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A G.´. D.´. G.´. A.´. D.´. U.´.

GRANDE LOJA MAÇÔNICA DO ESTADO DO MARANHÃO


AUG.´. & RESP.´. LOJA SIMB.´. EDUCAÇÃO E MORAL N°. 26

S.´. S.´. S.´.

SÃO LUÍS (MA) 31 de agosto de 2007 E.´. V.´.

COLABORAÇÃO DO IR.´. M.´. I.´. JOSEMAR CARNEIRO DE MESQUITA

A CADEIA DE UNIÃO

A Cadeia de União é formada em quase todos os ritos.


Geralmente nos finais das sessões e exclusivamente em Templo.

No R.E.A.A., em todos os graus, essa formação assume


aspectos muito sutis que merecem ser estudados.

A formação da Cadeia de União constitui o coroamento de uma


proveitosa Sessão em Loja, pois o circulo que se forma, quando os irmãos dão as mãos
em torno do Altar, encontrando-se ainda aberto o L..´. S.`. é um fato litúrgico dos mais
belos. Como tudo, o seu êxito no sentido estético e esotérico está na dependência do
Comando: O Ven.´. Mestre é que lhe poderá imprimir maior ou menor misticismo.

O misticismo litúrgico decorre de certos fatores que se podem


reunir como luminosidade, o perfume e o som.

Quando a Cadeia de União se forma simplesmente como um


ato rotineiro para a “transmissão da P.´. Sem.´.”, evidentemente não passará de um
alongamento da Sessão que poderá até “irritar” os Iir.´. apressadinhos, que não estão
interessados em polir-se.

É muito comum, o venerável em começo de gestão, estipular


horários de começo e fim das sessões. É impossível cumprir-se estes horários, porque os
momentos místicos de enlevo espiritual não se limitam pelo tempo.

O que resulta na Cadeia de União?

O copo humano por meio de seu sistema nervoso registra as


excitações que vêm do mundo exterior, e os seus órgãos músculos dão a resposta
apropriada.

Tanto com a sua consciência como com o seu corpo, o homem


luta pela existência. Esse seria o homem “receptivo” e a seu lado existirá um corpo
“doador”. Não haveria “receptividade” sem “doação”.
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A união dessas duas “forças” completa o ciclo da Natureza, e


nada mais adequado e importante do que a “troca” dentro da Cadeia de União.

O corpo humano unido em Cadeia de União submete-se a uma


constante troca por meio das excitações dos contatos ou toques. Esses toques são
produzidos pelas mãos e pelos pés, que quando em cadeia formam uma orla dentada.
Contudo, toda a aproximação dos corpos, surge outros toques, como as ondas sonoras
(que se materializam), que atingem os pavilhões auditivos e tantas células nervosas que
têm a faculdade de “captar”, essas “doações” ou “emissões.”.

Ninguém terá mais a “dar” nem a “receber”. Haverá uma só


identidade. É a vida em união do salmista ou a compreensão exata das palavras do
Divino Mestre: “Eu e o Pai somos UM”.

Os estados de consciência produzidos pelo trabalho mental


refletem-se no organismo. Bastaria lembrar que o prazer faz corar a face. A cólera e o
medo fazem empalidecer. Uma notícia trágica pode provocar contração das artérias.
Anemia no coração é a morte repentina. O terror enfraquece as pernas, dobra os joelhos,
causa desfalecimento e, em muitos casos, embranquecem os cabelos. A angustia pode
levar ao suicídio.

O controle de tudo isso pode ser realizado com uma simples


meditação. O relaxamento muscular, a divagação, a fuga dos problemas pela
substituição de novos momentos e pensamentos dirigidos, conduz à meditação e esta ao
equilíbrio.

A MEDITAÇÃO

Hoje em dia a prática da “concentração” está condenada e


superada pela simples prática da meditação. A concentração exige esforço, recolhimento
e isolamento; a “meditação” atua de forma diversa, é suave, sem concentração ou
isolamento. Basta fixar um elemento dentro da mente e com ele ocupar o pensamento.
Uma palavra, um som, um odor, uma cor!

Para a formação da Cadeia de União é contraproducente a


concentração. Não se faz “concentração”, faz-se “meditação”.

A meditação, “pode ser acertadamente definida como” a função


mais dinâmica, criadora e importante da qual o homem é capaz, porque, ao extinguir
dele, limpar tudo o que existe de egoísmo, leva-o para aquele estado impessoal da
Consciência Crítica, denominado SHIT, pelos sábios hindus. Tudo de cuidado deverá
ser tomado para a Cadeia de União não ter efeitos contrários. O erro é de base. A Cadeia
de União formada com “elos” irregulares produz efeitos negativos. Obviamente que a
meditação profana é simples, suave, individual é válida e não corre Riscos. Há, portanto
meditação profana e meditação maçônica. As técnicas são diferentes. (Leia “A força do
pensamento”.).

Na Cadeia de União, o efeito desejado será a “paz interior”,


maior “criatividade”, maior “sabedoria”, maior “polidez de vida” e a integração de
valores em todos os campos da existência.

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O CAMINHO INTERIOR

O homem sonha em sair de si mesmo e atingir mundos ignotos,


viajar como fazem os astronautas, pelo firmamento em busca do desconhecido, em uma
espécie de “levitação”, anseio muito comum e proclamado desde os primeiros albores
(início) da civilização.

Hoje o processo se inverte, porque o homem tende a percorrer


um “caminho para dentro de si”, (introspecção) usando processos técnicos e
conseguindo penetrar no insondável mistério de si mesmo, onde existe uma consciência
que não conhece um Universo que não percebe.

O “caminho interior” é simples e natural, quase espontâneo,


partindo da periferia grosseira e atingindo o “centro” sutil, o seu mundo de percepção..
A percepção interior do indivíduo é tão normal como à
percepção exterior. Para “ver” o mundo externo valemo-nos dos olhos faciais (normais)
um dos nossos cinco sentidos. Para “ver” o nosso mundo interior, sutil, velemo-nos da
“terceira visão”, da percepção interna ou simplesmente visão mental.

Os efeitos e os métodos são diversos. A percepção de dentro


para fora exige ruídos e dinamismo; a percepção interna é silenciosa, serena e estática.
A percepção do mundo exterior, dispende, ou seja, gasta energias: a do interior acumula
energia.

Ao contrário do que muitos poderiam julgar o silêncio não é


paralisação e morte, mas sim um estado de “alerta” que põe em “movimento” outros
fatores. “Movimento” aqui é empregado de forma peculiar por ser “movimento-
estático”, uma forma paradoxal.

Precisamos conscientizar os maçons de que são uma força


preponderante e que podem melhorar o “meio ambiente” onde gravitam.

A falha da maçonaria reside no fato de os maçons dedicarem o


melhor de suas intenções apenas enquanto presentes nos Templos, esquecendo-se de
que a Natureza é o maior Templo e que a Fraternidade Universal abrange a todos, sem
distinção.

A FORMAÇÃO DA CADEIA DE UNIÃO OU CADEIA


MAGNÉTICA

A origem desta tradição ainda não foi devidamente explicada.


A Cadeia de União, uma das cerimônias mais respeitáveis e poderosas da Maçonaria, é
empregada em várias oportunidades como: por ocasião de reunião solene; em volta do
túmulo do membro falecido, sendo então um sinal de concórdia e solidariedade, de
união num ideal comum; para a comunicação da Palavra Semestral, no final das
reuniões. Também é formada quando novos obreiros são admitidos no quadro da Loja, a
fim de dar-lhes por comunicação oral, a Palavra Semestral e nos Banquetes Maçônicos,
na hora dos Iir.´. se despedirem.

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A Cadeia de União dista mais ou menos de 1902. A C.´. de U.´.


é a mais bela e preciosa jóia da Loja, ora móvel ora fixa e, quando formada, representa a
corola dos astros em torno do |Sol, que no caso representa a Luz ou seja o G.A.D.U.

A Cadeia de União é um recurso de alto valor esotérico e um


poderosíssimo instrumento místico e que deve ser estudado e exercitado com constância
para que possamos colher os seus imensuráveis efeitos benéficos. É também conhecido
como Cadeia Magnética.

A Cadeia de União permite, através das mãos entrelaçadas, e as


pontas dos pés calcanhares em contatos que os irmãos funcionem, como baterias ligadas
em série e que as mais fracas são fortalecidas pelas mais fortes, multiplicando-se a
várias outras baterias humanas.

Muitos confundem a Cadeia de União com a Corda de Oitenta


e Um nós. Confundindo “elos” (da corrente) com “nós” (da corda). Os Elos são
elementos que unem outros Elos entre si, porém se mantêm livres. Os Nós são formados
por uma só corda que os entrelaçam. Ficam ligados.

Na Cadeia de união os Iir.´. estão unidos em elos, ou seja, estão


presos uns aos outros na solidariedade, no bem comum e no crescimento espiritual.

O Mantra Maçônico é a palavra semestral emitida pelo V.´.


Mestre. Na comunicação da P.´. Sag.´. ou em qualquer formação da Cadeia de União os
olhos deverão estar fechados, pois eles abertos são como os faróis de um carro que
gastam muita energia. Energia esta que deverá ficar em “depósito” e será encaminhada
para a mente. Fechar os olhos não significa cegar. Mesmo com as pálpebras fechadas
vê-se muito mais do que com elas abertas.

Como formar a Cadeia de União? Simplesmente se unindo os


Irmãos em torno do Altar do L.´. Sag.´. de mãos dadas, com o br.´. dt. passando por
cima do br.´. esq.´.., pés e calcanhares unidos em forma de esquadria, formando com os
demais Iir.´. uma longa orla dentada. Este rito simboliza a fraternidade universal entre
os maçons.

A posição nesta corrente, por ordem hierárquica, tem a sua


influência esotérica: o Ven.´. M.´. tem as costas voltadas para o Oriente: frente ao
vértice do altar, os Vvig.´., do lado ocidental pelo lado das suas respectivas colunas o
M.´. de Ccer.´. entre os dois. Estes (1° e 2°.Vvig.´.) formando com o Ven.´. M.´. um
triângulo; Ao lado direito do Ven.´. M.´. ficará o Orador e à esquerda o Secretário.. Os
demais Iir.´. ficarão do lado correspondentes aos seus lugares no Templo.

SE FOR PARA TRANSMITIR A P.´. Sem.´.

Estando a corrente perfeitamente constituída o Ven.´.dirá,


sussurrando, mas compreensivamente a Palavra Sem.´.ao ouv.´. direito do Ir.´. Or.´. e ao
Ir.´. Secr.´. no ouv.´. esq.´.e estes da mesma forma repassam aos demais Iir.´. até chegar
aos Oouv.´. do Ir.´. M.´. de Ccer.´. que ao recebê-la sai da corrente onde está, fecha-a
cautelosamente e lava a P.´. ao Ven.´. da mesma forma que as recebeu , começando
pelo Ouv.´. dt. O Ven.´. a proclamará se estiver correta ou refaserá o procedimento. Em

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seguida ainda de mãos dadas e de forma vibrante se exclamarão por 3vv: SAÚDE,
SABEDORIA E SEGURANÇA. (ou S.´. F.´. U.´.).

A posição hierárquica tem grande relevância, pois as “luzes” da


Loja (Ven.´. M.´. e os Vvig.´.) e demais Oof.´., são eleitos como os mais capacitados
para dirigir a Loja por um ano. Na Cadeia de União para transmissão da Palavra
Semestral não participarão os Iir.´. visitantes e será sempre em Loja de AP.´. Nas
demais Cadeias de União poderão participar todos os Iir.´..

CADEIA DE UNIÃO EXTRAORDINÁRIA

Esta se fará a pedido de algum Ir.´. ao encerramento dos


trabalhos e as formalidades são as mesmas. Ao invés da p.´.sem.´. O Ir.´. solicitante da
C.´. de U.´. faz a evocação que pretender (o motivo da Cadeia de União) ou designa
outro Ir.´. para fazê-lo. Se não o fizer o Ven.´. M.´. tomará a iniciativa.

A Cadeia de União é dada como já falamos e é formada


também para transmitir a PALAVRA SEMESTRAL. Esta palavra é estabelecida pelo
órgão maior da maçonaria do Brasil, a Confederação da Maçonaria Simbólica do Brasil
(CMSB) que comunica a todas as Grandes Lojas Brasileiras, e esta a repassa às Lojas
Jurisdicionadas em linguagem confidencial e criptografada conforme estabelecido na
Legislação. Ela é uniforme para todas as Lojas Regulares da Gr.´. Loja e renovada
semestralmente e só pode ser transmitida ritualisticamente. A prancha que a encaminha
deverá ser incinerada dentro do Templo apos sua decifração. Ela é transmitida somente
aos Iir.´. do quadro da Loja. Após o fechamento do L.´. Sag.´.

Os Iir.´. que faltarem ao ato da transmissão da Palavra Sem.´.


deverá pedi-la em outra ocasião ao Ven.´. Mestre.

OBSERVAÇÃO EXTRA TEMA

Ao compor a Loja, o M.´. de Ccer.´., concluída a sua tarefa


anunciará que “a Loja esta composta e os CARGOS preenchidos”. Caso suceda a
ausência de um titular o M.´. de Ccer.´. colocará o obreiro que melhor lhe pareça servir.

Porém se depois de abertos os trabalhos chegar tardiamente o


titular de um cargo, então esse não poderá assumir o seu posto, porque a Loja já está
composta (concluída) e depois de uma obra executada não é possível substituir peças.

S. Luís (MA), 31 de agosto de 2007.

Um T.´. F.´. A.´. do Ir. M.´. Inst.´.

JOSEMAR CARNEIRO DE MESQUITA

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