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A CORDA DE 81 NÓS

O Dicionário de Termos Maçônicos nos diz que Corda de


81 Nós é a corda que circunda a Loja, que simboliza a União e a
Fraternidade que deve existir entre todos os maçons da face da
Terra.
O Objeto "corda" é um elemento que pode ser compostos
pelos mais diferentes materiais e que tem a finalidade de
prender, separar, demarcar ou unir. Sua resistência, salvo casos
especiais, está diretamente ligada ao número de fios de que é
composta o próprio material de sua composição e de como é
feito o seu entrelaçamento.
Na Idade Média, os construtores da Maçonaria Operativa
usavam uma corda, com alguns nós feitos a determinada
distância uns dos outros, amarrando-a entre dois pilares com
distância estudada, para formar uma "barriga" em ângulo
desejado. Feito isso, era colocada uma luz (velas) à distância e
altura calculadas, ocasião em que a "barriga" mostrava no ex-
tremo oposto, por meio de sua sombra, as dimensões exatas da
cúpula de que se desejava construir, graças à figura invertida e
aumentada nas proporções.
Avançando mais no tempo, encontramos na Sociedade dos
Construtores, que foi embrião da Maçonaria, como conhecemos
hoje, a herança da corda com nós, não necessariamente 81,
mas 3, 5, 7 ou 12, que era desenhada no chão com giz ou
carvão, fazendo, então, alegoricamente, partem de um painel
representativo dos instrumentos usados pelos Pedreiros Livres,
o qual fazemos destaque à Peça de Arquitetura do "Painel do
Grau de Aprendiz", em que demos relevo às questões que
envolvem a Corda de 7 nós ressaltadas nesse painel.
Uma das possíveis origens da corda de 81 nós, é que, por
volta de agosto de 1773, por ocasião da palavra semestral que é
dita somente em cadeia da união na casa "Fotie Titon", em
Paris, tomava posse Louis Phillipe de Orleans, como Grão-
Mestre da Ordem Maçônica na França. Estavam presentes 81
Irmãos em união fraterna, e a decoração da abóbada celeste
apresentava 81 estrelas.
Antes de ser colocada nos tetos dos Templos maçônicos,
essa corda era pintada provisoriamente no chão, representando
uma época da Maçonaria Operativa, variando seu número de
nós de acordo com o grau que motiva a reunião, atualmente
busca finalidades morais e espirituais.
Nas reuniões maçônicas, cumprindo o ritual, é pedido ao
Irmão Cobridor Interno para que verifique se o Templo está "a
coberto", em sua parte externa, das indiscrições profanas,
somente iniciando os trabalhos após sua confirmação. Nesse
enfoque e seguindo essa determinação, a protetora corda
maçônica sai do chão e eleva-se aos tetos dos Templos,
significando a elevação espiritual dos Irmãos que deixaram de
trabalhar no chão com o cimento e passaram a trabalhar no
plano superior com o cimento místico, a argamassa da espiritual
idade. Essa corda é que nos oferece proteção por meio da
irradiação de energias pela "emanação fluídica" que abriga e
sustenta a "Egrégora" (corpo místico) formada durante os
trabalhos em Templo por intermédio da concentração mental
dos Irmãos, evitando que ondas de energia negativa desçam
sobre os presentes na reunião.
A abertura da corda em torno da porta de entrada do
Templo com a formação das Borlas simboliza o fato de que a
Maçonaria está sempre aberta para acolher novos membros,
novos profanos que desejem receber a luz maçônica.
Na estrutura dos nós, o símbolo do infinito e a perpetuação
da espécie, são simbolizados na penetração macho/fêmea,
determinando que a obra da renovação seja duradoura e infinita.
Esse é um dos motivos pelos quais os nós são chamados "laços
de amor", por demonstrar a dinâmica universal do amor na
continuidade da vida, deste modo os 81 nós são feitos por
laçadas em forma de um "8" deitado (∞), Iembrando ao maçom
que é preciso tomar muito cuidado para não puxá-lo fortemente,
transformando-o em nó apertado e "cego", o que significaria a
interrupção e o estrangulamento da fraternidade que deve existir
entre os Irmãos.
A corda deve conter os 81 nós devendo ser eqüidistante,
algo que, nem todos os Templos possuem, tirando todo o
Simbolismo. O número 81 segue os princípios místicos da
Cabala, uma vez que 81 é o quadrado de 9 que, por sua vez, é
o quadrado de 3, número perfeito, de valor místico bastante
estudado em escolas esotéricas.
Nos orientes, a corda é colocada de modo que ficam 40 nós
à direita e outros 40 à esquerda, ficando um nó central sobre o
dossel, representando o número UM, a unidade indivisível, o nó
central, por representar o Criador, é sagrado.
Esotericamente, a Corda de 81 Nós simboliza a união
fraternal e espiritual, que deve existir entre todos os maçons do
mundo; representa, também, a comunhão de idéias e de
objetivos da Maçonaria, os quais, evidentemente, devem ser os
mesmos, em qualquer parte do planeta, simbologia que todo
maçom deve ter em sua mente em toda circunstância de sua
vida.
Os laços da corda atravessaram os séculos para chegar até
nós numa simbologia bem simples de que quando os mesmos
estiverem bem Justos, Perfeitos e Iguais, eles unem os Irmãos
numa cadência fraterna estendida aos Irmãos, pois se ambos
estiverem concentrados numa cadeia harmoniosa de
pensamentos, estes emanam energias positivas que vêm
fortificar o relacionamento entre todos.

“Caridade Monte-santense”
Ir.∙. Maico José Ferreira C.∙.M.∙.
Ir.∙. Pedro Henrique dos Santos A.∙.P.∙.

“Areópago 20 de Agosto”
Ir.∙. Hermelindo Borges da Rocha A.∙.P.∙.
Bibliografia:
"O Rito Escocês Antigo e Aceito - História, Doutrina e Prática",
José Castellani
"A Vida Oculta na Maçonaria", Charles Webster Leadbeater
“Do Meio Dia a Meia Noite”, Moacir José Outeiro Pinto

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