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Robert A Johnson é um notável

psicanalista junguiano, palestrante


e autor conhecido .
cujas numerosas obras v e n de r a m
mundialmente
centenas d e milhares d e exemplares
desde a publicação d e seu primeiro
l;vrn pm l
q7d.
E
m sua obra, Johnson
hinduís o integrar o
procura m .
cristianismo, Jung e o

encontros
Sensível, compor
sábios como até
vezes
Krishnamu
J.
místico, ti e D. numa
lançou-se T. busca
Suzuki, e que o conduziu
espiritual à
sabedoria oriental, a

forças quer ligam tudo o


finalmente Carl Jung. As expe-
que
riências d e Johnson o levaram a
um entendimento e aceitação das
tênues

acontece e m nossa vida, nos guiam


e moldam aquilo que somos.
Visite o site d a
Mercuryo
www:mercuryo.com.br
IMAGINAÇÃO ATlvA
INNER W O R K

C o m o trabalhar com sonhos,


símbolo e anta
f s
s ias
SUMMO

PARTE l. INTRODUÇÃO: O Inconsciente e sua


Linguagem

1. Despertando para o Inconsciente


9
2. Trabalho Interior: À Procura do
Inconsciente )
23
3. RealidadesAlternativas: O M u n d o dos Sonhos
o Reino d a e Imaginação
4
30

4. Os Arquétipos
5 o Inconsciente
5. Conflito e Uni.ncação:
0 Credo il ZI/m

PARTE ii. o T m A L5H O C O M os S O N H O S


9
6. C o m e ç a n d o a Trabalhar
6 c o m os Sonhos
9
7. O Mét od o7 das Quatro Etapas
1
8. Primeira Etapa: As Associações
5
ROBERTA. J O H N S O N

9. Segunda Etapa: A Dinâmica


8
7
10. Terceira Etapa: As Interpretações
11
11. Quarta 4etapa: Os Rituais
12
6

PARTE lll. I M A G I N A Ç Ã O A V I V A
12. De.tinindo e Abordando a Imaginação Atava
173
13. Imaginação Atava c o m o Jornada Mítica
19
14. O Mét odo das Quatro1 Etapas para a Imaginação
Ativa 20
0
15. Primeira20Etapa: O Convite
6
16. Segunda22Etapa: O Diálogo
3
23
17. Terceira Etapa: O s Valores
4
18. Quarta 24
Etapa: Os Rituais
2
19. Níveis

BIBLIOGRAFIA
275
Ó
ARTE l

INTRODUÇÃO
O INCONSCIENTE E S U A L I N G U A G E M

i
É

Ê
CAPITULO l

DESPERHNDO PARA O I N C O N S C I E N T E

Uma ma n h ã, c o m o d e hábito, u m a mulher entrou e m


seu o
carro para ir trabalhar. Durante trajeto d e alguns
como uma mulher simples, vivendo em épocas passadas,
quilómetros,
sua imaginação começou a elaborar u m a grande aventura.
entre
da luta e do sacrifício; depois, encontrou-se com um
Via-se
e fo
príncipe qu po el s apaixonou.
guerraste,e cruzadas. a e
e r Tornou-se heroína, salvando seu povo
através
corretamente nos momentos certos e chegou em
nobre
segurança r
Com a mente consciente assim totalmente

ela à
única .entrad
ocupada, o à Assustad pergunto
adirigiu o carrodireita
por u esquerda.
várias u-
a, nos semáforos,
ruas,dirigia
parou
Onde estava minha mente? Quem enquanto eu
sinalizou
de forma que mudou o rumo de seus pensamentos e
ao estacionamento do seu local d e trabalho. Voltando
àentrou
Diante de sua mesa de trabalho, começou a
realidade, percebeu
planejar as que não era capaz d e se lembrar do
trajeto
percorrido. Não se lembrava d e um único cruzamento, d e
uma
se: ''Como pude percorrer todo esse trajeto sem m e
dar conta?

sonhava?" M a s fatos semelhantes já h a v i a m acontecido


antes,

no escritório.
atividades do dia, quando foi interrompida por um colega
que
entrou furiosamente e m seu escritório, atirando um
memorando
que ela fizera circular e vociferando por causa d e
detalhes do m e s m o c o m os quais não concordava. Ela
ülcoupasmada! A raiva
9
ROBERTA.JOHNSON
do colega era francamente desproporcional às dimensões dos
de t
alhes lQue tinha dado le?
ne
O rapaz, por sua v e z , escutando a própria v o z
alterada,
Confuso, murmurou
percebeu que estavauma desculpa
fazendo u ma etempestade
saiu. Chegando a sua
e m copo
sala,
d'água.
perguntou-se: ''Que deu e m m i m ? D e onde veio isso? E m
geral,
não faço estardalhaço por tão pouco. Simplesmente, não
toda.
era exatamente, ele não
ewl"
sabia. Sentiu que fervia d e raiva e que, apesar d e n a d a ter
que ver
c o m o tal memorando,ainda sim essa fúria se abatera
do dia-a-diao,
sobre ele inconscienteage sobre e através de
nós. causa daqueles pequenos detalhes. D e onde vi nha essa
por
raiva
Se essas duas pessoas tivessem parado para pensar,
talvez
percebessem que estavam sentindo a presença do
inconsciente
no. semáforo vermelho, nos faz engrenar e sair no verde e
e m suas vidas, naquela manhã. D e vários modos, nas idas e
nos
o aqui-e-agora.Essa não é a maneira mais segura de
vindas
nos As vezes, o inconscientetrabalhalado a lado c o m a
mente
Outras vezes, o inconsciente elabora fantasias tão
consciente
cheiase assume o controle enquanto ela está
concentrada e m
outra coisa. Todos, já experimentamos a sensação d e ter
percorrido
e amor, como as que envolverama mulher durante seu
ao
até menos umas São
o serviço. poucas quadras
exemplos no "piloto
primários de como o
trajeto
automático'',como a
inconsciente
mulher do nosso exemplo. A mente consciente está ocupada
cde
om
outra coisa por um breve período d e tempo e, nesse
período, a
mente inconsciente assume nossos atos. Ela nos í a z
parar o carro

m a n t é m dentro das regras até que a mente consciente


volte para
conduzirmos, mas, d e fato, o inconsciente nos fornece um
sistema d e apoio crucial e excelente, que aceitamos sem
contestar.

d e símbolos e imagens vivas que a c a b a por envolver


totalmente
a mente consciente, mantendo nossa atenção presa por
um b o m
lapso d e tempo. Fantasias d e aventura, perigo,
sacra.vícioheróico

i n v a d e a mente consciente e procura manifestar-se--


através d a
/magilmaçãou, sando a linguagem simbólica d e imagens
carregadas
emoções.
INNER W O R K

Outra forma d e sentirmos o inconsciente é através d e


uma
irracional que invadem a mente consciente e a dominam
onda emocional repentina, a euforia inexplicada ou a
Essa
não a criou. O homem do nosso exemplo não podia explicar
a raiv
sia
.
onda emocional não f a z sentido para a mente consciente,
pois ela
onda desgovernada de emoção veio de algum luga dentro
de
m e salguma
dele, parte profunda
m o a intensidade d e sua que não Ele
reação. podeseser vista pela
perguntava: "De
onde
mente
chamada "inconsciente
veio isso?" Sentia que essa raiva vi n ha d e algum lugar
" dele. Sentia que ''não era ele" por alguns
adro
minutos. Mas, de fato, essa
nos apercebemosa maior parte do tempo. r Algumas
vezes nos
consciente. Por causa desta ''invisibilidade", essa parte
interior é
dos limites da mente
OO inconscienteum
conceito d e inconsciente é obtido
un verso m ravi pela simples
hoso compos o de
consciente
observação
d a v i d a diária. Há um material contido e m nossa mente do
dentro
qual nãode nós. Seu domínio é muito maior do que
algo com vida própria e completa, toda sua, que
imaginamos
surpreendemos c o m u m a recordação, u m a associação feliz, um
corre
a fonte secreta de muito do que entendemos como
ideal,
u m a crença que inesperadamente surge d e um lugar
nossos
desconhecido.
de forma po não de su
Sabíamos que os carregávamos e m algum lugar dentro d e nós,
r a
desde h á muito - mas onde? N u m a parte desconhecida d a
psique, além
do nosso cotidiano. Todos
é
já passamos
i a
pelal experi ncia de
fazer
energias invisíveis,
em "outro lugar", forças,
e depoisformas
ficarmosd e surpresos
inteligência
com o que
t
-- até
p'ezsomaZZdczdiesstintas -- que não são percebidas mas

que v i v e m
,

paralelamenteã v i d a c o m u m do nosso dia-a-dia.O


inconsciente é
pensamentos, nossas emoções e comportamentos. InHuencia-
nos
poderosa, suspeitarmos existência.
. Muitos d e nós sabemos intuitivamente o significado do
termo 2lmcomscíe#fe. Nós o correlacionamos c o m milhares d e

experiências, grandes e .pequenas, imbricadas c o m a


ê
construção
alguma coisa d e forma inconsciente, enquanto nossa
mente está

fizermos. Podemos recordar situações e m que dos


vimos
ROBERTA. J O H N S O N
totalmente envolvidos numa conversa, sustentando
veementemente
u m a opinião que n e m sabíamos ter.
Algumas
Não sabia que vezes nos surpreendemos:
tal assunto "De onde
mexia tanto comigo." veio
A medida
que isso?
nisso?nos
Por que estemais
tornamos assunto provoca
sensíveis reação
às ondas d e tão
energia do
intensa nessa passamos a questionar d e outra forma: "Que
inconsciente,
.pcz/"fdee m Í m acredita
que ''se abate sobre mim" é uma invasão súb ta da
parte
energiadesconhecida
do d e m i m mesmo?:
aper Podemos
ebi que oaprender
.''eu mesmo'' inclui
a examinar estetambém meu d e
tema mais
perto. O
inconsciente.
i
AlgumasSevezes,
inconsciente. a c h o essas
que nãopersonalidades
sou ''eu mesmo" escondidas
é
embaraçosas
são e violentas e nos sentimos humilhados
porque se
quando não m e
c
que
Essa nos permitem
parte escondidafazer coisas
tem que norma
sentimentos mente
fortes não
e quer
faríamos
inusitadas,
expressá-
lo comportando-noscom
s. Entretanto, sabedoria, generosidade
a menos que aprendamos a trabalhar
de e m f x od e
/zósmesmos,essa parte permanecerá escondida para o
-- que não conhecia em mim.' Essas qualidades vivem no
consciente.
Somos muito mais do que o ''eu" que conhecemos.
A men
revelam. Outras vezes, descobrimos que temos qualidades
limitada do nosso
e poderes que ser total. Apesar
desconhecíamos. de todo deo fontes
Valemo-nos
esforço
boas para o l
energia do
escondidas inconsciente onsegue ser incorporada à
mente , como, por exemplo, nos expressarmos c o m
clareza
é a úni ea maneira
inteligência
de conhecermos as partes desconhecidas
cde
ompreensão,'a ponto d e nos surpreendermos: "Sou
do que pensava. Tenho qualidades -- tanto
diferente '
positivas c o m o negativas

nconsciente, onde estão ''longe dos olhos, longe do


i
coração''
consciente te
só. consegue concentrar-se, d e c a d a v e z , e m
u m a área
autoconhecimento, só uma pequena porção do vasto
c
sistema d e

consciente ou atuar no nível consciente. Então, temos d e


aprender
c o m o ir ao inconsciente e c o m o ser receptivo às suas
c
mensagens:

nos m e s m o s.

/2
INNERWORK

Abordando o inconsciente --
voluntária ou involuntariamente
O inconsciente manifesta-se através d e u m a
linguagem
simbólica Não é somente po um comportamento involun
. compulsivoque sentimoso
r ário
ou inconsciente.Ele dispõe
t
de dois
caminhos
sensíveis naturais para estabelecer
que a psique desenvolveuupara
m a ligação
que ose níveis
conversar
cconsciente
om
a mente consciente: um deles é através do so#/zo;o outro,
atravésnos sonhos e na imaginação: a linguagem dos símbo
usar
veremos,
Como o traz)czzZo
d a imaginação.
os. Am b o s lí
sãozfer/07é"
canais d e, comunicação
em pr meiro
lugar, a arte de
altamente
devotaremos a maior parte do nosso tempo trabalhando
com os imaginação
e inconsciente e .usos
possam simbolismo
conversar entre si e trabalhar e m
conjunto.
, do .
através inconsciente
dos sonhos, mas são poucos
desenvolveu u m a os que têmespecial
linguagem o
para O
conhecimento i
ai)render essa linguagem simbólica do inconsciente.
l
fantasias que surgem meio despercebidas por nós e
flutuam
Portanto,
e que correm como rios ao longo das margens de nossa
sonh
mente B o a parte do esforço d e comunicaçãodo

inconsciente é
com quem
desperdiçada dentro d e nós. O inconsciente aflora à
Para termos o sentido exato de quem somos, ou
conversamos.
superfície
para nos
necessário para considerar c o m seriedade esses sonhos
e, assim, compreender a sua linguagem. A atividade
do
inconsciente t a m b é m se evidencia no fluir d a
imaginação:
c o m o bolhas pelos campos d a mente consciente; as
verdadeiras
enxurradas d e fantasia que se apoderam d e nós c o m

regularidade
.
Imaginamos que estamos ''pensando" ou "planejando", mas,
com
freqüência, estamos sonhando acordados, perdidos
durante
.alguns minutos numa torrente d e fantasia, antes d e
voltarmos à circunstância física, ao trabalho que estamos
faze ndo ou à pessoa

tornarmos seres mais integrados e


completos,precisamos ir até
o inconsciente e estabelecer a comunicação. Muitas
coisas d e
nós mesmos, muitos fatores determinantes do nosso caráter
estão /3
ROBERTA. J O H N S O N
contidos no inconsciente. SÓ por esta a b o r d a g e m
teremos a
oportunidade de nos tornar seres completos,
conscientes, e J ng mostrou que pela abordagem
u ,
do
inteiros,
uma vida em comum com o inconsciente,em vez de estarmos
inconsciente
sua
à mercê oue em
pelo aprendizado
guerra com d a sua linguagem
ele A maio parte das pessoas, entretanto, ão aborda
simbólica,
vivemoso vidas mais cheias e mais ricas. Assim, poderemos
inconsci nte quando enfrentam problemas com
iniciar
ele. Nós, em nossa época, estamos. tão distantes do
mu do r
inconsciente voluntariamente. SÓ se tornam
n
acontecendo. Ou um homem pode dar-se conta de
cânscias e do
terríveis
mantém em seu âmago, para onde nunca olha. Ele se sente
interior que ac a b am o s encontrando-o somente através
nconseguimos resolver; quando sentimos impulsos que nos
do
parecem
tortura por causa de atitudes conscientes que estão em
sofrimento psico1(5gicoP. or exemplo, u m a mulher que
desacordo
pensa ter tudo sob controle, pode achar-se terrivelmente
deprimida, incapaz
d e livrar-se d a depressão
Historicamente, ou mdesse
foi através e s m o tipo
entender o que I h e
de patologia
está que Jung
os níveis consciente
conflitos entre a vei dinconsciente
a que v i v e havia
e osseideais
rompido.
inconscientes que
dividido ou oprimido pela ansiedade, sem saber por quê.
Quando experimentamos conflitos inexplicáveis, que
não
irracionais, primitivos ou destrutivos; quando u m a
neurose nos
c o m o nosso ser instintivo -- começamos, então, a
perceber que o
inconsciente está desempenhando um papel e m nossa vida, e
que
precisamos enfrenta-lo.
e Freud redescobriram a existênciado inconsciente--
através do sofrimento psicológico d e pacientes cujo
-
relacionamento entre

Modelo do inconsciente segundo Jung


Jung descobriu que o inconscientenão é um mero
apêndice d a mente consciente, um lugar onde lembranças
esquecidas ou
INNERWORK

sentimentos desagradáveis fi ca m reprimidos. Ele delineou


um
modelo do inconsciente tão importante que, até agora, o
mundo
consciente e para
ocidental não a personalidade
foi capaz total
d e entender suas de cada Mostrou
implicações.
que
indivídu . E da é a fonte criativa d e tudo que evoltli para
o inconsciente

a mente
o Jung mostrou que ambas as mentes, consciente e
matéria-prima não elaborada do inconsciente que nossa
mente
em neuroseseou
consciente em outros
desenvolve, amadurece e ex p a n d e para incluir
todas
distúrbios.
as qualidades potenciais que temos. E deste tesouro que
somos
enriquecidos c o m forças e qualidades que não sabíamos ter.
inconsciente, têm papéis críticos a desempenhar no
equilíbrio
do seZFtotal.Quando o equilíbrio entre elas não é
da humanidade, a matriz primitiva a partir da qual nossa
corneto, resulta
espécie

A evolução d a consciência
Os estudose o trabalhode Jung levaram-noa
concluirque o
inconsciente é a fonte verdadeira d e toda consciência humana.
que chamamos consciência. Através da raça humana, a imen
E a
psique inconsciente da Natureza, vagarosamente, tornou
a
fonte d a capacidade h u m a n a d e ordenar idéias, é a fonte do
uma
raciocínio,
criação trabalhavam através dos tempos para traze
d a percepção e dos sentimentos. O inconsciente é a Mente
uma
Original

desenvolveu u m a mente consciente e a f e z evoluir durante


milênios
até atingir a extensão e o re.Rnamento atual. C a d a capacidade,
cada
característica d a nossa consciência estava primeiramente contida
no
inconsciente, d e onde encontrou seu cami n h o até o nível
consciente.
Jung revelou u ma visão magnífica d a
c apa ci da d ehu ma na
para a conscientização, um a visão d e seu papel e
significado. Viu
u m a força criativa agindo na natureza - um cosmo
laborioso que,
através d e éo/zseternos, dá nascimento a esta qualidade
rara a
s
parte d e si m e s m a consciente.Jung acreditavaque Deus

e toda a
r
percepção consciente ao universo, e que é o papel do
homem
levar essa evolução avante.
/5
ROBERTA. J O H N S O N
A consciência h u m a n a se desenvolve a partir d a
matéria-do inconsciente. Seu crescimento é al mentado
prima
por correntes contínuas dos elementos do inconsciente
i gradualmente, procurando formar u m a
con nte.
sciea sc
que e n deAm incorporação da matéria do inconsciente
pessoa mais completa e
deve
do
seH
continuar até que, por ülm, a mente consciente reflita a
totalidade
assimJung também acontece
acreditava quecomc a dcada indivíduo.
a mortal tem Cada um de nós
um papel
individual a
humana,
desempenhare cada um de nós
nessa deve serpois
evolução, um recipiente no qual
c o m o nossa
acapacidade
Cada um de nós é um microcosmo onde o
h u m a n a coletiva para a consciência evolui d a psique
proc
movimento do conteúdo do inconsc ente para o nível da
inconsciente,
consciente.
mente Cada um de nós está envolvido no movimento
d e v e , no tempo d e v i d a individual, recapitular a evolução
d a raça
evolução No inconscientede cada"armazenada"
d a consciência ali um está oé levada adiante.
padrã
mente consciente e a personalidade funcional completa
são
esso
padrão, essa
universal teia invisível
se realiza. Portanto,de todos
energia,
nós contém
somos todas
as i
partes que construirão o ser
apanhados pelo
Na maioria
psicológico de nós, só uma pequena porção deste
total.
depósito
contrário que leva a mente individualista d e volta ao
inconsciente,
no níve ndo-nosà
conscient sua raiz, na matriz que a originou.
rel le g a . o
esboço de uma catedral: no in cio, enquanto esse
primevo,
esboço é o
gerais. Depois de certo tempo, quando uma par e da
projeto, o "plano", se assim podemos chama-lo, segundo o
real
qual a
formadas -- desde o nascimento, através dos lentos
anos d e crescimento psicológico, até à maturidade interior
genuína. Esse

características, todas as forças, as falhas, a estrutura


básica e as

de
energia bruta foi assimilada na personalidade
u m a pequena parte do "plano", do projeto
consciente. SÓ e
original, foi concretizada

O modelo interior, inconsciente, do indivíduo é


como o
í
traduzido para a realidade física, só se p o d e m ver

os contornos
t
INNERWORK

estrutura está suõcientemente a c a b a d a , pode-se ter idéia d e


será
c o m o o trabalho de arte final. A medida que os anos
passam, a
bloco é colocado
construção e ospedra
cresce, toques anais
sobre são até
pedra, feitos.
que SÓ então a
finalmente
magnífica
o último
visão do arquiteto é desvelada.
elementos
D a m e sde
m a sua personalidade
forma, saiam da condição
a verdadeira profundidade de
e grandeza
de
Cada um de nós está construindo uma vida,
um ser humano individual não é totalmente desvelada até
um edifício. Em cada um de nó , o esboço e a estrutura
construindo
que os
básica
potencialidade no inconsciente e se realizem ao nível
consciente.
nós. E temos de enfrentar os destros e as mudanças
dolorosas
s
estão estabelecidos numa parte profunda do

precisamos consultar
inconsciente. Mas o inconsciente e cooperar c o m
ele d e
-maneira
a uma rolha boiando notodo
a realizarmos en rme oceano do que
o potencial inconsciente.
está
Também
estabelecido e m
eleva acima da superfície da água. Noventa e cinco por
que
centoo deprocesso d e crescimento interior sempre traz.
ma or parte submersa do zlceZ)erge,stá fora de
visão. Mas é
O e g o e m mei o ao inconsciente
com cem)e7:gs
O inconsciente é um enon:ne campo d e energia, muito
. quea mente consciente. Jung comparou o e g o - a
maior o
mente consciente
comparou a mente consciente c o m a
ponta d e um ceóergque se
{ceZ)ergestá oculto sob as águas. O inconsciente,
i
um tal qual a
enormemente poderoso -- e tão perigoso
quanto o /ceZ)erg
submerso, se não for respeitado. Mais pessoas já afundaram
após
um choque c o m o inconsciente, que 77fa#ícsdepois d e
colisões
i
.Z:ko,em latim, significa simplesmente''eu". Freud
e Jung
se referem à mente consciente c o m o o e g o porque esta é
a parte d a psique que c h a m a a si m e s m a d e "eu" e é
''autoconsciente" --
c o n h e c e a si própria c o m o um ser, c o m o um campo d e
energias
independente e distinto dos outros. Quando dizemos "eu",
nos /7
ROBERTA. J O H N S O N

referimos somente àquela pequena parte d e nós mesmos


d a qual nos apercebemos. A c h a m o s que o "eu'' contém
i só esfcz
personalidade,
que
que estão
estão nana estas características,
superfície,
superücie, ao
ao alcanc
alcance estes valores
dadavisão
visão eego,
dodoego, pontos
l acessíveis
acessíveis àà e
d:e vista de quem "eu'' sou. O ego não percebe que o "''eu""
il consciência.
total é muito Esta é a m i n h a versão limitada, altamente
inexata
pod osa doo quee aa mmee nte c onsc ie nt
p d e ros ntee .
l O ego
o maior, qtende
d muito
u mais a pensar
extenso noqueinconsciente
ele, o ego, como
e quealgo
a parte
d a psique : fora de que está submersa no inconsciente é muito
.
como ''simplesmenteeu não era eu mesmo quando ülz
maior e muito mais
aquilo''
nós,
, m e s m o que
q o seu conteúdo . esteja realmentebem
BI B/ no
nós
fundomesmos, dizemos
. que somos outra pessoa agi n d o , ao
do nosso ser. Por isso é que escutamos as pessoas
invées
é muito coisas
dizerem ma or e mais complexa do que o ego pode
apreender,
fora. ao invés .de Quando nos damos conta que estamos
dentro de
faze ndo algo inesperado, algo que não co mbi n a c o m a
nós. No sonho e mito a me
concepção sconscientes que temos d e
s
dseu
e nós mesmos.
-- um A mente
sistema consciente
de regras ülcasurpresa,
e um conjunto porque
de suposições
facerca
az d e
. conta que o inconsciente não está ]lá. U mn haa v e z que a
; i idades e verdades
inteiro
inteiro dede rea
psique total ealidades verdades contido
contidononovasto
vasto
marmar
do
inconsciente que ele não consegue
dc
perceberNo fundo deste oceano invisível de energia, imensas
essas coisas inesperadas sempre são sentidas c o m o
forças
vindas d e
é
à vida cotidiana de nossa mente consciente. Centros de
ora, ao invés d e dentro d e nós.
consciência
f nte consciente

simbolizada por u m a ilha. C o m o os habitantes d e u m a


fíreqüentemente
ilha, dentroe
do seu ambiente isolado, o e g o constrói um pequeno
mundo todco
seu -- um sistema a e regras e um conjunto cle
suposiçoes acerca
d a realidade. O e g o não percebe que, além dos limites
d e suas
1 ilhotas,, fora do estreito o d e sua visão, existe
: ;: r l
universco camp

um
1 . inconsciente que ele não consegue perceber.
estão trabalhando. Reinos míticos, simbolizados pelas
lendas d a Atlântida, existem lá, nas profundezas, e
desenvolvem vidas paralelas

altern.ãtiva,de atitudes, idéias e valores alternativos, lá


estão, c o m o outras ilhas no grande mar. Esperam ser
descobertos e reconhecidos pela mente consciente e m sua
busca do desconhecido.
INNERWORK

A finalidade de aprender a traba har com ol


não éinconsciente
só resolver nossos conflitos ou tratar
nossas neuroses.
Encontramos nele u m a fonte profunda d e renovação,
evolutivo;
crescimento, cooperamos com o processo por meio do
qual e sabedoria. Ligamo-nos c o m a fonte d e nosso
força
potencial
mesmos
.
uniÊcamos o nosso se/ytotal; e aprendemos a explorar
esse rico
filão d e energia e inteligência que nos espera dentro d e
nós
levamos, dia e noite, em companhe rismo constan e com
nosso
equilibrada, a mente consciente e o inconsciente vivem
O inconsciente e a v i d a interior
em
Adoz;Ída i ferioz
ritual e da que Jung descreve é a v i d a secreta que
todos
imaginação.
nd
i t
se/Finterior não üsível, inconsciente. Qua o a vida humana

está
de orgulho e arrogância, com profunda crença em nossa
r zão Há um fluxo constante d e energia e informação
ligação.
desligamosda
entre os parte ma s profunda de nós
mesmos.
dois Na sociedade
níveis, ocidental
quando eles se moderna alcançámos
encontram um ponto
na dimensão do
Qualtentamos
no
sonho, d a prossegui sem o menor reconhecimento da
visão,
valma,
da como se pudéssemos viver vidas completas fixando-nos
O desastre que assola o mundo moderno é a
completa
conseguindo mais dinheiro, tornando-nos mais
separação d a mente consciente das suas raízes no
poderosos,
inconsciente. Todas as formas d e interação c o m o
inconsciente que alimentaram
nossos ancestrais - sonho, visão, ritual e experiência
religiosa --
estão e m grande parte perdidas para nós, menosprezadas
pela
mente moderna c o m o primitivas ou supersticiosas. Assim,
cheios
inabalável, cortamos as nossas origens no inconsciente
i
a
e nos

r
interior. Agimos c o m o se não existisse o inconsciente, o
i
reino da
totalmenteno mundo exterior, material. Tentamos nos
relacionar
c o m todos os assuntos d a v i d a através d e medidas
externas -

arranjando um caso amoroso ou ''realizando alguma


coisa" no
ROBERTA.JOHNSON
mundo material. M a s acabam o s d e descobrir, para nossa
surpresa,
enfren
que o mundo interior é u m a realidade que, afinal,
ar.
t
temos d e
resultam do isolamento do ego em relação ao
Jung observou que a maioria das neuroses, o
inconsciente.
sentimento
parte d e fragmentação,
de nós o vazio, a falta
mesmos e sentimosfalta de d algo
e significado
que
d a v dia
um i nceu
d a nos
moderna,
.
C o m o seres conscientes, percebemos v a g a m e n t e que
perdemos
lame t sinónimo
e
- é cortada. como tudo o mais, d vida interior. E só Ihe
pert
resta Nossoczóri iso n o do inconsciente é do

lamento
nosso Alguns anos datrás,
d a alma,
iso- :fuiconvidado
a v i d a do para falar
espírito. Resulta num d e
na perda
nossaseminário
vassaltou e intitulei
i d a religiosa, pois é nominha palestraque
inconsciente de encontramos
'Sua Neurose
nossa
como uma con-
chocou individual
cepção profundamente
d e Deus a assembléia.
e d e nossas Tive uma avalanche
entidades divinas. A de
função
nunca. O assunto tocou um ponto sensível, percebe-
religiosa
se. Os -- essa pr cura inata e Ê experiência
a
interior o d signi cado e
nossos
dias. r camzlm/zo d e volta à nossa v i d a através d a neurose,
dos con.flitos interiores e dos sintomas psicológicos que
e x i g e m nossa atenção.
católico romano. No último minuto, algum ímpeto
travesso m e cerimónias e Imaginação Atava. Se tentarmos
os sonhos,
ignorar '
Experiência Religiosa Frustrada''. A palestra
aparentemente perguntas, discussões apaixonadas e vozes
alteradas c o m o
participantes estavam surpresos por ouvir que se não
vamos
ao espírito, o espírito v e m a nós na forma d e
neurose. Esta é a
conexão imediata, prática, entre a psicologia e a
religião e m
Todos d e v e m o s viver a v i d a interior d e u ma forma
ou d e
outra. Consciente ou inconscientemente, voluntária
ou
involuntariamente, o mundo interior nos cobrara exatamente
o
que I h e é devido. Se vamos a esse reino
conscientemente,é pelo
nosso f/"aZ)aZA/rzfe Zo : nossas preces, meditações,
trabalho c o m
o mundo interior, c o m o f a z a maioria d e nós, o
inconsciente encontrará um jeito d e chegar à vida,
manifestando-sede forma
INNERWORK

patológica: através d e sintomas psicossomáticos,


compulsões
depressões e neuroses.

O processo d a individuação
/}zdj
tornarmoszd;
osilação
seres éhumanos
o termo Jung que
queetos
comp usou para se
nascemos
para ser. pro o que realizamos ao longo de nossa
referir ao l
os elementosbásicos
ces s inerentes em cada um de nós no nível
vpré-
i d a no sentido d e nos

Ade individuação
construir aé n(5smesmos
nosso despertare nos tornarmos
para o ser total,
permitindo que
completostambém
características
nossa e pos
personalidade ibilidades
consciente humanasatéunive
se desenvolva sais
absorver
comb
são nadasem cada um de nós diferentementev, ariando
todos
de
Jung enfatizoua
consciente. singularidadeda
Essa é a "realização do prometo" ao qual nos
estruturapsicológicade
referimos.
Por que chamar a isso ''individuação"?Porque esse
processo
nossa individualidade
revela
única. nossa estrutura especial, individual. Mostra
s
como indivíduos, mais completos em nós mesmos, é
comoi as
também
semelhantes
r aos nossos
indivíduo companhei os humanos --
para indivíduo.
valores,
chumana.
a d a ser. Se olharmos
Desta forma, ocom
n o mcuidado,
e c o m overemos que nossa
qual designou este
processo
não é casuall reflete sua convicção d e que quanto mais
os seres humanos têm em comum. Jung chamou estes
encaramos
padrões o inconsciente e fazemos u m a síntese entre o seu
conteúdo e o que está na mente consciente, mais
percebemos o sentido d e
A o m e s m o tempo, a individuação não significa se
tornar
isolado d a raça humana. Uma v e z que nos sentimos mais
seguros
.natural que procuremos as miríades de caminhos que
r
no fazem
s
interesses e qualidades humanas essenciais que nos une à
tribo
individualidade consiste na forma especial d e
combinarmos os padrões psicológicos universais e o
sistema d e energia que todos

de: a'rquéti,Dos.
2/
ROBERT A.JOHNSON

IJma vez que os arquétipo são s uni ersais, es ão


presentes
todos no inconsciente de cada um. Mas eles se
combinam
e m variações infinitascom
para criar humano
a
Podemos compara-los o corpo físico. De
muitas v t

características
psique individualuniversais
humana. da espécie humana. Entretanto
se
os de outras
formas, nossos pessoas,
corpospercebo
são'que dois corpos
semelhantesaos
demais. Temos
humanos não são
braços, pernas, coração, fígado pele, d e um ou outro
universai na raç humana, estãe combinadas dife entemente
feitio. São
s, a o
,
distinta E só pela vivência desta estrutura
comparo
inerente min
queh a s impressões digitais ou Elosde m e u
cabelo c o m
opiniões queiguais.
exatamente abso vemos do mundo à nos a volta. Podemos
de ser
parar D amero
m e s apêndice
m a forma,da as ciedade, pessoas
soenergias e capacidades
estereotipadas:
psicológicas
einatas
m c a d a um d e nós. C a d a pessoa tem u m a
. .r
Desenvolve-se um grande senso de segurança
processo de individuação. Começamos a entende que n o é
nesse
estrutura psicológica
mesmos é a base mais firme em que podemos nos
descobrimos o que signiÊca ser um indivíduo.
apoiar
Se trabalhamos na individuação,começamos a perceber a
para a vida inteira.rNão precisamos imitar a vida de
ninguém.
diferença entre as idéias e os valores que vêm d e nosso
s
se/Fe as

aprendemos que temos nossos próprios valores, nossa


própria maneira d e viver, que procedem naturalmente d e
nossas naturezas
necessário lutar para sermos iguais a outrem, pois

r ã
sermos nós
Percebem s .
o que conhecer-nos a nós mesmos completamente e
desenvolver todas as forças que estão dentro d e nós é
u m a tarefa
Não precisamos d e outras pretensões, pois o que já
temos é a
riqueza suficiente e é b e m mais do que jamais esperamos.
CAPITUL02

T R A B A L H O INTERIOR:
À PROCURA D O INCONSCIENTE
A finalidade deste livro é fornecer u m a a b o r d a g e m
prática,
Especificamente,
por etapas, para será
v o c descrito
ê realizarum método
seu de quatro
pr(5prio trabalho
estágios,
interior.
tanto para o trabalho d e sonhos c o m o d e Imaginação
Atava. C o m o
são
partecaminho s diretos
d e nosso estudo, e poderosos de acesso oao uso
t a m b é m abordaremos mundo
do
cerimonial e d a fantasia c o m o caminhos para o
interior
inconsciente.
Refiro-me a estas técnicas c o m o "trabalho interior''
É necessári uma abordagem prá
porque
independentemente
a ica,
do inconsciente, e esse trabalho é o esforço pelo qual
chegamos
a perceber as c a m a d a s mais profundas d e consciência
dentro d e nós e nos dirigimos para a integração do seZFtotal.
t
d e toda sofisticaçãoque possamos ter a nível teórico.
sonhos e trabalharmos com sinceridade os símbolos neles
Apesar d e
contidos,
sobrejá nós
termos sido expostos
e sobre a um deb onossa
o significado m número
vida,d esem
teorias
psicológicas, poucos d e nós têm noção d e c o m o se iniciar
levar em
realmente no trabalho
c o m os sonhos e c o m o inconsciente. Normalmente nossa
energia
pára onde começou, no nível, e não se traduz num
encontro
concreto, imediato, c o m o self interior.
No mundo d a psique é o seu f7aZ)aZ/zmo,ais do que
suas idéias
te(tricas, que constrói a consciência. Se forTnos aos nossos
próprios

certamente aprenderemos a maior parte do que precisamos


saber

consideração o quanto conhecemos sobre teorias


psicológicas.
!

ROBERTA. J O H N S O N

O objetivo do trabalho interior é adquirir


Aprendendo a fazer nosso próprio trabalho interior,
consciência.
obteremos o
discernimento acerca dos conflitos e dos desafios que
nossas vidas
stão à Seremos
apresentam. espera de seremd e perscrutar as profundezas
capazes
de descobertos.
mente para as mens gens do inconsc ente pode ser
nosso próprio inconsciente para encontrar as forças e os
chamada
recursosde
um estágio
e da história, a uma cultura, a uma religião
quea uma
ou N a verdade, qualquer forma d e meditação que nos
cristã,
abra a meditaçõespor Thomas a de Kempis i e Início de
Loyola, "trabalho interior". A humanidade desenvolveu
variedades infinitas
fezços do tempo qued epassam
acesso acordados,
ao mundo interior,
em algumac a forma
d a uma
delas adaptada a
de
visão do nosso relacionamentocom o espírito. Alguns
exemplos:
interior, ao reino dos sonhos, totens e espíritos -
meditação jogue, zczzen,no Zen Budismo, prece
isto é, a fazer
contemplativa
interior. E por isso que, apesar de toda a nossa
tecnologia,suül e meditação ética na Êilosoüa d e Confúcio.
meditação
@
s po observou
Jung os aparentemente
que os aborígenes d a Austrália gastam
dois primitivos.
aborígenes: eles mantiveram as formas antigas de
trabalho
adoração interior.
e de Realizam cerimoniais religiosos,
l

discutem e
interpretam os seus sonhos, consultam espíritos e
encontrar seus deuses no círculo mágico ou no altar.
"vagueiam
Para nós,
pelos a
lbosques".
nós que quiseremTodo esse esforço consistente é devotado
aprender outra vez como chegar à
à vida
Terra do
contato c o m o inconsciente. Nós, modernos, mal podemos
dispor
d e algumas horas livres d a semana para nos dedicarmos ao
mundo
c h e g a m o s a saber menos sobre Deus e sobre nossas
que o v
almas do Ma s existe outra diferença básica entre nós e
!

os povos
acesso ao mundo interior. Quando vão ao encontro do
espiritual,
eles usam formas preestabelecidas para invocar os
espíritos, para entender seus sonhos e visões, cerimónias
preestabelecidas para

maior parte desses velhos caminhos está perdida. Aqueles


dentre
Sonho, c o m o se comunicar c o m os grandes espíritos, têm
d e aprender novamente c o m o chegar aos seus pr(5prios
sonhos, c o m o
{

J
INNERWORK

reacender as antigas pêras da energia do inconsciente,


despertar outra v e z as memórias tribais h á tanto
como
Devemos
esquecidas. nos dirigir a um xamã de nossos dias, como Carl
Jung,
nossa mente
para encontrar um cami n ho e m direção à alma que faça
moderna.
sentido à
os sonhos é derivado,
As formas naturalmente,
d e trabalho interiordaque
análise dos
exploraremos
sonhos de
estão baseadas nos ensinamentos e /#s2lgãfsde Jung. O
trabalho c o m
consciente
Jung. e o aprender
Envolve inconsciente.
a lerE aum velho processo que
linguagemsimbólica dos
Jung
sonhos.
A Imaginação Atava não é como algumas técnica comuns
A Imaginação A v i v a é u m a forma especial d e se usar o
poder d a
imaginação para desenvolver u ma relação atava entre a
baseado
mente no reconhecimento de sua realidade e poder.
Pela
reformulou
existe c o m o ou mque
e ap ender a técnica
ele tema ser usada nos
a oferecer tempos
à mente
Oconsciente.
inconsciente não é alguma coisa para ser manipulada a
modernos.
s
Êlm de
d e ''visualização" e m que imaginamos alguma coisa com
um Muitos sabem que o inconsciente se comunica com a
objetivo e m mente. Não existe um script; a Imaginação A v i v a
mente
tem
tenta trabalhar com
um relacionamento seus próprdiferente
completamente os sonhos
com o
uma cena familiar:
específicos.
inconsciente, Eis aquiAcordo de um sonho vivido. Decido
f'por
tentar minha conta". Cuidadosamente,escrevo o sonho em
um
Imaginação
um branco em minhao mente.
ao inconsciente para n''O
E me pergunto: on que devo
o que
fazer? r
Aviva, vam s e c trar
lá Por vezes marcamos um tento ao fazer alguma
associação
atender aos objetivos d a mente consciente, mas um parceiro
igual a ser engajado no diálogo que nos conduz à
maturidade completa.

c
onsciente através dos sonhos. Muitos c o n h e c e m
c o m o interpretar os sonhos. Mas a maioria
teorias d e i
Êlca paralisada quando

caderno d e notas. Sento-mepara ''interpreta-lo".De


repente, dá
Por onde começar?" Olho fixamente a página. O sonho
parece ao
m e s m o tempo completamente ó b v i o e totalmente sem
significado.

c o m as imagens do sonho. M a s não temos paciência.


Sentimos 25
ROBERTA. J O H N S O N

que perdemosdia o ponto principal. Dec dimos retomar o


assunto i
envolveram.
e m outro para nova tentativa, mas até lá outras
Nos primeiros anos do meu trabalho, descobri que
coisasestenos
maneira,jánão importando o quanto já lemos as teorias
do
parte prática e imediata do rabalho. As pessoas en ram
era um problema geral entre pacientes e amigos. D e
no
certa
entendo. Quando estou aqui, durante minha
simbolismo
conseguimos dos sonhos,
tantas ü.Gamosperplexos
revelações quando Mas
dos meus sonhos!
consulta,
c h e g a m o s na
quand'o t
consultório c o m onde
Saber por o caderno de notas
começar repleto c.om
a trabalhar de os
t próprios
sonhos.problema
Quando para muitosopsicólogos.
pergunto Quando
que aprenderam c o trabalho
m eles,
}

comdizer:
costumam os "Não

m e sento sozinho para trabalhar neles, não consigo nada.


Isso cx ge, portan o,um esforçoreal, uma certa
Não
nossas
sei porcapacidades
onde
ampliaçãode para sabermos o que o sonho está
dizendo
começar."oa

u Como resposta para essa necessidade prática,


sonhos não é um problema só dos pacientes. E
comeceium
igualmente a
possam interpretar seus sonhos, pois a maioria
sonhos d e meus pacientes, cd)nsigo ser brilhante, mas
delas precisa
quando
se trata d e meus próprios sonhos, dá um curto-circuito
% enos
m m ipossibilite
nha tomar o sonho, fragmenta-loem
cabeça. Isto
brir o é normal,
significado pois csímbolos
desses a d a sonhopara
contém
símbolos,
informações que e
nó .
não são conhecidas conscientemente pela pessoa que o
i t
sonhou.

.
Se a interpretação v e m c o m facilidade, talvez não seja
tão certa
profunda.
desenvolver o método das quatro etapas, que apresentei
neste
livro. M e u objetivo é fornecer u m a forma para que as
pessoas
aprender ainda c o m o chegar a eles, ao próprio
inconsciente, por
sua própria conta. Mas, para tanto, precisamos d e u m a
abordagem
prática para começar: u m a série d e etapas .Hsicase
mentais que
desco s
Desde o começo, anos atrás, quando eu e meus

pacientes
desenvolvemos o método d e quatro etapas, observei que
muitos
INNERWORK

que o usavam conscientemente podiam chegar ao conteúdo


de seus sonhos e dar-lhes uma interpretação bastante amurada.
real
iss qu é importante
Encontravam a essência ou energia principal d e seus
e
osonhos, e .é
rabalhar com os
para sonhos:
O superenvolvimento c o m as teorias é o obstáculo
t
principal

Naturalmente um m é d i c o d e v e estar familiarizado c o m


os
assim c h a ma d o s "métodos". Mas d e v e âcar atento para não
se prender a u m a a b o r d a g e m especíÊca, rotineira. D e v e
tomar
cuidado c o m as hipóteses teóricas... Para m i m , ao
fé no se
seulidarpróprio inconsciente, nos seus próprios
c o m Seindivíduos, não s(5 a compreensão ideal pode
sonhos.
com osfuncionar.
símbolos de seus sonhos como se fossem
Precisamos d e um a linguagem diferente para c a d a
companheiros
paciente. E m u m a análise posso utilizar a linguagem
adleriana, e m ouü.a, a linguagem â'eudiana. (Jung, M D R , p.
131):

Consegui, através d e Jung, a coragem d e dizer a


meus
pacientes para não acreditarem e m conceitos abstratos.

T e n h a m quiserem aprender c o m eles, então trabalhem c o m


eles. V i v a m
físicos na v i d aAscotidiana.
título abreviado. Descobrirão,
referências completas estão se
na B obliograâa,
ülzerem, que
eles são
no anal.
realmente seus companheiros no mundo interior.

Análise e lição d e casa

Este livro não pretende substituir a ajuda e a


orientaçãodo peu analista, se v o c ê estiver faze ndo análise
regularmente, mas

l Memoà,es, Dreams a n d Re$ections (?aemóH,as, Sonhos e Re$aõesb seta


d e g x g n a d o daqui para a dente por esta abreviatura. Outros trabalhos d e
Jung serão citados
pela abreviatura C W para Co//ecfed}HozÊs(obra completa) , precedida pelo
número
do volume e seguida pelo número do parágrafo. Para eliminar notas d e
rodapé tanto quanto possível, todas as citações serão seguidas, no texto,
i
do n o m e do autor e do
27
.g#
ROBERTA. J O H N S O N

sim ajuda-lo nas suas lições de casa. l/ocê deve


métodos que aqui encontrar e seguir os conselhos do seu
discutir os
analista
quanto ao uso destas técnicas.
As pessoas aproveitam melhor a análise quando f a z e m
material
suas sobre fantas as e Imaginação Atava, depois
lições d e casa todos os dias, trazendo ao terapeuta seus
que as i ou ampliação do trabalho
ser gasta
sonhos, no refinamento
que já foi
trabalharam e as "digeriram" parcialmente. A hora d e análise
pode

realizado. Isso permite ao analista fazer uso do tempo


do seu paciente e ajuda-loa andar c o m passos mais
rápidos.
do trabalho po s mesmo. Acredito que fazê-lo
interior r i poderá
Trabalhando sem o analista
A medida que or lendo estes
Se v o c ê não vo
capítulos, conta c o m a ajuda d e um analista, d e v e
Certifique-se
refletir se é b ode
m , leva-las
para você , atrabalhar
sério e seus
de segui-las.
sonhos ou Você
usar
outras
deverá técnicas
com uma das forças mais poderosas e independentes da
c o m segurança e será beneficiado ao aprender esses
mas há uma condição: dez;e oZ)seruczz" as .P/"ecczwções.
em um certo sentido, isso é como
métodos, f destampar um gêiser:
cpode-se
ê encontrará
este algumas
p ocesso com advertências
seriedade, ou se tene ar
sugestões que o
leva-lo como
livrarão d e problemas.
entretenimento, você pode se
mero
machucar.
compreender que ao se aproximar do inconsciente estará
lidando
experiência
interior. Ahumana. As técnicas
Imaginação d e trabalho
Aviva é segura interior
se forem obedecidas
pretendem
as
colocar e m movimento os grandes poderes do
inconsciente mas,
perder o controle se não se tomar cuidado. Se não
r t
conseguir levar

D e v e m o s ser particularmente cuidadosos c o m a Imaginação


Atava. Ela não d e v e ser praticada a menos que v o c ê possa
contar
c o m alguém que a conheça, alguém que saiba c o m o fazê-lo
voltar
a este mundo, caso v o c ê corra o risco d e ser e s m a g a d o
pelo mundo

regras e usado o b o m senso, mas é possível mergulhar


fundo

,#
INNERWORK
um
demais e sentir que estamos nos a ogando nas
f
águas do
inconsciente. Seu colaborador pode ser tanto

um leigo
caso cque
perca
analista o mo o tenha alguma experiência c o m a Imaginação
Atava.
rumo.
balhoprincipal
O ponto interior. Estamos
é ter um a m isomente
g o a quemobservando
v o c ê possa
universal:
uma leiqualquer coisa que seja tão poderosa
para o bem Nenhuma destas advertências d e v e dissuadi-
queremos conviver intimamente com as poderosas
recorrerdoo tra
forças

lo d e realizar
t a m b é m pode ser destrutiva, se o poder
for mal conduzido. Se mundo interior, d e v e m o s t a m b é m
respeita-las.
29
CAPITULO 3

R E A L I D A D E S ALTERNATIVAS: O M U N D O
D O S S O N H O S , O REINO D A
I M A G padrões
Nossos I N A Ç Ã Ove bais revelam muitas da
nossas
assimo "Esse detalhes r m s
o aconteceram
suposições
: s involuntárias:
aconteceram se conversamos
u com u
acontece no sonho não é "real''. De fato, seria mais
a m i g a d e um sonho, é b e m provável que ele faça u m a
respeito
adequado
física? No mundo dos sonhos ou no pergunta mundo /ea/me/zz?e
comum?"
apenas no sonho?" Essa pergunta traz a implicação d e que
o que
que os acontecimentosexternos.
perguntar: Pois é no mundo
"Isso aconteceu na /"ecz/{dczddoesom/z oudos
na
sonhos
realidade
crenças
A mb oe scosão
mpulsões quegenuínos,
mundos motivam aambos
maior são
parte do
nossoortamento
realidades que
. d e verdade. M a s o mundo dos sonhos, se dermos
existem
descobrimos
atenção que cada do sonho est s
de alguma forma na nossa vida prática á -- eem nossas
a ele, tem efeitos mais práticos e concretos
relacionamentos, decisõe , hábitos maquinais, em
ações,
nossa v
impulsos ei d a do
o inconscienteexerce
que ego.
do Esses aspectos sua dinâmica
da nossa vida poderosa.
são: na E lá
que as
verdade,
grandes forças lutam ou se c o m b i n a m para gerar
atitudes, ideais,
com
Quando nos tornamos sensíveis a esses
p
aspectos,
dinâmica manifestando
s
sentimentos. Acreditamos controlar conscientemente
esses elementos d a vida. M a s essa crença é a grande
ilusão d e controle

determinadosem um lugar b e m mais profundo. E no


mundo do
INNERWORK

som/zoque suas fontes originais são reveladas d e um a


formamos
quever e
p de
entender.
Os sonhos expressam o inconsciente, eles são
o
mosaicos
dentro do
dinâmicos, compostos por símbolos que expressam
inconsciente.
movimentos,
formam os interações
conflitos, sonhos, criando umanos
e eventos linguagem
grandes pela
sistemas d e
energiao
qual
O inconsciente tem u m a capacidade especial para
criar
que aprendemos a interpretar esses símbolos,
imagens e usá-las
adquirimos a c o m o símbolos. São esses
Essa capacidade de produzir símbolos afeta mais que
símbolos que
apenas
inconsciente c omunica seu conteúdo à mente consciente.
Tal c o m o o fogo ao queimar exsuda calor, o
inconsciente gera símbolos, porque é d a sua natureza
espírito humano em todas as suas realizações. Não
assim fazer. A m e d i d a
só a
capacidade d e perceber a ação do inconsciente dentro d e
nós.
linguagem -- cuja história é quase idêntica à gênese
nossos sonhos: toda a v i d a h u m a n a é alimentada pelo
fluxoe das
ao imagens simbólicas das fontes do inconsciente.

As imagens simbólicas do inconsciente são a fonte


criativa do

consciência e os conceitos d e entendimento Êlosóíico do


mundo surgiram a partir do símbolo, mas t a m b é m a
religião, o rito e o
culto, as artes e os costumes. E porque o processo
formador
dos símbolos do inconsciente é a fonte do espírito
humano, a
desenvolvimento d a consciência h u m a n a -- sempre
c o m e ç a c o m o u m a linguagem simbólica. Daí Jung escrever:
"0 conteúdo do arquétipo expressa a si mesmo, e m
princípio e a c i m a d e tudo, por metáforas." (Neumann,
GP"eaf JMoZ&er,p. 1'7)

As imagens simbólicas do inconsciente penetram no


nível
do consciente principalmente por duas vias: sonhos e
imaginação.
É mais fácil apreender esse caráter simbólico através dos
sonhos, pois c o m freqüência apresentam criaturas
míticas e situações
sobrenaturais que seriam impossíveis na v i d a física
cotidiá.na.As pessoas geralmente ülcam confusas c o m as
imagens dos sonhos,
ROBERTA.JOHNSON

até aprenderem
não que essas
devem ser consi eradas imagens
ao pé da são simbólicas e
let Uma vez que as d magens dos sonhos não
a.
portanto
r fazem sentido
i
nos termos
coerentes. comuns, um
Se dedicarmos as pessoas rejeitam-nas
tempo para c o mao
aprender
sua "fantásticas" ou sem significado mas, na verdade, os
sonhos são completamente
nos confundir mas, simplesmentep, orque esse é
linguagem,
seu idiomadescobriremos que c a d a sonho é u m a obra-
prima d a
comunicação simbólica. O inconsciente fala por símbolos,
o seu próprio signiâcado -- signiÊcadojá conhecido, ma
não para
que
natural.

Nunca pude aceitar... que o sonho seja u m a ''fachada'' a


ocultar

s
estaria
meu maliciosamente encoberto para a consciência. A
ver, os sonhos são parte d a natureza, que não têm

intenção d e
enganar, mas expressam alguma coisa à sua própüa
maneira,
assim c o m o u m a plantacresce ou um animal vai à
e dinâmica entre
procura d e as forças que compõem o inconsciente.
Essasalimento, d a melhor forma que podem. T a m b é m essas
formas
d e v i d a não têm desejo algum d e enganar nossos
olhos, mas
Para aprender
podemos a entender
nos enganar porqueessas imagens,
nossos olhosnosso
talvez
ponto u
tenham dem a
literalmente:
visão curta.aprendemos
B e m antes ad eprocurar
conhecer uma atitude,
Freud, eu
uma
encarava o Inconsciente e os sonhos, que são
derivados imediatos, c o m o processos naturais isentos d e
arbitrariedades e, a c i m a d e tudo, isentos d e truques.
(Jung, M D R , p.161)

Podemos comparar o sonho a u m a tela na qual o


inconsciente profeta seu drama interior. Nela vemos as
várias personalidades interiores que c o m p õ e m grande parte
d e nossa personalidade total

forças invisíveis e suas atividades liberam cargas, por


assim dizer, que são transmitidas para a tela. Elas tomam a
forma d e imagens e
a interação das imagens dos sonhos representa
exatamente a dinâmica que se processa e m nosso íntimo.

partida conceptualé saber que elas não d e v e m ser


tomadas
F'- :' ?.' =!FH.IM#.BF'W
t4 IÚtÜ-l'i-aWÜ$$àM,bj49Ê;

$118«:á&iã#4$HÜWiIB

INNERWORK

personalidade,
vestem um acontecimento
com a forma e a cor de uma ou conflito
imagem, interior,
de maneira a se que
se
tornarem z/isíueZpsara nós na Terra dos Sonhos.

Imaginação
Dissemos que e símbolos
os sonhos são o pr meiro dos dois
grandes n é imagina .
i
canaisE d desconcertante
e comunicação para muitas pessoas
do inconsciente; quando,
o segu do pela
a primeira
ção
v e z , o u v e m que a imaginação é um órgão d e comunicação
coerente e que
Entretanto, ela é utiliza
isso u m aselinguagem
verdade: d e símbolos
apr ndermos a examina-
altamente
olhos
la com treinados, descobriremos que a imaginação é uma
refinada e complexa para expressar o conteúdo d inconsciente.
e
o
para a mente consciente. O primeiro condutor é a
verdadeira
capacidade decorrente d e energia e imagens cheias d e signiÊcado,
têm umadocaracter
fluindo ística especial
inconsciente durante aemmaior
comum:
parteseu poder
do tempo.
de Podemos delinear dois condutores que vão do inconsciente

sonhar, o segundo é a capacidade d e imaginar. Sonho e


enquanto dormimos e a imaginação fosse o mundo do
imaginação
sonho
converter as formas invisíveis do inconsciente e m imagens
perceptíveis à mente consciente. E por causa disso que
algumas
de impulsos energéticos à mente consciente, na forma
vezes sentimos c o m o se o sonho fosse a imaginaçãoque
de
temos
fluindo enquanto
está disposta a estamos acordados.
Assim c o m o o inconsciente descarrega energia durante a
aprender.
noite, criando padrões na tela d a mente e m sonho, ele
também
atua durante as horas d e ügília. Ele emite u m a corrente
contínua
sentimentos, humores e, a c i m a d e tudo, d e imagens que aprecem
na imaginação. Exatamente c o m o para os sonhos, os
significados simbólicos das imagens p o d e m ser entendidos
pela pessoa que

O material que flui através d a imaginação toma muitas


formas, das frívolas às visionárias. N a base d a escala está
aáamfczsÍa 33
ROBERTA. J O H N S O N

.passiva: é o sonhar-acordado fantasioso que v o a rapidamente


mente, em momentos esparsos durante o dia ou que,
pela nos
por vezes,distrai por longos períodos d e tempo. Tais
simples passatempos ou distrações que nada
devaneios
acrescentam sãoà
consciencia.
a Imaginação Atava e o encontro religioso se
No topoA d auma
ImaginaçãoAtavaé
fundem. escala
das está a exPer2lé/zcuilÍasÍo#áría,
formas de se usar a imaginação
qual
de
outras formas, inc uindo as de meditação
profunda.
através d a
m o d o construtivo para se ter acesso ao
dizem: 'Você está imaginando coisas'' ou "E apenas
l
fantasia, não
inconsciente; h á várias
Nossa cultura do século XX tem um tremendo
material flucoletivo.contra
preconceito para a ment consciente. Parao sermos
a imaginação, qual se mais
exatos, a que as pessoas
re.meteno

é realidade
N a verdade, ninguém "inventa" n a d a na imaginação. O
imagens da mente, o órgão que tem o poder de vestir os
material
seres que
aparece na imaginação tem sua origem no
s imaginação, corretamente entendida, é o
e inconsciente. A i e
éculos produziu nossa atual confus
canal atravéso do
acerca
qualdoesse
que são
esses acontecimentos;
imaginação porém, comoconverte
é o fra z$áormczdoqrue o preconceito está
o material
tão
invisível em
a imaginação
imagens que a eram
menteentendidas pelos
consciente pode nossos
perceber.
A raiz d a palavra ilmagzlanão é a palavra latina
ancestrais
â ma g o, que
quer dizer "imagem"; a imaginaçãoé a
capacidadeformadora d e
do mundo interior c o m imagens mentais para que
possamos v ê -
los. A imaginação gera os símbolos que o inconsciente
usa para
d expressar.
U m a vasta área d e eventos históricos e psicológicos
os s ã
através

realmente a fantasia e a imaginação. Não c a b e lembrar


aqui todos

difundido, vale a pena descrever sucintamente c o m o a


fantasia e
intelectuais, os gregos antigos.
O termojamfasjcz deriva d a palavra grega.P/za#fczsá2Oz.
sentido
original desta palavra é revelador: ela signo:6cava"o fazer
visível"
INNERWORK

Derivava d e um verbo que queria dizer "tornar visível,


Arevelar"
correlação é clara: a função psicológica de nossa
apacidade
para
incons c
iente.a fantasia é fo/"#ar uZsíz;e/a dinâmica invisível da
c
amental que a psicanálise moderna
Encontramos na psicologia dostem
gregos um
redescobrir:
precisado a mente humana está investida de um
psique fund
poder
discernimento
er o mundo das ideais outr antigo o imaginavam
aespecial para converter ;o reinoosinvisível
formas s e m formas
visíveis d e
capacita
maneira a quevê- possa ser visto e contemplado na
o.
mente. C h a m a m o s esse reino invisível d e inconsciente:
ente pa a produzir imagens mentais poéticas,
para Platão,
abstratas e
c
admitiam a realidade
o m o a esfera do mundo
dos deuses, interior,
a região do expresso como
espírito puro.
formas
M a s todos sentiam u m a coisa: só nosso poder d e
l
Para os gregos,
.Á07"mcz/zmczge@nsos d a m r
acidade de formar imagens, chamada imaginação ou
.P/zcz#/czsd/2ezsignava esta faculdade especial

quereligiosas;
podia serera nossanacapacidade
retida memória e d econvertida
''tornarnovisível''
objetoo
conteúdo do mundo interior dando-lheforma,
do
personificando-o.Os gregos
l Os romanos aparentemente não tinham uma palavra latina para esta
ideais ou qualidades universais que se revestiam das
exata idéia
imagens d e seus deuses. Para eles, .p#czmfasZebra o órgão
pelo qual o mundo
divino falava à mente humana.l
a Na psicologia européia, pelo menos até os tempos
cap
medievais,

.p#cz#fczsíeàr, a tida c o m o um órgão que recebia idéias


dos mundos
espiritual e estético e as transformava e m um a i m a g e m
interior

pensamento e do raciocínio. N a religião, a capacidade


de

d e imaginação poética, espiritual ou religiosa, que produzia u m a


representação
simbólica d a v erdade interior. A palavra i m a g i n a mo signiâcava, no latim
clássico, "fictício", no sentido d e que a figura não é a m e s m a coisa que
o objeto externo que ela r e p r e s e nt a . Os
e s c r i t or e s r om a nos acabaram p or usar a
p a l a v r a g r e g a P / z c z 2 z fa s ía
quando se referiam à capacidade h u m a n a pela qual expressamos o
conteúdo d a
alma usando imagens poéticas ou espirituais. Cícero usava os caracteres
gregos
para escrever essa palavra. (N.A.)
ROBERTA. J O H N S O N

imaginação foi o c ami nh o legítimo d a inspiração,


experiência e religiosa. O fato de a informação entrar na
revelação
mente
consciente através d a imaginação d e forma alguma I h e
[era]conferia
convencionalmente considerada
qualquer descrédito, como"uma
pois acompanhada da d e
experiência
imaginação poética
Foi provavelmentenos tempos elizabetanosque o
na realidade do que é imaginado".2
crençaoutro
derivada de fantasia
significado paralelo- dfoi cunhada para
e fantasia signi.ficar
começou a tomaralguma
forma
coisa
-- um
da nimaginação
o fictício, que
algo herdámos
fantasiosonae mente
irreal. popular
A palavra do
-
nosso
devaÁamfczsios-o-
ei

e de seus símbolos para as suas representações


.
poéticas,
que é feita caprichosamente na imaginação c o m o mero
passatempo. Infelizmente, este é o equívoco acerca d a
natureza
século.
fo citado anteriormente
i Se pensarmos
: um pouco, torna-se claro o
quanto é tolo denegrir a imaginação. O h o m e m depe n d e
do poder d a imaginação

literárias, d a pintura, escultura e d e todas as atividades


artísticas, .RlosóÊicase
idêntica à gênese ereligiosas. Não poderíamos
ao desenvolvimento da consciência
desenvolver a inteligência abstrata, a ciência, a matemática,
o raciocínio lógico e m e s m o a
linguagem, se não tivéssemos a capacidade d e gerar
estas
imagens-símbolosÊ. por isto que N e w m a n n pede
aülrmaro que
As imagens simbólicas do inconsciente são a fonte
criativa
do espírito humano e m todas as realizações... E
porque o
processo formador dos símbolos do inconsciente é
a fonte
do espírito humano, a linguagem - cuja história é
quase
h u m a n a -- sempre c o m e ç a c o m o um a linguagem
simbólica. (Neumann, Greczf JUof/zer, p.17)

2 DeÊlnição encontrada no Oa;Áord .E2zg/{s/z .DÍcfionczry. (N.A.)


1>.'db"p81cÜÀi&üaÜ41Üh'üiUi:púi. WilW'8+W!&3\i8ãg«;i©

INNERWOltK

Imaginação atava: o uso consciente


da capa cidade mag i nativai
A Imaginação At va,i como o nconsciente,
i sempre
na v i existiu
d a humana. Mas, assim como tantas facetas d a nossa v i d a
interior, coube Jun a redescobrir esta arte perdida e
ve aopossí
homem gmoderno.
l
torna-la A primeira vista, a Imaginação Atava pode
simples ou
parecer bastante ingênua para ser levada a sério como
técnica
nossa imagina consiste
psicológica: ão e dialogar com elas. Envolve
e m encontrar um encontro
as imagens que afloram
com
à
ç
com as figuras
as imagens. que seconsciente
A mente apresentam,mas envolve
realmente entratambém
na
entrar
história
imaginação em nossa imagi
ação. E esta percepção, esta .parfilcpagão consciente no
e toma parte nela. Isso geralmente significa u m a conversa
evento
falada
inconsciente sobre o mesmo terreno do plano imaginário
na ação,
nos dá na aventura ou no conflito que está desenrolando
o ego do inconsciente,para n estabelecerum fluxo
cgenuíno
omu n cação
sua de entre os dois níveis da psique, resolver
alguns de
aprender
imaginário, mais
quesobre quem somos
transforma u ma como
simples fantasia passiva e m
indivíduos.
Imaginação .Af/ucz.O encontro d a mente consciente c o m a mente
s pessoas reagem automaticamente, achando que tal
u m a oportunidade d e quebrar algumas das barreiras que separam
pensam: "Estare somente conversando comigo mesmo."
se trabalhamos
Mas i com a Imaginação Atava, logo
conülrmamosque
nossos conflitos neuróticos c o m o inconsciente e. desta
forma.

Por causa d a noção popular d e que a imaginação é


muita
fictícia,
experiência c o m a imaginação não tem qualquer sentido.
i
Elas

dialogamos c o m partes: interiores, verdadeiras, d e nós


mesmos.
Nós nos confrontamos c o m personalidades poderosas que v i v e m
dentro d e nós, ao nível inconsciente, e que estão,
comumente,
e m conflito c o m nossas idéias e comportamento
conscientes.
Entramos d e fato na dinâmica do inconsciente: viajamos por u m a
região aon de a mente consciente não sabia c o m o
penetrar. 37
ROBERTA.JOHNSON

Esta experiência, sem d ú v i d a , é simbólica. As imagens


as quais
c o m interagimos são simbólicas, e as
encontramosem um
plano simbólico d e existência. M a s um princípio mágico
atua: quando vivenciamos as imagens, fczmZ)ém z;ilz;e cÍczmos
ilmage2zEs.ste é o poder da experiênciasimbólica da
d i z " e f a m e m f e as partes im,tel"i,odedse p,ós m,elmos que estão
psique
sob a rou,vagem das
e seu efeito sobre nós são geralmente tão concretos
hcomo
u m a uma
n a quando
nos ensinar e nosempreendida
fazer mudarconscientemente: sua é
em níveis profundos
intensidade
muito maior
sem ber
experiência
nos andofísica,
. seu poder d e redirecionar nossas
atitudes, d e
com ouma
que dosdas nossas próprias
acontecimentos externos vozes interiores.
pelos quais podemos
passar
respondemos,é
Quando aperc a p rte interior invisível de nós me
mos queQu vivenciamos o símbolo, simultaneamente
e
vivenciamos o complexo, o arquétipo, a entidade psíquica
mo", mas sim conversando com uma das minhas
interior
que é representadapor esse símbolo. Quando a i m a g e m
que a.floramdo
fala, é inconscientee aparecemna imaginaçãoé
que
escuta registra. a c l ca
conheci antes e com elas começo a também a
rm
aprender. e El se o o diante d e nós na
''real"
s ou se os sonhos são ''reais'', sempre me
fo a de defigura
lembro
Imaginaria. um
disse Nque procuravaAtava,
a Imaginação "o pão
não que é feito
estou com mais
exatamente do que
"falando
mes
o rigo"
comigo
do que personalidades.
o Nessa troca entre o e g o e as várias
personalidades
trigo.
c ome ço a juntar as peças ú'agmentadasde m i m m e s m o
e m uma
unidade. C o m e ç o a conhecer as partes d e m i m m e s m o que
nunca

Quando as pessoas m e perguntam se a Imaginação


Aviva é
detalhe d a história d e D o m Quixote d e la Ma n c h a . D o m
Quixote
Ele se referia, é claro, à H(5stia, o pão que é
t
consumido como
parte do ritual cristão. A Hóstia é feita d e trigo, porém,
é também
feita do arquétipo, do corpo d e Cristo, d e espírito, d e
algo mais
Usando o m e s m o sentido figurado, posso aülrmar
que .a
Imaginação Atava é "mais do que real". Não só real no
sentido d e 38
INNERWORK

que tem significado prático e concreto na nossa v i d a


também porque nos une a um mundo de forças que
física, mas
suprapessoais
são e transcendentais Ela nos fornece um
meio de
.
relacionamento e atitude
direcionar as várias El no dafeta
correntes em níve quede se
e energia realidade
juntam
s
dentro s. a s s s
acontecimentode nossa vida
d e nós para formar os padrões duradouros d e nossa vida, d e
diária. i
nossos
para nos moldar e direcionar interiormente, as
preocupações e
superfície
do nosso âm de aum
g o , imenso riO da vida que do
mais profundamente caminha
que
vagarosa e
e a Imaginação
qualquer Atava nos harmon
Comparadas zam com
a essas uma visão
imensas forçasmaior
da
puxaminternas,
nossa mente para fora dessas ondulações e
c o m o poder
dessas
Podemos
decisões d a v i dsentir, então,
a rotineira p aque
r e csonho e imaginação
e m simples nos
ondulações
sobre ligam
a
de realidade. E mais do que
eal.
inexoravelmentepara o seu objetivo. O trabalho c o m os
sonhos
i
vida, c o m a direção desse imenso rio. Por alguns
instantes, eles

correntezas que nos preocupam a maior parte do


tempo.

a um nível d e existência que não é só "real", no sentido


r
externo
CAPITUL04

O S ARQUÉTIPOS E O I N C O N S C I E N T E

O conceito de freqüentemente no trabalh


cz2"gz/éfjPo surg
c o m os sonhos ou na Imaginação
e Ativa; portanto,o será
estediscutir
útil importante conceito agora, no início do nosso
trabalho.
Assim, à m e d i d a que os exemplos d e imagens arquetípicas
forem
no conceito edem arquétipo;
aparecendo mais estaremos
nossa discussão, adiante, quando
melhor situados
para
chegarmos a
oportunidade de aprofundar
entender seu significado. nosso
Veremos entendimento
agora sobre
as idéias básicas
este
contidas

exemplos específicos d e sonhos e às etapas práticas,


teremosestudiosos de outras áreas como
muitos
antropologia,história
assunto. da
A idéia dos arquétipos psicológicos é u m a das mais
úteis e
estimulantes contribuições d e Jung para o pensamento
amoderno.
literaturae a
Ela tem aplicação vasta fora d a área da psicologia e tem
arte. ,
in.Huenciado
cultura, mitologia, teologia, religião comparada
e interpretação literária. Isso acontece porque Jung
demonstrou que os arquétipos
aparecem e m forma simbólica, não só nos sonhos indiüduais,
mas t a m b é m na mitologia, nos padrões culturais, nos rituais
e símbolos
religiosos e e m todos os produtos d a imaginação humana,
tais c o m o

A ideia dos arquétipos é antiga. Está relacionada


com o
conceito d e Platão acerca das formas ideais - padrões já
existentes
na mente divina que determinam d e que forma o mundo
material
passará a existir. M a s d e v e m o s a Jung o conceito dos
arquétipos
INNERWORK

.psilco/ógÍco- sos padrões característicos que preexistem


coletiva
na psiqueda raça humana, repetem-se eternamente nas
psiques
individuais do ser humano e determinam as maneiras
básicas d e percebermos e atuarmos c o m o seres
psicológicos.
geralmente correspondem
Jung tornou-se cônsciocom
d a exatidão
existênciaa dos
imagens que
arquétipos
têm quando
eobservou
lugares queque os
a pessoa queque
símbolos sonha possivelmentenão
surgem nos sonhos
poderia ter
das pessoas
primordiais associados no inconsciente humano a
certos
aparecido nos mitos antigos, na arte e na religião, vindas
d e tempos

conhecido. Começou a perceber que existem certos


símbolos
significados
nossos universais,
papéis os quais
instintivos, irrompem
nossos valores,do
inconsciente e m
comportamentos,
qualquer tempo e lugar, sem necessidade d e transmissão
cultural.
A o m e s m o tempo, Jung observou que estas
''imagens para se fazerem presentes nos sonhos,
do inconsciente
primordiais'', c o m o as designou, formam o modelo biológico
visões
segundo aparecem como imagens universais, pertencentes
porque
ào qual nossa estrutura psicológica básica é formada.
Poderíamos considera-lascomo padrões naturais que ditam a
forma d e nossas
penetrando na vida estruturas mentais
de um indivíduo ou interiores
de uma ou moldes
básicos que determinam
cultura.
capacidade criativa e formas d e perceber, sentir
no e racionar.
C o m o estes modelos são inerentes ao substrato
do mundo e não formou estas coisas dire amen e de
coletivo
mesmo,
básico mas as
si d a psique copiou
humana, nãode precisam
arquétipos
ser transmitidos
pela exteriores.
cultura, literatura, arte:ou pela migração. Despontam
naturalmente

ou imaginação d e um indivíduo, e m qualquer tempo ou


lugar. E
coletividade, seu simbolismo desperta sentimentos
semelhantes e levam a comportamentos semelhantes onde
quer que surjam

O termo "arquétipo" v e m do tempo d e Philó Judaeus,


com
referência à /âmago .De/ ( i m a g e m divina) homem.
Pode
t a m b é m ser encontrado e m Irinaeus, quando diz: "0
t
criador
t

''Arquétipo" é u m a paráfrase exp]anatória [da forma


ideal]
ROBERTA. J O H N S O N

platónica. Para nossos propósitos, este termo é


e é útil porque nos diz que... estamos tratando
conveniente
com tipos
universais
arcaicos ou que existem
-- melhor desde--os
dizendo tempo mais
primordiais, isto é,
remotos.
imagens

(Jung, 9, C W . 5-6)
semelhança
E m a n a m do e inconsciente
até uma uniformidade de exper
in.fluências ência,
decisivas
eque,
independentemente d a tradição, garantem a c a d a ser
i
u m a sua condição de imagens primordiais, denominei
com

t a m b é m do m o d o pelo qual é representada


imaginativamente.
U m a das principais provas deste fato é o paralelismo
quase
universal entre os temas mitológicos, os quais, d e
acordo

a/"qwéfZ»os(.9, C W . 118)
humano, a forma especi icamentehumana que suas
SÓ podemos supor que o comportamento [humano] é
atividades
resu]tado
d e padrões d e atuação, os quais descrevi c o m o
{ m cz ge 7 z s
[primordiais]. O tertno ''imagem" pretende expressar não
só juntas
surgir a e que se repetem espontaneamente em
forTna d a atividade que se desenrola, mas a situação
modelos
típica na
qual a Praticamente,
também é um tipo. atividade é liberada.
nenhumEstas
ser imagens
humano são
"primordiais" na m e d i d a e m que são peculiares à toda a
real se espécie, e, se foram um
por sua própria natureza, modelos idealizados de
dia ''originadas", sua origem d e v e coincida. pelo menos,
traços
c o mde o
início das espécies. Elas são a
f
''característicahumana" do ser
adotam. (9, C W . 153)

C o m o está implícito na própria palavra, os


arquétipos se
relacionam aos f/»os - tipos no sentido d e um traço
característico
d a personalidade ou d e um conjunto d e qualidades que
parecem
identiÊlcáveis. A "donzela virtuosa" é um tipo; a "rainha gentil
e sábia" é outro tipo; o "guerreiro corajoso" é outro, e
o "puritano"

ajusta completamente a um tipo determinado, pois os


tipos são,

personalidade ou d e padrões d e comportamento.


Encontramos
INNERWORK

personagens na literatura e figuras em nossos


ajustam que
sonhos exatamentea
se um tipo, mas os seres humanos
coma)zlczçâes
reais são de muitos tipos associados para formar
uma nalidade humana rica, multifacetada
perso contraditória, .
Se encontrarmos o d:amanhode volta aos
instintivamente reconhecemos
padrões primordiais como traços
que produziram c a d a de
um destes fí»os
personalidade
universais que
que existiu na mente do primeiro homem, assim como na
sua e
existindo potencialmente dentro d e nós -- a i m a g e m
Em grego,
primordial significa primeiro"
na e
sãom iosn h a model
- então
in teremos
ciais" p encontrado
exi tentestque
a m b é mformam
o ong/maZdo
o
tipo,
fundamental dos principais componen es dinâm cos da
sboço
a matriz do tipo, a chapa a partir d a qual a página foi
impressa.
estes tipos, percebemos que são eles, combinados,
que nos "cunho"czrc;ze "o fy»os significa
''marca", ou "modelo". Os a/gwéfZPos psicológicos,
ssa herança como memb os da raça
'' os i re s
humana.
t
então,
e
i personalidade humana. No sentido real, quando
ou personalidades
olhamos para completas, que vivem dentro de
Realmente,
nós. todos emos mu tas personalidades dis
tornam
intas humanamenteidentificáveis.São inatos e m nós,
parte
de no r
Dentre estasasformas
N e m todas imagensde que
energia que se nos
aparecem apresentam
sonhos
como
são
arquétipos. Deveríamos começar por observar que o
quem sonha. As pessoas geralmente ficam confusas
inconsciente
équando
composto d e energia e que ele se ordena e m sistemas
algumas das formas simbólicas assustadoras sob as
qua s os
distintos
d e energia -- ou o que poderíamos chamar d e "formas d e
energia"
Estas formas d e energia p o de m ser sentimentos, atitudes,
valores

t i
t
coexistindo dentro de nós, a nível inconsciente.
São estas
"personalidades'' interiores que nos aparecem e m
sonhos c o m o
"pessoas
imagens e m nossos sonhos, existem arquétipos. M a s a
maioria
dessas formas #ão são arquétipos, não correspondem aos
modelos
universais; são simplesmente sistemas pessoais d e
energia d e

o u v e m falar pela primeira v e z dos arquétipos e se deparam

com
i
ROBERTA. J O H N S O N

arquétipos aparecem. Elas p o d e m pensar que toda i m a g e m


aparece
que nos sonhos representa um arquétipo. Ou
podem ter a
impressão d e que existe e m algum lugar u m a lista c o m
todos os
ao símbolo do
arquétipos, e que se poderia interpretar todos os
símbolos
sonho. do
sonho, tomando o de
ro infinito arquétipos,
arquétipo da mesmad aforma
mais provável lista que
e
incontáveis
são os traços e padrões de personalidade que
aplicando-o
existem
questão de sentirN equen h u estamos
m a dessassintonizados com Existe,
idéias é exata. um
universa
sistema de energia humana, face a um poderoso símbolo
núme
que
temos provavelmente,um
s(5 o direito, mas o dever, de recorrer à
nossa própria universalmente entre os homens.
por nomes que tenham sentido para nós como indivíduos.
Mais te, conversaremos maisIdentificar
sobre
um arquétipo é u m a
isso.
desde
brota odoinício
fundoda d História a idéia deh uaZmcz
e nossa natureza m a n a apareceu
coletiva; não
espontaneamente.
l A humanidade sempre intuiu ou pressupâs a
se trata
homens sempre
d e usarmos u m aselista
referiam a suaque
d e tipos alma como fez.
alguém umaNeste
presen
foi avista
assunto
a/ma não como uma mulher int rior que se casou
com Cristo
imaginação criativa. Somos livres para designarmos os
arquétipos
ao contrário, freqüentemente imaginaram a alma como uma
adian
Alguns exemplos p o d e m nos dar u ma idéia mais
Jung descobriu que aquilo que as pessoas
clarachamde
c o m oageencontrar
que os arquétipos:
como a "alma" da religiãoe me todas as culturas e
da poesia,
realizando as ,
religiões,

existência d e u m a entidade interior invisível, porém


aviva. Os
e

.áem/m/mcnza,s
ç alegorias poéticas e religiosas. Algumas
vezes a
ou que tornou possível a comunhão c o m Deus. Outras
vezes. os
homens imaginaram u m a musa feminina que os
inspirava à
poesia, à literatura, à arte ou à sensibilidade reÊnada. As
mulheres.

presença masculina que proporcionava sabedoria e força


am
de .
''alma" na linguagem religiosa tem, na verdade, sua
contrapartida
psicológica: u m a parte específica e objetiva d a psique
interior

mesmas funções descritas. Para os homens, a alma aparece


nos
4 .àiúüH:n ái á A: f.ióiiiiÉqi3i#%ÜW; &iiiü#!Íiã8ÊWI
iiiW

INNERWORK

sonhos c o m o u m a presença feminina. Para as mulheres,


usualmente c o m o Êgura masculina. Para distinguir esta
entidade psicológica objetiva daquela d a concepção religiosa,
Jung designou d e a @ j m c z a figura feminina dos sonhos dos
homens e d e amÍm@s: a figura masculina dos sonhos das
significam "alma" e
No capítu
mulheres. os posteri
Estas duas palavras es veremos s al ns l
apariçãoda a mcze do a#/m@ns
exemp respectivamente,
"espírito", os
e m latim.sonhos e na
imaginação.or O gu los d a
ponto importante aqui é que a característica principal d e
de todos os homens e mulheres, em qualquer lugar.
um
Isto é
arquétipo é sua universalidade, ou seja, ele produz u m a
estrutura
o que nos faz
ou u m a forma d e energia que parece existir na estrutura
humanos.
psicológica
as várias imagens da a#jma e do cz m s -- pelos
verdadeiro para a alma, tanto c o m o entidade objetivo quanto
cquais
o m o ela se
símbolo universal. Isto é parte d a nossa herança humana,
daquil
parte Não
a só a alma existe c o m o u m a realidade
Assiparas as um
interior pessoas, c o m o t a m b é m gera um conjunto
com uma
m esfrwfwrainterior,
universal d e símbolos - como no caso da amÍmcze do
a#/mws,
representa. Assim, podemos encontrar nos sonhos d a m a i o h a
dos
homens um conjunto
sonhar que d e imagens
se viu diante do deuspara
ou da a a@Zmcszemelhante
deusa do amor. O ao
que
amor é
se padrão
do encontraprimordial
nos mitos,de nas fábulas,
nossa nasdereligiões,
maneira sentir, naagirarte e
enanos
literatura. O m e s m o é verdadeiro para o simbolismo
universal do a 7 z Í m @ s , entre mulheres.
como arquétipo pode ser facilmente identiüéado
.4moz Romântico (N.
' . E.)
ele t a m b é m pode ser u m a ccz7"acfe7"ísfuicnaiversal que
todos
reconheçam ou ainda u m a forma universal d e sentir e d e
se
comportar, que todos vivenciem. Por exemplo, um a mulher
pode

um arquétipo: amar é u m a tendência h u m a n a pré-formada, é


parte

l Para um maior entendimento a respeito d e c o m o essas "entidades",


c z / z i m cez
a ímzls a g e m na psique, consultar as obras anteriores do autor publicadas
pela
E,àkotabA.ercuryo: HE, A C h a p e do Entendi,mento d a Psicologia Mascul,ina;
SHE, A C h a v e do Entendimento d a Psicologia Feminil,a; W E , A C h a p e d a
Psicologia do
ROBERTA.JOHNSON

relacionarmos uns c o m os outros. O amor está


um.
dentro e ded e cada
c a d acultura. É tão universal que dizê-lo
parecec
desn ssário.
apenas a ânsia que
A mulher de amar.
sonhaEla
c o mtarübém tem a capacidade
este arquétipo não tem
parae oe
edem uma
si imagem que representa o czrgwéfi»odo amor -- o
amor
ódi o ndo
e o darancor,
psiquec oprimordial
m o todos nós, escondida e m algum
de nossa
d a sua personalidadetotal. No sonho, porém, ela
lugarespécie.
está na presença
ccomportamento
o m o fot'çauniversal, suprapessoal, que se projeta d e
algum
. f lugar
no
Diante dessa i m a g e m , se ela conseguir enxergar
u
que é a -- ou de reconhecer um símbolo como uma
da imagem
energia
daquelasuniversal do amor que a está desafiando e
ubíquas poderá
afetando, temporaientender melhor seus próprios
sentimentos,
e s. emoções e

Já mencionamos anteriormente que existem


ser útil vezes.
incontáveis
às As designações
arquétipos jungianashumano.
no inconsciente dos arquétipos foram
Determinar se
trazidas
estamos ou dos
não tratando c o m um arquétipo e m um sonho, é questão
d e sentir quando algum padrão ou instinto humano
somos testados pelo destino, universal
é comumente
está chamado uma
por detrás

imagens primordiais que e v i d e n c i a m as características


hser
u m livres
a nas a para usar nosso próprio julgamento,
imaginação
sentimento aoe decidir se estamos ou não tratando com
um Não precisamos saber quais arquétipos
acharmos mais
foram
oficialmente designados por Jung. Não precisamos
conhecer
os nomes que lhes deram os jungianos, embora isso
nos possa

mitos e religiões antigas, pois foi ali que as imagens


primeiro
apareceram, freqüentemente na sua forma mais
dramática e
memorável. Por exemplo, o arquétipo d a jornada heróica, na
qual
''odisséia'' , pois sua i m a g e m mais forte é a jornada d e
Odisseu.
-boastodos esses nomes são, d e certa forma, arbitrários.
Devemos

arquétipo, e sumo igualmente livres para dar-lhes os


nomes que
signiÊlcativos.
INNERWORK
Anos atrás um estudante recém-graduado veio
trabalhar
sistematicamente em seus
seus sonhos comigo, e u m a sonhos. Espontaneamente,
Êgura masculina começou ao
aparecer
O
estudante e
inventou em uma
um n o m e para esse tub de
amistoso
em épocas passadas,na
companheiro seu Europa. Em certoso sonhos,
que emostrava
ele seu um caráter universal. C h a m o u - o d e ''irmão
tribal''
estudante irmão tribal v i v i a m z;/êÍpzgs,

companheiro eram guerreiros e lutavamjuntos. E m


outros, eram
curandeiros. E m um deles, encontravam u m a mulher radiosa e
Está claro que o ''irmão tribal" é um arquétipo
mágica,
vestida d e branco,
e que há o que no sonho se tornou a esposa do
estudante. Juntos, passaram por todas as lutas e
descobertas numinosas próprias
d a juventude. A c a m a r a d a g e m c o m essa Êgura interior era
experiências
tanta, e e desafios da vida. E essa imagem corresponde
asentida d e forma tão real, que o estudante se sentia solitáHo
quando
de desenvolvimento,tal
aconteciade passar uns como dias sema imagem
ver odes
a m i reve. Na sonhos.
g o nos mulher,
irmã
a é um de consciência feminina qu aumenta
arquétipoarquétipo
tribal correspondenteda "irmã tribal" ena
que ela evolui
estrutura das para se tornar uma mulher
mulheres.
madura. Homens e mulheres sonham âeqüentemente c o m
de fazer nossos próprios julgamentos e escolher os
essa
figura nos primeiros anos d e maturidade -- alguém do
nomes que
mesmo
de símbo
sexo e i d aos. Entretanto,
d e que quemé sonhou
os ajuda, que e viu e este
o Hlelaliado
símbolo,
companheiro nas que surgiu de um passado remoto.
deu-lhe um nome
u m a mos fazei' omo e
Também
e.
realidade objetivo, pois o sistema d e energia
dentro do indivíduo e I h e dá força e
realmente v i v e
consciência para o seu processo
c

seu sentido d e feminilidadee fortifica sua identidade, à


medida

Cito aqui este exemplo para enfatizar que temos o


direito
acharmos convenientes. Não encontraremos o "irmão
tribal"
escrito em alguma lista padrão d e arquétipos ou e m um
l
dicionário

reconheceu-o c o m o u m a i m a g e m universal d a v i d a
humana, e
pode c l
Algumas vezes se torna mais fácil ver
c o m o as
personalidadesque aparecem e m nossos sonhos
correspondem 47
ROBERTA. J O n N S O N

a grandes forças da natureza humana, se compararmos


arquétipos à concepção dos gregos antigos a respeito dos
estes
que eram /arcas que interagiam com a vida humana
Estas forças estavam presentes em cada uma das
individual
deuses,
vidas, .ainda
ou tempo particular. ''Os de ses" também poderiam
ter sido universais, atemporais e fora dos limites d e um a
que fossem
v/mfeg
i d a abas, semelhante às "pessoas" dos sonhos com
u
descritos s nossos ,
natu eza c o m o ''campos de energia'', atuando sobre a
raça
humana.humana. No entanto, suas imagens representavam
grego eram, na verdade, símbolos por excelência para
.pezsomaZzldades
os
universais, que compõem a personalidade
u m a aura d e grande poder e ajustando-se a grandes
humana.
r
tipos d a Por esta razão, Jung disse que os deuses e
de nós. De qualquer modo, quando nos deparamos com
heróis do Panteão
as
modelado pela imagem Sentimos que tocamos não só um
arquétipos. Suas imagens expressam os tipos primordiais
tipo
No sentido estrito, os arquétiposnão são forças, mas
sim modelos preexistentes que dão formas típicas às
de lidam.Quando os vemos como forças queforças dentro
nos movem
e
image
povosnsantig
dososarquétipos, sempre
os perceberam senntiram
ou se timos como
o poder que foi
poderes
l

imenso
.
simbólico,
humano domas t a m b é m Coletivo.
Inconsciente um reservatório
Podemos d e os
sentir poder supra-
arquétipos
nos fortalecem ou derrotam, no liberando ou nos
c o m o u ma carga d e energia, sentimos c o m o se estivessem
possuindo
fora
conseqüências. Nós os sentimos como energias imensas,
d e nós, algo c o m que a mente consciente tem d e
interagir, tem influenciam, começamos a entender'porque
os gregos e outros
sobrenaturais.
C o m o os sistemas d e energia gerados pelos arquétipos
são
transpessoais, universais, correspondentes a realidades
primordiais
atemporêis, nós os sentimos através dos sonhos c o m o se
fossem
divindadesou deuses, os experimentamoscomo Grandes
Por vezes nos ajudam, outras vezes nos a m e a ç a m ;
Poderes. s
alternat:ivamente
, dependendodo processo d e evolução que
atravessamos e d e suas

.
J
INNERWORK

transcendentais e eternas que estão fora do nosso


controle, par de noss vida e
m e s m o faze ndo te a natureza.

C o m o acontece c o m a maior parte dos conceitos


comum, rotineira.
psicológicos, muita Sentimos e nosdos
coisa, na idéia damos conta dos
arquétipos, refere-se
arquétipos à vida
Por exemplo, se conhecemos uma mulher que está
aquandoem nossas vidas cotidianas, sem identifica-loscomo
lutando
humana,
tais. dizemos: "Ela é uma heroína, sobrepujou tudo

contra diÊlculdadesesmagadoras e mostra u m a coragem


de acordo com esse tipo universal, que conhecemos
sobre-tivamente
.
heroicamente." S e m pensar, reconhecemos que o
arquétipo d a
heroína
nós v i v e nela,
conhecemos - f a z parte donaseuatitude
carátere e clue ela se
de tal
comportou s s
homem.
instin
da mesma forma que o do avarento. E por isso que
Em outro caso, podemos dizer que um conhecido
nosso
até dizemos que ''está estampado no seu rosto". Em
"outras,
a ge c o m o
osum Scrooge".i Significa que o arquétipo d e
O arquétipo do herói, por exemplo, pode vir à tona
avarento
misantropo
em uma - outro tipo ou modelo d e personalidade que
todosaldade a insp
rar. manifesta-se comportamento
O arquétipo do herói ou heroína v i v e e m c a d a um d e
nós,
instantaneamenteos reconhecemosnos outros. E m
certas pessoas, um arquétipo determinado está
(N.
E.)
fortemente evidente:
arquétipos são potencialidades que permanecem no
inconsciente.
determinada pessoa, quando u m a crise assim o exigir, ou o
amor
e a le i
Nenhum d e nós tem só u m a face. Não somos
criaturas
unidimensionadas; somos combinações ricas d e u m a
variedade
inânita d e arquétipos. Todos temos um pouco d e herói e
um pouco d e covarde, um pouco d e pai e um pouco d e
criança, um pouco d e santo e um pouco d e bandido. E
aprendendo a identificar estes

l Scrooge: velho rabugento e sovina, personagem d e um conto d e Charles


Dickens
ROBERTA. J O H N S O N

grandes temas arquétipos em nós, aprendendo a honra-los


características legitimamente humanas, aprendendo a viver
como
suas
c o m energias de forma construtiva, que faremos do
or uma gra nde o isséi do
trabalho
inter d a
espírito.
Os arquétipos são comumente apresentados
Se o iarquétipo universal da heroína nos aparece em
pelo ele
sonho,
envergando umac oarmadura
inconsciente brilhante
m o imagens divinas,oureais,
carregando umaou
mágicas
mágica.
spada Geralmente haverá alguma coisa que transmite
míticas.
a
pode tomar a feição d e u m a Êlgura legendária, c o m o
magia não estiver presente, poderá haver o sentimento
de que
das Mães,
Joana d'Arc,o Pai Tempo, a guerra do Armageddon, o
Amor e
sensação d e nobreza ou d e autoridade.
M e s m o a sensação específica d e reverência, di vi n d a d e
ou
estamos diante d e um protótipo d e experiência universal:
a Mãe
abra ge oda experiência amor que
i
n t a humana d e já
que
existiu.

Apocalipse (N
. E.)
: Armageddon: o lugar onde se dará o onf o final entre o b e m e o
. c lit
mal o no
descrit
CAPITULO 5

CONFLITO E UNIFICACAO
C R E D O IN U N U M
Como o trabalho interior é o diálogo entre os
consciente e dodoinconsciente, ele sempre traz o
elementos
conflito
espectro --doconflito interior acerca de valores, anseios,
crenças,
moda/su/z;e#diíc, ondutas, lealdades. Os con.ditos, é claro,
não. Maslá
estão nosso trabalho forma,
d e qualquer com osindependentementede
sonhos nos força a vê-os
Imaginação
los. E a Ativa, talvez mais do que as outras formas de ou
enfrentarmos
trabalh
interior, traz os conflitos para a superfície e d e i x a -
o
os à mostra. Que fazer para trazê-los para fora? A maior
se aos preconceitos de seu ego e reprimindoparte dasaspessoas
vozes
do não consegue encarar d e jeito nenhum os conflitos
interiores; elas impõem-se u m a forma d e unidade artificial d e
vida, apegando-
verdade seres Se
inconsciente. .pZwzajsC. ada umd edenós
outras partes nósmesmos
tem umatêm
multidão
valores oudeanecessidades diferentes, a maioria
partilham mesma psique. Sabemos também dque
e nós
a
prefere não saber.
menteJá falamos sobre o pluralismo d e nossa estrutura
interior.
Sabemos que, apesar d e parecermos seres individuais,
somos de
desafio na integrar todas as partes em um
odo.
personalidadesdistintas que coexistem no m e s m o corpo,
que
h u m a n a v i v e n d a o mundo d e forma dual: dividimos o mundo
e o
nosso próprio ser entre a escuridão e a luz, o ''bom'' e
o ''mau", e
permanecemos julgando tudo eternamente, ficando primeiro
com
lado, depois c o m outro, raramente assumindo o
t
um mas
gra de

n
ROBERTA. J O H N S O N

Talvez seja essa tendência h u m a n a d e ver tudo c o m o


ou ''mau'' que crie o maior obstáculo para assumirmos
nossas
"bom" diferentes persona idades lin erio es.tNão r pe ebemos
quee utilizarTnos
Recebemos
rc a maioria
nossa destes
avaliaçãopadrões da efamília,
do ''bom" da é, e m
do ''mau"
geral, arbitrária
cultura, do e subjetiva.
condicionamento d a infância, sem questiona-los. Se
vamos descobrir que também podem ser forças positivas
tivermos
-- e que d e olhar, c o m a mente aberta, para alguns dos
coragem
Como qualquer
instintos e elemento interior, devem ser
reconhecidos,
sistemas d e energia dos quais nos envergonhamos, quase
E preciso coragem para ir até o lado "mau" de nós
sempre
mesmos,
em nossa
são simplesmentepartes normais do caráter humano
vida.
completo.
de nossos desejos e ansiedades. U m lado parece dizer
sim,
honrados e vivenciados
psique pede e m um segurança
relacionamento, nível apropriado e consh- O
e estabilidade.
utivo.
outro
em lugares exóticos, viajar para o outro lado do mundo
ee viver
considerar que pode ter um papel construtivo a
desempenhar
con.Ritosentre desejos, para
E preciso coragem deveres e diretamente a
olhar
obrigações.
nosso trabalho
.bagmentação interior
enquanto e mergulhar
o outl-odiz não, nessa
c o m veemência.
fragmentação e
U m lado d a m i n h a quer partir para as heróicas cruzadas,
esses conflitos podem eventualmenteser resolvidos,
anseia
as partes grandes aventuras
uma realidade mais profunda, uma unidade fundamental e
c o m o cigano. Já u m a outra personalidade quer
um
construir
U m bomumcomeço pa a compreender o trabalho
império
interior é consolidar
- seus sistemas d e poder. Por
de Nicéia. Cred
vezes, o /mdiscussão
essa ZI/m .Dewm:Creio
parece nãoemterumsolução
Deus e nos
Ünico.
sentimos dilacerados pelos

C o m o , então, poderemos ir ao inconsciente


através do
dualidade? Podemos não encontrar coragem para encarar
essas
terríveis divisões, a menos que, instintivamente,
sintamos que
' em luta encontrando a paz, a fragmentação, finalmente,

revelando

sentido para a vida.


apesar
r
Cred d e parecer estranho à primeira vista -- é através

do o
INNERWORK

Milhões d e pessoas repetem esta oração, e m


todas
línguas, as as semanas. Naturalmente a maio ia de nós
todas
nunca
levou e m conta suas implicações; tornou-se
r
respeito do Credo como oração literal, religiosa,
uma ''ladáihha'' a ser
deve-se
repetida
que mecanicamente.
existe um só sujeito, Qualquer que seja
uma só Fonte, o sentimento
um começo, uma a
unidade
Uma vezo que
considerar que se ntimos no
significa este princípio,
nível sabemos
psicológico. Nelaque
se
afirmanão

ddea um
qualmesmo
toda a multiplicidade d a v i d a e m a n a , e para a qual
tronco. esta convicção estaríamos desamparadosl o
Sem
retorna.
trabalho
importam os conflitos que encontramos, não
importam as
confusões
podem sere reconduzidas
choques que temos
ao Um.dentro d e nós,
Uma forma de são todos
refazer
galhos
esse
dualidad através o trabalho inte
r.
sério c o m os sonhos e os cona'ontos d a Imaginação
A v i v a seriam
impossíveis. A multiplicidade d e nosso interior nos
recitando
esmagada. pares de opostos que expressam o .y/me
oM a s
.ya#go Credo
da nos ensina que todas essas personagens
interiores,
toda essa energia, e m a n a m d e um a fonte única, indivisível e
chinesa
que ant a, esta pal vras revel m a divisão e
inerente
pontâneado mundo em pares de opostos: t evas e luz,
quente
c a mi n h o e é entrar n n
e, d rio
corajosame te esse

que está em repouso, o eceptivo,o macio, o frio, o


escuro. Na
o, nessa
Q u e m não é atormentado u m a
p
b ol
a uparte
r a l do
i s mtempo por essa
dualidade d a vida? Dentro d e nós, degladiam-se vozes
masculinas
e femininas, dever ou desejo, b e m ou mal, esta ou aquela
escolha,
seguir a c a b e ç a ou seguir o coração -- podemos ülcar a v i d a
inteira
existência.
Uma vez que vamos usar muitas vezes os termos yim e yczmg,
é interessante explicar seu significados Na rpsicologia e
ig s sa .a s
ÊilosoÊia

Trio, masculino e feminino. O s antigos sábios ensinaram


que o domínio d a realidade total é alcançado mantendo-se
os pares d e
opostos e m equilíbrio.
Hamgrefere-se ao masculino, o que está e m
movimento , o
ativo, o duro, o quente, o seco, a luz. yZmrefere-se ao
r
feminino, o
ROBERTA. J O H N S O N

psicologia jungiana usamos estes termos para


expressar a
de nós aspectos
experiência que são
psicológica h u mcomplementarmente opostos.
a n a d a dualidade. Todos Uma
temos
parte
dentro
feminino.
é a favor,outraoutra doé lado
contra. Parte d e nós quer ir adiante,
outra quer permanecer quieta para ver c o m o fica. Uma
masculino.
atitude v e m do lado
o lado ya#g se expressar quando or a sua vez.
A
se dá a sabedoria,
ambos os dlados aquilo
e acordo quesábios
c o m os Ihe é antigos é
devido po o lado # o n quan o
adquirida ,
pela nossa encarnação como seres conscientes que,
r deixar .yZ pred mi ar, d
c h e g distintos
como a sua h ra e
f
dele.
a o deixar
Independentemente do assunto, o equilíbrio v e m somente
Como Adão, no Jardim do Eden, aprendemos a nos ver
.
como
quando
oposto não só fenómenos externos a mas, inclus
S e m esta dualidade, sem esta divisão do cosmo, não
s os
poderia nós ve,
''bom" e o que parece ''mau'',as coisas que nos
haver v i d a h u m a n a c o m o a conhecemos. E o preço que
apavorame as
pagamo s
a um sentido de nós mesmos como indivíduos desgarrados
inevitavelmente,aprendem a separar o mundo e a ver a si
do
Coletivo
próprios
.
pesado:
O cami a nfragmentaçã o, os
ho para a consciência aparentemente
c o m e ç a quando
aprendemos
conflitos
a quebrar a unidade primordial d e nossa inconsciência
original.
ainda não suficientemente conscientes para sentir a
unidade distinta dos demais e do Mundo. Aprendemos a
dividir o
mundo e m categorias, a classificar. C o m e ç a m o s por
i
separar em
nossas próprias personalidades e características: o que
parece
que nos confortam, aquelas que nos dão segurança e as
que nos
a m e a ç a m e diminuem. Desta forma, c h e g a m o s à
autoconsciência,

rebanho, egos que permanecem à i m a g e m do


Inconsciente

Todavia, o preço que se paga por esta


conscientização é
irreconciliáveis, o sentimento d e que o universo está à
margem
e sem um núcleo provido d e significado. Estamos
suÊlcientemente
conscientes para sermos dilacerados pelos conflitos d a
vida. M a s

fundamental d a vida. A i n d a assim, é por esse cami n h o


que a
INNERWORK

natureza passa a perceber sua própria existência, da n d o


nascimento àquela que é sua testemunha: a consciência
humana.
homem dq que
"Mas por iri na
, por
Terra",m ou or mal,
pode-se um nível
perguntar, maio
''é necessário

de a u r be p
ao
r consciência?" Esta é, na verdade, a questão crucial, e
não encontro
a resposta c o m facilidade. E m v e z d e u m a resposta
nebulosas,
verdadeira, plantas e animais, exZsfeD. e uma pequena
só posso
colina no fazer u m a con:Gssão d e :6é:creio que, após
milhares e
milhões d e anos, alguém teve d e se dar conta d e que esse
mundo
mal-avilhosod, e montanhase mares, sóis e luas,
galáxiase
E então, naquele momento em que vim a sabê-lo, o
mundod a ÁÊ"ica. certa vez. observei os vastos rebanhos d e
leste
animais selvagens pastando silenciosa e calmamente,
c o m o têm feito
desde tempos imemoriais, tocados apenas pelo sopro do
mundo
primevo. Senti então c o m o se eu fosse o primeiro
hDepois
o m e m , dea nos termos
prüneira separado,
criatura depois
a saber que detudo
termos
é. O
o mundo à exis
tr zido
mundo
ência, ornando-nós conscientes dele
inteiro à m i n h a volta estava ainda no estágio
como prünevol ainda não sabia que exa.
terminada. Cada um de nós carrega uma intui ão, um â
convicção
passou a ser; sem aquele momento, ele nunca teria
sido. Toda a Natureza procura esta meta e percebe que
coração da completa
ela se vida, e denoque é possível para nós, percebê-
lo homem... C a d a avanço, m e s m o o menor, através deste
c am i n h o
dse erealização
filosoâas consciente,
designam comoacrescenta
{Zwm l#zcz muito
ão. para o mundo.
(jung,
9, 1, C À e p. i7D

t t
unidade
a distinta de nós mesmos, nossa tarefa ainda

não está
que para

latente d e tudo, no final, colabora


ç
.um sentido universal
um significado. Existe nos homens d e que há unidade e
,
coesão no

conscientemente.Até onde posso perceber, essa


conscientização
d a unidade primordial e essencial d a psique h u m a n a é o que
muitas
religiõe i ç
O trabalho interior nos ensina um dos mais
importantes
princípios para trilharmos o cami n h o que nos leva ao
seZFuniâcado.
ROBERTA.'JOHNSON

Muito acreditam que alcançarã a unidade po retrospecç


evitando os conflitos,
s o faze nd o d e conta r queão,
eles não
trabalho
existem. O interior, como experiência prática, nos
mostra que
corajosamente
podemos aõarcazno omeio das vozes
conflito, que a sedualidade,
abarcar debatem ecolocando-
encontrar
nos
ssam
nosso. caminho, afrczuésdelas, para a unidade que,
podemos encontrar nosso sentido de unidade
afinal, elas
primordial
expre
Não podemosretroceder. Não podemos nos
retirar. Não
acancelando
uma consciência
nossa da unidade latente.
consciência e Nossa
nos tareia é
refugiando na
inconsciência
encontrar a animal. Nossa evolução adotou um
c ami nh o diferente, e este cami n h o está estabelecido
sere d e nós,e tão
dentrodistint individuais
seguramente quanto
s os
a estrutura d e .nosso corpo físico. Nosso ca mi n h o
segue direto
Maomé e os profetas. Cada um deles ca rega o arquétipo
para Ê'ente, não contornando o dual, mas através dele, e m
do se/
direção
unidade fundamental e o significado d a vida, sem sacrificar
.

a emos para a consc


encia. do nosso pluralismo, o sentido d e nós mesmos
consciência
cé oom oestofo da vida. Surpreendentementeé, também o
caminho
E porque o cosmo está dividido e m céu e terra e
e a terra dialogam que o universo produziu um
magníâcã linguagem.
porque o céu r
Cristo, um Buda, um
F uniÊcado e a m e n s a g e m d e que os
muitos são na verdade um só. E graças aos conflitos d e
nossa própria v i d a chama-l
-- e nossa b o a vontade
para enfrenta-los e os para um diálogo construtivo - que
A

cresc
A parte que nos cabe, se formos honestos, é
i
viver na
dualidade e no paradoxo. O diálogo desses elementos
paradoxais

mais seguro para a unidade. Nossos sonhos são o seu


tablado, a
sua oficina, o campo d e batalha. E a Imaginação Ativa é
sua
FARTE ll

O TRABALHO C O M OS SONHOS
CAPfTUL06

C O M E Ç A N D O A TRABALHAR C O M OS SONHOS

Desde que este livro pretende fornecer uma forma


e direta d e trabalhar c o m os sonhos, não nos
prática
estenderemos muito
nas teorias. Entretanto alguns conceitos e termos
usados
dos na análise
sonhos. jungiana
Como vez são bastante
por outra úteis citados,
eles serão para nos
aproveitar
vamos orientarjá.
a oportunidade para discuti-los no mundo
Depois,

entrarmos nas etapas práticas, aprenderemos c o m o usá-


aviva.O ao
sonho é curto e simples, aparentemente,mas
los.U m b o m ponto d e partida é examinar um sonho
provocou
real, o
qual servirá c o m o exemplo para ilustrar algumas idéias
básicas.
Eis o sonho d e u m a j o v e m que leva um a v i d a
meu marido está com elas. Então lembro-me de que meu
proÊlssionalbastante g r a n d e impacto na pessoa que o
irTnão
E es parecem não me ouvir. Então, um moço des
sonhou.com
renhado,
O som,ho do R e n e g a d o
"Estou procurando as chaves do m e u carro.
Suponho que
levou o carro emprestado e não devolveu. Vejo ambos e os
chamo.
g
a aparência d e um 'renegado', entra no m e u carro e sai
l
c o m ele.
Sinto-me extremamente frustrada, só e desamparada."
Para trabalhar c o m este sonho, a j o v e m partiu d e
dois
princípios básicos: primeiro, a função básica do sonho é
expressar
ROBERTA. J O H N S O N

o inconsciente. Ela ficou ciente, dessa forma, d e que o


sonho
Segundo, elaalgo
expressava sabiaque
queexistia
as imagens
dentrodo dela,
sonhoa não deveriam
nível
consideradas
inconsciente ao pé da letra, mas sim como símbolos de
ser
partes
dela m e s m a e d a dinâmica d e sua v i d a interior. Ela
tantoPor causa das associações espontâneasque
aplicou
a análise d e sonhos c o m o a Imaginação Ativa aos
mentalmentefez
personagens
concen rada.Ela
do sonho. Esta se
foideu conta de que andav atão
a interpretaçãobásica que docupadacom

sua
resultou:
entre o marido e o irmão, a j o v e m sentiu que ambos
representavam
t
a parte de si m e s m a que precisava .Rcar tranqüila,
meditativa e
situação surgia como um "veículo'' no qual ela
extrovertida v i d a profissional que não tinha mais tempo para
entrava, e que
aumcasa,
produto da sociedadecoletiva,e, de certa forma, fora
a família, n e m para o recolhimento desejado. Ela tinha
de seu
assumido mais do que podia, d a n d o aulas e en.sentando u m a
sobrecarga d e
trabalho.
o c Estava
rro, cotrabalhando
a par e demais, irrequieta,
del mesma incapaz dqe is
q e sempre
encontrar
em grande atividade, que dizia sim a tudo, qu go tava de
tempo entra
"ligar para
a ficar só ou c o m o marido. Dizia sim a toda
solicitação,
concordava e m participar d e todos os projetos.
pelo Oirmão
carroe representava, para ela,pelo
o lado representado esse
Como resposta a este sonho, ela fez mudanças
superenvolvimento.A
renegado.
drásticas
arrancava c o m ela dentro. C o m o o carro, a situação era
mecânica,
que considerava
controle. Pareciamais
queimportantes na suapara o carro, dera
algo a empurrava
vida.
a partida
e ''fugira" c o m ela, para um outro projeto, outro
compromisso.
Ela o ou outra âgura masculina, o ''renegado" que
ass ci a
com a m t a u u
saiu
r
e s
máquina'' e ''lançar-se nas altas rodas". Ele era o
protótipo d a
pessoa rebelde que não podia ülcarparada ou quieta. A
j o v e m se
sentia dividida entre o lado d a v i d a representado pelo
marido e

nos seus planos. Cortou os compromissosfora d e


casa, d a n d o a si m e s m a mais tempo para ficar c o m a
família, tranqüila, realizando
um trabalho interior. Houve u m a sensação d e alívio
imediato, à
m e d i d a que sua energia foi sendo direcionada para os
aspectos
:';«i..bú-.-
m--"''-'''ii$h'i,iBR&$U6.8i

INNERWORK

Este sonho ilustra vários princípios básicos que nos


de auxílio. Primeil'o, um ponto importante: mesmo um
servirão
sonho
precisamos sabe . Osinsignificante,
curto, aparentemente sonhos nunca tenta
desperdiçam nosso
nos dizer algo
tempo r
de escuta-los, veremos que trazem mensagens
que e, m e s m o os que classiâcamos d e "tolos", se
Quem são esses personagens que povoam nosso
importantes.
dermos ao trabalho
mundo
vimos
o que a imagem do mar do sign âcava algo distinto de
marido
nírico?real,
seu físico na
Que existe -- nossa
algo associado
estrutura ao seu próprio
interior que é
ser interior.
dentro dela, por Êlguras de
um conjunto c o mvalores,
o o marido, o irmão e o
um sentido
representado
interior de i i
renegado? Para a jovem,
A a
multid mensional e a pluralidade do self interi r.
Neste
Todos sonho,
temos a i m a g e m representava um .pzzí#clí»/doe
uma só cabeça e um s(Scorpo. Pensamos em nós mesmos
z;zldcazgindo
como
escolher qual o m o d o d e v i d a mais verdadeiro para a
sua
personalidade básica.
Osmultiplicidade
sonhos nos das
mostram,
.figurasem dos
formas de símbolos,
sonhos re.mete
todas as
estrutura
i o
muitas
irmão e personalidades
do renegado. Umaoupar
"pessoas'' interiores
e dela queria coexistindo
permanecer em
ecuidando
m
casa, do jardim, med tando e usuÊ'uindo a família. Uma
outra
um indivíduo, c o m um único ponto d e vista sobre a vida,
mas na
verdade,
jovem, se prestarmos
de fato, parece ser atenção, temos d eumadmitir
uma manifestação tanto que
parecem
desordenada
existir várias pessoas vive n d o e m algum lugar nas
profundezas
do nosso interior, c a d a um a puxando para u m a direção
diferente.
personalidades diferentes que interagem e m nós e c o m p õ e m
nosso
self total. No Sonho do Renegado, a j o v e m conseguiu
descobrir
aspectos dela m e s m a representados pelas imagens do marido,
do t
i
parte queria realizar u m b o m trabalho profissional. Outra

parte,
ainda, queria sair e salvar o mundo, lançar-se às ''grandes
causas" c o m o o "renegado", e m cruzadas sem ülm. A parte

"renegada" da

do arquétipo d e herói que estava no seu interior. Mostrando


isso a
ela, o sonho deixou claro que ela precisava encontrar o
equilíbrio entre essas ânsias e valores e m oposição.
Ê
ROBERTA. J O H N S O N

Jung notou que c cada um dos


i nossos componentes
psico lógicos é como
considera-los um entro dist nto
estruturas de consciência.
interiores que formam
Podemos
nossa
independentes que se combinam em nós, uma vez que são
psique total. Podemos vê-los c o m o sistemas d e
energia
diferente; cada um tem uma força ou qualidade diferente
ízafómomosc:
para a d a um tem sua própria consciência, seus
próprios valores, desejos e pontos d e vista. C a d a um nos
leva a u m a direção

contribuir e m nossa vidas c a d a um tem seu pr(5priopapel


Com freqüência, quando tentamos tomar uma decisão
e m nossa
personalidade total.
E por isso que eles são geralmente sentidos c o m o se
fossem
pessoas independentes ü v e n d o e m nós. E perfeitamente
adequado
Eis aqui
que sejam a personagem de
simbolizadoscomo uma novelanossos
.pessoczesm de um
escrito
sonhos.
ba seada e m fatos ou na lógica, somos apanhados numa
fosse a solução que ambos estivessem
luta entre
forçasprocurando.
detei'ríveis dentro estivesse
sua natureza d e nós. Considerando
lutando umque isso oé
contra
inconsciente
outro:
na maioria das a vezes e que nós não sabemos quem luta
pelo quê, Drummer
não podemos encontrar paz. Não sabemos d e que lado
ficar. Quem é essa criança que enfrenta a mãe, a liber
Sentimo-nos
ina quedesesperadamente divididos entre forças
santo que existe nele quer ficar em silêncio na
opostas.
sua celare
contemporâneo
comuns a e os conflitos que apresenta ao en=hentarseu
sedutor:
todos.
"Então podemos viajar juntos", explicava ele, c o m o se
esta

Ela não disse nada. Por dentro, era c o m o se c a d a


componente

criança contra a m ã e , a libertina contra a freira...


(Lê Carre,
Littte Gi'rt, p. '78b

luta contra a freira? Que é isso no h o m e m , cujo herói


t
interior
quer arrasar castelos e sair à procura do Santo Graal,
enquanto o
contemplar o divino mistério? Podemos dizer que
eles
representam possibilidades, aspectos d a personalidade
humana,
INNERWORK

Aqui encontramos os arq@épf os: padrões ou


tendências
e nos formam.
universais São, de fato,
do inconsciente blocos
humano que dese energia que
infiltram e m se
nossa
combinam
psique

através
entre si dapara
personalidade de individual.
criar a psique um só indivíduo. Em nossos
AÍ encontramos o tipo-
sonhos, criança, o tipo-mãe, a virgem universal, a libertina
universal, todos ruindo
nosso caráter e tem uma verdade diferente para contar.
eles um
Cada se associam ao herói ou à heroína, ao sacerdote, ao
canalha arquetípicos.Cada um colabora c o m u m a riqueza
diferentepara o

deles representa a nossa versão individual das forças


universais
que se c o m b i n a m para criar a v i d a humana.
O eu interior não é somente plural: Jung descobriu que a
Esp
psiquentaneamentea, psique se d vide em pares de
se manifesta
opostos. c o m o cz#d7'tig/#czo,ntendo tanto energias
femininas
c o m o masculinas. Todo h o m e m precisa conectar o e g o
"masculino"
mente cons iente, e pa te de mim -- o caráter compl mentar que
à parte d a psique que o inconsciente considera c o m o
seu lado "feminino". Todo e g o feminino d a mulher precisa
simbolizar a ação conjunta das forças interiores que
fazer u m a síntese
devem
c o m a parte simbolicamente ''masculina" do seu ser total.
o i
'l'odas as energias arquetípicas e m n(5s aparecem na
As figuras do sexo oposto aparecem nos sonhos
menteco
consciente c o m o pares complementares:.y/pze ya#g,
feminino e
masculino,trevas e luz, positivo e negativo. Parte d e m i m
representada por uma imagem do sexo oposto. Depende
v i v e na
do
conhecê-
los.
c r
compões o todo -- está escondida no inconsciente.
e
O inconsciente
se utiliza constantemente d a dicotomia masculino-feminino
para
completar-se e entrar e m equilíbrio. Elas po d e m aparecer
como
opositores hostis, inimigos mortais, apesar d e estarem
destinadas
a u m a síntese, pois são f de mesmo f o de

e .
acetas um lux
m
freqüência
nergia para simbolizar os sistemas d e energia que estão
muito
afastadosdo ego, muito longe d a mente consciente, no
ftlndo do
inconsciente d e quem sonha. E impossível predizer, para
u ma
mulher ou um h o m e m e m particular, qual parte interior
será
indivíduo, porém alguns padrões comuns são evidentes e é
bom
ROBERTA. J O H N S O N
Os homens têm sido
tradicionalmentecondicionadosem
pensamento
nossa culturae aà se
organizaçãol
identiâcarema cserem heróis
o m o lado d a ev iativos.
da
Orelacionado ao
representar a natureza emocional do homem, sua capacidade
de
inconsciente e m geral escolhe u m a âgura feminina,
portanto, para
como imagem
sentir, mental
apreciar feminina
o belo, signiâcavalores
reconhecer a necessidade de
e se relacionar
torná-
c o m o amor. Estas são capacidades que, e m muitos
A estrutura do ego de muitas mulheres se
homens, v i v e m principalmente no inconsciente. Sua
identific
principalmente
aparição com sentimento, relacionamento, alimentação e
no sonho do h o m e m

las conscientes, d e expandir a üsão estreita do seu e g o

de "saber é diferente da do lado masculino -- sentindo o


"masculino"
lodo em a
maternidade - qualidades que são tradicionalmente
classificação,
consideradas organização, competição, poder de
"femininas".UmaO lado feminino d a psique é t a m b é m
controle.
racional, mas
usa a lógica do sentimento, o processo racional que se
baseia no
é a {mcz.gema#ímiccz.Em cada homem e em cada mulher existe
sentir, na captação d a diferenciação sutil dos valores. Sua
forma v e z "d e o analisar. Os sonhos das mulheres, portanto,
geralmente usam figuras masculinas para representar o
outro lado d a psique -- a lógica do pensamento, conhecimento
por análise e diferenciação,

mulher pode descobrir que muitas d e suas opiniões,


assim c o m o
suas idéias sobre religião, üilosoÊiae política, são oriundas
que lado
do conduzia as almas para o outro
mundo". (N.T)
d e sua psique que é representado por figuras
masculinas.
O aspecto mais importante d a natureza andrógina d a
psique
um ser interior cuja função primária, na psique, é atuar
como o
.psico.pom.p-o- ique guia o e g o ao mundo interior e
que serve d e
mediador entre o inconsciente e o ego.
Jung despertou para a i m a g e m d a alma quando
sentiu u m a
presença feminina e m si m e s m o que o arrastou para o
inconsciente,
que incorporou a parte dele m e s m o que vivia no reino do
sonho e d a
imaginação. Quando ela apareceu nos seus sonhos, ele
descobriu

l Psicopombo: palavra d e origem grega que, na mitologia antiga, designava


"aquele
INNERWOlZK

que se tratava d e u m a criatura c o m qualidade míticas,


mágica ou semi-divina. Como Beatriz, na Dzluzla ComédZczde
aparentemente
Dante,
ela o conduziu, guiandcFOpelo mundo interior do
homens. Também observou uma imagem anímica masculina
inconsciente.Ele
spondente,
encontrou a mnos
e s msonhos e na vida
a presença das arquetípica e m
feminina
mulheres.
outros
corre
Jung sentiu que essa personagem interior
corresponde à
Elas aparecem
concepção regula
religiosa mente emd a nossos
tradicional alma c o sonhos
m o partee interior
d e nós
desempenham
Afetammesmos,
o cursoque
inteiro de nossa
nos une ao reino espiritual e nos leva à
vida.
Dêusl assim, cha m o u d e a c i m a a i m a g e m d a alma feminina e
cz#Ímzlsa i m a g e m
dser consideradas.
a alma Nosso edesejo
masculina. .A/zÍma inato palavras
czmÍmzísão de unidade e para
latinas
alma.
sentido, de
E importante que nos apercebamos das imagens
anímicas.
r
ou a#Zmws em nosso trabalho interior,
importante papel e m nosso desenvolvimento c o m o
inevitavelmente os
indivíduos.
Por exemplo,um homem pode projet r sua am
lmano na
Tanto s forma d e energia interior, c o m o na d e
símbolos poderososi as imagens anímicas são forças
mas pela imagem
gigantescas que d e vdae malma que nele projetou. Toda a
base
reunirda as partes opostas d e nós mesmos, d e ir ao
comum, é a projeção da a#/ma de um homem em uma
inconsciente e
mulher,
explorar o mundo interior, d e viver a experiência
religiosa, está
concentrado nesses seres interiores que são os
mediadores entre nosso e g o e o vasto inconsciente. Se não
interagimos c o m a alz/ma
proletaremos espaç s d e nossa v i d a que não lhes
a
em o
i eu
cabem.
trabalho e tornar-se o b c e c a d o por ele, transformando-
oem um
canalinferior para sua v i d a religiosa. U m a mulher pode
projetar
seu a7zilmwesm um h o m e m e se apaixonar, não tanto pela
pessoa,

fantasia romântica, que tão Ê'eqüentemente sabota o amor


humano

ou então do a#/mzís d e um a mulher e m um homem.i


Dessa forma as pessoas tentam completar a si mesmas
através d e outra pessoa

l Assunto que o autor aborda A C h a v e d a Psicologia do Amor


em TI/Z'
Romântico São Paulo, Mercuryo, 1987. (N. E.)
ROBERTA. J O H N S O N

na qual depositaram uma projeção romântica --


externamente as partes inconscientes e não realizadas
vivendo
mesmas.
d e si
Na ntroduçã falamo sob o processo individuação
e
o, s r de .
C o m o se sabe, a individuação é o movimento e m busca
i
da
conscientização do self total. Usando os sonhos c o m o
desses sistemas de energia interiores, mas encontrar
modelos,
percebemos
o que a individuação t a m b é m consiste, e m
grande
parte, e m fazer u m a síntese das diferentes personagens
interiores
que existe dentro
de unidade, d e nós. em
está expressa Individuação não é só
um arquétipo. tornar-se
Jung chamou
cônscio
este
relacionamentoe a unidade entre eles.
todo O-- produto
a pessoa .anal
inteira. Quando
desta um símbolo
evolução é algo que do podemos
sexyaparece
sentir,no
experimentar
da unidade em enós
descrever
mesmos intuitivamente,
e no m e s m o que ainda
não
cosmo.
o tenhamos conseguido - o sentido d e totalidade, d e ser
completo.
Avida.
unidade
Mas, daoe mesmo
nosso tempo,
ser total
se ejuntarmos
a nossa consciência
todos essesdessa
condição
sonhos e
ho, na jornada em direção ao
arquétipo d e seZZ . \
seK
Este arquétipo
(um círculo dividido emé quatro
o princípio d a integração.
partes), o quadrado Ee o
diama t a m b é m o
O seZFestápresente em todos os sonhos de
sonho,quaternidade
representa -- não só a totalidadede nosso ser, mas
t a m b é m ndo o número quatro. Jung descobriu que os
enfatiz
anúmeros
capacidade potencial para a mais alta consciência -- a
percepção
Os:sonhos constantemente registram o
processo d e
individtlação e o movimento do e g o e m direção ao seK A
maioria
dos sonhos nos mostra u m a situação especíÊlca, imediata,
d e nossa
os analisarmos e m conjunto, identificaremos os
estágios do
camin
O se/ytem símbolos característicos: o círculo, a
mandala são todos figuras abstratas que expressam o
nte
sexyarquetípico.

sonhos envolvendo quatro características ou, d e alguma


forma, a
são símbolos arquetípicos. O número quatro tem sido
muito usado
e m todas as religiões, d e épocas passadas e do
presente, para
INNERWORK

simbolizar a totalidade do cosmo ou a realização d a


tua espiri
evolução
l.
Outro símbolo característico do self é o
casal divino ou real: a conjunção das
polaridadesmasculina e feminina, c o m o a conjunção dos
dragões
/ Yin e Y a n g , simboliza a elevada síntese
c10 se/
Existe ainda outro sistema d e energia básico
do
inconsciente,
semelhante aoque ego aparece
e que, cusualmente,
o m â'eqüênciaaparece
nos sonhos,
com o e
por isso é útil conhecê-lo.Jung designou este ser
mesmo
interior
sepa ada dda e sombra. Em
mente consciente, sen enciada a viver no
c a d a pessoa existe u ma parte do inconsciente que é
tanto
bastante negativas omo positivas - e que são partes
personalidade
naturais da -sonha.
mas o ego, por algum motivo, ou
sex quem A soma)raé d e alter
falhou em
Algumasr ezes as qualidades da sombratpare em emba
ego,
ou oprimitivas para o ego: não queremos admitir que
açosas de uma espécie
elas nos
inconsciente. Em geral, a soma)ratem qualidades e
limitada auto- c
características
imagem.
com ela é amistosa, e ele está d sposto a crescer e
sombra
mudar, a aparece
assimilar como um ou
essas qualidades, amigo
as colaborador,
reprimiu d e um
que Ihe dáv apoio e Ihe transmite ensinamentos.
c Se ele
forma
está cabal.
i
r
O mesmo princípio se aplica à mulher. Dependendo
pertencem.
do seu Outras vezes a sombra tem forças
F

E irmã amorosa ou como uma bruxa


positivas
espetaculares
terrível. que o e g o não quer assumir porque pode
k
E

signiÊcar
responsabilidade demais, ou u m a alteração perturbadora d a
n ade do ego. Por exemplo, se a atitude d e um h o m e m para
o i
s
s "companheirão", um irmão tribal que o ajuda e m suas
a aventuras,

A tentando reprimir sua sombra, e m geral ela aparecerá


form c o m o um
a inimigo odioso, um bruto ou um monstro que o ataca
c o m nos sonhos.
a
so relacionamentocom a sombra, esta pode aparecer c o m o
ra u m a
apar
ece Estes são alguns conceitos e modelos básicos d a
nos análise jungiana, que muitas pessoas consideram úteis
so quando c o m e ç a m
os Ó7
dep e
nd e
da
a

d
ROBERTA. J O H N S O N
a abordar os sonhos. Eles se tornarão mais claros à
m e d i d a que trabalharmos c o m exemplos d e sonhos e
aprendermos
práticas, nosascapítulos
etapas
seguintes.
CAPITUL07

-::aàP':

O M É T O D OD A S Q U E R O EHPAS

Antes d e iniciarmos a primeira etapa, será útil fazer


uma
breve exposição das quatro etapas básicas que serão
abordadas a
1.Essas associaçõe
seguir. etapas são:
Fazer s
3.
2. Relacionar as imagens do sonho c o m a dinâmica
Interpretar
interior

4. Realizar rituais para a concretização do sonho


do inconsciente como resposta às imagens do sonho. Todo
sonhoN a primeira etapa, estabelecemos a base para a
interpretação do sonho, encontrando as associações que
brotam
o eu interior imagem representa encontramos
é composto e
que a por u m a série d e imagens, portanto, nosso
trabalho
c o m e ç a descobrindo os significados que têm essas
imagens.btivemos nas duas primeiras etapas e chegamos à
n N a segunda
visão do etapa, procuramos e encontramos as
oss Na qua ta etapa aprendemos a realizar rituais que
tornarão
na nossa mente e dando-lhe a solidez de uma experiência
física
partes d e

t a m b é m a dinâmica que atumdentro d e nós e que está


simbolizada
pela situação do sonho.
que Então,:na terceira, a interpretação, reunimos as
o
informações

signiÊcado do sonho quando considerado c o m o um todo.


r
o sonho mais consciente, fixando d e forma clara seu
signiÊcado
ROBERTAL JOHNSON

imediata. Quando chegarmos na etapa quatro,


utilidade
discutiremosquea as cerimónias e os rituais podem ter
para ndo-nos ao
religanós,
inconsciente.
Com este plano delineado, co m e cem os agora c o m
a
primeira etapa.
70 &
CAPÍTUL08

'-

PRIM EIRA ETAPA: A S A S S O C I A Ç O E S

Para c a d a símbolo d e um sonho o inconsciente está


pronto
a fornecer a associação que explica seu signo.ãcado.O
inconsciente a linguagem simbólica do inconsciente pode
portanto,
tem, e m si mesmo, as referências para c a d a símbolo que
ser
associações que espontaneamentesurgem dentro de nós
produz;
em sta aos
descodificada.
símbolos.Nossa tarefa c o m e ç a c o m o despertar
para as

se devidamente
Primeiro,considerada.
e x a m i n e cuidadosamenteo sonho, e
r
resp oc a d a
anote
associação
Que palavras obtiver
que ou idéiasd emec avêm
d a àimagem. U m sonho
mente quando pode
a vejo?"
apresentar pessoas, objetos, situações, cores, sons ou
Sua
palavras e
ou recordação que surgir naturalmentena sua mente
c a d a qual, para nossa .Rnalidade, é u m a i m a g e m distinta que
quando
precisa
Em geral, cada imagem inspira vá ias associações.
A técnica básica é: anote a primeira i m a g e m que
Cadano sonho. Então pergunte-se "Que sensação m e dá
aparece
recordação. Anote cada associação que vier diretamente
essa
da i m a gEntão,
imagem. em? vo te imagem e verifique quais
outras
assoczlczçãéo qualquer palavra, idéia, i m a g e m mental,
sentimento
examinar a i m a g e m do sonho. E, literalmente, q#cz/g e
co/sa que
espontaneamentevocê associar c o m a imagem.
uma me te uma certa um certa palavra,
r
traz à n pessoa, a
frase ou

l à
associações p o d e m Ihe ocorrer. Mantenha-se

7/
analisando a
ROBERTA. J O H N S O N

i m a g e m do sonho e anotando c a d a nova associação.


Somente
àquela
depois d eimagem,
anotarpasse
todas para a imagem que
as associações seguinte e
encontrar,
recomecess o
referentes
proceo .
De início, isso pode transmitir a sensação d e um
sonhos, percebe-se que o esforço vale a pena.
trabalho
Começamos
as pessoas: árduo, eles nos ligam
mas depois de forma
d e algumas espontânea
vezes, e descobrir o
àquelassurpreendente poder dessa técnica para deciÊ'ar o
signiÊcado dos símbolos dos

t a m b é m a perceber porque os símbolos têm tanto


não cegue os caminhos da lógica do ego. Uma associação que
poder sobre
parece
profundezas d e nós mesmos que sempre desejamos
associações
alcançar. vêm a ser relevantes apesar de parecerem
Neste ponto, não se d e v e tentar decidir quais
associações
Suponha que você tenha um sonho que começa
são as "corretas" . E m geral, a primeira surge, a que
pareceassim:
óbvia,
não é a que funciona melhor no processo posterior. O
ocorrem
inconsciente
:
boba, fora Trisdo ocontexto, -- "humo cinzent
deprim doirracional, pode tornar-se a que
f a z maiste u r
sentido à m e d i d a que o trabalho caminha. Algumas vezes
fodczsas
traditórias
,
con d e início. Portanto,
neste ponto. nãoanote.
SÓ as tente
escolher entre elas,
(N.T
)
''Estou numa sala cinza".i A primeira i m a g e m que
v o c ê d e v e trabalhar é a cor cinza. Estas p o d e m ser as
associações que I h e

Cinza: i o' "cara d e


feira d e cinzas", "nuvens cinzentas"
quarta

Cinzas - restos, destroços

rigi al, c r
l No o n o autor refere-se à o azul, usando algumas
conotações que a
palavra tem, entre os norte-americanos, para expressar sentimento d e
tristeza,
melancolia. (Por exemplo, ÓJzíe m o d a , .r'uegof f / z e ÓZzíes.. .) Para melhor
compreensão e m nossa língua, trocamos a cor azul por cinza, faz endo
as necessárias adaptações.

72
Wi., ) i % i
;tÉa»Em'ja$;Ü'lbh8ii#aÍ,iiÍ&lPã:MIW&Wlq

INNERWORK

Cor fria, neutra, d e imparcialidade: análise fria,


discernimento, em contraste com envolvimento
um
quente, emocional, que poderia ser associado à cor
vermelha
.
M i n h a camisa cinza. Sempre uso cinza
A sala d e estar d a m i n h a avó. Tudo cinza

Gelo - "estou numa fria"


"Cinza no sentido d e discrição, recato
discreto
sensatez.
cada cena,
Não seja o cinza,
é por acasonesta
que oouinconsciente
o azul e o elabora
vermelho,
umem
a cor
Tal cor
outras. é usada porque, particularmente, expressa a d
para
nâmica
em algum ponto, através das associações que o
e m atividade no inconsciente..O signiâcado que ela
próprio
i
tem surgirá
inconsciente produzirá.
Dependendo d e quem sonha, a cor cinza pode
representar um pensamento ordenado e cheio d e clareza.
Este simbolismo, no
entanto, quando analisado na terceira etapa, pode vir a signi.ãcar que
Para a inteiramente
u m a pessoa guém, a salad ocinza
m i n apoderá
d a por representar
suas emoçõesuma
precisa ter
um pouco mais d e calma e discernimento. Para u m a outra pessoa,
sensação
a
cor cinza poderia ser u m a indicação d e que as coisas estão
aias
e em pazabstratas
demais, quandodemais,
estou sinal
rodeado por está
d e que cores
íãtando aquela energia
hdiscretas.''
u m a n a vital, o sentimento dionisíaco do entusiasmo.
l
depressiva: o sonho, aqui, pode estar associado à
expressão
coloquial "fechou-se o tempo", ''nuvens cinzentas pairam sobre
m i n h a cabeça". Já para vo cê , sua própria associação poderia surgir
d a reação que geralmente a cor I h e desperta: ''Sinto-me
tranqüilo
Não importa o quanto a associação I h e pareça
artificial. Este é o estágio do trabalho no qual somente
acumulamos informações
73
ROBERTA. J O H N S O N

vindas do inconsciente. O que fazemos, d e fato, é


perguntar ao
inconsciente: ''Qual é o significado que z;ocê associa ao s e w
Reações diferentes podem
.P/6Przlo acontecer para cada
símbolo?
pessoa. A
finalidade é encontrar
psicológica. Portanto, suasnão próprias
sé sintaassociações, nãocom
embaraçado as
que outra
suas
pessoa a c h a que dSe vmplesmente,
ou "apropriadas" e ms e z , bas eada e m algum
aceite-as como livro ou
teoria
vierem.

.
associações; não as censure; não tente torna-las mais
i
elegantes
cadeia.

F az en do associações diretas
original do sonho. (E o que também se chama de
Sempre que conseguir u m a associação, volte à i m a g e m
"associação
nestaoriginal
primeira, e outra, a part r da segunda, até se
do sonho. Faça
completar a u m a nova associação c o m esta i m a g e m
do
original. Volte
sempre à i m a g e m do sonho e recomece. Não faça
sonho.
associações e m
Essas associações e m c a d e i a acontecem quando a
conexão
é feita c o m a associaçãojá obtida, e m v e z d e ser c o m a
ichegamos
magem a "hospital" ou Joana", perdemos
livre".) Realiza-se um a primeira associação, depois outra,
qualquer
"tia
i
ba seada

cadeia. Dessa forma, nunca se volta a considerar a i m a g e m


original

U m exemplo d e associação e m c a d e i a pode ser:


I - - Triste - Hospital - - Tia Joana -
Torta
C NZA d e m a ç ã - A c o n c h e g o d a cozinha
Pode-se perceber que essa c a d e i a nos leva mais
e mais
distantes d a i m a g e m original, a cor cinza. No momento e m
que
c já
onexão direta c o m a cor cinza.
A técnica correta pode ser representada por u m a
roda, c o m
a i m a g e m do sonho no eixo central, e as associações c o m o
raios que partem do centro. Todas as associações procedem
da imagem
74
INNERWORK

original. Sempre voltamos ao centro d a roda antes d a


associação seguinte. U m a mulher que conheço f a z a
análise d e seus sonhos
desta forma, diagramando c a d a i m a g e m c o m o centro d e u m a
roda: Calmo, imparcial
Minhas roupas (em geral,
d e cor cinza)

"Cinza discreto" CINZA Triste


(discrição, sensatez) "nuvens cinzentas"

M i n h a blusa Gelo - "estou .numa fria"


Clareza discernimento

Prestando atenção as expressões coloquiais


expressões
Muitas familiares da linguagem
das associações cotidiana. O
que surgem
inconsciente
espontaneamentesão
costuma usar símbolos e trazer frases familiares, c o m o
mais rica em imagens mentais concretas e mais próximas
"nuvens
dos
cinzentas sobre m i n h a cabeça''. E porque estas
são uma linguagem exce ente pa a o
expressões
U m exemplo comum é o tema "voar", dos sonhos. Se
inconsciente.
coloquiais v ê m d e tempos passados, quando nossa
você
linguagem era

r
Estas frases eloqüentesexpressam uma
arquétipos. Elas
condição surgem da vida cotidiana, terra-a-terra;
que
num sistema de poder, quando estamos perdidos em um
l
ou abstração, às custas da condição humana comum
ideal,
assim,
quando o
sonha que está voando, essa i m a g e m trará à sua mente
uma
profusão d e expressões familiares: "Estou voando alto".
"Minha
c a b e ç a está nas nuvens". "Preciso pâr os pés na terra"

chamaremos d e i7zWczçãOo. e g o é inflado quando somos


presos

est chei c um
,
ego á o d e si por ter-se identificado o m

75
arquétipo,
ROBERTA. J O H N S O N

perdendo todo o senso d e seus limites. Então começamos


aalto"
"voare a cura é ''voltar os
pés à terra"
D e forma semelhante, quando sonhamos que alguém
que oestá
s nho está en ando dizer. S encontrarmos m
"soltando fumaça" ou "esquentando", imediatamente
joalhe o
o t t e u
intuímos o
ir
e m nosso sonho, podemos perguntar e m que aspecto o
sonho nos
diz que somos "uma jóia". Por outro lado, se o sonho
diz "ele é um imbecil'', d e v e m o s ponderar, t a m b é m , c o m o
isso se aplica a nós.
Jung tem uma resposta que parece enganosamente
ele diz que uma das associações vai "dar um estalo". A
simples:
medida C o m o usar a técnica do "estalo"
C h e g a m o s à questão d e c o m o escolher u m a dessas
associações. Qual delas nos levará a u m a interpretação
associação mexe com você e o faz ver algo em si mesmo
correta?
que
que as associações forem sendo feitas, u m a delas irá
gerar muita
maneira ede v o
energia encon a
c ê perceberá c o m odoela
símbol do onho é c{ o ocde
vai encaixar-se m oscz
e#ezg/czestá
demais rar-- ir àessência
associação que o traz uma onda rde
símbolosCada
energia. do sonho. O u então, sentirá que ela o tocou
justamente
substratos
naquele ponto do que
inconsciente.
o m a c h u c aQuando se faz Possivelmente,
e perturba. uma
associação
como se vocêque
esta tocasse um Êlo em brasa. Sente-se
intuitivamente
nunca h a v i a visto antes. Nesse momento, v e m u m a
convicção
A princípio,
que brota b e m no nem
fundosempre
d e você:fica
elaevidente
se e z c aqua
ü a , dá z í m
associação é
esta/o.
Apesar deste método parecer tão simples, é
confiável.
Lembre-se d e que os sonhos são criados a partirsde
t
energia. U m a
símbolo é calculado para nos despertar, para nos alertar.
Ele está organicamente associado a sistemas profundos
d e energia, nos

está muito pr(5ximada fonte, d a energia, "a centelha


chispa". E
que a energia por detrás do sonho foi alcançada: a
associação
''engatou"

mais correta ou mais útil para a compreensão do

l 7Ó
sonho. Nesse
INNERWORK
caso, é melhor deixar um pouco d e lado este símbolo
e partir
para oo: seguinte.
símbo mantenha Não se prenda
a mente abertae até
m umqueúnico
você comece a
l
signiÊlcadopara o

alinhavar o sonho todo. D e i x e que a compreensãodos


símbolos cresça naturalmente, sem forçar, sem precipitar
conclusões.

Ilustração do trabalho c o m os sonhos: o


trabalhava. Como emos limitação de tempo e espaço,
monastério
iaçoes
C o m o exemplo d a realização d e associações,
.e x am i n e mo s
o seguinte sonho, juntamente c o m algumas das associações
que
a pessoa que sonhou fez e m seu caderno d e notas,
t
n n o o
sua vis o infa til a ess respeito. Mostro que ela
uma
podiasíntese
f zer do Oriente com o Oc dente, compatível com
e qua t
transcreverei
sua só algumas imagens do sonho e
algumas das
mulher que teve vi ha uma
oc
ass A este sonho n de família

italiana,
cat(51icaÀ. m e d i d a que se tornou adulta, rebelou-se
contra sua
mas segurando o me rosár o. Escuto o mu múrio da
origem latina, e contra a religião d e sua infância. Envolveu-
adainha
se c o m recebo a comunhão, apesar de ninguém ou nenhuma
também
a Êlosofia e a meditação Zen Budista. Este sonho indicou
às suas raízes, culturais e religiosas, ainda
há flores desabrochando ao lado da minha câmara. Sinto
ã n e u
uma
o retorno i
que in.Huenciado por
a
própria personalidade.

Sonho

"Estou na clausura d e um monastério,em um


quarto ou
cela ligada à capela. Estou separada das pessoas e do
resto d a
capela por u m a grade. A missa começa. Participo sozinha
em
m i n h a cela. Sento-me c o m as pernas cruzadas, no estilo
zazelz,
r
através d a grade. As vozes são tranqüilas. Fecho os
u i

l
olhos e coisa física entrar na m i n h a cela. A missa
termina. Percebo que

profunda serenidade.':
77
ROBERTA. J O H N S O N

PrimeiraEtapa:MinhasAssociações

Mop,astêrio Vi da religiosa; v i d a religiosa formal;


minha
sacrifício,
religião na claustros medievais da
infância, comunidade;
ltália e da
contemplação;
Espanha; separação do mundo; monastério
Quarto/ Zen
Cela vitais; proteção; separação do
ao qual por pouco não m e juntei.
coletivo;
Recipiente; útero; componente básico das
coletivo
formas
s.
M{,ssa
individuação; o c ami nh o que se tem d e
trilhar
como mediador; forma religiosa do meu
sozinho, fora d e qualquer identidade ou
coletivo
conforto

não identificada com a forma externa coletiva


.Em
da mczsse a coletiva d e experiência
religiosa; adoração d e grupo através do
sacerdote
Corou,u,hão aquele cântico de comunhão que
particular; forma que abandonei na
msempre
i n h a mística; torna-se um comm-união;
união
individuação. U m a etapa removida ssidade
vem em forma dão#Zscaser
d e participar a experiência vivenciado
religiosa, ainda
que
coletivamente
.
experiência interior.
Zazeu,
Ultima Ceia, sacrifício d e Cristo,
prática sem dogma experiência, mais do
sacramento,
que
detestei; m i n h a educação; pesar 78
fraqueza
durante
três horas
d e jejum;

transubst
anciação
sformação;
algo que
no plano
interior,
interiorme
nte, ao
invés d e

Praticar
serenidade;
a
familiaridad
e que senti
c o m essa
prática
desde o
início, c o m o
voltar para
casa;
;
trina; estranha à
INNERWORK
quando percebi que t a m b é m não podia
''pertencer" ao Zen coletivo; monastério
Zen ao
qual tive d e dizer não.
Separação; separação parcial;
ade interação com o
G mundo coletivo, porém, interação
.fluirá naturalmente do inconsciente, sempre que
diferenciada; identidade separada; consciência isolada.
nos
Este exemplo dá u m a mostra d a riqueza do
de nãomaterial
termosque
ainda examinado todas as
imagens.
concentramos na i m a g e m do sonho e procurarmos
qualquer
associação que vier à mente. Temos todo esse material,
guiaram para interpretaç
apesarEste sonhoão.adver ia a pessoa sobre o d reito e
a
necessidade
Se analisarmos cuidadosamente as associações
dessa
mulher,
No sonhopoderemos verificar as relações
ela participava,mas básicas que se
permaneciaseparadado
formam
grupo as
entre e imagens e as várias associações que, juntas,
parecem
O detalhe de receber a comunhão sem qualquer
fazer contato
sentido. Veremos c o m o estas associações,
finalmente, a
mas tinha de o provar interiormente, e do seu jeito, não
se
Na sua associação ela lembrou que também itinha pensado
d e ser um indivíduo. O sonho enfatizavasua vida
em
comunidade, dpertencer
distanciada e ta algo e seguir um caminho def
nido natureza religiosa; ela tinha d e participar do mistério,
sua
catolicism
embora
o. se identificasse c o m n enhuma religião particular,
não
coletiva.
d a versão grupal d a experiência religiosa. Não porque
ela fosse
elitista,mas por causa d e sua natureza e maneira d e
ser.
físico é condizente c o m o entendimento que ela teve do
sonho, pois precisava provar a proximidade d a divindade, a
transformação,

identificando c o m u m a versão cultural, coletiva, d a


experiência.
agregar-sea um monastérioBudista, d e forma a se juntar

a uma
i
coletivamente. M a s não o conseguiu no budismo, assim
c o m o no
A b o a nova para ela, no m ei o disso tudo, foi a d e
que podia
retomar sua herança católica e cristã, porém, c o m u ma
nova 79
ROBERTA.JOHNSON
compreensão que a permitiria participar ver o espírito
e
no centro das formas culturais e coletivas .Podia
essencial
estar na
comunidade sem ser devorada. Podia participar, embora
caminho.
permanecendo um indivíduo, e m busca do seu próprio e
único
As flores que desabrochavam e m sua cela, no anal d a
missa,
arquétipo
para - o self- que
ela simbolizavam u matranscende
nova v i d a os
e uopostos,
ma nova
consciência,
mostrando a
resultantes d a síntese que fez, no sonho, entre a religião d a
infância
e a experiência espiritual d e adulta. Mais exatamente,as
.coresPelo caminho da serenidade, que era o seu caminho,
a
expressavam a própria síntese. Tal símbolo aponta para
aquele
de suas aízes cristãs, como de sua experiência Zen --
que
realidade
de nenh acentral
delas que está por trás deles e, desta forma,
unindo-os.
As flores não são apenas símbolos do feminino, mas
também
do self unificado: no Cristianismo, a rosa representa
para
Cristo;expressar
nas seu significado vo taremos ao sonho
monastério.
do O ritual para este sonho, e os eventos
religiões orientais, o lótus d e mil pétalas representa o Uno.
que se
mulher
do sonho levou a flor do seZFa desabrochar e m
Descobriu o â m a g o universal do espírito, que está
sua vida. r
Há ou ra maneira de encontrar associações para as
imagens no núcleo, tanto

sonhos,
transcende indo
a a ma b afontes
s taissecomo
e não os mitos,
identifica os.formas
c m as contosexferzlozes
de
fada e asum . o
Algumas coisas importantes aconteceram a esta
mulher,
c o m o conseqüência deste sonho. Quando chegarmos à
quarta
.trabalhocom os sonhos que a ção
, l
etapa do , é realiza

d e rituais
seguiram, são muito reveladores.

Use a amplificação arquetípica

do sonho: a czm.pZeócczçcãzozgwefí»iccEz,. basicamente, a


t
técnica
d e se juntar informações sobre os arquétipos que
aparecem nos

tradições d e religiões antigas.

$
INNERWORK
s
Já demos um exemp o simple , no sonho do Mon
Espontaneamente, associei as flores que apareceram
stério.
l
no quarto
d a mulher
sua vez, nos cleva
o m oa papel
outras que elas têm no
informações quecristianismo,
já conhecemosno
sobre budismo e e m outras religiões, c o m o símbolo do
que canaliza os nossos Ê'agmen seZFarquetípicoI.sso,
os para uma unidade. por
Isso tudo,
o se/F--
r dosque ele é a função transcendental que combi n a
os opostos,
sonhos. t
evidentemente,
antigas colabora
e nos sonhos das muito
pessoas para o sentido
de hoje. Ele do
Êlcouimpressionado
significado
ligadas e
a alguns símbolos muito antigos, t lvez de
culturasdesc briu a que
pode
dessas experiências, ele começou a achar que nossos
mesm Jung
sonhoss o os arquétipos o observar os
símbolos primordiais aparecem, igualmente, nos
podemos constatar de forma mais clara como os
o
símbolos de
mitos e quando
religiões
energia, os encontramos, como Jung fez, em fon es
míticas e outras, antiguidade.
ao perceber que nos sonhos das pessoas apareciam
religiosas
imagens da
mpletame e o r
a
associadas aos
c hecime t co nte diversas que não p diam se do
símbolos
d a mente consciente das pessoas que c o m elas
on n o
sonhavam. A partir
muito mais do que o inconsciente restrito, pessoal, de
e m a único
um n a m d e fontes primordiais, universais, que estão no
â m a g o do Inconsciente Coletivo d e toda a humanidade. C o m
ú-eqüência,
nossos sonhos estão ligados a estas correntes
t
,
universais de
E possível se reportar a um mito, onde o arquétipo
aparece,
e encontrar as associações coletivas que a raça humana,
como
um todo, f a z a partir desse arquétipo. Podemos ler no
mito todas
as nossas qualidades que estão contidas no arquétipo e que
.
ã

est o
Jung demonstrou que os mitos e contos d e f a d a
são .manifestações simbólicas do inconsciente, tal qual os
sonhos. E m
certo sentido, são sonhos coletivos d a raça humana:
refletem o
inconsciente coletivo d e u m a tribo, d e um povo ou d e u m a
cultura,
indivíduo. Eles remontam à era pré-consciente, quando a
raça
h u m a n a estava mais pr(5ximade suas raízes arquetípicas.
Podemos
t a m b é m considerar as tradições d a filosofia esotérica,
como a
ROBERTA. J O H N S O N
alquimia medieval e a astrologia antiga, c o m o fontes
d e ma ão no que diz respeito aos
infor ç
arquétipos.
O arquétipo que aparece e m seu sonho tem um
aspecto
a eles associadas. Cada arquétipo procura expressar a
universal,
si mesmo u m a corrente d e energia que percorre c a d a ser
humano.
Assim c o m o os arquétipos são universais, t a m b é m o são as
imagens
lo, pode-se encontra-lotanto no sonho de um hindu como
um de d e sua própria característica simbológica.
dentro
no
ocidental.
A i m a g e m do H o m e m Velho e Sábio, por exemplo, é
do paraíso,
ubíqua como aconteceu em um dos so hos de Jung.
ePode
m todas as culturas e raças. Sua i m a g e m varia d e mito
de Michelangelo,
para mito, no teto da Capela Sistina; no sonho de
um
d e cultura para cultura. Mas, u m a v e z que se aprende a
santo e a ce ,
reconhecê-
a)
Homem Sábio -- um sentimento e sabedoria que ,transcende
as
Ele pode tomar a forma d e São Pedro, carregando as
chaves
a
n
sobre sua cabeça havia um círculo de prata; os
aparecer c o m o u m a personificação do Deus Pai, c o m o n
olhos eram
ã

vis o
budista, c o m o um risÀ{ (mestre) ou um
óod/z/sczffz(;scezmi-deus);
Em
no sonho de um hindu c o m o um gzdrzíou um
s t
sz4myasi#(homem
Existe um aspecto c o m u m que a c o mp a n h a os
símbolos do
d
gerações; d e atemporalidade, no sentido d e estar fora do
curso
do tempo. Eis c o m o ele aparece e m um mito moderno, d e
autoria d e J. R. R. Tolkien:

Seus cabelos eram escuros c o m o as sombras do


crepúsculo e

cinzentos c o m o um claro entardecer, e neles h a v i a


u m a luz c o m o a luz das estrelas. Venerável, parecia um
rei coroado c o m muitos invernos e ainda robusto c o m o
um guerreiro experiente no vigor d e sua força... ,(Folkien,
FeZZows/z{»off&e .Rzlmgp, . 299

A amplificação arquetípica c o m e ç a pelo reconhecimento


d e que um arquétipo está presente no sonho. O sonho
que o contém
e m geral tem um aspecto mítico. v e z d e cenas
semelhantes
ao dia-a-diamundano, o sonho leva v o c ê a um local que
parece 82
INNERWORK
antigo, d e outro tempo, ou d e um conto d e fadas. V o c ê
se v ê e m
um lugar legendário, c o m o B a g d á na época dos gênios, dos
tapetes que na vida real. Os arquétipos podem
menores
mágicos se
também e dos magos. Outro sinal é que as coisas são
maiores eou
dragões cavalos-
As figuras
voadores.arquetíp casem geral têm uma aura de
realezac o m o animais sobrenaturais: leões falantes,
apresentar
grifos,
ou como heróis e heroínas que eram capturados pelas
nc deadas pelos i
forças
ou divindade.
deuses. Os gregos antigos personiÊlcavamos

arquétipos
c o m o deuses que criaram o mundo modelando o perfil do
destino,
da natureza..
dese Essas
a manifestaçõesdos grandes arquétipos
povoam os
A característica d a Grande Mãe. na natureza
pa a a existência concreta. Nós emczz?"Manooss
humana.
arquétipos em a deusa do amor sensual;Hera, deusa
apareceAírodite,
quais eles se materializamsobre a face da Ter a, o
do lar;
campo de deusa d a agricultura. Voltando ao mundo
Deméter,
hindu,
encontramos a Grande
Uma vez que M ã e c ouma
reconhecemos m o Kali,
Êguraa como
terrível
um deusa que
tantoarquétipo,
onde o mesmo
abe nçoa c o m o arquétipoapareceA figura aou
destrói, d a n d o e tomando evento
vida, do
no eterno
sonho
ciclo
o que ela tem a di er a respei o dos and s a
sonhos
quétiposdosque
mortais
Ihe comuns. C a d a um d e n(5sé um
desempenham
canal através na vida humana? Se, por exemplo, for a
do qual essas forças arquetípicasprecisam encontrar
Grande
r
passagem

nossa v i d a física.: Nossas vidas individuais são

os recipientes nos
r
batalha onde eles travam suas guerras eternas, cósmicas, o
palco onde eles representam o drama universal e m que se
transforma,
particularmente, c a d a v i d a humana.
a próxima providência é procurar os mitos e as
.
demais fontes
pode fazer lampejar na m e m ó r i a um a
passagem d a Bíblia ou um a
grande história dos dias do Rei Arthur. Você vai à fonte e
z t gr e r
verá-Rca

apareceram e m sonho. Quais as suas características? Que


papéis
M ã e , v á até os mitos dos deuses gregos que a
personificam, às
manifestaçõesde Kali, às várias e»{áa#Íasda Virgem
Santa.
ROBERTAJOHNSON
A m e d i d a que as informações sobre as imagens dos sonhos
forem ampliÊicadasv, o c ê d e v e dar prosseguimentoao que já
feito
foi com as associações pessoais: anote as
associações
dentro de
que se elas fazem sentido, use-as. Vériâque
v;ocê,
ocorrerem a partir das fontes míticas. Se elas e v o c a m energias
o que
atuamtêm
elas den aro transmitir
de sobre quem v o c ê é e quais as forças
você. t
que

C o m o usar associações pessoais


substitutos de nossas próprias
Este é o momento d e nos acautelarmos quanto a livros
associações.
sobre toda vez que tentam entender um sonho.
de símbolos
interpretação
Tomam d e sonhos e dicionários d e simbologia,
Se forc ousa
m o Muitas
a essepessoas,
tipo de irre.netidamente,procuram
ab rda em, nunca se che um
ará ao dicionário
Essas abordagens estão baseadas numa suposição
errónea: do sonho, anotam os significados
c a d a símbolo
o dicionário fornece e
padronizados que d
acreditam que "interpretaram" seu sonho.
deosonhos,
g pré-fabricados, gsistemáticos, como se
significado
individual, pessoal, que o sonho tem.
alguém
que c a d a símbolo tem um único significado padrão, coletivo,
verdadeiro, para qualquer sonho e qualquer pessoa. Se assim
fosse,ou compensa
lcompens
o seria suaemente
su
realmente ése ter
bastante fácil; eporém,
consciente, não é.s te
é impossíve
u a a l e r l
se classiÊcados
E absolutamente tolo acreditar e m guias para interpretação
r ...
chama-los de "motivos"),d que
tivesse simplesmente são típicos
e comprar um elivro de
ocorrem com
referência e nele procurar um símbolo particular. 7Ve#;zwm
símZ)o/o d e so#/zo pode se se»arado do diuíd o q e o
so#/zozí...Cada indivíduo
difere bastante na forma c o m o seu inconsciente complementa
:l certeza d e até que ponto os sonhos e seus símbolos
::i:
podem ser classiÊcados... ;3
E verdade que existem sonhos e símbolos simples (preõro
l
chama-los d e "motivos"), que são típicos e ocorrem
com

l
INNERWORK

Ê-eqüência.Por exemplo, cair, voar... correr sem chegar


a parte
considerados
alguma... M a s no contexto
preciso do próprio
erlfat:azaqr sonho,motivos
ue esses não
d e v e mum
como ser

s
c ó d i g o auto-explanatório. (Jung, 7 a#d ./l/Z SwmZ)oZsp,
Mesmo quando o símbolo tem umMa#signif cado coletivo
. 53)
ou
ser completamenteexplicadoa partir do seu
C a d a isso
Por símbolo
é doimportante
tão sonho temque
u mase conotação
faça essa
íntimo.
especial,
primeira
individual, que etapa
pertence apenas a você , d a m e s m a forma
como o
como
sonho, e m última instância, pertence somente a quem o
substituto. i
sonhou.
na procura da conexão mí ica que simplesmente acabam
por
universal, ele ainda tem um colorido pessoal para você, e
só pode
os símbolos, e parar
por aí.
d e forma completa. Encontre as associações que brotam
do seu
nos meusinconsciente.
próprio sonhos, signNão
Êca aceite
que algo está
interpretações
acontecendoentre meu
padronizadas
Não é aviso
Este suficieé nte dizer:
ainda mais"Ah! Este é o quando
importante símboloseda
cGrande
hega à
f ção
por aí. Temos de arquetípica.
ir adiante. As pessoas
Devemos o âcar"Que
perguntar: tão
esse t
ampli ica p dem
Rigorosamente falando, não é necessário a ninguém
esquecer que t a m b é m p o d e m fazer associações
envolvidas pessoais para os
símbolos. Esse é o ponto no qual é forte a tentação d e se
procurar
um dicionário simbológico, d e se encontrar o que os
mitos d i z e m
e co trar mi ha on o c
obre
s S eu não en n n c exã .pessocz /om o

arquétipo,
então n a d a disso tem sentido. O arquétipo está presente
e m mim,
a g e através d e m i m , vive sua v i d a através d a minha. Quando
i
aparece

e g o e o arquétipo; algo está tentando evoluir. Tenho d e


conseguir
deüni-lo, verificar c o m o se relaciona c o m a min/za vida,
agora, hoje.
Mãe." Não é suficiente colocar um rótulo abstrato
sobre a personagem do sonho -- Grande m ã e , a/zzlmas,
omó 7 "c- -z e parar
arquétipo está fazen do na m i n h a v i d a hoje? Qual a sua
relação
comigo, no plano indiüdual?"

envolver-se numa pesquisa sobre mitos, religião


comparada,
ROBERTAJOHNSON
alquimia e outros assuntos para encontrar a
universalidade do
um símbolo,
significado d e ele
um traz dentrQuando
símbolo. o de si,o deinconsciente
forma inerente,
se
outiliza
seu d e
Portanto, se você eguir sua associação pessoal para a
do sonho, o inconsciente,
imagem
signiÊlcado.Ele já tem suacedoprópria
ou tarde, fornecerá
referência paraa o
típica
conexão s
compatível.
símbolo.
símbolos s gnificam para os outros e como aparecem
arque
nos mitos
De qualquer
associação pessoal modo,
brot é d e grande ajuda saber o
que os
que a
e o c nheciment pode
i
coletivos c ntos folclóricos. Esse o o

tornar o mais rápido. Pode t a m b é m atuar c o m o


processo
confirmação d a
espontaneamente.
WiX®© W81 1:
CAPITUL09

S E G U N D A ETAPA: A D I N A M I C A
.

N a segunda etapa, conectamos c a d a i m a g e m do sonho


a
u m a dinâmica específica e m nossa v i d a iííterior.
IdentiÊcamos as
sonho
partes d e nosso ser interior que aparecem c o m o
.
imagens no
ligarA orazão
sonhopara
a eventos
realizar específicos,
esta conexãosentimentos e
é fundamental:
precisamos entender o que se passa no interior d e nós
outras
entretenim
mesmos,
que éPara
nto executar estasituação
representadopela etapa voltaremos
do sonho. Seao não
começo
e
pudéssemos
ultimamente,na minha vida? Onde já vi esse traço na
pe sonalidade?
dinâmicas
minha de Quem
nossa é que,
vida,denb-o de mim,inútil.
ele seria sente Seria
dessa
forma e .
puder
simpleslembrar-se no qual essa sua parte
interior vem se
, vez. P a r a
trataremos d e c a d a i m a g e m , uma por cada
age dentro de você. Pode ser um evento emocional, tal
como
imagem,
pergunte-se:"Que parte d e m i m ela é ? O n d e a vi e m
r
ação, ou se comporta assim?" Anote, então, c a d a exemplo
d e que v o c ê
manifestando e m sua vida.
Por dÍ2zc2m/ca ilPzferioz'queremos dizer qualquer coisa
que
acontece dentro d e você, qualquer sistema d e energia que
vive e
u m a onda d e raiva; pode ser um conflito interior,
uma
personalidade interior agindo através d e você, um
sentimento,
u ma atitude, um humor
espec
ífico.
87
ROBERTA. J O H N S O N
Suponha que estamos trabalhando c o m esse sonho, no
qual
a palavra cj#zczsurgiu. V o c ê escreve todas as associações
com
''cinza"
essa dentroe de
palavra, você:dá"Onde
a que "um está essepra
estalo", aspecto
você, étriste
de»cessão--
em mim? mau
Ahumor.
resposta
Agora, pode ser:
durante ''Estou
a segunda deprimido
etapa, no meupelo
v o c ê procura
serviço.''
aspecto
essa imagem se relaciona com uma parte real de
Cvocê.
o m que estou melancólico? O n d e estou sofrendo
os tão ocupados que não temos tempo de enfocar o
depressão?"
que
pode estar se desenvolvendointeriormente - uma força
Questionando-sedessa forma, v o c ê começará a perceber
nova
como
evaporando-se :- e falhamos em. considera-lo.
E Geralmente não percebemos que a depressão nos
Precisamos
está
stam relatando?''Assim, acordamos para o cam nho que
vida interior está
dominou.
nossa
tomando.
nível mais profundo de nossa vida. E precisamos encon
está acontecendo por dentro. E m outra situação, algo
rar
muito b o m
aos eventosdo
emergindol
sonho. u m a ferida sendo cicatrizada, um m e d o
crónico
psicológ ca:
perguntar: algo
''Que está/z'sigo deve acontecer.
acontecendo demorode m Por issoeste
i m , que é
importante
muito que você escreva os exemplos num papel.
i
Quando
claras e
sonho
definidas.
Precisamos encontrar esse evento interior
específico no

exemploses»ecê1/ecNoãs.o daremos essa etapa por


t
encerrada até
--(lueencontremos exemplos reais na nossa v i d a que
correspondem
Precisamos, t a m b é m , escrever. H a v i a u m a tradição
antiga na Igreja Cristã d e que u m a pessoa não estaria
rezando, a menos
que seus á se movessem. Essa idéia expressa u m a
i
l bios

verdade
v o c ê Êsicamente os escreve, as conexões c o m o
sonho se tornam

Considerando os sonhos interiormente


Nesta etapa do trabalho c o m os sonhos, permanece
sempre
a pergunta se eles d i z e m respeito à v i d a / zfer/or d e
alguém ou a
INNERWORK
u m a situação externa. Algumas vezes, expressamos
isso s o sonho é se
perguntando
A m ioria
e dos sonhos r considerado
para são representação do que
''interiormente"
acontece
a
dentr
de o da de
vista, pessoa que sonha;
diferentes sistemasc o em energias
freqüência, eles
do inconsc
ente que
falam d a
olução d e forças dentro d e nós, d e conflitos d e valores
oe processo
pontos interior da individuação. A maioria dos
ev
sonhos,
i de
estão
do tentando
caminho - as se fazer escutar,
aventuras tentando encontrar
os obstáculos, os o
cami n ho
conflitos e v ias
para nossa
sonho, de certa d a forma,
consciente.
ou mostra nosso esforço para
O objeto principal d e nossos sonhos é, e m última
integrar à
nossainstância,
resistência contra o se/yinterior, as ormas
pelas quais
éu mo a objeto
forma ouprincipad e outra, são retratos
do relato d e nossa
de nossos jornada
sonhos, e é
oindividual
e mque samos dprocurar
busca a o Eles nos mostram os
neles. ,
á o ao tlongo talidade.

est gi s noque
concentrar
reconciliações mundo exterior;
levam, :Rnalmente,a precip
um sentido do
assim,
seH C a d a tadamente,
E um preconceito coletivo que sofremos:
consciência
mos quealguma parte exfeMo
só o mundo inconsciente d e nós mesmos, ou
em alguma
espontaneamente,
importância. f
mostra
cada reação
entramos e m que temos,
choque com cada
ele, decisão
e m v e z dque tomamos,
e dele cada
aprendermos.
relacionamento que firmamos, é resultado final de
l
noss
Esse s
De muitas acham pe
preci
n o início, pessoas di.Hci] nsar e m um
interior completo exist:indo dentro d e nós e paralelo ao
mu d
mundo exterior;
para alguns, é difícil ver que a v i d a dos sonhos diz
respeito,
principalmente, ao mundo interior. Nossa cultura nos

ensina a nos
i concluímos que nossos sonhos estão
contando algo sobre o exterior.

supo t
O verdadeiro signiâcado do mundo interior se
torna mais claro quando começamos a perceber que quase
tudo que fazemos,

características interiores e d e nossa dinâmica interior.


a
Tudo é
controlado pelos enormes sistemas d e energia que
nos
impulsionam d e dentro, que determinam a maior parte do
que
pensamos e fazemos.
ROBERTA. J O H N S O N
S
e v o c ê considerar os sonhos c o m o um reflexo
de sua dinâmica inconsciente, estará b e m próximo d e
ge almente terá umda resultado
questão; superâcial. E noaplicar
se, entretanto, nível o
se podemaoque
chegar
interior mudar
â m a g omais rprofundamente os modelos de vida; é
para
sonho no nível externo, ele

têm queinterior
o nível ver com que
sua os
vidasonhos
interior.Por vezes,se as
geralmente voltam.
pessoas sonham
São raros os sonhos -- acontecem u m a v e z ou outra -
guerra. Por vezes, alguém sonha que algo está
que estão dirigidos a alguma coisaáora d a pessoa que
acontecendo a um sonha e que n a d a

c o m grandes batalhas ou desastres pouco antes d e estourar


uma
hipótese para se
trabalhar.
a m i g o ou parente que se encontra b e m distante, e v e m a
descobrir
louca que aquele
e batia em umevento realmente
edifício. aconteceu
Ele temia que o na vida
sonho
daquelaa pessoa.
fosse
C o m o regra
amigo. Eu Ihe geral, entretanto,
disse que achava os mais
símbolos do sonho
provável se aplicam
o sonho ter
àa imagem do seu amigo para simbolizar uma situação
usado
própria
exageradav i d a interior d a pessoa que sonha. Assim, esta é a
melhor
L e m b r o -dem e d e um paciente que m e procurou por
que gostava
causa d e
correr.
tido ono
urlí sonho sonho
qualconseguira um emprego
um a m i g o seu dirigia o novo
carrocomeçara
a um a
a
velocidade
de "corrida ao poder". Fel zmente, uma vez que o sonho
o
premonição d e um acidente; vacilava do se devia, ou não,
la antes que se tornasse prejudicial. Quanto ao
prevenir o
amigo que
por aí como um
dmaluco.
a sua própria v i d a -- u m a compulsão desenfreada, u m a
"corrida
ao poder", ou um entusiasmo m ei o fora d e controle. Nesse
mei o-
tempo, c o m o precaução, aconselhei-o a não sair c o m o
amigo
havia ülnal,nossa in çã estava o

O rapaz que
No terpreta o c rreta.
,
sentir-se importante, perdera a cabe ç a, entrando e m uma
i
espécie

prevenira, ele identificou a inflação e g o e conseguiu


controlá-

apareceu no sonho batendo o carro, ele ainda continua


dirigindo
'q

A melhor solução que tenho, depois d e anos lidando


c o m este
tema, é: c o m e c e sempre por aplicar seu sonho
interiormente.
INNERWORK
C o m e c e supondo que ele representa u m a dinâmica
interior, e trabalhe tendo isto por base. Mais tarde, se
acontecer d e o seu sonho
se referir a uma situação externa, ajuste a sua interpretação
Ex s em boas razões para adotar esta abordagem;
it
a
para hl.
dos sonhos se refere a algo que se desenrola dentro
da pessoa
primeira é, c o m o já dissemos, o simples fato d e que a
maioria
que svor
onha.do Fmundo
a z mais exterior.
sentido, Aportanto,
única maneira de o c o m
começar
esta fazermos é
interior
suposição; do d sonho.
e outroAssimmodo, que começamos
estaremos a aplicar
sujeitos o o
a perder
sonho na
principal
significado do sonho.
em
nunca Segundo,
chegamos temos
a explora a mpe
d e co nsar real
quest o nosso preconceito
situaç de de#fzo
fastá gerando r a situação ão de : a ão ,
coletivo
fora.
uma situação de fora devemos supor que existe uma
nos esforçando, d e forma disciplinada, a procurar o
dinâmica
signiÊlcado
que o dominou,
nossa algumaperdemo-nos
v i d a exterior, crença ou ideal
e m de sua
especulações
mente. as pessoas que conhecemos e todas as situações
sobre
que nos envolvem;
padrões psicológicos interiores que a afetam. E para
que
esseses que os sonhos geralmente chamam a sua
Matenção.
e s m o quando nossos sonhos se referem
e
diretamente a
alguma forma,
tomar emprestada a ,imagem do seu vizinho do lado, do
seu
interior envolvida. De o seu relacionamento

caquela
om outra pessoa ou situação do mundo exterior está
sendo
afetado por alguma fantasia que o envolveu, alguma atitude
interna

E infrutífero gastar seu tempo


tentandoentender um a situação externa, a menos que
v o c ê possa t a m b é m identificar-os
padrõ
Mesmo assim, as pessoas geralmentese
p rque
confundemnesse
"
assunto, o o inconsciente tem o hábito d e
fomcz2 em.presfízdas
as imagens d a situação externa e usá-las para simbolizar
algo
que está acontecendo dentro d e quem sonha. Seu sonho
pode
cônjuge ou d e seus pais, e usá-la para se referir a algo
dentro d e
voce mesmo .
Para ilustrar, vamos supor que um h o m e m é
extremamente
preconceituoso e dogmático. Uma noite, ele sonha e a
imagem
ROBERTA. J O H N S O N

d a esposa aparece no sonho tentando dissuade-lode


suas
algumaatitudes.
de Acontece que sua esposa é uma pessoa
de mente
com o ponto
aberta, c o m u mde vista das outras
a inteligência pessoas. Nesse
flexível, interessada, que se
caso,
preocupao sonho
aestá
novas idéias A capacidade para
provavelmenteusando a i m tal
a g e m está identificada
d a esposa para com
seu
dizer-lhe
que precisa se men s á o men s defensivo e
Usando a esposa . como símbolo, o sonho tentava acorda lo
para possibilidade
r que
o está dentro
dogm tic , o mais
dele.
neste
aberto sonho, obviamente
lado feminino interior; ele está
dessa falando
forma, seu da minha esposa
inconsciente
ou do
escolheu a
use
i m a g ea mimagem da esposa
d e sua esposa para
pararepresentar
representar umaseu lado,
esse
característica de
no sonho.
-
essa
que üve A reação
no seu natural é pensar:
mundo interior, como"Desde
parte que
dele mmesmo,
i n h a mas
esposa
que é está
m e u relacionamentocom ela." E u ma conclusão natural,
porém, na prática usualmente não é assiíq. E mais provável
que o sonho
Este é, provavelmente, o princípio mais
quem important
sonha, um conflito ou algo que está evoluindo
dentro dele,
e que tem pouco que ver, diretamente,com a esposa
fora dele. Nessa situação, aquele que sonha tem
muitas
Algumascoisas
vezes, para
a ânsia de considerar a imagem
compreender: primeiro, precisa ver que tem u m a esposa
iteralmente
interior,
acusar essa pessoa externa ou para nos
distinta d e sua esposa
congratularmos por d e fora. Passo seguinte, precisa
parar d e acusá-
la por causa seus coníhtos c o m a esposa interior -- o que
resulta e m
lutas dentro dele mesmo. Finalmente, precisa considerar a
esposa interior, seu interior feminino, c o m seriedade, precisa
tentar entender
qual a parte que ela representa e o que está tentando

dizerqhe.
e do
trabalho c o m os sonhos -- o que vai determinar se será
encontrada
a sabedoria no sonho, ou não. Temos d e reconhecer que
os sonhos
são intrincadas tapeçarias d e simbolismo, e que c a d a
i m a g e m .representa algo que está acontecendodentro d e
nós.
é muito forte, e m especial se houver conflito c o m a
l
pessoa que
apareceu no sonho. Queremos usar o sonho c o m o
desculpa para

estarmos tão certo. Mas, resistirmos a essa tentação e,


ao invés 92
INNERWORK
disso, olharmos para as características dentro d e nós
mesmos.
das quais o sonho fala por símbolos, aprenderemos
sobre nós
coisas surpreendentes,que não poderíamos ver por
outro meio. Relacionando imagens

uma imagem particular com vocêespecíficas


a características mesmo, é perguntar
que
principais características da pessoa do sonho? Como você
Provavelmente, a forma mais rápida e prática d e
relacionar em
características
você? Se a imagem é de uma pessoa intempestiva,onde
característica v o c ê tem e m c o m u m c o m essa imagem: quais
se onde encontrar em você essa mesma
otimista,
as
qualidade?
descreveria seu caráter e personalidade? O n d e se encontram
essas
padrões de comportamento e valores nos quais nos âxamos.
Todas
identificadas,se
encontra u m a as característica intempestiva e m v o c ê ? Se
for Cada sonho é um retrato da pessoa que sonha.
procurarmos.
Pode-se
Todos nós temos um conjunto d e características
damosfundamentais
conta completamente.Desde que
também nosderiva
das quais aperceberemos
entendamosisso, quee mcada
tudo o mais traço de
nossa
personalidade
personalidade:esta base
inclui nossos sentimentos, nosso conjunto d e
qualquer
crenças, que seja
atitudes, o comportamento
estas quemostradas
características são ela
aplicar
assumir,também,
sso sede alguma forma, à qu sonha
á
pelosCom isso,e não
sonhos p o d quero
e m ser dizer que ae característica
pessoa .
ou
dizer
que os sonhos são espelhos que refletem nosso

caráter
interior- -- aspectos d e nossa personalidade dos quais
não nos

retratado e m nossos sonhos tem d e existir e m nós, e m


alguma
parte, independentementedo fato d e o percebemos ou
o
admitirmos. Qualquer que seja a característica d a Êgura

do sonho,
i

comportamento mostrados pelo sonho sejam


//fez"cz/mfee
verdadeiros, exatamentecomo retratados no sonho. Os
sonhos
ROBERTAJOHNSON
e m geral falam por extremos: tentam compensar nossa
falta d e
percepção
agens daquela característica, tornando-avisível sob a
extremamente
forma
d e im dramáticas.
Por exemplo,
essa imagem dramáticasepara
há um ladrão
chamar no sonho,
a atenção não
e dizer
que é
significa,
Se for o caso,que
literalmente, é necessário saber
a pessoa que e lidar
sonha é umcom isso.O Mas
ladrão.
a imagem
sonho usou
apreciso
fora" dedespertar
sua v da,para
e a algo
única deforma
ntro dque ela temPode
a pessoa. para
é a à fo
trand
ser que
voltar como um gatuno
o tenha
pessoa ça"sido desonesta. consigo m e s m a , d e alguma
forma.
até mesm a pode
própria
do ladrão t a mv bzé mde significar
De s -- ó que
con eguem pa icipar
a pessoa
de
reprimiu u m a
qualidade b o a de si própria; que, e m sentido âgurado,
i
"trancaüou-
A resp ito da etapa e do momento, não é necessário
"peneue
Devido ao fato d e que, c o m freqüência,
r
reprimimos as
Nosso ego divide o mundo em positivo e negativo,
melhores partes d e nós mesmos e as consideramos
bom e
cvemos
o m o como "negativas"
qualidades "negativas", podem de fato
algumas das ser forças
partes maisvaliosas,
se as o o u s s
ricas do se/F--
energia,
rt uma capacidade que poderíamos usar. Nunca
nossas vidas "roubando" nosso tempo, roubando nossa
energia
Que parte de nós está escondida atrás deste
através d e compulsões e neuroses, infiltrando-se e m
nossasímbolo,
vida o
por lugares desprotegidos,onde falha a nossa defesa:
e
eu vos escreva. Pois sabeis perfeitamente que o
q
Dia do
Salvador virá c o m o z í m Zadâo d e fro d a 7zoife.
(Paulo, aos
Tessalonicenses.)

mau. Muitos aspectos d e nossas sombras, essas


qualidades que
tornamos conscientes. Características que parecem
imorais,
primitivas ou embaraçosas são o lado "negativo" d e u m a
valiosa
encontraremos qualquer coisa, no inconsciente, que não
seja útil
ou b o a quando tornada consciente e trazida ao nível
correto.

ladrão? Talvez um trapaceiro esperto, c o m toda


espécie d e
INNERWORK
talentos surpreendentes. Talvez um o delinqüente
f
de você, a quem nunca oi permitido er ce empregar
j vem
cres
dentro
seu
teve de esconder-se
impulso no inconsciente
heróico porque
e m algo útil e não havia um
maduro. Talvez
lugar seja Dionísio, que
mente
natural para seu espírito arrebatado e lírico, e m m ei o
calculista.
rep
à v i desentada
a pelo símbolo que aparece no sonho - uma vez
pura
que
Somente quem sonha pode dizer que parte d e si
ela
estáse revelará como parte valiosa do seu ser
r
interior.
resistênc às suas qualidade
é o seu inconscienteque tem asainda mais Menfaticamente
pistas. a s pode-seter
ia boas s
certeza
pessoa interior é parte de quem sonha, suas
d e que, se I h e for concedido um lugar e ouvido o que tem
qualidades
Curiosamente,
a dizer, nossas
de conhecer as boas,
qualidades pessoas,
e de evivê-las
m geral,
oferecem
do que às negativas. Pode haver u m a personagem, no
sonho,
que se Os comporta d e forma nobre e falam
sonhos constantementenos corajosa. U m a vez
de nossas
que essa
crenças e
grande escala, o que fazemos, como nos relacionamos com
t a m b é m oe como
pessoas
as
são.reagimos
Desde que encaramos
à maioria nossas A
das situações.
características
maioria de negativas e imaturas c o m honestidade,
t a m b é m temos o dever
Ninguém decide com quais crenças e disp
caminhará. Todos começamos nossa vida com um conjunto
conscientemente.
de
E xa m i n a nd o crenças, atitudes e valores
no
s
atitudes. São d e importância crucial, pois que
determinam, e m

n(5smal percebe o quanto somos controlados por


nossas crenças
e, menos ainda, o quanto é inconsciente nossa

conduta.
osições
atitudes que são ditadas pelo mundo ao nosso redor --
família,
tribo ou sociedade. Geralmente, não sabemos que as
temos. Se
as percebemos conscientemente,como nossas crenças,
supomos
que estão certas e raramente ocorrerá questiona-las.
ROBERTA. J O H N S O N

E m certo ponto, nossos sonhos c o m e ç a m a quesl:lona-


las e
aponta-las
demanda quepara nós, poisconscientemente
examinaremos o processo d e tudo
crescimento
que
interior
nos
sábio. vivendo
motiva. Se v o c êemexaminar
você, comesse
todoconjunto
um conjunto coerente
d e crenças que
rondam
de
se:
seus "Que conjunto
sonhos, de crenças,
pode ser que opiniões,
que encontre esse
um ditador poderoso
personagem
ou um atitudes. Quando essa i m a g e m aparecer, v o c ê pode
um ponto de vista sobre a natureza da realidade. A
perguntar-
imagem de
está manifestando?Será que eu, inconscientemente,tenho
dentr de
as mesmas opiniões, sem m e dar conta disso?"
o Napoleão representava um conjunto d e crenças
part: cular,
teve o eguinteo sonho no d a em que iniciou seu
exercício
Gandhi simboliza u m a atitude completamente diferente a
respeito d e vida, povo e poder. Podemos encontra-
losambos coexistindo
n(5s.
U m j o v e m liberal que acreditava não ter
interesse nos
o o s6 no serviç d e assistência
entusiasmos
s Se você pretende ser i um profissional de
verdade,
p
aosderes
o temp rais, mas o
profissional.
p bres,
caminho para o
sucesso."
o os sonhos freqüentemente podem ser. Sua
Sonho
atitude
"Eu estava indo atender um compromisso e m e vi
e m um
local d e v e n d a d e carros usados. Parei na calçada. D e
repente,
Richard Nixon se aproximou. Parecia ser um vendedor.
Deu u m a
palmadinha nas minhas costas e disse: "Muito beml Mostre
algum
d e v e c o m e ç a r aprendendo algumas manhas d e c o m o
manipular
as pessoas. Aprenda a pensar positivo. Vista um terno,
represente,
sinta-se no seu papel. Vá até lá e venda-se a si mesmo.
Esse é o
c Para o jovem, este sonho era extremamen
om t e
sarcástico,

consciente era d e desprezo para c o m os políticos,


pessoas que
se agarravam ao poder mundano ou usavam "técnicas
de
»õ&i.ni;lplúü.tõü .áliHbliõ%B&iM--üc
.iiiõiüaüpiiliiiH)iiain»Wi#i:l

INNERWORK
motivação", eufemismos para a manipulação pessoas através
de jogadas inescrupulosas. Mas aqui, no seu sonho,
que, não só tinha uma ânsia de poder encoberta
descobriu de como
todo
tambémum sistema de crenças que ele, ex ostiam
u veladamente,
dentro
acredit va em "ter ucesso" cor er atrási de formas
dele. A desua própria
fáceis revelia,
poder, explorando os vícios parte dele,
e o charme
a
secretamente s , r
calculado d a ''Madison l ''
Avenue" para conseguir ''chegar áa figura do
Para desgosto jovem, detalho
grande a vdo o sonho u
tambémNãode hinfinita
i a mistério
va ia parasobre
quem que o sonho
sonha. estava
Vale ouro, dizendo.
atitudes
ouro que no fundo ele tolerava. Tal sonho é embaraçoso,
puro,
processados. O sonho l permite que se faça uma
mas
escolha
renunciando a elas ou melhor ainda, fazendo uma
síntese
saber o que zea/me#fevocê está tramando por detrás dos
ideais
consciente, ética - ou aceitando as atitudes no sonho,
parece exagera significa,, em geral, que o inconsciente
ou
está

inteligente.
N a prática, n e m a atitude conscientedo e g o n e m a
atitude in-consciente
inconsciente, do seu sera interior
para compensar posição são a resposta
do ego. A atitude
anal. A atitude adequada
do o caráter ü c a entre as duas. D e fato, se a atitude do
para
da atitude do ego. A medida que a atitude do ego se orna
,
mais
inconsciente
ão ao
centro. u m a posição igualmente desequilibrada, ex age rad a,
compensando
do ego.
produzEssandoé umumaa forma d e vcompensatória
atitude o c ê discernir quando
de puroseu ee g o
tomou u m a posição extrema, descentralizada, que não é
voraz
verdadeira para o seu caráter real: v o c ê vai perceber u m a
posição e x a g e r a d a do
inconsciente é exatamen na proporção
t
descentralizada
moderada, a atitude do inconsciente t te
a m b é m mesma
se descontrai e m
um
ç
idealismo glorioso.
dire No caso Não devotou
desse último sonho, nenhum
o rapaz pensamento parae malgo
estava perdido
prático, ou d e c o m o construir sua vida. O inconsciente
i
reagiu

materialismo. Quando ele dirigiu seu idealismo para algo


mais 97
ROBERTA. J O H N S O N

prático, descobriu que seu poder d e c o m a n d o secreto


adotou
t a m b é m uma forma menos exagerada.
O s sonhos t a m b é m falam d é nossos sentimentos a
Em últimadoinstância,
respeito que é b onossos valores são as
m , desejável,bonito, qualidades
verdadeiro,
procuramos
éticomais
que na vida, os padrões que dão sentido a essa
ou honroso.
vida.
importância para
nós.
Nossos valores expressam o que há d e mais elevado e
d e maior
Todos temos vários sistemas d e valores coexistindo
dentro d e nós, e todos estão e m conflitouns c o m os
outros, até certo ponto.
M e u e g o pode sentir que só trabalhar é virtuoso e que gastar
o tempo Aprendi alguma coisa sobre isso de forma
é desonesto. Outra parte d e m i m , porém, tem um conjunto d e
convincente,
valores
tive alguns anos atrás, quando iniciei meu trabalho
diferente. Quer ir a festas e Êcaria mais feliz numa ilha
como
tropical. M e u
e g o pode valorizar a economia e o senso prático a c i m a d e
tudo, porém,
outra parte d e m i m sente que eu simplesmente morrerei a
menos que consiga comprar um terno novo e caro, ou um
automóvel luxuoso.

através d e um
Essa era sonho curto, aparentemente
uma situação na qual meu ego mantinha
insignificante,
certo que
valores se sobressaía em alguma outra par e de mim. A
con ciente, não acredito em roubar nem mesmo um
nível
psicólogo.
jornal,
'Você um escroque
'Você é um! Uma partequer Uma rouba
Sonho su !" que roubar
Q ue
ue pod
pod
l iaia fa z eer
r
??parte
nt
Se nt iaia-m
-m eedad e ssol
ol
raaddooe ul
e c ul
á" paddooporc
pa usaa
porc a us
d o sonh o.T e nt
"Estou e i d e sc obum
roubando rir ond
jornal e , n ad em inh
u ma vvendedora
id a , e u e sta v a
automática
D e repente, percebo o que faço e m e sinto culpado."
conjunto d e valores, quando descobri que outro
t
conjunto d e
s -
que naquele tempo teria custado só cinco centavos d e

dólar.
Entretanto, o sonho estava atirando no m e u rosto esta
r
acusação:

do sonho . Tente i descobri r onde , n a m i n h a vida , eu


estava

.iÜn-.----ã..,... ...;b-;Ü.i. b*..L+J..+H.B.& .É-;


rilaRe:'B'jlMI

INNERWORK

inconscientemente roubando. Finalmente, m e ocorreu


analisar mais d e peito outros detalhes do sonho. O jornal,
por exemplo.
representava banalidades, opiniões coletivas,
Meditei sobre isso. que o jornal representava?
mexericos, Para
mim, O

Finalmente fiz a conexão: no momento, estava


escândalos montados para servir d e notícia, propaganda.
Percebi
inseguro. Estava olhando com pavor para figuras
que estava roubando alguma coisa d e b a i x a qualidade, pelo
que
menos
grupo,
do pontoqualquer panelinha
d e vista do que pudesse
m e u inconsciente. dar a
O sonho
sensação
desaprovavade o qzdeeu estava roubando, assim c o m o o
próprio ato.
o repetia Algumas vezes, repetia pensando que
s . eram
simplesmente co m e ç a n d o m i n h a carreira. Estava
bastantee representavam
custos autoridade
me servindo como se fossee coisa
tentando ingressar
m nha Não
estava
e m qualquer
pensar por mim mesmo porque queria,
desesperadamente,fazer
pertencer a algo ou d e ser "alguém''. Escutava toda
o de ixo que não tinha
opinião
valor.
coletiva, banalidades coletivas, os mexericos sobre as
pessoas, e
meu inconsciente protestou e usou esse sonho para
m/#;zízs
jogar água
informações, miM/zczcsonclusões, meus pontos d e vista.
Este sonho é um bom exemplo para mostrar
Estava ''roubando" toda essa insensatez coletiva porque
que
não
queria n por mesmo: estava tirando dos
os detalhes.
, Não sabemos qual detalhe fornece a ichave
outros,
que abrepe sem
sar mim
.
pagando
para o preço d e ter minhas próprias idéias e não m é
mim.
atrevia a
parte d e algo. Era nesse sentido que eu estava
"roubando'' u m a
porçã l
Este não é um tipo raro d e roubo: muitas
pessoasfazem
isso, v e z por outra, quando querem ingressar e m um
grupo. M a s

f H a e m m e u rosto. Psicologicamente, ele estava m e


acordando.
.precisamos realizar completamentecada etapa do trabalho
com
os sonhos. Precisamos trabalhar c a d a i m a g e m e não
desprezar
o signiâcado mais profundo do sonho. Foi necessária um a
semana inteira d e luta c o m este sonho antes que eu tivesse
tino suficiente para perguntar a m i m m e s m o o que o
símbolo 7o /zaZsigniÊlcava
ROBERTA. J O H N S O N
Os padrões d e comportamento estão entre
as
características pessoais mais importantes mostradas nos
sonhos.
Nosso comportamento,como
de porque o fazemos. Nossonossos valores, vé ê gerado
comportamento m de
dentro. aA s
valores
pelos quais
maior servimos,
parte por
das vezes nãossa crenças
estamos e
cônscios do
que fazemos
atitu es ou
o
servindo é observar própr s
interiores
, que já discutimos.
nosso io Umaedas melhores
formas
Mas, ná dde
prática, se você gasta todo o salário e não
descobrir
guarda ume m que realmente acreditamos e a que valores
estamos
ocê comportamento.
Por exemplo,você pode .pensa/q" ue acredita e m
professa.
economizar
e combativo,
dinheiro. meus das
A maioria sonhos eventualmentemostra
pessoas, se perguntadas, d i z eão uma o
m que
figura
fazem.

centavo, isso revela um conjunto


faz. E as confusões que nele aparecem vão er uma
completamentedi:gerentede
semelhança
crenças que o controlam, um vir
sistema d e valores diferente
Portanto, quando você um padrão de compo
daquele
que v tamento
O s sonhos reportam admiravelmente nosso
padrão d e
omportamento inconsciente. Se tenho tendência a ser
r
dogmátic
c

o Meus sonhos m e darão u m a idéia d e c o m o d e v o


combativa.
mesmo,
parecer é pensar em cada figura do sonho como uma
pessoa
às outras pessoas. Se constantementedigo sim a todo
mundo,
quando d e v i a dizer não, m e u sonho o á alguém que
t
assim o m strar
extraordinária c o m as confusões e m que geralmente m e
encontro.

e m um sonho, procure-o cuidadosamentena sua


r
vida pessoal,
cotidiana. E m alguma parte, v o c ê o encontrará e por
trás deste
comportamento encontrará u m a atitude.

Localizando personalidades interiores

U m a b o a maneira d e colectar partes internas


d e você
verdadeira viv e nd o dentro d e você. Considere c a d a
pessoa do
sonho c o m o u m a das personalidadesautónomas que
coexistem
e m sua psique e se c o m b i n a m para formar o self
total.
INNERWORK

Em tão surge a pergunta: ''Onde vi essa .


m i npessoaagindo
h a v i d a ultimamente?Onde
em e m m i n h a v i d a eu a vi
fazendo o que f e z no sonho? Qual parte d e m i m é a que
assim e assim se sente assim, pensa
comporta?''
Se ela trouxer conflito, no sonho, então tente
encontrar a parte d e sua personalidade que está e m
con.Ritoou rebelião. Se
Se
ela ela o puxou
procura para fora eda afeição
relacionamento sarjeta,no como
sonho,fez veriÊtque
a Garota que
parteOlhos
dos
sua está procurando a m i z a d e , amor, ou procurando
apaixonar-se.
Brilhantes no sonho a ser descrito na Terceira Etapa,
procure
um dos sistemas
ver, então, na v ide
d a energia fundamentais
onde alguma força,que compõem
algum a
interesse,
psique.
algum
discernimento, o livrou d e u m a situação aviltante,
você for um homem Esta descoberta poderá fornecer
recentemente.
uma
E lá v o c ê a encontraráagindo e m sua vida.
r agindover,
Poderá em ao
suaolhar para a pessoa do sonho, que ele
vida.
ou ela
ésaber,
a manifestação d e u m a das
especificamente, ondeestruturas
ela estád aagindo
personalidade
em sua
básica,
vida.
de fantasia
Uma que têm-se apoderado dele, com que humor
tem mulher, no sonho, pode adaptar-seexatamente à
le associad ca msombra, se de sua
o feminino for u m a mulher, o à
descrição
alma. .
pessoa interior de a#jma ou você sombra (ou um termo u
deste tipo), descrição d a cz#jma,se
adapta claramen e a um arquétipo, existem muitas
não o fazem:
outras que são simplesmente pessoas do sonho. Nesse
sugestão adicional sobre onde esperar encontrar essa
caso,
pessoa
sa
interio
o Mas se um h o m e m , por exemplo, descobre que a
pessoa
do sonho é sua a2zzlmas,eu trabalho não pára aí. Ele
precisará

Precisará encontrar os sentimentos que v e m sentindo,


os fluxos
andado, o encontro c o m o mundo interior -- o que quer
que seja, que I h e mostre e x a t a m e nteo que está
que e o
acontecendocom sua v i d a E um erro tirar
conclusõesprecipitadase chamar um a
t
se não se tiver a certeza. Para c a d a personagem onírica
que se

não as force a se encaixarem num molde. Deixe-as serem


quem

101
ROBERTA. J O H N S O N

A âm de encontrar esta personagem do sonho dentro


você um de bom começo
a que é descrevê-laA.
qual note quealidade
tipo de
pessoa ,
v o c ê imagi n seja, sua person e
descrição
características
Se a pessoa
principais;
. forquer
o que ela ntolerantee moralista,procure
e o que signiÊca para você.
Então,pelapodepar e
procurar a parte d a sua personalidade que se e n c a i x a
Em geral o sonho dá um nome à pessoa
nessa
Caso
Ou então, pode usar um inome descritivo. Se .for uma
figura
do seu caráter que é intolerante ou puritana. AÍ
pessoa do sonho, vive n do e m v o c ê e
encontrará
você a chame de aMãe Sábia, Mãe Ti ana, Mãe Terra, Irmã
Minha SenhoratAlma, a Dama dos Olhos Brilhantes. Se
Leal,
através
ela se d e você.
lsolda das .Mãos Brancas.
não o d ê , v o c ê pode inventar um que
Guinevere.
pareça casar c o m o caráter d a pessoa.
antes de começarmos
masculina,pode ser o aBravo
manter distânciao entre
Guerreiro, Anciãonós e
Sábio,
o Velho
elas, ao
pr(5ximos
Avarento, o deVilnosso feminino
Ladrão, interior Juvenil,
o Delinqüente se Ihe dermos
o Jovemo
nome
Príncipe,
o Trapaceiro, o Irmão Tribal. S for uma âgura feminina,
chamarmos ''a a#zlmcz"t,ransformado-a em uma
r
abstração e
homem, ele não deve começar a descrevê-la a partir
talvez
das
descreva a si mesma e que seja o ser único ind vidual, que
adaptar a um papel mítico, pode receber um n o m e mítico:
vem
individualidade.
Helena,

E melhor nos irmos familiarizando c o m


nossas personalidades interiores c o m o .pessoas c o m
exisfê7zcía .pró.azia,
usar jargão e classificações psicológicas. Ficaremos muito
mais
d e " L a d y Ingrid", por exemplo, e pensarmos nela
c o m o um
ser especial e interessante que v i v e dentro d e n(5s,
do que se
clinica.
Assim, se u m a figura feminina aparece no sonho
d e um
descrições padronizadassobre a alzimczD. e v e permitir
,
que ela visita-lo durante os sonhos. D e v e permitir que
i
ela tenha a sua

D a m e s m a forma, quando um a mulher encontra u m a


âgura
masculina no sonho, não d e v e tirar a conclusão
precipitada d e 102

H n
INNERWORK
t el seja
qu a
a mws, e começar a aplica utomaticamente
e odas
a as doutrinas concernentes a ra/zzlmzéEsl. a d e v e
seu
se dessa pessoa interior, descobrir qual é seu
aproximar-diretamente dela que informações e qua idades
aprender
oferecer
a ee sua
caráter
tem qual seu papel no mundo
função,
interior.
l

Identificando outras realidades interiores


símbolos geométricos
O bviame abstratos.
n te, as imagens Os sonnão
dos sonhos hos são só as
apresentam
pessoas. uma
Há t De
a m b uma
é m lugares,
forma ouedi:ócios, animais,
de outra, coressempre
pode-se números,
objetos e
descrever a
variedade infinita d e imagens, e todas elas são usadas
para
pre isa s dre tomada.
simbolizar, alguma forma,
U m lugar omo d oa Caste
o .fluxo v i d a interior.
o do S
nto
i m a gGraa
e m do sonho c o m o algo localizado interiormente.
Por
exemplo, se for um lugar então é um lugar dentro d e si
mesmo,
que pode ser localizado. U m lugar no sonho pode
havia colocado em meio a um sentimento "cinzento , uma
representar
"um lugar para Êlcar", no sentido moral -- u m a posiç o
c e c l ã
ética que
a l
representa
do lugar é um nível d e aconsciência
perguntar quem eleespiritual e t a m b é m u m a
meta
pertence.
e m direção à qual o mundo interior nos está movendo.
U m lugar
no sonho pode t a m b é m representar um ambiente emocional,
um
conjunto d e circunstâncias, u m a esfera d e influência.
Lembra-se d a nossa preocupação c o m o quarto
cinza? A
associação ncipal era o um ambiente emocional. O
c m
ego se pri
"
depressão.
U m a das mais freqüentesutilidadesde lugares nos
sonhos
-é:mostrar d e quem é o "chão" que v o c ê pisa, sob a
influência d e
quem v o c ê está. Assim, u m a b o a forma d e entender o
signiÊcado
Os astrólogos antigos criaram a prática d e
falar simbolicamente d a "casa" d e Marte ou d a "casa" de
Soturno. ou
d e qualquer outro planeta. Significava que a psique
h a v i a caído
sob aquela influência planetária: ela estava visitando
aquela casa. 103
ROBERTA.JOHNSON
A o entrar numa dessas casas simbólicas, v o c ê entra
num ambiente psicológico diferente, um campo d e energia
Da mesma forma, se nos encontrarmos na casa da
diferente.
nossa
a v ó materna saberemos que estamos na esfera d e
na noi e emd aque nosso sonho estava sendo tecido pelo
influência
Gra de Mãe. S ifica que, b e m ou mal, estávamos sob seu
t
feitiço
n ign

inconsciente. Pode significar que estamos à beira d e um a


grande
sonho podem dizer, com erteza, o que significa estar na
da Mãe"
revelação
"casa d a Rainha do Céu. Se estamos prostrados na
sarjeta
o" -- oà campo
e m .Rente da consciênciado
casa dela, entretanto,éego,maiso provável
mundo queque
o
isso queira
ego
do
dizer queacreditamos
que ,e as no
fomos apanhados paredes levantadaspara
lado negativo do complexonos
materno --
proteger
que o mundo
apanhados do ego está
na passividade e n asendo invadido SÓ
dependência. poras forças do
c
circunstâncias
de evitar até do
este
momento.
d S e a casa nos pertence, provavelmente representa a
o eg
terra
''casa abençoada, governada por um rei ou uma rainha,
velhos e
gosto que a vida tem quand vivemos harmonizados com o exy
constrói à sua volta, feito do que conhecemos, do que
nos
pensamos,
mesmos.
do inconsciente. Se a casa for invadida d e fora, geralmente
em alguma parte dentro de nós, escondido nas mais
significa
primordiais
profundas e raízes pré-humanas da psique. E um dos
inconsciente. Talvez estejamos sendo confrontados
sistemas
com
realidades, valores e partes d e nós mesmos que demos
um jeito
Se v o c ê se encontrar num país controlado por um
feiticeiro
m a u ou um ditador militar, isso pode significar que v o c ê
está sob
o controle d e sua ânsia d e poder. Se estiver viajando
por u m a
sábios, o sonho está I h e permitindo saborear
o
antecipadamenteo arquetípico, alinhados c o m a mais
s
elevada sabedoria dentro de

E quanto aos animais? Se houver um animal,


podemos
considera-lo c o m o um instinto ou consciência animal
que v i v e

d e energia dos quais somos construídos e d e v e ser


considerado. Ele vocifera d e v e z e m quando, se
negligenciado.
104
INNERWORK

Assim c o m o as pessoas, t a m b é m os animais têm


características c o m as quais v o c ê identiÊcar-se. Os animais,
muitos
como outros símbolos arquetípicos, têm
conotações tanto
se reúnem cem
positivas o m omatilhas, como
negativas. O soscães
lobos
sãoe um
os bcoiotes. Um
o m exemplo.
cão, no
Odes nos
cães
envolvermostanto com grupos e com a
coletividade,na
sonho, pode referir-se à tendência h u m a n a d e "seguir a
matilha'',
assim achamos, também formam matilhas. E um nstinto
forte d e ''pertencer a algo'', que paramos d e nos
ânsia
humana.
desenvolver
c o m o indivíduos ou d e ter um a v i d a interior. Pois

os homens, nós
vezes
i é di ícil dizer, a respeito de um sonho, se a
conotação
e m nós, quea ser
traz para fora tanto o melhor c o m o o pior
d a natureza
considerar esse
Por outro
Jung
símbolo. lado,
es obriu queososcães são gleais
animais por excelência. A
r lmente
imagem
representam
do cão submisso, no sonho, pode fazer referência a u ma
nobre
qualidade, uma capacidade para a lealdade mais profunda.
pode f
assinalar um conflito entre as necessidades de uma
Algumas
parte
conscient
considerada é a positiva ou a negativa. Algumas vezes o
.
cão pode
ser u m a advertência, outras vezes, u m a afirmação
poderosa.
representa,E mno simbolismo hindu, a mais alta
geral, algum pequenino
manifestação do detalhe do sonho nos dirá d e
que forma
sonhos, umad cobra .ArcÜabranca aparece ea
em geral como
uma sistema de energia primitivo, físico e instintivo,
um
c
dentro d e
nós. Podem corresponder a u m a necessidade .física d e
alimentos,
descanso ou exercício ou a u ma necessidade d e
experiência
erótica e sensual. U m a luta c o m um animal ameaçador, no
sonho,

instintiva mais profunda e as atitudes "civilizadas" d a


mentee Quando aparecem na forma mítica, os
animais t a m b é m
p o d e m representar os grandes arquétipos ou os
estágios mais elevados d e consciência e desenvolvimento
espirituais. O elefante
se/Fverdadeiro, e o elefante aparece no sonho d e um
ocidental,
algumas vezes, c o m o m e s m o significado. Nos meus
próprios

manifestaçãodo seH d a mais alta consciênciadentro d e


mim. 105
ROBERTA.JOHNSON

Os exemplos fornecidos nas últimas páginas


u m a representam
minúscula amostra
só das inÊnitas oportunidades que
v o c ê tem d e conectar as imagens dos sonhos
adequadamenteao seu self e à dinâmica d a sua v i d a
interior. Não haveria espaço suÊciente - neste
livro ou e m qualquer outro -- para cobrir todos os símbolos
que po d e m
surge. assim c o m o as várias formas d e c o m o po d e m ser
conectados
c o m a v i d a pessoal. Se tentássemos fazê-lo, estaríamos tão
somente
nos iludindo. Pois c o m o já enfatizei c o m v e e m ê n c i a , a
conexão real entre os símbolos do seu sonho e a sua v i d a
a garota dos olhos interior só pode surgir
verdadeiramentebrilhantes
d e vo cê, do solo fértil do seu próprio
Para ilustrar como pode mosrealizar esta etapa
inconsciente.
com um
foram feitas com a vida interior de quem
sonhou. Ilustração do trabalho c o m os sonhos
se sentiu incapaz de continuar a estudar por causa de
uma grave verem s ag ra as
r nos exames, e estava em
r estado de
sonhodesespero
real, o o um outro sonho e
exões

con que
o trabalho interior. Ele é uma dessas pessoas que não
O sonho m e foi trazido por um estudante d e
pode viver
faculdade, c o m
vida
vinteextraordinariamentecheia
e dois anos naquela ocasião. e Ele veio fazer
útil
análise
o dequando
Sonho da Garota dos Olhos
Brilhantes.
neurose. T i n h a c h e g a d o ao ponto d e não mais poder
estudar ou
pass
Este foi o primeiro sonho, durante a análise.
. a
Retratou
lindamente o estado e m que ele estava, mostrando quais
sistemas interiores estavam envolvidos e indicando a
direção que d e v i a tomar. O sonho predisse a cura
dramática d a neurose, que teve
lugar quase que imediatamente depois que ele começou a
realizar
sem um a v i d a interior, e um a v e z que reconheceu este
mudou rapidamente: completou seus estudos
fato, tudo .
agora leva u m a
E m honra d a manifestação d a sua
e sonh
c z M i m c zc,h a m a r e i este
INNERWORK

O Sonho d a Garota dos Olhos Brilhantes


r c
"Eur estavap deitado na ua, em dente à asa da minha
Ud me car o veio
avó.
que ele meoratropelasse,
trás, com minha irmãrolei
então e suapara
amiga.o Tive
meio-
medo

fio o mais
com uma de suas outras amigas. Mencionou alguns
rápido que pude. E m seguida elas estavam ao m e u lado.
nomes.
M i n h a Eu
perguntou-mequal a minha decisão a respeito do
irmã m e perguntou se eu gostaria que ela arranjasse um
encontro.
encontro

não consegui decidir. Então m i n h a irmã foi embora. Sua


a m i g aera a GAROTA DOS OLHOS BRILHANTES Pe guntei-
Ela
lhese
Pensei um pouco e d e repente a c h e i que a garota
gostaria d e
passar a noite comigo. No momento e m que pensei nisso,
Para a finalidade deste exercício, temos de supor
percebi
queh aáv i a reparado no seu aspecto. Convidei-a para
que não
sair, no
momento e m que ela estava indo embora, já d e costas
para mim.
feit
Ela voltou-se e eu fiquei feliz e m descobrir que ela era
o . r
atraente.
minha vida i terior cada imagem do sonho
refer
se
gostaria d e conversar comigo e ela concordou. Assim que
ela se e
voltou para m i m , saí d a saleta e fomos embora juntos."

passamos pela primeira etapa e fizemos nossas

associações, e
que algumasj delas já "deram o estalo". Agora, na segunda
etapa,
temos d e aplicar estas associações a dinâmicas
específicas d a
v i d a interior do estudante. Eis as conexões que ele
poderia ter l l

Segwmd.aEfa»a. A que parte de m i m , ou a que dinâmica


n
r
da

l Esta não é um a transição exata do trabalho feito pelo rapaz. Era o


primeiro sonho que ele analisava e a maior parte do trabalho foi feita
c o m m i n h a ajuda, ao longo d e várias sessões. Fiz um resumo das
associações que foram feitas, ou que poderiam
ter sido feitas, a partir do simbolismo das imagens, a fim d e ilustrar
c o m o alguém
pode anotar um sonho do seu próprio
jeito.
107
ROBERTA.JOHNSON
..4 cczscz Desde que se trata da casa da minha avó
dcz mim,ha materna. onde m i n h a m ã e nasceu, esta d e v e
auó ser
a "casa d a M ã e ", dentro d e mim. Ela
complexo
remontamaternos
a gerações, é a portanto
mãe arquetípica,
d e v e ser
energia
a ou a presença damais mãe que
dentro
apenas da o
minha
psique. E o territ(briodela, o que
alguma forma
significa que estou sob sua
Agora,
"EU" - onde
o e g o já
influência. vi isso
- estou e m agindo na minha O
seu território.
ego
vida
um
estárelacionamento d ao Grande
regressiv
preso no território que me Mé ã e ,
e de
quer que o mundo cuide dela. M e sinto
cotidiana? Há um aspecto do princípio
materno,
alguém, que me "sirva de mãe". Sob este
lado
familiar, onde come ç o a agir c o moo que
um a
num complexo de dependência.E
criança
tenho
masculinidade
que natural,
não pode fazer n a d a tenho
por simedo
m e s de
m a me
e
que só
dependente,
lado feminino não
de mimquero tomar
mesmo, decisões,
de uma forma
não
como uma
quero fazer n a d a por m i n h a conta e s(5
criança.
quero
Percebo imediatamente. Tenho estado
negativo, a energia materna transformou-
se visto. ultimamente, e m mim. Desisti d e
imagem é o símbolo exato de como me
sinto: minha
aventurar no mundo e fazer m e u próprio
caminho, c o m o que embrulhado pelo
me
negativa, que f a z c o m que m e sinta
sinto
dependente

.EsfemdZdzoczraiz O n d e isso está acontecendo na


m i n h a vida ?
deprimido, e m desespero, incapaz d e
estudar,
paralisado, não sabendo que cami n h o tomar.
A
c o m o alguém caído na sarjeta, incapaz
d e levantar, impotente. Sinto que qualquer
um pode
108
IN'NERWORK

vir, m e dar um pontapé ou m e


atropelar. Não
Outra defesa
tenho associação
e não que "bate''
posso é a de
m e ajudar.
que esta é
pertence
u a zpzZZ)/{ccNzã.
m a uzlc. "eles", de fora.
o é Parece que
m e u próprio
perdido,
estou não só no feminino maternal,
espaço;
mas
perdido t a m b é m na coletividade. Que
gencontro
rado em torno do que penso que as
pessoas
outras querem, ou esperam, de mim.
na m i n h a v i d a que corresponde a esta
Meu
associação?
A m e d i d a que vou pensando, percebo que
i
cumprir. Não sei se ela veio da minha
tenho
família, da
lugar - pouco importa. O ponto é que
começar
devo a olhar pa a a forma de vida ue
ingresso
me na faculdade, os cursos que
decidiros
faço, o que é importan e para mim e
ac otomar
planos minhas
me çar para p ópriasvieram basicamente
a carreira,
ddecisões.
e
alguma
rea expectativa
mente coletiva
me pertence, que supus que
e lá
d e v o de parar de ficar caído na rua,
Tenho
permanecendo.
sociedade à m i n h a volta ou d e qualquer
outro

r
parece comdecidir
pertence, minha airmã?
que Uma coisa que
valores
''bate" t
r
q
quero servir,
Penso que a única forma pela qual posso
sair d a
rua é encontrandoa pequena área d e chão
l
que

estupidamente aceitando não importa que


noção coletiva, vinda d a sociedade à m i n h a
volta.

Mi,p,ha irmã S e m i nh a i r m ã, no s onh o, representa uma


.pessoa
que v i v e dentro d e m i m , onde está essa
pessoa?
O n d e tenho u m a personalidade feminina que
se
comigo a respeito d a m i n h a irmã externa é
que,
sempre que estou c o m m a u humor ou
depressão,
ela a g e c o m o a pessoa do sonho. Ela
tenta m e
animar, tenta m e tirar d e dentro d e m i m ,
tenta
ROBERTA.JOHNSON

m e manter ligado à raça humana. Agora


que tenho um sentimento dentro de mim
percebo
que
quer m e ligar às pessoas, quer
quero estar
encontrar um
só.
a m i g o "irmã"
minha d e quemnopossa estar
sonho. b e m próximo.
Recuso ter de
Não
fazer
Entretanto, ajo d a m e s m a forma c o m o agi
cNo
o m sonho isso foi simbolizado pela
minha
qualquer
me ofereceucoisa c o m as pessoas;
um encontro. Talvez euajo
não
cqueira
o m o um
solitário, preocupado c o m m i n h a depressão
esaber. Ass m, acho que minh irmã é a
meus
orça problemas.
feminina dentro de Recuso
mim queos
quer me
lançar no
relacionamentos.
incapacidade d e tomar u m a decisão quando
ela
um
presença feminina que espero, como a
encontro, nesse momento, porque
"Garota
esperando a Garota dos
estou i
Olhos Brilhantes, sem como se tivesse
que estou completo,
algo apelo f
el s adapta à descriçã da czximcz. El simboliz
a e a ae c o m a
o c o m outras pessoas
relacionamento
vida
humana. M a s ainda não posso responder a
isso,
pois
dentroprimeiro preciso
de mim que encontrar
quer minha
uma experiência
alma.
com
A garota dos olhos bvi,l.ham,tes
Penso no para a experiência interior e a consciência
m e u ideal do religiosa.
Ela, m i n h a a n i m a ou alma, é a presença
eterno
feminina
feminino, a
Deus, que quer explorar o inconsciente,
dos Olhos
Brilhantes". quer
Ela parece 110
divina para
mim, como
um a princesa
ou u m a
deusa. Quando
a vejo, quando
a sinto e m
m i n h a vida,
então sinto

que viver,
c o m o se a
v i d a tivesse
sentido.
Assim,
m i n h a alma.
Este é o
aspecto do
feminino que,
ao contrário
d a "irmã", m e
guia para o
mundo /
zfe/"flor,
para o
mundo
espiritual,
INNERWORK

viver no mundo dos sonhos e dos


arquétipos.
O que é surpreendente é que, assim que
percebi
me levante e pude andar. Comecei a v ver e
ocupa
quem ela
me novamente.
era no sonho, saí d a
r i
minha paralisia,
aspirando por um nível diferente de
Cheguei
O n d e aqui
vida. e comecei
vi tudo a aprender a m i n h a
isso acontecendona
examinar
vida?
vazio em Primeiro,
mim. Sinto senti, por
a necess dadeassim
de uma dizer,
vida m i n h a alma

ou algo que me dê uma noção do


meus sonhos, pois sinto que existe um
significado
dentro de mim parece ser a presença i
espaço interior, sinto um vazio
deZczé:
interior,a quero um signiâcado religioso,
em mim. São os sentimentos dela que
u m a experiência religiosa
estou
espiritual, de penetrar fundo os
básico d a mdoi n h a vida. Tudo isso que
mistérios
através
aconteceda minha
mente.
Garota dos Olhos Brilhantes, m i n h a alma
agindo
se conversaria comigo. Estou tentando
sentindo. Tenho fantasias d e u m a v i d a
como se fosse o começo de uma troca,
nova,
um
inconsciente.
Por D e v e m ser
mais esotérico quefantasias
pareça, deZczq,ue
acho
saem estou
que
estabelecer um relacionamento com minha

Pergunto se Convidei-a para um encontro, mas parece


el,a C0%DeySa7ta que o ponto crítico verdadeiro foi quando
comigo I h e perguntei
estabelecer
u ma simples
conversa,
mas sinto
relacionament
o.
Onde
encontro
isso
acontecendo
dentro d e
mim?

tentando
encontrar
m i n h a alma,
estou
tentando
própria alma.
Talvez no
momento e m
que decidi
anotar meus
sonhos e
passar a
examina-los,
c om e ça r a
viver no
mundo
interior --
este foi o
1
1
1
ROBERTA. J O H N S O N
momento e m que eu disse à m i n h a alma
que
com minha
queria psique
conversar c o interior
m ela, quee queria
começaru mcom
a
ligação
ela
u m a camaradagem.

Levam,t o -m,e e Posso associar o ato d e Zeucz#fczr-meda sczUefa


sai,o d a sarjeta com
au mme sentir
a muda nça melhor. Não me esinto
muito específica m mim.tão
Assim
que
à mercêc o m edoc e imundo.
a entender
Sinto umquepoucohá algo este
que
sonho, e
posso
c o m e cestá
que acontecendo
e i a querer ter udemnatr
v iod a deinterior,
mim.
Abrir
comeceo i
na sarjeta, paralisado
desamparado,agora. Não em eem sinto
uma atitude
de
paralisado e
fazer para que a v i d a continue, para
entender
o a algumas o muito específicas que
coisas
acontecendo na sua vida emocional. O sonho veio,
estavam mundo interior significa que a força d a
vivenciando. Eleesperança e d a completamente
se sentia v i d a voltam a mim; não tenho
d e ficar jogado
desamparado e
iss vivamente, pela sua imagem deitado na ru completamente
passividade.
vo, totalmente à mercê dos
o a,
transeuntes.
s Nosso j v e m foi capaz d e conectar sua experiência
onh
o
manifestação da am/mcz, podemos imaginar muitas coisas.
o
Sabemos que a alzjma nos guia para o mundo inter or,
que ela
com
surpreendentemente, sob m e d i d a para muita coisa que ele
estava

derrotado pela vida, naquela ocasião, tanto que o sonho


mostrou
passi
Este sonho nos dá um b o m exemplo d a maneira
pela qual a
amplificação arquetípica é útil. Neste caso, ele nos fornece
muitas
informações sobre a a#Íma, d e forma a podermos ver
onde ela
está agindo na v i d a dele. Uma v e z que percebemos que a
Garota
dos Olhos Brilhantes é u m a representação d a alma,
uma

i
está interessada, primeiramente, na v i d a interior. A
partir daí, 112
INNERWORK

podemos ver que o encontro c o m essa pessoa especial e o


de um rel acionamento com ela coincidem com a decisão dele
ir
de ao mundo interior, através dos sonhos, para renovar
início
sua vida
a a#imcz e com el estabelecermo um relac
interior. Esta é, a c i m a d e tudo, a forma mais direta d e
a s onamento.
i
irmos até
CAPITULO IO

TERCEIRA ETAPA:AS INTERPRETAÇOES

A ;#ferp/"efczçãéo o resultado final de todo o


os son hos descrito
trabalho com nas etapas anteriores. Ela reúne m
todos os e
significados que foram tirados do sonho e m um só n
quadro significa para
interiro, t
uniÊlcado. Ê u m a exposição coerente daquilo que o e
você.
,
sonho, por a
Neste estágio, v o c ê f a z perguntas do tipo: "Qual s
é a
que
m e n stenhamos realizado
a g e m central, as duas
a mais etapas que
importante, anteriores.
esse sonho c
está fazer
Tentar o
tentando m e transmitir? Que ele está aconselhando d e n
que eu e
faça? Qual o signiÊcado total do sonho para a m i n h a x
primeiras
vida?" etapas. As associações começam a se juntar na õ
sua Não temos o direito d e fazer um a interpretação do e
s
sonho até
u m a interpretação sem primeiro fazer as associações c
Pergunta-se: "Qual é o ensinamento, a informação
individuais o
mais tante que o sonho está tentando m
é, realmente, apenas adivinhação. Tomar u m a
transmitir?''
interpretação já
pronta, d e um livro d e sonhos, é c o m o vestir a roupa a
d e outrem que não I h e cabe. A interpretação d e v e fluir s
naturalmente das duas u
a
v i d a interior se tornam claras; e
disso tudo c o m e ç a a nascer o sentido do signiÊcado total
do sonho.
C o m o parte d a interpretação, deve- se tentar
fazer u m a
exposição simples daquela idéia principal que o sonho
transmite.
}

Usa do so ho da ar s n :1

impor
3
u mna amostra
o n d e interpretaçãopara
G ota do Olhosilustrar
Brilha tes,
os
preparei
tipos d e idéias que #

114

.d
INNERWORK

d e v e m aparecer quando se c o m e ç a a unir o sonho e m


uma
m e n sAa gmedida que for lendo este exemplo, lembre-se que
e m completa.
tive a
va n t a g e m d e trabalhar e m esse sonho, anos atrás.
Pude ver a
coe ente do quedosej ofosse
transformação v e m e mmeu próprio sonho
conseqüência e eu des
do sonho, e
forma
ivesse
que a interpretação resultou para m i m um pouco
r
mais fácil
Apenas e suas déias sobre como você acha que o
anote
t
sonho
tentando interpreta-lo pela primeira vez.
Quando começar a interpretar seus sonhos, não espere
que
sua interpretação surja d e forma coerente já na primeira
tentativa.

i
inteiro se e n c a i x a e o significado que ele tem para a
sua vida.
Continue a trabalha-lo até que faça sentido e se adapte ao
padrão
global dos eventos do sonho.
Estive
Coloquei bloqueado por uma
esse exemplo pessoa, cUma
grave neurose.
na primeira o m ovezse a
j o v e mela
que
eque
as sonhou
necessidades do inconsciente, posso perceber o que
falasse, c o m a ânalidade d e ilustração.
estava

Interpretação:
Meu ser interior,o porém,
sonho es d a ágarota
pedindodosalguma
olhoscoisa
diferente
bem alg qu s intitu uidcz fezzloz Iss signific meditar
brilhantes
trabalhar c m ose sonhos,
la saber quem sou, perceber
Qualo é oe quadro
, ,
global d a m i n h ao v i daa que este
que tenho
sonho está
apresentado? O sonho m e dá u ma forma d e entender
minhas
relações emocionais, m i n h a depressão, inércia e
incapacidade
d e progredir na escola, nestes últimos meses.
é, na verdade, u m a lacuna intransponível entre a atitude
consciente

acontecendo. M i n h a atitude consciente tem sido a d e "ir


levando
o barco", tentando m e sair b e m na faculdade, e assumindo
uma
.Carreira que, agora percebo, era ditada pelo mundo à m i n h a
t
volta.

alma - exatamente c m s h me s stumavam


o
u
nom aantigo sentido religioso,
o o o que otinham
n coum a parte acreditar,
d e si
mesmos
que os ligava a Deus, a que c h a m a v a m
alma. 115
ROBERTA. J O H N S O N

N o sonho.
undo colet vooe resultado d e m inan hdependência
de permanecer a tentativade ter
do meu
no m i
sucesso
complexo
dependente. materno é mostrado através d a m i n h a imagem:
caído O sonho mostra os três t pos de energia femin na
na sarjeta,
dentro completamente desamparado, passivo e
i i
d e m i m , ativas e m m i n h a vida, agora. Primeiro, c o m a
Grande
de tudo, é que eu não estava vivendo a vida ou
M ã e , fui colhido
buscando as pelo seu lado negativo. Tornei-me
buscando
completamenteo que pensava que as outras pessoas
passivo e dependente,
esperavam de e isso resultou na terrível inércia
e m quedeitar na rua em dente à casa de minha avó materna
Então,
m e que
diz
me encontrava, na m i npelo
fui apanhado h a incapacidade d e atuar
complexo materno no na
sentido
faculdade.
azera eoutra
Porém, o querazão, ainda mais fundamental e que está
pensar.
por trás qualidades que mais interessam ao m e u ser
levar de vo a a me rela iona livremente com as ulhe
interior.
s e Estava m i m , e não o que meus instintos
permaneço indefeso no complexo materno e em uma forma
mais profundos m e ditavam.
de

regressivo,
elas parecem infantil, dependendo
me empurrar para d uma
e que outros m que
coletividade e
dissessem
me o
que f
U m outro lado do feminino que a g e e m
psique interior, minha cz#zímaE. la é a força dentro de
mrepresentado
i m está
mim, que pela m i n h a irmã. Este ''feminino-terra"
do meu próprio
lt inconsciente.
c Ela
r é como uma deusa mde
quer
olhos me
secreto
re do meu sexyi zfer/o6minha alma, e me mostrar
ccomo
o m o mundo. Isso é b o m , porém não posso fazê-lo
enquanto
v i d a ditada pelo coleüvo. Preciso aprender c o m o m e
relacionar c o m
m e u seZ/ interior, antes d e sentir que posso m e
relacionar
adequadamente c o m as pessoas fora d e m i m mesmo. Do
contrário,

mac hu ca , ao invés d e m e ajudar.


A outra presença feminina em mim é a Gczrofa dos OZ;zos
:Z?zÍZ/za/zfEesu. a identiÊco c o m a i m a g e m d a m i n h a
alma, m i n h a

m e puxa para o mundo interior, o sentido religioso e a


descoberta

brilhantes que pode m e conduzir na jornada através do


mundo

116

r\:pjK!+);qet +! l-+y i:2nup #fa '»:H.Bv


INNERWORK

viver c o m quem eu realmente sou, e m v e z do que


penso estar
obrigado Comoa posso
ser. usar esta info mação? Primeiro acho
d e s i sque
t i rdevo
, r nquanto, te "alguém",
sucedido no mundo acadêmico ou no mundo compe itivo de
p tar r
o e de n ser de
, te
descoberta par dentro meu pr(5p seZ
ntar poder
sucesso, ser b e em aprovação social. EZm v e z disso, preciso
s do rio
fazer t a
na m i n h a v i d a cotidiana o que faço no sonho: sair c o m
minha
própria alma, por um momento, e fazer disso u m a
este
v i a g e sonho,
m d e encontrar minha alma e explorar meu self
ointerior
único caminhoé que se abre para mim: é a única coisa que
me D e v o arranjar tempo para o sonho, lembrar meus
de pé,sonhos,
de novo, como um homem.
trabalha-los,realizar o trabalho interior, tentar
descobrirA medida que mlemos
o que esta interpr taçã profundo
e u se/Finconscientemais , percebemos
quer
d e m icomo
m , como.ele espera que eu viva.; Então, a c h o que
posso viver sem estar nesse conflito
interior terrível, e sem rolar d e novo pela sarjeta. D e
aacordo
fazer cuma
o m avaliação da mensagem central do sonho. Ela
até
Uma interpretação adequada do sonho deve
tira d a sarjeta, dá forças às minhas pernas e m e capacita
resumir o
a ficar
você está fazendo, e como vai levar a ua
vida. e o
ela nasceu naturalmente d a primeira e da segunda
etapas, já
percorridas, e m nosso trabalho c o m o sonho. Identificando
quais
partes do ser estão simbolizadas pelas figuras femininas do
sonho,
e verificando onde estavam afetando sua vida, o j o v e m está
pronto leva a decisões d e c o m o viver sua ü d a no
futuro.

significado do sonho e m poucas palavras, d e v e fornecer


s
u m a .aplicação específica d e sua mensagem à sua v i d a
pessoal, ao que

Escolhendo alternativas

Algumas vezes v o c ê descobre que é possível


conseguir
várias interpretações das associações feitas c o m o sonho, e
que 1]7
ROBERTA. J O H N S O N

todas elas f a z e m sentido. C o m o decidir entre essas


interpretações?
possíveis Algumas vezes, uma associação com o
símbolo
é positiva e encorajadora, mas outra é negativa,
Váriasd eabordagens podem ajuda-lo a se decidir
avisando-o
pelanão vai bem. C o m o decidir qual a
que algo
que já aprendemos anotar as interpretações. Quando se
associaçãocorreta?
escreve
Tira-se a interpretação de um nível de fantasia e
interpretação mais adequada. A técnica mais importante é
abstração
aquela e
o que realmente faz :sentido e o que não faz. Enquanto
aa interpretação e m um papel, isso gera um efeito
excelente, mas quando se a anota começam-se a perceber
extraordinário.
as
coloca-se e m u m a"dá
forma que pode ser vista c o m clareza.
Através um
do ato d e escrever, começa-sea ter u m a melhor intuição
sobre interpretação estava girando pela cabe ç a, pode
bom tes e para a interpretação é ver se existe ter energia
soado
por trás
em você, verifica-se
falhas; se de repente
se oela forne e imsig/zfsna
conjunto é realmentesua vida,
consistente,
se de se
realmente a coisa clique"
padrões onde você es eve empacado tudo isso são sinais
existe
de que uma tremenda energia por trás dessa
Quando você anota uma outra
Determinando
interpretação interpretação,
a intensidade é possível
d a energia
que
C o m o o sonho é compostopor sistemasde
vida ou pode para
energia, um você. Esse é um ó imo sina de
que a t
dela. Se a interpretação desperta energia e
c
sentimentos fortes
repente v o c ê c o m e ç a a pensar e m outras áreas d a sua v i d a
essa interpretação faz sentido, se ela o esclarece e
t ,
onde
o liberta dos

.
perceba que simplesmente ela não tem nen huma energia.
Ela
.murcha, morre, e não é possível conectá-la com n a d a
r t l
que tenha

interpretação não é b o a para o sonho.

118
INNERWORK

Seguindo pequenas pistas


E m todo mistério existe sempre u m a pequenina
notadapista,
apenas pelo mais observador, que conduz à solução.
Esse
detalhe literário, d e fato, reílete um modelo arquetípico
na v i d a e
considerar
nos sonhos: o c a d a sonho nos fornece um pequeno detalhe,
sonho.
alguma
pequena pista que nos diz qual interpretação seguir ou
como
Há d e z anos, foi oferecido a um a m i g o m e u um
mulher linda e voluptuosa, vestida com uma sedutora
trabalho
camisola,
que decidiu
parecia acompanha-la;mas
maravilhoso. l)everia c o mfoi
e ç aaprox
r c omando
m o sócio
Ele ela se e foina
arma;
então
teria
tom um serviço cheio
esverdeado d e desaÊos, que
sobrenatural, oportunidades
o deixaramilimitadas.
enjoado
Ele estava entusiasmado, mas algo I h e disse para esperar
e alguns dias
No dia seguinte, a correlação entre a sereia
antes sedutora
d e tomar ea a decisão. Naquela m e s m a noite, sonhou
que u m a
veio ao seu encontro, insinuando que seria sua, se ele a
i
fundo, naquela ofer a de serviço, alguma farpa escondida --
então aceitasse.
que ele olhou para os seus olhos. Eram
olhos estranhos, d e um

apavorado. Ele fugiu.-- é o símbolo da força vita , a


árvores e campinas
natureza
energia da que
sedutora irrompe
oferta na primaver
d e emprego . No claras
ülcarambem seu ladopara ele.
positivo,
Sentiu
que h a v i a projetado sua c z m c z na possibilidade daquele
novo
exemplo porém o sonho estava avisando-ode que aquele
emprego,
. o
era
aspecto d e feiticeira d a acima. H a v i a alguma coisa errada, lá
no
ele a recusou. Mais tarde descobriu, através d e outras
t
fontes, que
a arma era desonesta e percebeu que não teria agüentado
âcar lá.
Descobriu, t a m b é m , o signiâcado arquetípico d a cor
verde.
C o m o qualquer outra cor, o verde tem u m a conotação
tanto
o o o n ndo a ra na natureza
l
p sitiva c m egativa. Qua co aparece

--simboliza
em a renovação d a vida, porém, no lado negativo,
representa z;e/ze7z-o- o veneno d a serpente, o pus d a
ferida, a secreta qualidade venenosa d a raça humana. Diz-se
que .ãca ''verde" d e iíiveja, por

1]9
ROBERTA: J O H N S O N
O tom verde..doention, ão amigável,dos olhos d a
sedutora foi
a pista, o detalhe especial que nos disse c o m o interpretar
esse sonho
ambíguo. U m b o m emprego, u m a oportunidade d e trabalho --
da
n a dczm/mcdzo homem. a consciência
a errado, aparentemente. do sensual
E u m a bela figura quee se
do insinua,
no sonho,opode ser algo excelente: o lado d a "sombra" d e u m a
erótico,
mulher;deixa de cabelo em pé, aí está sua
a aparição
pista.
desabrochar d a sensibilidade.Mas, se o tom d e verde dos
dela o
olhos Harold Goddard, o grande estudioso d e
Shakespeare, nos sobre o tipo de genro que deseja. Ele
da moça discorre
mostrou
quer queque este princípio é verdadeiro nas peças deste
autor e,
talvez, e m outras grandes obras d a literatura. O exemplo
citado
vai
d e que m e recordo, era u m a ce n a d e .Romewe7h/{efczn, a
acabar.
qual o pai
Julieta se case c o m alguém rico, pertencente a u m a
família
pequena
poderosa,pista de queque
opulenta, precisamos, de queu as
viria a formar m a coisas
aliançanão
com
vão bem,
a sua.
profunda no seu senso de valores. As coisas vão
Tudo isso soava bastante normal e inofensivo para a ltália do
mal, e as
século
XV. Não nos dá nenhum sentimento terrível sobre c o m o
a peça
parecia amb
Mas, então, existe um detalhe aparentemente
gua. insigniÊcante:
o lamento d a ama. Ela diz que a atitude do pai é o
m e s m o que
entregar Julieta
Se você acharà que
prostituição: ele a ainda
a interpretação venderia pela
não está
maiorficando
oferta,
para quem trouxesse a maior soma. A afirmação d a a m a
nos dá a
a um nível profundo, no destino daquela família. Existe
u m a quebra

sementes d a tragédia que virá já foram plantadas.


Nos seus próprios sonhos, aprenda a prestar atenção
a estes
pequenos detalhes e leia o que eles estão dizendo. Eles
farão a
diferença na compreensão d e u m a situação que, d e outra
í
forma,

Confrontando os opostos

clara ou não consegue decidir-se entre interpretações


opostas, 120
INNERWORK

banque o a d v o g a d o do diabo c o m c a d a explicação do sonho:


tome
a posições, um advogad o r vez com
s como o, e argumente
argumente que, de
Primeiro, argumente po itivamente:
c a d a um
ponto d e vista, um p .
veemência
s
ponto d e vista interior, seria absolutamente corneto
todas as evidênc as que puder sobre o sonho e faça uma
para v o c ê
lista delas.
aceitar esse emprego. Argumente que ele permite o estilo d e
v i d a que seu sonho I h e prescreve. Argumente que isso o
deixaria c o m
i
tempo livre para sua família, seu trabalho interior e seu
o caminho ou a direção que parece indicar. Argumente
lazer. Junte
primeiro
Então, argumente na posição oposta: seja o a d v o g a d o do
diabo. Argumente que o sonho está dizendo que v o c ê d e v e
âcar onde está
e manter
com cada oponto
sfafws de
azia. Argumente
vista dentroque
de devera usar
nós, um de sua
cadaenergia
vez,
para
até que sua v i d a interior e curar suas fissuras neuróticas,
endireitar
ao invés
interpretações, e sua compreensão final será uma s
ddiferentes
e gastar seu
pontos de à procura d e novo emprego e novos
tempo
ntese de
jogos d e
vista
poder. D e f e n d a o sonho c o m o sendo u m a advertência para não
tomar
o preço a ser pago. Ele pode estar dizendo: 'Veja, esta é
c o m o . W @d, epois c o m o yamg. Argumente c o m seu instinto
afeminino,
atitude
as consequências que se
depois c o m o lado masculino. Argumente que deveria entregar
seguirão. '
tudo mente o que insiste em fazer, desde que
ao destino e esperar;
assumamos a argumente, então, que d e v e adotar u m a
ação quando nos voltamos para a alternativa errada,
Mesmo
decisiva. B a n c a n d o o a d v o g a d o do diabo, forçamo-nos a nos
como
alinhar
percebamos qual deles reflete realmente a lição do
sonho. C o m
freqüência, v o c ê vai achar que existe alguma verdade e m

ambas as .
í
Algumas vezes o sonho diz que não existe n en huma
escolha
"certa". Pode-se adotar ambos os caminhos, e o sonho diz
quais
as conseqüências para aquele que foi escolhido. O sonho
I h e diz
'
que v o c ê d e v e tomar, mas, se você persistir na outra
atitude, eis
e x a t O inconsciente é justo c n sc . Permite que nosso
a
e g o faça o o o

responsabilidade d e nossa escolha e aceitemos as


conseqüências.

freqüentemente fazemos, ganham os consciência e


aprendemos /'2 /
ROBERTA. J O H N S O N
c o m a experiência desde que, novamente, aceitemos a
responsabilidade e enfrentemos os resultados
honestamente. M e s m o alguma coisa que pareça "errada"
torna-se bené.Hca se
formos capazes d e aprender c o m ela.
M a s um a coisa que nosso inconsciente não tolera é
para aoutro,
fuga à de enrascada em enrascada até que,
finalmente,
responsabilidade. O inconsciente nos empurra d e um
esses caminhos impossíveis e passemos, então, a
sofrimento
assumir a
queiramos acordar e ver que somos nós mesmos que
escolhemos

responsabilidadede nossas
Aqui estão algumas próprias
regras decisões.
às quais podemos
recorrer, tanto
que não se encaixam bem. Veremos quatro
Quatro regras para validar a interpretação
delas.

para Opte
confirmar
pela u m a interpretação,como
interpretação paraalguma
que Ihe ensina eliminar
aquelas
coisa nova,
arraigadas. Lembre-se de que a principal função do
sonho é
1. Escolha u m a inteQretação que I h e mosüe algo que v o c ê não sabia
no dizer o j e portant
s á o,
edaquela
m v e z ãue
daquela que parece
simplesmente conülrmarpreconceitos
repete o que pensamos já e
saber.Há uma exceção para esta regra: a gumas vezes os
opiniões
sonhos
mas você nem a algo
comunicar'lhe compreende
que v o cnem a põe
ê não em que
sabe, prática
v o c ê Nesse
não
percebe
caso, ou
melhor
que v i v e perguntar porque oO sonho
no seu inconsciente. sonho precisa
não gastaficar
nosso
tempo agem.
repetindo para essa
que sabemos compreendemos; dev e- se
escolher .a interpretação que desafia as idéias existentes,
e m vez
l
transmitem a m e s m a m e n s a g e m básica muitas e muitas
vezes, o sonho .pcz/"ecrée?petir algo já conhecido. M a s se
.
assim for, é

n
Se os sonhos servissem só para confirmar
me s
opiniões e suposições preexistentes, não contribuiriam e m
n a d a para o nosso
122
INNERWORK

crescimento psicológico. Admita que os sonhos v ê m para


lo, para ajuda-loa crescer; vêm acordar você para
desaâá-
aquilo que
pi'ecisa aprender e onde precisa mudar. E ajuste a
süa interpretação adequadamente .

Os 2.sonhos, com freqüência, funcionam como


Evitea interpretação que iiüe o e g o ou que seja auto-elogiosa
informantes.
internos ou fez um avanço no caminho para a maturidade
ou
Se v o c ê f e z u m a muda nça interior, colocou e m ordem os
valores
Entretanto, os sonhos nunca representam essas
desenvolvimento individual, o sonho I h e dá essa informação.
Temoscoisas parad e nos sentir satisfeitos quando coisas boas
o direito
ccongratular
omo pela maravilha que você é e quão além dos
essas nos são relatadas.
out os
nos provocar u m a satisfação egoísta. Se v o c ê se pegar
anotando
ando o que devemos encarar pr meiro e o que
u m a interpretação d e sonho que o f a z inchar-se d e v a i d a d e
r devemos
e se
os louros. Assim, se você se surpreender anotando
mortais v o c ê está, então sua interpretação não é
uma
que Oé,sentenda que ela não pode ser uma imagem
adequada.
pelo
sonhos não nos fornecem tais tipos d e sinais e não nos
exata
induzemdo
a inalar nosso ego.
m sonhos apo para a a n da ossa
ostr Existe uma forte tentaçãode usari os sonhos
vida, para
Os culpar ntam tarei i acabada n
traba ho e essa pessoa aparece em seu sonho, é muito
dizer:
fácil "Otimo!
aprender meu sonho
e m seguida. N a v i dprova de ponta
a interior, nuncaa alcançámos
ponta que o
ponto
estou
no qual podemos parar d e aprender e começar a descansar
sobre

interpretação auto-elogiosa d e um sonho particular,


te.ntevê-lo

seu sonho, portanto, v o c ê precisa pesquisar um pouco


mais.

3. Evite interpretações que transâram suas responsabilidades

o
utras pessoas pelas coisas que estão acontecendoem
vidas. Por exemplo, se v o c ê tem u m a rixa c o m
nossas l
algum colega d e

123
ROBERTA. J O H N S O N

certo, a outra pessoa está errada e toda essa rixa é


não
culpaminha.
dela,
Essa bpa d e interpretação, além d e egocêntrica, é
muitas
pessoas
vezes têm de mudar.
completamente Podemos
inexata. deixarnão
Os sonhos isso para os
estão
interessados
sonho s
deixar esse assunto para Deus. Nossos sonhos dizem
e m apontar as faltas d e outras pessoas, ou o que
arespeito
#ós: o que está acontecendo dentro de nós, as
energias
as outras das outras pessoas, para o seu próprio
recisam ser
inconsciente. Podemos
mudados.
contribuiçã de e padrõe de
oinvisíveis que estão formandos nosso cam i n ho
interior, os
aspectos d e nossa v i d a que precisamos tornar
conscientes, ou
o uma ele
p
fo
que Sea op s nho falar d e situação externa, vai
Ihe dá uma visão panorâmica do seu
en car
desenvolvimentointerior
7zossas atitudes comportamento
para você o que aconteceu no passado, mostrando o
inconscientes.
que
4. Aprendaa viver c o m os sonhos - utilize-os a longo prazo no decorrer d e
sua v i d a
seu significado total só se torna claro com o passar
do t Temo
mpo. de aprender
Geralmente a viverpode
um conho com ser
sonhos como esses,
entendido em e
a eles regularmente.
termos
voltar de A medida que o tempo passa,
eventos
nosso específicos d a sua v i d a interior acontecidos nos
nossa vida e de repente percebemos que se encaixam
últimos
dias. Outras vezes, entretanto,você tem um "grande
sonho falou. Tais sonhos se revelam como o traçado
sonho" que
de um
tempo, a ver como nossa vida se adapta a esse
por um longo período d e tempo. Ele pode estar
projeto.
interpretando
acontecerá no futuro e da n d o uma;idéia d e c o m o suas
experiências
atuais se e n c a i x a m neste extenso fluxo d e sua vida. Por
vezes é difícil fazer u m a interpretação imediata destes

s
e
sonhos, porque

entendimento aumenta. Observamos acontecimentos e m

exatamente na longa série d e manifestações sobre a


qual o
projeto para nosso crescimento interior, e
aprendemos, c o m o

124
INNERWORK

Se depois de todo nosso trabalho não pudermos,


honestidade, escolher u ma interpretação definitiva do
com
sonho,
nos
entãoa viver com a ambiguidadedo
permitamo-nos sonho,
viver c o m ele pordauns
mesma forma que
tempos.
às
Disponhamo-
vezes por este
temos d e caminho
viver c oou
m a por
a m b ium
g ü i doutro. SÓ o vida.
a d e d a nossa
Podemos
tempo dirá."
dizes legitimamente: '"l'alvez seja isto ou talvez seja aquilo.
contidas
Pode- em nós agora. Vamos dar a nós mesmos tempo
e
ao sonho de tempos em tempo, e tudode se to
se ir
nará claro.
Tais sonhos
ligados, d e valguma
ê m das forma,
fronteiras nossa cujas
ao futuro, consciência.
Estão
sementes já estão

experiê continuando a om o o o
r
ncia, interagir c s símb l s,
voltando
125
CAPITULOll

Q U A R T A ETAPA: O S RITUAIS

No momento e m que se c h e g a a esta quarta etapa, já


íloifeita u m a interpretação. Já fizemos o melhor que
opudemos
sonho com
para nossa me#fe.Chegou a hora de fazer alguma
entender
coisa
/Zsica. Esta etapa é muito importante, porque ajuda a
integrar a algumas pessoas, essa é uma etapa di:ücil do
Para
experiência do sonho e m nossa v i d a consciente, desperta.
trabalho
do sonho, simplesmentelhes dá um branco. Contudo, com
c o m os sonhos. Quando lhes pergunto o que vão
um
faze/"a respeito
física. Nós nos surpreenderemoscom o poder que esta
pouco d e prática, aprendemos a usar a imaginação e
quarta
mudar nossos
inventar hábitos
rituais e
engenhosos que dão ao sonho proximidade
atitudes. e concretização

etapa tem para aumentar o entendimentodo sonho e


até para
mensagem do sonho Pode ser at prático: resulta
. um o como do
Agi ndo conscientemente para reverenciar os
um rit
tua lquee tra g a pa ra o cotidiano o sign Êlcadodo
uma sonhos
r i forma qu trEsta pa etapa
sonhorequer
de um calo/ísZco que
poderosa.
v e n h a a:firmar a
o
do sonho, p r exemplo, v o c ê pode sentir a
necessidade d e
c o m e ç a r a pagar suas adií\vidas no prazo certo, ou
esclarecer u m a
relação que se tornou confusa. O u pode ser um ato
i
simbólico --

126
r'
INNERWORK
Muitos exemplos m e v ê m à mente. As pessoas,
vezes,algumas
sonham que precisam ficar mais atentas ao seu
lado
fazer um ritual,
sensível e a seusreservando uma noite para realizar
valores sentimentais.Para tal sonho
algo de
podemos
mas para o qua nunca temos tempo. Ou podemos faze
alguma
nos importamos.
profundo valor, Asalgo
pequenas coisas funcionam
que sintamos c o m o importante
e melhor:
sublimepor
coisa pequena, sutil, para mostrar afeição por
Qualquer ritual lfísico servi á, se reafirmar a
rsonho
mensagem do alguém c o m quem
.
exemplo,
de aparecer
ir para a praiapara uma visita
ou para rápida
o campo, sairoupara
enviar
um um
detendo o olhos
longo passeio, core dar ter e do céu e no relegando
cartão. s nas s ra s
vida
Se consciente
o sonho diz que gastamos muito tempo no trabalho,
U m dos melhores
que .precisamos rituais
d e maior de que me lembro foifazer
relaxamento.Hsico,podemos
feito por um ritual
sonhou que estava em um shopping center num sábado à
noite,
c o m o mundo físico. M e s m o pequenos atos, c o m o
esses, têm o poder d e tornar o sonho concreto, e
insatisfe
co m e ç a r sua integração na
to.
do trabalho com os sonhos. Sua interpretação foi a de que
o sonho
um j o v e m estudante que estava fazend o análise comigo.
Ele
saudáveis, metendo-se em aventuras e relacionamentos
que o
andando d e lugar e m lugar e tudo I h e parecia ruim.
Encontrou
um monte d e quinquilharias para comprar, um ''lixo d e
comida"
que osido
fez passar mal, e travou contatos superÊlciais, que o
sua quarta
i
etapa.
de ixa ra m

Ele tinha se esforçado bastante nas três primeiras


etapas
fazia referência à sua "síndrome d e sábado à noite". Esta
consistia e m "sair c o m a turma" para beber bastante,
comer alimentos não
d e i x a v a m vazio, depois. A luz do sonho, ele decidiu que
esse tipo
d e sociabilidade e d e recreação não eram saudáveis para ele,
pois
representava um conjunto d e valores e um m o d o d e v i d a
que não eram próprios dele.
ti Perguntei-lhe o que h a v i a feito a respeito do sonho e
nha
qual

127
ROBERTA. J O H N S O N

Ele decidiu que a essência do sonho fora captada na


"lixo d e comida''. No sonho, ele vivenciou o ''lixo d e
frase
i
relacionamento humano e da coletividade.Assim como o "l
comida"
xo do d e comida", eles não I h e d a v a m alimento para
sua vida sentimental ou mesmo seu relacionamento
sua v i d a interior,
Então,
humano.ele criou esse ritual para
Foi a uma barraca de hamburge e comprou um
o sonho:
super om e
o sanduíche e as fritas, com uma cerimónia r
Fez isso comoc umbatata
cheeseburger
levou
altamentesolene ato simbólico de renúncia.
frita. Arranjou uma páEle
eafirmou,
e destrutivos, para os quais o sonho chamou sua
o "lixo
d e comida'' para o quintal d e sua casa. Cavo u um o
atenção.

sepulto burac re
pessoas e. atividades que não o podiam alimentar em
qualqueru
Este é um exemplo instrutivo do que a nossa
ritualisticamente,sua d e terminar c o m os envolvidos
sociedade faz
superÊciais
nutrir psicológica e espiritualmenteA. maior parte
Esse sonho e esse ritual tiveram um efeito
das formas e sobre
saúde profundo
física ou seu bem estar interior Esta situação
o rapaz.
bem
geral Deram início a u m adogrande
está sonho, evolução
jovens na sua
força d e
vontade,
fazer, consciência
algum lugar e para
maturidade.
ir, um Osent
ritual
do oouf e zuma
parar de
ligação
procurar
que não
com onde não podiamEser
os shoppings
alimentos a memfcz//dczde
encontrados,s/zo.P.pi#.g
d e dar sua
centers ce#fe?"
v i d a para nível profundo.
As pessoas geralmente se su preendem ao
c o m os jovens, e m geral. Perdemos as formas
aprender que
tradici onais d efazer coisas grandes ou caras. De fato, é
necessário
coletividade -- a família, o clã, a escola, a igreja -- que
os poderiam
atividades sociais disponíveis para eles não contribuem
.
para sua
simbolizada pela i m a g e m de circulando
e m shopping centers, procurando, sem rumo, alguma
coisa para
enc trad s . N o h
i
p o d e m ser on o ali. ã á nada
errad

inerentemente o j o v e m que é o ponto crucial do


mostrada no sonho deste
problema.

os rituais d e maior poder são os pequenos, os


r
sutis. Não é
contraproducente gastar muito tempo ou energia no
ritual do 128
INNERWORK

sonho. Não c o m e c e por limpar a casa toda ou por


tentar, d e repente, e m um dia, reformular todo o seu
otrabalho,
sonho Ihe disseporque
apenas para ser mais organizado. E é melhor
não tentar
envolver nisso todos os seus amigos. Não é necessário
diz que é necessário se exercitar
organizar
um clube d e 7o.ggil2ezgeleger seus diretores
mais.
mais poderosos. O ritual é uma representação física da
s(5porque o sonho
mudança
nça
M a n tque
e n haestá sendo requisitado
os rituais pelo e sutis, e eles
físicos pequenos
sonho.
serão
falar tende a pâr toda experiênciapor água abaixo, em um
d e atitude interior que o sonho está solicitando;e é
nível muda
ângulo.
este nível d e de uma
Em vez T aexperiência
m b é m não évivida,
u m a íntima, termina-se
b o a idéia tentar
fazer um ritual e sair
falando sobre seu sonho ou tentando explicar-se às pessoas.
O

abstrato. V o c ê a estraga pelo desejo d e se apresentar sob


melhor
Realizar um ato físi o tem um efeito mágico no
enrolado e m um bate-papoamorfo, coletívo. O s melhores
trabalho
puramente
rituais abstrato e Ihe confere uma realidade imediata,
são físicos, solitários e silenciosos: estes são os
física
únicos que são
.
registrados o mais profundamente no inconsciente.
consciente e o inconsciente. O ritual nos fornece um
meio de
na mente consciente. Usandjo o corpotambém têm efeito
Mas os rituais
sobre o
c
c o m os sonhos.
acontecerão Eleprofundos,
em níveis tira o entendimentodo sonho
onde se originam
do nível
nossas
concreta. E u m a forma d e colocar o sonho no aqui e agora
d a vida
Rituais e cerimónias e m geral são formas d e usar
os atos
pequenos, simbólicos, para estabelecer u m a conexão
entre o
ilirar os princípios do inconsciente e os imprimir d e
forma clara
inconsciente. U m ritual altamente consciente devolve
u m a m e n s a g e m poderosa para o inconsciente, causando
mudanças que
condutas e valores.
129
ROBERTA. J o m N S O N

Uma v ê z que compreendemos o signiÊcado do sonho


a mente
c o mconsciente, é necessário transplantar nosso
inconsciente. É omo se colhêssemos a semente de uma
entendimento e consciência d e volta, aos níveis
árvore
c
profundos do
e a semeássemosde volta, e m seu solo natal. D a
om ese
s m a forma,par o da
u
quando a
replantamos d e volta nossa consciência no
inconsciente,
Jung, em Zurique,
é produzida u m a novaa energia
famosa Tom
e u mWol fe (uma
a nova ü d a a colega
nível d ade
matéria
Jung)
neste
primeva.assunto
O ciclodedasfazegerações
alguma continua,
coisa concreta
e novas comformas
os
buscam ela
sonhos,
cami n h o nível consciência.
Os pacientes
Muitos que tinham
anos atrás, feito
quando eu alguma coisa
estava estudando no
Instituto
específica,
sobre eles. Mas, se eles hesitavam e gaguejav m, dizendo
pensaram um c r sobre o assunto,
ai dapouco a a que
list a.
conversaram
que
alguém, ou coisas vagas como essas, elaf os fazia dar meia
com
trabalhava
volta e n om pacientes, c o m o n

era com ela. e todos sabiam ou se t abalhava ou se


Particularmente
A idéia dec oTom
era conhecida
desistia. Wolffe era
m o monstro que na
sagrado. cabeçaseus
Recebia das
pacientes na
pessoas
porta, e antes m e s m o que eles chegassem a u ma
do corpoela
cadeira, o que sonhamos. Ela dizia: ''As pessoas
podem ser "E o que v o c ê y ê z c o m o sonho d a semana
perguntava:
de qualquer coisa que está acontecendo. Você precisa
passada?"
fazer
abstrata, usar a discussão prolixa como a
alguma coisa concreta, estavam salvos d a fúria que se
substitutivo para a
de manter nossos corpos e nossos sentimentos
abateria
envolvidos.
os reconduzia à porta. Enquanto a porta era f e c h a d a
violentamente
atrás deles, ela dizia: 'Volte quando puder falar a
: r
sério". Assim

modernas os sonhos existem muito mais c o m o


pensamentos aéreos, muito mais c o m o abstrações. Deve-se
informar ao resto

analisadas por vinte anos, e n a d a a b a i x o do pescoço


está ciente
alguma coisa. Faça alguma coisa c o m seus músculos!"
Nossa tendência, no Ocidente. é tornar qualquer
coisa
experiência sensível, direta. Temos u m a necessidade
tremenda

130
INNERWORK

Temos de transformar nossas idéias teóricas em uma


"visceral". ao "nível das vísceras". As idéias dos sonhos
experiência
d e v e m entrar na nossa emoção, nas nossas fibras
do nosso corpo. E preciso um ato físico. Quando
musculares, nas células
elas ficam
mais profundas
registradas da
fisicamente, ülcam t a m b é m registradas nas
psique.
camadas

Redescobrindo o poder do ritual


para nos ap oximarmos do inconsciente, temos também de
nos Assim c o m o temos d e sobrepujar os preconceitos
rituais como uma parte rnecessária e útil da vida humana.
culturais desligar d e alguns preconceitos arraigados
Alguns
mais são que os remanescentes de um passado
para respeitar os
supersticio o, ou
são geralmente
d e nós usadas depreciativamente
aceitamos, automaticamente, para
a idéia d e que os
significar
entretanto,já são muitos os que se interessam por
rituais nada
xamanismo e
s d e crenças religiosas fora d e moda. As palavras
rifwa/ e natural
humana cerjmólz/a conec ar o seZFinteri focalizando e reinando
para or
''formalidadevazia
Começamos a perceber e sem
quesigniâcado". D e alguns
nos empobrecem anos
os ao abandonar
para cá,
vida espiritual
rituais dos nativos norte-americanos e d e outras culturas
cotidiana.
tribais. Cdemonstrou
quando o m e ç a m o s aqueredescobrir os rituais
ritual e cerimónia sãoc o m o u m a
caminhos t ,
ferramenta nosso /@sZg#rfeligioso e reunindo a
de sua história.
energia O uso do ritual remonta à aurora
psicológica.
dos tempos,
aquilo que nossos ancestrais tribais tinham c o m o parte
d e sua ânsia instintiva para o ritual expressivo
Nossa
permanece nos
Jung antecipou este novo conhecimento dé c a da s
atrás
importantes para o inconsciente: o ritual é um m ei o d e
ter acesso
ao mundo interior que a raça h u m a n a f e z evoluir desde
o início
entre nossos ancestrais pré-históricos. O ritual é u m a
faculdade
que temos, c o m o os sonhos, que nos capacitaa
estabelecer um fluxo d e comunicação entre a mente
consciente e o inconsciente.

131
ROBERTA.JOHNSON

dias d e hoje, m e s m o que tenhamos perdido o senso do seu


psicológico
papel e espiritual em nossa
vida.
U m dos significados d a palavra c e m ó zja, na sua
forma original quando
comportamento latina,seera "respeito''.
sentia o senso Udom respeito
a cerimónia
ou
era a forma d e
quando
torno da cerimó nia religiosa é uma indicação da reverência
respeito qu.e eas
ese permanecia m pessoas
respeito.sentiam
Toda a emformalidadeestabelecidaem
relação ao objeto
da
através da ormalidade, usar aros simbólicos
altamente
cerimónia.
do mundo interio E natural, para o ser humano, mostrar
isso sef aplica aos sonhos? Quando começamos
Como r.
a
reverência
ritualizados, c o m o u m a forma d e se aproximar
camadas da nossa alma que não conhecíamos, tocando em
cuidadosamente
ic do começam a ser
reformulados.
vida humana. Nossa vidaque
vivenciá-los,sentimos existe um
religiosa poder edesperta,
novamente u ma
inteligência
enormes por trás deles. Sentimos que os sonhos estão
rituais
revelandoz r
la loc lçaa r
lte suço
sa s ç;
e ne
ii ;ir.iia.os u.
d o..sçi
onhi ii o
i e; a.s t
e=zc
x palia,i
nd ir
.i,
mantendo
pa )aao
tao,mesmo
. ;o tempo
.mesmo tempo t gnosso
gnosso
ó equilíbr
l i i . t ao na
iequilíbrio vida i i l
u vida
assuntos)s
diária. tão i importantes
expressar
diária. nosso que toda
respeito,õ ajúbilo
percepção d a v i--d a e
e gratidão
seu
vezes s
e e às
te m or.P
.Pa ra tud o isso, o ritua lé o c a na lque nossos
signif a o
nos or
; primitivo
E então que precisamos conhecer os rituais e seu papel
Todaa s.a mmiinh
nh aa e xxpe
pe riêiê nc
nciaia c om
omoo psic ó l l
ogoo m e l
og eva à
na /"euezêpzcZ
e c
:a. Se um indivíduonão
encontramo-nosfrente tem o esentidoda
ao mundo divino, necessitamos
nenhum ; nt
en
dos ri-tuais t
im nt
n od
o d e que e x ist
isee
tão desesperadamente quanto aos
e a l
g ué m ou l ue pos
g oantigos.
que ossa jl
reverência
:speito,
s e dos geralmente isso indica um ego inflado
Precisamos q pque
=!
a personalidade
n:== ':
=
desliga consciente, completamente, do manancial

1
=.u=:='B':== 1= g 3
::=u
Precisam .

os expressar nosso respeito, júbilo e gratidão --


u i
e às
:

instintos noss fornecem. Nisto não somos diferentes d e


nossos
ancestrais primitivos.
conclusão d e que o sentido d e zeue7"épzcéianecessário para a
saúde
psicológica. Se um indivíduo não tem o sentido d a reverência,
t t
, :l
inspirar respeito, geralmente isso indica um e g o inflado que
desliga

i;,j

inconsciente que o alimenta. E irónico, então, que muito d a


nossa 2
-' ,'
INNERWORK

cultura moderna tenha o objetivo d e erradicar toda


todo o respeito pelas verdades e qualidades
reverência,
superiores
humana.
que
inspiram um sentimento d e respeito e d e veneração na
alma
ess oO porq
ritual,denao sua
ritua tereverdadeira,
forma acontecido éesponta
um dose mente
canais
e uê
mais s is m
expressivos para o nosso senso d e reverência e
veneração. E entre os seres humanos, e m todos os
a
cantos d a Terra. E esse o
n
porquê d e as pessoas d e hoje, totalmente desprovidas do
ritual
atos ritua sentirem
signíÊcativo, sticos. aM sensação
a f rma dma e eva Elas
e vazio. a do cortaram
ritual to
mcontato
est
realizando um ato
c o m os grandes que tem que
arquétipos significado
alimentamsimbóli
a v i d ao,anímica.
e
Se examinarmos o ritual.ldo ponto d e vista
psicológico,
Quer estejamos
poderemos afirmar quecônscios
o ritual disso
corretoou énão, muito do
o com.pozfczmemfo
sÍmZ)ó/{co,
nossoc#m.pzildo co#sc/e fememf e. Pessoas diferentes
em rituais elevados
linguagens é a expressão
diferentes do simbolismo
para expressar o que é
dentro de um lí
terão as o is l d
de atos físicos que expressam de forma condensada
simbolizado pelos característica: aqueles que dele
nosso e a
participam sentem que estão
c conscientemente procuram
transformar o ato e m u m símZ)oZo czfiz;o,
dil#ámico. C a d a com
dos símbolos movimento é o nossa
a mente, própriocompreensão
símbolo e m ação,
se
trazendo
torna
oospoder do mundo
símbolos com nointerior
o co po para u mos
e nos a forma
sentimfísica
ntos.e
pensamos
Quando só ou falamos sobre os símbolos, nos
visível.
separamos
comportamento é simbólico, mas o que transforma atos
ãsicos ato co#sczle#fEem. seu significadomáximo, o
ritual é u m a série relacionamento c o m o mundo
interior do inconsciente.

- O papel do ritual no crescimento d a consciência


está
relacionado c o m seu poder d e tornar a experiência
simbólica algo
físico e concreto. Apesar d e conseguirmos entender o
significado

incomensuravelmente mais profunda e concreta quando


ss r s e
se2zfjmos

133
ROBERTA. J O H N S O N

que
alguma
facilmentecoisa para sensível
do aspecto expressar os
o símbolo -- alguma
envolve. Porém,
coisa que
se./ize7"mos
consciencia.
envolva nosso corpo e nossas emoções -- o símbolo se
torna u m a
realidade v i v a para nós. Ele Êlcaindelevelmente gravado e m
nossa
a voltagem o bastante para podermos transforma la em
imediatos,
ates O ritual é a ferramenta que torna possível
concretos.
expressar a
essência d a situação do sonho, a essência do princípio (lue
o sonho
ensina, a deessência
conjunto d a energia
atos formais que asarquetípica do sonho;
levava a um contato o
oimediato comOs ritua erviam a muitas
deuses permitiam-
-
Ihes. demonstrarrespeito
ritual
s reduz is e finalidades:
reverência aos G andes
Poderes.

S e m levar e m conta aspectos psicológicos, as culturas


antigas e primitivas sempre entenderam, instintivamente, que
o ritual tinha
au mfrágil consciência
a função real na dosua
egov ido
d a indivíduo
psíquica. eEntendiam
da tr bo do poder
o ritual
bruto
c o m o um
em "ir até os deuses", em seus rituais, isto
significava, em sua
s
Em nossos dias, está ainda na moda pensar sobre
tudo issotocar o Poder -- o Poder não os
Permitiam-lhes
r
destruía n e m os
possuía, porque a troca era contida pelos limites seguros
do ritual.
C o m o a sarça ardente que protegeu os olhos d e
ao reino
Moisés da dalma,
a e o terrível sub-produtodisso é
visão d e Jeová, c o m o a forma animal d e Zeus que defendeu
que nos
Semeie
d e seu poder terrível (até que ela foi tola o suficiente
para pedir
para vê-lo e m toda sua di v i n da d e e foi incinerada) , o ritual
protege
i
do inconsciente. Quando as culturas antigas e primitivas
falavam

linguagem arcaica, que se aproximavam dos grandes e


terríveis
arquétipos do inconsciente coletivo.
c o m o sendo ingenuidade e superstição. As outras
culturas,
porém, tinham u m a grande v a n t ag e m sobre nós: eles, pelo
menos,
reconheciam a exÍsfêzc a do reino psíquico, apesar d e
falarem e
se aproximarem dele através do ritual e do sonho. As
pessoas d e
hoje, ao contrário, e m sua maioria abandonaram a
linguagem d a
religião. Poucos encontraram u m a outra linguagem para ter
acesso

134
INNERWORK

t
que os nossos
esquecemos assim
d a sua chamados ances
existência. A esserais
respeito, estamos
Agora
primitivos. que aprendemos a dar atenção aos nossos
pior do
sonhos e
ao nosso mundo interior, é a hora ideal para
umredescóbrirmos
conjunto de rituais estabelecidospara
a maravilhosa capacidade h unós,
m a n a nada
para o
que esteja ritual. Não precisa existir
nós deve buscar em sua própria imaginação e
literalmente
prescrito
ula e m u m a fórmula ou tradição. E m v e z disso,
c a d a r.
um d e
bruto do nosso própr o interior. Ele aflora do
"sonhar" o ritual que vai servir para reverenciar um
mesmo
sonho local
Todo o rabalho interior se torna ameaçador quando
c
começamos
Cada ritual
imaginação, visão dou
e v e ritual
ser feito sob m e d ido
-- procede d a mesmo
a partir do
parti
manancial
material
s associações
i
interior que produziu o onho, as e a
t
interpretação.
a perceber
os sonhos, que c a d a expressão
examinemos do inconsciente -- seja
mais alguns
sonho,
exemplosO p imeiro nos faz voltar a um sonho que já
conhecemos: o
profundo dentro d e nós. E todas as coisas, então,
cetapa,
a m i n h para
am ver o que aconteceucom ele e com a moça
que o
juntas

A cerimónia das flores


energia construtiva
Para ilustrar no
as mundo exterior,
diferentes capaz que
maneiras de moldar
as
as pessoas
otar a elaboração d e rituais simples para
.
n
costumam ad n

revere ciar
sonho do Monastério. C o m o vocês d e v e m recordar-se, eu
disse quervoltaríamos a esse sonho quando chegássemos
à quarta
sonhou.
Sua experiência ilustra um fato bastante conhecido d e
quem
trabalha regularmente c o m os sonhos: se fizermos nosso
trabalho
interiormente e realizamos pequenos rituais para expressar
nossa
situação interior, geralmente é gerada u m a grande
carga d e circunstâncias à nossa volta, d e u m a maneira
inesperada. Isso é 13S
ROBERTA. J O H N S O N

letivda :
parte evidência que temos da ex stência do
Inconsciente i
ao
Co meio oque descobrimos
nos cerca; que
portanto,
ele nosquando concentramos
liga tanto às
uma
paralela geralmente surge nas pessoas ou nas
pessoas
no quanto
sa volta.
situações à Dessa manei a, podemos realizar curas
através
grande
de meiosquantidade d e energia no mundo interior, u ma
energia
exteriores.
s r
do nosso trabalho interior que nunca conseguiríamos
''Estou na clausura de um monastério, em um quarto
através
ou cela
SentoAqui
com está novamente
as pernas o Sonho
cruzadas, do Monastério.
no estilo zaze#, mas
segurando NoMonastério

ligada à capela. Estou


minha uma separada das pessoas e do
resto d a capela
por u m a grade.
Depois que A esta
missa
mucomeça. Participonosozinha
her trabalhou seu se mnho,
m i n h apercebeu
cela.
pensar em nada /7sico para fazer. Parecia ser um
m e u rosado.
assunto de Escuto o murmúrio d a ladainha através d a
grade. As
vozes se
para sãounir,
tranqüilas.
estariaFecho os olhos
violandoo e t a m bdo
espírito é m sonho,
recebo a
comunhão,
que era o de
apesu'Finalmente,
d e ninguém,a ou nenpensou
huma coisa
jovem numfísica entrar e m m i n h a
ato simbólico
cela.
simples,
A missa termina. Percebo que há .cores desabrochando ao
lado d a
comunhão, viu flores desabrochand o espontaneamente ao
lado câmara. Sinto profunda serenidade.''

meio de uma cerimó nia solene atirou-as nas


ondas
as a Ma nã
l o
implicações na sua vid e prática religiosa. s o
o

c nseguia

percepção, d e entendimento interior. N e n h u m ato exterior


estava implicado: d e fato, se ela saísse e procurasse um
grupo religioso

ülcar tran(lüila na sua própria percepção espiritual.


gue poderia fazer para expressar seus sentimentos sobre o
sonho e o significado que tinha para ela: no sonho,
quando recebeu a
d e sua cela, durante a missa. Ela saiu e colheu flores
c o m o as do
, .
sonho e levou-as para a praia. C h e g a n d o na beira do
mar, por /3Ó
INNERWORK

Ela f e z isso c o m o um ato .Hsico, simbólico, d e agradecer o


i c n n mome to, era
presente que recebera, retribuindo-o à Mãe Terra ao
se ,
mar
feminino do n o scie te. No n ntiu que isso

muito
pouco, que poderia ter pensado e m alguma coisa mais
grandiosa
grata pelo sonho e esse foi um ato d gr tidão para com
para
para homenagea rum sonho ção maravilhoso.Mas foi só
Deus com
e seu feminino
o que
interior.
conseguiu pensar, então assisti o fez. Ela se sentia
uma amiga que não via com Êeqüência Juntas,
e a deram uma
volta
imensamente
Primeiro, enquanto passeavam, ela descobriu que
havia
ei xa um
Ficou Dsurpresa,
n d o o mac.
poisdirigiu serenamente d e avolta
inte iormenteestive em umà sua
casa e
monastério
encontrou u m a a m i g a que foi visita-la enquanto estava na
praia --
tinha a chave do portão! A amiga sugeriu. que paras em,
visitassem a capela e cumprimentassem as
pela vizinhança. Então, várias coisas aconteceram
freira .
como se estivesse voltado para o sonho. A capela, que
e m rápida
nunca vira
sucessão,
Ela que até
sentou-se alipareciam coincidências,
para meditar, apesar ,fazem,e
em postura d e não
poder ser.
todos os novamente.
inundaram
monastério na vizinhança, apenas a poucas quadras d e sua
r r
casa.
do Monastério se tornou uma realidade física,
toda a noite
exterio e toda a manhã. Sua a m i g a era u m a das
. tanto
poucas
pessoas leigas que tinha permissão para entrar

nosclaustro, e até
s
Quando a j o v e m entrou na capela do monastério,
sentiu

antes, era idêntica à do sonho. E m todos os


detalhes,era igual. signo:focadoss,entimentos e a
serenidade intensa do sonho a
Nos dias que se seguiram foi-lhe d a d a permissão para
que visitasse o monastério, regularmente, para meditar,
passar um
temp tranquilidade e alimentar sua m ástica.
parte
O Son o
o em on
r
quantoh u m a realidade interior d a Terra do Sonho. O .buxo
interior
e o fluxo exterior se tornaram sistemas d e energia
paralelos,
movendo-se e m conjunto, e m tandem:

l Tandem: bicicleta c o m dois assentos e dois pares d e


pedais. (N.E.) /37
ROBERTA. J O H N S O N

O paradoxo d e tudo é que, no momento e m que ela


prestes a desistir da religião e de toda forma
estava
exterior
físico,
de capela física, um grupo físico de Ê-eiras com
uma
participação religiosa, d e repente encontra-se e m um
as quais
monastério
comunidade religiosa E nada diss contrad o monastéri
pode passar algumas horas por semana, e o u m
além das forma religiosa o
externas
z
. i
sentido dse s e m
interior, a v i d a interior do espírito mostrada no sonho e
sonho.
que Ela gerou uma conexão entre o mundo interior do
estava
sonho coletivas.
C o m o se pode ver, o ritual que f e z para seu sonho
realidade
grandioso não I h e parecia muito dramático. M a s sua
. Se aprendermos
"cerimónia das flores"a viver dessa maneira, descobriremos
que
foi exatamente apropriada aos simples e poderosos
exteriormente. SÓ a falta de percepção nos impede de
símbolos do
ver as
ver onde o mundo inter or e o mundo físico se encontram, e
e o mundo físico exterior, propiciando os eventos
onde
simultâneos
posteriores daquele dia, unindo assim os dois lados
d a sua

todos os nossos sonhos se manifestam tanto


não consiga
interior como em alguma cois relacionada diretamente
se pensar a
seu sonho se isso for tudo
i que conseguir imaginar.
conexões
Acenda umasutis. Nossos rituais e cerimónias p o d e m
ajudar-nos a
inconsciente
um reflete o outro, à m e d i d a que se m o v e m e m campos
.
paralelos
veio faze análise comigo. Como Tomas de Aquino, também
d e energias.
ele
Quando v o c ê não consegue pensar eni n a d a para dizer

Pode-se sempre realizar um ato físico simples, m e s m o


que
c o m o sonho. S a i a e d ê u m a volta no quarteirão e m
reverência ao
,
vela. Faça aZgzlmacoisczS. e v ocê, conscientementer,

ealizar um
ato - qualquer ato - e m honra do sonho, será assimilado
no seu
L e m b r o - m e d e um h o m e m maravilhoso, um m o n g e ,
que
vivia ra d mund ra um l tud
r
fo o o físico. E intelectua e o

ele
138
para era
INNERWORK

espiritual, teórico e abstrato. C o m o resposta aos seus


fazia as mais etéreas incursões na fantasia e na t
seus sonhos
eologia. nunca pareciam ser assimilados na sua vida
sonhos, Mas
pess as ou com
emocional ou o mundo
na à sua ü d a
sua prática, no seu
volta. o
os sonhos. Então ficou Tudo zangadoestava
comigo.b eNão via por
m até que
que
relacionamentocom
suficiente com com
entendê-lo as a mente, compreender a
chegou na quarta etapa do trabalho
teoria.
precisava fazer alguma
coisa a respeito do sonho. Pensava ser
surgiu de algum lugar do meu inconsciente: 'Você
U m dia, trabalhávamoscom um sonho específicoe
poderia sair e
ele olho par m m, surpre levantou-se,
El
zangou-secomigo,
e u a c o m o so
d e costume, e disse:
resmung
nada sobre árvores
''Então, ou cascas
o que espera que no
eu sonho. Eu estava tão
faça a respeito
com o que saiu
desteaqui?"
surpreso U m a da minha boca,
resposta quanto
irracional
ele. Cerca de trê horas depois, o monge veio ba er à
examinar a casca d e dez árvores para home n agear o
minha
quanto as cascas das árvores
i são ,
sonho."
interessanteslAlgumas são
ou alguma coisa e saiu d a sala. Senti-me algo
uma cor diferente em cada lado e o musgo cresce Não
embaraçado. sobre
havia
elas
casca e..
das árvores
s l"
porta, c o m grande agitação, dizendo: "Robertl Você não
#o mundo físico, es não dissociado dele. Foi como se t
s a b eano o um .kocz zen budista:
tivéssemos é a casca em dez
# ''Que árvore ?"
marrons, (mestre do zen
outras são cinzentas; algumas são ao lisas,
outrass)têm s
grandes rugosidades. E pequenas criaturas v i v e m nelas.
dentro d lógica comum do ego. Os monges devem esforçar-
Existe
se
e v o c ê não pode acreditar c o m o são bonitas e
interessantes as
Nessas três horas, esse h o m e m despertou pela
primeira
v e z para o seu ser físico e para o mundo físico. Ele viu
o espírito
invent d
Os êoamssão aârmações ou vinhetas
s
criptográÊicasque os
ros;zis tradicionalmente entregam
monges, para que estes encontrem a "resposta" para o
#ocz7zM. as o êoa# é
construído d e tal forma que ne nhuma reposta pode ser
encontrada
sair d c n ultrapassa
a
para os onceitos tradicio ais, ndo
d
139
os limites o
ROBERTA. J O H N S O N
on para chegar à o intuitiva. U m exemplo
de &oczmé este: ''Most re-me o som de uma mão batendo
famoso
raci al, sabed ria
palmas."
resposta comum à questão "Que é a casca em dez
C o m o acontece c o m todos os &oa#s,pode não haver
árvores?"
encontrar
u m a um universo inteiro na casca de dez
árvoresl
Porém, m e u a m i g o descobriu, c o m o resposta, que
podemos
Nossa imaginaçãogeralmenteproduzirá um bom
ritual
ajuda : como aprendemos,
Usando imaginação e sonhos vêm da
o bom-senso
fonte
mesma e são concordantes. Porém, nem tudo que a
imaginação
O santo hindu Sri Aurobindo uma vez dis e: "Por
r
que é
físico para o sonho. Podemos recorrer à imaginação
para
quandonos
confronta o mundo novo e mágico dos sonhos, que
está
produz ser realizado s a
s
ritual físico, é um instrumento muito poderoso que
ç deve externamente. Devemo usar
pode afetar
for usado de forma tola ou irresponsável, pode causar
mágoas
cabe
mui as a vo ê mesmo e aos outros. Pense duas vezes
as
que,
antes quando
de as pessoas c o m e ç a m a renunciar ao
confrontos
mundo, a ou ainda que envolvam as pessoas e os
seus coisa que renunciam é o bom-senso?"IZocê pode
primeira
sentir,
sonhos como autorizaçã para inadequadamen e.
aba ndonando oseu velho agir e pequeno mundo. M a s não
abandone o
bom-senso. Não a b a n d o n e aosgentileza
as responsabilidadesou ou o respeito
compromissos. para
Nessas
c o m as
situações,
pessoas à sua volta. Esta quarta etapa do trabalho dos
sonhos, o
sua v i d a profundamente, se usado d e forma construtiva.

Mas se
t c
fazer coisas que sejam muito dramáticas ou e x i j a m
grandes
sentimentos. Evite t a m b é m confrontos
destrutivos e
circunstâncias que o colocariam e m dificuldades. Não use
seus
Algumas vezes o sonho nos lembrará d e um
t
conflito c o m
outra pessoa. O u pode galvanizar algum anseio pessoal
d e ''nos
livrarmos d e tudo", d e abandonarmos as restrições d a
so c i e d a d e ,

devemos.tomar c u i d a d o para não reagir além do normal,


não 140
r }R'

INNERWORK

começar
m n a reorganizar nosso
nsar longa e o nosso
n relacionamento
causar
a mundo u s s
estr
muit ao se sair aí despreparado
se a tes
go porpe . cuidadosame te. Pode-se
oCerta v e z tive um paciente universitário. Ele estava
irritado um severo sermão, que acabava numa briga
no companheiro
c o m seu companheiro d e quarto, um a m i g o íntimo,
de
porque ele
era irresponsável. U m a noite, m e u paciente sonhou
que passava
sonho. Perguntou-se: "Quem é, demoo de m/m, que
socos.
está
Começou Quando acordou,que
a perceber seuestava
primeiro impulso
na verdade mufoitocantar
mais
preocupad
tudo aocom su »ró.pr irresponsabilidad qu o impedia
oseu companheiroa d e oa quarto,e, dizer-lhe que era e um asno e
entender-tend ncia de ser preguiçoso e
própria
Q ando chegou
se francamente
desorganizado. c o mà ele.
quarta
Mas,etapa
e m v do
e z tdisso,
abalho,
eleperg
ntou cao si
trabalhou m o
mas ele e
represe
istiu. ntado pela i m a g e m do m e u companheiro d e
endereçada à parte de si mesmo que . precisava crescer,
tomar
quarto?''tudod e estudar. Escolhera a i m a g e m do a m i g o
Explicou aprendera sobre esponsabilidade
i ,
que assumir
ê
u
Colocou a carta no envelope, endereçou-opara si
para representar
mesmo, sua mesmo que ritual físico poderia
r u concreto. A tentação d e
nome. Era como
fazer para tornar se a ovozsonho
do inconsciente,vinda
r s de muito
brigar c o m o a m i g o era n muito forte,
longe,

ai da
suas Eimplicaçõe ülcavammarcadas
m v e z disso, sentou-se emais profundamente
escreveu na
u m a longa
sua carta
certas decisões e tornar-se um adulto. Escreveu várias
páginas.
r
fazer escolhas e sacrifícios, respeitar o horário -- tudo o
que seu ''companheiro d e quarto'' 21zferzl07"precisava saber.
foi até o correio e realizou u m a c e r i m ó n i a formal, ao
posta-la.No
dia seguinte, recebeu a carta. Tremeu ao abrir o envelope c o m
seu

estivesse falando c o m ele através d a carta. Durante


algumas
semanas, c o m intervalo d e alguns dias, continuou
escrevendo para si mesmo. C o m o c a d a carta que recebia, a
m e n s a g e m do sonho e
o u , permanentemente, o
s
consciência. Isso alter a visã de
vida.
}41
sua
ROBERTA. J O H N S O N

Esse exemplo ilustra nosso princípio: a


trabalho dos sonhos
quarta etapa donão consiste num conÊonto
as pessoas
dramático c o com
m as quais estamos magoados, na
dissolução de
relacionamentos,ou e m fazer coisas destrutivas. Não
consiste
e m tentar "esclarecer as coisas", através d e muita conversa.
problema que ele
Isso
não leva a nada. D e v e ser, antes, um ritual físico que
retrata.
aÊrme sua
própria responsabilidadepessoal para c o m o sonho e para
c o m oMantenha seus rituais sutis e de solução
e a6rmativos,
simples, pois assim obterá o
positivo
Se
O v o
ritual c ê tiver
é um
nosso assunto não mais
instrumento resolvido c o m pa
poderoso alguém
a
melhor.fora d e
você, azer
poderá uma ter acesso a ele, d e u m a forma construtiva
e não ser unido à nossa natureza yi#, do aqui-e-
precisa
Oagressiva,
espírito
agoraterreno.
depois
masculd e ter
no, feito
que osegue
trabalho
tão cperdido
o m o sonho,
na feito
seu ritual
abstração e na
privado, assumindo a responsabilidadeque I h e c a b e no

problema.:com mafer (mãe). Tudo


matéria é configurado mais
o s isso,
r f
mensagem deve polaridades
síntese das ser e#caz2zadaneste mundohumana.
d a realidade humano do
E aqui-e
a arte
que consegue
será perdida unir nossas
a menos queduas
sejametades.
vivida O ya7zgarquetípico,
espiritual,
por nós.
i
teoria, precisa ser ancorado na terra feminina, precisa
o quatro mar
vivenciar s inais
diretamente a alma feminina. O cami n ho para o lado
feminino d a
realidade é através d a solidez, através d a ligação à
terra, d a
diretamente através do ato físico.
O mundo que vemos nos sonhos é o mundo
interior que
existe além do tempo e do espaço. Parte d e sua energia e

d e sua
-
agora. Precisa penetrar e m nossa v i d a cotidiana, pois sua
verdade

Ilustração d a trabalho com sonhos


g
Para ilustrar o sistema d e quatro etapas d e u m a
maneira
prática, vou trabalhar através do exemplo d e um sonho, e
convido 142
INNERWORK
s
você a me acompanhar. E um onho bastante curto que tive
muitos anos atrás. Porém, os sonhos que parecem

simples
como essee teve para mim. Ele também ilustra como
pequenos p o d e m ter implicações sensacionais para quem
referências
sonha,
do
arquetípicas p o d e m ser usadas e m combinação c o m
sonho.
associações
puramente pessoais, para conduzir à percepção d a
mensagem

AÍ está o velho bairro, exat mentecomo era nos dias de


minha O S on h o dos QuatroMarginais

Estou e m m i n h a c i d a d e natal, Portland, Oregon. Vou


local,a ndan
comodoera
antes.Passo
pela por uma terreno
n Williams, rua pelabaldio Sin descia
qual eu o q e para
há algo
ir à
Avescondido
e ida a
escola.

infância. Passo perto d a quitanda do japonês, na


tr
esquina, e ele
ainda Quando
ás está lá. jovens margque
Parece nai estou
pulam visitando
fora dos marbustos
e u velho e
bairro.ÊlcamSinto à
que tenho a i d a d e atual, mas fui transportado d e
eu rua
volta Eles àqueleme revistam cuidadosamente, começando dos
. "
.
minha Pressinto,
lá. carteira, mas não o dinheiro,
repentinamente, que e continuam a
Quando chegam no bol o esquerdo da camisa, encontram
revista.
os ser assaltado. Paro, tiro
vou
i nt
mconhecem''. u
h a carteira do certo
Em bolso sentido
d e trás nos
e retiro o dinheiro.
familia izamos.Vejo
que tenho
nos
quarenta dólares. Enfio o dinheiro no bolso esquerdo d a
minha
camisa, sobre o peito, e coloco a carteira d e volta no
bolso d e
i s
m i n h a volta. Sei que este é o assalto que pressenti.
Vejo que é
inútil correr: eles são quatro, mais jovens e mais
fortes do que
São "pessoas d a e p o d e m dominar-me facilmente.
sapatos, para cima. Quando c h e g a m no bolso d e trás,
encontram
s
quarenta dólares. Mas, nesse momento, já passaram
muito
tempo omigo e onteceu tanto contato físico que
. r
eles " mce ac

tornamos amigos. Eles f ic am conversando


comigo 143
ROBERTA. J O H N S O N

amigavelmente, e não tomam o m e u dinheiro, porque


somos amigos e não se toma o dinheiro dos amigos.
agora absurdamente feliz por ter esses vagabundos
Sinto-me
quem gosto
muito. c o m o amigos d e

A medida queetapa:
Primeira fazend oo as
analisarmos associações
sonho, vou ilustrar com
dois
formatos diferentes c o m o v o c ê pode dispor as associações
sobre
o mente
papel. emO primeiro
respos ao formato
símboloé bastante conciso e abreviado.
C o m o v o c ê verá
ta e m seguida,
. coloco o símbolo na m a r g e m
esquerda e
então anoto, d e forma abreviada, qualquer associação que
m e surja
para o leitor, explicando como cheguei a algumas de
à
minhasO segundo formato é mais u m a forma d e conversa, d e
o método das ''rodas e raios", diagrama que já vimos
falar
c o m nós nnesmos, por escrito, sobre nossas
associações.
Tpara
a m b é cada imagem segundo
m usaremo e só algumas
formatodessas associações
c o m o um comentário
realmente
informal
pode sentir se impaciente com todos esses meand os,
após
página página, Pode-se
associações. com associações que não
usar qualquer serão
destes formatos ou,
aproveitadas
ainda, no
ver o que uma pessoa na realidade tem de percorrer, de
anteriormente.
forma
l:batem", ajusta-las às partes interiores do se// e
A m e d i d a que v o c ê for acompanhando esse
finalmente
trabalho, perceberá que geralmenteassociações,
tenho u ma porção
retomando este sonho e levantando an es
d e associações
que
a minha concepção sobre quem eu sou e mudou o
''batem" ou se e n c a i x a m na interpretação final.
curso da
-
De fato, v o c ê
r

final. Mantive deliberadamentetodas elas, para que v o c ê


possa
a testar todas as diferentes associações, encontrar
aquelas que
reunir tudo e m u m a interpretação. L e v e i duas
semanas
me asse valeu

co ç a fazer sentido. M a s a pena: o

s alter u
t m i n h a vida.
onho o

144
+w+l-!!:iWumh&.ÉZW%#%ÇÃI.i©ui
%;BM8

INNERWORK

MinhasAssociações para os Símbolos dos Sonhos

.,4 az;e/zída Período d a infância, antes d e acordar para os


conflitos: "Jardim do Eden"
e o velho Ruas: primeiro lugar que a criança percebe
baia"ro coletividade, reun ão de pessoas.
existência coletiva. i
Início da
Nostalgia.
de cvida
o m oem que era criança, antes de
"acordar"A e a v e n i d a Williams representa para
A infânc a naquele ambiente com suas
velhas m i m o tempo
A Avenida Williams é para mim a rua: a
conhecer as divisões e conflitos inerentes à
rua
vida. casas d e madeira, foi u m a época
i
simples, feliz.
estava no "Jardim do naquel ambiente.
Eden",que formou m e ue sentimento global
arquetípica
das ruas c o m o lugares onde as pessoas v i v e m e
se reúnem, onde h á negócios, pequenos núcleos
d e civilização e existência h u m a n a coletiva. Eu
Foi antes d e acordar para os conflitos éticos, o
certo e o errado, antes d e aprender que h a v i a
O traição
quitande'i,70
arroz. eZenódi obudismo.
no mundo. E m eSentimento
Índia. u Jardim do Eden
pré-consciente.
jaPop,ês e
casualidade,
Povo d e outra cultura. Cultura c o m ritual,
Acerimónia,
primeira coisa
graça,que
sentimentalismo me vem à mente
delicadeza. Mulheré que
com
essa
quimono. Cortesia. Cesta d e lilases, bolo d e
Tornei-me ciente, pela primeira
afinidade. Relacionamento vez, das
fora de planejamento,
diferenças entre as pessoas tornei-me
.
ciente de
foi
minha
primeira
experiên
cia d e
encontr
ar
pessoas
de
outra
cultura,
e eles
me
fascinara
m.

um o

jeit d e
se azer as

f
isa
,
co s de
orma

f
ritualizada,

1
4
S
ROBERTA.JOHNSON

graciosa, delicada. Lembr o que u m a


deles chegou do Japão, vestida com um
parente
quimono. Hav ai mesuras e troca de
enquanto
cortesias eu olhava, atraído pela beleza d
s
formalidades, pela gentileza e respeito
demonstrar,
a algo que nunca vira na
classe
que o
doo osentido de cortesia e fo malidade para
pa v japonês à maneira antiga sabia
mandava um cesto de lilases para eles
me,é dum
i a d e Portland, entre m i n h a própria
arroz era sempre mandado para a nossa
tribo
d e anglos. A família japonesa trouxe um
casa,
r
de pouco
mim, é uma visão que tenho tentado
m i n h a própria família: todo ano
do impulso que me levou a viajar m i nao
ha a v ó
Índia Associ
Japão e à iss ao m u interes espontâne
. depois,
o o pacote dse o
dia um e deliciosos
bolos d e
belo que estava além de minha experiênc
ecultur
m retribuição.
aO mundo que o quitandeiro japonês abriu
Anos
al. ma s tarde, compreendi que os
dentro
povos
instintivamente ampliar desde então. Foi o
início
nas costas que muitos americanos usam
e
como
sobre o Zen budismo, a filosofia
a cultura
oriental, a Zen, representa, no
mínimo,hindu.
cultura um A família japonesa conÊigurou
em
m i m um sentimento d e algo superior,

nobre e
i
i
orientais tradicionais t a m b é m
representam para m i m u m a capacidade para
o convívio cordial
e caloroso, diferente do "ganhar intimidade"
de
forma superficial, casual e artiÊcial, dos
tapinhas
substituto para o sentimento e o
relacionamento
genuínos. E a cultura japonesa,
especialmente
respeito verdadeiro pelo mundo
interior, pela
experiência religiosa e pela beleza. Todas
essas 146
ÜÍii#çáibÜ@:lieiz"&'Uw:g;i&i#&

INNERWORK

associações m e vieram à mente, a partir


símbolo
desse
.

O tevveno bal,dio Não desenvolvido = primitivo; lugar selvagem


no
me i o d a cidade. Cercado pelas ruas
fronteiras, forma, estrutura. M a s nen huma
ervas daninhas anualmente,perigo de
forma
no terreno baldio. Incivilizado. Fora do
fogo.
religioso? Lugar
alcance d a lei. sombrio:
Pedaço lugar
d e região erma.de Ter
d e tirar as
sombra?
conscie
tes?
Esconderijo para os fora-da-lei.Refúgio.
Refúgio
à su volt é civilizado, desenvolvido, tornado
a a
como
Lugarum inconsciente
pedaço de região
noinculta.
m e i o dApesar
e áreas
de o m i mn, u m terreno baldio é u m pedaço
Para (a
rua quais, representa a "civilização
d e terra intocada, primitiva, no m ei o d a cidade.
s s penso, m "
Todo

útil para o h o m e m ; porém o terreno é


o associo com a inconsciência e com a
ainda terreno baldio estar demarcad o e
sombra:
controle definido pelas
consciente.
para mim), não é "civilizado". Parece um
lugar
onde se mantêm osc orecursos
"fora-da-lei". Cartões
m o a .floresta de de
Sherwood identidade,
crédito, de portanto
Robin Hood, onde os marginais,
carteira
literalmente
entre as pessoas. A cartei a
"fora-da-lei",podiam
normalmente vai ficar emboscados. T a m b é m ,
"do quadris Carteir utilidad mas também
s ". um lugar a
dentro
e, d e m i m que está
circunscrito pela consciência, porém na
sombra e fora do m e u

.A cczzfe/ a onde se guarda o nheiro, portanto


.
Lugar di
lugar

espécie d e .passa.port e ara se ter livre


p r
trânsito

no bolso d a calça, m a n t é m o dinheiro no


nível

147
ROBERTA.JOHNSON

pode ser exibiçãol pretensão, u m a forma artificial


de segurança.
O dl,w,hei,ro Quarenta dólares quatro. Quatro
completo, total, o término d e um ciclo ou
síntese.
poder
Dinheiropsicológico.
é um a fonte.Força vital.
Energia? AlgoForça ou
Poder?
que se
do peito.
investe. Onde no
Manter elenível
foi investido? Ondeoufoi
"dos quadris" no
nível
aaplicado?
udar. Sei que os números são muito
importantes
Ê aqui onde anos sonhos arquetípica
ampliação e sei que oc o m e ç a a
quatro é um símbolo trad cional de
número
j
unidade, de
antigos.
plenitude,Osd e gregos acreditavam
totalidade.E assim emna maioria das
elementos na
quatro
religiões, (terra, ar, fogo
alquimia, nose i água). A mandala
sistemas
filosóficos
setores, em volta de Crista. Os índios
norte-
das quatro direções e dos qua ro v
cristã tem d o z e discípulos, agrupados e m
ntos. Este
elementos do indivíduo em uma consciência
quatro
completa
americanos estruturam suas religiões ao redor
.
talvez energia física ou psicológica
t eou,
em um representa a reunião dos principais
símbolo
que se {#uesfe. Então, onde estou
investindo
energ a? Recursos
O dinheiro também
parece estar significam
associado com
talento
recursos:
dinheiro para fazer com que as coisas
sejam
nível mais profundo, força vital. Dinheiro é algo
n a foO çdinheiro é algo
coisa. n quenção, n
gam/lamas ncipal
pelos i pri ,
mi h dre avontade
força v i t a l , emi inteligência.
ha ate miPode-se
ha usar
o
feitas: então, u m a capacidade para as coisas
práticas, para conseguir a realização d e
alguma

148

.«ü&:
d
INNERWORK

nossos esforços. Representa o


de noss
i trabalho, e habil
disciplina
o acumulado
valor dade.

OrZ)osso
/ze/zi»' .pocêefd)
d a ccz/çcz Um odosquadris, o lado dvisceral,
c/zczê7us (centos emoâ ca
e consciência)
ional,
f d s c
Ser ''/zZP"-- usar ópio Origem
perto personalidade; centro que controla a
de
"/zi.P.píe
a "=
'' onda", ao que est.
energia visceral.
na á
originalmente, na c e n a d a droga. Ainda, /zZ»
''ligar-se'' acontecendo.
palavra
pessoas que se ligavam nessas coisas eram
Aprendi
"#{»" que a ;zi» está associada à
Para mim,doa ópio,
subcultura atitude
onde estar
''/z/»''signiÊcaestar
princ e, uma no
palmen'representa
";z/.P.pje êxtase dode se caminhar
pretensão
ópio. Quando as drogas psicodélicas e a
para
marijuana
de se e
se
se tornaram
r populares entre a geração .Beaf,
as
Daí veiodos
regiã a gíria ";ziP@/e"Q.
quadris, uais de
centr as minhas
consciência.
o um o
noassociações?
simbolismo yoga significa a emoção
bruta
' ,
i t
este
u m a centro, a consciência
ü d a de "amor'' e d e deve ser levada
pa a
dinheiro dos quadris para o nível do
''espiritualidade'a',pesar
peito pode atualmente irresponsável dependente.
E u m a forma d e permanência no lado negativo
do
complexo materno.
N a y o g a kundalini h á um
uma nova ''mania" (N.T
. ) c/za.êzalocalizadona A c h o que controla
as energias uÍscerczilos, que
primitiva e as energias animais,
instintivas,
primitivas. Depois que se consegue
desenvolver os c;zcz&rassuperiores do
r
corpo. Então, tirar o
significarafastar o foco d a m i n h a v i d a do
nível
visceral dos quadris.

l E m inglês a palavra hip signiâca quadril. Passou a ser usada para


designar algo
associado ao movimento hippie, e e m gíria pode significamt-ambém um
modismo,

149
ROBERTA. JonNsoN

Outra associação que funciona para m i m , é a


idéia d e ser "/zi»", no sentido d e "fazer parte"
ou ''estar
de
por mimdentro
mesmo d investindo minha energia
a cena". Posso pensar na
em
exemplos
tentativa d e estar "com'' um grupo d e
pessoas, ligado, d e forma a m e sentir
da camisa, coraçãoores
''parte do sentimento. Função de
d a cena"

Bolso Sobre o coração. Nível do coração.


esquerdo as pessoasbaseado no
Valores do
sentir.
sob?e o }ei,to sentir. .A#a;zczfcz c/ z aê xa , na y o g a kundalini.
o bolsoInvestir energia
esquerdo da ao nível Sentia
camisa. do coração.
que
movimento
o dos quarenta dólares para oc o m
Relacionamento
bolso
Esse sonhoo foi
do sonho, que c produzia
o m o u ma todo
história de
o resto
mistério
da
que se íoi desvelando vagarosamente para mim.
realment me "desse
D e início não estal
podia fazer qualquer associação
ec o m o o"

no nível doera,
superior coração. Se o bolso
d e alguma forma,da ocalça
ponto
podia
crucialser
seqüência d e eventos. M a s não conseguia,
de
jeito nenhum,
No modelo encontrar
de Jung, a funçãou do
m a sentimento
associação
que

dNão sei
ene
e en quanto
e rg ia ist
d istinttempo
intosna gastei
osna psique .Q- ua
dias,
nd o talvez
a spe ssoa
semanas.e-
tentando todos os tipos malucos d e associação.
Então
m e ocorreu se#
que o bolso fem, na verdade estão atribuindo um
estava sobre s
o coração, ou valor. S
chamado de 150
bolso dos
"quadris", o
bolso d a
camisa podia
da mesma
forma ser
chamado de
bolso do
"coração".
Isso abriu um
fluxo d e
associações.
Os
valores do
coração são
valores do se
f/me#Zo.O
nível
do coração é
o nível do
sentir.
o
está ligada
às emoções
como
algumas
pessoas
supõem..
Sentimentos
e emoções
são
sistemas
INNER RK

WO

é bela, novamente você está afirmando ou

l
v o c ê sente amor por alguém, está
atribuindo o
mais alto valor a esta pessoa, afirmando o
"alimentam",no
mérito, sentido do sentimento,ou
o valor
se o dela. Quando v o c ê semfeque alguma
coisa

reconhecendo ü m valor naquela coisa.


correspondia a aofunção
Portanto, nível do
do coração, outras
sentir pode.melhor
ser
dO e nc/zo mz&za
i n a dcz#cz;la s locali
a d e função ao do coração
d e czz;aZZzzçãEó.a função
da ia e za nível .
psique que tem por tarefa reconhecer valores
os poderes do amor, discernimento
nas
sutil em
pessoas, coisas e idéias, e distinguir o que tem
valor alto do que tem valor baixo. E a sua
com as intuitiva
função outras quepessoas.
diz se Este
certas pessoas
c/zczêrzgzera
são boas paraosvo cê , se o
sent mentos
envenenam. Se ae sua
as emoções,
função do pois
sentirasestá
brutas,
emoções primitivas, que nos tornam uma
agindo
conscientemente,
pessoa ela pode dizer o que é certo
para
v o c ê ou o que I h e poderia ser destrutivo.
Uma v e z tendo percebido que o bolso d a
camisa
mente con ciente ou p o meu m ndo
associações c o m a y o g a do kundalini foram
c
feitas. Este centro d e consciência é
considerado c o m o gerador e controlador
dos sentimentos refinados:

matéria d e sentir, apreciação do belo,


sentimento
espiritual, amor altruísta e relacionamento para
se
ntimentosdo que é b o m , verdadeiro,
belo. O kundalini f a z a m e s m a
nobre ou i
distinção entre os

"emotiva" ou inconstante, estão associadas


a um c;zaêra inferior, enquanto só os
sentimentos mais reinados procedem do c A d A
a azia;zczfa.

Os
marginais Fora-da-lei. Pessoas do lado de fora da "lei"
alguma coisa fora d a "ordem" estabelecida
= s el
pela
u
151
ROBERTA.JOHNSON
egocêntrico Fora que sociedade
Sombra.
decreta. Sabotadores, po r
que eles
. do a
roubam
poder, meus
dinheiro, portanto roubam m i n h a energia,
recursos.
quaternário dos quarenta dólares.
e u Owaf/"omargil
mQzíaf o ais = afinidade c o m o
caráter
no nível do coração? Bandoem bando
inteireza. unidade. totalidade. A totalidade
vem
através do lado ''marginal'' d a m i n h a psique?
Eles
roubam m i n h a energia, a menos que eu a
coloque
sobre m i m "
em
C o mum terreno
o se baldio do m i n h a mente já
pode perceber,
está
inconsciente,fora da
tentando pular para a segunda etapa do
trabalho
c o m o sonho: espontaneamente estou
pensando
sobre a qual parte do m e u interior eles
pertencem. Eu os associo à m i n h a soma)za, pois
parecem viver
dentro do "campo d a consciência" do ego, isto
m.in
é, a mesmo.
c i d a d e civilizada; porém, eles v i v e m na
embora sejam marginais e assaltantes,
sombra,
eles
m i n h a consciência ou controle. São
inconscientes,
aparentementereprimidos, partes do m e u
lado de você mesmo fo reprimid e
par
te i a
masculino que estão tentando ser assimiladas
pelo
e g o consciente, ou tentando fazer u m a síntese
com
Uma
ele
v e z que são "fora:da.lei", para m i m isso
signiÊca
que estão fora do controle do mundo
estabelecido
pelo m e u ego, fora das atitudes estabelecidas
por m i m ou fora d a m i n h a i m a g e m , do m e u
i
conceito d e Eles são gzíczfxoIs.so m e diz
paradoxalmenteque,
representam a fofa//cüzdpeara mim. O que
signiÊca
que d e v o trazê-los para m i n h a v i d a
consciente, d e forma a completar o se/Fe ser
um indivíduo total.
Associo o rozzZ)coom um princípio básico:
se u m a
mantida
152

q
INNERWORK
fora d a v i d a consciente, ela se torna um
ladrão e
c o m e ç a uma
gerando a "furtar"
neu ose.seu
E atempo e sua
ua mane ra deenergia,
tentar
i iltrar-se n o
r s i
nf
ansiedade e até dea uma
sua "má
vida.sorte"
Ela oquesab ta e
parece
ülzeram
o impedenesse
d e atuar c o m o v o c ê quer. O "roubo'' pode
sonho.
fato
tomarde que os arquétipos do
inconsciente
a forma d e sintomas físicos, doença,
meu ego se recusa a fazer uma síntese com
neurose,
o
"cair sobre você", tal qual os quatro
marginais não fosse corrigida de uma
situação
forma o domínio do m e u ego, no sonho, c o m
Associo
o
O contato f sico nos sonh s ignifica
geralmente têm mais poder do que o ego.
Comunicação
Se entre as polaridades:
consciente
síntese, nadopsique,
conteúdo começa em
inconsciente, o um conflito
inconsciente
tem
e o poder d e levar a m i n h a v i d a
consciente a u m a paralisação. Sou levado
descobrir
a parar noonde o e se a
sonho,
coloco.
positiva, mais tarde eu experimentada
pares
esta opostos: o respeitável ego com
os
''paralisação" na m i n h a v i d a prática.
Ptocu,ram,do
conflito, urto. Te mina em síntese ou
o dim,hei'ro
í
Aztti,gos, t07"m,an. comunicação entre as
do-nos amigos o s
partes da psique.
i -
nconsciente, ego-"marginais", ego-sombra. A
termina e m amizade. Procura dos
recursos. Encontrar dinheiro não é tão
importante c o m o

Terminado o conflito,união d e forças,


união dos
marginais primitivos. Síntese c o m outra
parte
do seK Síntese c o m a sombra. Considerar o
ponto
d e vista da sombra. A comunicaçãocomeça
f r
em
camaradagem. Aprender c o m os
marginais. Dar
IS3
ROBERTA. J O H N S O N

espaço para a ilegalid dea na vida. A m zade


possível se o dinheiro é investido no
corret
i
o.
nível

Todas as intenções que vemos entre as


pessoas
é uma espécie de dos sonhos
atrito entresão
as formas d e
comunicação entre as
polaridades, é
várias partes do nosso seZFtotalP. o d e
haver lutas, guerras, amor ódio, a m i z a d e ,
inimizade -- tudo isso

um "familiarizar-se" c o m os diferentes
sistemas
d e energia que coexistem
briga dentro d e nós.
Assim, essa procurardo dinheiro,
curiosamente,
dominantes e os sistemas de poder da
é u m a forma d e comunicação do m e u e g o
mente
de
c o mconüonto, é me hor que nenhum contato.
os "marginais", a sombra, parte d e m i m
Se
mesmo. A maior parte d a comunicação na
psique c o m e ç a
por conflito.As partes do inconscientede
nossa
personalidade têm d e por "direitos
Segundaiguais",
etapa: aplicando as imagens
do e à por algum reconhecimento, contra as
dinâmica de minha vida interior
atitudes

consciente.
mesmo M a s as real
e a dinâmica brigas, que
os furtos,
aguadent o
algum tipo
de l
Uma ssociação
a partir que ''bateu"
do conflito, foi aprender
o e g o pode a do Jardim
a
se abrir
do
para os pontos-de-vistae os valores do
lado d a
sombra, então o con.flitoevolui,
vagarosamente,
para a a m i z a d e e a síntese.

sonho a partes específicas d e m i m m e s m o

,4uepzidcz Estou tentandoagora encontrar a parte

de mim
r
m i m e é representada pela A v e n i d a
Williams.
a
éden: ou seja, o estado original d a
infância, no 154
INNERWORK

qual não se sente qualquer divisão do


Sentimo-nos completamente ligados aos
mundo.
i
à família, ao mundo à nossa volta. Não ex
pais, questões discordantes para se
stem
tratar, nenhum con.H ito .
Por que isso apareceu no sonho? O que,
mim, se encaixa nisso? Quando a gumalcoisa
dadentro d e
infância aparece, pode ser um sinal
d e que o sonho está falando sobre o panorama
global d e vida, a
progressão ou as etapas d e desenvolvimento
que
Aaconteceram
pista, aqui, é o aquita
desde ndeiroaté
infância japonês.
o
Como
presente.
Assim, posso procurar a passagem d e um a
etapa
d e desenvolvimento para outra.
básica para o mundo como uma criança de
classe
comparo as características d a família
pe as
japonesa
csensações.
o m as d a A v e n i d a Williams, d e forma geral?
Se
com o mun o c âng
as considero o m o ico da minha
etapas infânc a --isso
ou in.nuênciab,
está
se
encaixa: a A v e n i d a Williams é m i n h a
orientação
m é ddesenvolvimento
de i a , extrovertida,e ctodas
o m atitudes
devem estar
l
orientadas O elemento estrangeiro na
m i n h a própria
personalidade - - que ia entrar e m inevitável
2. Definição do
d l
problema
con:lato
i
representado pela família japonesa d a esquina:
é o m e u lado introvertido, do sentimento, a
virtude do
coração, um conjunto d e valores diferente dos
d e m i n h a cultura inglesa.
D i z e m que os sonhos d e v e m ter quatro
etapas presentes para que o sonho seja
completo:

1. .Dramafis .pexsomae (pessoas e lugares)


3. Resposta ao problema, dentro do
sonho
(desenvolvimento)
15S
ROBERTA. J O H N S O N

4. LJsÍs (isto é, resultado ou resolução)


i
O cenár o original é a Avenida Williams, que é
meu
mundo estável, prático, estanque,
extrovertido. O problema se de Ê n e quando
japonês. O problema é um vejo a quitanda
conÊonto, do
iniciado
na
infância, c o m u m a cultura que apresenta
a criança para os valores opostos que já
valores
opostos.
esta am M a s tudo o que essa cultura f a z é
despertados.
acordar Esse é o início de um
longo
dentro dela, adorTnecidos, latentes,
v vem mais tarde, com a
desse tema
esperando ser
transferência
confrontocom a sombra, um
movimentopara
parte de mim é a Avenida Williams, posso
completar
que
dizer o seZZ da es rutura a ual do
é a semente
Ameuresposta
ego, o para esse problema, o
desenvolvimento
de vista princ pal com relação à
important
dos ness
vida.quarenta
O sonho
dólares para o nível do
coração
e e oe
êl e odosequi,
assalto a um sent
quatro marginais.
Assim,
e para
araser mais específico,
mentalismose
pergunto
o sentir que
real.
E comodos sistema
início eu tivess de uma pequena
valores que, ivil
mais
e e t t ação"
tarde,
tornou-se
Essa parte m i nde
h a mim
atitude dominante
se dirige parae mas eu
coisas i
ponto
é que essa atitude
dominante e s m a g a o sentir, ülca e m b a r a ç a d a
por
p i
desagradável. E uma cultura que muitas
vezes
usa o sentimentalismocomo um substituto
para

O quitam,de'ivo "c
japonês v iv e n do separadamente dentro de
iz
m im , semelhante à antiga cultura Zen
budista do Japão.

interiores, para a v i d a d a alma, para a


contemplação dos arquétipos e d a f a c e d e Deus,
à procura de

156
INNERWORK

harmonia interior e consciência. Mesmos as


coisas externas pelas quais m i n h a
culturajaponesa interior se interessa -- a beleza
das reverências e das formalidades
d e um quimono, a delicadeza nos

relacionamentos,
demonstrar respeitoase fazer
formas graciosas
as coisas - de
todas são
símbolos exteriores d a harmonia do reino
volta aopelo
interior mundo
qualdivino. Elas meElas
trabalhamos. atingem
também
como m e levam d e

ensinou
"sinais exteriores d e u m a graça
a ter interesse principalmente
interior"
O mundo e m que nasci, na A v e n i d a Williams,
pelas
me
em pé e o jardim cuidado, relacionar-
coisas exteriores: ter u ma v i d a decente,
mebem
pagar as contas, fazer o que é preciso,
valor e relevância na vida, porém deixam
manter a casa
pouco
c o m os vizinhos e permanecer respeitável
aos
mitos, no Zen, no hinduísmo. E a parte de
olhos dos concidadãos. Estes aspectos têm o
mim
seu outras culturas e
nas
religiões.
espaço para o mundo interior.
introverti o, do s ntir den o de m m.
E a parte "japonesa" e m m i m que está
Ele
interessada no cristianismo medieval,
arquetípico, nos grandes
que, bem considerada, não se sentimenta
torna l
que encontra qualidades superiores, nobre e
belas
M a s minha principal associação é com o
d e tr
aspecto
i corresponderá mais adiante, no
sonho, ao nível do "coração". E u m a capacidade

para o relacionamento

ou ''pessoal", no sentido d e fortuito e


aftiÊicial.
Valoriza a lealdade e a solidez dos
relacionamentos.
mais do que as palavras efusivas ou as
mostras d e
emotividadeque não duram muito.
O tevrep,o Parece ser um "lugar" dentro d a m i n h a
balda,o psique
que está circunscrito pela estrutura do ego,
da
/57
ROBERTA.JOHNSON

(ruas
pequeno pedaço de região
mente consciente inculta
d a cidade), masdoé
um
natureza faz o que quer e minha somb a
esconder-
pode
inconsciente,fora
se.
do controle do
ego, onde a
Sei rque há "lugares'' bizarros em
personalidade,
minha lapsos ou
Posso encontrar
lacunas .onde, alguma coisa
específica na m i n h a v i d a que pareça
selva. Elesa me
corresponder deixam
este lugar?embaraçadoe por
isso
são as áreassem
subitamente, onde existe
aviso, souemincivilizado.
mim maior E
como
natural. Na dtentativa
se eu fosse, e repente,de revertido
trazer todos
à
esses
.noresta,àrespeit veis em ge al esmago
torna-lo
melhores, ou mais naturais, partes
s
tento
me s controla-los,mas, e m geral, não
de mim
consigo. Tenho aprendid(b, entretanto, que
rn
por vezes estas

espontaneidade, vida, sentimento e


humanidade
vezes, também decido deixar crescer as ervas
"terrenos baldios" sob controle
s á , r
organizado e
a De repente, gosto de certas
as pessoas.
pessoas
o .
tempo com e as. De repente, saio de
Tento vasculhar essas áreas forma de
minha
m i n h a personalidade, periodicamente
l, - como
o corpo d e bombeiros que v e m limpar o
capim seco para
reduzir o risco d e inlcêndio -- visando pâr
um
pouco d e consciência e civilização nelas.
Mas, às
daninhas e as flores silvestres sem
serem
molestadas.
Relaciono isso c o m m e u lado ligado
ao
sentimento. Fico, d e repente, entusiasmado
com
e o fazer coisas para elas ou
quer l
p a s s a r meu
.êerso#a d e g e 7 z f Z e m a 7 z inglês, limitado,
''civilizado",e derrama m e u amor e m e u
apreço IS8
F @"

INNERWORK
por alguém, num rompante de
entusiasmo. Em
geral, sinto-meembaraçado c o m isso e temo
embaraçado outras pessoas, ou receio
ter
que as
coisas
dá fiquem
início "fora
a boas d e controle''.
e calorosas Entretanto,
amizades. Ela
essa
tem
propriedade, c o m freqüência, vai além d e m i m e
cultur
m e levado a ,relacionamentos
Freqüentement
profundos e
estou num dilema a despeito
as.
satisfatórios c o m pessoas d e diversas terras
e
lo sob co trole. Mas ntão con luo que é
me hor e
do amor"terreno
desse e do sentimento, ervas daninhas
baldio" dentro d e mim.e
flores
Continuo
pensando que deveria limpa-l , desenvolvê-lo, tê-
n e o c l
dinheiro di respe o ao meus
deixar a natureza agir. Algumas vezes, nas
s recurso
áreas

silvestres
ser são melhores
investido. então, onde do estou
que jardins
in
formais. as
estindo
e o sentido de m nha vida? Em ermos
.,'l Gaffe/2'cz z i
coloquiais,
e o di,m,Retro Basead
meu o em minhas
tesouro associações,
onde está meu a c h o que o
coração"? m i n h a t
interiores, principal energia e forças
vital:
vital,
o sonho o impulso,
localiza a a questão
direção, doe onde eu
compromisso n n e n
concentra v
onde invisto mi hameu ser inteiro,
e ergia minha
mi ha vida. Dinheiro é
minhas
o para
vida. capacidades maiores. A quais
valores, principais forças e recursos, o
ISso
alg i
r
quaternário do dinheiro m e dii que
objetivo esse não é um tema menor. Essa é m i n h a
t
principal energia
onde
"empato o principal d a m i n h a vida. O n d e coloco esse
meu dinheiro do sonho é, simbolicamente,o lugar
dinheiro"?
Será que
"coloco a quais aspectos d a vida, estou confiando
tudo
O caráter

159
ROBERTA. J O H N S O N
o s
O Esto ligand es imagem a vário istema
d e atitudes ou crenças coletivas
bolsoda u a s s
sobrepõem dentro de mim uma forma
s que se
básica,
é uma atitude
co scie de quererver
te, aceita, ser /ziP no
ser incluído
sentido de naquilo que; certos
grupos
in n nde de as coisas.
onda" ou fazer parte "da cena". Também
aPrimeiro,
''paz" e "amor" quando, na verdade,
outros
sentimentalT. udo isso se soma a um
pessoas estão fazendo, d e querer estar
tipo de
realmente
"na uma mane ra de usar um linguaj
com o ülm de se amoldar às pessoas ou à
r
Assim,
m o da. penso que a transferência do meu
associo c o m o estilo "/z{.P.peldee",
,
falar
dessassobre
expressões coletivas de emoção e
motivos se escondem por trás deste
sentimento real de afinidade com as
palavreado
pessoas e
i
zlmfaç:ão coletiva do sentir profundo,
Bolso d a mpaa sa émim. Uma é o coraçã e os valores
C a 7 n tSa . do a
solve o
lado
mim.
dinheiro do nível dos quadris para o
esquel'd
o nível do
função do sentir: e a diferença ent e
coração m e diz que preciso transferir o
emoções e
dinheiro

sentimentalismo e investir a m i m m e s m o
no
primeira etapa, duas idéias deram "de estalo"
valores r o
que, coração. A segunda é o c#a#ra a czãczfa, d a
genuiname ioga
nte,signi kundalini. D e qualquer modo, estou ligando
ficam tudo isso à função do sentir e à v i d a
alguma intuitiva dentro d e
coisa N a primeira etapa, expliquei alguma coisa
para mim. r
sobre a
Na

sentimentos. Foi necessário um b o m tempo


para

l A esse respeito, o autor discorre mais detalhadamenteno ]ivro


]l/IE-..4 C % c z u de o E m f e z d m e m f o d a Ps co/agia 7Mascm//maS. ão Paulo,
Mercuryo, 1987. p. 50-1. (N.E.)
INNERWORK

chegar ao ponto e m que associei esse


bolso esquerdo
detalhe, o da camisa, com meu lado capaz
de
mesmo
sentir.como
Issoum tipo de
porque pessoa
nunca h a v i acapaz de e m
pensado
se#fiz
mim
sou dado aque
Pensava demonstrações
''os tiposde emoção e ão
que sentiam''
aprecio
eram os
altamente emotivos. Pensava que, u m a v e z que
não
n
considerar
muito melhor e veriÊcar
sentimentalismo, eu não que Jungtipo
era um não
quis
capaz
d e sentir, mas sim d o mi nad o pelo
pensamento ou pela percepção racional.
vida que realmenteme motiva, em torno do
Foi essa associaçãocom o coração que m e
qual
levou a as pessoas que atraem meu amor
sentir:
edizer
cujas
''emocional" ao se referir a um tipo
de
indivíduo capaz d e sentir ou a u m a função do
e torna-se seu centro. Na vida, o que me
sentir.
move esímbolo forçou-me a u m a auto-
Esse
análisemais
cuidadosa. C o m e c e i a perceber que o aspecto
dessa
a corrente de energia dentro de mim,
reduzi-
involuntariamentegira m i n h a vida,não
que fui criado, esse sentimento é oera
lado
do
deixasse
qualidadescomover profundamente
magníâcas por uma
eu admiro, assim como
os valores a que dedic o m i n h a devoção e
Selealdade.
mostrasse muita nos
Este sentir afeição, poderia
relacionamentos dá
deixar os energia à m i n h a ü d a

inspira profundamente,mais que tudo, é a


beleza,
a nobreza e a virtude interiores que vejo nos
seres
humanos que entram e m contato comigo.
Até ter tido esse sonho, sempre tentei
reprimir
la. manto-la encoberta. N a família e na cultura
em

abertamente demonstrado por ser


considerado embaraçoso, suspeito, não
razoável. Se v o c ê se

sinfonia, seria considerado um pouco


estranho.

outros consb'cingidos.Qualquer um que


tomasse 161
ROBERTA. J O H N S O N
decisões vindas do coração, ao invés d e usar o
frio senso prático, era considerado
suspeito, indigno
d e confiança.
inebriado com a Sentir,
beleza deamar intensamente,
alguém, com alguma
ficar
sociedade.
coisa d a natureza, ou c o m um valor --
Como tudo
resultado do sonho
isso seria e da interação
inadequado e deslocado
com o naquela respeitável
acompanham -- descobri que sou um tipo

símbolo descobri m i n h a tipologia e as leis


que
que aparece corresponder a esse símbolo
e
introvertido, orientado pelo sentimento e que
interior, que mostrou-me onde essa parte
a mola principal d a m i n h a v i d a é diferente
atua.
do que eu pensava. Assim, identiÊquei u m a
parece representar um novo investimento
parte m i n h a
de
própria vida, na função do sentir. Senti
encontrei u m a dinâmica específica d e m i n h a
que
vida
chah7a au,abata.
A transferênciado dinheiro para o bolso do
peito
marginais com minha soma)zczinterior, meu
ma/fe
i n h ego, que ainda
a energia, é inconsciente e con ém
minhas
potencialidades,minha
representavao investimentoem um novo
nos quais
centro percebo a correspondente
d e consciência sombra atuando.ao
coração e ao

reaparecimento da owfra
Durante a primeira etapa,compl cação no
disse que
Os margi,na'i,s
associava os meu
precisam

aspectos d e personalidade que


t
integrados
ser aos pontos d e vista do ego. E
tenho
d e encontrar aspectos especíâcos d a m i n h a
vida
E xami nand o novamente m e u sonho c o m o
u ma
série d e etapas e m desenvolvimento,uma
coisa se torna clara. M e u lado marginal
parece ser o
i
ambiente d a A v e n i d a Williams: o
quitandeiro 162
INNERWORK

japonês. O problema é a aparição, e m ml.nha


de um aspecto {Mfzoue lido de se#fzlme#
vida,
, fo,
estabelecendo um terrível con.cito c o m
primeiro com ea família
m i n h a cultura educaçãojaponesa. Depois
tradicionais. Ele
se manifesta
da sombra, o aspecto
marginal. e continua e m outro nível, sob a
reaparece
Mas como ele não podia encontrar um
forma
lugar
Esse aspecto introvertido, d e sentimento, é
do inconsciente dentro do campo da
,
consciência.
meu.
sonho respeitável
está dizendo
paraque o marginal
viver no mundo é do
umaego,
foi mantido reprl:unidoem um terreno baldio,
parte
u m a pequena ilha

nósM emesmo
u e g o ap recemparte
v ê esta comoc o"margina ê
m o "marginal'';
porém, u m a v e z que esse marginal aparece
assim dizer, para sob eviverem
c o mem um
o qwafro, o
mundo
crucial d e m i m e que preciso dele para m e
de sentimento,sua
tornar completo. sombra Ihe roubará
Outro motivo pelo qual estas ''partes-sombra"
energia
dparte
e das svezes aisso é feito através is
compulsõe
de : nós nos apaixonamos contra
nossa r
seus próprios e loucos caminhos,
porque são forçadas a uma "vida d e crime",
deixando a
por
domi n ad o pelo ego. Por exemplo, se um
tipo d e h oEle
humores m e m ,no que
deixam
sente,.ãsicamente
recusar viver esse
. s s doentes. seu ladlo

e a investirá, à sua revelia, nesse lado. A


maior

s
vontade. O coração d e repente e nvereda-se
por
mente fria e serena horrorizada e
batalhando,
e m vão, para manter a ordem e a dignidade.
Nossos sentimentos marginais t a m b é m
roubam energia, colocando-nosem depressão e
e m outros

Depressão, humores e doença produzem


vidas altamente insatisfatórias quanto ao
aspecto do se@fí2"

163
ROBERTA. J O H N S O N

mas o inconsciente aparentementeacha


c
alguma oisa é melho r
que nada.
que Nossos marginais interiores, no
também desempenham um papel nobre: como
entanto,
Roubam do opulentoimpério do ego e
Robin Hood, roubam do rico e dão ao
dão à
pobre.
emssa sub vida, também de outro modo: o
minha
no nutrida função do fiz
Pude ver essa parte d e m sem
i m mesmo
atuando
sonho mostrou que o conÊito entre eu e
m i n h a sombra marginal foi progredindo e
progredindo,
até que finalmente nos tornamos
amigos. E a
há anos,
coisa e que
crucial queele
tiveestava me para
d e fazer pilhando
acabar
atravésc o m essa pilhagem, c o m essa perda d e
energia, e nos
tornarmos amigos, foi recolocar m e u
dinheiro e m um nível diferente -- no nível
natureza, que se#fe, e do ficar amigo dos
coração. Pude
dar-me conta d e que estava nesse
meus
conflito c o m
m e u lado introvertido, aquele capaz d e
sentir,
d e compulsões, através d e depressões e
doenças psicossomáticas. E finalmente,
agora, pude ver que é possível colocar o
dinheiro no nível do coração, reconhecer
m i n h a verdadeira

marginais.
164
INNERWORK

Uma interpretação
C o m o v o c ê d e v e ter observado, Êlqueium tanto
empolgado
durante a segunda etapa do trabalho c o m os sonhos e
visão
a c a b e i global do sonho, examinando-oatravés de estágios
fazendo já u m a b o a parte d a / fera efação --
de
agora, nesta etapa. Algumas vezes isso acontece.
estabelecendouma
Estamos no
desenvolvimento,alinhavando-o-- o que na verd ad e deveria
vir
global começar a brotar antes, contanto que ela
seja
me i o feita.
d a primeira ou segunda etapa e alguma coisa sê
ilumina
dentro d e nós e começamos a ligar todo o conteúdo do
sonho.Primeiramente, o sonho me mostra que sou
Tudo alguém
bem. Não tem realmente importância se a
o dever, de viver de acordo com quem realmente sou.
interpretação
Como
C o m o conseqüência, m i n h a interpretação talvez agora
e meus
possarelacionamentos-- com o mundo à minha volta
ser b e m curta e objetiva.Posso ir diretamenteà
e. em
pergunta: "Qual
écomo
o significado
vivo minha principal, global,
vida? Posso tomarque este sonho
coragem tem a
e começar
para
me m i m e
para m i n h a vida?"
as pessoas.
diferente Posso
do que devotar
pensava tempo
ser, a atividades
e que e
tenho o dilzezlfaos,
assuntos
sim c o m o que
resultado do sonho, descobri que sou um tipo
introvertido, capaz d e se/zfízO: foco principal d a m i n h a
estar :fazendoalguma coisa v i d a tem d e ser meus valores
útil"
especial, c o m as pessoas -- baseados no self/z
Agora, o que isso signiÊtcapara m i m na prática, na
maneira

devotar, conscientemente; deliberadamente, ao mundo


do
semfime#fo. Posso devotar u m a b o a parte do m e u tempo e d a
minha
energia cultivando minhas amizades, meus relacionamentos
com
tenham para m i m valor, peso e profundo sentido. E, o
que é mais
importante, posso fazer isso sem m e sentir culpado,
sem sentir
que estou c e d e n d o a alguma parte ''marginal" d e m i m ,
entretendo-
m e c o m a cálida companhia dos seres humanos, quando
''deveria
A essência deste sonho é a transferência d e
energia: a transferência d e energia d e outros níveis para o
nível do "coração",
165
ROBERTA. J O H N S O N
o nível do self m e m f od a vida. Não tenho d e passar
minha vida
tentando pensar, ser lógico e intelectual.
Este sonho m e mostra isso dentro d e u m a
se p perspectiva
ocessou ao que
longo dessa vida, até o momento do
r
sonho.em Essa
leva consideração m i n h a v i d a inteira e a lenta

evolução que
evolução c o m e ç a c o m a infância no "Jardim do Eden" onde
supus que houvesse um único ponto d e vista na vida: o d a
m i n h aO família o
classe m é d i a , tradicional, e seu bairro e m Portland. Esse
se torna
como criança, está simbolizado pela presença da família
o sistema d e atitude dominante, o sistema d e atitude que
japonesa,
dirige
lugares
m i n h a ü d asecretos
d a í para da minha alma.
a ú'ente, Esta mânsia
que define i n h a de ornar-me
personalidade
humano
social
um ser capaz de sel /z, em meio a uma cultura
e o conceito que faço d e m i m mesmo.
insens aspecto
vel
mantida no desconde
terreno baldio, ''problema" a evolução -- conflito que
ijo. precisa
acontecer e m c a d a v i d a para forma uma o crescimento
engendrar de --
simbolizada
para m i m , pela transferência do dinheiro para o
nível do
exemplo d e u m a cultura introvertida, do self/me zfo, que
se#fe.
c o m a m iEn h quando
contrasta a própria,meu marginal interior descobre
e estabelece
que,
motivo algum pa a
brigar. f
involuntárias ressonâncias nos
t
í ,
transforma-se no "marginal" do meu inconsciente, ba n ida
r
para o

A ZysZs(resolução) do sonho, a resolução do


conflito, a cura
d a divisão d a psique, toma a de eo cação de e/zezg/cz

coração. Isto significa que posso e d e v o redefinir


minha vida
e m torno d e valores do se z f i m e m f ov, isando ser u m a
pessoa que

voluntariamente, reordenei m i n h a energia, não existe


r
mais

Epílogo
N a seqüência do m e u trabalho c o m o Sonho dos
Quatro
Marginais, fiquei me i o perplexo sobre o que fazer c o m o
ritual,
na quarta etapa. L e v e i muito tempo para compreender
totalmente
as itnplicações do sonho. Não h a v i a percebido, até então,
que ia 166
l$' t.;;ti..I'al i!
#P.Ê$ilwçg@i

INNERWORK
t
even ualmentemudar o foco completo da m nha vida e fazer
troca de sentimentos c o m as pessoas minha prioridade
da
i
máxima.
Porém,ajudou;
Isso sabia que teria d e fazer alguma
manteve-mefisicamente coisa;
ligado assim,
ao sonho.
i o assunto de lado por uns
encontrei
Então
um terreno
tempos baldio, saí do carro e dei duas voltas ao
redor dele.
deixe
Por coincidência, viajei a Portland, Oregon, alguns
do encontro decisivo com meu lado ligado ao
.
self/z
meses
a antiga
depois. L e m b r ecasa, comecei
i - m e do sonhoa eandar
decidipelo
que caminho
poderia que
fazer um
percorrido
ritualhavia no sonho. Passei pela quitanda do japonês. O
prédio
poderoso para m e relegar ao sonho, se voltasse ao m e u
antigo bairro e, d e fato, passeasse pelos locais que
depois de todos
apareceram no sonho.essesAssim,
anos, aconteceu
coberto dequemato e à ce n a --
voltei
arbustos. tanto d a m i n h a infância c o m o
mais no mundo exte ior; estava em meu
sonho.
mi Encontrei a A v e n i d a Williams modificada. Iniciando pela
terreno baldio, um jovem saiu do mato e se aproximou de
nh
mim.
no sonho. :Er um rapaz de rua, igual aos marginais do
ainda
sonho.estava lá, mas agora era um a cervejaria. Continuei
anda n doprocurando alguma coisa. E claro que ele não
estava
etinha
piquei
comome i o espantado d e encontrar o terreno baldio ainda
ali,
Então, que tal cocaína? E u ma mulher, você quer uma
Irracionalmente, sem querer, c a sentir medo. ão
mulher? E
r"Bem, o
Passou pela minha cabeça omecei
estava que poderia dizer-lhe Nque
queria D e repente, à m e d i d a que eu passava
vagarosamente pelo
a
B e m , cheg ou a hora, pensei: estava para ser assaltado; tal
qual
Ele m e examinoue percebeu que eu qzie/'zalclzguma
coisa, que
saber que eu estava procurando um entendimentomais
profundo
d e um sonho, que eu estava passeandonesse sonho.
Então, ele começou a m e perguntar: 'Você quer
marijuana?
que tal heroína?'' Quando esgotou sua lista d e
possibilidades,
finalmente perguntou: então, que p"ecz/me fe v o c ê quer?"
falar c o m os marginais do m e u sonho, que queria passar
pela
quitanda do japonês e pelo terreno baldio até conectar as
partes
d e m i m que lá de ixe i tantos anos atrás. Poderia ter-
lhe dito que /Ó7
ROBERTA. J O n N S O N

estava an dan do pelo m e u sonho e que ele haja penetrado


nele,
ülz. Naquele mim.
juntando-sea momento, a interação
Talvez ele tivesseentre o mundo doM a s
compreendido.
sonhoo e o
não
mundo :Hsíco se tornou muito intensa para mim. Afastei-
me, entrei
no carro e ''saí d e cena"
em minha
No mente, repetidas
momento e m que vezes.leveiVivendo
a ccom
a b o seus
esse ritual,
toquei m e u
símbolos e sonho nos mais diversos níveis que consegui.
Ele tornou-se um a parte vivida d a m i n h a vida, u m a
experiência para a qual eu volto
Qual era essa nova concepção? O sonho forçou-me
significados
a que, pouco a pouco, se foram tornando mais
amizade
claros, e a roca de sentimentos com outras pessoas.
preciso
Não ter muitos
gradativamente altereirelacionamentos,
m i n h a v i d a para mas precisoc odem a
conciliar-me
boas
nova concepção d e m i m mesmo, que o sonho implantou na
m i n h a mente.

perceber que a coisa mais importante na vida, para


t humana são valorizados acima da lógica,
e a rec procidade
mdai m , é a
amizades que envolvam um nível profundo d e
comunicação,
pessoas que seja colocam o amor, o sentimento e a troca
para de todos
humanatroca os outros
d e idéias, valores;
seja pela senti
simples me d e estar
alegria
junto.em casa.
C o m o resposta ao sonho, decidi ir à Índia, visitar u m a
americano,
culturacom suas metas, o programa excessivo de
antiga onde as pessoas ainda se relacionavam umas c o m as
trabalho,
ser ganho e pessoas a impressionar. Foi um processo
outras
através de antigos laços d e clã e tribo, onde o calor, o
vagaroso.
i
vida contrastambastante com aqueles da vida que eu
sentimento
evava
ordem e d a produção. A série d e visitas que ü z à Índia e
ao Oriente
d e r a m - m e um novo ponto d e referência, fora d a
mentalidade na
qual fui criado. Adquiri u m a noção completa do que é
viver entre
acima -
D e volta aos Estados Unidos, os efeitos do sonho

sobre
m i m continuaram. C o m e c e i a sair do padronizadomodo d e
vida
o sentimento constante d e pressão e prazo esgotado,
dinheiro a

agora, passados anos, p ss que s dias

Mas
a na os o o dizer o
l ,
d mi h
quando sonhei c o m os quatro marginais. Há tempo para
relaxar,
para visitar os amigos, para plantar o jardim, para ouvir
música, 168
INNERWORK

para a ImaginaçãoAtiva. A sucessão d e mudanças


torno iss
práticas possíve começou com o sonho e a novas atitude
que
u o l s s
que come çaram a evoluir dentro d e m i m , o novo
conceito que
começou a se desenvolver e m resposta aos seus símbolos,
sobre
quem realmente eu sou.
práticos que exploramos juntos, se tenha tornado mais
fácil para
Tenho esperança d e que, a partir das etapas e dos
todasexemplos
as associações e referências que você precisa
para
v o c ê iniciar-se neste tipo d e trabalho e encontrar e m seus
épróprios
seu trabalho:
sonhos asua disposição
sabedoria que o para c omeLembre-se
aguarda. çar e de
seguir Você pode querer
as.etapas.
que o inconsciente ir além dos limites deste livro e
ler mais
está continuamente se manifestando e que, voluntariamente,
gera
relacionados na Bibliografia. Basicamente, porém --
você
compreender seus sonhos. Tudo que é necessário,
essencialmente,
em sua mente

sobre a natureza dos sonhos e d e alguns símbolos, e mais


acerca
das idéias d e Jung. Poderá encontrar vários livros que o
ajudarão,
descobrirá -- a única barreira que existe entre v o c ê
e a
compreensão do seu sonho é o ato d e anotar aquela
primeira
i m a g e m do sonho e depois anotar a primeira associação que
brotar
Deste primeiro ato - o movimentocrucial d a m ã o
e da
mente - c o m e ç a toda a revelação m á g i c a e surpreendente
dos
mistérios interiores, que seu inconsciente está pronto a
executar.
F»FTE lll

I M A GI N A Ç Ã O M I V A
C A P I T U L O 12

..-=+'

DEFININDO E A B O R D A N D O
A IMAGINACAO ATAVA
Nas páginas, seguintes, vamos explorar a
técnica d a
Imaginação Atava e aprender as quatro etapas para
trabalhar c o m ela. Antes d e iniciarmos, h á u m a precaução
de que pode contar
fundamental com, atgüém
que todos d e v e ma quem
tomar.reco?"rercaso ocê se
am,teds e começar
c o m a Im,agitação Atiça, estejacevto
veja
v
do m,im ,a d o Pela imaginação e não tem,ha c o m o {,m,tevvomPê-ta.
Entretanto, algumasisso
Para a maioria pessoas
não éestão sujeita
problema. D e afato,
ficar para
absorvidas pelo luxo das imagens ao atingirem um
a maior
totalmente
parte pess as a â é fazer surgi a Imaginação
segmento
c onseguem libertar-se. Suas mentes se perdem s no reino
da das o di culdade r

Atava.
particularmente poderoso d a Imaginação Ativa, do qual
.
não
fantasia e não conseguem encontrar o retorno para o aqui-e-
cumprimento das tarefas do dia, percebe que a imaginação
agora
ülcamundo comum. Portanto, previno que só c o m e c e m
do
com a
Imaginação Atava depois d e contar c o m um analista ou c o m
alguém
familiarizado c o m o assunto, e que possa trazê-las d e volta
à terra,
se necessário .
- V e z ou outra, pode acontecer que alguém c o m e ç a a
fazer Imaginação Atava pela m a n h ã , depois sai para o
trabalho e, no
voltando, tomando conta d a mente consciente, tentando
continuar
a história ou o diálogo do ponto e m que foi
interrompido. Quando
isso acontece, pode ser difícil manter a mente
concentrada nas ocupações. Nesse caso, é melhor recorrer a
u m a terapeuta ou a

173
ROBERTA. J O H N S O N

um a m i g o e pedir ajuda para sair desse processo d e


Imaginação Atava que se repete involuntariamente.
Nos raros casos das pessoas que se perdem
reino facilmente
d a fantasia,
no sem conseguirem voltar, é melhor
que não pratiquem a Imaginação Atava, mas procurem
de relacionamentocom
formas mais suaves seu mundo
interior.
Se v o c ê tiver d ú v i d a sobre isso, é
Não pretendo com isso
aconselhávelconsultar desencoraja-lode
um analista jungiano,fazer um d e
antes
trabalho
empregar essa técnica.
interior, mas o inconsciente é poderoso: se vamos
aborda-lo,
respeito e c u i d a d o são necessários. C o m essa atitude,
podemos
tirar proveito do trabalho interior, ao m e s m o tempo e m
que nos protegemos do poder do inconsciente, às vezes
avassalador.

Diferença
que ouviramentre
falara sobre
imaginação atava muitos
o as unto, e a fantasia
sentempassiva
que
não oA Imaginação Atava é o uso especial do poder d a
Nesta eção, exploraremos os
imaginação
Imaginação Atava,
conceito
desenvolvido examinaremos
por Jung no com eço doalguns
século. exemplos e
Embora muitas
pessoas
seguir
a tenham para usado,
fazer suae seu enorme valor esteja b e m
Essencialmente,
própria a Imaginação
amplamente Atava éfora
conhecida um dos
diálogo que
círculos
comprovado, não é s
jungianos. Dentre aqueles compreendem o su:6ciente para
que estamos completamente acordado e conscientes
s
durante a
que a distingue. Em vez de lidar com um sonho, você vai
o oca-lo em p r ática
à sua
s básicos d a
tal
c l como fariam nos. sonho, caso você estivesse
dormindo.
aprenderemos um método d e etapas sucessivas, que v o c ê
pode
Imaginação Atava.
travamos c o m as diferentes partes d e nós mesmos que
v i v e m no inconsciente. D e certa forma é semelhante ao
sonhar, exceto

experiência. Isto, d e fato, é o que dá a essa técnica a


característica

imaginação enquanto acordado. V o c ê d e i x a que as


imagens aflorem do inconsciente e apareçam a v o c ê no nível
d a imaginação,

174
B:#w:'

INNERWORK

Na uas imaginação, você começa a falar com as imagens e


interagir
a com elas. Elas respondem. V o c ê fica
descobrir que elas expressahi pontos de vista
perplexo ao
radicalmente
diferentes dos d a sua mente consciente. Dizem-lhe coisas
que conscientementev, ocê nunca
v o c ê pensou.
nunca soube conscientemente e expressam
pensamentos
A
mai matem

vivem
n no áinconsciente.
que, Mas nem todo
oria das pessoas u m a dconversação
álogo é verbal ou
falado
em sua forma moderna íoi uma experiênciavisionária de
na sider
co sua Imaginação
vel Atava, trocando opiniões c o m as
Jung,
figuras
interiores, tentando obter um a posição intermediária entre
pontos
d e vista opostos, até pedindo conselhos àquelas mais
conscientemente dela e transforma-la numa troca
atavaentre os i
sábias que Provavelmente, a primeira experiência
. Alva
registrada d a Imaginação
na qual n en huma palavra foi
sob meus
proferida, ainda pés
que ehouvesse
eu mergulhas e em abismos
u m a profunda interação ente
pude res Não
escuros.
sua mente stir
consciente a um
e as sentimento
imagens que I h e de pânico.
apal'eceram do inconsciente. Foi u m a das experiências que
Mas então
os pé numa massa pegajosa e macia. Senti grande
mostraram
a Jungalívio,
que ele podia penetrar na sua fantasia-- ou visão --
pouco depois, meus olhos se acostumaram à
participar
obscuridade
sistemas d e energia do consciente e do inconsciente.

Estava sentado na m i n h a escrivaninha, u m a v e z


joelhos
mais, na água gelada, até o outro lado da caverna
pensando a respeito d e meus medos. Então, fui-me
onde,
soltar. D e repente, foi c o m o se o chão
s
deixando i
literalmente cedesse

, abruptamente, a u m a profundidade
não muito grande, apoiei

apesar d e estar aparentemente e m completa


escuridão. U m
crepuscular. Frente a m i m estava a entrada d e um a
caverna
escura, na qual permanecia um anão c o m um a pele
coriácea, c o m o se estivesse mumificado. Passei
apertadamente por
ele, através d a entrada estreita e avancei, mergulhando
os
sobre u m a rocha saliente, vi um resplandecente
cristal
vermelho. Segurei a pedra, levantei-ae descobri um a
parte 175
ROBERTA.JOHNSON
oca na sua f a ce interior. D e início não pude
compreender vi
nada, mas então que h a v i a água corrente. Nela,
flutuava
o corpo
e, d e umumj osol
em seguida, v e m dvermelho,
e cabelos nascente,
loiros, csurgindo
o m um
ferimento
das
na cabeça. Atrás, vin ha um gigantesco escaravelho
negro
represent do partes
profundezas p fundas
d a água... (Jung, do
M D Rno
, so i ter or. Como
p.179)
imagens
as dos sonhos, elas simbolizam o conteúdo do nosso
Através
d a ImaginaçãoAviva, ülca c a d a v e z mais
as imagens que aparecem na imaginação, são, de
vezes desagradáveispara nosso
claro que an ro s n
ego.
fato, símZ) c s
i oo
inconsciente. U m a v e z que estes seres interiores têm
''suas próprias mentes'', eles d i z e m e f a z e m coisas
que são novas e
est do -- e m geral esclarecedoras, mas
surpreendentes para nós
áalgumas s
Apesar
um nível d e terczf/uoq,
zlmczmg os sonhos e m éalta
ue não nem consideração,Jung
o consciente
nem oa c h a v a
ambosa Imaginação
que se encontram em era
Atava termos igualitáriose
um cami juntos
n h o ainda mais eíetivo
para
criamouma
inconsciente. A diferença é esta: quando sonhamos, recebemos
sinais
do
corrente
inconsciente,
poderosa.
masComplementam-seum
a mente conscienteaonão
outro,
participa.
Quando
começam a
converter aemmente
acordamos, unidade. O diálogo
consciente da mente
pode lembrar consciente
o sonho e refletir
sobre
com o
surge como a sporém,
seu significado, ntese durante
dos o sonho, ela não pode
participar
dois
ativamente. N a Imaginação A v i v a , ao contrário, a mente
consciente
desperta. Participa acontecimentos, conscientemente.
Nos sonhos, os eventos acontecem completamente no
nível
inconsciente. N a Imaginação Ativa, os eventos se
sucedem e m
inconsciente, mas um ponto d e confluência,um solo
c o m u m onde
experiência d e v i d a que co mb i na os elementos d e
ambos. Os
dois níveis d e consciência fluem um para o outro, no
campo d a
.imaginação, c o m o dois rios que se fundem para formar
u m a trabalhar juntos e, c o m o resultado, nossa
totalidadecomeça a se

inconsciente dá origem a u m a função transcendente, o seH


í .
que

/ 7Ó
INNERWORK

E um fato curioso que o ato d e sonhar


diminua sensivelmente quando se pratica a Imaginação Atava.
aSe sério esta técnica, como um método de meditação, você
v o c ê levar

realmente assimilará o material do inconsciente sem que


àeleton a nos aparecer
precise sonhos são confrontados
na forma onírica. Oeselaborados
assuntos que
atravésaçãoda Atava. teriam vindo
Imagin
Por causa dessa relação entre os sonhos e a
todas as noites, e não conseguiam dar conta de todos eles
Imaginação
atravésJung costumava prescrever a Imaginação Atava para
Atava,
a Imaglinação Atava observamos que os sonhos diminuem em
pessoas
que sonhavam demais, que eram dominadaspor muitos
os sonhos
sonhos do têm menos
trabalho necess dade
interior. de se
Quando começamos a praticar
repetirem.
regularmente
n
porque o ego realmente vai até o mundo interior, anda
úmero. tornam-se mais discretos e concentrados e
e fala,
lá encontra.repetitivos.
Conscientemente,
Quando você
v o c ê toma
leva parte no drama
o problema para a
da menos i
troca pontos de vista, participa de aventurasjun o
Imaginação A v i v a ,
com eles e
Este aspecto torna a Imaginação Atava diferen e da
fantasia
A essência d a Imaginação A t a v a é a .parfZczPczção
simplesmente se sentar e .Rcar obse vando o .buxo que
na experiência imaginativa. Esse tipo d e
comscilemíe
desli a
imaginação é afina

a respeit e argumenta, f a z amigos ou briga c o m as


confronta
o. A fanta
pessoas que a pa siva amb m pres nta imag ns do
imaginação. V o c ê se entrosa c o m os outros atires na
t
conversa,

eventualmente aprende alguma coisa c o m c a d a um.


r
comum, .passzlucAz. fantasia passiva é um sonhar
t
acordado: é
no fundo d e z sua mente, c o m o se fosse cinema. N a fantasia
passiva,
v o c ê não participa conscientemente; v o c ê não re.metesobre o
que
está acontecendo, e não toma um a posição independente,
ética,
i vez se pode
si s t é a e
e
nconsciente, mas, uma que não
e
ntrar
conscientemente dentro dela, é e m geral u m a perda d e
tempo e
d e energia. O s assuntos ou problemas que aparecem na
fantasia 177
ROBERTA. J O H N S O N
não são resolvidos. Muitas dessas fantasias apenas se
repetem,
sempre e sempre, nos limites d a mente, até que nos
esgotam ou
esgotam-sea si mesmas. Não existe evolução, porque o e g o
consciente, independente.
nunca
confronta a situação d a fantasia n e m entra nela c o m o
tem
u m a assuntos
força que nos preocupam dia após dia. Uma
fantasia se
U m b o m exemplo, é o f e n ó m e n o d a
na qual somos derrotados
.p7'eocw.pczç ;Aão. e humilhados. Enquanto
ficarmos
preocupação é u m a forma d e fantasia passiva. A maioria
d e nós
diálogo com
desenrola e mela descobrir
nossa mente;quem
nela ou o quê está
triunfamos e tudo a c a b a
bem. Então ,manifesta-see
em contra-fantasia,a fantasia d a
preocupação,
passivos,
com ela. dOe i "Eu"
x a n d o precisa
as fantasias
estar d a lá,
preocupação nos
nteragindo com os
dominarem,
outros
nunca A haverá um a solução;
imaginação porém,
não é cz fíucz na Imaginação
a menos que estejaAtiva é
possível
ir ao encalço
tenho uma reaçãod a preocupação,
sentimental:conÊontá-la
eu estou feliz com
ativamente,travar
c um
os
onosco, e fazer alguma coisa a respeito.
se estivesse numa experiência exterior, física. Embora
seja uma
verdadeira q e envolve sentimentos verdade
con.flito
ros.
V o c ê vai notar que e m todos os exemplos d a
altamente consciente, poderoso. Quando a Imaginação Atava
Imaginação
é
Atava a história é sempre contada na primeira pessoa: o
"Eu" está
vigorosamente para
sempre lá. "Eu" vou as vozes lugar.
a certo que estão de tro
"Eu" vejo de você;
a imagem.
e i

[
"Eu" interajo
p
o e g o não estaria ndo.
e mos participando do
drama c o m nossosparticipa
sentimentos e emoções. ''Eu"
r
acontecimentos, eu estou interessado, triste ou zangado.
s O "Eu''
precisa entrar no ato imaginativo tão intensamente quanto
o o faria
na
experiência simbólica, é, m e s m o assim, uma
ge u
experiência i você
Por sua participação ativa,
converte o que poderia ter
n sido u m a fantasia inconsciente, passiva, e m um ato d e
imaginação
s
realizada corretamente, diferentes partes d e vo cê, que
, estavam
fragmentadas ou e m conflito, são reunidas; ela o
n
ca
desperta
s estabelece paz e cooperação entre o e g o belicoso e
o o inconsciente.

co 178

ri

o
INNERWORK
A finalidade principal dessa técnica é
proporcionar a
comunicaçãoentre o e g o e as partes do inconscientedas
quais
geralmente nos desligamos. Quando praticamos a
entre as atitudes do ego e os valores do inconsciente, a
Imaginação
Atava, as coisas m z z d a mn a psique. O relacionamentoentre
falha
o ego
e o inconsciente é alterado. Se existir um desequilíbrio
neurótico
pode ser remediada, os opostos complementares p o d e m
ser Exemplo e imaginação atava:
reunidos. Ela nos recoloca no cami n ho d a unidade, d a
percepção d e u m a totalidade mais ampla, simplesmente
porque aprendemos a entrar e m comunicação c o m o self
darei agora um exemplo de um sessão de Imaginação
interior.
Ativa,

d
em geral fazem,
conversando com quando
na prática, se sentam para
o artista interior
uma
Para deixar nossa discussão mais concreta desde o
início,
uma uma
a
registrada por mulher. Este será o primeiro d e
na sua forma bruta, espontânea.Não estamos criando
série
d e exemplos que examinaremos nos próximos capítulos.
uma obra
Esses
exemplos d e v e m dar a v o c ê um a idéia melhor do que as
da forma que surgir espontaneamentedo seu
pessoas
inconsciente. Os
experiência c o m a Imaginação Atava: c o m o a abordam,
como a
anotam, e as diferentes ânalidades c o m que .a Imaginação Aviva
pode ser praticada c o m o trabalho interior.
U m ponto d e v e âcar claro, a partir desses exemplos:
não se
d e v e tentar ''enfeitar'' a imaginação e fazê-la soar
melhor, mais
sistematizada ou ''reânada''. O objetivo é v o c ê realizar a
experiência
e registrar tudo o (lue aflora do seu
inconsciente,honestamente,
literária para outros lerem. E um assunto privado entre
v o c ê e seu
próprio inconsciente, entre v o c ê e Deus, portanto, d e i x e
que seja
simples, rústico, incoerente, embaraçoso, belo, sem
correções,
resultados serão mais honestos -- e mais reais.
Eis um exemplocaracterísticode
ImaginaçãoAtavavindo
d e um a mulher que, certa noite, viu-se acordada na c a m a
incapaz
/ 79
ROBERTA. J O H N S O N
d e dormir porque estava o b c e c a d a c o m a nova pintura
d a sua
casa Haja à cores
. trabalhado exaustão, escolhendo, comprando
tintas, f aze nd o o serviço. E agora não nseguia
e as mais diversas manei as de combina-lascom os ormir. As
r
tecidos e a
cores, co d

mobília. desfilavam e m sua mente, noite a dentro, numa


fantasia
que não que
interior conseguia
estava interromper.
obcecada e dialogar com
U m a v e z que já h a v i a usado a Imaginação A v i v a antes,
ela.
ela
pensou e m entrar na imaginaçãopara encontrar u m a
lidar
i m a g e mcom
Com freqüência,
que pudesse
ele. temosa algo
representar vago e invisíve
obsessão. Queria no
encontrar a
inconsciente
sua parte
porém, não podemos ver o que está acontecendo. Não
Este é um exemplo d e um uso excelente d a
Imaginação
não podemos controla-lo.
.Fú3:vap\e?"soniâtcarum, Algumas vezes
com,tendoinuisíuet do éinconscie'
uma te e
trazê.\o à superfície, na forma d e i m a g e m , d e maneira a
irritação
irritados, nem com o quê -- s(5 o sent mos.
poder dialogar e
Humores,
pertencem a e a Sentimos o conflito b e m à flor do
que nos incomoda.
categoria. l
inconsciente,
obsessão? Quem está obsedado? De onde vem este
conseguimos associa-lo c o m n a d a específico ou
sentimento?
concreto.
Com o que ele, ou ela, se pa
Sentimos seu efeito mas, por outro lado, é tão v a g o e
ece?''
amorfo que
pode representar a parte de você que está gerando o
efeito --
inexplicável, instável. Não sabemos dizer porque
estamos i
preocupações, depressões, in.fiações obsessões,
st
todos
e

Quando assim acontece, podemos ir ao inconsciente


pela
imaginação e pedir ao conteúdo invisível para que se
personiâique.
Pode-se começar a Imaginação Ativa perguntando: " O n d e
está a

Q u e m é, dentro d e m i m , que se sente assim? Qual sua


r
imagem?
Se v o c ê fizer isso, u ma i m a g e m , c o m o tempo,
aparecerá
na sua mente. A i m a g e m pode personificar a própria
obsessão ou
aquela que está obsecada, deprimida, melancólica ou
irritada.
Assim foi a experiência d a mulher, d a maneira c o m o
I h e surgiu no me i o d a noite. Ela escreveu algumas notas
explicativas
180
INNERWORK

mais tarde, as quais estão entre parênteses; as que não


estão, íoi
o que ela escreveu e m seu caderno naquela noite, à
m e d i d a que
surgiram (Enquanto
na sua efazíamos a pintura do interior da casa,
imaginação.
uma exubersurgiucia de A
r e e pr p r ões.
ân as idéias
m e d i d a que coresprogrediam,
desenhos,entretanto,
texturas o o ç
este
"interesse"
cheias de cores e arranjos de desenhos. O que começara
dominou completamente a m i n h a mente. Estava incapacitada
como
de O processo ganhou vida por si próprio; estava
dormir,
se mantendo-medesperta numa fantasia sem â m d e
paletas
bastante energia, eu estava esgotada. Estava impaciente
e projeto interessante tornou-se u m a obsessão.
um
ção
. aproveitando d e todos os meus recursos e
funcionava completamente fora do m e u controle
uma fixação. Embora sentisseconsciente.
esta obsessão
Apesarcomo uma
d e liberar
fo ça
proporção.
irritável paraAli
c o mhavia
m e uuma nova fonte
marido, de vitalidade
que não que
podia entender
não tinha
tamanha
excita
Perderia
Não oeraacesso a ela. Então perguntei:
su.6cientedisciplinar a m i m me s"Que
ma, é
isso que de
com essa essa
rotular "energia" dentro de mim, para saber quem era e
o quê energia e m m i m c o m o um azzimzê's'negativo" ou
grande
como
"negativa", percebi que não era tão negativa, mas sim
r
fora (Como
de anotei no meu caderno, . representa ''ego'',
E minha
sido tocada. Controla-la através do comportamento apenas
levaria à repressão dessa nova fonte, forçando-a d e
volta à sombra.
repente tomou conta d e mim ?" No me i o d a noite iniciei um
diálogo

queria.)

Alíiüa ImaginaçãoAü'a

mente consciente falando. Á:/ representa a v o z que se


revelou,
após certo tempo, c o m o sendo um artista japonês. D e
início não pude ver a figura que falava.)
181
ROBERTA. J O H N S O N
E. Que está acontecendo aqui? Estou sendo
tomada por u m a :corçadesconhecida. Não
essa
possobarreira
dormir cde
o m cores diante de meus
olhos. Que
v o c ê está .fazendo?Que v o c ê quer? Q u e m é
você?
Veja como c evocam
(Soando o m o udiferentes aspectos
ma v o z feminina na mdai n h a
imaginação.) As cores são bonitas. Veja o
bem com os ton da madeira das
efeito.
estantes...
natureza. Estas, em particular, c o m b i n a m
s preocupar Tenho
na vida com que me
tão
outras
está assumindo o controle. (Nesse
E. Desculpe-me. S i m , é realmente
ponto
lindo, m a s de mim não estava tão obcecada, mas sim
estou muito esgotada e tenho outros
assuntos
.
Estou tentando encontrar os meios
coisas para equilibrar c o m esse
certos.
esforço. V o c ê
c o m e c e i a perceber que a v o z feminina
dentro
(A figura ficou
entusiasmada maiscores.)
pelas nítida para mim.
Era uma
masculina,
Tenho mas clara
u m a idéia agoradovejo
que que não criar
se quer é
nem
aqui.
que era um artista, vestido com um traje
Zen ti
silêncio, como
Precisamos que magoado.
encontrar o tecido De repente,
certo, a nta e
o estou
desenho para materializa-lo,para torna-lo
físico.
E.' Está bem. M a s precisa fazê-lo a noite
inteira??? O h , sim. Sei o que quer dizer.

figura japonesa. D e início parecia u m a


figura masculina nem feminina, mas
andrógina. Senti budista, d e cor laranja. O
ente permaneceu e m

"no rastro" d a personalidadedessa


criatura, e 182
INNERWORK
"sei" que tem sensibilidade e u ma visão
que
i i -
nature fís ca. S nto que não perdê
provém
Sint d eir uma eapreciação
minhaquero meticulosa
frustra desaparecendo.
la. da
z
a itação
oEstou âcando muitoção
interessada nessa
r
criatura.)
Por favor. não se retire. Não estou c o m
raiva
Podemos chegar a um acordo vantajoso para
nós
Por que está m e
pressionandotanto? Á/' Estou c o m m e d o

M e d o d e quê?
Existem muito poucas oportunidades para
H/' Estou
eu me c o m m e d o d e ser aprisionadooutra
vez
aberta para mim. Logo tudo acabará e eu
serei
Aprisionado?
H/' Começo a perceber o que você quer dizer.
expressar. Parece que preciso trabalhar
Na
muito
que você existia.
depressa A cultura
e intensamente, em que a vivo
enquanto porta
não
está
favorecê-lo
aprisionado outra vez.

m i n h a v i d a tem h a v i d o poucas
oportunidades
para v o c ê aparecer, tão poucas que eu n e m
sabia
permite um espaço para você. E eu não m e
.
separei da minha cultura, neste aspecto,
para

J/ Isso é verdade. Sinto que estou m e


acabando
' Esta pode ser m i n h a única oportunidade.

Não precisa ser. Se eu providenciar outros


meios 183
ROBERTA. J O H N S O N

para você, outros caminhos para expressar


mesmo,
a si você se sentirá menos
desesperado?
Poderia diminuir sua intensidade?

H/ Sim.
muito suavemente .
'
)(Houve u m a longa pausa. Então a criatura
falou
(Sinto-me apreensiva. Estou perto de
Você...
me sabe o que isto implica?

comprometer c o m algo e talvez não possa


deixo
voltaro senso prático predominar. Sempre
atrás.) A c h o que sim. Sei que não tem
estou
sido fácil
para m i m permitir-me esforços
puramente
mas, na maioria das vezes, esses
criativos no mundo físico das sensações.
''prát cos'' sempre vencem. A aleg ia
assuntos
Sempre
pura de
sob a pressão do m e u trabalho, d e
minhas
responsabilidades.

/u' Tenho tentado


incomodar m e expressar
para chamar através
minha atenção. de
Vejo
você que

i
criar,usade meu
Ela viver no dolado
medo físicominha
üacasso, d a vida
ânsiaé de
me
completa resultad
r
e m si m e s m a - sem expectativa d e o
trabalho.
ou Preciso voltar-me para os
dos assim c h a ma d o s benefícios práticos.
valores
E verdade. E, considerando os meus
condicionamentos e minhas atitudes dominantes, sei
que v o c ê tem d e m e

tenho d e permanecer independentedos


valores
consumistas que m e cercam e m e dominam.
Preciso
lidar c o m essa negativa mentalidademasculina
idéias
d e produzir, que ap(5iaessas e atropela
tudo o mais.

sair bem. E preciso en.sentar esse dose» -- que


escapa ao m e u controle - d e produzir, d e ter
sucesso no m e u

184
INNERWORK

relacionados à a-te, c o m a expressão artística


no mundo do físico, e preciso reservar um
espaço para você. Mais diretamente, preciso
providenciar logo um me i o d e expressão para
você. Que v o c ê sugere?

arranjos
o ode flores. Ou você pode fazer
/u' Algo c m cerâmica, aquarela. Plantar.
alguma
Fazer
coisa menos formal. SÓ quero que
possamos
trabalhar e lidar c o m forma, cor e aspectos
sensações para me fortalecer contra
do
os
mundo físico.
Otimo. Vbu precisar d e sua ajuda,
também.
Preciso d e sua noção do valor do mundo
das
tirou de sua preconceitos que m e dominavam.
experiência:
H/' V o c ê só precisa ficar b e m tranquila e m e
chamar,
expresso Todos aquel cli hês sobre e "mexer"
u. ques responderei. Voltarei a encontrar você.
"criatividade"
Entretanto, também compreendi que não importa como
a
Há u m a nota d e rodapé interessante a respeito desta
alimentado.Tinha
sessão de lidar com aquela parte minha nos
dseus
e Imaginação Atava: a reação sensível e as lições que esta
razoável
mulher
.

''Evitei usar a linguagem na qual esta


ImaginaçãoAtava se
cerâmica e "mexer c aquarelas, vulgares.
e c
coíü " om m e pareceram

linguagem surgiu e que não importa se m e senti c o m o


uma
excêntrica ou u m a tola, o m e u lado físico e sensível tinha
d e ser

próprios termos e fazer o que ela precisava d e m i m ,


dentro do
A âgura do artista japonês m e f e z ver o grau e m que
minha
cultura desencoraja a noção do belo. Essa cultura está
interessada
só na produtividade e no empirismo. Não confere nenhum
valor 185
ROBERTA. J O H N S O N

ao se6 em oposição ao áa,zez Não dá nenhum valor à beleza


beleza, sem finalidade utilitária. O diálogo c o m esse aliado
pela
recém-
preconceito cultural que absorvi por ter nascido qui.
oberto levou-me a u ma longa investigação sobre
Ajudou-me mi do
ha meu processo de da E outras
desc foi parte
ele
o
individuação." a
a separar n natureza individual coletiva. m
com essa agora interior do artista japonês. Começou a
palavras,
ter aulas
trabalhando em seu jardim, ou no ateliê de cerâmica, e em
outras C o m o resultado desta Imaginação A v i v a , a mulher
descobriu um mundo novo que se abria para ela. Ela
conversou muitas vezes

d e cerâmica. Passa um certo período d e tempo, todas as


a sensação de estar ligada, através do corpo físico, à
semanas,
terra, às
atividades .físicas ou artísticas que I h e trazem um senso d e
beleza
e a colocam e m contadocom os valores femininos, ligados
proporção.
à terra. C o m oElav o cpode ir muito
ê percebeu peloalém do que
diálogo, ela sempre
tinha estado
imaginou. tão presa
Qualquer característ ca dentro de você pode
ao trabalho mental -- pensando, analisando, produzindo --
que não ser
h a v i a espaço na sua v i d a para o lado .Hsico, o reino d a
um desequilíbrio,. . pode dirig r-se à imaginação e pedi
beleza
para que física,

plantas, às cores e texturas que inebriam seu m o n g e Zen


interior.
Assim, ela tirou u m a profunda satisfação d e tudo
isso, um
você observassed eque
conhecimento todaalimentandouma
estar essa experiênciaparte
começou
delacom
mesma
uma
que estava à mingua. E a noção d e quem ela é íoi ampliada
na m e s m a
dessa
i
personalizada forma e persuadida a se revestir d e

iumma ag e m , d e m o d o que v o c ê possa interagir c o m ela. Se


v o c ê sentir
se uma imagem. e form
i r
in nida
ele personiÊique através d e S de a

v odefi
c ê sentir um certo humor controlando-o,pode fazer o
m e s m o --
é a i m a g e m que I h e dá um ponto d e partida -, pode
travar um
diálogo, pode interagir e levar a alguma espécie d e
entendimento.
No exemplo apresentado, encontramos todos os
elementos
básicos necessários para u m a b o a Imaginação Atava.
Gostaria que
espécie d e fantasia passiva. Enquanto a mulher
permanecia deitada na c a m a , as cores e as imagens d e
inÊlnitaspossibilidades
INNERWORK

.Hutuavamdiante d e seus olhos. Naquele momento, ela era


uma
mera Ela
espectadora possuída
consegui pela fantasia.
converter fantasi em Imag in
ação
u
Atava sóprecisamente no momento a e m que saiu dela
essa
conscientemente, c o m o um a força independente, c o m
aexistência
fazer algumas
própria, perguntas e esperar
e então passou algumasum papel
a desempenhar
ativo. ComeçouEla
respostas.
aquela
procurou corrente de fantasia.
quem estava por trásComodaquilo
resultado
tudo, aquem
imagemestava
se gurou e a conversa pede ,
gerandocomeçar.
seus self/me#fos estavam envolvidos com o que
estava
conÊi
Outra indicação d e que isso é Imaginação Atava real é
avaliou-a, apreciou-a, usou o seu sentir para com
que
ela. Isso é
s, para honrar
acontecendo, essa transformada
ela estava parte de si c o m a situação,
mas mesma.
t
nema m bse
é m sobrepor
ficou interessada e c o m o v i dispôs-se
à voz interior; d a quando adescobriu
deixa-la
u ma parte forte d e si m e s m a que tinha sido ignorada e
falar e Ela
reprimida.
mostrado, não só pelo que disse, mas por ter/eÍfo czZg m a coiscz,
depoi
Imaginação Atava. Se você: os mantiver ülrmes em sua
Outro fator importante foi sua b o a vontade e m
mente, já
escutar
elevada técnica.
aquela pessoa do seu inconsciente. Ela não
tentou n e m dominar

aprendeu c o m ela.
Existem muitos conceitos relativos à Imaginação Atava a
serem explorados nos próximos capítulos. M a s já neste
exemplo
temos princípios básicos necessários para praticar u m a
genuína
está no ca mi n h o que vai leva-lo ao entendimento e b o m uso
desta

Quando v o c ê tenta forjar


U m novo paciente veio fazer análise comigo. Era um
homem
inteligente, mas pude sentir que t a m b é m era um "tratante". Pude
senti-lo quando ele entrou para sua primeira sessão, até
mesmo
pela sua maneira d e olhar.
/ .q 7
ROBERTA. J O H N S O N
Não aconteceu n a d a nas primeiras sessões. Ele não se
lembrava dos sonhos e não h a v i a ne nhuma discussão
significativa.
Eu m e perguntava por que ele estava interessado e m fazer
ser o meio de abrir seu inconsciente e descobrir o que
análise.
ndofalei-lhe
Então,
se estava dentro sobre Imaginação Atava, a c h a n d o que esse
dele.
poderia
passa
ComeçaremosDe início, n a d a aconteceu. N e n h u m a Imaginação
daíl''Na semana seguinte ele voltou com aque e brilho nos
Ativa.
Expliquei olhos,
as quatro etapas e disse: "Vá e faça alguma
coisa c o m
de arrepiar os cabelos. U m melodrama puro, uma
sua imaginação - qualquer coisas Pelo menos anote no
mistura de
seu diário.
tudo fundido numa só
peça. l
outra vez. Eu sabia que ele estava tramando alguma
desesperados. Eram batalhas dantescas entre a trevas
coisa.
e a luz, Ele
traições. Havia a pobre garota que cruzava um rio
hpulando
a v i a escrito
de duas
uma páginas
camada de d e Imaginação
gelo para outra,Atava.
com oEra um
bebê no
congelado
material
colo e
"Os Perigos d e Paulina" e duas gerações d e "A Caldeira do
Diabo",
a Imaginação
Depois disso, Atava.
semana Ali
apósestava umele
semana, terrível, mas
trouxe suas
páginas
também
d e Imaginação Atava.Os eventos se tornaram mais
intensos, mais
há uma e palavra
vilões vítimas,deheroínas
verdade no que
perseguidas,
escreü!"
s
Olhei para ele e nunca hei de esquecera
intrigas
mudançaqueescandalosas
se e
,
o vilão atrás dela, e m louca perseguição.
S e m a n a após semana, isso continuou e eu quase não
dizia
nada. Tudo estava sendo registrado, e eu observava para
descobrir
aon de ia dar todo esse drama interior, o que poderia sair
daí.
da Um dia ele entrou dramaticamente e atirou o último
su
capítulo

maravilhoso, desfecho d a trama. Quando a c a b e i d e ler, ele


disse:
"Eis aí, seu estúpidosEstive m e divertindo às suas
custas, todo o
tempo. Estive forjando a coisa toda para fazer v o c ê d e
idiota. Não
Eu não disse nada, mas pensei: " B e m , não é a
primeira v e z que alguém m e f a z d e idiota." Então, sentei-
me, apenas, e esperei.

processou e m seu rosto. A expressão triunfante,


pouco a pouco, 188
I N N E R W O RK

mudou para um horror. L,á,gramaIshe vieram aos olhos e


''Dane-se,
ele disse: dane-se, desgraçados Você me enganou. Era
tudo
Vejae você,
verdade. mesmo
eu não quando
sabia." ele ten ava forjar sua
E foi embora.
"falsa" t
história. d e forma a m e fazer d e idiota e a ridicularizar

todo o do aseu
secreto
processo, ser ''falsa" tinha d e sair d e dentro dele
história
mesmo,
interior.
embusteiro que Ihe
d e suas próprias conferia opsicológicas,
"entranhas" brilho matreiro
tal c odos
m o olhos
era.
Enquanto
e que, pensava estar inventando algo,: estava
extravasando o conteúdo

Aquele vilão horrível d a história, n a d a mais era do


sua vida sensível, tinha sido despachada para uma
que o
pequena
do seu esconderijo, conseguia controla-lo tão fortemente
terríveis
-- o conflitos que assolavamsua
própria alma.
m e s m o embusteiro que acreditava que a ânalidade d a análise
era
e ela, finalmente, colocou-o frente a frente com o seu
fazer do analista um idiota. As heroínas perseguidas n a d a
interior.
mais
eram do que seu próprio lado feminino interior: sua v i d a
interior,
montanha
convencido ddee que
gelo.é Todas as intrigas, as vítimas inocentes,
praticamenteimpossívelproduzir
as
qualque
tragédias e as aventuras eram um reflexo
involuntário dos
em algum lugar naenganar.
Ele tentou teia do Mas,
inconsciente, antes denesse
acidentalmente, receber
uma processo
ele f eMesmo e,
z Imaginação Atava, vivenciou os símbolos do
inconsciente
Ele nunca mais voltoua ser exatamenteo mesmo.
Sempre que início um paciente na Imaginação Atava,
recebo
u m a série d e perguntas: ''Como vou saber se não estou
f aze nd o d e
tudo isso u m a farsa?" "C o m o posso falar c o m alguém que é
apenas
u m a invenção d a m i n h a imaginação?'' Pela m i n h a experiência,

estou
r
coisa na imaginaçãoque não seja u m a
representaçãoautênticade
alguma coisa do inconsciente. A função integral d a
imaginação é
trazer o material do inconsciente,vesti-locom imagens e
transmiti-
lo à mente consciente. Tudo que v e m d a imaginação d e v e ter
vivido
forma-imagem, através d a imaginação.
que u m a pessoa seja leviana deliberadamente,
tente inventar algo, forjar alguma coisa b o b a e estúpida,
imaginar 189
ROBERTA. J O H N S O N
u m a mera dicção, o material que v e m através d a imaginação
ainda
representa
feito alguma
de vento, parte
ele vem de escondida desse
algum lugar indivíduo.
interior da
está não
Ele
pess produzindo
é
a que as
A verdad ira questão não é a autenticidade das
imagens.
o
imagens,
emprega-la mal. Porém, muitas pessoas nunca chegam
à
mas
porqsim "0 paradas
ülcam g e eduvidando
laço c ode
m su
eZczs.PÉ" fácil
autenticidade
ue ,s a .
como vou saber que não estou apenas falando com
interpreta-lasmal
meu ou
com essa parte da psique que pode ser chamada de
verdadeira questão do que fazer c o m a revelação do
superego.
inconsciente,
Talvez você, vcomo
"Mas Certa uma u
e z , após consciência individual
m a conferência, um h em
o m evolução,
em me
Ihe
coisas e pensar por nós mesmo. O ponto é que você está
perguntou:
falando
superego?"
OutroAlgumas
pacientevezes, v o c ê está
me disse: "Mas falando c o mapenas
eu sinto o
superego
que ou
estou
falando com suas várias partes. E isso
Ela cita as leis e I h e diz para se ajustar às idéias d e
mesmo.''
certo e errado
isso é bom.
que seus paisO que quer que
I h e deram, invente,
às idéias virá do
convencionaisda sua
inconsciente;será
tudo queesteja
cultura. é necessário é que dizendo-lhe
respondendo, você escreva que
o que tem dae
temos
dizer,
questionar essas
c o m u m a do
interior parte
seud einconscienteCom
zJocêmesmo- e aesse é exatamenteo
mesma fidelidadede
nosso
um
objetivo.

falando comigo mesmo." M i n h a resposta foi: "Otimo; v o c ê


está
Se v o c ê sentir que está falando consigo mesmo,
excelente!
Se sentir que está "inventando", c o m o m e u astucioso
paciente,

u m a das suas personalidadesinteriores falando. Afinal d e


contas,
escreva o que as pessoas interiores t a m b é m têm a dizer
e o que
vocês f a z e m e m conjunto. Quando começar a ver sua
imaginação
pelo que ela.realmente é, v o c ê perceberá que ela reflete o

mundo perfeito espelho.


C A P Í T U L O 13

..-e+'

IMAGINAÇÃO M O V A C O M O JORNADA MÍTICA

A Imaginação Ativa do exemplo seguinte é b e m


diferente
uma
do que série de Imaginação
já vimos até aqui.Atava, o que
As vezes, surge
quando as tem muito
pessoas
pouco
começam
neste exem lo, suas experiências parecem muito mais com
que
uma com clualquer assunto imediato d e sua pessoal.
p
C o m oue os deuses andavam à vista de
ver vida
todos.
aventura mítica, u m a v i a g e m ao reino arquetípico, que as
representado
leva à corte donoRei inconsciente,
Artur ou a poderemos tirar
u m a clareira d a Grécia
erradas
antiga, no
conclusões tempo pens qu fo um sim
Podemos entre en
q
. a e les mento,
A menos que compreendamos que tais aventuras são
soa como o começo
em
experiências de um
simbólicas d e gra nde tema
algum mito grandioso
-- üma viagem
quepara
está
terra
uma
sendo onde o mal está em ação, uma jornada her(bicapara
ajudar r i p t
alguma história fictícia que o escritor compôs ao
i
começam
acaso, com a Imaginação Atava, mas no momento em que a
hist(ária surge da mente do autor, não é f cção; é uma
meramente por diversão. C o m o veremos, o exemplo a
seguir
u m a rainha indefesa, u m a missão d e cuidar dos doentes e
feridos. . M a s a hist(ária não é fictícia, no sentido
mais profundo, pois
c a d a detalhe é absolutamente verdadeiro para quem está
passando
por ela, na imaginação. Algumas vezes, as grandes obras d e
dicção

representação real d a dinâmica profunda do


i
inconsciente, expressando-se simbolicamente através d a
imaginação.
19]
ROBERTA. J O H N S O N
o
Se você se descobrir caminhando c m um gu a
sendo levado a u m a aventura mítica, será útil para
interior e
i
você
compreender
cotidiana, que este
ílísica. é um memíticas
Tais viagens i o legítimo
tambéme podem
excelente
de
ser
também
vivenciarpodem
partesser
suasrituais
que nãodepopassagem: à medida na
d e m ser vivenciadas quesua

v i d a vivenciadas na sua v i d a cotidiana, física. Tais

viagens
Cadamíticas
um de nós tem o grandes arquetípic
todos s temas os
ascendemos d e um nível d e maturidade para outro, há
sempre
algum grande tema arquetípico que precisa ser
estrutura
resolvido e minterior. Não podemos evitar estes
níveis profundos, dos quais pouco conhecemos.
/eifmofiz;s
A Imaginação um do melhore e mais
escondidos no interior. Todoss nós
s temos as sementes
d e uma
jornada heróica; precisamos vivenciá-la algum dia, e m algum
viver a missão heróica, ao n vel exterior. Muitos de nós,
nível.
C a d a um d e nós tem a jornada e as tarefas d e Psiquê, o
pelo
encontro
c o m Elos e Aâ'odite, montadosem algum lugar dentro
d e nossa
arquetípicos; precisamos expressa-los e vivenciá-los.
Atava é legítimos
níveis para viver essas experiências. Poucas pessoas estão
aptas a
partir para as selvas d a A m a z â n i a ou tomar parte e m u m a
revolução
ou tornar-se o ondentes guerra, para d e alguma
í de
c rresp
forma,
contrário, têm relacionamentos, compromissos,
família e todas as
limitações normais, práticas, que nos i m p e d e m d e
extroverter esse
grande sistema d e energia dentro d e nós. Assim, o que
fazer?
O h o m e m deste exemplo é um proâssional, c o m um
escritório e
u m a programação diária b e m movimentada.Tem u m a .hmüia e
outras
pessoas que d e p e n d e m dele. Não poderia, n e m deveria, romper
com
tudo isso para lançar-seem terras feudais, procurando u m a

rainha para defender. Mas, dentro d e sua alma, ele tem t a m b é m a


v i d a d e um h o m e m d a renascença, um herói e um curandeiro.
Ele tem a batalha arquetípica
d a luz e das trevas, d a alma feminina e d a ânsia masculina d e
poder, d a
visão prática externa e d a visão inteüor, mística. Estes
grandes temas
ü v e m n õ seu inconsciente,mas são maiores e m
qualqueroutra coisa
que esteja acontecendona sua v i d a local, pessoal.

Expressam a si mesmos na magnitude d a aventura nútica que


imagi
surge d e sua nação.
192
INNERWORK

Este exemplo representa apenas u m a dentre u ma


longa
série d e sessões d e Ima g i na ç ãoA v iv a que este h o m e m
arealizou
ela, retomando-ade onde tinha pa ado, e cont nua a saga
sobreseo tema. Todos os dias, ou sempre que tem tempo, ele
que
volta
dentrinterior, e você vai se
um personagem é assim, n magina
ver voltando ao o
r i
mesmo
desenrola o dele. Muitas vezes a I çã
Antes de começarmos, há algumas coisas a que você
VAtiva.
o c ê deve
tem u m a aventura e m ação, ou u m a conversa profunda
homem
com zlMÍcicaz Imaginação Atava Ele vai a uma ponte
situada
encontravezes
ponto, o "homem do para
seguidas, chapéu de plumas,
continuar o homem
d e onde parou.daDesta
forma,
na imaginaçãoe
a série encontrar-secom
pode continuar um semanas
por dias, guia (a quem, em
e até meses.
geral,
dar recurso
ção que
primeiro,
um permite a você por
iniciarfavor, f pela
cada experiência
de .
qual esse
aten : observe, a orma

e m um lugar semelhanteà Europa, na época


renascentista,e lá

Renascença, que é seu guia e mentor". Ir a um lugar


Quando está pronto para debar o mundo da imaginação e
determinado
voltar ao
c h a m a m o s d e .psÍco.pom.Ppoo, rque nos guia através d a
psique), é
eu caderno
Imaginação Atava,de d e um a forma direta e rápida.
Segundo, gostara que v o c ê observasse que esse h o m e m
notas.
adotou
um ritual especial para âcar transitando entre o mundo do
sonho e d a
imaginação e o mundo exterior d a v i d a humana. Quando está
pronto para ir ao mundo interior, pela Imaginação Atava, ele
imagi veste um hábito
azul d e m o n ge , na sua nação. Isto simboliza, para ele, sua
intenção
d e entrar no seu mundo interior e e m u m a experiência
religiosa.
mundo dos homens, ele se levanta d e sua escrivaninha e
coloca u m a
camisa d e flanela xadrez que sua esposa I h e deu. A o colocar a
camisa,
ele reafirma seu outro compromisso, c o m sua esposa, sua
família, o
mundo terreno d a v i d a humana, física, d e todo dia.
de
em Agora, eis a sessão Imaginação A v i v a c o m o foi
s
registrada

(Cumprimentos do h o m e m c o m o chapéu d e plumas, o


h o m e m d a Renascença, que é guia e mentor. Ele está c o m o
seu bastão e m e saúda na ponte. Eu trouxe m i n h a lanterna
e u m a mochila)
J93
ROBERTA. J O H N S O N
Homem Saudações! Trago-lhe boas novas. O tempo
bestá
o m para nossa v i a g e m esta noite.
Entretanto,
mudar rapidamente
precisamos começar neste mundo.
já, pois Vamos
as coisas
podem

c o m e ç a r enquanto temos a energia.


.E# Estou pronto para iniciar nossa
jornada e el me favorável
será . a leva-laaté o final. C o m e ç o na
edisponho-me
boa
f é d e que meus ates agradarão ao destino, e
que
H mem, juntos, e estabelecer nosso caminho.
o Lembre-
C o m etem
c e m oimportânc
s , então,a e lembre-se: m e s m o
não
o
aqui.
menor dos esforços tem valor... o que
importa
físico é tenho responsabilidades que
e lá
que perseveremos. Estou aqui para ajuda-lo
podem
nesta
a camisa Vamos
jornada. de .canelaxadrez
tomar asque minha esposa
primeiras
me
providências,

i
meus
se d e u m a coisa: o queresponsabilidade
importa no seu
relacionamentos
mundo s

Aqui sou apenasum visitante.Moro no


sua
mundo
procura.
exigir m i n h a volta. Avisarei quando assim íor,
pois
deverei partir e m seguida. Para indica-
lo,vestirei
deu e então sairei. E, para entrar no seu
mundo,
vestiremmeu hábito azul d e monge. Este
será o
ritual. Virei aqui sempre que puder, sem
prqudicar
exteri e
ores.

Hom,em D e acordo. Este é um b o m ritual e não


ofende a m i m ou à d a m a a quem sirvo, que m e enviou
à

Por que ela o enfiou à m i n h a procura?

194
INNERWORK

Homem Ela precisa d e sua ajuda, d e sua assistência.


Há problemasnas suas terras. Os
tempos estão
difíceis, o mal está grassando. Ela precisa d e
sua
ajuda, toda ajuda que puder oferecer-lhe.

.E# Farei o melhor que puder.


Homem Ela aprecia isso... e o a m a por isso.
Tenho sido
fiel a ela por muitos
anos. .E@ C o m o v o c ê a conheceu?
e cinco anos atrás. Casou-se com a rainha
Hom,em no
Eu anoservia ao m e u rei que morreu
para caçar emEle
recentemente. suas
era terras,
solteiroemquando
agradecimento a
c o m e c e i a servi-lo, vinte
anos mais ele
seguinte: jovemh aque o rei, que um
v i a convidado enamorou-se
senhor
dela
vizinho
Casaram-se ei sempre leal ao meu
permaneci
serviço, próximo
algum pequeno favoràque
rainha.
este IAh esaúde
h a v i a do
rei
prestado.
e,
Quando
seusenhor
é clareste inimigosveio,
tentara aproveitar-
trouxe a olha,
o, s m se
quinze

e a cortejos durante sua estada d e duas


semanas.

nosso céu;últimos
decaiu nos ela temdois
quatro pontas
anos antes d e esua
morte
nunca
um sábio
desse fato. O exército e a nobreza têm sido
para
fiéis e
resistem bravamente, mas parece haver
algum mal que se alastra sutilmente e a
rainha o percebe.

.E@ Por que ela pediu m i n h a ajuda?


H om e m Porque u m a nova estrela apareceu a leste,
em
havíamo s visto tal tipo d e estrela, antes. A
rainha
mantém ancião aconselha-la
nestes assuntos. Ele aconselhou-nos a
aguardar 195
ROBERTA. J O H N S O N

no ponto do horizonte onde a estrela


Ac ontece que é exatamentenesta ponte onde
apareceu.
o encontrei Nós o chamamos e vo
eu
Nós. cê
(Nesse momento tive de interromper nossa
o c h a m a m o s e m seus sonhos.
longa
apareceu.

caminhada.Vesti
encontrar o homem m i ncom
h a chapé
camisaded eplumas.
flanela
xadrez
para retomar meus negócios no mundo
exterior.)
(Mais
tarde, voltei. Vesti o hábito azul d e
conhecer e para
a servir
entrar-- noa ainha
mundo-- einterior,
do mal
quem o n g e u
novamente, e
)
.E# Estou d e volta
Uma p quena vila foi pilhada, os homens,
Hom,em, Re comec em osoram
masculino outra v e z a nossa
mortas, as jornada.
Em
mulheres,
resumo, esta é a história daquela a
r
vagravar
im a a situação, os assassinos
quem
estavam
corre entre as c dades é que a rainha é
está
uma por perto desde a morte do m e u rei.
terras. Mas eu conheçoa rainha. Ela é
Que etipo d e mal?
boa,
uma filhinha de oito anos de idade. E uma
Homem U m mal terrívell U m mal que precisa ser
detido.
e
o o fio de as cria ças
f
msexr t s a espada, n do

o
violentadas, os bebês, abandonados. No
total,
trinta pessoas assassinadas cruelmente. E,
para

vestidos c o m o os homens do rei, e o


i
rumor que
feiticeira que quer domina-los e roubar
suas tal maldade iria contra a sua
natureza. Ela tem
mulher carinhosa. A I'ainha enviou seus
homens
e m busca dos vilões, mas não teve a sorte
d e os
encontrar até agora.
INNERWORK

.E@ Isso é tudo?

Hom,em Nãos U m a estranha doença apareceu. Duas


crianças morreram e ninguém jamais tinha
coisa
visto igual: com um doce perfume nos
lábios,
porém mortas. E há um a menina nessa c i d a d e
à
(Chegamos
nossa dente,às que
cercanias
parece daestar
cidade
às eportas d a
morte. T e m os pés inchados e febre... E
avistamos
definha.
perturbados e cansados; há lágrimas nos
u m a caban a ; dentro dela o fogo estava
olhos
aceso. O
hanos
o m e de idade, ecabelos
m bate loiros e O fepai
nós entramos. ções
e que
à mãe
seriam
estão

dela. São pessoas enrijecídas,


doentehá três dias, e seus pais não
desgastadas,cujo
sabemb ea m é a bilha, essa menina talvez c o m
maior
me apresenta como alguém que vem para
oito bonitas, se ela não estivesse tão
curá- i
Despimos a menina. Eu a exam no e acho
doente. Ela está
tudo
muito pálida, c oHám olheiras profundas
pé esquerdo. pus. Eu lhes digoe
respiração
para segurar
cansada. T e m febre e agita-se c o m calafrios.
Está

feita deSeupedra
causa. e coberta
pé esquerdo cominchado.
está uma O
hsubstância
omem
embrulh da. Do um banho fri na menina.
la. Os olhos d e todos parecem suplicar
Digo
i
ajuda.

normal, exceto um pequeno ponto na


planta do
a menina. A m ã e desfalece à vista d a m i n h a
faca,
mas o pai e o m e u guia seguram-na
enquanto
lanceto seu pé. Sai u m a grande quantidade d e
pus.
Encontro, imersa na carne, u m a ponta d e
flecha,

resinosa negra. Eu a
a u
guardo, cuidadosamente
à famíliao para ferver água, para podermos
lavar a ferida. limpamos a ferida. Então, eu lhes
ensino c o m o usar as bandagens,
fervendcFas,secando-as ao sol e aplicando-as

para limpar a íeridal digo-lhes para I h e


/97
ROBERTA. J O H N S O N
dar
caldo feito d e carne. Digo-lhes que
preciso sair e voltar ao m e u mundo, mas que
flanelaxadrez e saio do Digo:lhes
mundo in que ela vai
erior.)
retomarei mais tarde.
tiver. Coloco minha camisa d e
diferente para a qual a Imaginação
t Atava pode ser usada, em
algum
Este trecho nos apresenta u m a finalidade
completamente
m se vivenciados.
outro estilo. A .finalidade,neste exemplo, não é
resolver algumde descobrir como esses sistemas
E uma maneira
problema
energi fluemou con.flitoimediato no nível pessoal. E,
universais de através de nós, como indivídu s; como eles
antes, abrir zame se expressamde uma forma especiale
particular
se espaço na v i d a d a pessoa onde os grandes temas
um
única
arquetípicos
possa r
nossaEste
vida pessoal
tipo d e imediata. No entanto
ImaginaçãoAtava nossãoligaos
à
blocos de
vida.
eternaSãodan ça
elemento qu no compõem.
os dos sarquetípicos
cósmica e ques se processa ao nível do
inconsciente.

o recipie te ssa
i
mesmo o desenrolar do drama. No sentido mais profundo,
dentr do n d e no s
esta na
pers oi dividual.
,
Não podemos,
o alidade n de pronto, Ele
dizer onde, na estrutura deste
parecem.distantes
homem, e impessoais; parecem não ter n a d a a
,
ver c o m

construção d a nossa personalidadee das nossas


experiênciasna
Praticando a Imaginação Atava, d e i x a n d o que os
temas
arquetípícos tomem a forma simbólica e participando do
drama, transformamos a situação. As forças arquetípicas
não mais atuarão
nos bastidores, fora d a visão, no Inconsciente Coletivo, mas
virão ao
nível consciente d a imaginação.Nós, sob a forma d e
nosso ego,
participamos d e fato d a representação dos arquétipos e
inüuenciamos
interação simbólica c o m os arquétipos nos coloca na
posição privilegiada d e desempenhar um papel na elaboração
do destino.

se esconde a cândida rainha oprimida pela ânsia masculina


d e poder.
Não podemos dizer onde está a me nina que íoi ferida pela
flecha
envenenada. N e m é particularmente útil analisar essas coisas,
pois o
ponto principal d a Imaginação Alva é que ela seja z/{ue c
ada. A o
contrário do trabalho c o m os sonhos, no qual é muito
importante 198
INNERWORK
a
nalisar e extrair os significados dos símbolos, pode
contraproducente,
demais sobre o que osna símbolos
Imaginação podem
Atava, s
v o cgnificar
ê se distrair
em
ser
termos i
pensando

psicológicos. A m a g i a d a Imaginação A t a v a v e m d a própria


experiência.
U m a v e z que a série d e ImaginaçãoAtavachegue à sua
te lutam para sobreviver, presas em uma
resolução,é
momentânea
permitido extrair signiÊcados e tentar compreender o que os
símbolos
querem expressar. Portanto, não d e i x e o pensamento
Enquanto
analítico se deixarmos a batalha lá, em um reino
crepuscular
intrometer no me i o d a experiência, enquanto ela acontece.
d E m todos 7zósa, m e s m a rainha arquetípica e a m e s m a
oen
menina

cósmico,d edesempenhar
batalha seu
poder, travada papel e terlonge
continuamente, a sua
do ftempo
ala e, ede
longe
fato,
dconsciente
e nossas evistas,
voluntariamente, entrar na vida
.em terras fronteiriças, nosdos
limites entre a
arquétipos que
psique
pessoal e o inconsciente coletivo.
A prime ra vista isso pode parecer meio
desligado
nas da ''vida
fronteiras
esotérico real". Mas
do universo, nãopode ter certeza
podemos de que
levar esta
dinâmica
oda ato de adoente, sua ida ao auxílio da rainha indefesa
menina
u m a resolução. Mas, ao darmos a este conflito cósmico
fará masculi ,
-- d e luz e trevas, feminino e no rainha e vilão - - um a
forma simb(51ica,
ao trazê-lo à superfície, possibilitamos ao e g o tornar-se
a partir de um centro diferente, caso mantenha esta
consciente
Imaginação
deste imenso jogo d e forças. Ele pode participar do
drama
influenciar o resultado deste longo processo. Torna-se
possível,
nos cercam, e m v e z d e nos sentarmos indefesos e
mudos,
manejados por poderes que não podemos ver n e m
i ,
entender.
ou
participação deste h o m e m no grande épico arquetípico, a
. cura
diferença e m sua vida. Alguma coisa específica e real foi
curada, - b e m lá no fundo, c o m o resposta a um ato
simbólico desta natureza.
Isso alterará profundamente, a longo prazo, o curso
d e sua
vida, os contornos do seu caráter. Ele estará, e m um
futuro, agindo
Atava,produzindo um equilíbrio diferente entre os poderes
que o
c o m p õ e m e I h e conferem energia. Sua atitude vai mudar;
suas
opções serão outras: ele será diferente.
C A P I T U L O 14

O M É T O D OD A S Q U E R O EmPAS
m R A A I M A G I N A Ç Ã aOl V A
Dou início agora à apresentação d e um método d e
quatro
etapas, que v o c ê poderá usar para iniciar-se na prática d a
Imaginação
Ativa.
práticaNeste capítuloAtava.
da Imaginação falarei
Porsobre o método
exemplo, d e forma
é necessário saber
geral
onde e
t a m b é m sobre o que v o c ê precisa fazer c o m o preparação
para a
trabalhar;e vi
v o c ê vai Dialoga é preciso estabelecer alguma privacidade,
e é 3- r o elem
preciso decidir c o m o v o c ê vai registrar a Imaginação Atava.
Eis aqui as quatro etapas:
1 -- Convidar o inconsciente
2 -- venciar
Acrescentar ento ético dos
que permitisse à maioria das pessoas encontrar um
valores 4 -- Concretizar pelo ritual físico
meio de
A Dra. M a d e Louise IZon Franz mostrou que a
Imaginação
Da mesma forma que para o trabalho com os sonho,
Ativa naturalmente cai e m quatro estágios básicos.t Pessoas
é de
diferentes
vão praticar estes estágios d e formas ligeiramente
diferentes.
vácuo 3) IncluirC o m o elementoético; 4) Integrar a imaginaçãona
(Panarian
estas Conference,
quatro Los básicas,
etapas Angeles, 1979--
tenteiconferência
formular nãoum método
vida diária
publicada.)
ordenado
percorrer os estágios d a Imaginação Ativa, sem
ficarem
paralisadas ou intimidadas.

grande valia ter um procedimento estabelecido, u m a


l Estes quatro estágios são: 1) Esvaziar a mente; 2)
série d e ;

Deixar o inconsciente fluir no


.
INNERWORK

etapas a ser seguida de forma ordenada, que permita às


superar os obstáculos, as confusões e as indecisões que
pessoas
algumas vezes as i m p e d e m d e começar ou seguir adiante.

Escolhendo um método físico


para registrar a imaginação

Antes de entrarmos nas quatro


f etapas, é vital que
bem resolvidos
você deixe os detalhes ísicos do método. Você p
estabelecero estágio físico e decidir c o m o vai registrar
ecisa
a sua
r
Imaginação
Muitas Ativa. desistem da Imaginação Aviva antes de
pessoas
Esses detalhes são mais importantes do que v o c ê
de anotar a imaginação à medida que ela
imagina.
flui.
começarem, porque não c on s e g u e m achar um m ei o
conveniente
maior proteção para que você não caia em apenas mai
uma Já falamos sobre a importância d e se escrever o
fazendo e não se desv ar para devaneios ao acaso.
trabalho
Permite
interior.e Isso
lembrar assimé lar
aindaa mais verdadeiro
experiência mais para a Imaginação
Atava.
Escrever
Seu diálogo
tarde. não é doe vúnico
interior e sermodo de registrar
escrito a
ou datilografado.
Imaginação
maioria das pessoas, escrever é a forma mais fácil e
Essa é sua
eficiente
ma s s
.
fantasia passiva. Escrever vai ajuda-lo a concentrar-se no que
i
está registrar o que é dito e o que é feito d e maneira
i
que v o c ê poderá
exemplo, a mulher usou o caderno de notas e esc eveu
tudo à
Atava. Mais adiante, vou mencionar outras formas, mas
i
para a

C o m o escrever
Os dois exemplos d e Imaginação Atava
apresentados
mostram u m a maneira típica d e anotar a imaginação. No
r
primeiro

mão. Ela indicou quem estava falando por u m a


abreviatura na 201
ROBERTA. J O H N S O N

margem: .E representava o e g o (significando ela mesma) e AJ,


artista
o japonês com quem
dialogou.
Eu uso u m a máquina d e escrever para registrar
minha
própria imaginação. Se v o c ê m a n e j a um a máquina c o m
à mão. Entretanto, muitas pessoas preferem escrever
e.nciência,
elamão,
à podee ser d e muita ajuda. V o c ê consegue registrar a
imaginação
c o m rapidez e não se cansa tão facilmente c o m o quando
escreve
este era o método usado por Jung. Algumas pessoas
a c h a m que
o uso d e caneta e tinta parece mais "natural". Podem
responde.
até dar à Dessa forma, não preciso mudar de linha ou
fazer
sua Imaginação Ativa um sabor arcaico ou cerimonioso,
maiúsculas
registrando-aquando
c o m umhá mudança
a bonita de orador, e a s m
caligrafia.
ac ompanhar
posso rapidamente
M e u método o fluxo
próprio de minha b e m para muitos
tem funcionado
imaginação.
que, d e início, tinham dificuldade d e começar. Uso as letras
minúsculas d a máquina para datilografar o que estou
Atava teria a seguinte
falando e registro e m
aparência:
maiúsculas
o que a outra pessoa, na m i n h a imaginação,

mochila.) SAUDAÇOESI TRAGO-LHE


parágrafo a BOAS NOVAS.
o que O TEMPO
fala. Aciono
mPRECISAMOS
e COMEÇAR JA, PO S AS COISAS PODEM M U D R s
RAPIDAMENTE quando
NESTE muda
MUNDO.pess
VAMOSa COMEÇAR a

jornada e disponho-me a leva-la até o final. Começo na boa


tecla das
fé de
COMECEMOS, ENTÃO, E LEMBRE-SE: MES MO O MENOR iDOS

Se o h o m e m d a v i a g e m mítica, do segundo exemplo


de
Imaginação Atava, tivesse usado o m e u método, sua
Imaginação

(Cumprimentos do h o m e m c o m o chapéu d e
plumas, o
h o m e m d a Renascença, que é guia e mentor. Ele está c o m
o seu
bastão e .me saúda na ponte. Eu trouxe m i n h a
lanterna e u ma
ESTA B O M PARA N O S S A V I A G E M ESTA NORTE. ENTRE;leNTO
I A
.

E N Q U A N T O T E M O S A ENERGIA. Estou prontopara


iniciarnossa

que meus atos agradarão ao destino e que ele m e será


favorável.

ESFO RÇOS T E M XÜLOR...

202
INNERWORK

C o m o v o c ê pode observar, as palavras d e quem escreve


estão e m minúsculo e as do h o m e m d a Renascença estão e m
maiúsculas. Usando-se este método, não é preciso continuar
escrevendo
ou "Homem" "EU" na margem, t)ara identiâcar quem está falando,
nem
se preocupar e m troca d e linha, fazer parágrafos ou usar
aspas.
Quando v o c ê v ê as minúsculas, sabe que é v o c ê quem está
falando e quanto
rapidamente quando eles
v ê asacontecem,
maiúsculas, sabe que
e assim é a a outra
manter
pessoa. Dessa forma pode-se transferir o diálogo e ós
ação.
acontecimentos para o papel tão
Não h á necessidade d e parar e corrigir: ninguém mais,
métodoalém
para si mesmo. O importante é ter uma forma
d e você, evai ler o que foi anotado.
simples
Se essa forma é adequada para você, use-a. Se não,
tente o
método que foi usado nos exemplos anteriores ou
querer um
invente prosseguir. Adote um método direto,
simples e que
fácil para registrar o que acontece e o que é dito durante
a sessão d e Imaginação Atava.Se v o c ê tiver d e enfrentar
aspas, problemas
d e sintaxe, pontuação e ortografia, estará derrotado
antes d e
Podem expressar
começar: o processosuas
vai imagens interiores
ficar tão através
enfadonho que v odac ê
dançavaiou
não
o diálogo em vo
alta. para você.
funcione
conseguia expressar os evento e diálogos de sua
imaginação
espantado e sem fala. Ela reapresentou todo o drama,
toda Outras
a maneiras d e registrar a imaginação atava
interior - tudo at avés da dança. Ela dançou cada
Alguns praticam a Imaginação Atava d e maneiras
personagem,
especiais.
gritando, lutando,
chorando.
tocando música, desenhando, pintando, esculpindo ou
z
recitando

Certa v e z tive u m a paciente que era dançarina e só


A vez que icluei
s
d c z çcz#do. primeira ela f e z isso, f

realmente
tragédia, a beleza, a crueza, a luta que se passava e m
r
sua v i d a representou cada papel, retratou animais
rosnando, grunhindo,

203
ROBERTA. J O H N S O N
,
Quando sua sessão terminou eu estava encolhido,
esconder-me
tentando e m m i n h a cadeira. Ela disse alegremente:
"Ok,
Robert, pode sair agora."
dançado, o que
Depois d e havia
c a d a sentido
sessão, eelavisto na sua
colocava e m imaginaçãoe
palavras o
o queque h a v i a
linguagem estranha para mim. Falar também foi útil
para ela,
signiÊlcavapara ela. Isto m e foi útil, um a v e z que a da nça
era u m a
registrá-la,
pois a d e i x a vainda
a maisé bom que escreva alguma coisa.
consciente.
Escrever
Se v o c êescrever
usar umé destes
das pessoa me horoutrose modos,
a tais c o m o a
acessí
dança, a
s, a seja o que forma mais el.
pintura -- ou for - para representar a
imaginação ou
sempre ajuda
Agora que a você
concentrar
já decidiu ecomotornar consciente.
vai registrar sua Para
imaginação, l
v
uns momentos. Realmente,você não pode dialogar com o
a maioria
seZyinteriorse a campainhada porta ou o telefonetocam
seu
a cada
do mês anterior O a mesa,
ambiente
par físico
sobre a
é necessário
você não pode arranjar um quarto
ser perturbado, que seja
a menos que silencioso
haja uma e
privado o
explosão
suÊlciente,para qué v o c ê possa desligar-sedo mundo d e
fora ar
porsua viagem pelo mundo
interior.
íntimo você seja de outra pessoa, é geralmente
cinco minutos, se há crianças correndo pelo quarto,
impo ssível querendo brincar ou pedindo comida, e todas
cachorrinhos
as contas não pagas
distraí-lo.
V o c ê d e v e deixar claro que precisa d e um quarto
isolado e
um período d e tempo para si mesmo. D i g a a todos d a
casa que
nuclear ou algo parecido. V o c ê se dá o direito a esta
espécie d e liberdade, d e privacidade e segurança. V o c ê
precisa disso para
realiz
Você precisa, t a m b é m , estar sozim;zoN. ão importa
quão
extravasar tudo que está escondido nas profundezas
secretas do inconsciente se existe mais alguém no quarto,
perambulando e
olhando por c i m a do seu ombro, para ver o que v o c ê
está 204
INNERWORK

escrevendo. Se v o c ê sentir que precisa marchar pelo


quarto,
praguejar, conversar c o m alguma figura interior e m v o z alta,
seus sent mentose emoções, sem se preocupar se
socar
observando
a parede, ou
chorar, v o c ê d e v e estar e m condições d e
alguém está
escutando.i
extravasar a outra pessoa que eventualmente possa
impressão.
ler oExiste
que t a m b é m a tentação d e começar a compor
de outro modo, é muito difícil ser honesto com o que
a
você vai
Imaginação A v i v a d e forma que pareça agradável e cause
boa

v o c ê fez. E preciso ülcar claro que só Doc avai ler essas


páginas;
registrar.
Agora que v o c ê já estabeleceu o ambien t e ,
encontrou um
local isolado para trabalhar, trancou a porta e decidiu
c o m o vai anotar sua Imaginação Atava, v o c ê está pronto
para começar.
CAPÍTUL015

PRIMEIRA ETAPA: O C O N V I T E

Im, m e z z o det cam'im,d'i,m,ostra ui,ta


M i I'itl"ouvi Del" una selva escura
C h e ta di.'ritta ui,a e'ra sm,at"Fita

E quem,to a di,'r qu,ateu e cosa


du,ra Questa situa setuaggia.
. .

E m m e i o à jornada que é nossa


ui,da A c h e i - m e e m ü m a situa
tem,eb'rosa.
Tem,doperdido a uerdadeila estrada.

E dizer qual e?"a é coisa


penosa Nesta selva
selvagem. . .

Dante, .DiuÍ#cz C o m é d / c z

AComo
primeira Imaginação
ested aconvite?
fazemosetaíya co uildar nossa
Atava édesligando
Começamos as
mentecriaturas
do mundo externo e concentrando-a na imaginação.
do inconsciente para que v e n h a m à superfície e f a ç a m
contato
conosco. Convidamos as pessoas interiores a iniciarem o
diálogo.

Dirigimos nosso olho interior para um lugar dentro d e


nós e então
esperamos para ver quem vai
aparecer.
20Ó
INNERWORK

No trecho a c i m a citado d a .Djz;i#a C o m é d i a d e


Dante, podemos ver c o m o ele f e z o convite: penetrou na
imediatamente
imaginação e encontrou-se numa .Horesta escura. Todos os
caminho s coletivos h a v i a m sido erradicadas: "0 cami n h o
vegetação,
certo abrindo seu pr(5priocaminho para a
Existem alguns
descoberta.
desaparecera." grande
Ele teve exemplos deatravés
d e debater-se Imaginação
d a Aviva na
eescura,
m a r a n hDante
a d a cai por um buraco do solo e encontra-seno
mundo s
literatura. A .D z;zzla C o m é da é um deles. c a g a n d o
Este é um exemplo clássico de como iniciar a
pela floresta
Atava.ImagVocê se dirige a um lugar, descreve-o vivida
einterior. Estava no limiar do Idades. Encontra o poeta
quem você vai encontrar. No caso de Dante, depois que
Virgílio,
enviado
travou pela bela Beatriz para guia-lo. Os dois
conversam
ele havia conhecido pessoalmente, antes de morrerem. Com
enquanto c a m i n h a m através dos vários n do i fer o.
cada
íveis n n
Então aparece Beatriz, um dos maiores símbolos da
inação
anima na
A Divina Comédia
detalhadamente é Imaginação
para situar-se Ativa verdadei
ârmemente nele, e a. Dente
então
observa
da expe iência reage, toma parte acontec me
contato c o m Virgílio e saíram caminhando,
inteira, nos ele encontrou
tos,
muitas pessoas. Algumas eram figuras históricas; outras,
pessoas que
pecado,
u m a elecéu e inferno,
trocou vidaoue morte,
idéias teve umque brotam dovalores.
con.Ritode
Col tivo.
E m um
Inconscien São comuns
e certo a todos
ponto, nós, mas
Virgílio essa foi a diz
:despede'see suaque
versão dos
alguém
maior que ele será o guia d e Dante durante o resto d e
sua jornada.
literatura ocidental, que leva Dente ao purgatório e ao
paraíso.
arra primeira

n sua história na pessoa. Seu e g o v i v e


r
no decorrer
dialoga com as pessoas interiores que encontra
i n
r
em sua
imaginação. E um extravasamento espontâneo d e seu
próprio
inconsciente, medrad o para nós pela sua imaginação.
Ele trata

' dos grandes temas arquetípicos d e lealdade e traição,

e
virtude e
temas tarquetípicos, sua própria experiência dos
/ejfmofZz;s
universais, seu próprio m o d o individual d e vivenciar a
evolução
que c a d a um d e nós d e v e
fazer
.
207
ROBERTA. J O H N S O N

Você não precisa escrever uma gra nde obra


fato, se v o c ê começasse a escrever para outras pessoas
literária. De
lerem, men e se desviaria do propósi o de viver sua
provave
aventura l
interior
Divina Comédiacom universal
honestidade.
que Entretanto,
é nossa vida écomum.
realmente Para
necessário que tv o c ê escreva o seu próprio
fazer
t episódio, seu
próprio capítulo na
d seu canto especial do Inconsciente
isso, Para
v o c ê mu
Coletivo. não tos,
podeesta
copiar a versão
primeira d e oDante
etapa, ou é d um
convite, e qualquer
outro.
pouco diÊcil
É preciso registrar
Se ipso o que
acontecer, fluiser
poder espontaneamenteatravés
que tudo o que você d e
o precisa é
você,
i
no início. Eles se sentam diante d a máquina d e escrever,
que se
ou com a
seguem.
que, depois
caneta de termos
nâ .mão, batidoque
e descobrem tantas
''deuvezes com a porta
um branco'' na
e m sua
cara de
mente.

ter paciência. Apenas espere, mantendo sua mente


me ignorou e me bateu com a porta na cara tantas
concentrada
vezes que ção , e as imagens não tardarão a aparecer.
na uma avez
Mas,imagin que você convidou, deve aceitar o que
Caso não
vier
apareçam, então v o c ê precisa usar u m a das técnicas
especíâcas
estar lá e o que esse personagem interior deve dizer.
As pessoas
Mãe ou a sabedo
Algumas vezesiaprofundade
é difícil c o mum
e ç aguru
r alguma coisa. E
acontecem às vezes,
interior.Essas
possível coisamas com freqüência também nos
nossas pessoas interiores, quando finalmente nos
quais sempre
resolvemos a
abrir essa porta, elas não v e n h a m correndo para nos
fugimos.
saudar. Se o
dizerem, é provável que estejam zangadas e digam: "Olhe,
você
agora que tenho sua atenção, tenho umas coisinhas a I h e
.
dizer!"
Convidar não significa co z d w zz Todos que c o m e ç a m
esta
técnica, têm um b o c a d o d e idéias preconcebidas sobre quem
deve

esperam uvir, e imediato, nân o discursos d a


r
o d mag im s
Grande
s
encontramos frente a frente c o m a depressão que nos
recusamos
a encarar, c o m a sensação d e solidão,vazio ou
inferioridade, dos
Se acontecer isso quando ülzer seu convite, aceite-o.
Esse
material negativo é o outro lado d e sua realidade total.
Agora, ou 208
INNERWORK

depois é dialoga com ele Jung dizia é exatamente


lá. onde nos sentimos mais.assustados e aflitos, que se
preciso r
,encontram que
as nossas maiores oportunidades d e crescimento
pessoal.
seu C o m estes princípios básicos e m mente, podemos ver
agora
convite.
algumas abordagens específicas que v o c ê pode usar para
fazer o

e espera ver quem aparece. Esta


Esperando é a abordagem que Von
d e prontidão
Franz
Talvez a forma mais pura d e Imaginação Atava seja
aquela na qual v o c ê simplesmente limpa a mente, dirige-se à
imaginação
con entração. Pode não aparecer nada por algum tempo. O
cque
h a m a d e ''esvaziar a mente". Limpamos a mente d e
todos os
pensamentos do mundo exterior e simplesmente esperamos,
em
u m a atitude alerta e atenciosa, para ver quem ou o quê
deve assumir uma postura de julgamento, cedendo a
aparecerá.
seus Algumas vezes este método pode exigir muita
coisa paciência
relevantee a
c
dizer.
vier a surgir pode parecer insigniÊtcanteou
em que parou no sonho. Ou pode aparecer uma imagem que
inconvenientepara
você o
seu ego, levando-o a rejeita-loimediatamente. Se v o c ê
simples
concentraré a mais óbvia: "Quem é você? Que quer? QtJe
tem
sua a mente por um tempo sundiente, normalmente
descobrirá que alguma i m a g e m está à espera, pronta para
de Imaginação
vir à c e n a e Aviva porqueseo ego
apresentar- não atenção.
à sua escolhe com quem esta
Quando você
âgura aparecer d e fato, v o c ê não
preconceitos e rejeitando-a.E melhor supor que ela tem
alguma
Uma figura d e um sonho d a noite anterior pode
aparecer, e
v o c ê pode descobrir que essa i m a g e m quer continuar do
ponto
..nuncaviu antes. V o c ê pode querer saber quem é ela e
por que
apareceu na sua imaginação. Desta forma, a solicitação
mais
dizer?" O diálogo então começa.
Tenho dito que esta é, provavelmente, a forma ''mais
pura''

vai dialogar ou o que surgirá na imaginação. V o c ê


apresenta u m a 209
ROBERTAJOHNSON
atitude d e completa receptividade para o que quer que
surja, sem
precondições o
u expectativas.

C o m o dar início
Muitos não se adaptam ao método de total
receptividade,
d e esvaziamentoda mente. A c h a m muito difícil conseguir
soltar
ade imaginação, simplesmente concentrando a mente e
Acredito que nesses casos é mais conveniente
esperando.
tempo.
Eles "ligar
p o d e m conseguir
a só um branco completo por bons
períodos

bomba'', isto é, fazer alguma coisa específica e deliberada


para
conseguir provocar o .buxo d a imaginação. IZamos examinar
então
diversos recursos legítimos aos quais v o c ê pode recorrer.
U m a preocupação d e v e ser tomada: u m a v e z que v o c ê
tenha
encontrado a i m a g e m e iniciado o diálogo interior, d e v e
abandonar
o controle. U m a v e z que o convite foi feito e a i m a g e m
apareceu,
vuma
o c ê imagem,
não podeumacomandar
pessoa interio
o foco ou uma situação.
d a imaginação n e m Então
empurra-la
você
de.:partida
para parae ma Imaginação
u m a direção particular. Atava. Participe da
fantasia,
1. Usandosuasímtasias

uando umaa pessoa


Aproveitar fantasia tem
é u muit o material
m a maneira de
d e converter a
fantasia
fantasia. A
passiva e m Imaginação Atava. A forma simples d e fazer
isso é
observar as fantasias que passaram pela sua mente hoje e
r
escolher

volta para aquele lugar e para aquela pessoa e usa-os c o m o


ponto

estabeleça o diálogo c o m os personagens, anote o que é


feito e
dito e, dessa forma,, converta a fantasia passiva e m
Imaginação
Atava genuína.
útil Este método para iniciar a Imaginação Atava é
q
especialmente

Imaginação Ativa vai diminuir a quantidade e a


intensidade d e 210
INNERWORK

fantasia, aliviando a pressão interna. Quando v o c ê tem u m a


fantasia
recorrente, que ülca
algum problema na mente
interior o dia inteiro,
que precisa isso indica que
ser trabalhado.
existe
Quando um
compensar seu deslocamento
número d e fantasias paravezes
o invade, muitas o mundo xte iorque
isso significa
você
com
está interio
vida d a n d o involuntár
atenção suficiente ao inconsciente. Ele
rNessasia.situações, dizia Jung, você pode tomare o
procura
r tema da
Em vez de observar passivamente a mesma fantasia
verdadeiras
repetir'se enxurradas d e fantasia, forçando-o a u m a
espécie d e
você converte a fantasia em
consciência.
sua fantasia e começar um diálogo consciente c o m suas
imagens.
vezes sem conta, v o c ê leva o material adiante, pela
de concentração de energia psíquica em você. Se você tomar
Imaginação
Aesta
v i v a , estabelece ovocê
automaticamente diálogo entre as diferentes
se concentrará partes d e si
em um assunto
mesmo
interior
que estão envolvidas
Portanto, existeme duas
leva ocoisas
conflito a u m a que
importantes
resolução. Assim
você pode
la em Imaginação Atava. Primeiro,. isso vai ajuda-lo a
fazer Lembre-se
o d e que as fantasias são
excelentesvarinhas d e
condão. Se u m a fantasia está indo e vindo na sua mente,
hoje,
-quandovocê descobre que está dominado por uma
vfantasia um recur
o c ê podeédeaülrmar
torrente c o mexcelente
segurançaconcentrar- em uma de
que ele está
expressando,
s, d eso se as.
forma simbólica, um a das principais dinâmicas, con.Ritosou
áreas
a torna consciente ao níve que ela pertence - o
fantasia
nível dae usá-la c o m o ponto d e partida para a Imaginação
Aviva,
d e imediata e relevante importância.

realizar aprendendo a dominar a fantasia passiva e


transformá-
co#z.,zlfqeuando v o c ê estiver naquele estado não muito
fértil, e m que não aparece n en huma i m a g e m , a mente
ülca''em branco" e parece que nunca vai conseguir dar
início à imaginação. Segundo,

trazê-la à superfície e "vivê-la" conscientemente


l
através da
Imaginação Atava. E m v e z d e deixar que o fluxo d e fantasia
dique
se repetindo sem proveito, ou deixa-laatuar externamente,
l
você

Imaginação.
2]1
ROBERTA.JOHNSON
2. Visitandolocais simbólicos

Um simples
m ei o bastante d e fazer o convite é {r a zlm
encontra á. Em geral,
Zz4gczn6a limaginação, quandoa você
e começar faz isso,
explorar para sua
ver quem
imaginação o você
coloca em contato com as pessoas interiores que
precisa
leva exatamente para o lugar interior a on de v o c ê precisa
ir e o especial na imagin ç o. Lembra-se do homem que sai
lugar
em
encontrar.
que e e tem o costume de sempre volta para a mesma .pomfe.
Muitos, sem perceber, c a e m no hábito d e voltar
mundo a ã
para um busca d e aventuras com o cavalheiro d a
interior.
l
Renascença? Observe Nela, o homem da Renascença
começo ar ndar. nevitavelment alguma ois acontece u
sempre aparece para leva-lo ao
que fiquei andando, andando e não aconteceu nada; algumas
vezes Para m i m , a praia é um lugar mágico que
aparece c o m freqüência e m meus sonhos. Quando não sei
alguém
cImagi
o m o ação su espera
começar minha
Ati'úa, freqüentemente vejo-me e m u m a praia,
à a .
n a I e, c a
e
o
alguém aparece e a imaginação deslancha. Houve alguns
ver quem encontra-
dias e m
viria lo.
v o c ê pode .Rcar exausto d e tanto andar. Mas,
Então se
geralmente, âquei
v o c êum pouco bravo: ''Olhe! Alguma coisa
vai fem de lugar interior e procura, v o c ê a c a b a por
pés.a Você
algumterá de ir para o hospital, aí você vai se
encontrar
apaixonar pela
Anos atrás, um paciente m e u teve um aborrecimento
terrível
para começar a ImaginaçãoAtava. N a d a acontecia e m
sua v i d a
exterior, e essa m e s m a monotonia se refletia e m sua
imaginação.
Ele estava e m um ''branco" total. Então eu I h e disse
para que fosse
a u m a pi'aia,como eu, e começasse a andar, olhando e m
volta para
N a semana seguinteele voltou e disse: "Sim.
A n d e i pela -praia. M a s ninguém quis falar comigo. N a d a
aconteceu."

acontecer. Se v o c ê andar bastante na praia, vai criar


bolhas nos
enfermeira e se casará c o m ela. Alguma coisa irá
acontecer. Agora,
v á e faça isso!"
212
INNERWORK

Depois d e u m a semana ele voltou, olhou para


se a m i m c o m séri impassíve e disse ' enfermeira
u r absolutamente o, l, : 'A
não era bonita, portanto não m e casei c o m ela.'' Mas, pelo
meçou
menos,.
eu o ser bosque n
co
ele S
a energia, el pode
cal interior
aprenderpode
a voltar um a selva,
sempre para ele. Ir
para
u o
nam aArcádia,
campina c o m Pan emboscad o nas sombras, ou u m a cela
num
mosteiro. V o c ê pode encontrar o lugar dentro d e v o c ê onde
está
lugar interior é um me i o d e que v o c ê dispõe para atrair o
mundo
psíquico.
imagem que pudesse representar quem, dentro dela,
estava
falasse com o ar à sua volta. Então, ouviu uma voz,
.
na sua 3 Usandopersonmcações

Voltemos, na nossa mente, à mulher que estava


obcecada
c o m a pintura dessa
e sua barreira
casa. Lembremos
de cores que ela de
diante f e z meus
seu cozzt'/fe
personificandoolhos.
os sentimentos
Que obsessivos. Ela
procurou u m a
obsedado, e começou falando c o m ele. D e início, foi
c o m o se
imaginação.A voz, por sua v e z , deu origem a u ma
i m a g e m que bem com os ton da madeira das
ela podia ver. estantes..

E. Que está acontecendo aqui? Estou sendo


tomada por u m a :corçadesconhecida. Não
posso dormir c o m

v o c ê está fazendo? Que v o c ê quer? Q u e m é v o c ê ?


o
(Soand c o m o u m a v o z feminina na
minha
imaginação.) As cores são tão bonitasl
Veja o
e f e ito .
Veja c o m o e v o c a m diferentes aspectos d a
natureza. Estas, em particular, c o m b i n a m
s
tão

E. Desculpe-me
213
ROBERTAJOHNSON
Isso I h e fornece outro m ei o d e "ligar a bomba". Se
v o c ê tem algum sentimentocercando-o, seguindo seus passos,
um humor que não consegue dominar, isso I h e dá u m a
sugestão segura d e onde d e v e
ir para iniciar o diálogo c o m o inconsciente. Vá até aquele
que está Dirija-se à imaginação e diga: "Quem, dentro de mim,
o b c e c aestá
d o dentro d e v ocê, deprimido, ou c o m algum outro
humor.
deprimido hoje? O n d e v o c ê está? Que aparência tem? Por
favor,
tome u m a forma para que eu possa vê-lo, saia e v e n h a falar
comigo.
Quero saber quem v o c ê é e o que quer."
sonho não está reso vido, ou se você está tendo o mesmo
sonho 4. Dialogandocomas6guras dos sonhos
legítimo da imaginação uma vez que o sonho e a
vêm daU mmesma
imaginação mais noantigos
dos font inconsciente
usos que Jung
encontroue para. a
Imaginação com o d e ez»azzdi o s
suas personagens,el podemos escolher uma específica,com a
so#;zos.SeAtava foi o um mei z "
qual

muitas éum o expandi-lo e reso o o


,
Desta forma, a ImaginaçãoAtava se torna uma
vezes p ssível lv -l .
valiosa
ir àquele,
Este é onde um assunto ficou pendente, não
uso
resolvido, e
indica, e um
levar todo o assunto a uma
E,Assim,
resolução
por suaquando quiser
v e z , isso nos praticar a Imaginação
fornece outra maneira d eAta a eo
fazer
não Voltamos ao sonho, na imaginação, e travamos um
convite.
tome um sonho recente Não só ele o ajudará a fazer
diálogo c o m as
fluir a
sentimos necessidade d e falar. Podemos falar, especiâcamente,
com
u m a única âgura do sonho ou voltar para aquela situação,
retomando
a c e n a global onde o sonho parou. Podemos, ef eü v ame n te,
c02zfiPzwzz/" o sonho e interagir c o m ele, prolongandcro na
Imaginação Atava.

contribuição para o seu trabalho c o m os sonhos. Ela


I h e permite
desenvolver a situação interior que o sonho
apresentava. Ela
permite "continuar a história", passar à etapa seguinte que o
sonho
.

souber c o m o o ç o c o m o enc ntrar ponto


.
v c me ar, u o um
de partida,
Imaginação A v i v a , c o m o t a m b é m aperfeiçoará seu
relacionamento
214
INNERWORK

c o m o sonho e c o m a pessoa interior, pois v o c ê estará


adicionando sua participação consciente ao sonho.

Ilustrações d a imaginação atava


Antes d e passarmospara a segunda etapa, vejamos
três
um sonho dpela
exemplos Imaginaçãoenvolvendo
e experiências Atava, comotanto
a utilização de uma
o prolongamento
de
Nosso primeiro exemplo vem de Jung. Foi
um
onagem do sonho para travar c o m ela um diálogo.
acerca da natureza da psique, travando contado com uma
pers
apareceu
dos prim iro
primeiros em mque
usos sonhf e ze aeste oi prolon
Imaginação ado, em
Atava. Ele
descobriu as sementes d e algumas das suas mais profundas
e avançadas noções
e u o
Filemon era
personalidade pagão e trazia
interior, a quemco sigo
ch am uma
o u atmosfera
Filemon.
g egípcio f
me pela pr mei a vez no seguinte
Filemon
sonho:
seguida, através d a Imaginação Atava.
L o g o após esta fantasia, outra âgura surgiu do
torrões estivessem separando-see a água azul do
Inconsciente,
mar se
revelan o ç a partir d a âgura Elias.
n
Filemõ .d helenística,
-s de
com propensões gnósticas.
Chamei-o Sua
como se fosse abrir um cadeado. Ele tinha asas
- i r
de umn
figura apareceu-
s olhos para a noção crucial de que existem
H coisas
a v i a umnacéu azul c o m o o mar, coberto não por
nuvens,
mas por torrões planos d e terra marrom. Era c o m o
se esses
tornasse visível entre eles. A água, no
entanto,era o céu
azul. D e repente, um se alado surge d a direita,
singrando o
céu. Vi que era um velho c o m chifres d e touro.
Trazia na
m ã o um molho d e quatro chaves, u m a das quais ele
segurava

martim-pescador, c o m suas cores características.

Filemon e outras figuras das minhas fantasias m e


o
abriram
215
ROBERTA. J O H N S O N

psique que . eu não produzo, mas se produzem a si


mesmas
e têm
não eravida
eu Empr(5pria.
minhas Filemon
fantasias,representava uma
mantive conversas
com
força que
ele, e não
falava, ele m e Eldisse coisas eu
disse que, conscientemente,
tratav o eu
não seeu.
como eu mesmo os tivesse gerad
a osmas, a seu ver
e que
h a v i a pensado. Pois percebi claramente que era ele
os
quem
pensamentos
mesmo e o objeto do meu
pensamentos eram c o m o animais numa floresta...
pensamento...
,
superior. Era uma figura m steriosa para mim
Foi ele
Por vezes
quem m e ensinou a objetividadepsíquica e a
realidadee dpara
jardim, a mim ele era o que os hindus
psique. de
chamam Através dele âcoti mais clara a distinção
entre m i m
Existe uma variedade aparentemente infindável de
Psicologicamente, Filemon representava uma
poderá confirmar, pela sua própria i experiência, . que
percepção
começará a mudar interiormente, como resultado do
você
parecia
diálogo e ser bastante real, c o m o se fosse u m a
personalidade
você pode
viva. passar vár as sessões
Eu ülcavaandando da para
c o m ele Imag nação
c i m a e Atava
para
resol
com ela,endo o conflito e chegando a um entendimento. Se,
baixo, no
como
mulher, no seu sonho, você pode voltar a esse
guru. (MDR, p. 182-3)
person

relacionamentosque p o d e m ser estabelecidoscom as


pessoas do sonho, se nos dirigirmos a elas pela
fazendo o que sempre costumo fazer, quando, de repente,
Imaginação Atava. E v o c ê
um

das experiências vividas c o m essas pessoas interiores. Se,


durante
sonho, houver conflito om uma das
i i
suas neuras,
um um terrível c
v
.
Jung, você descobrir um h o m e m velho e sábio, profético,

ou u m a
regularme
nte, e m busca d e sabedoria e
agem
aconselhamento.

Há muito tempo, sonhei que estava sentado na


m i n h a sala,
leão entrou. Fiquei apavorado.Tentei tudo que podia para
tira-lo d a sala.: Empurrei, ordenei, pedi, âz um barulhão que
m e apavorou
216
INNERWORK

mais do que ao leão; torci sua cauda... M a s então, o


sonho acabou.
Eu ainda estava apavorado, e o leão não ia sair. E claro que
essa eé resolução do
u m a conclusão completamente insatisfat(áriapara um
problema
sonho: Não
h
Assim, retomei o sonho pela Imaginação Atava. N a
ouv .
mEra
i n hcomo
a se houves e um leão de verd de na minha sala
imaginação
física e c o m e c e i exatamente onde o sonho tinha
parado. e eu tremia e
força,
Imediatamente Êlquei apavorado outra vez; m e u cabelo âcou
suavafrio.
em

nãonaestava
nuca me e calafrios
fazendo mal. m e Como
desciam pela ser
podemos espinha
tão --tolos
sinais
deme u m a
Imaginaç o Atava de alta qualidade. Eu estava lá, sentindo
ã s a
tudo.
entanto, m i nlevei
h a c aquatro sessõesser
b e ç a pudesse de abocanhada.
imaginação -- Mdedicadas a
e u coração
tentarc o m
batia
ARealizei
imaginação
quatro erasessões
tão forte que eu
diferentes d e não conseguia
Imaginação Atava
com
detê-la.
esse sonho até que tudo se aclarou e pude perceber que
Toda vez que eu me sen ava à mesa para fazer meu trabalho,
o leão
ele
assuntos que nos d i z e m respeitos Qualquer outra
Comecei
pessoa teriaa dito
falare m com ele: 'Quem é você? Você está
questão d e segundos: 'Veja, o leão
aqu não estava I h e faz end o
trabalho nenhum com você respirando no meu pescoço.
mal. Por que torcer sua cauda? Talvez ele tenha algo a dizer.
De
Talvez
ele seja u m a parte importante sua, que precisa ser
aceita." No
ZZz;rar..mdea criatura -- até perceber que
provavelmenteele tinha
algo que ver comigo e eu precisava integra-lo à m i n h a vida.

Toda v e z que eu entrava na sala para trabalhar, a


imaginação
c o m e ç a v a d e novo, e lá estava o leão-fantasmarondando
t
tudo.
c o m e ç a v a a farejar a máquina d e escrever, ou vi n ha me.dar
uma
lambida, ou ficava rosnando para fora d a janela para m e
'
distrair.
i
.para quê? Veja o que está faze n do na m i n h a sala. Não
posso fazer
qualquer forma, v o c ê m e d e i x a d e cabelo e m pé,
m e s m o que seja um leão d e sonho. Por que v o c ê não
vai lá fora e procura outros leões, ou algo assim?
L e õ e s não fi ca m b e m numa casa e
não têm n a d a que ver c o m a m i n h a rotina cotidiana,
civilizada, respeitável. "
217
ROBERTA. J O H N S O N
Acostumei-me c o m ele. Todavia, levei muitas
semanas para chegar a um tipo d e acordo c o m esse
mim mesmointerior
conteúdo que decidiu
d e tomar a forma de um leão. E uma
parte
mais
muitoclaramente
poderosa d eu
e m via
i m , gzíemela era,mesmo,
apavarante que parte
tantodeque,
mim
era,
quanto
bastante par me torna capaz de encara-
Finalmen
trabalho e, aapós muitas
mais assustado eurficavae muitas sessões
c o m asla. de
implicações. Foi
Imaginação
sentou-sesobre as ancas e virou uma escultura de
bronze. Na t
as coisas mais surpreendentes
necessário Atava. um dia o nesse
leão subiu a um lugar
livro.
particular d a m i n h a sala,
ainda está lá. Ele está e o livro também, sempre
abertoa com
sua pata numauma informação
direita, important
que mantinha estendida, h a v i a um livro.
E eu li e.
jovem que teve um curto sonho com o marido e o irmão.
Uma O leão permanece lá, desde então. V e z por outra
volto, na imagin a ção , àquele local na m i n h a sala
ver se conseguia ver o assunto esclarecido. Neste
interior para ver se ele
exemplo
ra por palavra, realizado na
osso exemplo capítulo a experiência
imaginação.
ágin
p N final deste é
uma

de
''Estou
v e z que procurando
o sonho "a deixou as
na chaves
mão'',dopor
meu assim
carro.dizer,
Suponho que
ela decidiu
levou o às
dirigir-se carro emprestadoe
pessoas do sonho óão o devolveu.Vejo
através d a Imaginação Ativa
ambos e os
para
com a aparência de um 'renegado', entra no meu carro
e sai,
contamos c o m a va n t a g e m d e ter um a transcrição do
diálogo real,
palav
Você vai reconhecer esse sonho. Foi o
primeiro que
analisamos neste livro. Já vimos c o m o a j o v e m
trabalhou seu
sonho para descobrir o seu sentido. Agora vamos ver
c o m o ela
usou o sonho partindo para a ImaginaçãoAviva.
Sonho

a:neu marido está cofn elas. Então lembro-me d e que


m e u irmão
chamo. Eles parecem não m e ouvir. Então, um moço
desgrenhado,
ele. Sinto-me extremamentefrustrada, só e

com
desamparada." 218
INNERWORK

n
A otações d a j o v e m

Decido fazer a Imaginação Atava porque não ficou


resolvido o
me mostrava
problema um relacionamentoinsatisfatório
do sonho, e sempre a c h o que isso é um comconvite
meu
lado
claro do
inconsciente para se trabalhar c o m a imaginação. Senti que o
mas isso não resolvia nada. Travei um diálogo com os
sonho
três homens
masculino interior. Não h a v i a comunicação. A parte d e m i m que
se
apóia na sociedade coletiva -- o carro -- estava sendo levada
embora,
1.) Vocês dois quebraram a
do sonho, mas mudei suas imagens, d e m o d o que não se
parecessem promessa.
c o m m e u irmão e m e u marido, para que a imaginaçãonão
tivesse nen huma influência ''mágica" no m e u marido e m e u
irmão exteriores. Conversei c o m o "marido" e o "irmão"
arquetípicos. Por que você levou meu arro embora, no
EU: sonho?que estão f a z e nd o isso c om i g o?
Por
(Para M e
tem as chaves na
mão.)
Mel: ( A m b os e m silêncio. N ã o f a l a v a m . O
r e ne g a d o virou as costas para m i m e
Que vocês
olhou paraquerem?
outro lado.)
(longo
EU: comPor
vozes.
.favor.Por que não fiam comigo? Por
.Eivor,falem. Por que m e deixou sozinha?
c Que está
acontecendo?
precisa de
Mel: chaves.
(Olham um para o outro. Vejo que o
"marido"

EU: Vocês estão m e ignorando; no entanto,


obviamente,
íãzeram alguma coisa para chamar m i n h a
atenção.
silêncio)

Por favor, não m e ignorem. Isso dói.


Preciso falar

V o c ê tem nos ignorado. Além do mais, v o c ê


não

219
ROBERTA. J O H N S O N

EU: Não p os s o dirigir sem


elas
V o c ê não precisa d e

carro EU: Não


(Joga estou para nldoe
as chavesentende
diz:)

Se v o c ê vai agir c o m o a Mulher Maravilha


todo
oo qu
tempo,queporque
dizer Tenho tã ocupada,
estad onde
não z;oaaté precisa
e r . o o
ir? EU: (Agora m e sinto mag oada. C o m e ç o a

entender
tentando
estado tãofazer coisas demais, tenho
exagerado.
distantes
Sinto c o m o estou triste - v a z i a é o termo -
dois. eNão
vazia, m meadmira
i o a todo esse esforço.
que estivesse tão
Vesgotada
o c ê a g e c o m o se não precisasse d e nós,
pelo
como fique
trabalho
se não precisasse d e i madczE. por isso que
volta p ra me e .
temos
(Falando ao Renegado:) Você é a energia que
carar
EU: Percebo o quanto ten ho estado afastada de
vo cês
ultimamente. Sinto muito. Eu m e deix ei
dominar
simplesm nte aie embo a comig . Foi vo ê
completamente
inconsciente.
(Agora percebo quem é o ''renegado". Ele
a n .)
se

m e leva e m disparada. V o c ê diz sim a


tarefas
que parecem razoáveis, produtivas, que
parecem
valer a pena -- e elas até po d e m valer, d e
acordo c o m algum padrão arbitrário. M a s
não é o que qü ero .
Vejo agora: Você é aquele que entra no
e v r o
carro e
c
quem montou toda essa agitação. M a s isso
não
INNERWORK

é o que quero, e não é o que é certo


Observando
para mim. agora tudo o que tenho feito,
que
vejo o projeto de escrever pode esperar.
quero
E não ma s dar aqu las ât as d
curso de i e ü o
extensão. As outras aulas, tudo bem,
vida
mas me pertence
algumas outra já m e farão sentir
a menos
vez.
que m i n h a
O projeto de escrever é bom. Pode ser
j
á
interessante para outras pessoas. Além do
Não me comprome a.Você dá a enten er q e
mais,
vassim
ocê disse que está interessada.

U: . t
E esperar um pouco seria
o
credibilidade se voltar
d u
atrás...
catastrófico. Nã é
Para os alunos vai se melhor conhecer
Se v o cde
ponto
outr ê cancelar as aulas, os alunos
ficarão
vista.
mesma. Não gosto
desapontados. Eles amesmos
an iedade
as que me dá
solicitaram
recusar
para
ao pedidos, embora,
ajuda-la
esses a escolher suas áreas. V o c ê
menos ainda do sent mento de estar
perderá a

EU: Muitas pessoas depe n dem d e mim, m a s


n ã o sou
permito que você me comande, sinto cada
n n . o
vez r
i dispe sável Alguém mais pode dar
curso.
o
(Sinto-me c a d a v e m a i s equilibrada, mais
d s
eu
z

obviamente,
estejam pedindo mais do que posso atender.
i
Go o

"sobrecarregada",
st de fazer as coisas
inconscientemente. d e m e senta c o m o um
fantoche
e desligada d e tudo.)
Olhe, gosto do m e u trabalho, todavia,
quando

menos satisfação no que faço. Esqueço


d e 221
ROBERTAJOHNSON
EU: observar a diferença entre o que é
que tem significado. Não estou voltando
prático e o
atrás. acordando.
Estou Estou fazendo uma
opção.
do lado um
(Escuto da minha
ba n d o janela. Seu canto
d e estorninhos no é pé d e
claro
acácia e
esquecer isso? Fico em silêncio e agradeço
aos
alegre. Não os h a v i a percebido, antes. C o m o
Depois de algum tempo percebo que as
pude
três
passarinhospor terem m e despertadoa
E stamos em harmonia, no silêncio, e
atenção.
figuras à m i n h a frente se transformaram.
Há um h o m e m , u ma figura a m a d a d e
Este exemplonos mostra como uma situação de
sonhos antigos.
sonho
sonho através da Imaginação Atava. E como ela foi
permanecemos assim por algum tempo.)
rapidamente

que foi cortado. Mas o sonho ganhou um novo elemento


curta, não resolvida, pode ser transformada,
ponto
nesse porque ela acrescentou a sua participação
prolongando-se o
consciente
diretame no
nele e desempe nh ou um papel
nte ao conflito principal do sonho! Dirigindo-se
consciente.
,
às três
personagens não queriam falar. Mas, mantendo-se
figuras e pedindo-lhes para falarem c o m ela, a j o v e m
efetivamente
pronta para falar e ouvir, ela os tirou de seu
deu continuidade
ressentimento e ao sonho, retomando-o a partir do
ponto e m
para se dirigir aos seus próprios sonhos e usá-los
como ponto de
processo. A o invés d e simplesmente observar o sonho. ela
entrou
M e s m o c o m a v a n t a g e m d e saber c o m quem queria
falar,
ela ainda teve alguma diÊculdade c o m o co#uife. d e início,
essas

persistentementeatrás deles e deixando-ossaber que


estava
conseguiu fazer c o m que o diálogo acontecesse.
A partir destes exemplos, espero que v o c ê g a n h e
coragem

partida para fazer seu convite ao inconsciente. Use este


método
c o m o u m a maneira d e retomar seu sonho até conseguir a
evolução
e atingir a consciência, que é sua.
C A P I T U L O 16

S E G U N D A ETAPA: O D I Á L O G O

O inconsciente foi convidado; as imagens apareceram


na sua imaginação. Agora, v o c ê está pronto para começar
Realizar o diálogo é principalmente uma questão
o diálogo.
de se
entregar à imaginação e deixa-lafluir. Existem vários
princípios
mais que qualquer coisa, em deixar que as figuras
m vida
que podemos
interiores seguir, mas levar a experiência e m frente
pr(5pria.
consiste,
tenha
puxarNaa conversa
prática, v perguntando
o c ê pode dizer ou éfazer
quem ele, tudo o qué I h e
ou ela.
que ela quer,
Pergunte o sobre o que gostaria de falar ou o que
vier à ia
fazer.
gosta Ê melhor
de azer perguntas do que discursar ou
mente
começar a e v o c ê sinta que é apropriado e ético. Se u m a
figura surge na imaginação e d e início parece não querer
falar nada, v o c ê pode
alguma coisa, conforme for a sua reação em relação a
isso. Em
manifestar suas opiniões, pois a atitude básica que
acontece
r durantef o caminho. Se Ihe parecer errado
seguir a
v o c ê d e v e mostrar é um a djs»osição d e escw fí z z
direito de recusar e de da as suas razões Isso, por
Se u m a Êgura interior âzer algo, anote-o;então, faça ou
sua vez,diga
geral u m a personalidade interior tentará atrai-lo para
alguma
atividade, leva-lo a algum lugar, conduzi-lo pol' um cami n h o
ou
para u m a viagem. Se I h e parecer certo, então v á e anote o
que
pessoa, ou se não gostar d a atividade ou do desenvolvimento
que
ela I está sugerindo, o ê o o de dizê-lo.
r .
he v c tem direit

o o
223
V cê tem
ROBERTA. J O H N S O N

poderá levar a u ma discussão acalorada do


pessoa interioressa
con.Ritoentre e o que você não quer ou não aprova ou
receia.
Tudo isso é um material excelentepara a
umas com as
ImaginaçãoAtiva: o
outras.
diálogo começou, e as diferentes partes do self estão
aprendendo
e não Se v o c ê achar Faça
comunicativo. que pergunta express seu
u m a personalidade sentimnão
interior
vai falar, s, e s ntos.
v o c ê tem todo o direito d e "puxa-la". Pode iniciar um
intercâmbio,
c o m o Nada
faria melhor para iniciar
caso estivesse umo diálogo
embara çad c o m um convidado
um nível
retraído mais profundo,
rapidamente,ou em do que a expressão dos
sentimentos.
Se tiver m e d o d a personagem que apareceu, diga-lhe.
e
Se ela o
fque
a z lembrar-se d e u m a experiência
amamos e admiramos; aquilo que teve,
de que ou d emedo,
temos um
sonho ou
ou
d e alguém do mundo exterior que v o c ê conhece, conte-
mestra
lhe isso.de nossa vida
humana.
Quando
que se vinfiltra
o c ê d e i x pela
a o sentimento extravasar
mente. Ajuda você a see convida a
concentrar
pessoa
mais e
interior a fazer o mesmo, geralmente se estabelece o
intercâmbio
imediatamente. Isso acontece porque os sentimentos
estão muito relacionados c o m os ua/ares. as coisas d e que
gostamos; as pessoas
\, e im a g ina çã} q ne c e ssáliv
sentimos que é desonesto e ilegítimos o que desejamos
R u

para nós até que haja algum tipo de resolução. Uma


situação
mesmos
vez que se e para os outros. E os valores, nós sabemos,
esão
la , é a immmola ntee c ont
porta nt ontinua
inuara
ra pa rtird a í e não se d e ix a rd istra ir
l éi
E extremamente importante escrever tudo o que
acontece
e tudo que é dito. Escrever protege v o c ê d e cair na
fantasia passiva
mais e ter u m a experiência mais profunda. O ato físico d e
escrever grava a experiência d e forma mais vivida na
mente consciente.

Conversando c o m u ma i m a g e m
Para realizar um verdadeiro ato dq.# x x J L X Ç b ¬5 x X )'Çev o, é XILv /\
JxJC rXo

perseverar na i m a g e m c o m a qual começamos,


permanecer na

encontrou u m a i m a g e m particular ou se iniciou um


diálogo c o m

224
!:'''RT'

INNERWORK

por outras imagens ou material fantasioso que possa saltar


à mente
m petir com a Imaginação
e SAviva.
e permitir que sua mente v o e d e i m a g e m e m i m a g e m
co série de começos e recomeços, que não têm sentido e
uma
e
não
d e situação e m situação, v o c ê simplesmente vai prender-
se e m
inerte enquanto sua mente voa de uma imagem a outra,
levam
como dea lugar nenhum. Se o seu e g o estiver realmente se
dirigindo
às figuras interiores e interagindo c ó m elas, então haverá u m a
a apresentação
experiência de um
contínua, problema
coerente, c o m segue-se
as figurasum período Não
originais.
identeração com ele e com os diferentes pontos de vista
âque
sobre o
um "clip" d e Êllme para outro.
A Imaginação Atava é u m a experiência completa. que tem
início, m ei o e âm. C o m o um sonho, geralmente ela c o m e ç a
que já foram dados. O primeiro foi o diálogo entre uma
mulher e ;
com
Seguiu-se uma longa conversa, na qual foram
alternativas que podiam ser so uções para o
enunciadas
assunto
problema.e, finalmente, chega-se à resolução do conflito
última
ou do conversa com o Artista Japonês. Mas, já dentro
problema. Isso pode durar u m a sessão ou pode exigir u m a
desta
série d e sessões que continuam por dias ou m e s m o
anos.
Pode-se ter um a perspectiva disso recordando os
foi exposto: forças do mal atuando no país, o povo
exemplos
sofrendo e a
seu artista interior japonês. Nesse diálogo, pode-se
facilmente
identiÊical-o ponto onde o problema foi levantado, b e m no
começo.
continua
.
l
Finalmente,no fim do diálogoveio a resolução. Essa
não foi a
primeira sessão, encontramos um a resolução do problema
básico. E m contrapartida, consideramos o exemplo do
h o m e m que
foi guiado.na sua jornada mítica para ajudar a rainha que
estava
e m desgraça. Naquela sessão d e Imaginação Atava, o
problema
culpa d a desgraça recaindo sobre u m a rainha inocente.
Assim
que o h o m e m inicia sua jornada c o m o guia, ele f a z o que
pode
para salvar o país, começandopor curar a menina.
Porém, sua
aventura está apenas no início; existe mais trabalho para
fazer. D e fato, esta Imaginação Ativa, e m particular, durou
anos, e ainda

225
ROBERTA. J O H N S O N

Participando c o m os seus sentimentos


Participação total é a essência d a Imaginação Atava. Tudo
o
que dissemos a respeito das diferenças entre Imaginação
Atava e
fantasia passiva são particularmente importantes neste
estágio. E
vital tomar partemais
O aspecto no importante
intercâmbio, disso
c o m o é um
queparceiro
você
integral. Pode-
esteja pre
se
precisa sugestões,
fazer iniciar odediálogo,
ter a sensação que sso fazer perguntas;
é real, de que
argumentar,
isso está
fora.
bjetarSe-- você
tudoseque
mantiver desligado,
se faria ou se achar entre
e m um intercâmbio que se
trata
onão existe uma experiência verdadeira. Se você não
iguais.
estiver
nos seus senteself/mezfose participe c o m os seus
de Imaginação Atava verdadeira.
sentimentos.Você
U m bom exemplo de como esta presente nos seus
i
realmente czcomfece#d--omesmo que seja dentro, mais
do que
e era assim
apenas d e u m que ela se
a fantasia quesentia, na realidade.
v o c ê observa d e u m a Seus
distância
emoções estavam
sentimentos e lá naquele intercâmbio com as duas
segura,
pessoas
realmente participando c o m seu lado sensível, então não
se trata
imaginação é de raiva, medo ou intensa a egria,
r e nenhum
desses
sentimentos é o d a mulher que sonhou com as duas
figuras
masculinas que se pareciam c o m o marido e o irmão, e que a
estavam ignorando). eQue
zona de participação tipona dzona
entrar e sentimentos elaa tinha
de compro/eN.
quando foi ao encontro delas na Imaginação Atava?Ela estava
Imaginação
furiosa, m a g o a d a , indignada --
interiores, e foi a seus sentimentos, afinal, que elas
responderam.
Geralmente é possível dizer se um indivíduo está
realizando
d e fato u m a Imaginação A v i v a pelo sentimento que
a c o mp a n h a
as respostas que recebe. Se a reação normal para a
situação d a
sentimentos está presente, então sei que a pessoa está
l
desligada
do processo, apenas observando à distância, sem realmente
dele
participar, sem leva-lo a sério.
D e v e m o s participar integralmente. Existe, no entanto,
uma
linha que não pode ser ultrapassada. Não d e v e m o s nos
desviar d a

A v i v a não podemos exercer controle sobre as pessoas


interiores ou 22Ó
INNERWORK

sobre o que está acontecendo. Temos d e deixar a imaginação


fluir para onde quiser, deixar a experiência prosseguir, sem
predeterminar
o que vai acontecer,o que vai ser dito, o que vai
ser feito.
Algumas vezes, é difícil perceber a diferença entre
boa analogiaa
participaç partir
o total de seus diálogos
e tentativa con com pessoas
olar. o o
externas
levam-no a dar-lhe um "tempo igual''. Não tentamos
f umaa ã
dominar de tr V cê p de
. Quando v o c ê está conversando c o m alguém, a
azer
cortesia e o respeito
Algumas vezes, o que a figura interior diz pode
soarnão afogamos a outra pessoa sob u m a enxurrada
conversa;
de
opiniões, tirando-lhe a c h a n c e d e expressar o seu ponto d e
pare
vista. de tentar fazer com que as pessoas interiores
pareçam
As mesmas ser
regras d e cortesia,-de contenção e d e respeito
e deixe-as o que são ou quem
aplicam-
são.
se quando dialogamos c o m os cidadãos do mundo interior.
estúpido, primitivo ou ilógico. Outras vezes ela v e m c o m
tudo contra v o c ê a ponto d e deixa-lo zangado. A i n d a
nessa etapa, porque isso o levaria à te ntativa
assim, v o cde
ê deve
dirigir
permitir adeque elar fale. Procure, nesse instante,
abster impo as expectativas do ego sobre se
o soltar
um pouco;
processo.
deixar flu r o que é - os sentimen os, os conflitos
inteligentes
e as ou sensíveis, d e acordo c o m os padrões do
seu ego,
Afrouxar o controle, soltar-se, significa abandonar
as
prevenções acerca do que d e v i a acontecer, do que d e v i a
Nem todo
ser dito, que mdiálogo
e n s a g eou interaç
m ou o com suas pessoas
signiÊlcadodeveria resultar d e
tudo interiores
isso. N a
verdade, v o c ê não d e v e pensar absolutamentesobre
signiâcado,
experiência para tirar dela a "mensagem'' certa. Precisamos
nos
Precisamos abandonar a mentalidade do deve sez e, ao
i t
contrário,
personalidades que realmente v i v e m e m nós,
a b a i x o d a superfície.

Aprendendo a ouvir
Imaginação A v i v a é, mais que tudo, um processo d e se
ouvir.
ã
será feito através d e palavras. Há sessões d e Imaginação
Atava 227
ROBERTA. J O H N S O N

e m que a experiência inteira se processa através d e


ver e do fazer. E ainda um diálogo, mas um diálogo sem
ações, do C o m mais freqüência, entretanto,
palavras.
ambos os casos, devemos aprender a
haverá.Dediálogo
ouvi um modofala
geral,
ndo. na
E mimaginação temos vivenciado
essas
r

agora)
partes se vamos estabelecer
interiores, que nos um intercâmbio
aparecem c o m o emimagens,
vez da
apenas
guerra
c o m o inimigos, c o m o portadores d e u m a resistência indolente,
c o m o Após tantos anos ignorando essas partes de nós
neurose,mesmos,
vícios inúteis, imaturidade. E assim que o e g o os vê.
descobrimos que elas têm coisas bastante desagradáveis
Porém,
para
surpresa quetemos
habitual que algumatravado
pessoadura
interior venhaa me
nte toda dizer que
vida,
tirano
precisamos c o m e ç a r a ouvir.
Precisamos estar:dispostos a dizer: "Quem é
vendo-as c o m o características inferiores d e nossa
você? Que
personalidade, nos dizer, quando finalmente as
para
escutamos. Não é nenhuma
ouvir.
ia de nós. Se existe em você algo que você percebe
uma
tenhofraqueza,
como umanos
sido estes defeito, um cterrível
todos, obstáculo
o m o tenho feito m e u a
uma vida
inconsciente engolir as atitudes do m e u ego.
ser
tem "infe
a m e ior , como
Vou se ele, ou ela, fosse a voz da por
/

dizer? ouvi-lo.Pode tomar a palavra


u mnossas
a hora depressões
sabedor a. Se ou fraquezas nos vêm em
forTnapersoniÊcad
inteira, se quiser; pode usar a linguagem que quiser.
Estou aqui

or
Isso requer u m a formidávelreformulaçãode
Você
mai será respeitadoe aceito. E o que disser será
registrado."
atitude,para aNo
produtiva, apesar disso v o c ê não pode abordar essa pote sua
como
o "vilão". No instante d a Imaginação Atava, d e v e tentar
r "
ouvir esse
i d e v e m o s honrar essas características c o m o
a,
partes do ser total.
É terrível e assustador tomar aquele seu sentimento
de
inferioridade, d e culpa ou d e remorso, colocar essa parte
sua no
banco das testemunhas e dizer: 'Você tem todos os
privilégios. V o c ê
é aquele que dá testemunho do que eu não conheço
n e m compreendo. IZocê pode dizer o que quiser. por quanto
tempo quiser.

228
INNERWORK

entanto, é d a í que surge o verdadeiro poder d a Imaginação


aprendemos
Aviva a ouvir aqueles a quem mantínhamos
calados
Aprendemos a honrar aqueles a quem desonrávamos.

Aprendendo a replicar
Quando tivermos aprendido a ouvir, deveremos
também
nossos
aprendervalores e pontos
a responder, de
acrescentandonossa própria
vista. Logo que se começa a aprender a aceitar a voz do
informação,
de exagerar e decidir que ''esse ego não sabe nada''.
Existe
inconsciente
dizem como see aviessem
leva-la de
a sério, muitas vezes existe uIsso
uma autoridadesuprema. ma
tendência
seria
como o ego precisa equilibrar seus pontos de vista
t a m b é m um a tendência a considerar tudo que as .figuras
indo ao
interiores
Lembre-se da observação de Jung: el
tão bobo e unilateral quanto a anterior atitude
egocêntrica. Assim
encontro
oceano do completamente
da vida, inconsciente, t
à amercê
m b é m das
o inconsciente
ondas e precisa
ser
tempestades
equilibrado pelas atitudes d a mente on nte
e disse que
c scie .
o
poder da consciência! Apesar de pequeno o ego tem esse
especial, concentrado,
relacionamento
poder do e g o cIhe
o m confere uma
o imenso posição que
inconsciente é. c oé m o
tãou m a rolhinha d e cortiça :flutuandono oceano. Sentimo-
riqueza do inconsciente. A rolhinha de cortiça nos pode
assim, c o m
replicar ao Sentimo-noscomo u m a rolha d e cortiça
freqüência.
lançada no
pode argumentar, e é isso qué faz do diálogo um
intercâmbio
que nos levam para lá e para cá, c o m o se tivéssemos
muito pouco
controle ou poder sobre qualquer coisa.
Jung continuou sua analogia c o m algo surpreendente: a
rolha
,
d e cortiça, no entanto,pode fazer f a c e ao oceano, porque
tem o
ríêcessária, tão forte e tão valiosa quanto a aparentemente
infinita

oceano c o m um ponto d e vista que tem algo a acrescentar e


sem o qual a evolução d a consciência não pode
processar-se. O e g o

i,éter pares.
229
ROBERTA. J O H N S O N

A capacidade do e g o para a consciência I h e dá o poder,


direito. e até o dever de travar um combate com o
vastoo inconsciente e m termos d e igualdade e d a í fazer
síntese de
valores. surgir u ma

Não manipular
U m a das leis mais importantes desta segunda
etapa d a saber como nos sentimos com relação a
Podemos
Imaginação
alguma Atava é que v o c ê nunca trabalhe c o m um
roteiro
por quem preestabelecido.
procuramos quando nos sabe
V o c ê não dirigimos
o queà vai
maginação.
ocorrer,
não sabemos o que a pessoa vai dizer até até
Mas queque
elaaconteça.
o diga.
coisa ou o que temos a dizer à pessoa
Não
façam. Você tem o direito de chamar sua azz/ma,ou as
âguras da ,
interior. Podermos saber
No mínimo,
i a Imaginação Atava é um processo de
surpresas,
venha o que
sabemos vier.
o que O que
esses quer que
habitantes aflore vão fazer, até
interiores
espontaneamentedo
que o
matéria-prima da Imaginação Atava.
Precisamos
soma)7"ma, as nãoentender isso claram
tem o direito nte, porque
d e planejaro que eles
agora ou domina-los quando aparecem. -
vão dizer,
diferença
um principal
processo que se éentrega
que eles trabalham com
ao inesperado. Não um
fazemos
rado
roteiro
planos tud é predeterminado
; o
n e m roteiros. .
Simplesmente começamos e então
deixam os que

inconsciente, sem manipulação,sem controle e sem


regras é a
e
existem muitos sistemas que p o de m ser confundidos
c o m a Imaginação Atava mas que são completamente
diferentes dela. A
a
p r e p Alguns desses sistemas são c h am a d o s d e

"imaginação
dirigida", "imaginação cüativ4" ou algo semelhante. O que
todos têm e m c o m u m é que tudo é .P edefe7m/med o. V o c ê d e c i d e
d e antemão o
que vai acontecer na imaginação.O e g o d e c i d e o que está
tentando
obter do inconsciente e prepara um roteiro. A idéia é
"programar'' o
inconsciente d e m o d o que ele faça o que o e g o quer.
INNERWORK

E m um desses sistemas, a finalidadeexplícita do uso


d a imaginação é cz/cczmçaoí"qwese q w e zV o c ê f e c h a os olhos
oe visualiza
carro novo ou o novo emprego ou a casa de campo
que você
deseja, e usa o poder d a visualização para conseguir isso.
aE mvocê
ummesmo, usando suas próprias imagens mentais.
vê como
outro
Você gostar vde
se sistema, o c êser
visaelegante, dinâmico,
adquirir u m a melhor eÊ.ciente
atitude com
relação ia - atraente, ,

e assim por diante. Pelo uso d a auto-imaginaçãovocê


de
visaanimal estúpido
tornar-se que ideal
a pessoa não tem
que um
o e ponto de vista
g o gostaria que
nenhuma sabedoria a acrescentar. O ponto principal
v o c ê fosse.
próprio,
desseO problema dessas abordagens d a imaginação é que é
o
e g o que d e c i d e tudo. O inconsciente é visto c o m o u m a
A Imaginação Ativa par de uma idéia completamente
espécie
te
geralmente tão equilibrados e realistas quanto os da
intercâmbio é treinar o inconscientepara fazer o que o
mente
e g o quer. As decisões do e g oinconsciente.
p o d e m parecer boas,
inconsciente. mas ozlz;iro E, se vocêmas o
problema é que
realmente
o inconsciente não éque
consultado para participar
Se você decidir quer realizar algum gradonde
processo.
projeto e
tentando''programar'' o inconscientepara concordar
diferente
com suasacerca do inconsciente. Afirmamos que o
inconsciente
procura daquilo que está causando essa
tem sua própria
resistência, sabedoria, seus próprios pontos d e vista
essa
provavelmente
que são você ficará surpreso ao descobrir que o

o de seu objetivos
consciente. A finalidade d a Imaginação A v i v a não é "programar"
ou s .
o, ou numa obsessão, tentando conseguir alguma
na prática
ouvir coisa seja impossível.
que
o inconsciente,por suaSeu
v e z inconsciente
, ele ouvirá você.
provavelmente vai
percebe que o inconsciente está opondo resistência, ríão
reaja

idéias. E m v e z disso, v o c ê d e v e dirigir-se ao


inconscienteà
paralisação ou depressão, e descobrir o .porgwê.Se fizer
isso,

inconsciente tem muitas boas razões para discordar d e seu


projeto

d Talvez v o c ê esteja a ponto d e cair num processo d e


o eg
''inflação''

resistir e tentar trazê-lo à razão, para que v o c ê


redimensione seu 231
ROBERTA. J O H N S O N

prometoa, daptando-oaos seus recursos e às suas


talvez seus planos
capacidades. Ou signifiquem prqudicar constantemente
a vida
d e sua família, seu casamento, seus relacionamentos ou
amizades;
o inconsciente pode responder'-lhecom sintomas físicos,
Almaginação Atavaparte do princípio de que você
c o m um
respeitar
deve od einconscien
sentimento depressãoe eouentender quepara
d e apatia eleevitar
tem algo
que vval
ocê
entrea num processo que poderia destruir algo vital na sua
oso
vida.
t
acrescentará portanto, o que d e v e existir é esse

diálogo entre
i
duas inteligências capazes que se respeitam u m a à
outra. Não
d e v e foram
que feitos
acontecer d e da umimaginação dirigida. Temos
tentar ''programar" um
o outro.
exemplo E por isso que na Imaginação Atava não existe
de uma série Vdeo c meditações
roteiro. ê sobre a vid de Cristo
usando
não coloca palavras na b o c a d e quem encontra, não d e c i d e d e
antemão
qual é o ponto d e chegada. V o c ê não estabelece u m a
a Imaginação Ativa e a imaginação dirigida em seu mais
partir
elevado
finalidade e a tenta manipular o inconsciente para
daí
para
ati a Via Dolorosa. E o dia da Crucificação, e você
está lá
ngi-la.
e do sangue. Você ouve a zombaria da multidão, vê a coroa
de
Historicamente,
que magoam s us pés,existem
o solalguns usos
batendo você, os e
em legítim
bons
enquanto
no Dessa forma, sl)i,rito,a'i.sde
E9ce7cícioEs para os que Sam,tolgnácio
adotaram as de
s meditações de a
Loyota. Trata-se
se tornaram uma experiênc a real, imediata. Esta espécie
de
u ma visualização dirigida, preestabelecida para c a d a dia.
Jung proferiu u m a série d e palestras, anos atrás, na
Suíça, nas quais
usou os .Ezercíczlo.sEs.pjzifwczpisara mostrar as
diferenças entre
aspecto.
Neste tipo d e imaginação dirigida v o c ê vai, por
exemplo,

presente, na sua imaginação.Você sente o cheiro do pó,


do suor
espinhos, a cruz, o sangue se derramando. V o c ê sente as
e
pedras
ac om pa n h a a multidão na direção do Gólgota.

Loyola, os eventos d a v i d a d e Cristo foram sentidos d e


forma tão
através d cheiro do sentimento, d t que, d r
i
vivida -- o , o o da o --

que
232
INNERWORK

imaginação dirigida é boa, se verdadeiramente serve aos


propósitos religiosos. Ela foi ajustada principalmente
seus
mentalidade medieval. mas muito dessa mentalidade ainda vive
para a
ó e podemo usá- par um pr
em n s a
p(5sit
o o.
s l a
Entretanto, Jung disse que seria melhor para
Via Dolorosa, para descobrir o que está lá dentro
nósnosso
de
praticarmos a Imaginação A v i v a c a m i n h a n d o pela nossa
própria
próprio ser individual.Isso não deveria ser
pelo convés de um iate, se é para lá que seu caminho
predeterminadopor
interior on e m por coisa alguma, a não ser a realidade
ninguém,
do
quais que devemos passa , algumas vezes dolorosamente e
v i v e dentro d e nós. Não deveria ser prescrita pela
com
autoridade ou
nos iniciar no reino da
pela tradição. V o c ê pode encontrar-se cam i n h a n d o sobre as
consciência.
pedras
aterrador comoestrada,
d e um a antiga divertido m oNinguém
c o. maisoupode
f e z Loyola, indicar-lhe
se encontrar
oandan do
conduz.
qualquer D e outro,
u m a coisa
desdepode
queülcar
você ocerto:
viva no final, todo
cami n ho é
honestamente.
u m a eViavocê
Dolorosa,
perceberpois
que nos
seu leva às questões
caminho e aos
é simplesmente wm
r
conflitos pelos
um caminho que espírito
é inato, heróico),
não fabricado,
algumase vezes
que espera
com
ser
sacrifício, para que possamos
Se v o c ê tiver u m a mentalidade moderna. d e v e
encontrar seu próprio caminho. Siga sew.pró.Pr/ocapim/zo,
parap ô d e ser tanto
que
nos.
o
oportuno.
caminho, porque não existe mais um cami n ho
preestabelecido, mas apenas zlm cami n ho - o sezí caminho,
que é tão válido quanto
se, Grande d a solidão â sua
s
evapo
parte a r t i c i a l de vida vai

rar-
cami n h o - um cami n ho dentre muitos, ainda que único e
distinto d e todos os outros, um cami n h o g e r a d o d e
sua própria natureza,
descoberto.
Para muitos d e nós esse cami n h o é solitário pois, no
anal das
contas, precisamos trilha-lo a sós. N i n g ué m mais nos pode
dizer que direção anal ele d e v e tomar, e ninguém mais pode
percorrê-lo

atalh Se v o c ê vai trilhar esse caminho, â Imaginação Ativa é

seu
C A P I T U L O 17

TERCEIRA ETAPA: O S V A L O R E S

o
Já vim s como convida as fi uras do inconsciente e
estabelecer o diálogo c o m elas. M a s isso não é
como
r posição
Devemos, a ém disso, tomar uma g ética E nosso
suficiente. c o m o seres humanos conscientes, introduzir
dever,
.
ocesso l
o elemento ético
. Uma vez pr imagi ativ
avez osuperfície
pr para serem ouvidas, alguns limites devem
n
ser que o ocesso n o foi iniciado, u m a

que as fol-çasprimordiais, instintivas, :foram convidadas a


não caia em ext
vir até
emos.
um papelE específico
estabelecidos. na criação:
o e g o consciente, guiado faze
porsurgir o
u m a noção
ética,ato da
Estamos
que rodeados por
d e v e estabelecer os um universo
limites, quea é proteger
d e forma belo e o
processo
admirável
Não se importam, como nós, com os valores
imaginativo a ele não se torne desuman ou
especificamente
ajuda ao nossosr companheiros humanos, p eservação
destrutivo
das par que o
no mundo àe nossa volta. Como as criaturas que surgem
tem Jung adotou o audacioso ponto d e vista de que a
Imaginação
na nossa Atava freqüentementesão, para todos os
r
hefeitos,
umanidade
consciência e o ponto d e vista ético, no seu mais elevado

sentido.
,
entretanto suas forças se comportam d e u ma maneira
imoral.
.humanos de justiça, integridade, pro ção
s t e
aos desamparados,
r
estruturas vitais. Somos nós que temos d e introduzir estes
valores

personificaçõesdas forças impessoais d a natureza,


somos nós 234
INNERWORK

que precisamos trazer os elementos éticos, humanos e


práticos para a Imaginação Atava.
Jung também observo qu não exist desenvolvimento
d a consciência, nousentido ehumano,e sem o conflito
ético. A
perceber
consciênciaquesempre
os valores,
envolveasos
atitudes e as formas
confrontos éticos:de
conduta
passamos quea
fazer escolhas
morais.
se abrem para nósA medida
são conflitantes,e descobrimos
Imaginação Ativa. que as figuras interioresque
se d e v e m o s '.I'idos estes princípios encontram seu
superfície, inevitavelmentetemos de tomar uma postura
ética, c a mi n h o na

apresentam e as diferentes atitudes e possibilidades


afloram
porà aí. O {7zs&gdÊefve ser convertido em um
compromisso
d e forma
que atraz
fazerconseqüências
surgir o equilíbrio entredestrutivas,
perigosas, os valores não
conflitantes.
os outros, como também para aquele que tem o
só para
T a m b é m é um grave erro pensar que basta conseguir
algum
entendimento das imagens e o conhecimento pode
fragme
parar tação.(Jung MDR, p 1
2)
Jung
ético.falou certa isso
Não fazer vez sobre
é cairum rapaz quedosonhara
prisioneiro
que sua
princípio.do poder com efeito, que o homem não
afogando-se. Jung disse,
podia
matassem o feminino As
conhecimento. interior.
imagens Aconselhou-o a en carregam
do inconsciente rar na
o
água, h acender
o m e m d um
e ufogo, conseguir
ma grande uma roupa seca
responsabilidade. para
Se ele não
ela e,as
compreende, ou foge à responsabilidade ética, ülca
para as c iaturas do mundo in erior, da mesma forma
que é para
privado
n
d a sua totalidade e im põ e à sua v i d a u m a
, . 9
dolorosa

namorada h a v i a escorregado e m um lago gelado e


estava
.apenas âcar sentado, d e i x a n d o que as forças geladas
do destino Imaginação Atava e fazer alguma coisa para
t
puxa-la para fora d a

assim, salvar sua vida. Esta é a atitude ética, moral e


h u m a n a a adotar. E dever do e g o levar este sentido d e
r t
responsabilidade
ROBERTA.JOHNSON
nós cuidar do bem-estar dos nossos semelhantes no
mundo exterior. Ê a saúde d e nosso próprio
seZFinteriorque está e m jogo.
Lembro-me de um caso no qual uma figura
interior ex giu controle absoluto da vi a de uma
arquetípica
mulher, em atureza emi i a. A estava
vezes, com umai .figuramasculina muitod poderosa e
detrimento
esperta,
aze d que de sua n f nn mulher
que também ten avaconvencê-laa se afastar de alguns de
análise comigo, e sua Imaginação Atava lidava, na
seus
f n o
maior parte das
mu
her. Um.dia ela estava fazendo a Imaginação At va e ele Ihe
I h e d adisse,
v a boas informações, u m a excelente visão das coisas,
mas
o que ele básicos de mulher. Ele estava tentando
instintos
pediu. Quando ela leu esse episód o para mim, dei um
jeito nenhum você t dar a ele sua bolsa e suas
vai
pulo:
dominar, c a d a "De
chavesl sso
sua detrimento personalidade essencial
de lsi mesma. Você não pode fazer isso, não interessa
vez mais, vida, em da a da
quão sábio
d e cho.he:
vida; " D ê -entregar
não pode m e sua bolsa
esse epapel
suas achaves. De agora enl
ninguém
mais
diante,"
eu assumo o controle." E, na sua imagin a ção , ela f e z
exatamente
e tomar suas próprias
decisões." ie c le
poderosa figura masculina. Ele compreendeu o
simboliza todos os seus recursos
princípio; o ontro
sua
Infelizmente, cerca de um ano mais tarde, depo s que
pa ou I
completo d e
vida. Se v o c ê ülzerisso, vai renunciar a seu legítimo
papel e vai
deixar que sua consciência inteira se volte para u m a única
parte
'certo' ele o parecer. SÓ o a o co duzir

própria
ou p ssa D c p de n
.
s u a''Agora, v o c ê d e v e refazer tudo. Volte e d i g a a ele que
v o c ê está tomando d e volta sua bolsa e suas chaves. Diga-lhe
que v o c ê vai ouvi-lo, respeiü.lo e considerar o que ele disser
-- mas v o c ê não pode dar sua v i d a inteira para ele. Diga:lhe
que v o c ê precisa pensar por si m e s m a

Depois d e m i n h a explosão, a mulher f e z c o m o


aconselhei; soltou à Imaginação Atava e explicou as
coisas para aquela

concordou e imediatamente devolveu-lhea bolsa e as


chaves. a análise, essa mulher cedeu inteiramente ao
i
seu impulso de
r
INNERWORK

poder. Deixou que o aspecto d e poder daquela presença


dominasse
masculina completamente seu mundo interior.
Deflagrou um
passando
processo sermão ema dtodo
d e exager mundo e tentando
a presunção, tornou-sedominar
u m a "sabe-
cada ão
tudo",
.
situaç
perde Este
a posição ndependent
é um exemplo doedoque
seu ego. Como
acontece essa v o c ê
quando
escolhanum processo d ''inflação'',deixa-sepossuir po
entra i
arquétipo
instintos e valores, é inerentemente
e r
isso destrutivo.
torna-se
um um problema
e ético? Sempre que v o c ê permite que
uma Nossa palavra éficcz- e nosso conceito de
partecomportamento
sua assuma o controle e d o mi ne todos os seus
outros
Inevitavelmente, sua oconduta
profundo, significa padrão epessoal
seu tratamento paraque
de conduta c o mseas
outras
combina
pessoas serão desequilibrados.
ético -- para
honesto é derivada d a palavra
adaptarseu grega que querseus
comportamentoaos dizer
"conduta
valores. ÉSesignificativo
a
correta". essencial,
caráter issoque essa palavra,
sempre reílete por
uma sua v e z , seja
derivada
fragmentação da
do grego ef;zosq, ue quer dizer "caráter essencial ou
espírito"
à d e dolorosa
su vida uma
O que dissemos
u am a pessoa d e umaté
oufragmentação" gora.Ef2lcap,
povo. pode ser ortanto,
esumido em
e m rêsseu
sentido mais
itens
nação
c o m oAviva:
verdadeiro caráter interior do indivíduo.
A ética é um princípio d e unidade e consistência. As
pessoas que se comportam eticamentesão aquelas que
f a z e m Segundo, o equilíbrio ético requer que não
um esforço
deixemos um
conduta d e alguém está, flagrantemente, e m desacordo c o m
seu
personalidade. C o m o disse Jung, ''se o h o m e m foge à
responsabilidade ética... fica privado d e sua integridade e
i m põ e

a r
específicos relacionados à preservação do aspecto ético
da t
Imag
Primeiro, v o c ê introduz o elemento ético ao manter
i
suas
atitudes e sua conduta consistentes c o m o seu caráter e os
seus
valores mais profundos.
arquétipo ou u m a parte d e nós mesmos assumir o
controle e m 237
ROBERTA. J O H N S O N
detrimento dos outros. Não podemos sacrificar valores
essenciais
segui um impul ou objetivo limitado
para r so um .
especificamente humanos que
Terceiro, precisamos servem àe vida
alimentar humana,
preservar osque
valores
nosso
s
m a n t ê m a v i d a cotidiana e m andamento e que m a n t ê m
vivos Os grandes poderes do Inconsciente Coletivo são
tãorelacionamentos.
enxurrada de energia primitiva que se apossa da
mente
avassaladores
comum ou nas que podemos
pessoas ser, d e repente, arrastados
à nossa
por u m a
volta.
consciente - u ma energia que corre para seu
objetivoinstintivo,
todos os escrúpulos que o impedem de obter o que
sem se preocupar c o m o efeito que possa causar na v i d a
quer,
humana
fantasia de afirm ção de si mesmo, de que você está
o controle da situação
Inevitavelmente,
assumindo u m a onde trabalha,
figura poderosadevai você na
quesurgir
seguesuasua
Imaginação Atava e vai configurar este impulso d e poder
de uma forma ou de
bruto.
Ela pode aconselha-lon, os termos mais imperiosos, a
outra.
abandonar
abandonar os compromissos e responsabilidades que o
''prendem''. Essas idéias geralmente levam v o c ê a um a
a
dramática

com nós mesmos quanto com as pessoas à nossa volta.


própria
Se temosmaneira d e ser c o m a família e os amigos, d e
que está
conseguindo fazer c o m que todos d a n c e m conforme a sua
música,
Quando essa espécie d e fantasia se manifesta, v o c ê
fica
convencido d e que vai resolver todos os seus conflitos,
pâr todas
as coisas e m ordem, simplesmenterenunciando às
regras dos
que estão à sua volta, descartando todos que estão no seu
c a mi n h o
ou que se o p õ e m a você, e fazendo exatamenteaquilo
que v o c ê
rl 1 nt'
1

Esses extremos são muito atraentes porque neles



alguma v erdade -- u m a v erdade parcial. Todos temos aquelas
áreas
onde ainda somos fracos, onde falhamos e m nos posicionar
tanto
tido pouca força d e vontade, se temos sido joguetes d e
nossas
próprias compulsões, afundados nas contradições comuns d a
vida,
INNERWORK

não é de surpreender que sejamos sacudidos pelo toque de


do inconsciente, convocando-nospara o extremo
clarins
tomados
oposto.::Somospor uma fantasia de que seria possível
resolver tudo
c o m um ato simples, claro, d e poder e vontade. Porém,
se
levados
tomarmosa essa agir mcomo
e n s aAula,
g e m aoo pé
Huno. Deixaremos
d a letra um
e tentarmos
coloca-ladee m prática na sua forma bruta, não trabalhada,
rastro
estaremosE exatamentenesse
sendo ponto que a sua noção dos
valores
poderia
destruição Chegar a um
atrás d e extremo
nós. destrutivo - até
autodestrutivo
humanos
éticos d e vou de trazida para a equação. D e outro modo,
e ser
relacionamentoshumanos.
você
es humanos como a honestidade e o compromisso. O
ego
Sua v i d a poderia tornar-se um deserto, destituída d e
forma sde amenizar e humanizar essas forças impessoais
do
Se.uma atitude vem rugindo do seu
valore
inconscienteco
val O desafio crucial do e g o é responder, é defender
comortodo mundo, você tem o dever e o direito de
claramente
enta ade
replicar, ética
r alternativa .
d e v e perguntar: ''Que efeito terá essa doutrina extrema,
los. Não ou abandonaro amor e o relacionamentoque
sobrenatural,
com na m i n h a v i d a cotidiana?''O
Não que efica
go d perseguin
e v e encontrar
tenhominha família e meus
uma amigos. o r d
inconsciente, d e natureza irresistível, algumas vezes

humana.
m
e x i gê n c i a prática, prejudicar seu relacionamentocom a
família,
que sejamos causar pl'oblemas no seu trabalho ou atira-lo e m
dominados.
disputas d e poder
apres
Você pode dizer: ''Olhe, existem alguns valores
humanos,
e ão muito importantes para mim. ã vou
v
aqui, áqu s N o r
nenhuma meta idealizada e m detrimento d e tudo e
abandon -
o
d e todos.''
Já aprendemos que este d e v e ser um diálogo entre
pares. Isto significa que d e v e m o s não só honrar os
arquétipos que falam conosco na Imaginação A v i v a , mas
t a m b é m nos considerarmos
iguais a eles, moralmente falando, e, portanto, capazes d e
tomar
u ma posição ética - responder, assumir u ma posição,
tornar o
diálogo verdadeiro. Não d e v e m o s procurar dominar,
mempermitir
ROBERTA. J O H N S O N

A necessidade crítica d e um sentido ético ao nível


do e g o surge d a natureza do pr(5prioinconsciente. E m
certo sentido, o inconsciente é amoras por se interessar
expressar
apenas e m sobreviver e poderosos e
Zezímofzíus do univers
os impessoais o
psíquico. Todo arquétipo, todo poder dentro do
Inconsciente
Por si mesmo não pode colocar limites morais ou
faz ou no
Coletivo
éticos noé que
que pede. SÓ
moralmente a consciência
neutro, c o m o as humana
outras pode
forçaslevar
da
em
natureza.
que devem ser estabelecidospara as exigências
interiores, ou
consideração outros valores que d e v e m ser preservados,
Os arquétipo irrompem na con ciência com todo o
limites
poder
na natureza, pouco se importam com as idéias humanas
para essa v o z interior, d e m o d o que um equilíbrio seja
de
atingido e
aos instintos: a eles interessa que a natureza seja
a v i d a possa ser servida e não diminuída.
evolução
servida, tenha
a lugar, que todos os temas
i n sti n tque
iv o reprimid da l an
arquetípicos sejam
não dano , venha ou não asesmagar valores nesse
s
processo, c o selva primordia e, c o m o imais
selvage s

n
compaix o, delicadeza, identificação com a vítima, afinidade
integridade,
amorosa ou justiça ou ética. Servem a um reino que está
senso de
próximo
justiça.
sobrevivência, agressão, domínio de terr tório. e forem
encarnados na pelos
qualificados v i d a humana.
valoresTodavia,
humanos,c o mpelo
o acontece,
sentidocause
de
ou
amor e s
iss
dominarem, sem esses outros sent mentos humanos,
o tudo osa meras
reduzir-nos arquétipos brutos primitivos não se
podem
Existeomalgo de verdade e de sabedoria em toda âgura
bestas.
preocupam.
que
O s arquétipos primordiais p o d e m ser comparados a
leões
na selva: quando os vemos no seu esplendor selvagem
parecem
encarnações vivas d a nobreza. M a s são t a m b é m forças
impessoais
e imorais da natureza não qualificadas pelos valores
ã
humanos d e

Muitos dos arquétipos que f a z e m parte do caráter


humano
total se manifestam c o m o instintos puros, ibrutos,
d e caça,
S
responsabilidade moral, serão forças maravilhosas. M a s
i
se no
s

nos aparece na Imaginação Aviva. E m geral, c a d a u m a


traz a 240
INNERWORK

sabedoria d e que precisamos especificamente, para


acomip:ensar
unilateralidadede nosso ego e nossa forma habitual de
ver a Poré m , qua nto um a fig ura in te rior id e ntfi
f a
vida. Porém, quant o mais u m a figura interior se
identiiiccar c o m
d oumse ns
arquétipo d o ccaa rát
o comum eepuro, r humano
er
mais noor
seguramente rmm aal
l
..adotará um d e
svista polarizado e apresentará n um extremo que está além
das üfr'ornteiras
independente. Precisamos escutar cuidadosamente
verdade que ees
qu
para Ao tarefa st
tááee sc ond
crítica on didedaacpor
po
a dr ás d e imnós,
a um pulos
pul uspic
sportanto,
o a us ic ios
dos
qut ando ''destampamos'' o inconsciente, é pensar sc o ms,
clareza e d e forma i
independente Precisamos escutar cuidadosamente ipara
comum, sem.e-queima-la.E,
di na direção
tr desta verdade,
s s você
ouvir a
deve
p o
sedutores, dramáticos das vozes interiores. E preciso refinar
essa
verdade transformando-aem algo que seja mais civilizado,
mais humano, m e i o tolerável -- algo que possa ser integrado
à vida humana

encontrar sua própria posição ética individual.


241
C A P I T U L O 18

Q U A R T A ETAPA: O S RITUAIS

Encarnar a Imaginação Atava significa dar a ela


uma
vida física, física, tira-la do nível abstrato, rarefeito, e liga-
característica
terrena.
la à
quarta etapa do trabalho com os sonhos. Isso não é
uma A quarta etapa d a Imaginação Atava é muito semelhante
que você ülzer qualquer forma de trabalho interior e
à
chegar a um
coincidência.
ou alg que Podemos aülrmarcomo
venha integra-lona esprincípio
rutura geral
da uaque,
ida sempre
cotidiana
práticad e maior discernimento ou a u m a solução, v o c ê
estágio
. alguma
com os sonhos, não coisa
nos para
vamostorna-lo
estenderconcreto. Pode
muito agora. Você
dpode
e v e fazer o t
fazer um
a-losritual :Hsico Atava.
à Imaginação
s v ,

Uma v e z que já discutimos esta etapa:na parte do


e impulsos
trabalho interiores, subjetivos, e tentar vivenciá-
los
reler Em situações clínicas
o capítulosobre extremas,rever
os rituais, essaos
exteriorização
exemplosque
estão pode

e aplic
Há um ponto muito importanteque precisa ser
observado
nesta quarta etapa: v o c ê não d e v e exferjozilzc zEzm
linguagem psicológica, exteriorizar significa, basicamente,
tomar os conflitos

externamente, fisicamente.
manifestar-sesob a forma d e violência dirigida a si próprio
ou às
outras pessoas. No entanto, muitos d e nós fazemos
sempre um
pouco d e exteriorização e m nossa vida, d e forma branda,
sem 242

:::? ;iT:
: l#@
INNERWORK

perceber. Por exemplo, um h o m e m está c o m um terrível


aconflito
respeito de uma decisão que não consegue tomar;
então, tem
u m a ndo com d e raiva c o m a esposa e tenta resolver o
explosão
problema
ela.
Se o Ahomem
o fazerdo surgir
exemplo
um acima
g r a nnão tiver cuidado,
d e volume se está
d e material da
briga
fantasia, a Imaginação Ativa fornece oportunidades para
que issoexternamente,
vivenciar aconteça. e l teralmente, a
Encarnar a imaginação, nesta quarta etapa, não
discuti
imaginação.
significa
ndo c o m a cz#Zmadurante a Imaginação A v i v a ,
começarou
o discernimento a lançar os mesmosbásicos
os princípios argumentos
que contra
você a
logo vai i
deduziu da esposa. Vai tentar

da Imaginação Ativa como uma licença para pâr para


absolutamente
ias
fora suas em sua formaexteriorizar
literal, as fantasias, no sentido
literal. Significa, sim, pegar a essémczlqcuze v o c ê extraiu
primitiva.
dali -- o significado,

os inimigos--à e espada.
experiência Esse
encarna-la, fazexercício
end o um deritual
esgrima pode
físico ou ser
integrando-
uma
a à sua v i d a prática. V o c ê poderá ter problemas e causar
pessoas
prejuízos com as quais estou zangado. Porém, se o
se falhar da
assunto nesta distinção. V o c ê não d e v e adotar esta
quarta etapa
a fantasiase torna mais
fantas
forte.
Quando esse aspecto surge d e u m a forma extrema, é
trazer à mente a imagem do marido, do amigo ou do colega
fácil
de
Se você
ver fizer
c o m oisso,
isso vai ficar sujeito
é verdadeiro. a uma pressão
Suponhamos que esteja
realizando u m a Imaginação Atava e m e veja e m tempos
extrema,
estiver próx mo da pessoa outra vez. passados, combatendo
Involuntariamente, você
coisa válida a nível interior, mas é obvio que não posso
encarnar
essa imaginação conseguindo u m a espada e usando-a contra
as

Imaginação A v i v a é b e m próximo das circunstâncias d e


todos os
dias, torna-se mais diEcil ver a diferença, e a tentação d e
exteriorizar
- Por essa razão, enfatizoque não se d e v e m usar as
imagens das pessoas externas, físicas, na Imaginação Ativa.
V o c ê não d e v e

trabalho e c o m e ç a r a dialogar c o m essa pessoa na


imaginação.

in n n , para vivenciar a Imaginação í ef


i
co scie te Atava./ szlcam e

quan o
243
d
ROBERTA. J O H N S O N

confunde o nível d a imaginação e o nível do


relacionamento
externo, üsico. V o c ê c o m e ç a a fazer e a dizer coisas que não
roteir
fazem
sentido para as outras pessoas: afinal d e contas, elas não
o.
aparecer
leram o na imaginação, é parar e mudar a aparência da
imagem.
dizer:O que senão d e v eseifazer quê,
quandomasa você
i m a g e m d e exatamente
algum
conhecidopor
''Escute, parece
sua aparência. Não quero confundir o que está dentro
Pode-se inclusive fazer isso c o m o parte do diálogo.
de mim
IZocê pode
quase sempre vai cooperar e alterar sua aparência.
Então você
c o m o cara do escritório que m e deixou maluco. U m a v e z
com uma parte de você mesmo, não com um ser humano
que sei
externo.
' 8 « A.4 l e l . f q ------

que v o c ê é eum sistema d e energia dentro


r q d e m i m , por
no mundo
favor, m u d ede fora. E o que as pessoas
''mágico". Está claro,
costumamchamar de através da experiência, que
c o m u m aque
aquilo pessoa que está fora.'' Se v o c ê assim .fizer,a
figura interior
Mesmo q ando não estamos pe to delas, fisicam te
fazemos por meio
o queentrar
pode da fantasia
no diálogo c o m ea imaginação libera
clara noção vib está
d e que
ações,
falando no seu
pessoas
inconsciente.
Existe outra razão pela qual é u ma m á idéia
realizar a
I
maginação
tempo Ativa usando
manipuladores a i m a g e m d e alguém
e incontroláveis quepode
Você não se
"+

conhece''
prever

Pela no
realizamos mesma
nívelrazão, é um erro
inconsciente você se permitir
é transmitido
inconscientemente
fantasiarà em
às pessoas nossa volta e isso, involuntariamente, as
u r en ,
afeta.

através do Inconsciente Coletivo, que são sentidas


r
por outras
Portanto, se v o c ê usar u m a arma tão poderosa
c o m o a Imaginação A v i v a e focalizar toda essa energia do
inconsciente sobre a i m a g e m d e u m a certa pessoa, isso vai
começar a afetar o indivíduo.
M e s m o que suas intenções sejam boas, os resultados são ao
:
mesmo

exatamente quais serão os efeitos. A outra pessoa pode


sentir u m a
V a g a pressão inconsciente e começar a se comportar d e
modo
diferente c o m relação a v ocê, sem entender porquê.

demasia acerca d e u m a pessoa. Além d e ser inútil --


como a
fantasia passiva sempre é - tem um efeito negativo sobre a
outra 244
INNERWORK

ca mos sobre você


pessoa n mesmo e sobre uma seu relacionamento.
n
Quando ,
respeito
í de alguém,
involu pode acontecer
tariamente em o seguinte:
fantasia inte se
sa e
estamos com a
mais sarcásticas que poderíamos fazer para deixa-lo
repetitiva
alimentar uma fan asia romântica que vai e vem o d a
raiva dele,
inteiro a vamos fantasiar quê o
depreendemosseveramente.um
para sentir u m a g r a n d e satisfaçãoem imaginar as
Vamos
sempre. Em primeiro lugar, assim como acontece com a
observações
Imaginação
envergonhado.
inevitavelmenteOu, se estamos
a afeta, po ele
através do inconsciente. Emou
segundo t i
o prende a um determinadocomportamentopara
apaixonados r com a ela,
pessoa.
respeito a d pensar
fantasia
vamos e c o m o cortejar, c o moo aas coisas
pessoa automaticamente,
se
,transformarão
sobre a e , u reagir
letamente inadequado
c o m o passaremos a viver e m à situação
sonhoobjetiva,
excitante e
externa.
apaixonado,
c ome çar a realizar um trabalho interior para descobrir
o que oestá
Ativa,
algo quedesenrolar de u
precise ser ditmoa ao
fantasiacontínua sobre dizê-
indivíduo, é melhor outra
pessoa
lo
lugar, persistir nessa fantasia tem um m a u efeito sobre você,
pois
exteriorize sua imaginação ao pé da
- A q arta etapa da Imaginação Atava é uma faca de dois
letra.
V o c ê fica condicionado, através das sucessivas repetições
derrada,
a senão pode fazer mais mal do que bem. Nes e
estágio,
d e u m a forma específica. E esse autocondicionamentopode
pâr nossa imaginação para fora, projetando-a sobre
ser
pessoas
omp
Portanto, se v o c ê tiver sentimentos interiores
c fortes c o m relação a alguém, sejam positivos ou
muito
negativos, é melhor

acontecendo, subjetivamente, dentro d e você. Então, se v o c ê


tiver
diretamente, usando o b o m senso e a cortesia c o m o guias.
Não
seja complacentecom a ImaginaçãoAtava ou c o m a corrente
de
fantasia que usa a i m a g e m d e outl-apessoa. E, a c i m a d e
tudo, não

gumes. E uma necessidade, mas não d e v e ser usada d e


forma u

precisamos usar toda a inteligênciae b o m senso


t
que possamos
reunir dentro d e nós. D e v e m o s fazer algo asico, mas não
devemos

externas, n e m ser desaforados ou exigentes para c o m os


outros. 245
ROBERTA.JOHNSON
Finalmente, a quarta etapa não poder ser
separada d a
ético que deve estabelecer os limites e ser o seu gui a
terceira,
em udo o que é acrescentar o elementoético. Pois é o
seu senso que ülzer.
t
24Ó
C A P I T U L O 19

NÍVEIS

E surpreendente c o m o a Imaginação Atava pode atender a


e
uma ampla faixa d necessidades, uma vez que você passa a
la e m sua vida. As vezes ela o ajuda a resolver conflitos
usá-
práticos
que surgem no dia-a-diacomo, por exemplo, que escola
permite
escolher vivenciar a jornada mítica como você sempre
desejou.
para as crianças ou e m que gastar o dinheiro. Outras vezes
ela o
N a faixa mais a v a n ç a d a do espectro, a Imaginação Ativa
torna-se u m a experiência religiosa, mística.
Barganha
Para m i m as modalidadesde Imaginação Ativa se
2
encaixam
.s níveis básicos, dependendo do uso que se f a z dela:
e m trê
1.
Compreensão do
inconsciente 3. Captação d a
dimensão espiritual

Barganha,
realmente sem c ogrande
m o costumo chamar,
nobreza: é o níveleum
é clarament mais prático,
mais
pessoal. E de
processo o uso d a imaginação quando v o c ê precisa negociar
algum en endimentopara clue a vida possa
com
prosseguir.
suas personalidades interiores, fazer aqueles acordos e
transações
que às vezes são necessários para o próprio funcionamento d a
vida
prática. Se ''barganha" parece um n o m e não muito nobre para
este
uso d a Imaginação Atava, é porque ele representa u m a
atividade

barganha com as nossas partes interiores, d e m o d o a


t
promover 247
ROBERTA. J O H N S O N
Compreensão do inconsciente é o nível no qual
tentamos
ativamentetrazer
mesmos, do inconscienteas
para integra-lasem partesconsciente.
nossa atuação desconhecidasde
Neste
nível
nós
conhecidas. A maior parte dos exemplos vis os até agora
tentamos familiarizar-noscom as nossas partes interiores
fazem
t
ainda Captação
não da dimensão espiritual é o nível onde
somos
parte deste nível.
conhecimento E a função
religioso. E capital d a Imaginação
uma forma bastanteAtava e a
incomum
ânalidade
de
que a maioria das pessoas têm
bom su e m mente quando a
procuram. a
tocados por u m a experiência profunda c o m os grandes
arquétipos.
A Imaginação Atava é percebida c o m o u m a visão e í a z
nascer um
Imaginação Atiça, mas é sentida por alguns indivíduos,
por
de suaisso é
existência consciente. Quando você verdadeiramente se
dá que estejamos cientes d e existência.

que não partilham do mesmo Barganha


ponto de
esta.
A barganha é o uso mais prático, mais chão, que
quandov o cvocê
ê pode
não consegue transcender o conflito, então
fazer
chegoud a ImaginaçãoAtava.Ela se inicia c o m o
de
reconhecimentode
que Muitasfeitos
somos
compromisso. vezes,d easmuitas
pessoas fogem
partes; c a d ade ute
m a tipo
delas de
tem suas
pr(5prias
Imaginação
necessidades, sua própria vida; portanto, c a d a parte quer
participar
as noites. Mas, na pr tica, existem momentos em que
conta
o únicodisso, t a m b é m c o m e ç a a perceber que muitos dos
conflitos
aparentemente"insolúveis" que o irritam no di a- a- di ada
v i d a são,
realmente, meras discussões entre as diferente.spartes d e
você
Algumas vezes, quando v o c ê não consegue chegar a
uma
síntese entre duas partes que estão discutindo dentro
d e vo cê,
a hora d a barganha interior. V o c ê tem d e estabelecer
algum tipo

Atava. como se mu da
s usar
E achassem muito sórdido ou n no
esta
nobre arte para aceitar um compromisso entre aquela
sua parte
que quer ver o serviço pronto e a parte que quer ir a
á
festas todas
248
INNERWORK

jeito d e se continuar tocando o barco é fazer u m a b o a e


barganha.
honesta
No m ínim o isso vai estabelecer u ma comunicação
oportunidades para se manifestar e, futuramente essa
entre
aquelas diferentes partes d e v o c ê m e s m o que não têm tido

muitasLogo que me tornei analista, t nha geralmente de


, trabalhar
só podiam virvaià levar
comunicação noite a ou
u mnos fins de semana. Não era
a síntese.
um mau
razão, eu me ressenteamargamente.Alguma
s d s meus n parte interior
te dia
minha i
à noite. Muito o pacie tes trabalhavam duran o

e
esquecia os compromissos. Esse é o tipo de coisa
horário, u m a v e z que m e d e i x a v a os dias livres mas, por
que:acontece
o ego
alguma
estava acostumadaa ter as noites livres para mZm. para
Avisitar
imagemosque apareceu
amigos, para foi a de um adolescente
as atividades mimado.
sociais, música,
mEi n
Ele h a v i d a pessoal.
a hora do divertimento. E a hora do ser humano. Não é
Essa m i n h a parte infantil estava furiosa. E o
hora har
de e ülm de
ressentimento papos
inconsciente e irracional achou um jeito d e
entrar na m i n h a v i d a
expliquei: 'Veja, nós temos de vi er; n.ós temos de
prática. Eu estava irritadiço para c o m meus
ganhar
pacientes..Quase
quê emos nesta altura são esses que vêm à noite ou
quando alguém no inconsciente está absolutamente contra o
no
queülm de
determinou.
L e v e i esse problema para a Imaginação Atava. Procurei
essa
vertir. E o que vou
parte fazer
d e m i''m que estava z a n g a d a c o m m e u horário d e trabalho.
disse: ''Nãos Não vou trabalhar à noite. Essa é a hora d a
curtição.
trabal
Então travei u m a longa conversa c o m ele.
nheir u s os a
Expliquei e ' v
di o você.
o ambo estarem n rua e
Ufamintos
m a v e z que estamos c o me ç a n d o a pro.nssão, os únicos
-- incluindo
t
pacientes

semana. Essa é u m a necessidade prática. Isso tem d e ser


feito." D e início, ele não se mexeu. Disse-lhe, então:
'Veja, temos
d e pagar o aluguel.
E ele retrucou: "Não ligo a m í n i m a para o aluguel.
m e di .

SÓ quero
249
ROBERTA. J O H N S O N
Eu disse: ''Mas eu realmente m e preocupo c o m o aluguel."
E ele disse: "Isso é dureza mesmo. E u m a dor d e
c a b e ç a pra voce.
Continuei: "Não posso trabalhar e ganhar a vida
fica sabotando tudo e m e d e i x a d e m a u humor e
ressentidose vocêtodo
o tempo. Isso afeta os pacientes.Eu m e esqueço
das coisas.
estava havendo um caos geral devido a essa parte minha
Coloco as anotações nos lugares errados." Tudo isso era
estar
verdade,
imaginação, é clar --, coloquei- contr a parede e disse:
revoltada c o mo o trabalho.
o a 'Você
Finalmente, agarrei o fulano pelo pescoço -- na
Foi assim que surgiu a seguinte barganha: ele
minha
concordou
horas,
vai ter ê d .fizesse
e ouvir, uma belavamos
senão refeição
ficare eom levasse ao cinema
maus lençóis.
umas
Então, que tipo d e acordo podemos fazer?''
ele ia "aliv ar a minha barra" o res o do tempo e deixar
que eu eu fosse a u ma b o a lanchonete todas as noites,
que se
forma. Contanto que eu Ihe desse uma boa refeição e um
às d e z
cinema

duas por n depois qu os paciente se ossem,


humor e meu i desempenho. Mas el tinha t
entãoNunca
vezes admiti,semamesmo
a, anos depois,
e e, f
que tivesse sido
trabalhasse e m paz. Por alguns meses a coisa
forçado
funcionou dessa
com o diabo. No entanto, fazendo um retrospecto,
ocasional,
passei a ele Êlcavafeliz e m e d e i x a v a trabalhar. M a s se
entre
eu m e facções em uta. De certa forma, eles são mais
humanamente
esquecia u m a pertinentes
noite d e nossoquejantar
as elevadas
fora, o jconversações
ovem
ülcavarevoltado
com
no dia seguinte e m e fazia ficar irritado e esquecido no
mais profunda
trabalho. por ser
Era incrível quehumana, ter ena e tivesse tanto
esse personagem
poder
imediata. sobre m e u
realmente.
a fazer um trato tão sórdido, tão interesseiro, tão
pequeno, c o m
m i n h a criança m i m a d a interior. Senti-mecomo Fausto
pactuando

respeitar esse tipo de diálogo, esses acordos, essas


l
negocia

ções
deuses
e arcanjos. Eles m a n t ê m intacta a estrutura d a v i d a
E on a uma conscientização que
humana. r
algumas vezes c duzem
é o

tant
INNERWORK

Compreensão do inconsciente
A maior parte dos métodos para se praticar a Imaginação
Atava depe n de d e se chegar a termos c o m o inconsciente,
trazendo as
imagens para a super:Hcie,reduzindo os efeitos negativos d e seu
poder Já nos referimos a muitos destes métodos. Os
autónomo, tornandcFas conscientes e f azendo as pazes c o m
princip
elas.
Imaginação
ais Atava; dialogar com as figuras do sonho
imaginação;
pela converter a fantasia em imaginação;
são: esvaziar a mente e dialogar c o m o conteúdo do
personificar
inconsciente que aparecer espontaneamente;prolongar os
nação Aviva
sonhos através d a

humores,
de "viver sentimentos
vida não e crenças; e vivenciar viagens
míticas, na
Nesta p ar te, ocalizar utras
magi .
I: vou se
O princípio em que
alidades f baseia esta
duas abordagem
o a que
chamo
ãn excelentes
que se enquadram neste segundo nível d e Imaginação Atava.
C h a m o a primeira d e "cercar as muralhas d e Jericó" e a
segunda, a cidade uma vez. Assim deveis fazer durantes seis
a vivida.''
dias. E
de chifre de carneiro: e no sétimo dia, devereis
contornar a As muralhas d e Jericó
E quando eles soprarem mais forte os chiües de
carneiro,
povo gritará em uma só voz e a muralha da cidade
''muralhas d e Jericó" está simbolicamente expresso nessa
cairá
história por
antiga:

E o senhor disse a Josué: Vê , coloquei Jericó e m tuas


mãos. C e r c a m a cidade, tu e todos os teus guerreiros, e
contornam

sete sacerdotes irão adiante d a arca levando sete


trombetas

c i d a d e sete vezes e os sacerdotes d e v e m tocar as


trombetas.

quando escutardes o mais alto soar das trombetas,


todo o
terra e o povo deverá tomar a cidade, c a d a h o m e m
seguindo
diretamente para frente.
2SI
ROBERTA. J O H N S O N
Essa históriarefere-sea um acontecimentqoue
d e v e ter-
se passado entre 1500e 2000 anos antes d e Cristo, e d e
simb(51ico
início foi veremos que contém um princípio
maravilhoso
arquetípico -- uma maneira de resolver os conflitos
tra smitida pela tradição oral. S a examinarmos seus
ntemente sem solução dentro de
,
n nós. e em
aspecto
não podia ser derrubada ou escalada por nenhuma
alcance daquele
tecnologia ao povo. Mas eles tiveram uma orientação
teriam
apare
da muralha de Jericó. Não ülzeramnenhum ataque direto,
Nessa narrativa extraordinária, o povo se levantou
pois
contra
Nossa vida
u m a barreira interior seinexpugnável.
absolutamente assemelha freqüentemente
Era um a muralha
sériea de
que u jornadas de uma Jericó para out a.
Estamos
d e realizar um ritual simples, todos os dias, d e
impe etráveis. Algumas vezes os chamamos de com.P/e.xos
:
marchar à volta
conhecimento da mente consciente. SÓ os percebemos
através teria sido b e m sucedido. Finalmente, depois
nenhum
daquela
série d e marchas
conseguimos ritualísticas,
encontrar dos toques
um caminho d e trombeta
para seguir e do
em frente,
grande
grito, alguma coisa aconteceu: as muralhas caíram por
um

terra. r
É como uma cidadela cercada por uma muralha dentro
ma
do
hão consegu penetrar, algo que ão conseguimos sequer
continuamente lutando contra obstáculos, dentro d e nós
mesmos,
ao seu alcance. Ou pode ser que você tenha um hábito
que mais parece.m fortalezas defendidas por
ou um n
muralhas a a f ó amos, pois estão completamente fora d a
influência ou do

d a devastaçãoque causam e m nossa v i d a e e m nosso


sistema
emocional. Muitos d e nós, num d a d o momento d a vida,
passamos por con.Ritos que nos dilaceram e que
p a r e c e m insolúveis. Não
lugar para ülcar,uma proposta que traga u m a solução.
U m problema interior aparentemente tão difícil que a
gente não sabe por onde começar é um exemplo d e um a
Jericó interior.

inconsciente, um espaço e m branco onde a mente


e n
consciente
entender e, ainda menos, lidar c o m ele. Pode ser que v o c ê
esteja perdidamente apaixonado por alguém que
simplesmente não está

sistema d e v i d a que não pode mudar e ü c a sabotando sua


saúde, 252
INNERWORK
seu
trabalho ou seus relacionamentos. O problema está
ele, nãod e conseguimos
nós, mas nãoencontrar
podemos compreendê-lo,
nenhum jeito não
simp es
acesso
ter a
dentro
de
podemos
ele. lidar
Em tal com
situação, a histó ia da muralha de Jericó é
uma l
receita
mesmo, da melhor maneira, qual é o conflito, o foco
inquietação
de sua Então, cerque orcomplexo au ónomo, examinando-
o
simbólica para o processo psicológico. Identifique para
v o c ê ria, até que, Êlnalmentea, muralha
desmorone.. t
d e todos os ângulos, jogando nele energia psicológica
através d e
um trabalho interior ritualizado, circundando-o c o m o Jericó
da a vice
A cami hada o o pode tomar
ndar a muralha de Jericó, mas a técnica é realmente
fo
históuma n a red r d e Jericó qualquer

rma,
contando que v o c ê localize sua energia na "impenetrável"
sobre
cidadelao complexo autónomo. E continuamosfazendo isso,
interior e faça seu ritual. Personifique o conflito,
até
trazendo as
imagens à mente e conversando c o m elas. C o n v i d e as
pessoas a saírem d a c i d a d e e descubra quem são e porque
estão se opondo
pela Imaginação Atava e vejamos aonde nos
circu A Imaginação é particularmente útil a esta
conduz.
de
Atava técnica

asíntese: a idéia é jogar c o m tudo que v o c ê sabe, usar


sua Jericó
todas as formas d e trabalho interior que v o c ê conhece.
interior.
imaginação e procure a imagem quUsamos
vai qualquer
a e
técnica que possa servir d e trampolim e possa concentrar
energia
que .Rnalmentea barreira entre o complexo e a mente
consciente
seja rompida. Vamos buscar as fantasias na mente para lidar
com
esse problema, e as analisemos c o m o símbolos do que
está
ocorrendo. e m nossas profundezas. Se um sonho é
pertinente,
façamos o trabalho c o m os sonhos; depois estendemos o
sonho
- Digamos que v o c ê esteja e m u ma depressão que o
vem
afligindo há dias. IZocê não consegue entendo-la,não sabe d e
onde
ela veio e quando menos espera está descarregando
sobre as
pessoas à sua volta, que não têm culpa alguma. Essa
depressão é
Que fazer? Primeiro, personifique a depressão. Vá à
sua
.neura, representa-la.
ROBERTA. J O H N S O N

Então, c o m e c e sua marcha ao redor d a muralha d e Jericó.


Fale c o m a depressão. C a m i n h e à sua volta, observando-a
lados. Fale com as Êguras que aparecem na dImaginaçãoe todos os
de cubra
Atava e o que podem informar acerca da depressão. O
que é? De nde vei n uma depress est
equilibrada?Ques sabe sobre ela?Talvez uma das figuras
equilibra d o uma o? Geralme te,
admita ão á
detalhes porque sesituação
sente exagel'ada, um a inflação. M a s
assim.Além do trabalho com a Imaginação Atava, devemos também
n o
qziaZinflação está sendo
estar re acionada a essa Jericó inter or. Acima de
ser aquela que está deprimida e m você, e possa I h e dizer
tudo,
e conversemos com elas. Deixemos fluir os
com
sentimentos.
estar atentos
compensado aos sonhos e às fantasias. Anotemos c a d a
pela
imagem
depressão.
son o o d a fantasia, c a d a que s vier à ç
re ulte ldela, mas você cumpriu a sua volta i ritual:
ç
nesse hcomplexo,
do investiu,
você u sua energia conidéiasciente.
no No dia seguinte
cabe a e
uma
pare a
Escreva-a
continuemose analise-acomo
a procurar assepersonalidades
fosse um sonho; use os
interiores dia
pa
apósa tentar
símbolos
dia, compreender o que está acontecendo nas
profundezas
Peçamos informações, orientação. O f e r e çamo s e m
sacrifício a
assunto,
in.nação, de modo que nesse
a pretensão ou o dia a caminhada
ideal em torno
sobrenatural que
das
está sendo
é ess Jer
C o m o Josué na narrativa, cerque as muralhas internas
a todos
có.
os dias. U m dia pratique a Imaginação Atava. Talvez n a d a
s deve ser feito a seu
que
respeito.
especial

fantasia absorvente pode manifestar-se a respeito do


assunto.
o Na ma h v cê nha um
r
d ninconsciente. n ã seguinte, talvez o te

U m aho.
so v e z que v o c ê está colocando tanta energia nessa
Jericó
interior, pode supor que o sonho provavelmente
tratará desse
muralhas d e Jericó consistirá no trabalho c o m o sonho.
Talvez o
.sonho Ihe traga u m a idéia luminosa respeito o que
i
realmente a d
C a d a dia, d e u m a ou d e outra forma,
continue d a n d o a volta
à muralha desse complexo autónomo. Um dia as paredes
terão
d e vir a b a i x o e v o c ê vai começar a ver o que está lá
dentro e o

254
INNERWORK

O princípio em ação, aqui, é o da emerg cz c m /afzlz/c .Você


fica zinvestindo energia, transferindo-a d a consciência
para esse
nó górdio se desfaz; a muralha aparentemente inexpugnável
complexo interior, até que, Ênalmente, ele tem d e se
cai
romper.
CaminhamosO pela cidadela antes cercada e descobrimos
qual de (5smesmos vive lá e por que nos declarou
por terra.
guerra.O complexo, afinal, se torna acessível à
consciência.
vêm mesmo espantosamenterápido, mas lembremo-nosde
n
que
isolada Umabsolutament
pré-requisitopara esse processo
impermeáveis miraculoso
à consciência, talveé
parte e
s, z
Na velha história bíblica, Deu instruiu Josué a
que não
em volta daresultados
marchar
esperamos muralha por sete dias completos.
instantâneos.Algumas Sete
vezes os
simboliza um
resultados
para uma completaevolução de consciência.A experiência
de
estamos
que seja lidando
o tempoc o mnecessário
partes nossas
para que
você estavam
ter acesso à
completamente
genuína
sete semanas, sete meses ou sete
durante anos. Temos d e sperseverar e dare tempo a esse
anos.Uma coisa é ce você começar, fize diariamente
ta: e s r
solução.
processo. Você não deve sofrer passivamente, pois
pode fazer
começar a caminhar. Miraculosamente, tudo que você tem a
fazer
ciclo completo do tempo interior, o tempo interior
necessário
se, não interessa quão fraco ou incompetentevocê seja
diante
Jericó
então precisará d e sete w#/dczdes temoresde tempo --
as muralhas
caem.
qualquer
Tenho visto pessoas começarem esta técnica altamente
consciência d e sua Jericó. Exteriormente, p o d e m ser sete
dias,
em três
ou
r
sua marcha ao redor da muralha, no final v o c ê
encontrará a
alguma coisa.:P: o d e recrutar a ajuda d e suas forças
interiores e
é caminhar. V o c ê apenas tem d e investir energia, fazer o
ritual e
os resultados virão, não interessa quão estúpido v o c ê
possa sentis-

desse complexo interior. Vk)cê cami n ha, c a m i n h a e cami n ha,


e

Geralmente isso acontece mais c e d o do que se


espera.
concentrada c o m heróica coragem, determinadas a lutar
por vinte anos, se necessário, para superar o problema
insolúvel, e o v ê e m
resolvido apenas quatro dias d e esforço
intensos 255
ROBERTA. J O H N S O N

Entretanto, outras Jericós p o de m ser mais difíceis. São


aquelas encravadas nos lugares mais profundos do
São, em certo sentido, "problemas da vida'' que ülcam
inconsciente.
por
conoscomuitos a os e são, a verd de, ece sári s para nos
n a n s o
ocrescimento. Fazem-nos sofrer, mas nos dão maturidade
s n
e
individualidade e m troca.
Para esses "problemas d a vida", cercar a muralha d e Jericó
é
u m a receita acertada. Se v o c ê personiÊcar a coisa que mais o
aflige terminam sendo a fonte de nossa
feridas
na v i d a e âzer dela sua "Jericó", e caminhar à volta dessa
cura.
Jericó na
Imaginação Ativa, v o c ê vai transformar o problema e m u m a
fonte
d e consciência e crescimento. V o c ê vai aprender que alguns d e
nossos problemas e obstáculos são nossos amigos mais
vividas de nós verdadeiros -- nossas
mesmos.

Vivendo a vde
O ego tende a classificar i d a"ruim"
anão ávida
qualquer coisa
que não
dentroU mde dos usos
nós que nosmais elevados
incomodam. Masd aseImaginaçãoAtavaé
conseguirmos
o
escapar que
visa.encontrar um nível no qual possamos vivenciar as
partes não
Todos nós somos u ma mistura d e arquétipos,
de anos suficiente,
energias e em nossa vida humana, para
potencialidades.
experimentar Algumas das possibilidades dentro d e nós
possíveis, que estão potencialmentecontidos dentro
nunca
de nós.
são viver)dadas porque p a r e c e m "ruins'' ou
inferiores para nós.
compreende e, naturalmente, evitamos olhar para as
coisas
dos preconceitos d e nosso ego, ülcaremossurpresos e m
descobrir
que algurpas destas características não vivenciadas, ou
reprimidas,
terminam sendo as forças mais admiráveis que temos.
Provavelmente, a razão principal d e nós todos termos
tantas
''vidas não vivenciadas" é que simplesmente não temos o
número

todas as personalidades, talentos, ocupações e


relacionamentos
E m algum ponto ao longo do caminho, todos temos
d e fazer opções. U m h o m e m pode sentir que tem as
qualidades essenciais
25Ó
INNERWORK

de um grande pianista, mas ele também tem talento


negócios e logo se descobre subindo os degraus do
para os
sucesso na
efirma.em
sustentando uma família.
que trabalha, No entanto,
organizandoa v i d a oe artista
m tornoque
dos
está nele
negócios
vivenciar externamente.
v i v e c o m o u m a potencialidade que ele não tem tempo
para
perceber que alguma parte de si sempre desejou ficar
comD aasm e s m a forma, u m a mulher que escolheu ser u m a
de si mesma que nos
personalidade poderia ter escolhido
negócios a vida um
pode acordar religiosa,
dia, anosa
vida de
Por meio da Imaginação Ati a podemos ir a depois, essas e
partes
crianças e ser u m a dona-de-casa.Ou ela pode descobrir u m a
parte
até mais do que se as tivéssemosvivido
u m a freira ou um a v i d a reclusa d e meditação.
externamente.Parece v
não vivenciadasisso
externamente, d e nós mesmos
poder e experimenta-las
ser bom, desde que seja duma e
,
forma
significativa.É
mais possível
intensamente viver grande parte d a v i d a e m um
e produzir
nível Nem dez vidasmaior
a mais seriam suficientes para que
simbólico
nos e, e m geral, isso satisfaz essas partes não
vivenciadas,
que temos.
Deus e aMasnatureza
se ignorarmos essas possibilidades
não se preocupam não
c o m a maneira
vivenciada
como , elas podem "azedar" dentro de nós. Podem
vivenciamos essas potencialidadesdentro d e nós. Se as
vivermos
nos podemos amargurar e culpar a má sorte, ou as
outras
experiência
ou
consciente. Se as vivenciamos interiormente, ao
nível
dfamosos.
a experiência simbólica, e m geral podemos ir mais fundo,
viver
conscientização.
casássemos c o m todas as pessoas que amamos,
seguíssemos todas as profissões e atividades que
apreciamos, ou
vivenciássemos por inteiro todas as personalidades
escondidas
s
reivindicar seus direitos d e formas não adequadas.
Podemos cair naquela nostalgia d a ''vida inteira que
poderia ter sido". O u

pessoas, por nos negarem a c h a n c e d e sermos heróicos,


ricos
Qualquer que seja essa outra vida, v o c ê ainda pode
vivê-la,
se consentir e m fazer isso c o m o u ma experiência
interior. E m 257
ROBERTA. J O H N S O N

sonho ou imaginação você pode ir até essa vida não vivida,


descobrir c o m o se sentia se tivesse seguido aquele
pode
c ami nh o ao invés deste que escolheu. Pode experimentar
tanto oo positiv
como na Imaginação Ativa Muito provavelmente,
lado negativo
o, .
descobrirá que não teria sido tão mais maravilhosa
a do
que a v i d a
que tem vivido.
vivenciadas Porém,
de alguma é importante
forma consciente que v o c ê
experimente,
Conheço um homem que.tem uma vocação religiosa
pois muito
todas as energias fundamentaisdo seu self
precisam
leva serreclusa,
vida seu dias em oração contemplaçã
uma passa s , o
forte. Apesar d e nunca ter se tornado um sacerdote d a
igreja ele
quem recorrem quando precisam da sabedoria do mundo
vive, para
interior. todos os efeitos, c o m o um monge. Continua
solteiro e
e meditação,
ele em uma no Isso
cidadezinha. mundo interior.
por A o ém e s m o tempo,
si só não
desempenha um a função muito importante entre sua
surpreendente,
enorme família d e origem
latina: ele lhes transmite a presença religiosa e é o
conselheiro a
pai. Ele amava a esposa brigava com ela, tomava conta das
Há uns anos, u m a coisa surpreendente aconteceu a
crianças
sacolas esseimensas de alimentos, nas costas, para
halimentar
o m e m . Ele sonhou, u m a noite, que vivia na ltália.
a prole
pai passa,
Tinha quando vive esposa
u m a voluptuosa com uma mulher
italiana e cria
e um os d e
punhado
crianças viv e nd o c o m
filhos junto
um só arco, e e conseguiu resumir vinte anos de vida
porém Durante
o m e s m o dia
familiarl essecontinuou
sonho homem eranaumnoite
solteirão
seguinte, dia
após dia,
quieto,
semana após semana, por muitos meses.
Todas as noites ele voltava, e m sonho, para o m e s m o
vilarejo,
para a esposa e a família e vivia u ma ü d a completa d e
,
marido e e trabalhava duro para sustenta-las. la trabalhar
e trazia para casa

faminta. Passou por todas as alegrias e pesares pelos


quais um

l
c o m ela, Isso continuou, noite após noite, por quase
um ano. E m
aposentado, que vivia na Califórnia. Durante a noite, ele
vivia e m sua c i d a d e z i n h a italiana, falava italiano, d a v a
palmadas nos ílilhos,
lutava c o m as contas, cuidava do jardim, fazia amor c o m a
esposa,
discutia c o m ela, brigava c o m os vizinhos, ia à missa c o m a
família, 258
INNERWORK

levava-osa t)assear. Acordava a c a d a m a n h ã exausto c o m


essa
todas atividades de homem de família
s s
cada noite
Esse ph o ra
m e mverficou
os acostumado
alhos e terà uma
sua nova
v i d a aventura.
d e pai,
de repente, sua vida no vilarejo italiano chegou ao
esperando
Então,
com este a
sonho:
ülm, u m a noite,

''Estou trabalhando duro,. outra v e z , para sustentar


m i nremotos
tempos ha e que terminara por
família. Estou limpando
'Vou trabalhando o cascalho
e descubro; d e sob
esmagada um aasestrutura
pedras,
ruir"
antiga, um a casa ou u m a muralha antiga que desmoronou
uma depois d e muitos
séculos. Era u ma velha estrutura d e pedra e argila,
datada d e
família e meu
roseira muito velha. Por muitos anos foi e s m a g a d a pelas
vilarejo"
pedras
que tombaram,
jardim e parece
é um quadrado perfeitomorta, petrificada
no pátio, mesmo.
cercado pelosD e
alguma de
muros
forma, seu que essa é a rosa antiga que já crescia nessa
filhos, iem de mim e dizem que sou um .novo Dom
terra
antes m e s m o d e o vilarejo aparecer. Ela traz consigo a
Quixote
força d a
vinsisto planta- d e v i d a e continuidade das gerações para
i d a e a promessa
memi n h a la''
Itigar, envolvo-acom terra e a rego. Parece que o
tempo''Sinto,
vai d e alguma forma, que não está morta, mas que
de nossos
ainda olhos. Brotam folhas verdes e surge uma
rosa Tomo-a;*com reverência, e a levo para o m e u jardim.
vive.
Meu
empo em que o homem vivenciou sua vida não vivida no
m i n h a casa, e m estilo mourisco. Escolhi um lugar para .a
roseira
b e m no centro do jardim. Todo mundo, até m i n h a esposa e
r
meus

visionário. D i z e m que a rosa não pode estar viva, depois d e


séculos
e s m a g a d a pelo cascalho. M a s eu estou certo d e que está
viva e

"Cuidadosamente preparo o solo, coloco a roseira


no seu

passando e então vejo que a roseira está voltando à


vida, diante

vermelha, e m toda sua perfeição.''


esse E o clusão a o que
t
sta c n magní.nc nos diz estava em jogo
todo
ROBERTA. J O H N S O N

vilarejo italiano.Era o seH a totalidadedo seu ser. A


rosa é um
tanto
grande com a Virgem
símbolo Santaarquetípico
do self como com eCristo. O seZFéa
é associada, rosa
na igreja
antiga
latina,
primordial que esse homem fez Horescer em sua alma,
no lugarejo antigo, vivenciando o papel
vivendo . antigo do homem de
que .Horesceno
Como você vê,centro d e nossa
esse homem t nhavida. Foienergias
duas essa unidade
interior
forte mufluind dentr de si Uma, su ânsi de se um
família.
s o unindoo assim todas
. as a a dispersas
r si
dessa vida. Ele vivenciava um i
lado da sua natureza durante
mesmo
o dia, ito partes de
terra sonhos A no seu sonho, ve dizer- he
.
que sua vida noturna eremita,
devotado .
dos rosa,como
à contemplaçãode
homem
último de família
o
Deus. A outra,
se havia
a d e ser um
hrevelado
a oconsciência
m e m vigoroso,
mais de e evada.
sangue quente, c o m esposa, filhos e as
lutas próprias

vivia t a m b é m plenamenteo o o lado, à


i
acordado, e utr
noite na
l
de pacientes à espera, uma casa agradável, bons
, De
amigos.
Entretanto, em algum ponto ao longo do caminho,
l
uma
c o m o outra forma de contemplaçãode Deus, outro cami n h o
para A vivê ncia d e vidas não vividas pode ser feita
plenamente,
perfeitamente, através d a Imaginação Atava.
cerveja e fumavam marijuana e, até onde eu conseguia ver,
nunca Certa v e z morei numa casa sobre um rochedo
dominando o mar, c o m u m a escada que descia até a praia.
coisa
Eu colocava terno
!
e gravata toda m a n h ã, p e g a v a o carro e ia para m e u
escritório e m
San Diego. Tinha u ma posição d e responsabilidade--
u ma lista
mpletame s a t i s e i t -- me s assim

estar co nte f o pelo no


pe sava.
via
n
fantasia começou a insinuar-se e m m i n h a mente, vinda
das
fronteiras d a m i n h a consciência. Eu ülcava do lado d e fora d a
minha
casa olhando a farra d a turma do surte: sujeitos que
passavam o
dia todo na praia, c o m suas pranchas d e surte, e m e t a d e
d a noite
sentados e m volta d e fogueiras c o m as ''garotas do
surte". B e b i a m
colocavam um terno e gravata e nunca trabalhavam, nunca
tinham
d e se preocupar c o m o pagamentodas contas ou
qualquer outra l
2Ó0
INNERWORK
revel Uma fantasia, d e repente, assaltou m i n h a cabe ça, à
i vinda do inconsciente: "Se eu cometesse alguma
a.
minha
do meu sfafzls profissional como psicólogo e
imprudência
tornar-me umna m i n h a procissão, poderia ser expulso d a
na praia, lá embaixo, todos os
igreja,
dias. Afaste a fantasia da minha mente: parecia estúpida
v ag a b udiferentes
versões n do feliz, dela
irresponsável,
continuavamtalvoltando
c o m o esses garotões
à m nha
Até
mente.que, finalmente, aceitei que alguma parte do
i
meu
que vejo demais -- e, claro, desregrada-- para ser
tomou duas formas: às vezes era o diá ogo com o "garotão
da
i
levada
em volta do fogo, de suas festas, seua surte,
sério. seu
Mas,
banho de
divertir-
inconsciente estava tentando ser reconhecida e
se
assumi,
s l
então,assim:
a fantasia c o m o parte d a minha Imaginação Atava,
que
foi você quem fez isso. Você dá
praia'' dentro d e m i m e, às vezes, eu 2lalá na praia
perambular palestras, é
tem uma casa bonita sobre os rochedos
c o m essa turma ddae rapazes e garotas, participar d e suas
rodas

mar,
seus dias embaixo,
ensolarados sem , n atodos
na prai d a paraosfazer a não
ias.
O. diálogo o "garotão da praia" interior foi
ser m e n o bronzeados, levam uma vida completamente
c m meu
mais ou
Ga'Fotão d a .>?'ai,a. Veja, v o c ê v i v e u m a v i d a d e terno-e-
gravata: respeitado, conseguiu g a n h a r
dinheiro. V o c ê

praia. M a s v o c ê não é tão feliz quanto


eul
Robert. B e m , pode ser.
Ga?'otão d a Agora olhe todos aqueles caras e
.>1"aia. garotas, lá
a
Secretamente, você os inveja. Eles
d
são
sensual, üsica e não têm d e equilibrar
nenhum
orçamento. Eles são felizes. .E/es são
pessoas realmente /e/izesl
261
ROBERTA.JOHNSON

Nesse ponto, m e u respeitável mundo, c o m seu


nicho
proâssional, e m e u terno e gravata começaram a cair
e m minha
estima. E o diálogo continuou -- foi piorando:
e esqueça-sé de seus pagamentos de
Ga'Fotão d a {)raia. Agora, veja, tome u m a b o a dose d e
casa e pode descer e tiver na praia
marijuana
conosco e
hipotecas. V o c ê podecomo
e vou te mostrar ser ganhar
expulsodinheiro
d e sua
bela
com
ser feliz. Poderá ficar f aze ndo o que
quiser toda a noite na praia e viver às
custas das pessoas,
retruc
ar drogas; v o c ê pode ser feliz c o m o nósl

V o c ê percebe por quê geralmente não queremos


encarar
essas possibilidadesem nós mesmosl Nesse ponto,
comecei a
conseguem uma verdadeira evolução da
Robe'r t. Mas
a s pessoas
eu gostoquando
d a m i ndespertam paraoo
h a casa sobre
rochedo. mundo
Gosto
parecerdos hóspedes
enfadonha, àsque recebo.
vezes, é umaEles
acordam
forma
pela ma n h ã, o u v e m o rebentar das ondas e
isso
épacientes? Nãoquero
bonito. Não estáabandonar
enjoado eisso.
cansado
Gosto
da do
ma e u trabalho: adoro ver o que acontece
cso m
as pessoas que levam a análise a
sério e
consciência. Gosto d e ver a emoção que
sentem

interior. Portanto, apesar d e m i n h a


vivenciar elevado,
procissão
algo muito
b .
de
muito onito

Ga?"otão da praia. M a s v o c ê não está enjoado e cansado


dos
responsabilidade? Não está cansado d e
ouvir
queixas das pessoas?

b ;eqip#v:liwlw «-'#.f pp
INNERWORK
Robert: Algumas vezes, sim. M a s nisso há
também
algo real e valioso que eu não d e v o
destruir. E
gosto dum
ajudar e gan h a r emum4
amigo v i d a honesta.
dificuldade, ou
Gosto d e
apenas
os di s sobre de onde virá minha
ter algum dinheiro no banco, d e ser
próxima
capaz d e
ter de viver à custa dos outros ou
saber que não tenho d e m e preocupar
mendigar
a
todos
refeição. Quero ser auto-
suÊlcienteN.
em um nível primitivo dentro da minha alma: de ão
um quero
lado, o m i n h a c ouma
m i d avida
ou dentro
um tetode sobre
segurança, construindo uma m i n h a
comunidade cabeça.

Suponho que o historiadorToynbee diria que os dois


ograndes arquétipos d a Europa ocidental estão aqui, mais
u m a vEu
e z , tinha
lutando
tocado alguma coisa bem no fundo de m m
u
mesmo.
proprietário estabelecido, fincando suas raízes,
me
procontorc
curando . Estava apavorado. Sentia que realmen e
era capaz
estável; do outro lado, o n â m a d e , perambulando pelas
praias em
entra d e contato com uma parte real de você mesmo, você
sente Solana B e a c h , na Califórnia, e m v e z das estepes d a
Mongólia, mas, e m todo caso, vagueando, morando no
lugar onde a c e n d e
sua fogueira,
que, de outrorecusando-se a ficamp- reso
modo, nem ousaríamos; a um lugar,
podemos a um
confront
rserviço
co sas que, de outra forma, seriam
a alguma responsabilidade.
fatais.
Uma parte d e m i m queria algo mais que esse mundo de
terno e i
gravata. E suei n presença deste garotão d a
i
prai interior, eu
u a
t
d e ma e tornar o "vagabundo" que secretamente queria será
E assim
que acontece c o m a verdadeira Imaginação Atava. Quando
você
iss
o c o m o u m a a m e a ç a , um desato. Seus joelhos bamboleiam.
V o c ê sua e treme. M a s estamos seguros, pois fazemos
doicontrolado laboratório d a Imaginação
tudo isso dentro
Atava. Podemos arriscar o
a
O resultado .anal dessa Imaginação Atava foi que ülz as
pazes
c o m o. m e u lado d e "garotão desocupado". Não tive d e
cometer
ROBERTA. J O H N S O N

um crime e ser expulso d a sociedade respeitável. Não


tive d e insultar o ''sistema", hipotecar m i n h a casa ou
alienar meus amigos. Mas, realmente, precisei ver que existia
u m a ''vida'' não v iv e n ci ada
escondida dentro d e mim, esperando ser v iv e n ci ad a em czZgwm
Imaginação Atava. Mas, desde
/wgcza7."pro.pr/cêdOo. então,''nível
primeiro descobriapropriado"
outros n foi
vêmí misturar-se
veis que à minha vida física exterior. Aprendi
que
oalgunso da
nível dias para ir até a cabana de um amigo no dese
Borrego.
to de Gosto de vaguear sob o sol, entre cactos e
''garotão praia" dentro m i m ülcavamuito feliz se
coiotes, e
o eria jamais encontrar entre nâmades de
praia.da de
eu tirava
um mundo, lá, que é físico, feito de sol, paisagens e
r
sentimento
sons, e do de l gação tribal com o povo que amo: é uma
versão
m e entrar num reino dionisíaco mais verdadeiro e mais
feliz doSe você for até seu "garotão vad o" ou seu
Atava.
que p d
interio de
vagabundo
É esse m e s mchance de
o aspect descobrir
o dionisíaco, sensual, n â m a d e ,
r r á,
de
terminarão po se trans ormar em
m i m , que prazerosamente alimento quando vou à Índia. Vivo
peregrinações.
em
i
mais evoluída, mais completa, d a potencialidade que
toquei
n o f Senhorao de
de Nossa "garGuadalupe,
tã praia", anos
a manifestaçãoda á Virgem
pela
Santa i
Imaginação
se
quaa dtomar como umao alegoria,
ui até o da verá que traz
a t r uma
s,
mensagem
ea ele a viver, eventualmente,
num convento.
que este vadi o O é convento eraum
realmente muito pequeno e pobre e
sw#.yczsilM,umhomem
santo
talvez
disfarçado mendig n E as perambulações
r f
em o erra te.
n mades

A naulher d a linapeza e Nossa Senhora d e Guadalupe


A propósito d e viver a v i d a não vivida, contarei aqui u m a
lenda que nos .vem do México. E a história d e um a das
aparições

.mais reverenciada no México. V o c ê pode acha-laapócrifa


mas,
simbólica. Ei-la:
Muitos anos atrás, u m a j o v e m tornou-se freira e
foi viver
,
as regras não fossem suficientetnenterigorosas. De
alguma 264
INNERWORK
forma; um belo rapaz conseguiu ficar rodeando o portão,
além
durante as vésperas,
das grades, elaa acompanhava
para chamar atenção d a as orações
jovem. N a quando
tarde
olhou
seguinte,
conseguia
pela grade e lá estava ele outra v e z , olhando-acom um
misto d e
.
desejo eseus cabelos,
adoração. Ela seus
parou olhos.
d e rezar.NoTentava
dia seguinte,
rezar, mas
não
,
meia-noite. Virei encontra-
la.' Ela não pôd
Depois resistir.
disso, Apesar de pensar
não conseguia todo o seu senso
senão no de
rosto pecado,
jovem: seu
estrategicamente, embora d e forma acidental, ela passou
pelo Por algum tempo ela viveu num paraíso de romance,
portãoamore ele deslizou um bilhete para ela: "Esteja na sua
amante à era simp tico, charmoso, apaixonado, porém,
janela
e
d e todo
mais o horror
m serável que tinha
e solitária. pelo morreu,
A criança que estava fazendo,
ela ülcou
doente, e d e todo o seu terror pela ira d e Deus, ela estava
completamente apaixonada,
Depois de anos, doente e e
fascinada. Assim, esperou na janela e desceusentindo
nvelhecida, a
pela escada,
aproximar,
morte ela
fugindo s decidiu que o que mais queria era, de
alguma
para o mundo proibido.
pecados naquele amado convento. Mas como? Ela nunca
e sensualidade. Mas o sonho se transformou e m
poderia
-lhe para trabalhar
á na
limpeza.
pesadelo.
ninguém no Seu
con ento a reconheceu. Todos os d as,
esfregava o irresponsável. Ele não a sustentava. Engravidou-
a. Finalmente, a
abandonou. Á m e d i d a que os anos passavam, sua v i d a se
tornava
acabou por entregar,se à prostituição. Sentia saudades dos
i
seus
dias candura no convento, a que perdera para sempre.

de vida
e
forma, passar os últimos e indignos dias d e sua v i d a
cheia d e
dizer quem eramFinalmenteum dia, foi até a madre
superiora e
pediu
Ela estava tão destruída pelo tempo e pela
doença que

ch e da uma isa:
v i
ãor das celas capela. Estava surpresa c o m co

po
alguma estranha razão, n en huma Ê'eira nova h a v i a ocupado sua
cela.
Ela estava exatamente c o m o a deixara, anos antes. Por quê?
-- ela se perguntava.Mas tinha m e d o d e perguntar a alguém
mais.
ROBERTA. J O H N S O N

Depois d e muitos dias nesse trabalho duro que para


ela era
e mpensando
u no que
a penitência, sobrara
estava de dsua
no chão vida, quando
a capela olhou
esfregando os
imagem
para a de Nossa Senhora de Guadalupe, com seu etéreo m
ladrilhos
nto
d a cor do céu à noite, salpicadode brilhantes estrelas.
formaa viva, descer do altar e ficar ao seu lado.
Ajoelhada, ela
Para seu espanto e terror, a i m a g e m ganhou vida. Ela viu
Então a Senhora fa ou: 'Você não sabe que tomei
a Virgem, na sua
seu lu
Todos os dias tomei seullugar no coro, todos os dias
tomei seuser castigada e amaldiçoada por toda a
esperava
eternidade.
gar
aqui no convento, todos esses anos, esperando pela sua
E assim fez
volta?ela.
lugar nas refeições e ülzsuas tarefas. Ni n g uém aqui, além
dou
e mmulher
i m , sabebemquesucedida,
v o c ê se marido
foi. V oou
c ê esposa,
nunca deixou d e ser
mãe ou
u m a freira e agora v o c ê vai recomeçar sua do ponto e m
pai, vida de nós,
um de nós tem muitas vidas esperando dentro
que lte,
esperando
v oSe
c ê avocê for uma
deixou. agora, pode
IÃo freira, e tome o seu lugar;
legitimamente ir eu o
guardei pelapara você.
Se tomai-mosesta lenda c o m o um símbolo, ela
expressa
um princípio naaravilhoso. Qualquer que seja a v i d a que
vivamos
cque você esteve
o m nossos fora.-- Deus
corpos compreende
sejamos essas h coisas
padre ou freira, omem de
negócios
secretamente, e viver em uma cidadezinha italianacom sua
esposa
proâssional d e terno e gravata ou trabalhador d e m a c a c ã o
-- c a d a
d e alguma forma serem vivenciadas e conscientemente
honradas.

Imaginação Atava ao mundo interior e lá viver todas


as
potencialidadesnão vivenciadas dentro d e você. Pode
descer a
escada, ver o que é esse mundo secular, e m todos os
aspectos, e
honra-los pelo que é. Não importa quantos ciclos d e
tempo interior
v o c ê possa ficar lá, a Virgem tomará o seu lugar no
assento do
coro. Quando voltar para sua cela ninguém, a não ser
Ela, saberá

perfeitamente. Se v o c ê íor um sacerdote e precisa sair,


interior e
e filhos, e passar por todas as alegrias,
tristezas e
responsabilidades dessa vida, isso está aberto para vo cê,
através
d a Imaginação Atava.
INNERWORK

Por outro lado, se você é uma dessas pessoas que


v i d a inteiramente
üve uma secular, casado, educando filhos ou preso
mundo dos negócios, pode ser que encontre um padre
no
ou uma
energiavique
freira ve ndtem sido escondida
o secretamente e postergada.
dentr o d e v ocê, uVocê
ma pode
ir a
importante
forma de vivenciar esse lado de sua alma. Se vive lá um
herói
esse ou
monastério interior, na Imaginação
uma rainha, você também encontrará essa Atava,
parte edeencontrar
si
uma
mesmo e
Ativa
u m a heroína que precisa ir a um reino d a Renascença
e.lutar por
escondida no fundo. Não importa o qu você tenha feito,
essa terra mítica onde ela precisa viver um pouco, na
não
mai s
Imaginação
Não importa quem sejamos, as vidas do nosso e g o
são
sistemas parciais, c o m um a vasta reserva de v i d a não
O terceiro nível Imaginação Atava é muit e emelhante
ao
v i veque é achamado de visões. E difícil falar
n ci ad
da o sobre este
nível. Se importa onde tenha estado ou o que já tenha
vivido; há sempre
l
para descrevê-lo, ficamos confusos com nossas
suposições
A experiência visionária é uma erupção daquilo que
Captação d a dimensão espiritual
os
muit psicológicos an o perderemos
.
Ela vê, por umo breve tempo, um e lampejo
formos alític das unidade
s
verdadeira
Quando essas expe iência acontecem, sempre têm um
opoder
verdadeiro
e signiÊcado deste tipo d e experiência. Mas, quando
usamos
a linguagem poética e religiosa, d a qual realmente
precisamos

correntes acerca d e ''visões" e experiênciaspsíquicas.


místicos medievais c h a m a v a m "a visão unitiva d a
consciência"
U m a i m a g e m ou um conjuntode eventosapoderar-sede
uma
pessoa, através d a faculdade imaginativa, c o m tal poder
que ela
realmente o h e c e experimenta a n

f
c n e verdadeira u idade do
,
d ae l
s beleza e do signo.ficadoda vida.
u
r s
impacto poderoso. Depois de m dia ou um pouco mais,

talvez
2Ó7
ROBERTA. J O H N S O N

se perca a intensidadeda revelação,talvez se volte a


brigar com
outros e a dse
e alguma
prenderforma, a m e m ó rpequenas
nas coisas i a dessas da
experiências
vida. No
entanto ,
em atitudesatua
visionárias inconscientes, em um nível bastante profundo.
Cedo j
co hecimento do sentido como amais havia
ou tarde,
existid . trará um sentido de fé que não existia antes,
n o
um
estará sujeito a forjar uma experiência
enaltecimento
Tais experiências
"espiritual" dopara
ego. Ou nãoentão
d e v e você
m serpode
procuradas
ser arrastado
assiduamente:
para uma se v o c ê considerar isso c o m o algo a ser
perseguido c o m o realização,
representam
. E melhor apenas fazer seu humilde trabalho
Quando
forma d ev ocultismo
cê tiver trabalha
interior o o suficiente,
que o afasta inves idoe o leva
d a conscientização
aenergia
esses
tipos d e experiência apenas pela sensação ou pela
n ov i d a d e que
Mas, uma vez que essa experiênciaàs vezes se apodera
de o
su icie te ciente
es ar capazte,de dlidar
ie cserscie se comr apr
ela, priada,
se a
acontecer.
a
experiê ci
f n no n on n fo o
.
t
visionária virá sem convite. Se não vier, significa que v o c ê
humana,
não a an criação de Deus revelada como uma corrente
eterna
necessita. Isso não é competição pelas mais altas
Imaginação Atava irrompe no nível da consciência e produz
''honrarias''
uma
representação de algo transcendente e
pessoas quemeus
U m de desenvolvem
pacientes regularmente um por
estava dirigindo trabalho
uma auto-
eterno.
interior, é
bom t
A verdadeira forma deste nível d e Imaginação Atava

acontece
quando menos se espera. E possível v o c ê estar descendo
por
u m a rua c o m u m e d e repenteachar que a rua, os
edifíciose as
pessoas à volta foram transformados e m u m a visão
espontânea.
N a sua visão, v o c ê pode estar v e n d o a "rua d a vida", toda
a raça
d e vida. As calçadas e os edi.ócios não m u d a m fisicamente,
mas a

visão que incorpora a vizinhança física, transformando-


anuma

estrada, d e m a n h ã cedinho, no seu trajeto para o


trabalho, c o m o sol d a m a n h ã surgindo no lado
oriental do céu. D e repente, foi
tomado por u m a dessas experiências. O Sol se tornou
u m a roda
luminosa, c o m os raios se espalhando e d a n d o nascimento
a um a
INNERWORK

m i r íade d e formas d e v i d a e d e atividades e interesses


humanos. Sua atenção estava tão presa à roda solar
olhos, que ele teve de encostar o ecarro e parar,
m frente até
dos seus
que a
mundo físico.
Imaginação Ao acabasse
Atava olhar pae aele o disco solar,
pudesse voltareleoutra v e z
diferentes
percebeu que elementos
os de sua vida e que todo o emaranhado
r
da
para o

v i d a à sua volta e m a n a v a m d e u m a m e s m a fonte, dela


saindo e para ela voltando. Nesse momento ele pede
ver que h a v i a só
unidade e que só podia haver unidade e m todas as coisas.
Se v o c ê d í z essas coisas, elas po d e m soar c o m o
banalidades
semEsta signi=6cado,mero sentimentalismo,
é, talvez, a essência clichês.
do signiâcado M a s quando
dessas
u m aexperiências
tal ve rd ad e surge espontaneamente das profundezas do
é a forma de a.pre2zdeaz pari/r da .pzó.P a inconsciente,
quando alguém a percebe c o m o u m a i m a g e m produzida a
ex»ezÍêmczalcqzuelas
uma pessoa
partir para
d e dentro, outra por
é possível sentirpalavras, mas Jásónão se
essa verdade.
precisa ouvi-la dos
podem ser
ooutros,
inconsciente coletivo.
n e m tentar Nessepara
prova-la sentido,
ninguém.só podemos
D e um momento
para o
aprender o
outro, v o c ê passa a saber por experiência própria.
ninguémpodia
visionárias, e é,dar a fé parao ocoração
realmente, outro. Ele quis
d a pr(5pria dizer
Imaginação
ma s que
que, porensine, por mais.belos que sejam os
aforismos,
Atava: ou
pode comunicar a experiência que faz nascer a fé. Ex ste
um
verdades profundas d a vida, que não p o d e m ser
transferidas d e

genuinamente conhecidas através d a nossa própria conexão


como um acontecimento da imaginação interior mas como se
com
que já conhecemos no nível inconsciente.
Kierkegaard expressou este princípio quando disse
que
i
por mais racionais que sejam os argumentos, palavra
i
alguma
tipo d e conhecimento e um tipo d e f é que apenas v ê m d a
experiência
Precisamos olhar profundamentedentro d e nós mesmos
para os
encontrar, pois não p o d e m ser vivenciados e m segunda mão, a
partir
d e outras pessoas. C a d a pessoa d e v e ir diretamenteà
fonte.
Equívocos po d e m surgir quando u m a visão é v iv e n ci a d a
não

fosse um evento físico acontecendofora, num mundo físico.


Essa
ROBERTA. J O H N S O N
foi a experiência geral dos seres humanos primitivos
e o
tradicional entendimento das "visões" nos séculos
elas, vindoAsde fora. Sent am as imagens como se elas
passados.
seres as
pess
fossem quase-físicos,que algum espírito o criatura
Na
exteriores.rea idade, a experiência vis onária e uma forma
i
de acreditavam
o u
mas se atornam tão intensas que são projetadas
paraemfora
acontecer
e âsicamente ''lá
fora"
aparecia
l i
experiência imaginativa, um outro jorrar d e
A outra forma de experiência üsionaria pode ser
imagens do
chamada
inconsciente. As imagens não só são projetadas na mente
interior
o v cê eit o Ativa r
dentro de você mesmo. Não há confusão, porque você não
c
tem
pare oDeppaisa d um
e oacontecimento
ter f o Imaginaçã po algum
olhando externo,
físico.U m exemplo disso seria a Imaginação Atava que tive
se v o c ê experimentar esse tipo d e visão, vai perceber
tempo,
sua com
similaridadecom
No a sua cônscio
entanto, eu estava ImaginaçãoAtiva
de que tudoe os seus sonhos,
estava
e vai
acontecendo
concluir que se trata d e u m a experiência d a Imaginação
Atava na
qual as imagens surgem d e u m a forma aparentemente
objetiva.
d e üsão .perceóda Zzfe i07"me#feI.h.i-se através d e u m a
experiência imaginativa igualmente vi vida e poderosa, mas
se esta ciente d e que ela está acontecendointeriormente,
no nível d a Imaginação.
Ciente d e que v o c ê a está v e n d o c o m os "olhos d a
mente", olhando

r
sentimento de "aparição", ou d e alucinação, c o m o se
estivesse
m e u leão interior, depois que ele m e apareceu e m
sonho. No
anal, os atos imaginativos se tornaram visionários pelo
seu poder.
dentro d e mim. M a s a proximidade,o sentidoda
.presençada
criatura e o poder d a i m a g e m eram tão fortes que mais
parecia
que o leão era um ser físico.

O homem-espírito sobre o Monte Santa Helena


Quero contar-lhes u ma experiência visionária pela
qual
passei, muitos anos atrás, quando ainda rapaz, muito antes
d e ter 270
INNER W O R K
x
qualquer
foi a visãocompreensão do eque
interior que igiusejam
minha essas experiências.
atenção, embora
tenha
Essa
surgido
noroesteinesperadamente, numa época e m que estava
ocupado
. Uma noi e acampei ao l do do Monte Santa H.e ena,
c o m alguma
onde tarefa mundana, muitos anos depois d e
deixar o
do acampamento, ao entardecer. Ainda hoje posso
lembrar-me t l
passei de
sombras muitos verões
cor cinza felizes na
e púrpura nasinfância, antesTive
montanhas. queumao
vulcão entrasse e m erupção. Eua estava acocorado, olhando
de para a fogueira
e parou
das exatamente
cores vividas do outro lado edo dfogo.
daquelanoite e c o mEu
o estava
me
apoiado em
emocionaram.A
cor laranja d a fogueira, o azul escuro do céu após o
entardecer,
Entã as meu o e
o, muito g r a n d e d e alegria, d e beleza, d e p a z e
sensação
como se fosse uma pequena mancha alaranjadano meio da
também
água
expectativa.
o em Usua
m rapaz,
correntemais ou menos ddea mforma
sangüínea, i n h a idade, veio fogo, e
que tinha
c a mi n ha n d o
não
meus
disse:calcanhares,
'Venha:. ouperto d a fogueira;
mostrar eleoestava
a ocê como mundo dfoi
e pé,
quieto, e
feito."
apenassmonos olhamossolar
o istema por se um tornaram
longo tempo. Eu estava
um remoto e
ainda e m
pequenin
u m a espécie d e êxtase c o m as cores do fogo. .
matéria --..para
odopiava espanto, fogo moveu-se
vagarosamente... rodopiavadeslocou-
tão
se para o L a d o do Espírito, e m direção ao fundo, e lá
ficou queimando,
meus olhos, concentrando, eduzindo seu volume,
d e cor azul-índigo. Depois o fogo voltou e continuou a
aglomerando
queimar
diante d e mim. O rapaz deu um passo para o m ei o dele.
Absorveu-
sangue, circulando nas veias. Ficamos assim por algum
tempo, e
eu olhava om espan o esse acontecimentos quando ent o
v v
ele c t s ã
Fomos para o éter, a u m a distância enorme, até que a
e me s
Terra
o
ponto. Ele m e mostrou u m a nebulosa girando e m
espiral. Uma
grande massa de matéria inerte, sem forma -- mais
r
energia que
vagarosamente c o m o se tivesse toda a eternidade para girar
e
fazer suas evoluções. Girava devagar e adquiria coesão,
r

diante de
- 271
ROBERTA. J O H N S O N

se até que a imensa nebulosa tiallsformou-seum


diamante imenso, multifacetado, coi-nsua própria fonte d e luz
diamante.
dentro, e m aUnma n d o luz e cor, imagens que ainda são vividas
para mim.
o Enquanto observávamos -- e o rapaz ia dirigindo meu
mantecomeçou a explodir a partir do seu pó o
dia l
olharNorte
-- e a
de maneira que havia uma circulação de luz que emanava do
topo
absorver aquele .buxo d e energia d e volta, através do seu
pólo Sul,

e era reabsorvida através d a base. Aquilo intensiÊcavaa


tocando
cor e a uma a outra, lançando centelhas de luz
emultiplicação
cor. das facetas d a luz que emanava. Então,
aconteceu o
que teria sido Êsicamente impossível: o diamante partiu-se
irreverentemente
ao m ei o "Iss é bonito mas par qu serve?
: c o m o o sistema ointeiro, continuassea a girar
e, ê ''
c o m o um
planeta,
as duas metades começaram a girar e m direções
opostas, ainda
nada. Naquele
Apenas observe!"
momento, Isso me efez
parado calar. lugar
m algum Observamos,
com o e
sentih o m e m -
em algo den o e brilhante como o diamante estavam
espírito, e m u ma distante região do espaço, fiz algo
gravados
que m e éfísicas do meu
células
embaraçoso
corpo. lembrar. Voltei-me, puxei sua m a n g a e
disse,
Eu estava pasmado c o m um acontecimento d a
O fogomaior
tornou a voltar para o fundo do Lago do
importância mas, sendo um americano prático, tinha d e
Espírito e lá
justiÊ.car
sem uma palavra e caminhou de volta para o crepúsculo, de
isso
onde encontrando u m a maneira d e usá-lo, algum senso
prático
nele. Novamente, puxei-o pela camisa e disse: ''Para quê
serve?'' O homem-espírito olhou-me aborrecido: ''Não
serve para
que as cores, a luz, a concentração d e volume e energia
s ,
inânitos,

para sempre na m i n h a m e m ó r i a e tinham quase


penetrado nas
Ele m e trouxe d e volta, então, e eu m e sentei
outra v e z
sobre os calcanhares, diante d a fogueira. Outra v e z ele
estava no
m ei o do fogo. Deu, então, um passo para trás e deixou
que o fogo
fluísse d e suas artérias d e volta à pequena fogueira sobre
o chão.

continuou queimando, para depois retornar. O j o v e m


voltou-se
viera. A visão terminou e m e encontrei d e volta no mundo
terreno,
físico, "normal:
2 72
INNERWORK

E muito difícil saber o que fazer c o m u m a visão assim.


que aA cresposta
ho está na própria experiência: não faça
nada com
ela. Não tente transforma-laem algo ''prático''ou
algo Alguma parte de nós quer perguntar: "Ma isso não
que faça
sentido para o ego. Apenas olhe, vivencie, esteja lá.
poderia
prática?" Não há necessidade
alguma de justificar as
ealizar alguma r alguma
experiências s
as faceta da vida fluem de volta a uma única
mudar coisa? R coisa? Te
realidade,
Elas
aplicarealmente nos mudam, formam nosso caráter em
níveis profundos. Elas determinam que espécie de
muito
pessoação
visionárias em nenhum nível prático. Entretanto, desde
s
que todas
trivialidade de no sa vida
humana. aprendemos afinal que elas têm seus efeitos
práticos e humanos.

sonho de Jacó, como um


d e z caminho para ir após
e vir,a entre
seremos e m cinco, ou vinte anos experiência,
oquando
.Céu e a
transmitem informações para o Inconsciente Colet
todo o seu poder foi atuando, abrindo o cami n h o d e
vo da à
volta
necessana
.superfície para entrar novamente e m nossa vida. Então este
poder
magnífico é transmutado e m pequenas coisas, no
comportamento
do dia-a-dia, nas atitudes, nas opções que d e v e m o s fazer,
na s
Jung acreditava que Deus precisava d e
representantes
humanos para auxiliar a encarnação d e sua criação. C o m o
Thomas
M a n n observa em/osé e senis/zmãos, Deus precisou d a escada,
no
Terra. As visões dos seres humanos constroem essa escada
e
idade. Ne huma pr além , az
i
human n "utilidade ática", desta se f

273
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mesmo. Trad.
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Completas, vo1. 9, parte 2.)
]Uemódas,so#/zosr,eWexãeTsr. ad. SllÃTA,D. F
d a 9'. ed.
Rio d e Janeiro, N o v a Fronteira, 1987.360 p.
O ; c o m e me senissímóoZosT. rad. PINHO, M. L 6'.
ed. Rio d e Janeiro, N o v a Fronteira, 1987,316 p.
SANFORD, J. A. Os .Pa cedros límuisíz;ejs: o masczéZjmo e o gemi?
zí/zo
de/zf o d e c a d c z z í m d e prós.Trad. G I R O L A , R. São
Paulo, Paulinas, 1986.170 p.
Robert Johnson já é um autor
A. brasileir
consagrado pelo público o por
ter explicado os conceitos d e psicologia
junguiana e m lingua- gem acessível na sua
bem-sucedida trilogia S;ze,

E /maxi/loção czf/z;a, já publicado c o m o


m woz# pela Editora Mercuryo, o autor
/m/zez
apresenta
métodos para que qualquer pessoa desv e n de
o
de
gran e n i g m a que é seu reino
fazer aflorar a sua cr atividade e
interior.
utilizar as
Compreenda as fantasias que co n du ze m a

sua imaginação, os onhos que trazem


s
respostas para seus problemas, as

i m a g e n s e mitos que capturam o seu


ll}l
interesse e dão encantamento à vida.

Ao penetrar no reino fantástico da


}ll!
ll

afaz;a, v o c ê terá meios simples


7hagí/zczção i
e eHlcientes d e
matrizes arquetípicas que
realmente f a z e m sentido para a sua
existência

ISBN: 85-7272...037-5

9 "788572"
720373 MERCURYO

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