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FORTALEZA-CE
2019
1
FORTALEZA - CE 2019
2
BANCA EXAMINADORA
________________________________________
Prof. HELYANNAI HERYSSON
Afiliações ORIENTADOR
________________________________________
Prof. MS HERMANO MOURA CAMPOS PRESIDENTE
Afiliações
________________________________________
Prof.HUMBERTO DUARTE DE MEDEIROS
MEMBRO EXTERNO
Afiliações
RESUMO
3
Por mais que encontremos na bíblia os maiores exemplos de homens que puseram
suas vidas a serviço do cuidado com os outros e da partilha da palavra, liderar o
povo de Deus não é uma tarefa fácil. Assim é diante dessa problemática que o
presente estudo tem como temática uma perspectiva bíblica para um ministério
pastoral eficiente conforme as Sagradas Escrituras. No primeiro momento
partiremos dos exemplos bíblicos da igreja primitiva, veremos os conselhos do
apóstolo Paulo aos jovens pastores que adentravam ao ministério e os conselhos de
Jesus dados ao apóstolo João no livro de Apocalipse. No segundo momento,
examinaremos os desafios da atualidade àqueles que se dispõem a conduzir o povo
de Deus. A mera reprodução, a busca por uma identidade própria e o
profissionalismo serão tratados nesse capítulo. Por fim, o terceiro capítulo abordará
os pontos necessários para o resgate de um ministério bíblico, a compreensão do
ministério como chamada divina e o serviço como principal ferramenta na vida do
pastor. Cristo andou e ensinou, por isso, temos a necessidade de vivenciar uma
liderança comprometida com a ação e a atuação como apascentadores de ovelhas.
ABSTRACT
As much as we find in the Bible the greatest examples of men who have put their
lives at the service for others and sharing the word, leading God's people is no easy
work. Thus, in face of this problem, the present study has as its theme a biblical
perspective for an efficient pastoral ministry according to the Holy Scriptures. In the
first moment, we will start from the biblical examples of the early church. We will see
the Apostle Paul's counsel to the young pastors who entered the ministry and the
advice of Jesus given to the Apostle John in the Revelation´s book. In the second
moment, we will analyze today's challenges for those who are willing to lead God's
people. Mere reproduction, the search for one's own identity and professionalism will
be note with in this chapter. Finally, the third chapter will address the points needed
for the rescue of a biblical ministry, the understanding of ministry as the divine
calling, and service as the primary tool in the pastor's life. Christ walked and taught,
4
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO…………………………………………………………………….06
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS……………………...............................................58
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS..............................................................59
5
1 INTRODUÇÃO
Paulo foi a maior expressão do cristianismo de todos os tempos. Viveu uma vida
superlativa, homem de oração e jejum, pregador incomum, teólogo
7
Da mesma forma João adverte os líderes das sete igrejas na Ásia, nos
deixando ricos ensinamentos para pastorear o povo de Deus de forma verdadeira. A
fim de cumprirmos nosso objetivo, examinaremos através dos ensinos bíblicos os
exemplos e conselhos da liderança neotestamentária.
A igreja primitiva era formada por cristãos que se reuniam para ter comunhão
e propagar o Evangelho para aqueles que ainda não conheciam. A igreja não era
conhecida por um lugar fixo, após a ascensão de Jesus aos céus, os discípulos
foram orientados a permanecer em Jerusalém até que do céu recebessem poder
Atos 1.4, “E, certa ocasião, estando comendo com eles, ordenou-lhes: Não vos
ausentei de Jerusalém, mas esperai a promessa do Pai, a qual, de mim ouvistes”
(ALMEIDA, 2010, p. 985).
No dia de pentecostes foram cheios do Espírito Santo, assim como tinha dito
Jesus, e naquele dia estando em Jerusalém, pessoas de várias nações, ao ouvirem
os discípulos falarem em outras línguas, se assustaram com aquele episódio ao
ponto de ridicularizarem dizendo que estavam embriagados. Pedro então assume a
liderança e ali começa a pregar Jesus, ensinando que o que ali acontecia era um
cumprimento da profecia de Joel, Atos 2.16 e 17 (ALMEIDA, 2010, p. 986):
Isto porém, é o que foi dito pelo profeta Joel: Nos últimos dias, diz Deus, do
meu Espirito derramarei sobre toda a carne. Os vossos filhos e as vossas
filhas profetizarão, os vossos jovens terão visões, e os vossos velhos
sonharão.
um edifício ou a qualquer lugar físico fixo. A igreja tinha como liderança os apóstolos
que se dedicavam ao ensino da palavra e ao partir do pão, mais tarde foram
escolhidas pessoas para funções administrativas, tais como distribuir alimentos para
os grupos menos favorecidos. (ALMEIDA, 2010, p.990):
A igreja se enxergava como uma família, pois repartiam seus bens, sempre
se reuniam e encorajavam uns aos outros, tendo como objetivo fazer com que a
família de Deus crescesse. Muitos dentre os cristãos se destacavam por sua
liderança e coragem em pregar o evangelho em meio às grandes perseguições,
dentre eles Estevão e Felipe que eram diáconos, porém são lembrados por sua
intrepidez em pregar o evangelho. Esses dois, são grandes exemplos de dedicação
em pregar a mensagem de Jesus, não deixando de lado as responsabilidades que
tinham recebido dos apóstolos que era servir as mesas. Pregar é uma das grandes
missões do pastor, contribuindo para o nosso entendimento de forma ampla. John
A. James assim afere (JAMES, 2013, p.272):
Na Bíblia, o pastor é uma pessoa que cuida dos outros membros da igreja,
exercendo a liderança. O pastor ajuda os outros membros a crescer, exortando,
corrigindo, aconselhando e ensinando a viver de acordo com a Palavra de Deus. Na
bíblia encontramos muitos ministérios que Cristo deu a igreja, como por exemplo na
primeira carta aos Coríntios, o apóstolo Paulo nos diz: “há diversidade de
ministérios, mas o Senhor é o mesmo” (ALMEIDA 2010, p 1040). No sentido de
liderança, em Efésios 4.11 (ALMEIDA, 2010, p. 1061), estão listados os seguintes
ofícios: “apóstolos, profetas, evangelistas, pastores e doutores.” Quanto à liderança
da igreja, o termo pastor é usado com maior frequência.
O pastor precisa ensinar com fidelidade a palavra (Atos 20.20). Paulo não
somente evangelizava, ele também ensinava, não apenas gerava filhos
espirituais, mas também os nutria, com o alimento. O pastor é um
discipulador, ele deve mentorear as ovelhas de Cristo [...] A palavra do
conhecimento deve estar em seus lábios para instruir o povo. Ele precisa
ser um homem de alma sedenta para aprender e ter um coração ardente
para ensinar.
Alimentar o rebanho é uma tarefa obvia do pastor, aquele que não alimenta
as ovelhas não as terá por muito tempo. Ou elas fugirão ou morrerão de fome. A
pregação e o ensino da palavra são responsabilidades únicas do pastor, daquele
que lidera a igreja. Essa tão sublime tarefa está sobre o líder, isso é o que nos
mostra a bíblia em relação ao pastor no novo testamento. Vemos que pastorear é
cuidar, cuidar daqueles que estão sob seus cuidados, que já conhecem a Cristo,
estando sempre preparado para pregar a palavra como está escrito em 2Timóteo
4.2, “prega a palavra, insista a tempo e fora de tempo, admoesta, repreende, exorta,
com toda a longanimidade e ensino” (ALMEIDA, 2010, p 1082). Mas também vemos
essa preocupação nos líderes da igreja primitiva quanto aos que ainda não estão na
luz, ou seja, aqueles que ainda não creram. Paulo em Romanos 10.14-17 expressa
muito bem essa responsabilidade, aqui ele nos leva a uma boa reflexão quando faz
duas perguntas de impacto: “como invocarão aquele que não creram? Como crerão
naquele de quem não ouviram falar? E como ouvirão, se não há quem pregue?”
(ALMEIDA, 2010, p 1026). Essa é uma responsabilidade de todos os cristãos e não
apenas dos pastores. John Angell James diz sobre os ministros (JAMES, 2013, p.
60):
O ministro cristão sustenta uma dupla relação, e tem uma dupla tarefa a
realizar; é um pregador para o mundo, e um pastor para a Igreja, e é
12
Precisamos aprender com Jesus. Ele nos ensina a dar prioridade a nossa
relação com Deus, a busca intima com o Pai. Ele nos ensina que o caminho
da obediência, mesmo que passe pela cruz é o único que pode dá sentido
a nossa vida. Aqueles que oram e obedecem a Deus são revestidos com
poder para vencer o diabo.
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Diante do que já vimos, percebemos que o pastor bíblico tem como missão,
refletir os ensinamentos do mestre Jesus, sendo modelo de vida para todos ao seu
redor, exercendo um ministério alinhado com a palavra, sendo um exemplo de bom
testemunho e dedicação, tanto na vida devocional, manejando bem a palavra de
Deus como um obreiro que não tem de que se envergonhar, orando em todo tempo,
como também no cuidado com os membros da sua igreja. O verdadeiro pastor
conhece as ovelhas que estão sob o seu cuidado, busca aqueles que se perdem e
sempre está à disposição de Deus e do Evangelho que lhe foi confiado. Pastorear é
mais que uma função ou cargo recebido por alguém, é dar sua vida por um
propósito maior, ou seja, a causa de Cristo, entendendo que terá que prestar conta
do seu serviço. Esse é um trabalho que requer grande responsabilidade, disposição
e amor, pois cuida dos mistérios de Deus e Ele requer fidelidade, assim quem serve
ao Senhor da seara não deve buscar holofotes, mas se dedicar inteiramente ao
cuidado do rebanho do Senhor e cumprir a ordem que recebeu, consciente de que
exerce uma excelente obra, pois cuida, alimenta e protege o rebanho do Senhor
Jesus.
tinha recebido de Cristo, como nos mostra Hernandes D. Lopes (LOPES, 2008,
p.17).
Assim viveu Paulo, doando sua vida pela causa do Evangelho, se entregando
ao trabalho, ou seja, ao exemplo de Cristo, entregando sua vida, por amor as
pessoas. Podemos observar que em Paulo havia muito amor e disciplina para o
cumprimento da missão, além de muito zelo e árduo esforço para replicar nos novos
discípulos o caráter de Jesus. O apóstolo Paulo nos deixou treze cartas que são de
riquíssimo valor literário, ou seja, a maior parte dos ensinos bíblicos
neotestamentários vem dos ensinos desse grande líder. Paulo deixou também
grandes conselhos para aqueles que lideravam a igreja do Senhor. Temos as cartas
chamadas de pastorais que são as duas cartas encaminhadas a Timóteo e a carta a
Tito.
Vemos que são vários os conselhos dados por Paulo aos jovens pastores,
como, por exemplo, combater o bom combate, exercitar-se na piedade, fortificar-se
na graça, pregar a palavra, ser moderado, em suma, Paulo ensina seus
companheiros a serem dedicados na obra que lhes foi confiada: a pregação do
evangelho, que consistia em ganhar e cuidar de vidas rendidas a palavra de Deus.
Paulo requer o melhor de cada um de seus companheiros na causa de Cristo.
(JAMES, 2013, p.193)
O pastor não é um voluntario, mas uma pessoa chamada por Deus. Seu
ministério não é procurado, é recebido. Sua vocação não é terrena, mas
celestial. Suas motivações não estão em vantagens humanas, mas em
cumprir o propósito divino. Entrar no ministério com outros propósitos ou
motivações é um grande perigo. O ministério não é um palco de sucesso,
mas uma arena de morte. O ministério não é um camarim onde colocamos
máscaras e assumimos um papel diferente daquele que, na realidade,
somos, mas é um campo de trabalho cuja essência é a integridade. A vida
do ministro é a vida do seu ministério. O pastorado não é uma plataforma
de privilégios, mas um campo de serviço; não é uma feira de vaidades, mas
lugar de trabalho humilde e abnegado (2008, p 36).
Saber que fui feito por Deus para ser um pastor é meu chamado. Depois do
meu conhecimento pessoal com Jesus Cristo como meu Senhor e
Salvador, é minha maior posse. Conservar-me firme na rota do meu
ministério. Impede-me de ficar louco através de todos os altos e baixos da
vida pastoral. É minha autorização para pregar a palavra de Deus e
ministrar os sacramentos. É minha autorização para ouvir a confissão de
pecado e assegurar perdão. É minha certeza de que Deus é minha força,
enquanto executo minhas tarefas. É minha Gloria é minha cruz. É minha
eleição e minha maldição.
Ser pastor é ser enviado por Deus, escolhido para uma missão. Encontramos
nossa chamada quando vivemos por essa causa e razão de vida, amando a Deus e
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as pessoas, preocupando-se com elas. Sobre isso Fisher diz que (FISCHER, 1999,
p.81):
Paulo declara a Timóteo que aquele que deseja o episcopado, de fato deseja
uma excelente obra, e nos dá um parâmetro de como devem ser os bispos, ele cita
uma longa lista de como deveriam ser os lideres, começando dentro da sua própria
casa, sendo marido de uma só mulher, governar bem sua família vemos a grande
importância do pastor ser exemplo dentro de sua própria casa e em toda sociedade,
não sendo iracundo arrogante nem violento, sendo um exemplo para todos a sua
volta.
Paulo foi aprovado por Deus, por isso Deus lhe confiou o evangelho. O
verbo aqui está no aspecto contínuo que sugere que o escrutínio de Deus
não é, por assim dizer, um vestibular único, de uma vez para sempre, para
seus servos; e, sim, um processo continuamente operativo daquilo que hoje
em dia poderia ser chamado de “controle de qualidade.” A palavra grega
dedokimasmetha, empregada por Paulo para “aprovado”, era usado no
grego clássico com sentido técnico de descrever a pessoa aprovada como
alguém passível de eleição para um cargo público. Paulo tinha não só a
revelação, mas também a aprovação. Ele tinha o conteúdo glorioso do
evangelho de Deus e uma vida reta diante de Deus. Sua pregação era
respaldada por sua vida piedosa. Vida com Deus precede ministérios para
Deus. A vida é a base do ministério e precede o ministério. A maior
prioridade do obreiro não é fazer a obra de Deus, mas ter comunhão com o
Deus da obra. Vida com Deus é a base do trabalho para Deus. Na verdade,
Deus está mais interessado em quem nós somos do que no que nós
fazemos.
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Temos Paulo como grande exemplo com sua vida dedicada ao ensino da
palavra e em ser exemplo para todos de seu tempo, na carta aos Coríntios ele
exorta aquela igreja a serem seus imitadores assim como ele era de Cristo, vemos
então tamanha responsabilidade da qual ele mesmo chama pra si, enquanto muitos
no nosso tempo discursam que não devemos olhar pra sua vida pro seu exemplo e
sim somente pra Cristo, Paulo chama a responsabilidade e diz pra igreja olhar pra
seu exemplo, será que nós, obreiros do século 21 tempos essa ousadia e dizer
olhem para nosso exemplo, pois imitamos a Cristo? De perseguidor tornou-se um
dos maiores representantes da causa de Cristo, e grande exemplo de obreiro
voltado completamente para desempenhar a obra, que possamos seguir o exemplo
de fé e coragem desse apóstolo (FERGUSON, 2000, p.55):
João apóstolo do Senhor Jesus, esse discípulo foi o mais próximo do Senhor,
a bíblia nos informa que era filho de Zebedeu, tinha como irmão Tiago que também
era um dos doze discípulos de Jesus, os dois eram pescadores de profissão.
Estavam com seu pai no barco quando foram chamados por Cristo para serem
discípulos. Deixaram tudo para seguir a Cristo e se tornarem pescadores de
Homens. Está escrito no evangelho de Marcos (ALMEIDA, 2010, p. 904):
Passando dali um pouco mais adiante, viu Tiago filho de Zebedeu, e João,
seu irmão, que estavam no barco consertando as redes. E logo os chamou.
Eles, deixando o seu pai Zebedeu no barco com os empregados, foram
após Jesus. Marcos 1.19-20.
Quando conheceram a graça que me fora dada, Tiago, Cefas e João, que
eram considerados as colunas, estenderam-nos a mão direita em sinal de
comunhão, a mim e a Barnabé, para que nós fôssemos aos gentios e eles
fossem à circuncisão. Gálatas 2.9
João as sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz a vós outros, da parte
daquele que é, que era e que há de vir, e da parte dos sete espíritos que
estão diante do seu trono, e da parte de Jesus Cristo que é a fiel
testemunha, o primogênito dos mortos e o soberano dos reis da terra.
Àquele que nos ama, em seu sangue nos lavou dos nossos pecados e nos
fez reino e sacerdotes para o seu Deus e Pai, a ele seja a gloria e poder
para todo sempre. Amém. Vede, ele vem com as nuvens, e todo olho o
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Parece a nós, homens, que Deus chama muitas vezes o menos indicado
para tarefas sobre-humanas! Para ser pai de um grande povo escolheu a
Abraão, um homem velho, casado como uma mulher estéril que ainda o
deixa esperar 25 anos! Para libertar os judeus do Egito, escolheu Moises,
que praticamente se esquiva de qualquer responsabilidade por sua fuga
para outra terra, onde pudesse viver a vida pacata dos nômades! Para
predizer desgraças a Eli e sua família chamou um menino, Samuel. Para
ser profeta de desgraças perante os judeus, escolheu Jeremias, homem
acanhado e introvertido que só queria bem ao seu povo. Para serem
continuadores da missão de seu Filho, escolheu como apóstolos homens
simples, sem destaque social; uns pescadores sem muita formação; um
outro publicano desprezado; todos com bastante defeitos humanos! E de
Paulo vimos como ele mesmo não cansou de confessar que de todos ele
era o menos digno de sua vocação, um abortivo!
Estou certo que da escolha de Deus para seus propósitos não há fuga, diz
Hernandes D.Lopes (LOPES, 2008, p. 16):
21
”nenhum soldado em serviço se embaraça com negócio desta vida, a fim de agradar
aquele que o alistou para a guerra.” (ALMEIDA, 2010, p 1080).
Deus pode ser encontrado no altar da igreja. Deus pode encontrado nas
escrituras. Deus pode ser encontrado na oração, nos serviços de adoração,
na escola dominical, e nos retiros espirituais; mas ele pode ser também
encontrado nos lugares inesperados do estresse, do sofrimento, e do
desapontamento. Na verdade, Deus está também nesses lugares – e
podemos ter certeza disso; e até nesses lugares podemos pedir a força de
Deus.
O pastor da igreja em Esmirna deveria ser fiel nos sofrimentos que viriam
sobre aquela igreja, sabemos que estamos vivendo dias difíceis, dias onde vemos
as profecias bíblicas se cumprindo, e convictos de que estamos nos últimos dias da
igreja na terra, a igreja não pode esperar dias fáceis, em Éfeso Paulo advertiu aos
presbíteros da igreja que lobos devoradores entrariam no meio da igreja, os
pastores precisam estar atentos aos perigos que querem devorar a igreja. Nesses
dias o ministro não pode se mostrar fraco, precisa se fortalecer no Senhor e passar
pela prova sabendo que não está sozinho em meio aos desafios, tantos aqueles que
assolam a igreja em um todo, como aqueles que sobrevêm sobre seu ministério, sua
família e sua vida particular. Afere Hernandes D. Lopes (LOPES, 2008, p.27):
Para o anjo da igreja que está em Pérgamo, Cristo elogia a fé que eles
mantinham, pois permaneciam com fé mesmo no meio de uma sociedade onde
estava o trono de Satanás, aquela igreja porém estava tolerando a imoralidade, a
idolatria e heresias, o conselho de Cristo foi para que se arrependessem disso, se
arrepender de tolerar ensinos de Balaão e dos nicolaitas.( ALMEIDA, 2010, p.
1117):
Sei onde habitas, que é onde está o trono de Satanás. Contudo, reténs o
meu nome e não negaste a sua fé em mim mesmo nos dias de Antipas,
que fiel testemunha em mim, foi morto entre vós onde Satanás habita.
Todavia tenho algumas coisas contra ti: Tens ai os que seguem a doutrina
de Balaão, que ensinava Balaque a lançar tropeços diante dos filhos de
Israel, levando-os a comer coisas sacrificadas a ídolos e praticar a
prostituição. Assim tens também alguns que seguem a doutrina dos
nicolaítas. Arrepende-te, pois! Se não em breve virei a ti contra eles
batalharei com a espada da minha boca. Apocalipse 2.13-16.
Não se sabe o porquê desta igreja ter aceitado pessoas que praticavam os
ensinos de Balaão e dos nicolaítas. A pergunta é, porque essa igreja tolerava essas
práticas? Essa pergunta vai diretamente ao pastor daquela igreja, pois o povo é
reflexo de seu líder, talvez esses ensinos e práticas eram aceitáveis na sociedade,
esses membros passaram a adotá-los objetivando serem aceitos e a não sofrerem
nenhum tipo de perseguição perante a sociedade. Isso parece com nossos dias,
muitas vezes pastores abrem mão do verdadeiro evangelho para não ser
perseguido ou para que suas igrejas tenham números maiores de pessoas,
mensagens contra o pecado muitas vezes são renunciadas pois não são tidas como
populares, com isso praticas que são condenadas pela bíblia entram dentro de
igrejas da qual os pastores são omissos com a mensagem bíblica. Arrependimento
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é o conselho de Cristo para o anjo da igreja, para o pastor que tem aceitado praticas
condenadas pela palavra do Senhor.
Tiatira recebe elogio pois o amor que tinha, o serviço, a fé e a paciência eram
melhores que no início, porém toleravam o culto idolatra e a imoralidade, Jesus
aconselhou que fossem fiéis, ao exemplo de Pérgamo, Tiatira tolerava praticas não
aceitável a Cristo! (ALMEIDA, 2010, p. 1117)
Conheço tuas obras, o teu amor, o teu serviço, a tua fé, e a tua
perseverança: sei que as tuas ultimas obras são mais numerosas do que as
primeiras. Tenho porém contra ti que toleras Jezabel, mulher que se diz
profetiza. Com seu ensino ela engana os meus servos, seduzindo-os a se
prostituírem e a comerem das coisas sacrificadas a ídolos. Apocalipse
2.1920.
A Sárdes Cristo diz que ainda existem ali pessoas fiéis, porém era uma igreja
morta, tinha nome que estava viva, mas estava morta, o conselho a essa igreja
também foi arrependimento e que fortalecessem aqueles que ainda restavam, Creio
que legitimamente essa instrução vai aos líderes, que investissem naqueles que
ainda estavam vivos para que não morressem com os demais, como pastores
precisamos nos preocupar com aqueles que estão fora, mais também com aqueles
que estão dentro da igreja mortos, levando a esses uma palavra de vida, Crendo
que Jesus pode ressuscitar, e aqueles que estão vivos não podem ser deixados de
lado, precisam ser fortalecidos pela palavra! Filadélfia recebeu só elogios, era uma
igreja perseverante na fé, obedeciam a Cristo e honravam seu nome. O conselho foi
ser fiel! Muitos estão sucumbindo ao apelo da modernidade e deixando o zelo pela
sã doutrina de lado, aceitando o pecado com os dizeres “tem nada a ver” para
ganhar públicos maiores, infelizmente isso tem deixado a igreja doente, pois por
falta de zelo de muitos, a igreja vem perdendo sua essência. Não que não
possamos nos atualizar, sim isso é valido, porém não podemos deixar de lado as
instruções da palavra. Assim John Angell James afirma (ANGEL, 2013, p.206):
Por último, temos a igreja de Laodicéia que não recebeu do Senhor nenhum
elogio, essa igreja não era nem quente nem fria, eram mornos, achavam que eram
autossuficientes, diziam não faltar nada, porém Cristo mostra uma outra realidade,
eram pobres, cegos e nus, pra mim o conselho a essa igreja resume todas as
demais cartas, o conselho para que fossem zelosos, o zelo é bastante importante na
vida de um pastor. Que possamos ser zelosos quanto a mensagem que Cristo nos
chamou para propagarmos. John Angell James salienta:
Certamente, não é necessário dizer mais nada para mostrar e provar que
tipos de homens desejamos para tal época, e indicar que, para ocasiões de
tal excitação, devemos ter pessoas de forte inteligência, fé simples e
completa devoção. Qualquer que seja a maneira que a consideremos, é
uma era de fervor, e apenas os homens fervorosos podem, em tal era,
fazer qualquer coisa, em qualquer lugar, e principalmente no púlpito. Os
eventos, com um toque de trombeta, nos convocam à nossa posição, com
todas as nossas faculdades despertas e com toda a nossa energia
engajada. Em meio ao ruído dos negócios, da política, da ciência e da
moda, em meio aos gracejos dos riem, da eloquência dos oradores e do
clamor dos partidos, a voz do pregador não será ouvida, a menos que ele
fale muito alto; não será ouvida, a menos que ele fale com fervor; não
obteremos atenção para a nossa santa religião, a menos que dediquemos a
ela toda a nossa força; ela será deixada de lado, reprimida, pisada pela
multidão, se não dedicarmos as nossas mais vigorosas energias para
sustenta-la e abrir caminho para ela, em meio à luta e à teoria das
abundantes secularidades. Não devemos nos enganar, adotando qualquer
outra coisa como substituto. Será muito bom e apropriado acompanhar os
tempos em que vivemos, com relação a outras coisas; na literatura
clássica, matemática e filosofia, nos diplomas acadêmicos, na arquitetura
de bom gosto; mas serão apenas como sepultura, ou como a escultura que
decora o nosso túmulo.
Que possamos nos posicionar em meio aos grandes desafios desse tempo,
com todo fervor e com toda força nos dedicarmos na mensagem do evangelho,
como Paulo que não teve como importante mostrar sabedoria humana aos coríntios
e sim o poder de Deus. Quando nosso relacionamento com Deus está fraco,
fracassamos na missão dada por ele, que os pastores se empenhem numa vida
devocional ativa e constante só assim anunciaremos com vigor e o mundo nos
escutara com atenção a mensagem da palavra. No evangelho de João os discípulos
recordam de uma mensagem profética em sentido ao zelo de Cristo pelo templo,
onde ele expulsa os cambistas que estavam ali, essa passagem nos ensina o zelo
que precisamos ter pelo lugar onde nos reunimos para buscar a Deus, com Respeito
26
e honra, não de qualquer jeito, como se fosse um lugar qualquer, mais com
entendimento que aquela comunidade foi consagrada a Deus e aquele lugar é lugar
de adoração. Assim o ministro de Cristo tem em seu coração o grande desejo pela
palavra a exposição desta e com isso as vidas serem libertas e aperfeiçoadas pelo
poder que contem nessa arma da qual Cristo nos deu contra o sistema maligno,
esta deve ser a ambição do verdadeiro ministro, exercer com zelo sua chamada,
cuidando e libertando as almas das correntes do inimigo. Spurgeon, afirma
(SPURGEON, 2002, p.39,40):
?????
O pastor Cristão deve ser uma pessoa conhecida pelo seu pode espiritual,
com a sua autoridade vinda diretamente da palavra de Deus. Para isso, o pastor
deve ser uma pessoa fervorosa em oração, que vive na Palavra e através disso
desafiam seus liderados a seguirem o seu exemplo. O seu modo de vida, de agir e
de falar deve ser inteiramente guiado pelo Espirito Santo. O pastor é alguém que
deixa uma marca positiva no coração das pessoas. É também o seu proceder que
fará com que alguém sinta o desejo de fazer a vontade do Senhor revelado na
Palavra. Ele deve procurar causar um impacto na vida daqueles que estão ao seu
redor, principalmente na vida de suas ovelhas, não para receber gloria ou aparecer,
mais para que o povo seja um fruto divino, para toda eternidade.
brasileira, pois aquilo que é nosso parece não ser tão atrativo, como é o que vem de
fora. Vemos um grande choque cultural, pois muitos pastores se adequam a
costumes estrangeiros, mesmo na sua maneira de vestir, em várias igrejas inseridas
em ambientes de clima quente se exigia terno e gravata nos cultos.
De acordo com Emilio Castro, isso produzia (e ainda produz) uma espécie
de ruptura entre o novo convertido e seu contexto cultural. Ser cristão
exige, com frequência rejeição à cultura brasileira, à música, à linguagem,
às roupas, à comida, às festas e até mesmo às pessoas. Apesar de o Brasil
e a América Latina produzirem consultas, conferências e textos de
conteúdo teológico com abordagem local e legítima, predomina a inclinação
por assimilar tendências e teologias estrangeiras, o que Orlando Costas
chama de “transplantes teológicos.” Um nome estrangeiro num folder ou
filipeta de propaganda parece garantir mais audiência em conferências e
congressos.
A vida na igreja não deve ser guiada por nada mais do que o serviço a Cristo
e suas ordens, observando sempre seus mandamentos, nunca se desviando do real
proposito pautada plenamente na Palavra revelada. O maior compromisso é com a
verdade das escrituras, aquele que matem seu ministério com zelo, não tarda, nem
recua diante da verdade, com amor ele ministra aos corações sedentos, o
verdadeiro e genuíno alimento.
É muito comum no Brasil ainda existir igrejas com culturas distintas, nas quais
se usam terno e gravata, mesmo em clima tropical, por exemplo. Cultos
estabelecidos nos moldes de outras culturas, bem como o estilo de evangelização,
isso acontece porque a igreja brasileira ainda está na construção de sua própria
identidade, quando se pensa nos aspectos gerais da globalização, constata-se que
32
discípulos. “Esta noite todos vós vos escandalizareis comigo; porque está
escrito: Ferirei o pastor, e as ovelhas do rebanho ficarão dispersas“ (Mt
26.31). Mas, contraditoriamente, foi a morte do Bom Pastor que garantiu a
segurança de suas ovelhas.
Sheed, em seu livro “O líder que Deus usa”, faz uma análise que corrobora com
a busca pelo paradigma da identidade, que consiste na necessidade dos valores que
o líder ideal deve ter (SHEED, 2000, p.37):
O homem de Deus precisa liderar seus seguidores para elevar a estima dos
valores do grupo. A vida de Moisés é um exemplo de tal liderança. Ele
acreditou, de todo o seu coração, que a liberdade era melhor do que a
escravidão. Paulo, clara e ruidosamente, proclamou a liberdade dos gálatas
(Gl 5.1,13). A perda da importância da liberdade na vida cristã significa a
perda de tudo. Significa estar escravizado aos pobres elementares espíritos
do mundo, em vez do poderoso e glorioso Espirito de Deus (Gl 4.8,9). Os
pastores e os professores de seminários necessitam diariamente lembrar a
igreja aos valores cristãos que fazem dos crentes pessoas diferentes dos
mundanos. Uma comunhão de amor não cresce automaticamente na igreja.
É por isso que o Novo Testamento repetidamente exorta aos seus leitores
aos atos mútuos de amor, de encorajamento e de perdão. Esses são
apenas alguns dos valores mais altos que precisam ser continuamente
afirmados pelos líderes na família de Deus.
Algumas igrejas seguem a visão de liderança de Rick Warren que, por sua
vez, tem como fundamento a igreja baseada no propósito, e estas, juntamente com
seus líderes tencionam seus esforços para que sua missão e os seus objetivos
deem certo. Quando não exercem uma repetição dos valores culturais estrangeiros,
boa parte das igrejas na atualidade, bem como os seus modelos eclesiásticos,
utilizam técnicas comerciais, para tornar o “mercado da fé” mais interessante para
os congregados. O Pr. Carlos Queiros, em seu livro “Em busca de espiritualidade”,
faz a relação entre o líder, o pastor e o sacerdote, em detrimento do cliente, e o
ídolo (QUEIROZ, 2013, p. 31):
Pelo menos umas doze vezes o pastor disse: “ah, muito bem”, antes que a
pessoa tivesse tido tempo sequer de responder. Imediatamente sua mão
era estendida para a pessoa seguinte da fila, sempre com o mesmo sorriso
e a mesma saudação. Quando chegou a vez de uma senhora de idade, o
pastor disse: “Espero esteja passando bem hoje”. A senhora, baixinha e de
fisionomia bastante triste, respondeu rapidamente: “Meu marido ficou
doente durante a noite de quinta-feira e eu tive que chamar a ambulância.
Ele ainda está na UTI...” “Sim é muito bom vê-la aqui esta manhã”, disse o
pastor alegremente. “É sempre uma satisfação tê-la aqui para o culto.” E
imediatamente estendeu a mão para a pessoa seguinte. Quase não pude
acreditar no que tinha ouvido. Senti-me constrangido porque o pastor não
tinha sequer ouvido o que ela havia dito; fiquei chocado com tanta
insensibilidade, e magoado com o que havia sido feito àquela senhora.
Meio desajeitadamente, tentei remediar a situação, embora, sendo um
visitante, não desejasse me envolver demais. “Como se chama seu
marido?” perguntei. Gostaria de incluí-lo em minhas orações todos os dias
dessa semana.” Não é minha intenção julgar o pastor. Posso compreender
que, com uma congregação de mais de 2000 pessoas, assistentes e
auxiliares sobrecarregados, e levando sobre os ombros o peso de tamanho
fardo, provavelmente o pastor não tem como conhecer cada pessoa da fila.
Pode acontecer, também, que ele estivesse com problemas pessoas
naquele dia, ou ansioso a respeito de algum evento que estava para
acontecer. Mas, mesmo assim saí da igreja com uma impressão totalmente
diferente de que me fora deixado pelo banqueiro. Este conhecia suas
ovelhas. O pastor não conhecia as suas. Pior ainda, senti que ele não fazia
questão de conhecê-las. Quando Jesus falou sobre seu relacionamento
com suas ovelhas, deu a impressão de saber muito mais do que os seus
nomes. Para Jesus, conhecê-las significa amá-las.
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O verdadeiro pastor procura formar um povo que esteja dentro dos padrões
bíblicos. O seu caráter se dá principalmente através do conhecimento de sua
identidade. Muzio relata que “a certa insegurança quanto à definição de uma
identidade pastoral” (2013, p.131). Atualmente tem ocorrido um grande crescimento
quantitativo dos evangélicos no Brasil e, com isso, muitas igrejas precisam de uma
transformação radical no que diz respeito ao seu discipulado, em Cristo Jesus. Sem
amor não tem como vivenciar um ministério pastoral bíblico, aqueles pastores sem
amor, as suas ovelhas não passam de números em uma tabela, apenas estatísticas
da qual se orgulham. Vivemos em um tempo onde a ênfase está nos números. A
igreja é julgada pelo tamanho do prédio, pela quantidade de pessoas que se
ajuntam ali aos domingos, enquanto os ensinos bíblicos, a comunhão entre os
irmãos e a espiritualidade, muitas vezes são colocadas de lado.
Desde que o pôs por mordomo de sua casa e de tudo o que tinha, o Senhor
abençoou a casa do egípcio por amor de José, a benção do Senhor estava
sobre tudo o que tinha, tanto na casa como no campo. Assim Potifar deixou
tudo o que tinha nas mãos de José, de modo que de nada sabia do que
estava com ele, a não ser do pão que comia. Ora José era atraente e de
boa aparência. Genesis 37.5-6
José demostrou ter uma vida transformada por Deus, seu pai Jacó tinha
recebido esta transformação em Peniel, o nome do patriarca foi mudado para Israel,
José apesar de não existir nenhum relato bíblico de um encontro sobrenatural com
Deus, ele tinha uma vida e um caráter ligado no Deus de seu pai, mesmo sendo
tentado pela esposa de Potifar não cedeu a tentação, mais demostrou uma vida de
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integridade com tudo que lhe foi confiado diante do Senhor. Sheed sobre a vida de
José destaca (SHEED, 2000, p.15):
mero oficio, não é almejar, ou se preparar para desenvolver o trabalho, muitos são
excelentes oradores, capacitados intelectualmente, são bons conhecedores da
bíblia e da teologia, porém não são vocacionados, bacharel em teologia, mas sem
qualidades para ser pastor.
A alegria que está no coração do pastor não é seu salário, por mais
gratificante que seja o honorário que recebe, a maior alegria daquele que é
verdadeiramente pastor, é saber que está no lugar certo, servindo seu Pai,
obedecendo as ordens daquele que o capacitou, não existe alegria maior que vê
uma pessoa se lançando aos pés de Cristo em um arrependimento verdadeiro,
entregando sua vida ao Senhor, é muito grato ser um instrumento nas mãos de
Deus, esse é o verdadeiro salário do pastor, poder ajudar as vidas a crescerem em
comunhão com Cristo, a amarem a Deus acima de tudo. Não há reconhecimento
maior que vê o fruto de seu trabalho, sabendo que não é merecedor e nada provém
de si, mais do Senhor!
O pastor é muito mais do que alguém que recebe uma função, ultrapassa
toda concepção comum de liderança relacionada às questões meramente
corporativas. Shedd assim resume o que vem a ser um líder bíblico e em que
consiste a capacidade de liderança em essência (SHEED, 2000, p. 67):
Liderança faz a diferença, por sinal uma grande diferença, pois ela oferece
direção, molda o caráter e cria oportunidades. Os efeitos da liderança
começam no nascimento, mas não deixam de existir com a morte. Os pais
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??????
Da mesma forma que uma casa recebe energia elétrica por meio de cabos
e fios ligados a rede, os princípios bíblicos estão conectados à mente de
Deus. Pastores e lideres devem ser capazes de conectar sua vida e
experiência à bíblia, de onde flui a energia para acender a luz que permite
enxergar a realidade. Para que o ministério seja eficaz e frutífero, o líder
precisa compreender a arte da liderança a partir das Escrituras.
A Bíblia mostra a direção certa para ter êxito no oficio da qual foi chamado, o
homem de Deus não segue diretrizes humanas, ou formulas milagrosas, mas tem
como sua bússola para cumprir sua missão, a palavra de Deus revelada. São muitas
as dificuldades que um pastor enfrenta em sua caminhada, saber conciliar e
governar bem sua casa, é uma delas, biblicamente o pastor é um exemplar pai de
família, e isso precisa ser levado em conta, pois sua vida, seu exemplo e sua
conduta são seguidos por muitas testemunhas, tantos os de dentro da igreja, como
os de fora. Outro dos grandes desafios também é sua vida secular, muitas vezes a
igreja não dispõe de condições financeiras suficientes para sustentar o pastor e sua
família, muitos precisam além de cuidar da igreja, precisam trabalhar em outras
funções fora, em empresas, o pastor precisa então saber conciliar essas funções, o
que é muito difícil, muitos homens trabalham o dia todo, as vezes em trabalhos
pesados, e precisam estar bem para ministrar a noite para suas ovelhas. São
grandes os desafios, porém aquele que deseja o episcopado excelente obra almeja,
por isso as diretrizes para um ministério eficiente sempre vai ser a Bíblia.
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De suma importância pra nós é ver como Deus tomou a iniciativa divina na
vocação dos apóstolos: foi por um simples chamado de Cristo, mas
carregado de força interna que o tornava irresistível. Os apóstolos só aos
poucos descobriram o sentido. Só aos poucos reconheceram a presença
de Deus em Cristo e em sua vocação. Mais tarde tiveram a certeza de que
foi a presença divina, que desde o começo os ativara para seguir a Cristo.
Não o seguiram por própria iniciativa. Jesus chamou quem quis: “Não fortes
vós quem me escolhestes, mas eu vos escolhi a vós” (Jo 15,16). Para
Saulo a iniciativa de Deus veio de modo fulminante, por uma visão
extraordinária, na qual ouviu a voz do Cristo glorioso. Ela de fato iniciou o
processo de sua conversão que havia de cristalizar-se na grande missão
entre os pagãos. Para Saulo este choque foi necessário, para que saísse
da cegueira em que vinha perseguindo não apenas os cristãos mas o
próprio Cristo.
Aferimos que ser pastor não é ser um voluntario, e sim ser convocado para
uma guerra. Deus tem seus propósitos em tudo que ele faz, e em todos seus
projetos ele chama e capacita homens para cumprir aquilo que antes de estar no
coração humano, nasceu no coração do Senhor. A Bíblia relata a história de vários
homens que foram escolhidos para cumprir a missão designada por Deus, isso
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vemos em diferentes datas e ocasiões, Samuel foi chamado ainda menino (1Sm
3.1), Jeremias no ventre da mãe (Jr 1.5).
Saber que fui feito por Deus para ser um pastor é meu chamado. Depois do
meu conhecimento pessoal de Jesus Cristo como meu Senhor e Salvador,
é minha maior posse. Conservar-me firme na rota do meu ministério.
Impede-me de ficar louco através de todos os autos e baixos da vida
pastoral. É minha autorização para pregar a Palavra de Deus e ministrar
sacramentos. É minha autorização para ouvir a confissão de pecado e
assegurar perdão. É minha certeza de que Deus é minha força, enquanto
executo minhas tarefas. É minha gloria, é minha cruz. É minha eleição e
minha maldição. [...] o chamado é seu próprio tipo de conhecimento. Um
chamado exige que seja conhecido. É a espécie de informação que contém
dentro de si o imperativo de que seja buscada e compreendida, como se
fosse matéria de vida e morte.
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Cada pessoa que foi vocacionado por Cristo para a salvação, agora é
chamada a encontrar seu lugar, a exercer uma atividade no corpo, várias são as
tarefas no Reino de Deus, nem todos são chamados para serem pastores, nem
todos são chamados para uma tarefa dentro da igreja, ou seja, existem chamados
que são feitos para serem exercidas dentro do ambiente de trabalho, médicos,
advogados, dentre outros que são chamados para glorificarem a Deus em suas
profissões.
Por vários motivos o ministério pastoral deve ser entendido como chamada,
ninguém pode querer se aventurar nesse trabalho. A obra pastoral é uma tarefa
difícil em todos os aspectos, sem muitos reconhecimentos, a motivação que estar no
coração daquele que foi separado para pastorear é satisfazer a quem o chamou.
Chegou a Derbe e Listra. Estava ali certo discípulo por nome Timóteo, filho
de uma judia crente, mas de pai grego. Os irmãos que estavam em Listra e
em Icônio davam bom testemunho dele. Paulo quis que esse fosse com ele
e, tomando-o, o circuncidou, por causa dos judeus que estavam naqueles
lugares, porque todos sabiam que seu pai era grego.
Portanto, todo aquele que ouve estas minhas palavras e as pratica será
semelhante ao homem prudente, que construiu a sua casa sobre a rocha.
Desceu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram
contra aquela casa; contudo ela não caiu, porque estava edificada sobre a
rocha. Aquele que ouve estas minhas palavras, mas não pratica será
comparado ao homem insensato, que construiu a sua casa sobre a areia.
Desceu a chuva, transbordaram os rios, sopraram os ventos e bateram
contra aquela casa, e ela caiu, e foi grande a sua queda.
Pastorear é uma tarefa para quem gosta de servir. A sua virtude não está em
uma possível facilidade de articulação, de elaborar estratégias ou de eficácia em
gestão, mas na sua capacidade de conduzir o rebanho até Cristo, o verdadeiro e
sumo Pastor das ovelhas. O pastor fica na retaguarda, apresentando a pessoa de
Cristo para as ovelhas, através de seu próprio exemplo, mas principalmente munido
pela Palavra. A sua relevância está na sua disposição para servir ao próximo,
expressando e sendo expressão do amor de Cristo, em atitude de misericórdia e de
justiça, como fez o maior exemplo de pastor de todos os tempos.
dias são obreiros esmorecidos, relaxados, que na verdade estão longe de pastorear
o rebanho, na verdade são pastores de si mesmos, procuram vantagens pessoais e
não estão dispostos a se doar pelas ovelhas do rebanho de Cristo.
Pastorear hoje tem sido confundido com posição social elevada, fama,
riqueza, e o alvo do serviço têm sido ofuscados por buscas banais, geralmente
homens estão buscando o ministério pela posição que o cargo eleva, muitos são os
casos de rebelião nas igrejas, os homens estão buscando independência financeira
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e pessoal no ministério pastoral. Está claro em muitas igrejas, que esse é o foco do
ministro, as igrejas giram ao redor das finanças, pregar sobre dinheiro é principal,
pregar sobre finanças é importante, mais não pode ser o principal. Judas buscou
riquezas e deu as costas para Cristo e as mensagens do evangelho. PE. Geraldo
Pennock afere (PENNOCK, 1074, p. 135):
Tao difícil era tal obediência que encontrarmos também duas pessoas que
depois de chamadas e empossadas, fracassaram: Saul e Judas. Saul quis
tornar-se independente de Samuel, levado pelo orgulho, e com isso se
expôs ao grande perigo, tão combatido por este, de tornar-se um rei
absoluto, que chegava a trair o próprio Deus. Judas fechou o coração à
graça da fé, porque ele se aproveitara de sua vocação para enriquecer-se.
Não conseguiu despojar-se de seu egoísmo. Não fez o que Jesus
apresentara como condição imprescindível para ser discípulo: se alguém
quiser vir após mim, renuncie-se a si mesmo, tome sua cruz e siga-me.
como ovelha está sob os cuidados do supremo Pastor Jesus Cristo, assim também
deve a Deus devida obediência, e essa é o cuidado que precisa ter com o restante
das ovelhas que ficam aos seus cuidados, pois assim o pastor demostra amor a
Jesus, pastoreando suas ovelhas.
é pior do que o infiel” (ALMEIDA,1995, p 1707), assim o ministro cumpre sua missão
sendo exemplo para os fiéis.. Luciano Subirá diz em seu livro O Propósito da
Família: (SUBIRÁ, 2013, p.37):
Observe que o homem de Deus deve ser exemplo quanto a sua família. Fiel
à sua esposa, e governando bem sua casa e seus filhos; caso contrário,
não poderá cuidar de igreja e ministério. A palavra de Deus não deixa a
menor sombra de dúvida quanto ao lugar que nossa família deve ter na
nossa escala de valores. Mais muitos cristãos têm negligenciado sua
família. Muitos pais que não dão tempo e atenção aos seus filhos se
queixam de vê-los desviados, mas não se apercebem que estão andando
em desordem. Há esposas perdendo seus maridos e vice-versa, porque
não os colocam no lugar certo na sua escala de valores. É hora de
ordenarmos nossos passos e darmos atenção, honra e dedicação devidas
à família.
Está claro que o pastor não pode negligenciar seu cuidado com a família em
nome de nenhuma instituição, evento ou qualquer outra responsabilidade, o pastor
deve demostrar grande apreço por seus filhos, dando a devida atenção e tempo,
buscando não falhar nessa área, assim como Davi que foi um grande Rei de Israel,
porém falhou com seus filhos, os ministros não podem cair no mesmo erro, os pais
cristãos tem um dever muitíssimo importante, ensinar seus filhos no caminho do
Senhor e prepara-los para serem cristãos maduros e responsáveis com capacidade
de levarem o evangelho e ensinarem a outros. Não são poucos os filhos de pastores
que são completamente frustrados com o ministério, não que necessariamente um
filho de pastor tenha que ser pastor, porém os filhos dos ministros precisam levar o
ministério e entender como uma dádiva de Deus ser filho de um homem que foi
chamado para cumprir a missão de Cristo, e incentivar outros que muitos novos
identificam o chamado. O pastor precisa ser pai, não apenas um líder, mais um
referencial em sua casa, que brinca com os filhos quando criança, que conversa e
está sempre pronto para responder os conflitos da juventude. Thomas E. Trask
apresenta o valor da paternidade (TRASK, 2006, p.17):
Luciano Subirá também fala sobre a criação e a importância das atitudes dos
pais para com seus filhos (SUBIRÁ, 2013, p. 298):
Um valente atira suas flechas com força, para atingir o alvo de longe. Se
quisesse atingir o inimigo de perto, um guerreiro daquela época
provavelmente usaria uma espada. Precisamos aprender a lançar nossos
filhos para a vida, e desejar lançá-los longe. Isso não significa que nós
vamos nos afastar ou que queremos distância, mas que precisamos pensar
grande a respeito deles. Nossa criação não deve ser egoísta, centrada em
nós mesmos. Não podemos querer que nossos filhos fiquem somente por
perto. Talvez uma vida melhor só será provada por eles em outra cidade,
estado ou mesmo país. O valente atira suas flechas visando acertar o alvo.
Como pais, precisamos ajudar nossos filhos a entenderem suas vocações e
aptidões profissionais. Meu pai dizia desde que eu era criança que eu seria
um filósofo. Sempre que me via pensativo, ele declarava isto. E de fato,
sempre gostei de pensar e questionar tudo. Meu pai reconheceu depois de
muitos anos que o palpite dele estava correto, e me encorajou a ser um
pensador e questionador do comportamento cristão em meu ministério de
ensino. Os pais devem ajudar seus filhos a entender seu alvo a ser
alcançado, e, em acordo com eles, lançá-los em direção a este alvo!
O pastor e sua esposa formam uma equipe de uma só carne, juntos podem
vencer as guerras que se levantam, no casamento não pode existir competição, e
sim um conceito mútuo entre os cônjuges, no casamento o homem não é maior que
sua esposa, nem a esposa maior que o marido, na vida matrimonial existe papeis
definidos para cada um, o homem como cabeça, liderando bem a sua casa, e a
esposa sob a missão de seu esposo, exercendo também a liderança em seu lar
juntamente com seu marido, o casal entende que orando juntos podem vencer,
buscando a Deus juntos, são uma grande potência contra principados e potestades.
Diz Raymond T. Brock (BROCK, 2006, p 37):
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Igualmente vós, maridos coabitai com ela com entendimento, dando honra
a mulher, como vaso mais fraco; como sendo vós os seus co-herdeiros da
graça da vida; para que não sejam impedidas as vossas orações
O pastor vive uma vida de unidade com sua esposa, entendendo que um
ambiente de desarmonia, pode impedir o agir de Deus, pois na unidade e
55
O pastor deve manter sua família blindada contra qualquer ataque e investida
maligna, assim então começa seu pastoreio dentro de seu lar, amando sua esposa,
e sendo exemplo para seus filhos, assim toda congregação é abençoada pela vida e
família do ministro, uma família forte um ministério forte. É porque tem um bom lar
que o pastor deve governar a igreja, se o homem não cumpre requisitos básicos de
uma vida com Cristo, não deve estar à frente de uma igreja, tudo depende de sua
conduta em casa.
O pastor lidera sua casa nos caminhos do Senhor, levando todo seu lar a
uma vida de santidade, quando se refere a família não se pode ter a ideia de cada
um por si, o dever é individual diante de Deus, porém é preciso lutar pela família,
principalmente quando se trata do cabeça do lar. É possível aferir na palavra de
Deus que os planos do Senhor não são apenas a um indivíduo, mais com toda a
casa, nos dias de Noé em Genesis 6.18, Deus providenciou salvação para toda sua
família. “Mas contigo estabelecerei o meu pacto; e entrarás na arca, tu e os teus
filhos, e a tua mulher, e as mulheres de teus filhos contigo” (ALMEIDA, 2003, p.16).
Ora, todos os anos, iam seus pais a Jerusalém, a festa da páscoa. E, tendo ele
já doze anos, subiram a Jerusalém, segundo o costume do dia da festa. E,
regressando eles, terminados aqueles dias, ficou o menino Jesus em
Jerusalém, e não souberam seus pais.
O Pastor bíblico tem sua família em alto estima, com cuidado e amor, não é
relapso quanto ao relacionamento com seus filhos, e com sua esposa, dedica-lhes
tempo, e exemplo em seu lar para suas ovelhas.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi tomada como tema principal a visão bíblica para o ministério pastoral,
bem como os desafios que o pastor enfrenta em nossos dias, para alcançar êxito
dividimos em três partes basilares.
êxito, assim então o chamado e capacitado entende que foi escolhido para servir e
não para ser servido, seguindo sempre o maior exemplo do mestre Jesus.
Concluímos que o pastor não pode se esquecer ou tratar como último plano a sua
família, esta precisa ser sua prioridade depois da busca por Deus e só depois
destes dois vem o cuidado pela igreja, pois o sucesso no ministério não pode levar
consigo o preço de uma família falida.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FISHER, David. O pastor do século 21: uma reflexão bíblica sobre os desafios do
ministério pastoral no terceiro milênio. Editora Vida, 1999.
SHED, Russell. O líder que Deus usa. São Paulo: Editora Vida Nova, 2000.