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UNIVERSI TERRARUM ORBIS ARCHITECTONIS AD GLORIAN INGENTIS ORDO AB CHAO

Supremo Conselho do Grau 33 do REAA da Maçonaria para República Federativa do Brasil


1ª Região Litúrgica do Paraná

ELP APOLÔNIO DE TYANA

Vale de Curitiba, 18 de agosto de 2010

GRAU 8 – INTENDENTE DOS EDIFÍCIOS


OU M EM ISRAEL

“COMO TRABALHAR EM PROL DO EQUILÍBRIO SOCIAL”

Ir Carlos Emilio de Oliveira Jacobs


Caso selecionado, autorizo a publicação deste Trabno site da Inspetoria Litúrgica, 1ª
Região/PR.

1
Intendente – s2g – 1. Pessoa que dirige ou administra alguma coisa.
- (Minidicionário Aurélio da Língua Portuguesa – 6ª edição – 2004)

Reza a lenda do Grau 8 que, ao término das grandes construções pretendidas


por Salomão, houve a dispensa dos artífices, já que eram estrangeiros. Alguns,
porém, haviam fixado residência em Jerusalém, onde constituíram família.

Como o povo hebreu era mais afeito à agricultura e à pecuária, Salomão sentiu
necessidade de criar uma Escola de Arquitetura, destinada a difundir e fixar, entre os
hebreus, os conhecimentos para o prosseguimento das construções que ainda
pretendia. A intenção, por trás do conhecimento técnico, era restabelecer os
costumes e conceitos religiosos, alterados que foram pelo convívio com os
estrangeiros, com a fiel observância da Lei Mosaica. Era, portanto, interesse
principal a construção dos Edifícios da Moral, da Sociedade Humana, etc. Buscou
Salomão, entre Prebostes e Juízes, capacitados ao julgamento do comportamento
humano e ao aperfeiçoamento do Direito.

Transpondo o conceito para os dias atuais, a preocupação principal do Grau 8


é a construção do Edifício Social em bases sólidas e permanentes, promovendo o
Equilíbrio Social entre os homens.

Emile Durkheim, e August Comte antes dele, defendem que o equilíbrio social
pode ser obtido quando todos trabalham juntos, cada qual respeitando seu lugar,
sem competição entre eles, mas respeitando princípios morais e éticos, onde cada
um deve cumprir a sua parte. São alicerces da Sociedade Humana o direito à
Propriedade e ao Trabalho.

Em nossos dias, e pensando no mundo profano, podemos dizer que o


Equilíbrio Social será alcançado quando todos tiverem igualdade de direito, de
oportunidade, a obter trabalho de acordo com seu conhecimento e capacidade
laboral, e direito à justa remuneração deste esforço.

Mas pensando no mundo Maçônico, naquilo que o Obreiro pode desempenhar


em prol deste Equilíbrio Social, o conceito parece, num primeiro instante, egoísta.
Não dispõe o Maçom, por mais que lute por transformar conceitos sociais e
combater os vícios, de recursos financeiros ou intelectuais capazes de estabelecer a
perfeita harmonia da humanidade.

Assim, ele deve voltar-se para dentro de si, na construção de seu Templo
interior, de ter assegurado o direito de acesso à sua evolução intelectual e espiritual,
obtido através de seu trabalho, livremente escolhido, espiritual e intelectual. E
igualmente assegurado o seu direito à “propriedade” de tal conhecimento, obtido
com o seu trabalho e esforço, num plano que não é o material.

Curiosamente vem à minha mente um conceito que me marcou nos idos


tempos de faculdade quando, nos anos 60, lecionava-se uma matéria denominada
“educação moral e cívica”. Tive sorte de ser orientado por um mestre, Mons. Ivo
Zanlorenzzi, que não se prendia aos conceitos radicais que o momento político vivia,
mas que procurava transmitir conceitos morais e éticos. Dizia ele que a sociedade,
se comparada a um átomo, tinha no seu núcleo o indivíduo. Para que este átomo
assumisse sua função na natureza, dependia de um núcleo perfeito e equilibrado.

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Em conseqüência, o ponto de partida para uma sociedade perfeita, era o indivíduo.
Não adiantava querermos mudar a humanidade se não mudarmos a nós mesmos.
Deve o indivíduo evoluir, aperfeiçoar-se, para que sua postura e evolução sirvam de
exemplo, e o exemplo se propague. Primeiro dentro da sua própria família, através
do amor, compreensão e zelo que dedique a cada um de seus componentes. Depois
ao seu convívio social, ao seu ambiente de trabalho. E como uma pedra atirada em
um lago que tem suas ondas propagadas em círculos concêntricos infinitos, assim o
exemplo do indivíduo se propaga pela humanidade.

Somando este conceito aprendido outrora, com o que hoje me ensina a


Maçonaria, e apesar de por vezes soar egocêntrico e egoísta, acredito que a
evolução pessoal, seja intelectual ou espiritual, é a melhor ferramenta para a
conquista do equilíbrio social, hoje como ontem, e amanhã. Nosso comportamento,
nossa justeza de caráter e de julgamento, nossa compreensão e tolerância, se
afiguram com a pequena pedra lançada ao lago, que se multiplica em ondas. Assim,
não devemos diminuir, e menos ainda desistir, de buscar o conhecimento e o
entendimento, de buscar a Verdadeira Luz.

BIBLIOGRAFIA:

Ritual do Grau 8 – INTENDENTE DE EDIFÍCIOS OU M:. EM ISRAEL

Escopo do Grau 8

RITO ESCOCÊS ANTIGO E ACEITO 1º AO 33º - Rizzardo da Camino, Ed. Madras,


2007

Artigos esparsos lidos na Internet.

Ir Carlos Emilio de Oliveira Jacobs, Gr:. 8

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