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A CADEIA DE UNIÃO E SUA IMPORTÂNCIA NA MAÇONARIA

A CADEIA DE UNIÃO E SUA


IMPORTÂNCIA NA MAÇONARIA
Ir.: José Carlos Ramires – M.:M.: Chanc.:

A origem da palavra “cadeia” vem da palavra latina “catena”. Desta origem


latina da palavra, muitas outras surgiram: como o termo concatenar –
estabelecer conexão entre, encadear, ligar e também o termo
“concatenação” – ato ou efeito de concatenar.

Também pode significar: “corrente de anéis ou elos de metal”, que com


associação de idéias surgem palavras com significado de “detenção”, como
as “cadeias públicas”, como lugares ou estabelecimentos onde pessoas são
detidas ou aprisionadas. Mas, em nosso caso, felizmente, o significado
oculto e esotérico é o da formação de uma corrente de união, onde algo
deve ser concatenado, ligado.

Esta Cadeia de União ou esta Corrente de União, no seu mais profundo


sentido, significa simbolicamente a forte união com que se ligam as nossas
obras e todos os conhecimentos adquiridos através da nossa Sublime
Ordem. Pelo fato de ela ser formada por homens livres e de bons costumes,
ela também nos remete ao conceito da Fraternidade que deve existir entre
os Irmãos, e que ela, a Fraternidade, pela União dos Irmãos, deve sempre
ser preservada e mantida. E como é uma Corrente formada por Maçons,
nela, qualquer idéia, pensamento ou palavras, podem ser concatenadas e
deste modo, transitar entre os Irmãos, com uma força tal, que somente com
o tempo e com muita introspecção meditativa, poderemos avaliar seu poder
espiritual e mental.

O poder desta Mente Coletiva, juntamente com todas as outras Cadeias de


União formadas em todo o mundo, podem então ser concatenadas
mentalmente, surgindo-se uma Grande Cadeia Universal de União de todos
os Maçons esparsos pelo Mundo, tornando ainda mais forte a Grande Mente
Coletiva Universal. Eis mais um grande segredo da Maçonaria. E todos nós
conhecemos o Poder da Mente...

Em termos práticos, a Cadeia de União é formada sempre ao final dos


TTrab.:, ficando o V.: M.: na ponta central oriental. Ao seu lado direito o Ir.:
Orad.: e ao seu lado esquerdo, o Ir.: Secr.: . Na ponta Ocidental, alinhando-
se no eixo equatorial imaginário do Templo, se posta o M.: CCer.: de frente
ao V.:M.:, ficando à sua esquerda o Ir.: 1º Vig.: e à sua direita o Ir.: 2º Vig.:.
Os demais IIr.: devem ocupar os arcos laterais nas posições em que se
encontravam no Templo, formando assim um grande anel circular ou um
círculo achatado. Todo este ritual deve ser executado no Ocidente, mais
precisamente em torno do Painel do Grau.

Nestas posições, os IIr.: devem formar esquadrias com o pés, juntando-se


os calcanhares e as pontas dos pés juntando-se às pontas dos pés dos
irmãos ao seu lado. Os braços devem ser entrelaçados, colocando-se a mão
direita sobre o braço esquerdo e dando-se as mãos. Está então formada a
Cadeia de União.

E para que serve a Cadeia de União? Serve única e exclusivamente para


transmitir-se a Pal.: Sem.: enviada pelo Grão-Mestre da Ordem diretamente
ao V.:M.: a cada seis meses (daí o nome Pal.: Sem.:). Tal Pal.: é enviada em um
envelope pequeno lacrado dentro de uma sobrecarta endereçada a todas as
LLoj.: da jurisdição. E tal fato acontece ao mesmo tempo para todas as
Lojas.

E o que é a Pal.: Sem.:? É uma palavra que funciona como uma senha e ao
mesmo tempo, como inspiração para meditação de seu significado e dos
profundos efeitos que possam introduzir em todas as Mentes dos Maçons e,
indiretamente influenciando o desenvolvimento intelectual e místico da Loja.

Esta palavra também tem a função de Regularização dos IIr.: dentro da


Ordem. Pois que, em sendo passada em Loja e a cada seis meses, somente os
IIr.: regulares, ou seja: os que estejam quites com suas obrigações, é que
possuem o direito fundamental de recebê-la[1].

Como é passada a Pal.: Sem.:? De boca a ouvido. O V.:M.: de posse da Pal.:


Sem.: passa a Pal.: ao ouvido esquerdo do Ir.: Orad.: e ao ouvido direito do
Ir.: Secr.:. Estes últimos dão seguimento da passagem de boca a ouvido,
sempre sussurrando, aos demais IIr.: da Cadeia e esta, chegando aos
ouvidos dos IIr.: 1º e 2º VVig.: e depois a ambos os ouvidos do Ir.: M.:
CCer.:, que imediatamente se dirige ao V.:M.: e as passa aos seus ouvidos. Se
ambas forem iguais e a mesma, o V.:M.: diz a todos os presentes que a
Palavra está correta e desfaz a Cadeia. Se uma delas (ou as duas) estiver
errada, a seqüência de transmissão deverá ser repetida.

Ao final dos trabalhos o papel com a Pal.: Sem.: deverá ser incinerado.[2]

O que dizem os vários Ritos...


 O R.:E.:A.:A.: é bastante claro em limitar o uso da Cadeia de União única
e exclusivamente para a Transmissão da Pal.: Sem.:.
 O Rito de York (inglês) não usa a Cadeia de União.
 No Rito de Schroeder (diz-se xireder), ou Rito Alemão, a Cadeia de
União é obrigatória ao final de cada Sessão, e é feita dando-se as mãos
simplesmente, sem enlaçamentos.

Entretanto, muitas Lojas costumam utilizar a Cadeia de União para outros


propósitos, citando-se alguns:

 Fazer orações.
 Fazer orações em corrente para Irmãos ou parentes enfermos.
 Em favor das almas de Irmãos falecidos.
 Ou quando dois Irmãos estão em desavenças.
 Uso em Sessões Fúnebres.
 E outras invocações em prol de vários propósitos universais ou locais.

Mas estes assuntos poderão ser motivos para outras discussões e


avaliações.

Para o momento, e de acordo com as nossas leis e costumes usuais, a Cadeia


de União, em nosso Rito, o REAA, só deve ser usada para a Transmissão da
Palavra Semestral, como garantia do Irmão de sua Freqüência e
Regularidade Maçônica.

Santo Anastácio, 07 de abril de 2009 da E.:V.:

ARLS Dr. Tertuliano de Arêa Leão nº 2571

José Carlos Ramires – M.:M.:

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