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CADEIA DE UNIÃO

Paulo de Tarso Palombo Luiz de Souza, MM


Loja Simbólica Estrela do Araguaia II, 1912, Or∴ Conceição do Araguaia-PA,

Devemos considerar "Cadeia de União" na Maçonaria, como sendo uma "corrente" de anéis que "une"
as partes teóricas e práticas.

O símbolo formado por múltiplos anéis interligados entre si, sem principio nem fim, evidencia a união
perfeita, igual e imutável, daqueles que aceitam unir-se por laços fraternos.

Esta "corrente" vem sendo formada pelos seres humanos, dentro dos templos, entrelaçando-se os
braços, unindo-se os corpos e as mentes, em uma demonstração e confirmação de bons propósitos.

A "Cadeia de União", formada dentro de um Templo, não simboliza a união fraterna; ela em si
demonstra ser a própria fraternidade.

Se nos reportarmos ao passado, concluiremos que a origem da "Cadeia de União" estava presente na
vida do homem primitivo, que sentado em forma de círculo para melhor aproveitarem o calor torno da
fogueira, e organizados socialmente próximos uns dos outros, especialmente á noite, onde
descansando, iniciavam suas comunicações sobre suas conquistas e aventuras, obtendo dos mais
velhos, conselhos necessários e dos que detinham autoridade, as ordens do que deveriam cumprir.
Considerando os aspectos místicos que recém-despertados, como o próprio culto ao fogo, aspirando o
"perfume" da madeira queimando, envoltos na fumaça, como se fosse um incenso rudimentar,
"sentiam" o "som" do crepitar das chamas, aquele habito, de satisfação nas reuniões e o bem estar da
situação, faziam com que a amizade fosse sincera e cultivada, eram quem sabe, os primeiros elos ao
culto da fraternidade.

Mais tarde, observamos que tudo no Universo transcorre em círculos e cadeias. O Sistema Solar, a
rotação dos astros e a própria Terra obedecem as leis simples, claras e harmônicas, movimentando-se
em círculos; até o próprio viajante perdido no deserto caminha em círculos.

Sendo assim, cada Maçom, constitui-se em um "elo" da "Cadeia de União" e fora de sua formação, faz
parte dos "elos em expectativa", para reunidos atuarem em conjunto, dessa forma, nenhum "elo"
permanecerá isolado e fora do todo após ter participado de uma "Cadeia de União", porém, e isso esta
impregnado de esoterismo, o que faz a formação mental é a "Palavra Semestral", que tem o dom
mágico, assimcomo um sopro divino, de unir os "elos" esparsos, por isso, se faz necessária a
aproximação entre os "elos" periodicamente, e não como um aspecto meramente administrativo, onde
a "Cadeia de União" é formada exclusivamente para a transmissão da "Palavra Sagrada", não
podendo ser esquecida a contribuição esotérica desse momento de união, e tornando escassa a
atividade espiritual, restringindo o direito que todos adquiram usufruir da "força", representada pela
"União em Cadeia", que nos traz o beneficio da meditação, do fortalecimento intimo por meio da
dádiva da paz, e sabedoria.

Muitos confundem a "Corda de 81 Nós", com a "Cadeia de União", confundindo dessa maneira "elos"
com Nós", vale lembrar que "elo" é um elemento que une dois outros "elos", mantendo-os isolados e
livres, já os "Nós", são formados por uma só "corda", que se entrelaça e prossegue, portanto o nó não
une.

A "Cadeia de União" é formada por tantos "elos" quantos o número de maçons presentes. Os elos
nunca são os mesmos, porém por terem os maçons amor fraterno e universal, estão acorrentados aos
seus irmãos de Loja, na solidariedade do bem comum e do crescimento espiritual, podendo ser
descrita como uma prisão mística e sendo o mais belo símbolo dentro de uma Loja, isto é a "cadeia"
em direção a "união", por isso o Salmo 133, "Oh! Quão bom e agradável viverem unidos os irmãos",
que nos revela que a união entre os irmãos os faz uma só pessoa, não podendo ser mais bem
demonstrada pelo símbolo da "Cadeia de União".

O objetivo primário da Maçonaria é unir os irmãos de tal forma que devam e possam parecer um só
corpo, uma só vontade, um só espírito. Demonstração disso é a abertura do Livro da Lei, que é um ato
de cerimônia que conduz o pensamento dos obreiros á Divindade.

Cada participante da "Cadeia de União" no início é um elo, mas logo passa a ser "corrente" plena, e
dentro de cada um de seus participantes, no seu centro, se encontrará nos centros dos demais, e sem
perceber, formará um centro único, o centro da vida verdadeira.

Concluo, afirmando, que a Maçonaria não é o "abrir e fechar" de um Ritual, mas vivenciá-lo.

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