Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
0. INTRODUÇÃO
1. A MUDANÇA D E T ESTAMENTO
1.1. Jesus e a Lei “M osaic a”
1.2. Cristo é o término da lei.
1.3. O destino da Lei com a vinda de Cr isto
1.4. Concluindo
2
4. O JEJUM NO NOVO T EST AMENTO (DISP ENSAÇÃO DA
GRAÇA)
4.1. Na vida da igreja
4.2. O jejum na vida de Paulo
4.3. Paulo escrev endo a igreja em Cor into (1ª Co . 7:5)
CONCLUSÃO
3
0. INTRODUÇÃO
Quanto a o assunt o jejum, predomina o entendiment o
de que se t rata de uma prática emine nte mente cristã,
e, portant o, válida para os discípulos de Jesus. Isto
ocorre tanto entr e “desigrejados” como entre
“igrejados”, uma vez que ambos enxergam a
contemporaneidad e do jejum , praticame nte, como um
axioma. 1
Assim, mesmo que muitos não o pratiquem, esse r ito
é vis to com bons olhos perante a grand e maioria da
cristandade.
Isso não significa, contudo, que não haja
discordâncias. Porquant o, ainda que a maioria
concorde sobre a validade do jejum há uma série de
divergências ac erca de sua observâ ncia e seus
resultados. Exemplo:
Uns pensam que a prát ica deve ser caracteriz ada
pela abst inência completa de alimen t os e líquidos;
1
❶ Rubr i ca: fil osofi a. - pr em i ssa c onsi der ada necessar i am ente
evi dente e ver dadei r a, fundam ento de um a dem onstr ação,
por ém el a m esm a i ndem onstr ável , or i gi nada, segundo a tr adi ção
r aci onal i sta, de pr i nc í pi os i natos da c onsci ência ou, segundo os
em pi r i stas, de gener ali z aç ões da obse r vação empí r i ca
❷ Der i vação: por extensão de senti do. - m áxi m a, pr ovér bi o,
sentença
4
Outros ente ndem que os líquidos são permit idos
durante a prát ica;
Ainda há aqueles que compreende m que o jejum
pode ser a privação de um eleme nto apenas, que
não pre cisa, necessariame nte, se r um alimento,
pode ndo eng lobar, inclus ive, o cos tume de assistir
TV ou acessar a internet.
Apesar disso, não há dúvida de que a ideia mais
popular é a que associa a abstenção de alimentos à
aquisição d e bênçãos .
Contra riando esse conceit o, alguns comp reendem que
o jejum contribui apenas para a santific ação e
fortalec imento esp iritual do cren te . Com base nisso ,
há quem creia que para evangeliza r ou visitar
pessoas “possiv elmen te endemoninhadas” é
necessário jejuar antes .
Essa diversidade inte rpretativa, entretanto, não
dim inui a crença na at ualidade e validade do jejum
para a ig reja. Pois, até mesmo quem não o pratica
defende sua atualidade.
1. A MUDANÇA D E T ESTAMENTO
1.1. Jesus e a Lei “M osaic a”
Jesus nasce u sob a Le i – Gl. 4:3-5
Jesus viveu sob a Lei
5
Jesus cumpriu a Le i (o único a cumprir t oda a Lei) –
Mt. 5:17-18
Jesus morre u sob a Le i - Dt. 21:22-23, G l. 3:10 -13
E na Sua ressurreição removeu a Le i cravando -a na
cruz. - C l. 2:12 -14
6
Prece itos da “Le i Moral” como sendo Lei de
Moisés Jo. 7:19, 23.
Mandame ntos de cunho Moral na “Lei
Cerim onial” Lv. 19:2, 18, Dt. 16:19; 18:13, Êx.
22:22.
Cristo e Paulo citaram passagens de Liv ros do
Pentateuco e simplesme nte chamaram Lei.
7
1.4. Concluindo
A Dispensação da Lei é exclu sivamente Judaica , o u
seja, a D ispensação do povo de Israe l – Êx. 19:3;
20:2, Ez. 20:10 -12, 18-20
Não podemos nos esquece r da visão div ina para o
mundo hoje: Judeus, G ent ios e Igreja.
No livro de Atos nos most ra o que foi resolv ido
acerca do rito mosaico em re lação à igreja:
A decisão de Tiago – At. 15:19 -21.
A decisão da Igreja – At. 15:22-34.
O Testamento He bre u não é compêndio teológ ico
para a igreja.
8
2.2. No Novo Testamento (Três palavras)
Prime ira palavra: n hstiv nest is da insep. part ícula
negativa (não)
Significado da prime ira palavra nas cópias do
original grego : Jejum = não te r comido
Referê ncias bíblicas da primeira palavra nas
cópias do orig inal g rego
Mt 15:32 - E Jesu s, chamando os seus
disc ípulo s, disse: Tenho compaixão da
multidão, porque já e stá comigo há três dias, e
não tem que comer; e não quero despedi -la em
jejum, para que não de sfa leça no caminh o .
Mc 8:3 - E, se os deixar ir em jejum para suas
casas, de sfalecerão no caminho, porque alguns
deles vieram de longe.
10
2ª Co 11:27 - Em trabalhos e fadiga , em vigília s
muitas veze s, em fome e sede , em jejum muitas
vezes, em frio e nudez.
11
fim dos quais teve fome ", a Bíblia mostra que Jesus
não jejuou para resist ir ao diabo.
Cristo jej uou pelas circunstâncias desérticas que se
encontrava, não para "buscar pode r" ou coisa que
valha.
Cris to não venceu o diabo pelo jejum (a Bíblia nã o
afirma ist o); Ele o venceu usando a Palavra de Deus
(Mt. 4:1 -11). "Re spondeu-lhe Je su s: Dito está: Não
tentarás o Senhor, teu Deus. Passadas que foram as
tentações de toda sorte , apartou -se de le o diabo,
até momento oportuno." Lc. 4:12 -13
O problema é que hoje , em plena Nova Aliança, as
pessoas querem fazer o mesmo que Jesus fez
quando Ele estava debaixo da Lei de Moisés . Por
isso que as Escrit uras Sagradas ensinam a não
vermos mais a Jesus segundo a carne e ,
consequenteme nte, que rer imitá -lo "de ste modo"
(2ª Co. 5:16).
12
ter dis cernime nto. Uma aplicação ge ral de tudo leva
à confusão; ao invés disto, devemos nos perguntar:
Quais princípios e ram aplicados para o Seu pov o
no passado?
Quais princípios são aplicados para o Se u povo no
presente?
Quais princípios pode rão era aplicados para o seu
povo no fu turo?
De modo geral, podemos dize r que os princípios
espirituais que estão por trás dos d etalhes n o
Sermão da Montanha são princíp ios eternos , mas
que os detalhes materia is e físicos não tem,
necessariamen te, aplicação direta a nós nesta
Dispensação.
Um exemplo deve deixar isto claro: em Mt. 5:23 -24
o Se nhor fala s obre t razer uma ofe rta ao altar, e a
necessida de de prime iro reconciliar -se com um
irmã o ofe ndido, para de pois apresentar a ofe rta.
O ato físico de traze r um animal diante do altar
não deve se r prat icado hoje.
O reconciliar-se com seu irmão antes de servir a
Deus ce rtamente continua válido (1ª Jo 4:20).
Preservamos o princípio (a prioridade do perdão) ,
pois ele é eterno, ma s não imitamos o ato fís ico
(trazer uma ofe rta ao altar) , pois ele pe rtence à
outra D ispensação.
13
Lembra ndo do contexto em que estes versículos se
encontram, não podemos basear nos sa prática
quant o ao jejum nos dias de hoje no det alhe físico
mencionado aqui.
14
vindouros seriam “en tre a Sua mor te e Sua
subsequente ressurreição ”.
Na sua ausência pode riam os discípulo s jejuar.
Assim, Ele estava anunciando sua morte.
Adam Clarke , no seu comentário s obre este
versículo, afirma que os cristãos primit ivos
entendiam desta forma as palav ras do Senhor,
refe rindo-se ao tempo que Seu corpo esteve no
sepulcro.
Da mesma forma que o ensino ante rior (no Se rmão
da Montanha), este ens ino também foi dad o
quando a Velha Aliança ainda estava em vigor,
portanto não podemos ap licá -lo literalm ente a nós
hoje. Até o aspecto profético deste ensino - quando
o Senhor fala que have ria um tempo em que o s Seus
discípulos jejuariam porque Ele estaria separad o
deles - já foi plenamente cumprido no pe ríod o
entre a Sua morte e ressurreição. Realmente “ fo i
tirado o esposo ” durante aqueles dias t ão tristes,
mas a tristeza dos discípulos logo se transformo u
em alegria quando viram o Se nhor ressurret o - e a
alegria que os inundou quando viram o Senhor viv o
é uma alegria da qual disse o Senhor: “ n inguém vo -
la t irará” (Jo 16:16 -22).
Hoje Ele não está ausente , pois Ele mesmo
prometeu estar conosco todos os dias e faze r
mora da em nós, Seus servos (Mt 28:20 e Jo 14:23).
15
Lembra ndo dist o, temos no ensino destes versículos
que estamos considerando uma forte indicação de
que o a to de j ejuar não é nec essário para nós
nesta Disp ensação .
Durante o curto per íodo em que o Sen hor esteve
separado dos Seus p ela morte, os discípu lo s
tiveram razão para jejuar; mas desde o momento
glorioso da ressurreição, tal razão não existe mais .
Este acontecimento, portant o, indica que não há
muita razão para o cr istão j ejuar hoje , dev ido à
comunhã o es pecial que temos com nosso Salvador.
Os judeus ainda jejuam, porque não O tem como
Salvador.
17
Não há , portanto, nenhum mot ivo para um cristão
que v ive na graça de De us, jejuar.
Ele possui t oda a graça e a ve rdade no Cristo que
está dent ro do seu coração faze ndo -o um com Ele.
Jejuar se ria o mesmo que dize r que a obra de Cristo
não foi completa.
O jejum, como forma de consagração ao Senhor,
não é verdade bíb lica, mas conceito d e homens,
logo não serve para nós, que já temos o noivo na
nossa vida - somos a Sua no iva .
20
Das várias ocorrências da pa lavra “jejum” e suas
derivadas num contexto de ens ino, vimos que
apenas uma destas refe rências refe re -se ao período
em que nós vivemos , e simplesme nte reconhe ce que
alguns cristãos naque la é poca jejuavam.
Se cont rastarmos isto com as palav ras do Senho r
Jesus, quando disse que não faz ia sentido Seus
discípulos jejuarem e nquant o Ele estava com e les,
pode mos concluir, por enquanto, que o jejum não é
algo importante para esta D ispensação em que
vivemos.
21
O exemplo de Corné lio (At 10:30) não serve para
nos guia r, pois C ornélio nem e ra convertido quand o
jejuou.
Pode se r que Corné lio apre nde u s obre o jejum com
os jude us (dos quais era amigo; At 10:22); mas sua
prática tem mais a ver com uma busca r elig iosa d a
verdade por um incrédulo, do que com o serviço
inteligen te de um salvo .
22
Também pre cisamos destacar a ocas ião destes
exemplos.
Ambos ocorreram por ocasião da primeira
viagem de Paulo
A primeira viagem de Paulo foi p rovavelmente
no ano 48 a.D.
Esta viagem foi fe ita antes de qualque r uma
das epístolas do NT terem sido es critas,
quando as igrejas locais ainda estavam na sua
infância, e quando alguns e lement os do
juda ísmo ainda pe rmaneciam e ntre os salvos.
Cerca de dez anos de pois disto (por volta do
ano 58 a.D.), lemos de “ m ilhare s de judeus que
creem, e todos são zeladores da Lei ” (At
21:20).
A demora dos judeus salvos em abandon ar todas
as práticas do judaísmo .
Um jude u não te ria t anta dificuldade para
abandonar o Tem plo e os sacrifícios de
animais; mas out ros aspe ctos da Le i (como a
circuncisão, o díz imo, o jejum) demoraram
muit o mais para serem de ixados de lado (até
mesmo por cristãos esclarecidos como Paulo,
conforme o exemplo já citado do se u voto em
At. 21).
23
6. PARA AQU ELES QUE AIN DA J EJUAM NA DISPENS AÇÃO
DA GRAÇA
Há irmãos pie dosos e teme ntes a Deus que cree m que
o cristão deve jejuar ainda hoje. Fazem isto
since ramente diante do Senhor, e seguindo as
orienta ções dadas no Sermão da Montanha (lavando o
rosto pa ra não parece r aos home ns que jejuam - Mt
6:16-18).
Respeit o à convicção de les e não os julg o. Mas a luz
da Bíblia é errada a atit ude desses que jejuam exig ir
que out ros também jejue m.
O Senhor Jesus ensinou para aque les que estavam sob
a “Lei Mosaica” que o jejum deve ria s er fe it o sem
nenhuma ostentação (Mt 6:16-18).
Um ponto importante que devemos le mbrar é que,
quer seja nacional, na ig reja, ou pessoal, o jejum e m
si mesmo não tem virtude alguma. É apenas um
exercício es pirit ual.
CONCLUSÃO
Temos cons ide rado, neste breve estudo, todas as
refe rências a o jejum no NT, e des cobrimos que,
refe rente a esta Dispensação em que vivemos,
encontram os:
24
Apenas um trecho doutr inário que me nciona o jejum
(1ª Co 7:5), e isto indiretame nte;
Apenas do is exemplos de cristãos jejuando (At 13:1 - 3
e 14:23) — ambos ocorridos no ano 48 a.D., antes do
Novo Testamento se r escrito, e antes do judaísmo ser
completame nte desarraigado do me io da Igreja.
Nenhuma exortação nas epístolas sobre o at o de
jejuar, ou sobre o s ignificado ou importância deste
ato.
Uma profecia (Mt 9:15) feita pe lo Senhor Jesus que
indica que, nestes dias presentes , não temos razão
para jejua r (pois o esposo está conosco t odos os dias,
até a cons umação dos séculos).
Diante destes fat os, concluímos que o jejum não
pertence a esta D ispensação em que vive mos.
No seu sent ido original (o ato de abster -se de alime ntos
como um exercício religioso ; isto é , como uma forma de
agrada r a Deus), ele não tem nenhum valor nesta
Dispensaçã o, e os cristãos desta época da Igreja não
devem jej uar meramente como um exercício religi oso.
Há, porém, out ra forma de entender a palavra “jejum”: o
ato de abste r-se de alimentos (ou out ras coisas lícitas e
necessárias) por algum tempo, para não at rapalhar
algum serv iço espiritual. Cre io que esta forma de jejum
(se dermos à palavra este senti do secundário) não só é
lícit o, como é proveit oso.
25
Duas vezes lemos que o Senhor Jesus e Seus discípulos
estavam tão ocupados ajudando os outros que “ não
tinham tempo para comer ” (Mc 3:20 e 6:31).
A expressão “orando com jejuns” em At. 14 também
indica isto, e suge re algo que muitos cristãos fazem
regularme nte:
abrir mã o de alime nto (ou descans o, ou out ra cois a
necessária) porque há serv iço para o Mestre que
precisa se r feit o urgenteme nte.
Quantas irmãos e irmãs (principalme nt e nestes dias
corridos em que vivemos) já abriram mão do jantar
para podere m ir à reunião depois do t rabalho num dia
de semana ; ou usaram a hora do almoço para visitar
um enfe rmo, distribuir folhet os, ou conv ersar com um
colega de escola ou trabalho que es tá interessado no
Evangelho.
Quantos irmãos e irmãs se ent regam de tal forma à
ora ção, que não tem tempo para comer (como o
Senhor em Mc. 3 e 6).
O Novo Testament o deixa bem claro que o jejum, como
mero exercíc io religioso , não tem valor nesta
Dispensação.
26