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Sumário
TEOLOGIA PASTORAL ............................................................................................. 3
INTRODUÇÃO ........................................................................................................... 3
TEOLOGIA PASTORAL ............................................................................................. 4
TEOLOGIA MINISTERIAL ......................................................................................... 4
UMA BASE BÍBLICA PARA O MINISTÉRIO .............................................................. 5
VOCAÇÃO ................................................................................................................. 7
QUALIFICAÇÃO ........................................................................................................ 8
O HOMEM, ESPOSO, PAI E PASTOR .................................................................... 10
VIDA DEVOCIONAL: MINISTÉRIO, SOFRIMENTOS E RECOMPENSAS .............. 10
ÉTICA ...................................................................................................................... 11
A ÉTICA E DEUS ..................................................................................................... 12
A ÉTICA NO MINISTÉRIO ....................................................................................... 12
ÉTICA NA FUNÇÃO PASTORAL............................................................................. 13
PASTOR: LÍDER NA SOCIEDADE ORGANIZADA .................................................. 13
A COMUNIDADE DE FÉ E SEU LÍDER ................................................................... 14
UM HOMEM, LÍDER RELIGIOSO ............................................................................ 15
CORAÇÃO DE PASTOR, ESPÍRITO DE PASTOR Jo 21:7-17 ................................ 15
MISSÃO INTEGRAL ................................................................................................ 16
AÇÃO SOCIAL, MINISTÉRIO PASTORAL .............................................................. 17
TEOLOGIA SOCIAL: UMA NOVA INTERPRETAÇÃO BÍBLICA? ............................ 19
O ESPÍRITO SANTO NO LABOR PASTORAL ........................................................ 20
REVELAÇÃO SALVÍFICA: SENSIBILIDADE MISSIONARIA NUMA CONCLUSÃO
OBJETIVA ............................................................................................................... 21
SACRIFICADO ........................................................................................................ 22
CERIMÔNIAS .......................................................................................................... 23
METAMORFOSE ..................................................................................................... 24
BIBLIOGRAFIA ........................................................................................................ 25
2
Teologia Pastoral
TEOLOGIA PASTORAL
Descrição do Curso
Este curso observará, em uma visão geral introdutória, o ministério em si e suas
especificações, proporcionando estudo participativo da classe na área teológica
vocacional do serviço na igreja, Corpo de Cristo. Vendo as estratégias apresentadas
na Bíblia bem como as necessidades atuais e o desenvolvimento eclesiástico na
Missio Dei. Ressaltar o aspecto do caráter e da sensibilidade ministerial, pela igreja
em seus enviados, como fundamental para uma visão global- integral da missão de
Deus a ser desenvolvida.
Objetivos
• Ressaltar a Importância do reconhecimento da Igreja no
desenvolvimento ministerial.
• Familiarizar o Aluno com a Reflexão Teológica da Missão
• Enfatizar uma visão de dependência de Deus no ministério
• Identificar as Falhas e Realizar, como igreja, uma crítica construtiva
• Analisar e Refletir sobre vocação ministerial atual e pessoal.
Desenvolvimento Do Curso
• Apresentação e Introdução
• Definições e Conceitos
• Panorama Bíblico Teológico da Vocação
• Qualificação
• O Homem, Esposo, Pai e Pastor
• O Pastor
• Ética Pastoral
• O Pastor e Suas Relações Interpessoais e a Comunidade de Fé
• O Pastor e a Congregação/Denominação
• O Pastor e Seu Trabalho Frente à Comunidade
• Vida Devocional: Ministério, Sofrimentos E Recompensas.
• Globalização Da Missão (Missão Integral)
• Adendo: Cerimônias
INTRODUÇÃO
“Os homens cobiçam, mas não sabem o que; eles caminham, mas perdem a
trilha de chegada; eles lutam e competem, mas esquecem o prêmio. Eles espalham a
semente, mas se recusam a cuidar do solo nas devidas estações. Eles buscam poder
e gloria, mas perdem o significado da vida.” George Gilder1
Excelente obra almejam os que são chamados, vocacionados por Deus para
servirem. Porém, parece que uma desarmonia paira nas mentes de muitos que veem
1
KEMP, Jaime. Pastores em Perigo – Ed. SEPAL pág. 11
3
Teologia Pastoral
para servirem nos ministérios diversificados, existentes hoje no Corpo de Cristo; onde
o lema humano de liderança ou de cabeça toma uma forma mais abundante, e não
menos diferente, do que fala a Bíblia. Parece que o lema eu nasci para comandar e
mandar tem tomado espaço nos corações dos que foram chamados para servir.
Logicamente se respeita e se acata as funções e ministério de liderança, onde o seu
papel se tem como muito importante, porém não sobrepondo aos demais; onde se
pesa a mesma responsabilidade, pois o Dom Supremo dado pôr Deus, o Espírito
Santo, detém o poder de dar ou se manifestar de diversificadas maneiras e nas mais
diversas pessoas, conforme o apraz. Assim que, nada temos de nós mesmos, pois
tudo é d’Ele, a obra bem como o obreiro.
Se escuta o cambiar ou a desarmonia da vocação, de responsabilidades com
a de privilégios; sou cabeça e não cauda, mas o que não pensam é que devido a
tamanha responsabilidade que ser o cabeça trás, é que se existe após, a condição de
levar o corpo, direcionar o corpo; isto faz com que muitos, as vezes, desejem ser um
pouco cauda; isto para serem ou terem seu tempo de serem conduzidos e
direcionados.
O que também é bom lembrar é que os ataques sempre são na parte vital do
corpo, e talvez não seja tão ruim assim ser ou ter a posição de cauda, não que haja
uma covarde aqui, mas sim um pensar humano; tanto porque, todos tem o seu devido
lugar e sua devida função no corpo; não é em vão que Deus, através do Dom
Supremo, determina o que cada um terá ou será na missão. Responsabilidades e
privilégios se completam, bem como o gozo do trabalho, sendo este onde for, deve
preencher nossas vidas. A nossa salvação e alento se baseia na pessoa de Cristo
Jesus, o cabeça do corpo. Pôr Ele fomos chamados, vocacionados, direcionados e
preparados. “Aquele que começou a boa obra, é fiel em completá-la” Gl 1:15; Rm 8:
28-30; Hb 12:2,3,11.
TEOLOGIA PASTORAL
Ciência que trata dos fundamentos bíblicos para o ministério pastoral, bem
como das relações do pastor quanto ao seu trabalho, igreja, família, mundo etc 2. Mas
talvez podemos analisar que esta Teologia Pastoral, a qual pode se confundir, as
vezes, com a Psicologia Pastoral, deveria se iniciar desde de uma visão bíblica
antropocêntrica, ou seja, o homem enquanto ser, e em si mesmo; tanto o homem
como ser emissário de Deus, como o homem sendo o alvo. O mais importante, o
homem, depois suas demais relações, família, igreja, mundo etc.
TEOLOGIA MINISTERIAL
2
IAMCC- Apostila de Teologia Pastoral- Seminário Maior de Formação Teológica.
4
Teologia Pastoral
engrenagem do Reino, onde junta as peças, todas são de importância relevante para
o bom desenvolvimento da missão da igreja (missio eklesia), seja liderança, louvor,
evangelismo, educação, pastoreamento, misericórdia, intercessão etc.
3
PEREIRA, Natan. “Descobrindo Revelação de Deus na Formas Culturais. (Tese de Grau)”
SEMISUD, Quito - Equador
4
Idem
5
COMBLIN, José. “Teologia de la Misión” Ed. Latinoamerica, Livros SRL Buenos Aires 1974.
5
Teologia Pastoral
6
Idem
7
Idem
8
GIRON, Rudy. “Reflexões Bíblicas do Evangelismo e a Missão da Igreja”. Rudy Giron é da
Igreja de Deus na Guatemala, Presidente de COMIBAM Internacional.
6
Teologia Pastoral
VOCAÇÃO
9
CAVALCANTE, Robison. Matéria à Revista Signos da Vida de CLAI, Equador
7
Teologia Pastoral
Que há benção em tudo que se faz na obra de Deus, mas o importante não é
fazer algo para Deus e sim o que Ele realmente requer. Mesmo no ministério somos
ativistas, “tapa buracos”, mas temos que buscar conhecer o que Ele tem preparado
especificamente.
Assim que, vocação pode ser compreendida de dois modos 10: geral (Jo 3:16;
Mt 28:18-19; o sacerdócio de cada crente nos méritos da morte de Cristo) e específica
(Ef 4:8-12. Onde se manifesta a soberania de Deus nestes desígnios estritamente
pessoal e individual)
QUALIFICAÇÃO
Bíblico Neo-Testamentário
No N.T. vemos a eficácia do trabalho de estabelecimento da igreja,
primeiramente por ocasião do mover do Espírito Santo em Pentecoste, na tarefa
delegada a igreja da misio eklesia (missão da igreja) manifestada na diversidade
cultural presente naqueles dias. “Então, designou doze para estarem com Ele e para
os enviar a pregar e a exercer a autoridade de expelir demônios” Mc 3:13-14. O termo
“para”(= a fim de que) vem do grego “hina” e permite somente uma conclusão: o
período que os discípulos passaram com Jesus e Ele os “enviou” a pregar
(grego=proclamar)11. Mas o termo no N.T. é “DISCÍPULO” (literalmente é a pessoa
que segue com a intenção de aprender) era mais que um seguidor; o aluno deixava
sua casa, seus pais, parentes e se dedicava a absorver no cotidiano do RABI, ou seja
do mestre. Jesus basicamente tinha o seguinte projeto, segundo a análise do
hermeneuta12:
1° Nenhum discípulo deveria deixar e desfrutar da vida do Mestre;
2° Jesus dava autoridade e responsabilidades;
3° Os discípulos foram instruídos sobre Reino, igreja e humildade. Em resumo
podemos ressaltar que os discípulos tivessem o caráter de Cristo.
A liderança foi estabelecida, de entre aqueles que aos pés do Mestre estavam;
e posteriormente, saindo fronteiras afora dos limites judaicos, iniciando por Barnabé
numa visão da igreja para com outros povos, posteriormente passado a Paulo, onde
sistematiza seu trabalho, na valorização do povo gentil convertido, no levante de
liderança nativa e preparada, na edificação de igrejas em cidades estrategicamente
pré-estabelecidas, na confirmação dos pastores, no zelo da correção, na supervisão
Qualificação Formal
Ao contrário de uma secularização de nossa fé, o fator preparação é
fundamental para o vocacionado. Hoje temos uma consciência da exigência do povo
para o qual se prega; mas, mais do que isto é a capacidade ser melhores do que
10
CORREA, Claudionor de A. “Dicionário Teológico” CPAD
11
SHEDD, Russell. “Fundam. Bíblicos da Evangelização” Vida Nova
12
O Dr. Shedd é um dos mais preeminentes e éticos exegetas atuais no Brasil, tive a
oportunidade de ser seu aluno por pouquíssimos tempos. É mestre, PhD, professor do Sem. Batista de
São Paulo e Curso de Liderança em Singapura
8
Teologia Pastoral
somos para edificação do Reino de Deus. Um inimigo cada dia latente em nosso meio
da reflexão teológica é a secularização da preparação dos obreiros e a elitização. Mas
se faz necessário se ter o conhecimento. “Errais em não conhecer as Escrituras
(doutrina) e nem o poder de Deus (unção)”. A qualificação formal equilibra e dá sólida
consciência para as formalidades cerimoniais que o ministro deve estar à frente,
desde uma consagração de crianças, ao batismo, sacramentos diversos, sermões,
funerais, aconselhamentos, discursos formais religiosos, e até mesmo para se Tiver a
adequada atitude de informalidade num culto bem “pentecostal” se deve buscar o
entendimento e a boa atitude. Muitos acreditam ser desnecessário o estudo, pois
Deus encherá a boca de palavras no momento da pregação. De certa forma sim, mas
se somos tão incapazes de buscar saber bem o que falaremos não somos exemplo
de dedicação e empenho. Um bom ministro deve saber manusear bem a Palavra da
verdade, não numa ótica ou cosmovisão simplista superficial, mas ética e verdadeira,
mesmo quando desagradem os que se tem como ouvintes. O compromisso de buscar
saber e estudar não é vaidade ou outro tipo de glória particular; é compromisso com
a obra dentro de uma visão ministerial apurada, recheada com humildade e soberania
de Deus.
Qualificação Informal
Não vemos tanta dificuldade em explanar sobre este tema, pois a informalidade
e a facilidade de se quebrar uma ética espiritual institucionalizada ou humanamente
estruturada, Deus é quem “entende” muito disto; como foi com a Samaritana,
referindo-se contrário ao pensamento então existente (se em Jerusalém ou no Monte
é onde se deveria adorar , pois assim se ensinava a tradição institucional judaica).
Toda experiência com Deus é bem particular e pessoal, mas a dificuldade está em
saber administrar o que Deus nos dá.
Para demonstrar esta latente incapacidade atual, há quantas ovelhas que
dizem não necessitarem de pastor e ensino, são pastores de si mesmos; e na maioria
sem vínculos com igreja ou ligação denominacional nenhuma. Eis o perigo: a solitária
e particular visão de formar o seu próprio reino, de orgulho, dentre outras das vãs
glórias humanas e medíocres. Mas uma arma imbatível é quando o relacionamento
pessoal e particular é amparado por um sobre modo sentimento de dependência de
Deus. Eis a chave de vitória em tudo quanto vamos realizar, seja desde uma área
técnica às mais diversas formas ministeriais existentes. Nosso maior temor são as
chamadas “experiências” espirituais que estão longe de uma unidade e conformidade
com a Palavra e Deus, sobrepondo às autoridades no Senhor, ferindo a ética cristã e
absorvendo, o que é pior, tudo em nome de uma sã religiosidade.
Capacidade Contextual
Essa área é a qual o ministro é capaz de se adequar ao local, povo, condições
diversas, cultura etc; tudo após minucioso estudo, sendo um visionário, estrategista,
visão espiritual para ver oportunidade para desenvolver seu ministério em muitas
áreas, ver a oportunidade de crescer onde ninguém viu, fazendo brotar uma veia
9
Teologia Pastoral
Uma frase foi dita “Deus não tem compromisso de fidelidade conosco, Ele tem
fidelidade com sua Palavra e sua Palavra é repleta de bênçãos e promessas de Deus
para os que a cumprem; e assim sendo manifesta a sua fidelidade para conosco”. Um
“mega-evangelista15” respondeu a uma repórter quando perguntado qual a razão que
ele próprio atribuía a seu “deslize” moral, e assim respondeu: “Meu erro foi em
descuidar de meu devocional diário”. Certa pessoa ao passar e ver que seu pastor
estava trabalhando limpando seu lote e cuidando do asseio de sua casa disse: “muito
bem meu pastor gosto de lhe ver assim trabalhando esforçado” e o pastor nada lhe
respondeu. Ao retornar observou que seu pastor estava sentado, com roupa limpa,
13
“O Apóstolo dos Pés Sangrentos” é um livro que inspira e ensina na contextualização de um
missionário no campo, a Índia. Recomendamos esta leitura com uma atenção apurada na disposição
do ministro em buscar com seus dons e talentos a adequação da mensagem para bom entendimento
de quem nos ouve.
14
KEMP, Jaime “Pastores em Perigo” SEPAL. Este autor tem desenvolvido seu ministério na
formação de pastores, casais e família; seu trabalho tem tido aceitação em âmbito nacional de forma
bem explícita.
15
Creio não ser o primeiro a usar este termo e sim, somente, repassamos o mesmo da forma
comum que ouvimos, e isto sem querer ser pejorativo, mas sim no seu sentido usual e comum no seu
contexto.
10
Teologia Pastoral
Bíblia do lado, muito quieto e pensativo. O irmão então disse: “Ei, meu pastor, em
pleno meio-dia descansando? O pastor não se conteve e respondeu de forma natural:
“A primeira vez que você passou eu estava me distraindo, agora eu estou trabalhando
por você”. Um ativismo religioso atrapalha, e muito, nossa vida ministerial e pessoal.
Gostaria de ver que irmãos investissem mais em suas famílias, pois se neste ponto
for bem sucedido o ministério e a igreja só têm a ganhar. A oração, o sermão vivido e
preparado, o tempo a sós com Deus, uma cumplicidade espiritual com o cônjuge, a
ministração do esposo sobre a esposa e da esposa sobre o esposo é de fundamental
importância para uma sólida estrutura para um pastorado de sucesso. A maioria dos
fracassos vem de uma infeliz atitude de menosprezar nossa limitação humana, nossas
pequenas falhas, não respondendo a tempo oportuno e deixando acumular, não
revendo, não nos autoavaliando, não nos autocriticando e assumindo e corrigindo
nossas falhas. “Se queremos Ter um ministério de êxito, devemos começar por
entender nossas próprias limitações e não esconde-las, como se perfeito fossemos.”
Somos sim carentes de Deus em tudo, este sim é um bom começo de caminhada.
ÉTICA
16
VICENTE, Pr. Gerson. I Sem. Reflexão Teológica em Goiânia. É Pastor da Igreja de Cristo e
Prof. UFG
17
Idem
11
Teologia Pastoral
A ÉTICA E DEUS19
Estive pensando nestes dias sobre valores. Estive analisando sobre a moral do
homem, sua cultura e seu senso de valor decorrente a seu habitat cultural, sobre as
posições e imposições da sociedade.
A gama de boas maneiras e o manual de condutas equilibradas e saudáveis,
para que o homem viva bem, se dá o nome de ética. Ética não é um sentimento, tão
pouco é uma ação isolada, mas é motivação que acompanha a ação ou que gera
atitudes corretas ou recheadas de um querer, de uma vontade de acertar.
Assim é o homem, incapaz de se conduzir a si mesmo, movido e removido
pelas normas e padrões da estabelecida e necessária ética.
Mas Deus não tem ética. Por que ética para o Ser que em si mesmo reside
valores incontestáveis? Não se pode questionar os valores e as atitudes de Deus, pois
elas apesar de diferentes e indiferentes aos olhos e a ética humana, são os melhores
para nós.
Para quem lê o livro de Jó, observa que Deus permitiu o diabo tocar em seus
bens, que não eram poucos, e Ele mesmo toca na vida de Jó, este, íntegro e reto. Pôr
que? Deus tem ética? Na realidade Deus não tem ética, se Deus é mau ou
sanguinário, o digo desde a minha ótica humana assumida e recebida via veias da
sociedade, assim Ele continua sendo incontestável. Pois o mau de Deus é o melhor
prá nós, Is 54:16; 45:7.
Tudo é d’Ele, bem e mal, tudo está sujeito a Ele, até os demônios. Para que
ética para Deus? Por acaso Ele é homem, sujeito às formalidades da sociedade que
dita a cultura, os moldes, e a ética humana? Não, Deus não tem Ética, Ele tem a ética,
a Ética é Ele.
Me faz lembrar o texto de Jó 42 onde ele diz “Bem sei que tudo podes e nenhum
dos teus planos podem ser frustrados, ... eu te conhecia só de ouvir, mas agora de
veem os meus olhos”.
A ÉTICA NO MINISTÉRIO
18
JACINTHO, Dr. Edimar. Curso de Psicanálise Clínica - CORPO
19
PEREIRA, Natan - Prof. Teologia Pastoral
12
Teologia Pastoral
20
ADAMS, Jay. “Conselheiro Capaz” Ed. Vida. Com relação a tipos de aconselhamento, em
específico o noutético
13
Teologia Pastoral
21
MEILAENDER, Gilbert. “Bioética. um guia para os cristãos” Ed. Vida Nova
22
Não impondo que a ação do Espírito Santo se restringe neste ou naquele seguimento
religioso. se histórico ortodoxo. arminiano ou calvinista. reformado ou renovado. neo ou tradicional
pentecostal. Mas sim uma posição específica de nossa teologia com seus distintivos: as manifestações
espirituais hoje. Ou seja, a atuação dos dons do Espírito Santo hoje na igreja como discernimento
espiritual. visões. guerra espiritual. línguas. profecias. curas entre outras diversas. Nossa posição
teológica deve ser clara e honesta. em nosso próprio meio bem como para os demais.
14
Teologia Pastoral
Admitir nossa função e posição teológica religiosa não significa uma postura
alienada da nossa própria estrutura humana, carnal e limitada, mas sim uma
dependência incondicional de Deus em graça e misericórdia. Assim que, entendendo
que nós, humanamente somos desprovidos de qualquer poder e condição extra-
humana, somos limitados, mas apesar de nós mesmos Deus tem nos fortalecido.
Alguns cuidados devemos Ter:
• Não transmitir uma imagem de onipotência ministerial
• Aceitar e dar ajuda; saber que necessita ser pastoreado
• Boa motivação para com os demais irmãos, igreja e ministérios sem
sobrepor ou sacrificar à família.
• Como harmonizar o conceito de Instituição religiosa e Corpo de Cristo
• Respeitar nossa própria limitação humana.
• Entender que o melhor conselho é o exemplo
• Dentro da consciência cristã “ser livre do olhar do outro”23
23
Termo usado no curso de Psicanálise Clínica, onde se dizia da importância do ser enquanto
homem como qualquer outro, feitura de Deus com sentimentos, emoções, vibrações, numa liberdade
de compromisso com Deus e conosco mesmo.
24
PEREIRA, Natan - Professor Teologia Pastoral
15
Teologia Pastoral
Ser pastor e ministro é ser tratável, vulnerável, humano, propício a erros; mas
no caminho vêm às vitórias, o gozo de se estar no centro da vontade de Deus. Nosso
maior conselho é o exemplo.
“porque eu recebi do Senhor, o que também vos ensinei...” Ap. Paulo
MISSÃO INTEGRAL
25
MIRANDA, Juan Carlos Dr. “Manual de Crescimento da Igreja” Ed. Soc. Religiosa Ed. Vida
Nova. São Paulo - SP 1991.
26
Termo usado por René Padilla, Timóteo Carriker e outros; não temos a origem deste termo
em torno de quem o poderia ter criado, mas é frequentemente usado.
27
Termo usado por Larry Pate em seu livro “Missiologia” e pelo Dr. Peter Wagner, citado por
Juan Carlos Miranda em seu livro “Manual de Crescimento da Igreja”
28
MIRANDA, Juan Carlos Dr. “Manual de Crescimento da Igreja” Ed. Soc. Religiosa Ed. Vida
Nova. São Paulo - SP 1991
16
Teologia Pastoral
animal que rasteja sobre a terra” Gn 1:28). Esse mandato poderia ser denominado
como a versão do Antigo Testamento. Sendo que a que chamaríamos de versão do
Novo Testamento é o texto de Mt 22:37-39, onde Jesus diz em forma de mandamento
expressões que se podem entender ainda melhor: “Amarás o Senhor teu Deus de
todo vosso coração, alma e entendimento” e o outro continua dizendo: “Amarás o teu
próximo como a ti mesmo”. Jesus então resume que estes dois estão na lei e nos
ensinos dos profetas e que, como cristãs temos a responsabilidade (e não é opção)
de amar o próximo e como amaremos a Deus se não amamos ao próximo?
Necessidade: E as necessidades são as prioridades e as emergências. Seria
tudo que envolvesse a integridade, família, integridade cultural, libertação do oprimido,
manutenção da paz (se é da vontade de Deus que vivamos em paz). Deus conhece o
nosso potencial e nos mostra que estas são características das necessidades
descritas também no sermão do monte.
Alcance: “O mandato cultural nunca foi anulado: da criação até a conclusão da
história escatológica. Os agentes de Deus são os que realizam sua obra. Todos têm
uma parte a cumprir os crentes são os agentes escolhidos pôr Deus para fazerem
coisas acontecerem. Contudo, grandes estudiosos, como é o caso de um dos ex-
diretores do Seminário Fuller, insistem em afirmar que mandato cultural como também
de “DEVER CRISTÃO”.
Essa visão é integral ao homem, “feitura especial de Deus” (Hebraico Yatsar)29
de uma forma generalizada, ao ser emocional, espiritual, físico, sentimental. Somos
muito bons em espiritualizar situações, mas pobres de uma visão antropocêntrica 30
(onde é uma visão de amor de Deus ao homem).
Deve-se ver de forma reservada a ação social feita com o título de divulgação
denominacional ou até mesmo com o título de “ganhar” almas. Na verdade, na maioria
das vezes isto se dá não visando o ser humano, mas o institucionalismo. Não passa
de mero apego sentimental e de uma auto justificação, sem falar no que se diz respeito
a sua denominação ou instituição da qual é membro. A ação social é, e deve ser uma
ação no tocante a se viver o mandato cultural, a missão integral, visando o homem
em si, total e completo, e não uma salvação da alma somente mas vocaliza-lo como
criatura de Deus, independentemente de sua posição religiosa, um ser que chamamos
nosso próximo. As facções estão vivas dentro do meio evangélico não se fala de
missões relacionadas com ação social, existem as facções baseadas numa visão
puramente pessoal e egoísta.
Este pensamento, de que há dificuldades para se entender esta visão dentro
de um contexto socio-evangélico, se choca com uma missão de progressiva marcha
29
Este termo hebraico é aplicado à criação do homem, porém como feitura de Deus, mas em
específico, como feitura especial de Deus, este termo se aplica à formação da mulher.
30
Termo que se refere ao homem como objeto do amor de Deus, onde o centro desta visão de
amor é o homem.
17
Teologia Pastoral
31
MIRANDA, Juan Carlos Dr. “Manual de Crescimento da Igreja” Ed. Soc. Religiosa Ed. Vida
Nova. São Paulo - SP 1991. (citando Peter Wagner)
32
Idem
33
Idem (Citando o Papa João Paulo II)
18
Teologia Pastoral
As muitas barreiras existentes para uma sadia interpretação bíblica são, sem
dúvida nenhuma, o maior obstáculo que pode existir. Não obstante as escapadas dos
fatores externos à Comunidade Evangélica, temos que conviver com nossos próprios
ardores na busca de uma consciência missionária integral onde o ato social, ou a ação
social, não tem desvinculação. Ação pastoral sem ação social deixa de ser missão
integral, e sendo assim, fora da Missio Dei. Deus não compactua com uma atitude de
desapego à dor do outro, mas sim, independentemente e de forma incondicional, Deus
ama e atua em favor do homem.
Essas barreiras, por existirem, não nos remetem a uma nova interpretação,
mas a uma releitura, numa ótica mais humana, ou seja, teocêntrica.
Teocêntrica porque é incondicional o amor de Deus ao homem; onde mostra
que esse Amor se manifesta mais no lugar que se impera a fragilidade humana, o
descaso, desamor, a dor. Ótica mais humana por que passamos a ver com as lentes
de um amor doador e sacrificial. Isto é Missio Dei.
Ao contrário, parece que o lado das barreiras, porque não dizer internas,
dificulta essa nossa sadia interpretação da Missio Dei. O institucionalismo ou leríamos
denominacionalismo, parece sufocar o humano, o tradicionalismo dos dogmas, talvez
estes pessoais até, superam a tese da fé e da teologia pura, onde amar o próximo
como a ti mesmo, dá lugar a busca do sucesso dos sistemas humanos, e isto as vezes
é confundido com que chamam de levar o Evangelho. Timóteo Carriker 35 define de
forma clara e simples essas principais dificuldades para uma consciência social
evangélica.
Psicológica. A primeira barreira a uma compreensão da responsabilidade social
cristã está relacionada a atitude do leitor e do expositor. Do expositor porque sempre
está relacionada como o dono da mensagem e seu tom exortador está repleto de uma
aparente atitude de desamor; e justamente isto que se passa para o leitor, onde com
muita tendência passa a absorver que para esta situação ele é incapaz. “Chega de
tanto discurso de coisas tão distantes para nós e que, com certeza, nada mais de
34 VISÃO MUNDIAL/ABU. (Vários Autores) “A Missão da Igreja no Mundo de Hoje”. EUA 1975
35
CARRIKER, Timóteo Ph.D. Escreveu vários livros, dentre eles o “Missão Integral”. É
professor e Diretor do Centro Acadêmico do CEM, Centro Evang. De Missões, em Viçosa-MG.
19
Teologia Pastoral
Falar do Espírito Santo é referir, com relação a Jesus, a outra pessoa, que tem
os mesmos objetivos com funções específicas. Jesus mesmo sendo Deus tinha suas
limitações, as quais seriam então suprimidas na pessoa do Espírito Santo. A obra de
Cristo Jesus tem suas proporções universais e eternas e as mesmas seriam levadas
e anunciadas pela igreja, que sem um auxílio Divino não conseguiria as dimensões
que hoje podemos constatar.
A missão da igreja nunca poderia seguir um caminho de vitória sem a ação do
Espírito Santo. A missão da igreja, bem como a deste consolador, é conduzir uma
mensagem multicultural e transformadora numa dimensão totalmente diferente a de
Jesus concernente à proporção que o cristianismo já tinha; e não somente neste
aspecto, mas como a palavra anunciada é de âmbito Divino deve ser anunciada com
uma dimensão extra-humana, espiritual, ungida pôr Deus e com toda certeza
humanamente ninguém conseguiria, e seria somente uma oratória cheia de
eloquência e conhecimento, mas que faltaria o essencial, o fator Divino que produz
20
Teologia Pastoral
36
LATOURELLE, Rene “Teologia de la Revelación” Verdad y Imagen 49. Ed. Sigueme 7a
Edición 1989 Salamanca Espana. Pg. 535
37
Idem
38
Idem
21
Teologia Pastoral
SACRIFICADO40
39
Ide. “Não deixa de ser uma poesia de tom profético, real e gostosa de se ouvir e sentir; onde
o amor de Deus se manifesta de forma diferente, mas inimaginável; Deus é tremendo.
40
PEREIRA, Natan - Prof. Teologia Pastoral
22
Teologia Pastoral
CERIMÔNIAS
Ceia
Manifesta nossa teologia, credo e consciência cristã, declarando publicamente
que cremos no Deus encarnado, nascido entre os homens, morreu por nós,
pecadores, nos redimindo transportando para o Reino Eterno de Deus. Bem como na
sua vinda escatológica, esperança do homem salvo em Cristo.
Não podemos interpretar como sendo que os elementos se tornam em sangue
e carne literais (transubstanciação) que é a interpretação Católica Romana, mas sim
um simbolismo. Usar textos com interpretação do contexto da ceia. A atitude de fé
sobrepõe a que tipo de pão, se vinho ou suco (mas é melhor conhecer o que pensa a
igreja sobre o caso de se usar vinho ou não, e o porquê) e quantas vezes participar.
Cerimônias Fúnebres
Usar textos específicos sobre a esperança do cristã; não negligenciar a dor,
espiritualizando-a no momento para os que sofrem a perda; não tonar o momento para
fazer um culto evangelístico e “ganhar almas”, por mais que por si só já o é, mas não
podemos dar essa conotação de exortação neste momento, mas de descanso e
consolo. Deve se conhecer quem era a pessoa, como foi, o que pensa a família entre
todos outros pormenores do contexto da pessoa falecida. Sermão objetivo e direto,
mas com muito carinho e respeito.
Casamento
Neste ato se coloca a ética e a formalidade tendo em vista o lugar oficialmente
reconhecido pelo estado ao ministrante. Daí a importância da seriedade legal, e não
menos pela espiritual. De acordo com o estabelecido pelos noivos, com sugestão do
pastor quando requerido, com sermão objetivo, direto e contextualizado. Pois depende
do local, tempo, entre outros. Mas é necessário focalização e atenção aos principais
da ocasião, em especial, como dita a primazia em nossa cultura, para a noiva. Termos
formais e legais são necessários para o caso de ser civil/religioso, e caso seja somente
as bênçãos seria mais prático e direto na ação espiritual das bênçãos.
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Teologia Pastoral
METAMORFOSE
Deus é perfeito e assim criou um sistema, equilibrado tudo feito para ser
acionado no devido tempo, nada está fora de sintonia. Existe pôr exemplo o caso da
metamorfose da lagarta, onde a seu tempo passa para outro estágio, fica diferente
bonita, colorida. O que passou fica no esquecimento, nem mesmo se lembra que um
dia rastejava e que não podia ver as coisas do alto. Neste caso tudo se transforma, a
lagarta recebe um título pomposo, um nome diferente. Como é belo esse momento da
senhora lagarta, pois assim Deus faz acontecer. Todo animal vive esses fenômenos,
mas o homem, que tem a primazia da criação (yatssar) parece não conviver com seu
ciclo. O homem é diferente, cada um nasce com características distintas; negros,
mulatos, brancos, inibidos, extrovertidos, seguros, inseguros, afoitos, líderes,
liderados. Assim somos nós. Deus nos fez assim, diferentes, estabeleceu uma vida,
deu-nos valores, mandamentos; estes, mesmo que estejam inerentes em nós, é a
nossa cara, e ao contrário da lagarta nós não podemos mudar. Muitos, ou quase
todos, tem uma capacidade tremenda e explícita de se transformarem e de mudarem
conceitos, épocas, pensamentos e valores. Parece que o prioritário perde seu valor e
o secundário passa a ter lugar de primazia. Como seria o caso de muitos que se dizem
pregadores do amor ao próximo, onde com muita facilidade se metamorfoseiam, em
uma conversão ao secundário, onde o básico e prioritário deixam de ser, para que as
estruturas, os sistemas, o visível e técnico passam a ter mais valor do que o humano.
O propenso alvo dos sistemas, os homens, estes vêem seu lugar ficar cada vez mais
vago, preenchido pôr qualquer outro. Os sistemas e as suas prioridades têm
balançado nações inteiras num ritmo frenético de dor e despreparo do espiritual.
Somos todos muito bons em coisas teóricas da alma, mas ruins e fracos de uma
antropologia de amor. Muitos grupos religiosos no mundo hoje têm essa mesma
facilidade de serem uma metamorfose ambulante, onde se adaptam e refazem seus
dogmas de lugar para lugar, de país para país, de cultura para cultura. Até parece que
a verdade anda tendo caras diferentes e formas diferente. A verdade é imutável,
axiomática, a verdade é Cristo. Ele não muda. É que nós somos limitados, pequenos
e muitas das vezes medíocres em nosso raciocínio, ignorantes até. Mas Deus supera
tudo e todos, épocas, pensamentos, ética humana. Ele se relaciona sem
metamorfosear seus conceitos, Ele os vive, e eles moram n’Ele. Ele é. E o que é não
muda, é. Deus não se transforma pelo passar do tempo, nem pela constante mudança
de interpretação que se possa ter; nunca se verá Deus com diplomacia interesseira
ou com imposição e pressão, cedendo a homens com suas vãs glorias. Deus não é
homem, ele não muda, ao contrário o homem é vulnerável e vive trocando suas
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Teologia Pastoral
vestes; Hora é lagarta, hora libélula, devido ao tempo, devido aos interesses, devido
aos seus conceitos puramente circunstanciais. Triste homem, hora libélula, hora
lagarta (não é o fato de ser lagarta que é ruim, mas a metamorfose muda seu ser),
hora Deus encarnado na beleza das teorias do amor, hora emissário do mal,
encarnando o poder da metamorfose. Paulo disse “miserável homem que sou, quem
me livrara do corpo desta morte, pois o quero não faço e o que não quero, isto faço,
miserável homem que sou”. Mas se deixarmos sermos moldados e transformados pôr
Deus uma metamorfose acontece, o barro se transforma em um rico e fino porta joias.
2Co 4:7.
BIBLIOGRAFIA
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