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Trabalho a ser apresentado no Fórum de debate em homenagem ao “ Dia do

Maçom ”, a ser apresentado na Augusta e Respeitável Loja Simbólica Justiça e


Caridade, nº 1152, Oriente de Muzambinho.

A ATUAÇÃO DA MAÇONARIA NA SOCIEDADE


SEM O ENVOLVIMENTO NA POLÍTICA
PARTIDÁRIA

Maçonaria é uma instituição de caráter também político,


quando a idéia política tem por escopo a nossa augusta trilogia. Guardiã das sagradas
tradições, porto seguro dos ideais superiores, timoneiro das arrancadas cívicas, esteve a
Maçonaria sempre presente na hora da angústia, da dor, do sofrimento e da revolta
contra, a injustiça e a opressão, seguindo, assim, a sua doutrina, cumprindo o que
determinam as Constituições, fiel aos ritos, palmilhando o caminho que lhe apontam os
conclaves maçônicos.

A luta para tornar mais feliz a humanidade, ou seja, pelo


bem comum é o que deve presidir as ações individuais e coletivas dos maçons, o que
torna a política seu instrumento indispensável na consecução desse objetivo. E,
historicamente, foi essa a vocação da Maçonaria desde sua introdução, no Brasil, em
fins do século XVIII, que ocultavam intelectuais desejosos de trabalhar num movimento
separatista de Portugal, inspirados nos princípios de liberdade que haviam incendiado a
França e promovido sua revolução famosa.

Dispensando aqui a crítica histórica, o fato é que até o


começo do século XX essa vocação ainda norteava os destinos da instituição, quando
cisões e política interna mudaram esse perfil. Acresça-se a isso os longos anos de
totalitarismo vividos na história da República, nos quais houve um imobilismo da
Ordem, que se restringiu a ações esporádicas, na defesa de seus princípios de liberdade.

Hoje, se realizarmos uma pesquisa entre nossos obreiros


sobre o perfil de nossa instituição, constataremos que diversas conotações serão obtidas
e uma minoria apenas se lembrará de nossa vocação política, porque esta vem sendo
tratada de maneira secundária, principalmente por irmãos zelosos, porém
desinformados, que confundem divulgação político-partidária com defesa de posições
políticas visando o Bem Comum e a Justiça Social. Por isso é inadiável começarmos a
praticar Maçonaria também fora de nossos Templos, sem falsos pruridos e tendo em
mente que nossa missão não terminou quando fizemos a Pátria livre, libertamos nossos
irmãos negros e proclamamos a República.

A Maçonaria não precisa da política para se promover


como instituição ou projetar seus membros, mas é a política que precisa da Maçonaria e
de seus obreiros polidos e de conduta reta porque esta, não permitindo qualquer tipo de
sectarismo entre suas colunas e espalhada por todo o Brasil com seus quinhentos mil
pedreiros livres, sob a égide extraordinária de seus princípios, muito tem ainda por fazer
por esta Pátria que está contaminada com políticos corruptos e sugerem leis para
beneficio próprio ou de uma minoria. E, sem falsa modéstia, sabemos que o dia em que
a sociedade adotar os princípios de nossa doutrina esta será, sem dúvida, mais justa e
perfeita.

Urge, portanto, retomar o poder de influência que se


dissolveu ao longo dos anos e levar à sociedade profana os princípios que norteiam a
vida dentro da sociedade maçônica. Transformar a Maçonaria em entidade filantrópica,
clube de serviço, grupo de estudos místicos e esotéricos, templo religioso ou grupo
social fraterno é desconhecer suas origens e particularizá-la em funções estanques, não
condizentes com suas raízes, pois Maçonaria é tudo isso e muito mais.

É benemerência, é prestadora de serviços à sociedade, é


escola de cultura esotérica e maçônica, é religiosa sem ser Religião, é social e fraterna,
mas é também política, porque com este instrumento atingirá muito mais amplamente
seus objetivos de construtora social.

E é com pesar que temos visto os maçons, eternos


perseguidores da Verdade enclausurarem-se em seus Templos; os vocacionados à
política calarem suas vozes ou, adormecidos, buscarem outros rumos; os potencialmente
líderes, amordaçados, afastarem-se das discussões dos problemas nacionais; os projetos,
os ideais superiores, o patriotismo, outrora articulado em nossos Templos, passarem a
fazer parte de um passado de uma instituição que sufocou suas gerações sucedâneas
numa improdutividade social condenável.

Defender a participação da Maçonaria nas grandes


decisões nacionais e para as quais a política é o caminho natural, é muito mais do que
praticar política partidária e por isso não pode ser confundida. A Maçonaria, enquanto
instituição, não corteja o poder, mas tem a grande missão de preparar seus obreiros para
que exerçam condignamente como cidadãos e como indivíduos formados ao abrigo da
Arte Real. E isso só se tornará possível se voltarmos às nossas origens e nossos
dirigentes se conscientizarem da importância de se proporcionar condições para a
politização dessa massa poderosa que é a comunidade maçônica brasileira. Concluindo,
diríamos ser obrigação do maçom a salutar prática de levar os princípios maçônicos
para dentro da política; exercer, se for sua opção de cidadão, a militância partidária;
participar, ao menos opinativamente, da vida da Nação. Em qualquer destas
modalidades de engajamento, o maçom estará contribuindo para o bem da sociedade,
para o qual jurou solenemente lutar no ato de sua iniciação.

Os extraordinários avanços tecnológicos, as grandes


mudanças sociais em curto espaço de tempo, o conhecimento que o Homem tem
logrado alcançar de si próprio, fazem-nos prever um começo de milênio alvissareiro,
mas que pede a organização e a preparação dos segmentos organizados da sociedade
para tal, para que não se atrasem na marcha da História. A Maçonaria, instituição
tradicional e de caráter universal, tem por dever, sem mexer na sua estrutura e sem "
modernismos ", acompanhar o mundo em suas transformações e em seu progresso. Ao
maçom, que é um patriota em essência e um elemento de alto espírito cívico, já que o
fundamento de sua moral é a solidariedade humana e o campo de sua atuação a
humanidade, e como formador de opinião, deve orientar os profanos de modo a
transferir ensinamentos capazes de discernir entre o certo e o errado.
Tornando seus obreiros mais aptos intelectual e
moralmente, conscientizando-os de sua missão social através do estudo de suas raízes
históricas e preparando-os para a discussão e análise dos grandes problemas nacionais a
Sublime Ordem estará criando mecanismos efetivos para que estes passem a lutar pela
melhoria da qualidade de vida da sociedade brasileira. Diz a sabedoria popular que "
muitos mourões juntos não fazem cerca " e nossa irmandade é, senão a mais preparada,
a única capaz de compor uma sólida e intransponível cerca de quinhentos mil " mourões
" dando-se as mãos e trabalhando, nos mais recônditos cantos do chão pátrio, pelo
engrandecimento da Nação. Atualmente urge aliarem-se cidadãos preparados, que ainda
amam a pátria, independente de suas convicções políticas e partidárias, para darem a
este país uma cara nova e promoverem uma conspiração de homens honrados e elevar
Templos à virtude e cavar masmorras aos vícios e aos costumes perniciosos e
corrompedores. As crises porque passou o Brasil, antes de ser política, econômica ou
social, foi moral. Grão-Mestres, seus Delegados, Veneráveis e Vigilantes devem ser os
pólos multiplicadores do espírito cívico contidos em nossos postulados para que todos
os irmãos se empenhem em formar uma extensa e poderosa cadeia de união e ajudá-lo a
reerguer-se, fazendo jus à grande destinação histórica que o aguarda.

O Brasil, caros irmãos sem que nos mova aqui qualquer


tipo de ufanismo, está predestinado a ser a grande nação do futuro e a Maçonaria
brasileira, cuja história se confunde com a própria história do país, deve se orgulhar
imensamente desta pátria e seus membros lutarem, se preciso for, até a morte, pelo seu
engrandecimento.

Trabalho elaborado por:

Paulo Roberto de Souza Ramos - Loja Maç:. Red:. Sul Mineira – Or:. Guaxupé
Elmo Donizetti de Cistolo - Loja Maç:. Red:. Sul Mineira – Or:. Guaxupé
Renato Carlos de Gouvêa - Loja Maç:. Red:. Sul Mineira – Or:. Guaxupé

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