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TERMO DE APROVAÇÃO
Tombo Nº _____
Orientador de conteúdo:
Prof. Dr. Joel Theodoro da Fonseca Junior _______________________________
Orientador de forma:
Prof. Ms. Jefferson Oliveira ________________________________
Esse trabalho procurou responder a questão da relevância da Escritura nos dias atuais, diante de
tantos ataques a integridade da Bíblia. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica que pretende
entender as características que fazem da Escritura palavra de Deus numa pespectiva da
teologia reformada. A pesquisa conseguiu estabelecer a concepção da Escritura como baseada
no caráter do próprio Deus, além de apresentar argumentos a favor da historicidade da
Escritura. A pesquisa permitiu também traçar uma compreensão da necessidade de
contextualização da Escritura no lugar de uma atualização, devido a aplicabilidade transcultural
da Bíblia.
This work sought to answer the question of the relevance of Scripture in the present day, in the
face of so many attacks on the integrity of the Bible. This is a bibliographical research that
intends to understand the characteristics that make Scripture the word of God in a perspective
of Reformed theology. The research managed to establish the conception of Scripture as based
on the character of God himself, in addition to presenting arguments in favor of the historicity
of Scripture. The research also allowed to outline an understanding of the need to contextualize
the Scripture instead of updating it, due to the cross-cultural applicability of the Bible.
1. INTRODUÇÃO
Um dos grandes desafios da igreja em tempos modernos é lidar com o chamado
liberalismo teológico. O termo Theologia Liberalis foi usado pela primeira vez por Johann
Salomo Semler (1725-1791) "livre método de investigação histórico-crítico das fontes da fé e
teologia, sem vínculos com a tradição dogmática". O problema de tal abordagem é o
rompimento com os dogmas mais basilares da fé ortodoxa. Talvez o primeiro questionamento
levantado seja em relação ao caráter da Escritura como palavra de Deus. A tendência da
teologia liberal é a relativização da inspiração da Escritura e da sua relevância hoje.
Nesses termos, a Escritura precisa de uma revisão? Qual a relevância da Escritura hoje e
em que sua confiabilidade está fundamentada? A Escritura pode ser compreendida como um
texto fidedigno? Qual a confiabilidade histórica da Escritura? Essas são as perguntas que esse
trabalho pretende responder.
Para tanto, no capítulo 1 a questão da Escritura como palavra e revelação de Deus será
trabalhada, de maneira a tentar compreender a relação que existem entre o caráter divino e a
sua palavra. Como quem Deus é influencia na validade da Escritura?
temos hoje e fechando com uma breve exposição sobre os manuscritos bíblicos e sua
importância para a validação da Bíblia como um documento histórico.
Por fim, o terceiro capítulo tem o propósito de falar sobre a mensagem de salvação, a
grande narrativa bíblica que reforça sua relevância para todo tempo e lugar. E na última parte
do capítulo 3 se desenvolve a ideia da necessidade de contextualização e da aplicabilidade
transcultural do Evangelho. Todo esse trabalho tem o propósito de glorificar o Deus que a
Escritura revela e refinar a compreensão daqueles que querem servir a Deus com fidelidade e
integridade de coração.
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Esse gráfico é bastante didático e apresenta uma série de características de Bíblia. Para
os autores, ela é uma coleção, é composta por testamentos, é uma história, é sobre Jesus, é
completa, e destaco duas dessas características, ela é confiável e é a Palavra de Deus. Para
Charllies e Byers, a bíblia tem caráter de Escritura (assim, com “E”) pois vem diretamente do
próprio Deus, à medida que é a sua palavra. Eles escrevem:
Deus não está em silêncio. Ele não nos deixou isolados e sem orientação neste
mundo. Em vez disso, ele se comunicou da maneira que melhor entendemos - pelas
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palavras. Os cristãos se referem à Bíblia como a Palavra de Deus, pois ela está cheia
das palavras de Deus e porque, uma vez reunidas, ela representa a palavra dele, sua
mensagem para a humanidade. Deus escreveu essa mensagem de maneira
excepcional. Ele usou palavras, ideias e capacidades criativas de diversas pessoas
para que pudesse transmitir sua mensagem divina. Os historiadores fizeram suas
pesquisas, colheram os fatos e registraram suas conclusões fizeram tudo isso pelo
poder e pela orientação do Espírito Santo. Os poetas observaram, criaram e
escreveram sob a orientação do mesmo Espírito Santo (2Pedro 1:21). E tudo isso foi
registrado como a Bíblia. Deus ainda hoje continua a falar por meio da Bíblia,
abrindo os olhos espirituais de nosso coração para que possamos ouvir e entender
sua Palavra à medida que ela traz convicção e nos leva a responder a ele pela fé.
Referimo-nos a essa realidade como sendo iluminados - a maneira como o Espírito
Santo nos ajuda a entender e a ouvir a Deus à medida que ele fala conosco pela
Bíblia. A Bíblia é sem igual entre todos os livros do mundo, uma vez que sua
palavra é "viva e eficaz, e mais afiada que qualquer espada de dois gumes" (Hebreus
4:12). Deus está presente na Bíblia. Por meio dela e de maneira especial, ele
continua a falar conosco ainda hoje. É por isso que podemos continuar a chamá-la de
Palavra de Deus. Sua voz chega a nós por intermédio da Bíblia. (BYERS E
CHARLLIES, 2016, págs. 47-48)
Para preservar e garantir a transmissão da revelação especial através dos séculos foi
necessário o seu registro na forma escrita. Assim, a Bíblia se torna uma fonte
imprescindível da revelação de Deus. Ela contém a revelação de Deus, mas, como
foi visto na exegese de 2Timóteo 3.16-17 e 2Pedro 1.20-21, também é a revelação de
Deus. Ela não apenas contém a palavra de Deus, mas é a palavra de Deus escrita.
Sendo a palavra de Deus, a Bíblia vem a nós com a autoridade de Deus. Uma vez
que é corretamente interpretada, aplicando os princípios válidos da hermenêutica, ela
deve ser obedecida e os seus princípios aplicados na vida do cristão e da igreja.
(FERREIRA E MYATT, 2007, pág. 117)
Aqui vale conferir os textos de 2 Timóteo e 2 Pedro citados pelos autores. Nesses
textos a própria Escritura testemunha em favor de sua inspiração e proveniência da parte de
Deus, “"Toda a Escritura é divinamente inspirada e proveitosa para ensinar, para repreender,
para corrigir, para instruir em justiça;" a fim de que o homem de Deus tenha capacidade e
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pleno preparo para realizar toda boa obra.” (2 Timóteo 3. 16-17) “Sabei antes de tudo que
nenhuma profecia das Escrituras é de interpretação particular. Pois a profecia nunca foi
produzida por vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, conduzidos pelo
Espírito Santo.” (2 Pedro 1. 20-21)
O Doutor Heber Campos, no primeiro livro de sua série dedicado a revelação, antes de
citar e expor os textos de 2 Timóteo e 2 Pedro escreve o seguinte: A doutrina reformada da
"inspiração orgânica" elimina o ele mento falível nos escritores da Bíblia. Deus livrou os
escritores de escreverem suas próprias ideias à parte das ideias de Deus, ideias ou
especulações simplesmente humanas. (CAMPOS, 2017, pág. 269)
É evidente, pois, que, para Cristo e seus apóstolos, aquilo que a Escritura disse foi
Deus quem o disse. A convicção deles era que a Bíblia inteira é profética, no sentido
primário do termo, ou seja, os escritores da Bíblia foram os escribas de Deus; e isto
no mesmo sentido em que os profetas, ao pregar, foram os porta-vozes de Deus.
Desta forma, tudo quanto ficou escrito pode ser apresentado com a mesma fórmula
com que eram introduzidos os sermões dos profetas: "Assim diz o SENHOR". Essa
é a mais profunda razão pela qual os escritos bíblicos são "sagrados" (cf. 2 Tm 3.15)
- não somente porque abordam coisas santas, mas porque o Deus santo é o seu
verdadeiro Autor. (PACKER, 1994, pág. 31)
Isso porque a concepção da Bíblia como Palavra de Deus está intrinsecamente ligada
aos atributos e características de Deus. A relação entre a natureza da Bíblia como revelação
divina e o caráter de Deus é um tema central na compreensão das Escrituras e influencia
profundamente a forma como os fiéis enxergam e interpretam os textos sagrados.
Como a Bíblia tem sua origem em Deus, ela reflete o caráter dele. Por esse motivo,
podemos crer que a Bíblia não tem erros e é perfeitamente confiável. O que Deus diz
é verdade, e o que ele diz que fez, realmente fez. O que Deus diz que fará, ele
realmente fará. Deus é quem ele diz ser, e nós somos quem ele diz que somos. Como
a Bíblia é fidedigna e confiável, precisamos dedicar nossa vida lendo-a, entendendo-
a e obedecendo-a. (BYERS E CHARLLIES, 2016, pág. 48)
como digno de confiança? Nesse caso não. Não, porque os homens são falhos, equivocados,
por vezes mentirosos, limitados, contextualizados, inconstantes e mutáveis.
A dádiva que temos é saber que a Escritura não parte somente de mãos humanas, mas
de homens guiados pela inspiração divina, registrando não seus erros humanos, mas as
verdades imutáveis que vem da boca do próprio Deus. As penas que escreveram as Escrituras
podem até serem humanas, mas a boca que ditou as palavras é divina. O fundamento da
Escritura no caráter de Deus nos leva então a analisar o Ser de Deus e seus atributos, quem
Deus é, solidifica a confiabilidade da Escritura.
A Escritura fala extensamente sobre quem Deus é. A Bíblia nos diz que Deus é amor
(1 João 4:8), que é santo (Isaías 6:3), que é justo (Deuteronômio 32:4), que é misericordioso
(Salmo 103:8), que é paciente (Romanos 2:4), que é fiel (2 Timóteo 2:13), que é poderoso
(Salmo 93:4), que é sábio (1 Coríntios 1:20), que é bom (Deuteronômio 10:17), que é bondoso
(Salmo 145:8), que é compassivo (Jeremias 31:3), que é longânimo (Salmo 86:15), que é
confiável (Jeremias 31:3), que é justo (Deuteronômio 32:4), que é perfeito (Salmo 18:30), que
é glorioso (Êxodo 33:18), que é majestoso (Salmo 96:6), que é soberano (Daniel 4:32), que é
eterno (Isaías 40:28), que é onisciente (Salmo 139:1-4), que é onipresente (Salmo 139:7-12),
que é onipotente (Jeremias 32:17), que é criador (Gênesis 1:1), que é redentor (Isaías 43:11),
que é preservador (Salmo 121:3-4), que é provedor (Salmo 23:1), que é juiz (Salmo 94:2), que
é Salvador (Isaías 43:11), que é amigo (Salmo 27:10), que é pai (Salmo 103:13), que é esposo
(Isaías 54:5), que é rei (Êxodo 15:18), que é sacerdote (Hebreus 4:14-16), que é profeta
(Deuteronômio 18:15), que é juiz (Salmo 94:2), que é Salvador (Isaías 43:11), que é amigo
(Salmo 27:10).
A natureza da Bíblia como revelação de Deus é fortemente influenciada pelos
atributos divinos. A compreensão desses atributos nos permite enxergar a Bíblia como a
expressão fiel do caráter eterno e perfeito de Deus, capaz de guiar e transformar vidas em
todas as épocas e culturas. Deus é bom, é Eterno, é simples, infinito, todo sábio, todo
poderoso, todo soberano, mas para os fins desta pesquisa, talvez os mais relevantes dos
atributos sejam sua imutabilidade, veracidade, santidade, perfeição e fidelidade.
Essas características são refletidas na natureza da Bíblia como Palavra divina. A partir
do entendimento de que Deus é santo e perfeito, a Bíblia é considerada como a expressão
infalível de Sua vontade para a humanidade. John Wesley destaca a importância de se apegar
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à Bíblia como uma revelação confiável, uma vez que ela provém de um Deus perfeito e que
não pode mentir.
A fidelidade de Deus também é refletida na inerrância e confiabilidade da Bíblia. Tim
Keller, em "Fé na era do Ceticismo", argumenta que, se Deus é fiel e verdadeiro em todas as
Suas ações, então Sua Palavra também deve ser precisa e digna de confiança. Acreditando na
inspiração divina da Bíblia, os fiéis veem as Escrituras como uma revelação precisa e fiel dos
propósitos de Deus para a humanidade.
A imutabilidade do Deus que é o autor supremo da Escritura serve de selo de
comprovação da sua confiabilidade. A Escritura tem ainda relevância, pois vem “[...] do Pai
das luzes, em quem não há mudança nem sombra de variação.” (Tiago 1. 17). O que Ele disse,
ele diz, o que Ele desejava, ainda deseja. Nas palavras de Herman Bavinck:
Se Deus não fosse imutável, ele não seria Deus." Seu nome é "ser", e esse nome é
"um nome inalterável". Tudo o que muda deixa de ser o que era. Mas a verdadeira
existência pertence àquele que não muda. Aquilo que verdadeiramente é permanece.
Aquilo que muda "era alguma coisa e será alguma coisa, mas não é alguma coisa
porque é mutável." Mas Deus, que é, não muda, pois toda mudança diminuiria sua
existência. Além disso, Deus é imutável em seu conhecimento, vontade e decretos
como é em seu ser. "A essência de Deus, pela qual ele é o que é, não possui nada que
seja mutável, nem em eternidade, nem em fidelidade, nem em vontade. Como ele é,
assim ele conhece e deseja imutavelmente. "Assim como tu és totalmente, assim tu
conheces totalmente, pois tu imutavelmente és, e conheces imutavelmente, e desejas
imutavelmente. Tua essência conhece e deseja imutavelmente, e teu conhecimento é
e deseja imutavelmente, e tua vontade é e conhece imutavelmente.” Nem a criação,
nem a revelação, nem a encarnação (afetos, etc.), produziram qualquer mudança em
Deus. (BAVINCK, 2012, págs. 157-158)
Ao mesmo tempo, a veracidade do que ele diz é relevante. Se Deus fala mentiras ou é
mentiroso em si, ser imutável ou não, seria irrelevante, no fim sua palavra não seria confiável.
Mas Deus não só diz a verdade, ele é a própria verdade. É assim que o senhor fala de si
mesmo: "Jesus lhe respondeu: Eu sou o caminho, a verdade e a vida;” (João 14. 6). Deus é a
verdade. "A veracidade divina implica que ele é o Deus verdadeiro, e que todo o seu
conhecimento e todas as suas palavras são ao mesmo tempo verdadeiras e o parâmetro
definitivo da verdade". Ele não pode mentir nem se contradizer (1Sm 15.29). (FERREIRA E
MYATT, 2007, págs. 219-220)
Suas palavras são inalteráveis e fidedignas, seus juízos não mudam e ele não volta
atrás. Ainda assim, encontramos alguns textos na própria Bíblia onde Deus parece se
arrepender e mudar e seus planos, repensar e voltar atrás (Gn. 6.6; 1Sm 15.11; Am 7.3, 6; Êx
32.10-14; Jn 3.10). Esses textos, no entanto, trazem uma linguagem antropopática, ou seja,
Deus é descrito de uma perspectiva humana de emoções. Deus não altera sua mente ou
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enfrenta mudanças no seu caráter. Ele nunca é pego de surpresa, essas aparentes mudanças de
atitudes, na verdade são realizadas segundo o conselho da sua vontade.
Quem nos fará crer que provém de Deus? Como nos certificarmos de que chegou
salva e intacta aos nossos dias? Quem pode nos persuadir de que este livro deve ser
recebido com reverência e outro expurgado? Exceto que, acerca disso, a regra seja
prescrita pela Igreja? Daí concluem que pertence à Igreja determinar que reverência
se deve à Escritura e que livros devem ser arrolados em seu catálogo. Esses homens
sacrílegos usam a Igreja como pretexto para impor a tirania, não cuidando dos
absurdos em que eles e os outros se enredam, desde que possam extorquir dos
incultos que concordem não haver nada que a Igreja não possa. Se é assim, que será
das miseras consciências que buscam a sólida segurança da vida eterna, se todas as
promessas sobre ela se apoiam apenas no juízo humano? Se aceitam tal resposta, não
haverão de tremer e se intranquilizar? Ademais, como os ímpios escarnecerão de
nossa fé e quantas suspeitas cairão sobre ela se é por mercê dos homens que a
Escritura tem uma tão precária autoridade? (CALVINO, 2008, págs. 71-72)
Se a autoridade da Escritura fosse chancelada pela igreja, de novo ela não seria digna
de confiança. A igreja, ainda que composta por aqueles que foram chamados para a vida, é
feita desses ainda falhos e em processo. Se a compreensão da autoridade bíblica fosse
determinada pela igreja estaríamos perdidos. Ela seria então facilmente alterável, já que
estando à mercê dos caprichos dos homens, sua vontade volúvel a organizaria e delimitaria.
No então, não cabe a igreja o poder de outorgar poder e autoridade a Escritura
A relação entre o caráter de Deus e a natureza da Bíblia como Palavra divina também
tem implicações na forma como as Escrituras são interpretadas. A compreensão da Bíblia
como uma revelação fundamentada no caráter divino implica em abordar os textos sagrados
com humildade, reverência e busca pela verdade. Ao reconhecer que Deus é santo, amoroso,
fiel, imutável e onisciente, os fiéis são motivados a se aproximar da leitura das Escrituras com
uma postura de submissão e obediência, reconhecendo que a Palavra de Deus é a autoridade
final em suas vidas.
"Existem vários fatores que sugerem que a Bíblia é um relato confiável dos eventos
históricos que descreve. Primeiro, a Bíblia é o livro mais antigo e bem preservado do
mundo antigo. Existem milhares de manuscritos antigos da Bíblia, que foram
copiados com grande precisão. Isso indica que a Bíblia foi transmitida com grande
cuidado ao longo dos séculos. [...] a Bíblia foi aceita pela igreja primitiva como um
relato confiável da história. Os primeiros cristãos acreditavam que a Bíblia era a
palavra de Deus e que continha uma revelação divina. Isso indica que a Bíblia foi
considerada um relato confiável da história pelos primeiros cristãos." ( Tradução
METZGER, 2005, p. 2)
"A Bíblia é consistente com outras fontes históricas. Por exemplo, os relatos bíblicos
da história do Egito, da Assíria e da Babilônia são consistentes com os relatos de
historiadores antigos. Isso indica que a Bíblia é um relato confiável dos eventos
históricos que descreve." ( Tradução MCDONALD, 2009, p. 2)
interagiu com o povo de Israel e com o mundo. A Bíblia é a revelação de quem Deus é para
aqueles que ele chamou, e deve ser lida como tal. Sendo assim, os argumentos históricos
precisam caminhar alinhados com a compreensão da revelação de Deus e do conceito de
inspiração da Escritura. E para tanto, precisamos analisar qual a compreensão os primeiros
cristãos que viviam no período histórico mais próximo da Escritura tinha sobre ela.
igreja primitiva empreendeu grandes esforços para garantir que esses manuscritos fossem
copiados com precisão e que as cópias resultantes fossem distribuídas e preservadas de
maneira adequada.
Os escribas e copistas eram especialmente treinados para copiar os textos com
exatidão e reverência. A prática de "leitura pública" era comum nas comunidades cristãs,
na qual os textos bíblicos eram lidos em voz alta durante os cultos e as reuniões da igreja.
Essa prática ajudava a verificar a precisão das cópias e a garantir que não houvesse erros
de transcrição.
Os líderes da igreja primitiva também se empenharam em estabelecer listas
canônicas, compilando os escritos considerados sagrados e autorizados pela comunidade
cristã. As listas canônicas variavam em diferentes regiões, e a definição final do cânon do
Novo Testamento só ocorreria mais tarde, em concílios posteriores da igreja. Contudo, a
aceitação e a preservação de determinados textos pelos primeiros cristãos foram cruciais
para sua posterior inclusão no cânon bíblico.
Um exemplo notável de um dos primeiros códices do Novo Testamento é o Códice
Sinaiticus, datado do século IV d.C., que contém grande parte do Antigo e do Novo
Testamento. Esse códice é uma das mais antigas e completas cópias da Bíblia e foi
descoberto no Mosteiro de Santa Catarina, no Monte Sinai, no século XIX. Sua descoberta
foi um marco importante na pesquisa acadêmica da Bíblia, permitindo uma melhor
compreensão dos textos bíblicos antigos e de sua transmissão ao longo dos séculos.
Sabemos que a Bíblia é um livro único e que não pode ser comparado a nenhum
outro livro. A Bíblia é a Palavra de Deus e contém a verdade sobre Deus, o mundo e o
significado da vida. Era essa a mentalidade contida nos primeiros cristãos, isso fica
evidente ao analisarmos os escritos de algumas das figuras mais importantes deste
período. Irineu de Lyon escreveu:
"Os apóstolos, que receberam o anúncio do Senhor e o ensino direto por meio do
Espírito Santo, transmitiram-no a aqueles que estavam com eles. Estes, por sua vez,
transmitiram-no a nós. E nós, que temos a fé no Espírito Santo que habita em nós,
conservamos o que foi transmitido." (IRINEU, Contra as Heresias, 3.1.1)
"Acredito que a única Igreja de Deus é aquela que é fundada sobre a pedra da
verdade, que é Cristo Jesus, a pedra viva (1 Pedro 2:4-8), que todos os edifícios
devem ser construídos de acordo com o plano do mestre-construtor, o Senhor, pois
ele é o único que conhece o plano de construção" (IRINEU, Contra as Heresias,
3.2.2).
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E ainda diz:
"O que foi transmitido aos primeiros cristãos por aqueles que viveram com o Senhor
e foram seus instrutores, isso nós o transmitimos sem misturar nada com nossa
própria especulação, mas como eles nos ensinaram que foi a verdade." (IRINEU,
Contra as Heresias, 1.10.1)
"A Escritura, que é a revelação de Deus, é suficiente para tudo o que é necessário
para a salvação" (TERTULIANO, O Testemunho da Alma, 9).
"Acreditamos que a Escritura é divina e que os livros que são nela contidos são
inspirados por Deus. [...] Os cristãos têm grande cuidado para não perder nada das
Escrituras, e eles as preservam com grande zelo." (TERTULIANO, O Testemunho
da Alma, 19)
eram responsáveis por copiar os textos sagrados com precisão. Esses copistas eram
frequentemente monges ou clérigos treinados, dedicados a reproduzir os manuscritos com
exatidão. É justamente essa extensa produção de manuscritos que nos ajuda a averiguar
com mais cuidado a veracidade da Escritura, como veremos adiante.
A transmissão do conteúdo bíblico também ocorreu por meio de rotas comerciais e
missões cristãs. À medida que o cristianismo se espalhava para diferentes áreas
geográficas, os textos bíblicos eram levados a outras comunidades cristãs por missionários
e viajantes.
Em resumo, a transmissão do conteúdo bíblico pela igreja primitiva até a primeira
compilação canônica católica envolveu a cópia cuidadosa dos manuscritos, a leitura
pública nas reuniões da igreja, o papel de líderes religiosos e escribas, a preservação em
bibliotecas e mosteiros e a disseminação por rotas comerciais e missões. A dedicação e o
zelo dos primeiros cristãos foram fundamentais para a preservação desses textos sagrados,
permitindo que a Bíblia se tornasse uma fonte eterna de orientação e inspiração para os
fiéis ao longo dos séculos.
Esse processo de seleção final se deu ao longo de debates e concílios, nos quais líderes
religiosos e estudiosos discutiam a autenticidade e a inspiração divina de cada texto. O critério
fundamental para a inclusão dos livros no cânon era sua Apostolicidade, ou seja, a conexão
direta com os apóstolos de Jesus Cristo ou com pessoas próximas a eles. Ainda que o
consenso possa ter levado certo tempo, alguns textos já iam se destacando e sendo
naturalmente reconhecidos pela igreja. Esse reconhecimento de alguns livros como
evidentemente inspirados por Deus acontecem ainda na época dos apóstolos enquanto o
cânone ainda está sendo produzido, na segunda epístola de Pedro, por exemplo, ao falar dos
escritos de Paulo, Pedro os iguala as demais Escrituras:
“Ele escreve da mesma forma em todas as suas cartas, falando nelas destes assuntos.
Suas cartas contêm algumas coisas difíceis de entender, as quais os ignorantes e
instáveis torcem, como também o fazem com as demais Escrituras, para a própria
destruição deles. (2 Pedro 3:16)
trabalhador merece o seu salário". (1 Timóteo 5:18). Esses exemplos ajudam a compreender
que embora os concílios sirvam para a formalização do cânone esse processo é permeado por
muita naturalidade e por uma compreensão partida de toda a igreja desde muito cedo.
Os pais da igreja primitiva, como Justino Mártir e Irineu, desempenharam papeis
cruciais na promoção de textos considerados genuínos, enquanto outros foram rejeitados
como apócrifos. Entre os séculos II e IV, o cânon do Novo Testamento gradualmente tomou
forma, com a influência dos bispos e líderes das igrejas locais e regionais, mas também da
cristandade como um todo.
Através do estudo e análise dos manuscritos antigos, como os Manuscritos do Mar
Morto e os manuscritos do Novo Testamento encontrados em Nag Hammadi, os estudiosos
modernos foram capazes de traçar a evolução do cânon e confirmar a confiabilidade histórica
dos textos selecionados. Segundo Bruce Metzger, os critérios usados para selecionar os livros
para o cânone incluíam:
• A origem divina dos livros: os livros selecionados para o cânone foram aqueles
definidos, após análise, como inspirados por Deus.
• A autenticidade dos livros: os livros incluídos no cânone foram aqueles considerados
autênticos, ou seja, que após estudos foi provado que foram escritos pelos autores
assumidos.
• A relevância dos livros: os livros do cânone foram considerados relevantes para a fé e
a vida cristã foram selecionados.
Diante disso tudo, se percebe que a construção do cânon bíblico foi um processo
cuidadoso que se estendeu por vários séculos, no qual os líderes religiosos e estudiosos da
época empregaram critérios rigorosos para selecionar os livros que compõem a Bíblia que
conhecemos hoje. Através do estudo de fontes históricas confiáveis, podemos compreender a
solidez dos fundamentos sobre os quais repousa a palavra de Deus, perpetuando sua
relevância e caráter eterno ao longo dos tempos. Os teólogos mais importantes na construção
do Cânone bíblico foram:
Os critérios usados pelos pais apostólicos e demais líderes cristãos do primeiro século
para a escolha dos manuscritos que comporiam o cânon bíblico foram diversos e evoluíram ao
longo do tempo. Vale ressaltar que o processo de formação do cânon foi gradual, estendendo-
se por vários séculos e variando em diferentes comunidades cristãs. É importante notar que o
processo não foi linear. Houve momentos em que houve um consenso geral sobre quais livros
deveriam ser incluídos no cânon, mas houve também momentos em que houve debates e
disputas.
1. Apostolicidade: Um dos critérios fundamentais era a conexão direta dos escritos com
os apóstolos de Jesus Cristo ou com pessoas próximas a eles. Textos que eram
atribuídos aos apóstolos ou considerados como tendo sido escritos por testemunhas
oculares tinham maior probabilidade de serem aceitos no cânon.
2. Ortodoxia: Os textos selecionados precisavam estar em conformidade com as crenças
e ensinamentos considerados ortodoxos pela igreja primitiva. Escritos que
contradiziam as doutrinas cristãs centrais ou que promoviam ideias consideradas
heréticas eram rejeitados.
3. Uso litúrgico e de ensino: Os textos que eram amplamente utilizados nas práticas
litúrgicas e no ensino das comunidades cristãs eram favorecidos para inclusão no
cânon. Livros que tinham uma função prática e espiritual bem estabelecida eram
considerados mais valiosos.
4. Consenso entre as comunidades: O consenso geral entre as comunidades cristãs era
relevante na escolha dos manuscritos. Livros que eram amplamente aceitos e
reconhecidos como sagrados por diversas comunidades geograficamente dispersas
tinham maior probabilidade de serem incluídos no cânon.
5. Continuidade com a tradição judaica: A igreja primitiva valorizava a continuidade
com a tradição judaica, e muitos textos do Antigo Testamento foram naturalmente
incluídos no cânon cristão.
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6. Inspiração divina: A crença de que os escritos selecionados eram inspirados por Deus
foi um critério fundamental. Deus estava atuando na preservação e escolha desses
escritos para guiar a fé e a prática dos cristãos.
7. Aceitação eclesiástica: A aceitação e o endosso dos livros por líderes eclesiásticos
influentes e figuras proeminentes da igreja primitiva também desempenharam um
papel importante na seleção dos manuscritos.
3.3 OS MANUSCRITOS:
Embora a crítica textual encontre os seus desafios, ela nos permite compreender com a
preservação desses manuscritos que apontam para a cuidado de Deus em preservar a sua
revelação. A riqueza dessas fontes antigas confirma o caráter eterno da Palavra de Deus e nos
permite apreciar a profundidade e a diversidade dos registros escritos que compõem a Bíblia.
1. Codex Sinaiticus
Motivação para a inclusão: O Codex Sinaiticus é um dos manuscritos mais antigos da
Bíblia e é considerado uma das fontes mais confiáveis do texto bíblico. Ele foi escrito no
século IV d.C. e contém o texto completo do Antigo e do Novo Testamento em grego. O
detentor original do Codex Sinaiticus era um monge do Monte Sinai, que o doou à
Biblioteca Britânica em 1844, onde permanece até hoje.
2. Codex Vaticanus
Motivação para a inclusão: O Codex Vaticanus é outro dos manuscritos mais
antigos da Bíblia e é considerado uma das fontes mais confiáveis do texto bíblico. Ele foi
escrito no século IV d.C. e contém o texto completo do Antigo e do Novo Testamento em
grego. O Codex Vaticanus atualmente está localizado na Biblioteca do Vaticano, em
Roma, Itália.
3. Codex Alexandrinus
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5. Papirus 66
Motivação para a inclusão: O Papiro 66 é um manuscrito do século IV d.C. que
contém o texto completo do Evangelho de João. Ele é considerado um dos manuscritos
mais importantes do Novo Testamento e é considerado uma fonte confiável do texto
bíblico. O detentor original do Papiro 66 era um monge do Egito, que o doou ao Museu
Britânico em 1907. O Papiro 66 atualmente está localizado na Biblioteca Britânica, em
Londres, Inglaterra.
6. Papirus 75
Motivação para a inclusão: O Papiro 75 é um manuscrito do século III d.C. que
contém o texto de Mateus 1-25 e Marcos 1-16. Ele é considerado um dos manuscritos
mais importantes do Novo Testamento e é considerado uma fonte confiável do texto
bíblico. O detentor original do Papiro 75 era um monge do Egito, que o doou ao Museu
Britânico em 1931. O Papiro 75 atualmente está localizado na Biblioteca Britânica, em
Londres, Inglaterra.
Esses 6 manuscritos foram citados pois são os mais importantes para a construção do
texto sagrado da bíblia como temos hoje. Esse fica evidente quando comparamos livro por
livro os manuscritos mais relevantes:
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• Gênesis: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Êxodo: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Levítico: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Números: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Deuteronômio: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex
Vaticanus
• Josué: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Juízes: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Rute: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• 1 Samuel: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• 2 Samuel: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• 1 Reis: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• 2 Reis: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• 1 Crônicas: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• 2 Crônicas: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Esdras: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Neemias: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Ester: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Jó: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Salmos: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Provérbios: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Eclesiastes: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Cântico dos Cânticos: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex
Vaticanus
• Isaías: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Jeremias: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Lamentações: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Ezequiel: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Daniel: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Oséias: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Joel: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Amos: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Obadias: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Jonas: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
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• Miquéias: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Naum: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Habacuque: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Sofonias: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Ageu: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Zacarias: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Malaquias: Papiro 45, Papiro 66, Papiro 75, Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus
• Mateus: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex Bezae,
Codex Claromontanus
• Marcos: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex Bezae,
Codex Claromontanus
• Lucas: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex Bezae,
Codex Claromontanus
• João: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex Bezae,
Codex Claromontanus
• Atos dos Apóstolos: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus,
Codex Bezae, Codex Claromontanus
• Romanos: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex Bezae,
Codex Claromontanus
• 1 Coríntios: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex
Bezae, Codex Claromontanus
• 2 Coríntios: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex
Bezae, Codex Claromontanus
• Gálatas: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex Bezae,
Codex Claromontanus
• Efésios: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex Bezae,
Codex Claromontanus
• Filipenses: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex
Bezae, Codex Claromontanus
• Colossenses: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus, Codex
Bezae, Codex Claromontanus
• 1 Tessalonicenses: Codex Sinaiticus, Codex Vaticanus, Codex Alexandrinus,
Codex Bezae, Codex Claromontanus
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Ainda vale citar alguns papiros menos importantes, mas ainda assim com certa
relevância na ampla compreensão da historicidade bíblica:
• O Papiro Bodmer II: Este papiro contém partes dos Evangelhos de Mateus e
Marcos e é datado do século III d.C.
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• O Papiro Egerton 2 Este papiro contém partes dos Evangelhos de Mateus e Lucas e
é datado do século II d.C.
• O Papiro Chester Beatty II: Este papiro contém partes dos Evangelhos de Mateus,
Marcos, Lucas e João e é datado do século III d.C.
• O Papiro Chester Beatty I: Este papiro contém partes do Antigo Testamento e é
datado do século III d.C.
• O Papiro Chester Beatty III: Este papiro contém partes dos Evangelhos de Mateus,
Marcos, Lucas e João e é datado do século III d.C.
Todo o caminho que foi pavimentado até aqui leva a questão, o que isso tudo
tem a ver com o hoje? Entender a Escritura como documento histórico confiável e
como a eterna Palavra de Deus reforça sua relevância hoje. A atualidade da Bíblia
reside mais do que em sua capacidade de abordar questões universais e atemporais
da existência humana, mas na sua qualidade de revelação de Deus aos homens!
Os temas presentes nas Escrituras, como amor, esperança, perdão, redenção,
justiça social e relacionamentos, são relevantes para todas as culturas e sociedades.
A Bíblia oferece respostas para as perguntas fundamentais da vida e oferece
princípios éticos que transcendem barreiras culturais e temporais. Isso não significa
que a bíblia seja um livro de moralidade tão somente, ou uma coletânea de dicas
para ter um bom lifestyle. Toda a sua relevância está fundamentada na sua
mensagem principal, a história da redenção.
A Escritura sem dúvida conta muitas histórias, propõe muitas questões e oferece
várias respostas. Tudo isso, no entanto, acontece dentro de uma grande narrativa. Mais do
que uma coleção de história, a bíblia é uma única grande história que se desdobra através
da história. Como vimos, Deus se revela pela sua palavra e nesse processo, faz aquilo que
não podíamos fazer. Vale a pena recontar essa história.
A história da salvação começa no livro de Gênesis, quando Deus cria o mundo e a
humanidade, e tudo era bom. No entanto, o homem peca, abandonado sua função de
governante sobre a terra que Deus lhe deu, é expulso do Jardim do Éden. o mundo que era
permeado por bondade, comunhão e desfrute, agora é mergulhado em pecado, sofrimento
e morte.
No entanto, a história da salvação não termina em tragédia. Deus promete enviar
um salvador para redimir o homem do pecado. Deus escolhe homens e mulheres que vão
cumprindo seu papel na grande história, todos esses sabendo disso ou não, são simples
coadjuvantes que apontam e direcionam a narrativa para o grande protagonista, o salvador
que viria. Deus escolhe Abraão e sua família, faz dele pai de uma grande nação e faz um
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pacto com esse povo. De desafio em desafio, de salvação em salvação, a história bíblica
avança até que, na plenitude dos tempos, o messias prometido vem ao mundo.
Em Jesus o pecado é perdoado, o sofrimento é findado e a morte aniquilada. O
ponto alto dessa história é a cruz na sexta e o sepulcro vazio de domingo. Jesus morre
pelos pecadores e ressuscita para que esses tenham vida, e vida abundante. A história da
salvação é uma história do Deus que oferece esperança para aqueles que estão perdidos,
perdão para aqueles que estão condenados pelo pecado e redenção para aqueles que estão
escravos do pecado.
A Bíblia, como a Palavra de Deus, apresenta uma narrativa abrangente que
percorre toda a sua extensão, revelando a história da salvação da humanidade por meio de
Jesus Cristo. Essa mensagem central é atemporal e continua significativa para a
humanidade, transcendendo as barreiras do tempo e das culturas. Graeme Goldsworthy,
em "Introdução à teologia bíblica: o desenvolvimento do evangelho em toda a Escritura",
é referência fundamental para compreendermos essa mensagem central e eterna da Bíblia.
A Bíblia pode ser vista como uma história em quatro atos: Criação, Queda,
Redenção e Consumação. Esse grande arco narrativo permeia toda a Bíblia e é a estrutura
que revela a história da salvação por meio de Jesus Cristo.
lembra que o destino final da humanidade é a consumação, onde Deus trará a plenitude da
restauração e da vida eterna.
N. T. Wright, em "A ressurreição do Senhor", enfatiza a ressurreição de Jesus
como o ponto culminante da história da salvação. A ressurreição é a garantia da vitória
sobre o pecado e a morte, e é a base da esperança cristã para a consumação final. A
ressurreição de Jesus prova a Sua divindade e a eficácia de Sua obra redentora,
confirmando assim a veracidade e relevância contínua da mensagem da Bíblia para a
humanidade.
Ao abraçarmos a grande história da salvação contida na Bíblia, somos convidados
a viver uma vida de retidão e justiça, refletindo o caráter de Deus em nossas ações e
relacionamentos. Somos chamados a compartilhar a mensagem da salvação com o mundo
ao nosso redor, proclamando a esperança, o perdão e a reconciliação que só podem ser
encontrados em Jesus Cristo. A mensagem central da Bíblia é a essência de nossa fé e é
uma fonte inesgotável de sabedoria, conforto e inspiração em nossas jornadas espirituais.
A história da salvação continua a ressoar nos corações e mentes das pessoas, oferecendo
um significado profundo e duradouro à vida humana.
Hoje, como foi no passado e como será no futuro, Cristo oferece através de sua
Palavra tudo aquilo que as pessoas precisam. A mensagem da salvação oferece esperança
para aqueles que estão perdidos, lhes diz que não estão sozinhos e que há um Deus que os
ama e que quer salvá-los. Ela também oferece perdão para aqueles que estão condenados
pelo pecado. No mundo de hoje, há muitas pessoas que se sentem como se não fossem
boas o suficiente e que Deus não as ama. A mensagem da salvação oferece perdão para
essas pessoas. Ela lhes diz que é verdade, sua maldade é tudo que elas têm, mas em Cristo,
Deus as ama, e pelo sangue do cordeiro todas as suas transgressões estão perdoadas.
A mensagem da salvação oferece liberdade para aqueles que estão escravos do
pecado. Muitos sentem o peso da escravidão do pecado. Pessoas viciadas em drogas,
álcool ou sexo. Controladas pela raiva, pela amargura ou pelo medo. A mensagem da
salvação oferece redenção para essas pessoas. Ela lhes diz que Deus pode libertá-las do
pecado e lhes dar uma vida nova e livre.
A mensagem da salvação é uma mensagem poderosa que pode mudar a vida das
pessoas. É uma mensagem que oferece esperança, perdão e redenção para todos aqueles
que creem nela. A mensagem da salvação é também uma mensagem que é relevante para
todos os povos, em todas as épocas. Não importa a nossa situação, não importa os nossos
pecados, Deus está disposto a nos salvar. Ele nos ama e quer nos dar uma vida nova e
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relevantes para as pessoas que estão ouvindo, e estamos ajudando a garantir que a
mensagem da Bíblia seja preservada e transmitida para as gerações futuras.
Contextualizar não é atualizar, contextualizar não é mudar ensinamentos ou alterar
conteúdo de acordo com a vontade das épocas e das culturas, mas sim apresentar o
Evangelho de maneira clara e aplicada a vida daqueles que o ouvem onde e quando quer
que estejam.
O caráter transcultural do Evangelho é uma das coisas que o torna tão poderoso. O
Evangelho é uma mensagem de esperança e redenção que é relevante para todos os povos,
independentemente de sua raça, etnia ou cultura. Ele é uma mensagem de amor e graça
que pode transformar vidas, independentemente das circunstâncias.
A contextualização é uma ferramenta importante para que a mensagem do
Evangelho seja compreendida e aplicada de forma eficaz em diferentes culturas e
sociedades. Ao contextualizar os ensinamentos bíblicos, estamos fazendo com que eles
sejam relevantes para as pessoas que estão ouvindo, e estamos ajudando a garantir que a
mensagem da Bíblia seja preservada e transmitida para as gerações futuras.
Em uma cultura que valoriza a honra e a vergonha, um pastor pode contextualizar
os ensinamentos sobre perdão e reconciliação, de modo a enfatizar a importância de
restaurar a honra daqueles que foram ofendidos. Em uma cultura que é fortemente
materialista, um missionário pode contextualizar os ensinamentos sobre a importância da
riqueza espiritual, de modo a enfatizar a importância da generosidade, da compaixão e da
justiça social.
Em uma cultura que é fortemente hierárquica, cristão pode falar a um amigo não
crente sobre igualdade de todos diante de Deus, de modo a enfatizar a importância de
tratar todos com respeito e dignidade, independentemente de sua posição social. Enfim, a
contextualização é um processo contínuo e evolutivo. À medida que as culturas mudam,
também muda a forma como a mensagem da Bíblia é compreendida e aplicada. No
entanto, o caráter eterno e universal do Evangelho permanece o mesmo. A mensagem do
Evangelho nunca se altera e se alguém tentar alterá-la que seja considerado anátema.
Tim Keller, em seu livro "A Fé na era do ceticismo", destaca a importância de
apresentar o Evangelho de forma relevante e plausível para as mentes céticas e críticas dos
dias atuais. Ele enfatiza que a mensagem do Evangelho não precisa ser alterada, mas a forma
de comunicá-la e aplicá-la pode e deve ser contextualizada.
Essa abordagem reconhece que as diferentes culturas e sociedades têm suas próprias
perguntas, problemas e necessidades específicas. Isso significa que os ensinamentos bíblicos
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devem ser interpretados e aplicados de forma a abordar diretamente essas questões, mantendo
a integridade e a verdade da mensagem do Evangelho. Para fazer isso é necessária uma
compreensão profunda da cultura local, suas crenças, valores e práticas. Isso permite que os
ensinamentos bíblicos sejam apresentados de forma que ressoe com as pessoas em seus
contextos culturais, tornando o Evangelho mais atraente e compreensível.
No entanto, a interpretação contextualizada requer cuidado e discernimento. Há o risco
de distorcer a mensagem bíblica ou diluir a verdade em uma tentativa de torná-la mais
palatável para determinados grupos ou culturas. Portanto, é essencial equilibrar a
contextualização com a preservação da integridade e autenticidade do Evangelho.
A obra de D. A. Carson e John D. Woodbridge, "Hermenêutica, autoridade e cânon",
oferece insights importantes sobre a abordagem hermenêutica na interpretação bíblica. Eles
destacam que, ao interpretar a Bíblia, é necessário levar em conta o contexto histórico,
literário e cultural dos textos. Isso inclui o entendimento da língua original em que foram
escritos, o propósito do autor e a audiência original.
A abordagem contextualizada do Evangelho também envolve a consideração de
questões éticas e morais contemporâneas. Os ensinamentos bíblicos são atemporais e
oferecem princípios sólidos para abordar as complexidades éticas do mundo atual. A Bíblia é
um guia confiável para discernir o que é correto e justo em questões como bioética, justiça
social, cuidado com o meio ambiente e relacionamentos interpessoais. No entanto, é
importante reconhecer que a aplicação desses princípios éticos em situações específicas requer
sabedoria e discernimento. Em algumas questões, pode haver divergências legítimas de
opinião entre cristãos sinceros. Nesses casos, o esforço deve ser para que todo debate, feito
em amor, nos leve mais perto não das minhas próprias convicções, mas daquilo que a
Escritura de fato diz.
A necessidade de contextualização do Evangelho é especialmente relevante em
sociedades cada vez mais globalizadas e pluralistas. As culturas estão se interconectando de
forma nunca antes vista, e isso apresenta desafios únicos para a interpretação e aplicação dos
ensinamentos bíblicos em contextos diversos. A abordagem contextualizada não se trata de
diluir a mensagem bíblica para agradar a diferentes audiências ou comprometer a verdade do
Evangelho. Pelo contrário, é uma resposta à chamada para ser "sal da terra" e "luz do mundo",
como ensinou Jesus em Mateus 5:13-16. Isso significa que, como seguidores de Cristo,
devemos ser relevantes e transformadores em nossas respectivas culturas e sociedades,
compartilhando o Evangelho de forma que ressoe com as pessoas em suas realidades
específicas.
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5. CONCLUSÃO
Ao longo deste estudo, exploramos o tema "A Bíblia precisa ser atualizada? O caráter
eterno da Palavra de Deus", buscando compreender a relevância da Bíblia na sociedade
contemporânea e sua natureza como revelação divina fundamentada no caráter de Deus.
Iniciamos nossa investigação destacando a importância da discussão sobre a atualização da
Bíblia, considerando sua relevância cultural e espiritual na sociedade atual. Ao adentrar a
análise da Escritura como revelação divina, percebemos a íntima relação entre a natureza da
Bíblia e o caráter de Deus. Os atributos divinos, tais como imutabilidade, verdade, santidade,
fidelidade e perfeição influenciam a forma como enxergamos e interpretamos os ensinamentos
bíblicos.
A confiabilidade histórica da Bíblia foi investigada por meio da construção do cânon,
o processo de seleção dos livros que compõem a Bíblia, e a relevância dos manuscritos
antigos encontrados, que atestam sua autenticidade e confiabilidade ao longo dos séculos. O
testemunho da igreja primitiva, em sua devoção e preservação dos textos sagrados, também
reforça a natureza eterna da Palavra de Deus.
Ao analisarmos o que faz a Escritura relevante hoje, enfatizamos a importância da
interpretação contextualizada dos ensinamentos bíblicos, permitindo sua aplicação em
diferentes contextos culturais, sem comprometer a essência do Evangelho. A mensagem
central da Bíblia, que é a história da salvação por meio de Jesus Cristo, continua atemporal e
significativa para a humanidade.
Refletindo sobre as conclusões alcançadas, podemos atestar que a compreensão do
caráter eterno da Palavra de Deus é essencial para nossa vida e espiritualidade no mundo
atual. Reconhecendo que a Bíblia é a revelação divina, fundamentada no caráter de Deus,
podemos encontrar respostas e orientações para os desafios e dilemas da vida contemporânea.
A compreensão do caráter eterno da Bíblia nos chama a uma abordagem equilibrada,
fundamentada em uma hermenêutica sensível ao contexto cultural, mas comprometida com os
valores e princípios eternos da Palavra de Deus. Essa compreensão nos convida a viver uma fé
autêntica e transformadora, que impacta positivamente a sociedade em que vivemos.
Portanto, ao concluirmos este estudo, somos instigados a abraçar a Bíblia como uma
fonte de sabedoria e verdade, permitindo que seu caráter eterno e sua mensagem central de
salvação nos guiem na jornada da vida com Deus. Que a reflexão e o estudo contínuo da
Palavra de Deus nos levem a uma compreensão cada vez mais profunda de seu caráter eterno
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e que isso se manifeste em uma vida de fé autêntica, amor ao próximo e dedicação ao Reino
de Deus.
Diante de tudo isso, que o Senhor da Palavra reforce em nossas mentes e corações a
importância de vivermos de acordo com o que Ele nos revelou. Que a Bíblia assuma na vida
dos cristãos contemporâneos o lugar que sempre deveria estar, da revelação plena da boa
vontade de Deus, que aponta para Jesus, o Cristo, o único pelo qual importa que sejamos
salvos!
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6. REFERÊNCIAS
2019
Charllies, Tim, e Josh BYERS. Teologia Visual. Rio de Janeiro, Thomas Nelson Brasil, 2016.
Calvino, João. Institutas Da Religião Cristã, tomo I, livros II e III. São Paulo, Editora
UNESP, 2008.
Campos, Heber Carlos de . Eu Sou: a doutrina da revelação verbal de Deus - Vol. 1. São
Bíblica e Apologética Para o Contexto Atual. São Paulo, Brasil, Vida Nova, 2007.
Irineu de Lião. Patrística - Contra as Heresias - Vol. 4. Pia Sociedade de São Paulo -
Ward, Timothy. Teologia da revelação: as Escrituras como palavra de vida. São Paulo,
McDonald, Lee Martin. The Formation of the Christian Bible Canon. Paperback, 1995.
Metzger, Bruce M. The Canon of the New Testament: Its Origin, Development, and
Carson, D. A., e John D. Woodbridge. Hermeneutics, Authority, and Canon. Wipf & Stock,
1986.
2003.
1996.