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O que é Maçonaria?

O que é a Maçonaria?– A Maçonaria é uma instituição essencialmente filosófica,


filantrópica, educativa e progressista.

Por que é Filosófica?-É filosófica porque em seus atos e cerimônias ela trata da essência,
propriedades e efeitos das causas naturais. Investiga as leis da natureza e relaciona as
primeiras bases da moral e da ética pura.

Por que é Filantrópica?– É filantrópica porque não está constituída para obter lucro pessoal
de nenhuma classe, senão, pelo contrário, suas arrecadações e seus recursos se
destinam ao bem-estar do gênero humano, sem distinção de nacionalidade, sexo, religião
ou raça. Procura conseguir a felicidade dos homens por meio da elevação espiritual e pela
tranqüilidade da consciência.

Por que é Progressista?– É progressista porque partindo do princípio da imortalidade e da


crença em um princípio criador regular e infinito, não se aferra a dogmas, prevenções ou
superstições. E não põe nenhum obstáculo ao esforço dos seres humanos na busca da
verdade, nem reconhece outro limite nessa busca senão o da razão com base na ciência.

Quais são os seus princípios?– A liberdade dos indivíduos e dos grupos humanos, sejam
eles instituições, raças, nações; a igualdade de direitos e obrigações dos seres e grupos
sem distinguir a religião, a raça ou nacionalidade; a fraternidade de todos os homens, já
que somos todos filhos do mesmo CRIADOR e, portanto, humanos e como conseqüência,
a fraternidade entre todas as nações.

Qual o seu lema?– Ciência – Justiça – Trabalho: Ciência, para esclarecer os espíritos e
elevá-los; Justiça, para equilibrar e enaltecer as .relações humanas; e Trabalho por meio
do qual os homens se dignificam e se tornam independentes economicamente. Em uma
palavra, a Maçonaria trabalha para o melhoramento intelectual, moral e social da
humanidade.

Qual é seu objetivo?– Seu objetivo é a investigação da verdade, o exame da moral e a


prática das virtudes.

O que entende a Maçonaria por moral?– Moral é para a Maçonaria uma ciência
com base no entendimento humano. É a lei natural e universal que rege todos os seres
racionais e livres. É a demonstração científica da consciência. E essa maravilhosa ciência
nos ensina nossos deveres e a razão do uso dos nossos direitos. Ao penetrar a moral no
mais profundo da nossa alma sentimos o triunfo da verdade e da justiça.

O que entende a Maçonaria por virtude?– A Maçonaria entende que virtude é a força de
fazer o bem em seu mais amplo sentido; é o cumprimento de nossos deveres para com a
sociedade e para com a nossa família sem interesse pessoal. Em resumo: a virtude não
retrocede nem ante o sacrifício e nem mesmo ante a morte, quando se trata do
cumprimento do dever.

O que entende a Maçonaria por dever? – A Maçonaria entende por dever o respeito e os
direitos dos indivíduos e da sociedade. Porém não basta respeitar a propriedade apenas,
mas, também, devemos proteger e servir aos nossos semelhantes. A Maçonaria resume o
dever do homem assim: “Respeito a Deus, amor ao próximo e dedicação à família”. Em
verdade, essa é a maior síntese da fraternidade universal.
A Maçonaria é religiosa? – Sim, é religiosa, porque reconhece a existência de um único
princípio criador, regulador, absoluto, supremo e infinito ao qual se dá, o nome de
GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, porque é uma entidade espiritualista em contra
posição ao predomínio do materialismo. Estes fatores que são essenciais e indispensáveis
para a interpretação verdadeiramente religiosa e lógica do UNIVERSO, formam a base de
sustentação e as grandes diretrizes de toda ideologia e atividade maçônicas.

A Maçonaria é uma religião?– Não. A Maçonaria não é uma religião. É uma sociedade que
tem por objetivo unir os homens entre si. União recíproca, no sentido mais amplo e
elevado do termo. E nesse seu esforço de união dos homens, admite em seu seio pessoas
de todos os credos religiosos sem nenhuma distinção.

Para ser Maçom é necessário renunciar à religião a qual se pertence?– Não, porque a
Maçonaria abriga em seu seio homens de qualquer religião, desde que acreditem em um
só Criador, o GRANDE ARQUITETO DO UNIVERSO, que é Deus. Geralmente existe essa
crença entre os católicos, mas ilustres prelados tem pertencido à Ordem Maçônica; entre
outros, o Cura Hidalgo, Paladino da Liberdade Mexicana; o Padre Calvo, fundador da
Maçonaria na América Central; o Arcebispo da Venezuela, Don Ramon Ignácio Mendez;
Padre Diogo Antonio Feijó; Cônegos Luiz Vieira, José da Silva de Oliveira Rolin, da
Inconfidência Mineira, Frei Miguelino, Frei Caneca e muitos outros.

Quais outros homens ilustres que foram Maçons?– Filósofos como Voltaire, Goethe e
Lessing; Músicos como Beethoven, Haydn e Mozart; Militares como Frederico o Grande,
Napoleão e Garibaldi; Poetas como Byron, Lamartine e Hugo; Escritores como Castellar,
Mazzini e Espling.

Somente na Europa houve Maçons ilustres?– Não. Também na América existiram. Os


libertadores da América foram todos maçons. Washington nos Estados Unidos; Miranda, o
Padre da Liberdade sul-americana; San Martin e O’Higgins, na Argentina; Bolivar, no Norte
da América do Sul; Marti, em Cuba; Benito Juarez, no México e o Imperador Dom Pedro I
no Brasil.

Quais os nomes de destaque no Brasil que foram Maçons?-D. Pedro I, José Bonifácio,
Gonçalves Lêdo, Luis Alves de Lima e Silva (Duque de Caxias), Deodoro da Fonseca,
Floriano Peixoto, Prudente de Morais, Campos Salles, Rodrigues Alves, Nilo Peçanha,
Hermes da Fonseca, Wenceslau Braz, Washington Luiz, Rui Barbosa e muitos outros.

Então a Maçonaria é tolerante?– A Maçonaria é eminentemente tolerante e exige dos seus.


membros a mais ampla tolerância. Respeita as. Opiniões políticas e crenças religiosas de
todos os homens, reconhecendo que todas as religiões e ideais políticos são igualmente
respeitáveis e rechaça toda pretensão de outorgar situações de privilégio a qualquer uma
delas em particular.

O que a Maçonaria combate?– A ignorância, a superstição, o fanatismo. O orgulho, a


intemperança, o vício, a discórdia, a dominação e os privilégios.

A Maçonaria é uma sociedade secreta?– Não, pela simples razão de que sua existência é
amplamente conhecida. As autoridades de vários países lhe concedem personalidade
jurídica. Seus fins são amplamente difundidos em dicionários, enciclopédias, livros de
história etc. O único segredo que existe e não se conhece senão por meio do ingresso na
instituição, são os meios para se reconhecer os maçons entre si, em qualquer parte do
mundo e o modo de interpretar seus símbolos e os ensinamentos neles contidos.

Quais as principais obras da Maçonaria no Brasil?– A Independência, a Abolição e a


República. Isto para citar somente os três maiores feitos da nossa história, em que os
maçons tomaram parte ativa.
Quais as condições individuais indispensáveis para poder pertencer a Maçonaria?– Crer na
existência de um princípio Criador; ser homem livre e de bons costumes; ser consciente de
seus deveres para com a Pátria, seus semelhantes e consigo mesmo; ter uma profissão
ou oficio lícito e honrado que lhe permita prover suas necessidades pessoais e de sua
família e a sustentação das obras da Instituição.

O que se exige dos Maçons?– Em princípio, tudo aquilo que se exige ao ingresso em
qualquer outra instituição: respeito aos seus estatutos, regulamentos e acatamento às
resoluções da maioria, tomadas de acordo com os princípios que as regem; amor à Pátria;
respeito aos governos legalmente constituídos; acatamento às leis do país em que viva,
etc. E em particular: a guarda do sigilo dos rituais maçônicos; conduta correta e digna
dentro e fora da Maçonaria; a dedicação de parte do seu tempo para assistir às reuniões
maçônicas; a prática da moral, da igualdade e da solidariedade humana e da justiça em
toda a sua plenitude. Ademais, se proíbe terminantemente dentro da instituição, as
discussões políticas e religiosas, porque prefere uma ampla base de entendimento entre
os homens afim de evitar que sejam divididos por pequenas questões da vida civil.

O que é um Templo Maçônico?– É um lugar onde se reúnem os maçons periodicamente


para praticar as cerimônias ritualísticas que lhes são permitidas, em um ambiente fraternal
e propício para concentrar sua atenção e esforços para melhorar seu caráter, sua vida
espiritual e desenvolver seu sentimento de responsabilidade, fazendo-lhes meditar
tranquilamente sobre a missão do homem na vida, recordando-lhes constantemente os
valores eternos cujo cultivo lhes possibilitará acercar-se da verdade.

O que se obtêm sendo Maçom?


– A possibilidade de aperfeiçoar-se, de instruir-se, de disciplinar-se, de conviver com
pessoas que, por suas palavras, por suas obras, podem constituir-se em exemplos;
encontrar afetos fraternais em qualquer lugar em que se esteja dentro ou fora do país.
Finalmente, a enorme satisfação de haver contribuído, mesmo em pequena parcela, para
a obra moral e grandiosa levada a efeito pelos homens. A Maçonaria não considera
possível o progresso senão na base de respeito à personalidade, à justiça social e a mais
estreita solidariedade entre os homens. Ostenta o seu lema “Liberdade, Igualdade e
Fraternidade” com a abstenção das bandeiras políticas e religiosas. O segredo maçônico,
que de má fé e caluniosamente tem se servido os seus inimigos para fazê-la suspeita
entre os espíritos cândidos ou em decadência, não é um dogma senão um procedimento,
uma garantia, uma defesa necessária e legítima, porém como inevitavelmente tem
sucedido com todo direito e seu dever correlativo, o preceito das reservas maçônicas já
tem experimentado sua evolução nos tempos e segundo os países. A Maçonaria não tem
preconceito de poderes, e nem admite em seu seio, pessoas que não tenham um mínimo
de cultura que lhes permitam praticar os seus sentimentos e tenham uma profissão ou
renda com que possam atender às necessidades dos seus familiares, fazer face às
despesas da sociedade e socorros aos necessitados.
Origens

FUNDAMENTOS

O conceito de religião natural, como base espiritual da Ordem, alinha-se com a obrigação
de cumprir a lei moral e de trazer religiosidade no peito. Essa ideologia exposta encontra
respaldo no Noaquismo donde emanam inúmeros preceitos, princípios, procedimentos,
premissas e proposições que permeiam os aspectos doutrinários.

Noé, último dos patriarcas pré-históricos, exemplo de fé (Hebreus 11:7), arauto da justiça
(2 Pedro 2:5), representante de toda a Humanidade pela vontade de Deus, homem justo e
perfeito (Gênesis 6:9), aquele a quem Deus disse "quem derramar o sangue de seu
semelhante também terá o seu sangue derramado (Gênesis 9:6)", enfim, foi protagonista
da Primeira Aliança com Deus, conforme retratado nos capítulos 6 (seis) e 9 (nove) do
Gênesis, abrangendo toda a Criação e as futuras gerações, deixou legado de artigos
(mandamentos noaquitas) morais, a saber:

a) praticar a equidade (e observar a justiça);


b) não blasfemar o nome de Deus (e dar glória ao Criador);
c) não praticar a idolatria;
d) não praticar atos imorais ou inescrupulosos;
e) não matar;
f) não roubar; e
g) guardar-se da fornicação, dos atos impuros e da iniqüidade.
A formação mítica basilar da Ordem (calcada na Lenda do Terceiro Grau), parte da
premissa de que o arquétipo do Mestre Maçom, construtor social na abordagem atual, é
paradigma de arquitetura humana perfeita e vem representado, de um lado, por Salomão
e seu grande Arquiteto, do templo de Jerusalém, e, de outro lado, por Vitrúvio (Marcos V.
Polião, inexcedível arquiteto romano), comandado do Imperador Augusto, em Roma. Tal
afirmação visa a propiciar a permanência, em tempo e espaço, dos elementos cuja
existência tem garantido o processo civilizatório, como se seguem:

– um grande homem – o Maçom – falível mas perfectível;


– uma estrutura singular – a Loja – com decisivo corte sagrado/profano via o
Rito, ênfase na ajuda mútua e submissão serena à constituição e regimentos comuns;
– uma elite sustentada pelo mito – a Maçonaria – capaz de ações enaltecedoras,
movida que é pelo Amor, o Bem e a Ética.

LOJA

William Shaw, nomeado mestre-de-obras do rei da Escócia, em 1553, controlava a


contratação de pedreiros e construtores. Em 1598, quatro anos antes de morrer (1602),
codificou as regras de criação de lojas corporativas (a primeira carta de St. Clair; para
maçons). Após sua morte declinou e "morreu", também, a função de mestre-de-obras-do-
rei.

As lojas, maciçamente voltadas para a recepção de Aprendizes e aumento de salários


(para Companheiros), passaram a evoluir autonomamente. O uso do termo "maçom"
consolida-se por volta de 1610, associado ao modo secreto de identificação que
comprovava a qualificação profissional do obreiro.
Por volta de 1630 começa a crescer bem o número de "aceitos", geralmente vindos das
classes burguesas ou nobres, em lojas, oriundos de fora do "métier" corporativo dos
talhadores de pedra.
A presença desses "aceitos" em loja só pode ser explicada por hipóteses, quais sejam:
– interesse pela tradição, supostamente preservada pelos maçons;
– busca de espaço de convívio ou sociabilidade;
– ligação profissional com a corporação de construtores; ou
– iniciativa de maçons para atrair patrocínio de homens influentes.

Nas origens, tal como hoje, os? aceitos? dotados de poder, influência e ou autoridade não
frequentavam as lojas; aqueles dentre eles que se permitiam frequentar, dominavam a
"vida" da loja.

Isaac Newton (1642-1727), astrônomo, físico, filósofo e abade inglês, considerou o


Noaquismo a religião primitiva dos hebreus, e, assim o resumiu: "Amar ao Senhor Deus
de todo o coração, de toda a alma e de todo o espírito, e ao próximo como a si mesmo".

Modernidade
Vale destacar que a simples transição, geralmente divulgada, da chamada Maçonaria
Operativa, via "pedreiros-livres", para a Maçonaria Especulativa, nunca conseguiu explicar
de forma justa e perfeita o porquê da Ordem Maçônica ser linguagem universal, regular,
prazerosa, emblemática, planetariamente bem resolvida e assimilada, repositório
imemorial dos mistérios e da Tradição.

As Lojas dos séculos XVII e XVIII participaram da gênese de uma "esfera pública
burguesa" como contrapartida da perda gradual de posição dominante, tanto das Cortes
quanto da Igreja. Poucos, muito poucos documentos existentes sobre a Inglaterra do
século XVII não permitem representar precisamente a organização da profissão do
maçom; havia, sim, certa heterogeneidade de práticas diferentes.

Em 1717/1720, situado caracteristicamente na Inglaterra, surge um grupo de pertença


maçônica, de sociabilidade, com quatro elementos típicos principais, a saber:

1– reivindicação da religião natural como base espiritual;


2– inserção do grupo em contexto tradicional, vinculado ao trabalho do artesão e
construtor civil;
3– prática de Rito elaborado; e
4– cooptação dos membros via obrigação de sigilo, principalmente quanto às reuniões.
Entre 1670 e 1730, nos clubes, cafés, salões, academias científicas, sociedades de
intelectuais e, nas Lojas, aristocratas e burgueses encontravam-se para "construir juntos"
um uso público do seu entendimento convergente. Esses espaços propiciavam a
realização da aspiração "do debate permanente entre pessoas privadas".

Três princípios presidiam à afiliação dos participantes:

 a exigência – ainda que não se concretizasse – de uma sociedade onde a


autoridade dos argumentos prevalecesse sobre a hierarquia social (embora
não anulasse as autoridades presentes);
 o debate amplo sobre domínios e dominações, dominantes e dominados,
notadamente obras literárias e filosóficas, nunca antes acessíveis;
 a consciência de pertença a um território mais amplo, a própria "sociedade
civil", ainda que a sociabilidade da Loja tenha natureza de "círculo fechado",
mas socialmente homogênea.
A maçonaria moderna, que apresenta déficit de textos precisos relacionados às origens,
surgiu antes do Reino Unido; em 1707 houve o tratado da união entre Escócia e Inglaterra;
o Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda nasceu em 1808. A última quadra do século XX
viu emergir, com certa força e vigor, a pesquisa sobre o fato e o trato maçônicos, o que
vem trazendo luz sobre seus parâmetros sociológicos e dados constitutivos.

Hoje, com o concurso de investigadores acadêmicos, nem sempre maçons, mas atores
fiéis aos fatos históricos e sociológicos, admite-se que a Ordem Maçônica atingiu o estágio
atual ao evoluir a partir de três transições principais, ditadas pela vontade do GADU, a
saber:

a) da situação "Operativa", acostada nas Associações de artífices e profissionais da


construção e do talho da pedra, para uma natureza mais "Especulativa", de forma lenta e
gradual, em vários séculos, capaz de avaliar a conjuntura da sociedade e delinear seus
rumos ideológicos;
b) a criação da Grande Loja de Londres – a "Premier" – que foi acompanhada por
profundas mudanças de simbolismos, rituais, cargos e encargos, e mais simultânea e
profundamente, ainda, no "éthos" de cada indivíduo, robustecendo o sentimento de
pertença em relação ao caráter e ao protagonismo, individual ou coletivo, a cumprir, bem
como o "éthos" da instituição, que reforçou ontológica e antropologicamente a atuação da
Ordem no contexto da Família, da Pátria, da Sociedade e da Humanidade, tecendo, assim,
em pleno Humanismo e Iluminismo, do século das Luzes (sec. XVIII), rumos institucionais
e filosóficos;
c) após algumas rebeliões e rompimentos a terceira transição ocorreu sob
forte reconciliação entre contendores radicais, em 1813, e a criação da Loja-Mãe Unida da
Inglaterra, consolidando, afinal, caminho iniciático, litúrgico e simbólico.
d) Cumpre assinalar, afinal, sobre as origens da Ordem, em que pese o cenário
multifacetado e, ainda, pouco preciso dos textos históricos, que os estudos são sempre
enaltecedores e repletos de dignidade humana, jamais tangidos por
fundamentalismo, sentimentos ou intenções menores, ou, que signifique menoscabo em
relação à Criação, à Criatura e ao seu Criador.
Maçonaria no Brasil
Generalidades
O grande feito da Maçonaria, já nos séculos XVII e XVIII, foi exportar o ideal revolucionário
e republicano para toda a América (do Norte e Latina). Foi a grande mudança de
paradigma. Centros geográficos como Olinda e Recife, Salvador, Tijuco (depois
Diamantina) e Vila Rica (depois Ouro Preto), até mesmo em função da tremenda mudança
de paradigma que foi a colonização das Américas, já reuniam grande riqueza e grande
número de imigrantes. Luxava-se mais em Olinda e Vila Rica do que mesmo em Lisboa.

Como o ideal de Fraternidade é de natureza expansionista, as idéias de Liberdade,


Igualdade e Fraternidade, logo varriam todas as Américas. Em 1760, por exemplo, já não
havia colônia americana que não fosse permeada pela Maçonaria.

A primeira loja regular em Portugal data de 1727, embora se tenha notícias de atividades
maçônicas antes disso. Em 1744 o Sr. Sebastião José de Carvalho e Melo, português, foi
iniciado em Londres, durante uma festa de São João. Esse cidadão português mais tarde
foi sagrado Conde de Oeiras e, depois, Marquês de Pombal.

Um outro centro irradiador de idéias e ideais, já desde 1620, era a Faculdade de Medicina,
Ciências e Letras, da Universidade de Montpellier, na França; manteve ligações
permanentes com figuras como Thomas Jefferson, Benjamin Franklin, John Adam,
Domingos Vidal Barbosa, José Mariano Leal, Domingos José Martins, José Joaquim da
Maia e José Álvares Maciel entre outros; no século 18, em Montpellier, havia mais do que
10 lojas maçônicas livremente fermentando idéias republicanas nos diferentes estudantes
de todos os cantos do mundo.

Primórdios brasileiros
Kurt Prober, que sempre escrevia apoiado em sólida documentação, cita em sua
bibliografia ("Cadastro Geral das Lojas Maçônicas") que a primeira atividade maçônica
brasileira que merece registro foi em 1724, na "Academia Brasílica do Esquecidos", onde
foi iniciado o Padre Gonçalves Soares de França, o Coronel (e historiador notável)
Sebastião da Rocha Pitta, o Desembargador Caetano de Britto e outros. Mais tarde todas
as atas dessa sociedade secreta foram queimadas.

O argentino Alcebíades Lappa, em 1981, em tese internacional, usando um Livro de Atas


do Duque de Norfolk, em Londres, provou que o Ir.: Randolph Took foi designado, já em
1735, como Grão-Mestre Provincial para a América do Sul (o que equivalia a dizer Brasil).

E mais ainda, há uma carta do médico inglês Robert Young, em nome da Loja de São
João, de Buenos Aires, em 1741, dirigida à Loja de São João do Brasil, recomendando-lhe
o Ir.: Richard Lindsey que se encontrava no Brasil.

Há vestígios da existência, em 1750, de um grande Oriente Maçônico, em Salvador,


vinculado ao grande Oriente da França, com fortes tendências liberais e republicanas. No
Rio em 1752 foi criada a Associação Literária dos Seletos.

GOB
Criado em 17 de junho de 1822, o Grande Oriente do Brasil – GOB, única potência
brasileira a deter o reconhecimento primordial, secular e definitivo da Loja-Mãe da
Inglaterra, inscrito entre as quatro ou cinco maiores potências maçônicas do mundo, tem
cadeira cativa e fortemente destacada na história do país, tanto no período monárquico
quanto no republicano. O século 18 foi marcado pelo Iluminismo, o 19 pelas ideologias e o
20 pela emergência e domínio das tecnociências.

Estado da Arte
No século XX três (3) vertentes científicas mudaram a face da humanidade com efeitos
revolucionários radicais:

 a manipulação do átomo (e a energia atômica) => desde a dizimação de


cidades inteiras com centenas de milhares de mortos, até a pesquisa na
agricultura, na medicina e na química, com radioisótopos para medir taxações
diversas, radioterapia, estados de nutrientes etc.; a energia atômica e a física
nuclear tocam um papel importante no concerto das nações indicando o
parâmetro principal na questão da hegemonia entre eles (quem tem mais
manda mais);
 a manipulação do gene (a biologia molecular e a biotecnologia) => o
conhecimento da estrutura genética tem produzido inúmeros benefícios,
mormente na agricultura, onde aumentou substancialmente a produção e a
produtividade na plantação e colheita dos gêneros horti-fruti-granjeiros;
pesquisa de germoplasma têm sido muito importante na construção de
cadeias nutrientes mais viáveis e assimiláveis; o estudo de clonagem tem
introduzido grandes barateamentos na produção; estima-se que dentro de 30
anos (ou menos) a técnica de criogenia estará totalmente dominada e
disseminada;
 e a tecnologia de redes de computadores => minimizando a tirania
que tempo e distância sempre impuseram sobre o gênero humano; com o
computador vence-se, em parte, a tirania do tempo, dando-se agilidade
às tarefas de memorização; e, pelas redes de computadores, minora-se o
efeito maléfico das distâncias a serem vencidas, dado que o homem pode
manifestar-se, simultaneamente, em dois ou mais lugares do planeta pelo uso
e exploração da tecnologia de redes.

O gênero humano está entre 2 (dois) mundos, quais sejam: o mundo natural (da Natureza)
e o mundo cultural (da construção cultural originária da própria mente humana). A cultura é
obra do homem que, com o seu fazer e o seu saber, age sobre a NATUREZA. O homem,
portanto, muda a Natureza e a Natureza mudada muda o homem; por exemplo: o rio São
Francisco, da unidade nacional, é natureza, já sua transposição das águas, é canal, é
cultura.

As mudanças, que implicam ruptura com a ordem estabelecida, são todas temáticas; não
obstante isso até o início do século XX as mudanças eram administráveis. E agora?!

O quadro atual da humanidade, portanto, tem sido marcado pela entropia e pela difusão
caótica dos costumes e dos conhecimentos como se apontasse para o momento da virada
total em que surgirá a ORDEM (nascida do caos)! A cultura, que na Idade primitiva era
transmitida pela tradição oral – passando pelos monges copistas, da Idade Média, e
pela imprensa de João Gutemberg, no Renascimento -, hoje já está sendo veiculada pela
multimídia, que é um substrato computadorizado que canaliza Dados, Voz, Vídeo e
Videoconferência, sob a forma abstrata de bits, pela rede!

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