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À G∴D∴G∴A∴D∴U∴

A∴ R∴ L∴ S∴ CAVALEIROS DE AÇO Nº 42
Jurisdicionada à M∴R∴G∴L∴M∴D∴F∴

1º Trabalho de aprendiz maçom.


“A corda de 81 nós”.

A corda de oitenta e um nós é um símbolo presente na maioria dos Templos


Maçônicos, ela é trançada preferencialmente de sisal e é instalada da seguinte
forma: O nó central é colocado no centro do Oriente sobre o trono de Salomão. O
restante dos 40 nós equidistantes de cada lado são dispostos circundando as
paredes do Templo entre o início de abóbada celeste e acima das colunas
zodiacais. Os extremos da corda terminam em duas borlas, ladeando a porta
ocidental de entrada, representando permanentemente os símbolos da a Justiça (ou
Equidade) e a Prudência (ou Moderação), que devem nortear os iniciados no
caminho da perfeição.

Matematicamente, os 81 nós podem ser representados por 9², assim como o


número 9 pode ser representado por 3². Formando assim uma espécie de
progressão elevada à segunda potência, sendo o número 3 o cerne desta
progressão. Número este, perfeito e de alto valor Místico para praticamente todas as
civilizações antigas. Em todas as religiões existem tríades divinas. Osíris-Ísis-Órus
pelos Egípcios, Brahma-Vishnu-Shiva para os Hindus, Pai-Filho-Espírito Santo para
os Cristãos. Eram três os filhos de Noé, três foram os dias de jejum dos Judeus
desterrados, foram três as vezes que Pedro negou Cristo e três são os motes que
unem as nossas oficinas: Liberdade, Igualdade e Fraternidade.
O nó central representa o número 1, a unidade indivisível, o símbolo de Deus,
princípio e fundamento do universo, sendo desta maneira um número sagrado. Seus
40 nós restantes para cada lado também tem um significado importante. Foram 40
dias a duração do dilúvio, 40 dias que Moisés passou no Monte Sinai quando
recebeu as Tábuas da Lei, 40 dias durou o Jejum de Cristo no deserto se
preparando para a sua morte terrena e por 40 dias Jesus esteve na terra após sua
ressurreição quando se preparava para a Eternidade.
A cabala judaica estuda a fundo a relação destes números e como estes se
relacionam formando um “Quadrado Mágico” 3x3, onde seus valores somados por
completo (1+2+3+4+5+6+7+8+9) equivalem a 45, número esse atribuído à Adão
pela cabala, enquanto que as somas dos valores tanto na horizontal, quanto vertical
e ainda na diagonal destes valores dentro do Quadrado Mágico, equivale a 15,
número esse atribuído pela cabala à Eva. Demonstrada assim a importância mística
e numerológica destes números a nos aproximar de nossos mais antigos ancestrais.

Filosoficamente podemos descrever inúmeras referências em relação ao seu


material, formato, uso ou disposição na Loja e ainda destrinchar cada detalhe
cuidadoso aos quais as características da corda fazem referência.
O motivo pelo qual a corda se encontra aberta, ladeando a porta do Templo,
simboliza o fato da Maçonaria estar sempre aberta a novos membros, a novos
candidatos que desejam receber a Luz Maçônica, novas ideias que venham para
contribuir para a evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade.
Sendo uma instituição dinâmica e progressista, não pode o Maçom ser aquele que
rejeita as ideias novas, em benefício de um conservadorismo rançoso, muitas vezes
dogmático e, por isso mesmo, altamente deletério.
Seus nós conhecidos como “oito simples” ou também “volta do fiador” podem
ser comparados ao símbolo do infinito. Símbolo este descrito pela primeira vez por
John Wallis em 1655, provavelmente baseado no símbolo da mitologia grega
Ouroboros.

O fato da corda passar por dentro dela mesmo por duas vezes simboliza a
perpetuação da espécie humana e também à penetração macho/fêmea, fazendo
referência à passagem da Bíblia do Rei James, Gênesis 9:7 “ sede fecundos,
multiplicai-vos”. Sendo por esse motivo em alguns casos referidos como “Laços de
Amor”.

Ritualisticamente a corda de 81 nós pode simbolizar inúmeros princípios que


regem a Maçonaria, entre eles a União, a Fraternidade e a Harmonia.
Até o momento de seu assassinato, Hiram Abiff tinha 81 anos e
simbolicamente, para que se possa atingir o grau 33 são necessários 81 meses de
atividades maçônicas.

O mesmo parâmetro foi utilizado na posse de Louis Phillipe de Orleans, em


23 de agosto de 1773, como Grão-Mestre da Ordem Maçônica, na França, onde
estavam presentes 81 irmãos em união fraterna, e a decoração da abóbada celeste
apresentava 81 estrelas.
Os antigos obreiros egípcios utilizavam a corda com nó para demarcarem os
terrenos a serem edificados e os nós demarcavam os pontos específicos onde
deveriam ser necessárias a aplicação de travas, colunas e encaixes sendo os nós
portanto, marcadores dos pontos de sustentação das construções.

Esotericamente a corda de 81 nós é considerada um elemento associado à


união espiritual e fraternal que deve existir entre todos os maçons do mundo.
Representando a comunhão de ideias e de objetivos da maçonaria aos quais
evidentemente devem ser os mesmos em qualquer parte do planeta. Simbologia
essa que todo o maçom deve ter em mente em todas as circunstâncias de sua vida.
É descrita ainda a sua capacidade de absorver e coagular as vibrações
negativas que possam ser formadas dentro do Templo. E após absorvidas, elas são
transmutadas em energia positiva e devolvidas aos maçons que se encontram no
recinto. Dessa forma a corda de 81 nós é um ornamento representativo da cadeia
de união, que é o ápice de uma reunião ritualística. Trazendo com esta simbologia a
ideia de ser um elemento egregórico, ou seja alude ao coagular e solver das
energias coletivas resultantes da congregação de duas ou mais pessoas.

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