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PAINEL DA LOJA DE MESTRE MAÇOM

TRABALHOS FEITOS

À G D G A D U

Aug e Resp Loj Simb “Invictas” no 367

S
F U

Resp M
VVenerab IIr 1º e 2º Vig
Meus VVen IIr

Trabalho sobre a 1ª Instr de MM

Durante minha pesquisa a respeito do Painel de MM, foco da 1ª Instr, me deparei com
algumas descobertas interessantes. A primeira delas é que o painel que está em nossos rituais
não é o original do REAA. Segue abaixo o painel original do REAA e logo em
seguida o painel utilizado por nós hoje em dia. Mas como isso ocorreu?

O Ir James D’elano já nos contou recentemente em Loj a respeito da fundação das
Grandes Lojas. Por ocasião deste evento, o Ir Mário Behring, à frente do Supremo Conselho
do Grau 33 do REAA, necessitava fornecer os Rituais dos Graus Simbólicos para que as
recém-criadas Grandes Lojas pudessem trabalhar. Os conhecimentos do Irmão Mário Behring
não se restringiam ao REAA, tendo sido também um grande conhecedor do Rito de
York, Rito Moderno e do Ritual de Emulação. Como uma forma de aproximar as Grandes Lojas
brasileiras da Grande Loja Unida da Inglaterra e das Grandes Lojas Americanas, Mário Behring
incluiu diversas características do Ritual de Emulação e do Rito de York aos seus rituais do
REAA. Alguns dos “empréstimos” do Ritual de Emulação foram os Painéis, pois
continuando minha pesquisa descobri que não apenas este, mas também os painéis dos dois
primeiros graus pertencem originalmente ao Ritual de Emulação.
Analisando o simbolismo do nosso painel, que foi pintado em 1823 por J. Harrys para o Rito
Emulation, muitos dos significados dos símbolos estão claramente descritos em nossos rituais,
portanto não vou me ater aos mesmos.
O primeiro símbolo que gostaria de me aprofundar é a lápide, que segue abaixo:

De acordo com o trabalho do Ir Adayr Paulo Modena, ela deve ser decifrada da esquerda
para a direita. Nos semicírculos o primeiro símbolo significa Tubal e o segundo Cain, formando
portando nossa P de P. No retângulo, os símbolos significam Hiram Abbif the Builder
(Hiram Abiff, o Construtor), e logo abaixo Anno Lucis 3000. Infelizmente eu não tive acesso a
toda a bibliografia mencionada no trabalho do IrAdayr, entretanto em todas as fontes que
busquei (e que se encontram na bibliografia no final) eu não consegui confirmar essas
informações, e ainda mais, as iniciais da maneira como descritas não batem com nosso
alfabeto maçônico. O que é possível confirmar é o ano 3000, pois nosso próprio ritual descreve
que a morte de Hiram Abiff ocorreu três mil anos depois da criação do mundo.
O segundo símbolo seria a “Tríade dos 5”, constituída pelos números “5” simbolicamente
ocupando as portas do S, do Oc e do Or. Como o Painel é originário de outro rito,
devemos recorrer a ele para entender esses números. No rito inglês, tais números
correspondem às três lojas de Companheiros (cinco em cada uma), que foram constituídas por
Salomão para pesquisar o paradeiro do mestre desaparecido, e que partiram das três portas
do Templo. Ao final das buscas, os 15 obreiros foram honrados com a participação no funeral
do Mestre. No nosso rito fica difícil de fazer a relação, já que em nossa lenda só é citado o
número 15 para a quantidade de conspiradores e que no final houve 12 desistências e apenas
os três maus companheiros prosseguiram com o plano.
Porém acredito que o principal símbolo do painel está mesmo no pórtico ao centro do esquife,
representando o “Sanctum-Santorum”, ou Santo dos Santos. O Rei Salomão ordenou que
Hiram Abbif fosse enterrado próximo ao “Sanctum-Santorum”.
O “Sanctum-Sanctorum” era uma sala do Tabernáculo, e mais tarde, se transformou em uma
sala do Templo de Salomão de 10 cúbitos x 10 cúbitos (5 x 5m) onde ficava guardada a Arca da
Aliança. Era aqui que se realizava anualmente uma cerimônia de sacrifício expiatório de um
cordeiro sem mácula (como visto em Êxodo, no Capítulo 12) pelos pecados do povo (Levítico
4:35) e era este o único momento em que o Sacerdote podia falar diretamente com Deus. Esta
sala ficava separada do templo por uma cortina de linho. O Sacerdote entrava com uma corda
no pé. Em caso de estar em pecado ele morria e como o lugar era santíssimo, outros não
poderiam entrar, somente ele. Então puxavam o corpo do sacerdote para fora do Santo dos
Santos. O Sumo Sacerdote Arão, o irmão de Moisés , foi o primeiro sumo sacerdote de Israel.
Assim sendo, o valor de Hiram Abbif não foi ter ornamentado o Templo de Salomão, nem a
perfeita organização que o fez comandar milhares de operários e mestres, mas sua sacrificada
morte em defesa de um juramento. Jurara, diante do rei de Tiro e do rei Salomão, jamais
revelar as P de P, juramento esse que nós prestamos e, como MM, devemos sempre
cumprir.

Or de São Paulo, 03 de novembro de 2006 EV

Que o GADU nos ilumine e guarde.

Fraternalmente,

Ir Jackson Beretta MM

Bibliografia:
A Simbólica Maçônica – Jules Boucher
Dicionário de Maçonaria – Joaquim Gervásio de Figueiredo
Ritual do Simbolismo – Mestre Maçom
Simbolismo do Terceito Grau – Rizzardo da Camino
Trabalho “Subsídios ao Estudo do Painel” - IrAdayr Paulo Modena
Bíblia Sagrada
Wikipedia
http://www.noesquadro.com.br/

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