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S.:A.:D.

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A.:R.:L.:S.: Universitária Pés Vermelhos
Londrina - PR, 05 de maio de 2023 DA E.:V.:
RITO BRASILEIRO
GOB – GRANDE ORIENTE DO BRASIL

A corda de 81 nós

Ir.: Fernandes de Souza Junior


INTRODUÇÃO

A corda é uma das ferramentas mais antigas e versáteis da humanidade, e foi


usada em diversas culturas e em diferentes épocas da história. As primeiras
cordas foram feitas de fibras vegetais, como o cânhamo, o sisal e a juta, que
eram torcidas juntas para criar uma corda forte o suficiente para suportar o
peso e a tensão.

Suponho eu que a corda é elemento mais antigo que a própria roda, uma vez
que na era medieval as locomoções de grandes estruturas eram feitas a base
de força (humana e animal) puxadas por cordas. Na antiguidade, a corda era
usada principalmente para a construção de barcos, para a caça e pesca, para o
transporte de mercadorias, e para a construção de edifícios. Com o tempo, a
corda foi se tornando cada vez mais importante como ferramenta para a
agricultura, a mineração e a construção de navios e estadas.

Durante a Idade Média, a corda de nós tornou-se uma ferramenta comum para
os construtores de catedrais e castelos. Essas cordas eram usadas para medir
e marcar pedras para a construção, bem como para criar padrões decorativos
em superfícies de pedra. A corda de nós também era usada para fixar as
cordas de suporte para elevar pedras pesadas durante a construção.

A Corda de 81 Nós é um dos símbolos mais controversos maçonaria. Como


símbolo ela se presta a diversas interpretações e sua origem e real significado
tem sido objeto de múltiplas especulações. Isso ocorre porque todo símbolo
carrega em si um elemento de Gestalt. Cada observador acrescenta ao seu
significado as suas próprias intuições a respeito. [1]

CONTEXTO HISTÓRICO

Nos templos maçônicos, a Corda de 81 nós é encontrada no alto das paredes,


junto ao teto e acima das colunas zodiacais, como ornamento obrigatório,
parecendo indicar que ali é posta para delimitar um determinado território, o
qual deve ser preservado de interferências externas.
Sua origem histórica parece vir dos antigos canteiros de obra medievais, onde
os chamados maçons ─ literalmente, trabalhadores de maço e cinzel ─ ou seja,
artesãos que trabalhavam no esquadrejamento das pedras que iriam compor
os edifícios, costumavam demarcar o seu local de trabalho, , às quais eram
presos anéis de ferro, que, por sua vez, ligavam-se, uns aos outros, através de
elos, havendo uma abertura apenas na entrada do local.. Nesses espaços,
normalmente conhecidos como Lojas, esses trabalhadores de cantaria
costumavam se reunir para transmitir instruções, receber seus salários,
conversar sobre assuntos de seu interesse, etc.

Na Sociedade dos Construtores (Maçonaria Operativa), a herança da “corda”


que era desenhada no chão com giz ou carvão, fazendo parte alegoricamente
parte de um Painel representativo dos instrumentos utilizados pelos Pedreiros
Livres.

Então foi dessa origem históricas do termo Loja, aplicável à reunião dos
trabalhadores da construção civil, e da qual derivou a tradição maçônica. Como
a profissão do maçom era regida por rígidas regras corporativas, que faziam
dela uma corporação praticamente iniciática, essa medida, a de delimitar o
espaço maçônico dentro do canteiro de obras, era perfeitamente justificável. A
corda com nós também era usada para efetuar medições de distância para
demarcação dos espaços dentro do edifício.[2]

Já a razão de ela ter 81 nós parece que deriva do apego à tradição medieval
ao chamado modelo três por quatro. Praticamente, todos os espaços
geométricos dos edifícios antigos eram desenhados a partir de uma projeção
retangular que partia dessa medida e se multiplicava por esse módulo
conforme o tamanho que se pretendesse para o vão livre que se queria dar ao
espaço. Eram as chamadas “caixas”, a partir das quais o edifício era
metrificado e construído. [3] Evidentemente essa não era uma fórmula
obrigatória nem se constituía regra geral para uma construção, mas apenas
uma tradição observada pelos construtores medievais. Era, segundo se dizia,
uma tradição derivada das técnicas de construção utilizadas pelos arquitetos
da Grécia clássica, onde o mais belo de todos os edifícios jamais construídos,
o Partenon, teria sido erguido a partir desse módulo.

EM TERMOS CABALÍSTICOS
O número 81 é um número cabalístico por excelência. Ele é o resultado do
número 3 elevado á sua quarta potência. Esse número sugere um universo
formado por uma base tripla, que parte da noção de que na origem de tudo
existe uma trindade de deuses: (Pai, Filho, Espírito Santo, Brhama Vixenu e
Xiva, Osíris, Isis, Hórus etc), dando origem às realidades universais. Da
mesma forma, são três os formadores da raça humana (os filhos de Noé) Sem,
Cam e Jafet).

A estrutura destes “nós” (em forma de laços), representa o símbolo esotérico


do infinito, indicando que a obra da renovação é duradoura e infinita. Este é um
dos motivos pelos quais estes laços são chamados “Laços de Amor”, porque
demonstram a dinâmica Universal do Amor – na continuidade da vida.

EM TERMOS FILOSÓFICOS

Em termos filosóficos, a corda de 81 nós significa a “amarração” universal feita


pelos Irmãos em torno do universo representado pela humanidade. Os nós são
os irmãos com as mãos dadas, formando o quadrilátero sagrado, onde a
abertura aponta que qualquer pessoa de bons costumes pode adentrar nesse
quadrilátero e participar dessa união em prol da evolução e da felicidade da
raça humana.

A disposição da corda inicia-se no “nó” central, que deve estar por cima do
Trono de Salomão (da cadeira do V∴ M∴). Ele simboliza o número UM e tudo o
que ele implica: unidade, indivisibilidade, sagrando-se ainda, por representar o
Criador, princípio e fundamento do Universo.

Desta forma, a corda conta ainda com quarenta “nós”, equidistantes, de cada
lado que se estendem pelo Norte e pelo Sul.

Reparem que a corda acaba terminando em duas borlas, em cada uma das
suas extremidades, ambas relembram ao Maçon a Justiça e a Prudência.

Segundo a maioria dos estudiosos, o fato da corda ser aberta junto à Porta do
Templo indica que a Ordem Maçónica é dinâmica e progressista, estando,
portanto, sempre aberta às novas ideias, desde que estas contribuam para a
evolução do Homem e para o progresso racional da humanidade.
CONCLUSÃO

Em resumo, a corda é uma das ferramentas mais antigas e versáteis da


humanidade, e foi usada em diversas culturas e em diferentes épocas da
história. A corda de nós tornou-se uma ferramenta comum para os construtores
de catedrais e castelos na Idade Média, e posteriormente tornou-se um símbolo
importante na maçonaria. Atualmente, a corda é usada em diversas áreas,
como na indústria naval, na exploração espacial, na escalada de montanhas,
no esporte e na recreação.

Assim, o simbolismo da Corda de Oitenta e um Nós vai muito além de uma


mera ornamentação no teto do templo maçônico. Cada um pode pensar e
interpretar o que quiser acerca desse símbolo. Por isso o associamos á uma
Gestalt. Não importa o que ele de fato significa como imagem ou mesmo como
signo no campo da semiótica e da semiologia, nem mesmo o seu significado
em termos de filosofia. Importa sim o que ele fala ao espírito de cada Irmão.

Bibliografia e referências:

[1] Gestalt é a doutrina que ensina que a soma das propriedades de um objeto
formado em nossa mente é mais do que ele realmente é, pois a mente
acrescenta ao objeto outras propriedades que ela “acha” que o objeto tem.
Exemplo disso é uma nuvem no céu, que olhada por diferentes pessoas pode
assumir formas totalmente diversas na mente de cada observador.

[2] Jean Palou- A Maçonaria Simbólica e Iniciática, Ed Pensamento, 1978


[3] Fulcanelli- As Moradas Filosofais- Madras, 2012

http://www.maconaria.net/portal/index.php?
option=com_content&view=article&id=94

Trabalhos - Aprendiz - Google Drive

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