o livram
de sempre ter de portar principalmente o Avental,
única alfaia que o torna ve stido para quaisquer
trabalhos.
Sendo os Aventais feitos de couro, lembram que está
ligado aos órgãos humanos que deve proteger, pois o
couro, desde há muito tempo, é tido como o protetor
que abriga de acidentes, da intempérie e das más
influências.
Alguns autores maçônicos pretendem,
esotericamente, que o Avental de Aprendiz , com a
abeta levantada, deva proteger o Plexo Solar que
corresponde ao Chakra Umbilical e está ligado ao
epigástrio, que antigamente era considerado o
centro dos sentimentos e emoções psíquicas, contra
os quais o Iniciado deve ser protegido se quiser
conquistar a Serenidade de Espírito, que possibilita
tornar-se um Verdadeiro Maçom.
O Avental do Companheiro era menor, porque este
busca a assimilação de maior espiritual idade,
deixando estável a materialidade, enquanto o do
Mestre era menor ainda, pois almeja, com
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serenidade e consciência, a plena submissão às
Forças Cósmicas do Universo.
Sobre este assunto outros escritores afirmam: "O
Avental que reveste todo Maçom, é um emblema do
corpo físico, com o qual os transforma em
verdadeiros artistas, oferecendo o magistério ou
domínio completo sobre o Mundo".
Se o corpo físico nada mais é do que o invólucro
material visível do Espírito, que tem obrigação de
participar da Construção do próprio Templo Interior,
ou ainda, que a parte superior do corpo é a sede da
potencialidade, haveria a necessidade da proteção
do Avental para alcançar a magnitude de sua
Serenidade, no entretanto, cobre simbolicamente a
parte inferior do corpo, principalmente o v entre, que
é a sede da afetividade e das paixões.
Isto significa que só a parte superior do corpo, que é
a sede das faculdades racionais e espirituais deve
participar do trabalho, pois é só esta que permite
alcançar a Serenidade do Espírito, fator primordi al
que o tornará em um Verdadeiro Iniciado.
À época, a Maçonaria Especulativa considerava
ponto negativo que o Avental protegesse os chakras,
plexos e outros, que estavam habituados a
considerar, mas que não davam muita credibilidade
às suas funções e reflexos, chegando até a 'não' mais
usar os Aventais e 'não' os entregar aos Iniciados em
muitas Lojas.

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Tornava-se urgente tomar uma providência
saneadora, pois já em 1725 a Maçonaria Especulativa
começava a estruturar-se e, dentro dos parâmetros
maçônicos, instituíram o uso e modelos para os
Aventais dos Três Primeiros Graus, e quando, em
1747, consolidam-se os Altos Graus, determinaram
seus respectivos Aventais, com alegorias condizentes
a cada Grau, porém continham rebuscados motivos
nas composições.
Entretanto, a polêmica continuava e era necessário
um consenso, e para isso foi convocada uma reunião
dos Supremos Conselhos, que se realizou em
Lousanne em 1875, onde ficou decidida a
'Obrigatoriedade de uso dos Aventais', quando lhes
deram formas e dimensões ap ropriadas, quase as
padronizando, a saber:
• As dimensões dos 'Aventais' podiam variar de
30/35 e 40/45 centímetros;
• O Avental de Aprendiz seria branco, feito de pele
de carneiro, com abeta levantada em forma de
triângulo, sem nenhum enfeite;
• O Avental de Companheiro também seria branco,
com abeta para baixo, e podia ser orlado de
vermelho (não obrigatoriamente); e
• O Avental de Mestre seria branco com a abeta
abaixada, orlado e forrado de vermelho.
Parece vir daí que tenha triplo significado material e
metafórico, isto é:

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• O Maçom tem obrigação de dedicar -se ao
'Trabalho';
• O Maçom pertence a um 'Meio de Trabalho'; e
• O Maçom deve 'Proteger -se contra os riscos do
Trabalho'.
Atualmente, o Avental de Aprendiz tem forma
retangular, medindo cerca de 30 cm de altura por 40
cm de comprimento, cingido na cintura por cordel ou
elástico, na cor branca e forrado ou não com tecido
da cor, desprovido de símbolo.
Além da parte retangular, ainda é composto por uma
abeta com cerca de 15 cm de altura, em forma
triangular, fixada em toda a extensão superior do
Avental, na mesma cor.
O Avental do Aprendiz deverá sempre ter a abeta
levantada - erguida. Como uma túnica de pele, a
percepção do Avental como vestimenta ou envoltório
externo, tal qual o revestimento material da essência
do ser, para o Maçom representa a Visão Espiritual
conseguida pela constante busca da Luz, procura
esta que parte do Ocidente, o Espaço dos Sentidos,
chegando até o Oriente, o Espaço da Realidade.
Por isso o Maçom nunca deve desprezar seu Avental,
pois é parte integrante da manifestação sincera do
Homem Iniciado na própria vida, pela qual se depura
a escalada em busca da Existência Divina.
Pode-se dizer que o triângulo formando a abeta,
mais o Avental decomposto em 2 (dois) outros
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triângulos, se somados re presentam simbolicamente
as 3 (três) Forças Vivas do Homem, a saber: o
Espírito, o Corpo e a Alma, sendo que o primeiro se
manifesta pela Inteligência, o segundo pela Matéria,
e a terceira pela Locomoção, ou seja, a Vida !
Porém, atualmente as determinações dos Supremos
Conselhos (1875) não mais são observadas, pois os
Aventais variam de acordo com os Ritos, Obediências
e Países onde se encontram.
Têm-se notícias que o Avental vem sendo
'dispensado' em Câmaras de Altos Graus de alguns
poucos Ritos, só ocorre ndo quando o trabalho
puramente maçônico não está sendo praticado, isto
é, quando os integrantes trabalham apenas em
assuntos administrativos, mas nos trabalhos
ritualísticos o Avental é 'sempre obrigatório' .
Há um grave erro que algumas Lojas ainda pratic am,
quando o VM e os Oficiais 'acham, e há sempre os
inventores “que usando apenas o Colar com a Jóia de
seu Cargo, estão dispensados do uso do respectivo
Avental, mas isto é uma gravíssima falta que nunca
deve ser cometida, pois o Avental é o Verdadeiro
Símbolo do Trabalho Maçônico, e a investidura do
verdadeiro traje maçônico é indispensável em
qualquer Trabalho no interior do Templo, e ainda
que maçom algum pode furtar -se de seu uso.
Também no passado o uso do Avental foi deturpado,
para não dizer explorado, pois algumas Corporações
Profissionais obrigavam seus Aprendizes a
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trabalharem gratuitamente, como paga pelo direito
de usarem seus Aventais.
Finalmente, pode-se dizer que não é só o problema
com os Aventais que é difícil de ser solucionado na
Instituição, há também as demais Alfaias que não
estão padronizadas, e que dificilmente se tornarão
homogêneas, porque haverá sempre aqueles que
querem que suas opiniões prevaleçam, e muitos
vaidosos que desejam exibir Aventais mais vistosos.
Tais pendências some nte serão definitivamente
solucionadas, quando os responsáveis por todas as
Potências se unirem e decidirem acatar as decisões
que poderiam ser tomadas coletivamente, no que se
refere à padronização de todas as Alfaias, fato que
se tornaria uma melhor e au spiciosa realidade, mas
que, infelizmente, parece ser uma utopia!

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