I Introdução

Querido leitor, na lição anterior estudamos que em nós existe uma realidade
múltipla anteriormente não percebida: a Essência como chispa divina ou chispa
de consciência, o Ego, que representa todos nossos defeitos de tipo psicológico,
e a Personalidade, esse veículo que nos conecta ao mundo que nos rodeia.
Nesta nova lição, você verá que essa Essência pode ser aprimorada e
desenvolvida e pode ir tirando o terreno desses defeitos que não são mais
que agregados psicológicos (vícios, costumes, manias, maus hábitos, orgulho,
preguiças, ira, luxúria, etc.)
Necessitamos entender portanto o que é a consciência e por que nossa
consciência nem sempre está ativa guiando-nos, expressando-se em nós,
mas sim o Ego.

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 O O Que é a Consciência?
Aquilo que chamamos de consciência ordinária de vigília dorme profunda-
mente. Ela relaciona-se com os cinco sentidos e o cérebro. As pessoas creem
que estão despertas mas isso é falso, vivem no sono mais profundo. Portanto,
Consciência é Sabedoria, fundamento daquilo que em verdade é.
A consciência é a expressão de nossa essência.
Nossa consciência está dividida em duas partes: a primeira chamada
Consciência, e a segunda, Subconsciência.
O Subconsciente deveria ser Consciente, mas infelizmente vivemos de
maneira tão equivocada que, a maior parte de nós dorme profundamente.
O Subconsciente trabalha especialmente durante as horas de sono físico.
Se dito subconsciente despertasse e se tornasse todo Consciência, então é
claro que viveríamos durante as horas de sono totalmente despertos nas
dimensões superiores e no mundo tridimensional (este mundo físico), seríamos
conscientes das dimensões superiores do espaço.
A chamada Infraconsciência, Inconsciência, Subconsciência, etc., são
unicamente distintas formas ou zonas da consciência adormecida. A Inconsciência
resultou de nossa maneira equivocada de viver.

P Porque a consciência dorme?

Nós fomos dotados de uma Essência, mas devido à mecanicidade na
qual caímos e à medida que nasceu em nós o Ego ou o Eu Pluralizado, cada
“eu” absorveu uma parte da consciência. Isso é o que faz com que tenhamos
a Consciência adormecida e não sejamos donos de nós mesmos, pois o Eu
Psicológico maneja a mente e as emoções desde nosso país psicológico.
A Consciência, enquanto estiver engarrafada pelo Ego, não pode despertar.
Assim, podemos dizer que a humanidade atual tem a Consciência adormecida
e maneja uma proporção muito baixa de Consciência.
Temos confundido o intelecto com a Consciência. Uma pessoa pode chegar
a ser muito intelectual, mas isto não lhe garante que sua Consciência esteja
desperta. Sabe se relacionar muito bem com o mundo em que anda, mas está
muito mal relacionada com o mundo em que vive, ou seja, seu corpo físico, sua
mente e sua psique.
A humanidade vive com a Consciência adormecida. Trabalham sonhando.
Andam pela rua sonhando. Vivem e morrem sonhando.
Quando chegamos à conclusão de que todo mundo vive adormecido,
compreendemos a necessidade de Despertar. O protagonista dessa terrível

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realidade é o Ego. O ser humano, em relação a seu estado interior, é uma
multiplicidade psicológica, uma soma de Eus.

Identificação
C Causas do sono da consciência

A identificação se sucede quando depositamos atenção em algo e por fim

perdemos de vista o momento presente, nós mesmos e o lugar onde estamos.
As pessoas se identificam com os processos mecânicos da vida. Com todos os
problemas da vida diária, sejam estes de tipo econômico, político, social, religioso,
doméstico, laboral, etc. Também se identificam com as emoções negativas de
ciúmes, desespero, euforia, tristeza, melancolia, inveja, etc.

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 Fascinação
Fascinação é o falso brilho, o encanto, que nos faz sonhar, nos faz supor que
a nossa vida e a daquelas pessoas com quem nos relacionamos se desenvolvem
de tal ou qual forma de acordo com nossos interesses, divagações e fantasias
da mente.
As pessoas se fascinam com sua própria vida, com o mundo, com o ambiente,
com as possibilidades de chegar a ser ou ter, etc.
Fascinação é pensar que o futuro nos guarda viagens, posições políticas,
sociais, etc.
Tanto a fascinação quanto a identificação nos hipnotizam a Consciência e
por tal razão somos vítimas das circunstâncias, dos acontecimentos e, portanto,
da dor, do sofrimento, etc.
Estamos fascinados por todas as coisas da vida. Esquecemos de nós quando
nos fascinamos. O bêbado no bar está fascinado pelo álcool, o local, o prazer,
os amigos e as mulheres. A mulher vaidosa está fascinada ante o espelho
pelo encanto de si mesma. O rico avaro está fascinado pelo dinheiro e pelas
propriedades.O trabalhador honrado está fascinado, na fábrica, pelo duro
trabalho. O pai de família está fascinado por seus filhos, etc., tudo aquilo que
chamamos preocupação é fascinação.
Sonho
A fascinação conduz o ser humano ao sonho profundo da consciência.
Nesse estado, somos capazes de cometer qualquer tipo de erro. Alguns
parecem sonâmbulos, andam sonhando, pondo em perigo suas próprias
vidas. Sonhamos com tudo aquilo que lhes estressa e preocupa.

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 A A Recordação de Si
Ainda que pareça incrível, quando o estudante observa a si mesmo, não se
recorda de si, não sentem a si mesmos, não são conscientes de si mesmos.
Auto-observar-se, autoconhecer-se sem esquecer-se de si mesmo, é difícil,
mas urgente para lograr o Despertar da Consciência.
As pessoas ignoram que estão adormecidas.
Este esquecimento de si mesmo, isto de não recordar-se de si mesmo, é
realmente a causa de toda a ignorância humana.
Quando o homem compreende que não é consciente de si mesmo e que
pode recordar-se de si, está muito perto do despertar da Consciência.
A pessoa não é capaz de sentir sua própria mecanicidade, enquanto não se
auto-observa.
Todo homem desperto de verdade pode verificar por si mesmo, através da
experiência direta, os sonhos das pessoas, pode ver esses sonhos nas pessoas
pelas ruas, nos que trabalham em fábricas, nos que governam, em toda criatura.
Quem queira experimentar a realidade do que sucede nos mundos superiores
deve despertar a Consciência aqui e agora.
Não devemos nos identificar com as coisas porque assim é como caímos
na fascinação e no sonho da Consciência. A observação das coisas, eventos,
situações, sem identificação, nos permitirá conhecer os processos do Ego
(cobiça, do apego, da ambição, entre outros).

A A Revolução Integral
Com tristeza percebemos que os fracassos da humanidade sempre estão
ligados à Consciência adormecida.
O trabalho psicológico a fazer é intenso e profundo. Só assim é possível
erradicar de nossa psique todos os elementos indesejáveis, infra-humanos,
dentro dos quais se encontra aprisionada a Essência. Conforme a Consciência
vai despertando, o trabalho esotérico vai se fazendo cada vez mais lúcido e
contínuo.
Normalmente as pessoas possuem apenas uns 3% de Consciência desperta
e uns 97% de Consciência aprisionada no Ego (Subconsciência).
Quando se chega a possuir uns 4 ou 5% de Consciência livre, começam os
primeiros vislumbres de experiência direta do real. Distingua-se entre vislumbres
e plenitude total, que são diferentes.
Em todo caso, à medida que a Essência vai se liberando, conforme o Ego
dissolver-se, a capacidade para a investigação direta da vida e da morte nas
dimensões superiores irá também aumentando de forma progressiva e ordenada.
Viver em plena atenção, em plena auto-observação, alertas ao que pensamos,

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sentimos e fazemos é definitivo, há que deixar de sonhar, de viver fascinados,
identificados com todos os problemas.

P Prática: Chave de Sol (Sujeito, Objeto, Lugar)

O exercício da divisão da atenção em três partes nos permitirá evidenciar o
nível de Consciência adquirido. Este triplo jogo da atenção é um exercício com-
pleto para autodescobrir-nos e despertar consciência, trazendo-a para o mo-
mento presente imediatamente. Sempre dividindo a atenção em três partes:

Sujeito

Quem sou?
Nesse momento a pessoa deve sentir a si mesma

Obejto

O que estou fazendo?

A pessoa deve colocar sua atenção no que está fazendo.
Ex.: Se está andando na rua, que se concentre nisso, nada mais.

Lugar

Onde estou?
Observar o lugar onde nos encontramos. Tudo o que nos rodeia até os mais
ínfimos detalhes da cena.

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 C Conclusão
Querido leitor, queremos motivar-lhe a viver a filosofia da momentaneidade,
a perceber com a consciência o instante, para poder viver a vida de momento a
momento, sem identificar-se com seus acontecimentos.
Se necessita a prática diária da Chave de Sol, se é que de verdade queremos
conhecer a nós mesmo com a firme intenção de eliminar do nosso interior
todos os defeitos que tanto dano causam, não só a nós, mas também a nossos
semelhantes. A maravilhosa Chave Sol nos permitirá começar a despertar a
Consciência.
Nos permitirá despertar de momento a momento e perceber com a
Consciência o que estamos fazendo, pensando, sentindo, falando, como nos
movemos, onde estamos e quem somos.
Com a Chave Sol, começaremos a comprovar o que em realidade somos
e viveremos mais livres, não sendo vítimas das circunstâncias, sejam estas
agradáveis ou desagradáveis.
Portanto, querido leitor, lance-se à batalha, para poder conquistar a verda-
deira liberdade, que é a liberdade interior. É necessário deixar de sonhar, é
necessário Despertar a Consciência. O Despertar deve realizar-se em todo
momento, em todo lugar.

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 E Epílogo
Querido leitor, como vimos, ao desenvolver as virtudes da alma existe a
oportunidade incrível de expandir a Consciência, de adentrar a visão real das
coisas, ou seja, a visão objetiva do mundo, e sobretudo, de aprender a viver a
única coisa que existe, o agora.

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 Ciclo de Conferências

Primeira Câmara
As lições da Primeira Câmara vão nesta ordem e desenvolvimento:

01. O que é Gnosis

02. Personalidade, Essência e Ego
03. O Despertar da Consciência
04. O Eu Psicológico
05. Luz, Calor e Som
06. A Máquina Humana
07. O Mundo das Relações
08. O Caminho e a Vida
09. O Nível do Ser
10. O Decálogo
11. Educação Fundamental
12. A Árvore Genealógica das Religiões
13. Evolução, Involução e Revolução.
14. O Raio da Morte
15. Reencarnação, Retorno e Recorrência.
16. A Balança da Justiça
17. Os Quatro Caminhos
18. Diagrama Interno do Homem
19. Transformação da Energia
20. Os Elementais.
21. Os Quatro Estados de Consciência
22. A Iniciação