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0. INTRODUÇÃO

1. A MUDANÇA D E T ESTAMENTO
1.1. Jesus e a Lei “M osaic a”
1.2. Cristo é o término da lei.
1.3. O destino da Lei com a vinda de Cr isto
1.4. Concluindo

2. ETIMOLOG IA DA PALAVR A JEJUM


2.1. Introdução
OBS.
2.2. No Novo Testamento (Três palavras)

3. O JEJUM NA ÉPO CA D E CRISTO ( DISPENSAÇÃO DA LEI)


3.1. Na vida de Cr isto
3.2. Cristo e Se u ens ino no sermão da montanha
3.3. Cris to respondendo aos disc ípulos de João
3.4. Cris to após a transfiguração (M t. 17: 21, Mc .
9:29)

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4. O JEJUM NO NOVO T EST AMENTO (DISP ENSAÇÃO DA
GRAÇA)
4.1. Na vida da igreja
4.2. O jejum na vida de Paulo
4.3. Paulo escrev endo a igreja em Cor into (1ª Co . 7:5)

5. EXEMPLOS DE JEJUM NO T ESTAMENTO HEBREU


5.1. Introdução
5.2. O exemplo de Cor nélio
5.3. Os exemplos de P aulo e Barnabé

6. ALGUNS VERSÍCU LOS E ARGUMENTOS ANALIS ADO S


6.1.

7. PARA AQU ELES QUE AIN DA J EJUAM NA DISPENSAÇÃ O


DA GRAÇA

CONCLUSÃO

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0. INTRODUÇÃO
Quanto a o assunt o jejum, predomina o entendiment o
de que se t rata de uma prática emine nte mente cristã,
e, portant o, válida para os discípulos de Jesus. Isto
ocorre tanto entr e “desigrejados” como entre
“igrejados”, uma vez que ambos enxergam a
contemporaneidad e do jejum , praticame nte, como um
axioma. 1
Assim, mesmo que muitos não o pratiquem, esse r ito
é vis to com bons olhos perante a grand e maioria da
cristandade.
Isso não significa, contudo, que não haja
discordâncias. Porquant o, ainda que a maioria
concorde sobre a validade do jejum há uma série de
divergências ac erca de sua observâ ncia e seus
resultados. Exemplo:
Uns pensam que a prát ica deve ser caracteriz ada
pela abst inência completa de alimen t os e líquidos;

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❶ Rubr i ca: fil osofi a. - pr em i ssa c onsi der ada necessar i am ente
evi dente e ver dadei r a, fundam ento de um a dem onstr ação,
por ém el a m esm a i ndem onstr ável , or i gi nada, segundo a tr adi ção
r aci onal i sta, de pr i nc í pi os i natos da c onsci ência ou, segundo os
em pi r i stas, de gener ali z aç ões da obse r vação empí r i ca
❷ Der i vação: por extensão de senti do. - m áxi m a, pr ovér bi o,
sentença
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Outros ente ndem que os líquidos são permit idos
durante a prát ica;
Ainda há aqueles que compreende m que o jejum
pode ser a privação de um eleme nto apenas, que
não pre cisa, necessariame nte, se r um alimento,
pode ndo eng lobar, inclus ive, o cos tume de assistir
TV ou acessar a internet.
Apesar disso, não há dúvida de que a ideia mais
popular é a que associa a abstenção de alimentos à
aquisição d e bênçãos .
Contra riando esse conceit o, alguns comp reendem que
o jejum contribui apenas para a santific ação e
fortalec imento esp iritual do cren te . Com base nisso ,
há quem creia que para evangeliza r ou visitar
pessoas “possiv elmen te endemoninhadas” é
necessário jejuar antes .
Essa diversidade inte rpretativa, entretanto, não
dim inui a crença na at ualidade e validade do jejum
para a ig reja. Pois, até mesmo quem não o pratica
defende sua atualidade.

1. A MUDANÇA D E T ESTAMENTO
1.1. Jesus e a Lei “M osaic a”
Jesus nasce u sob a Le i – Gl. 4:3-5
Jesus viveu sob a Lei

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Jesus cumpriu a Le i (o único a cumprir t oda a Lei) –
Mt. 5:17-18
Jesus morre u sob a Le i - Dt. 21:22-23, G l. 3:10 -13
E na Sua ressurreição removeu a Le i cravando -a na
cruz. - C l. 2:12 -14

1.2. Cristo é o término da lei.


Cristo pôs ponto final à le i como meio de salvação
(Rm. 6:14; 9:31; Ef. 2:15; Cl. 2:14), conforme se vê
também em Lc. 16:16.
Cristo é o fim da lei «como base da justiça». Em
outras palavras , aquela just iça de De us, a sua
própria natureza moral, que ele requer que os
home ns possuam, não pode vir através do sistema
legalista, mas só pode vir por inte rméd io de Cristo;
e isso por me io de sua vereda mística, através do
conta cto com o Espírito Santo, devido ao seu pode r
de transformação.

1.3. O destino da Lei com a vinda de Cr isto


A le i é indivis ível.
Nas 400 vezes qu e ocorre a palavra Lei na Bíblia
em nenhuma se faz à distinção en tre “Lei Moral” e
“Lei Cer imonial” .

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Prece itos da “Le i Moral” como sendo Lei de
Moisés Jo. 7:19, 23.
Mandame ntos de cunho Moral na “Lei
Cerim onial” Lv. 19:2, 18, Dt. 16:19; 18:13, Êx.
22:22.
Cristo e Paulo citaram passagens de Liv ros do
Pentateuco e simplesme nte chamaram Lei.

Parte Moral - Os mandament os exis tentes no


decá logo foram re petidos na Nova Aliança com
exceção do 4º mandament o.
Parte Cerimonial – Cumpriu-se em Cristo e na Sua
Igreja – Mt. 5:17 -18, Jo. 1:29, 1ª Co. 5:7, Hb. 9:11 -
14, 23,24
Parte Civil – A maior parte dos Estatutos, a Lei C ivi l
que regulamentava a v ida Nacional e Social de
Israel foi dispensada quando a Nação Judaica fo i
dispe rsa, pois perderam a sua vida Nacional até
1948 d. C.

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1.4. Concluindo
A Dispensação da Lei é exclu sivamente Judaica , o u
seja, a D ispensação do povo de Israe l – Êx. 19:3;
20:2, Ez. 20:10 -12, 18-20
Não podemos nos esquece r da visão div ina para o
mundo hoje: Judeus, G ent ios e Igreja.
No livro de Atos nos most ra o que foi resolv ido
acerca do rito mosaico em re lação à igreja:
A decisão de Tiago – At. 15:19 -21.
A decisão da Igreja – At. 15:22-34.
O Testamento He bre u não é compêndio teológ ico
para a igreja.

2. ETIMOLOG IA DA PALAVRA JEJUM


2.1. Introdução
Nas cópias dos orig inais gregos há pe lo menos t rês
palav ras que ex pressam o at o de je juar.
Vejamos abaixo:

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2.2. No Novo Testamento (Três palavras)
Prime ira palavra: n hstiv nest is da insep. part ícula
negativa (não)
Significado da prime ira palavra nas cópias do
original grego : Jejum = não te r comido
Referê ncias bíblicas da primeira palavra nas
cópias do orig inal g rego
Mt 15:32 - E Jesu s, chamando os seus
disc ípulo s, disse: Tenho compaixão da
multidão, porque já e stá comigo há três dias, e
não tem que comer; e não quero despedi -la em
jejum, para que não de sfa leça no caminh o .
Mc 8:3 - E, se os deixar ir em jejum para suas
casas, de sfalecerão no caminho, porque alguns
deles vieram de longe.

Segunda palavra: nhst eia (neste ia)


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Significado da segunda palavra nas cópias do
original grego : Jejum = abstinência
Voluntária. C omo exercício religioso do je jum
De forma particular
De forma pública prescrit o pela le i mos aica
e obse rvado anualmente no grande dia da
expiação, no dé cimo dia do mês de Tisri (o
mês Tisri compree nde uma parte de
Setembro e Outubro no nosso calendário); o
jejum, portant o, ocorria no outono quando
navegar era ge ralm e nte pe rig oso por causa
das tempestades
Involuntá ria. Provocada por necessidade ou
pobreza
Referê ncias bíblicas da segunda palavra nas
cópias do orig inal g rego
Mt 17:21 - Ma s e sta casta de demônios não se
expulsa senão pela oração e pe lo jejum.
Mc 9:29 - E d isse-lhe s: Esta ca sta não pode sair
com coisa alguma, a não ser com oração e
jejum.
At 27:9 - E, passado muito tempo, e se ndo já
perigosa a navegação, po is também o jej um já
tinha passado, Pau lo os admoestava ,

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2ª Co 11:27 - Em trabalhos e fadiga , em vigília s
muitas veze s, em fome e sede , em jejum muitas
vezes, em frio e nudez.

Terceira palavra: n hsteuw (nesteuo)


Significado da te rce ira palav ra nas cópias do
original grego : Abster-se de comida e bebida
como exercício re lig ioso:
Inteiramente , se o jejum é de ape nas um dia ;
Por costume e opção alimentar, se por vários
dias
Referê ncias bíblicas da terceira palavra nas
cópias do orig inal g rego
At 10:30 - E disse Corné lio : Há quatro dias
estava eu em jejum até e sta hora , oran do em
minha casa à hora nona.

3. O JEJUM NA ÉPO CA D E CRISTO (DISPENSAÇÃO DA LEI)


3.1. Na vida de Cr isto
Cris to foi levado pelo Esp írito ao deserto para ser
tentado pelo diabo, não para jejuar .
Em Lc. 4:1 -2 “... durante quarenta dias, sendo
tentado pe lo diabo. Nada comeu naqueles dia s, a o

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fim dos quais teve fome ", a Bíblia mostra que Jesus
não jejuou para resist ir ao diabo.
Cristo jej uou pelas circunstâncias desérticas que se
encontrava, não para "buscar pode r" ou coisa que
valha.
Cris to não venceu o diabo pelo jejum (a Bíblia nã o
afirma ist o); Ele o venceu usando a Palavra de Deus
(Mt. 4:1 -11). "Re spondeu-lhe Je su s: Dito está: Não
tentarás o Senhor, teu Deus. Passadas que foram as
tentações de toda sorte , apartou -se de le o diabo,
até momento oportuno." Lc. 4:12 -13
O problema é que hoje , em plena Nova Aliança, as
pessoas querem fazer o mesmo que Jesus fez
quando Ele estava debaixo da Lei de Moisés . Por
isso que as Escrit uras Sagradas ensinam a não
vermos mais a Jesus segundo a carne e ,
consequenteme nte, que rer imitá -lo "de ste modo"
(2ª Co. 5:16).

3.2. Cristo e Se u ens ino no sermão da montanha


Precisamos e ntende r que este en sino fo i dado pelo
Senhor Jesus quando a Dispensação da Lei ainda
estava em vigor .
Porta nto, quando examinamos os de talhes do
manifesto [no Sermão da Montanha] é necessário

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ter dis cernime nto. Uma aplicação ge ral de tudo leva
à confusão; ao invés disto, devemos nos perguntar:
Quais princípios e ram aplicados para o Seu pov o
no passado?
Quais princípios são aplicados para o Se u povo no
presente?
Quais princípios pode rão era aplicados para o seu
povo no fu turo?
De modo geral, podemos dize r que os princípios
espirituais que estão por trás dos d etalhes n o
Sermão da Montanha são princíp ios eternos , mas
que os detalhes materia is e físicos não tem,
necessariamen te, aplicação direta a nós nesta
Dispensação.
Um exemplo deve deixar isto claro: em Mt. 5:23 -24
o Se nhor fala s obre t razer uma ofe rta ao altar, e a
necessida de de prime iro reconciliar -se com um
irmã o ofe ndido, para de pois apresentar a ofe rta.
O ato físico de traze r um animal diante do altar
não deve se r prat icado hoje.
O reconciliar-se com seu irmão antes de servir a
Deus ce rtamente continua válido (1ª Jo 4:20).
Preservamos o princípio (a prioridade do perdão) ,
pois ele é eterno, ma s não imitamos o ato fís ico
(trazer uma ofe rta ao altar) , pois ele pe rtence à
outra D ispensação.
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Lembra ndo do contexto em que estes versículos se
encontram, não podemos basear nos sa prática
quant o ao jejum nos dias de hoje no det alhe físico
mencionado aqui.

3.3. Cris to respondendo aos disc ípulos de João


Os três Evangelhos sinóticos reg istram o
questioname nto dos discípulos de João e dos
fariseus quant o ao fato dos discípulos do Senhor
não jej uare m (Mt 9:14-15, Mc 2:18-20 e Lc 5:33 -35 -
doze ocorrências ).
Relem bra ndo que o j ejum era um costu me judaico ,
usado para castigar a carne , em sinal de lut o, de
tristeza, em dias de crises e lutas, que f oi passad o
à igreja romana , etc.
Quando foi pe rguntado a Jesus porque os seus
discípulos não jejuavam, ele responde u: " Pode is
fazer jejuar os convidados para o c asamento,
enquanto está com ele s o noivo ? D ias virão,
contudo, em que lhes se rá t irado o noivo ; naquele s
dias, sim , jejua rão ." Lc. 5:34 -35.
O Senhor de ixa claro que , enquanto Ele estivesse
com os Seus, eles não teriam razão para jejuar, e
acresce nta: “D ias, porém, virão, em que lhes será
tirado o e sposo , e então jejuarão ”. Estes “d ias”

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vindouros seriam “en tre a Sua mor te e Sua
subsequente ressurreição ”.
Na sua ausência pode riam os discípulo s jejuar.
Assim, Ele estava anunciando sua morte.
Adam Clarke , no seu comentário s obre este
versículo, afirma que os cristãos primit ivos
entendiam desta forma as palav ras do Senhor,
refe rindo-se ao tempo que Seu corpo esteve no
sepulcro.
Da mesma forma que o ensino ante rior (no Se rmão
da Montanha), este ens ino também foi dad o
quando a Velha Aliança ainda estava em vigor,
portanto não podemos ap licá -lo literalm ente a nós
hoje. Até o aspecto profético deste ensino - quando
o Senhor fala que have ria um tempo em que o s Seus
discípulos jejuariam porque Ele estaria separad o
deles - já foi plenamente cumprido no pe ríod o
entre a Sua morte e ressurreição. Realmente “ fo i
tirado o esposo ” durante aqueles dias t ão tristes,
mas a tristeza dos discípulos logo se transformo u
em alegria quando viram o Se nhor ressurret o - e a
alegria que os inundou quando viram o Senhor viv o
é uma alegria da qual disse o Senhor: “ n inguém vo -
la t irará” (Jo 16:16 -22).
Hoje Ele não está ausente , pois Ele mesmo
prometeu estar conosco todos os dias e faze r
mora da em nós, Seus servos (Mt 28:20 e Jo 14:23).

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Lembra ndo dist o, temos no ensino destes versículos
que estamos considerando uma forte indicação de
que o a to de j ejuar não é nec essário para nós
nesta Disp ensação .
Durante o curto per íodo em que o Sen hor esteve
separado dos Seus p ela morte, os discípu lo s
tiveram razão para jejuar; mas desde o momento
glorioso da ressurreição, tal razão não existe mais .
Este acontecimento, portant o, indica que não há
muita razão para o cr istão j ejuar hoje , dev ido à
comunhã o es pecial que temos com nosso Salvador.
Os judeus ainda jejuam, porque não O tem como
Salvador.

3.4. Cris to após a transfiguração (M t. 17: 21, Mc .


9:29)
Este é outro tre cho que perte nce à Ve lha Aliança, e
não podemos simplesmente trans portar as práticas
daque la Dispe nsação para os nossos dias.
Devemos apre nde r com o princípio espiritua l
apresentado pe lo Senhor Jesus , mas entende r que
não vivemos mais sob o jugo da Le i.
O princípio que o Se nhor está apresentando é que
aque la obra que Ele acabara de realiz ar (expulsando
um de mônio) não era algo que pode ria ser feit o
displicenteme nte, mas que ex igia um pre par o
16
prévio para ve rdadeiramente estar em comunhão
com De us.
O Senhor está e nfat izando que “colocar a alma e m
harm onia com Deus” não e ra algo aut omático, e
sugere que o sent ido de oração e je jum neste
contexto é que a oração é o contato cont ínuo do
coração com De us; o jejum é a cont ínua falta de
contat o com o mundo.
Em outras pa lavras, para servir a Deus de forma
eficaz, prec isamos estar em comunhão com De us
continuamen te (ilu strado pelo ato da oração), e
dispostos a abrir mão até de coisas lícita s, se esta s
atrapalham nosso serviço (ilustrado pelo ato d o
jejum).
Este trecho também não se a plica lite ralmente a
nós - e nsina-nos lições espirit uais , mas não no s fala
nada s obre o at o do jejum para a nossa
Dispensação.

4. O JEJUM NO NOVO T EST AMENTO (DISP ENSAÇÃO DA


GRAÇA)
4.1. Na vida da igreja
No dia de Pente costes, o Espírito Sant o de De us
veio faze r morada em nós, e por isso nós estamos
perma nenteme nte com o noivo.

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Não há , portanto, nenhum mot ivo para um cristão
que v ive na graça de De us, jejuar.
Ele possui t oda a graça e a ve rdade no Cristo que
está dent ro do seu coração faze ndo -o um com Ele.
Jejuar se ria o mesmo que dize r que a obra de Cristo
não foi completa.
O jejum, como forma de consagração ao Senhor,
não é verdade bíb lica, mas conceito d e homens,
logo não serve para nós, que já temos o noivo na
nossa vida - somos a Sua no iva .

4.2. O jejum na vida de Paulo


Muitas pessoas pensam que Apóstolo Paulo jejuo u
por vonta de própria, em busca da consag ração, mas
o contexto b íblico mostra que, na verdade, ele, por
estar passando por persegu ições, não tinha como
se alimentar.
Em nenhum moment o Paulo diz que jejuou para
agrada r a Deus ou pe dir poder. 2ª Co. 6:4 -6, 9-10
"Pelo contrário , em tudo recomendando -nos a nós
mesmos como ministros de Deus: n a muita
paciência, nas aflições, nas p rivações, na s
angústias, nos açoite s, na s prisões, nos t umultos,
nos trabalhos, nas vigílias, nos jejuns, na pureza,
no saber, na longanim idade, na bond ade, no
Esp írito Santo, no amor não fingido... ";
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"como desconhecidos e entretanto, bem
conhecidos; como se estivéssemos morrendo e,
contudo, eis que vivemo s; como castigados,
porém não mortos; enriquecendo a muitos; nada
tendo, mas po ssu indo tudo ".
Paulo passando por privações e angústias não podia
alim enta r-se.
2ª Co. 11:25-27 "...fui trê s vezes fu st igado com
varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, trê s
vezes; uma noite e um dia passei na voragem do
mar; em jornadas, muitas vezes; em per igos de
rios, em pe rigo s de salteadore s, em perigo entre
patrício s, em perigo entre gentios, em pe rigos na
cidade, em perigo s no deserto , em perigos no
mar, em perigos entre falsos irmãos; em
trabalhos e fad igas, em vig ília s, muita s vezes; em
fome e sede , em jejuns mu itas vezes; e m frio e
nudez."
De nov o, o contexto é de que o Paulo, que passav a
tantos desafios, não se alime ntava.
Ele não se r etirava a um quarto para jejuar e
aproximar-se d e Deus como mu itos ensinam .

4.3. Paulo escrev endo a igreja em Cor int o (1ª Co . 7:5)


Esta é a única passagem do Testamento Cristão
onde apresenta ens ino relacionado ao jejum.
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As versões ARC e ARA da SBB omitem a palavra
“jejum” neste versículo, mas ela é incluída pe la
versão A RF da SBTB.
O apóstolo não está dando e nsino diretamente
sobre o je jum, mas afirmando que um casal cristão
deve dar importância à sua intimidade, apenas
quebrando esta int imidade se for para aplicar -se
“ao jejum e oração ”, e log o de pois ajuntando -se
novamente.
Deste trecho podemos entende r que , na ig re ja
primit iva, e ra normal que cristãos ainda
prat icassem o jejum. Mas é importante perc eber
que es ta é a ún ica passagem em todas a s epístolas
do Novo Testamento que dá ensino sobr e o j ejum .
Não é uma instrução para que jejuemos, nem é uma
instruçã o sobre como jejuar, mas simple smente um
aviso pa ra não permit ir que a oração e o jejum
inte rrompessem definit ivamente a int imidade do
casal; poderiam se separar para estas atividades,
mas logo depois deveriam ajuntar -se nov amente.
Devido à ausência de instruçõ es claras quanto à
prática do jejum, talvez podemos entender esta
prática como um daqueles aspectos d a Lei que
demoraram um pouco mais para ser em d eixados d e
lado pelos judeus (como o voto que Paulo fez em
Jerusa lém; At 21:22-26).

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Das várias ocorrências da pa lavra “jejum” e suas
derivadas num contexto de ens ino, vimos que
apenas uma destas refe rências refe re -se ao período
em que nós vivemos , e simplesme nte reconhe ce que
alguns cristãos naque la é poca jejuavam.
Se cont rastarmos isto com as palav ras do Senho r
Jesus, quando disse que não faz ia sentido Seus
discípulos jejuarem e nquant o Ele estava com e les,
pode mos concluir, por enquanto, que o jejum não é
algo importante para esta D ispensação em que
vivemos.

5. EXEMPLOS DE JEJUM NO T ESTAMENTO HEBREU


5.1. Introdução
Os seis exemplos de jejum no NT se divide m e m
dois grupos de três:
Os três prime iros refe rem-se à Velha Aliança;
Ana (Lc 2:37)
O Senhor Jesus (Mt 4:2)
O fa riseu (na parábola de Lc 18:12).
Os últim os três re ferem -se à Nova Aliança.

5.2. O exemplo de Cor nélio

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O exemplo de Corné lio (At 10:30) não serve para
nos guia r, pois C ornélio nem e ra convertido quand o
jejuou.
Pode se r que Corné lio apre nde u s obre o jejum com
os jude us (dos quais era amigo; At 10:22); mas sua
prática tem mais a ver com uma busca r elig iosa d a
verdade por um incrédulo, do que com o serviço
inteligen te de um salvo .

5.3. Os exemplos de P aulo e Barnabé


Restam ape nas os exemplos de Paulo e Barnabé;
primeirame nte com out ros irmãos em Antioquia (At
13:1-3), e depois em out ras igrejas no final da
viagem que começou no cap. 13 (At 14:23).
Um eleme nto e m comum nestes dois e xemplos é
que o j ejum está int imamente ligado à oração:
“Então, jejuando e orando…” (At 13:3);
.“… orando com jejuns…” (At 14:23).

5.4. Aspectos importantes dos exemplos de Paulo e


Barnabé
Há mais citações no livro de Atos e nas epístolas
da prática da oração (cerca de 100 vez es) do qu e
da prática do jejum (ce rca de 4 vezes);

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Também pre cisamos destacar a ocas ião destes
exemplos.
Ambos ocorreram por ocasião da primeira
viagem de Paulo
A primeira viagem de Paulo foi p rovavelmente
no ano 48 a.D.
Esta viagem foi fe ita antes de qualque r uma
das epístolas do NT terem sido es critas,
quando as igrejas locais ainda estavam na sua
infância, e quando alguns e lement os do
juda ísmo ainda pe rmaneciam e ntre os salvos.
Cerca de dez anos de pois disto (por volta do
ano 58 a.D.), lemos de “ m ilhare s de judeus que
creem, e todos são zeladores da Lei ” (At
21:20).
A demora dos judeus salvos em abandon ar todas
as práticas do judaísmo .
Um jude u não te ria t anta dificuldade para
abandonar o Tem plo e os sacrifícios de
animais; mas out ros aspe ctos da Le i (como a
circuncisão, o díz imo, o jejum) demoraram
muit o mais para serem de ixados de lado (até
mesmo por cristãos esclarecidos como Paulo,
conforme o exemplo já citado do se u voto em
At. 21).

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6. PARA AQU ELES QUE AIN DA J EJUAM NA DISPENS AÇÃO
DA GRAÇA
Há irmãos pie dosos e teme ntes a Deus que cree m que
o cristão deve jejuar ainda hoje. Fazem isto
since ramente diante do Senhor, e seguindo as
orienta ções dadas no Sermão da Montanha (lavando o
rosto pa ra não parece r aos home ns que jejuam - Mt
6:16-18).
Respeit o à convicção de les e não os julg o. Mas a luz
da Bíblia é errada a atit ude desses que jejuam exig ir
que out ros também jejue m.
O Senhor Jesus ensinou para aque les que estavam sob
a “Lei Mosaica” que o jejum deve ria s er fe it o sem
nenhuma ostentação (Mt 6:16-18).
Um ponto importante que devemos le mbrar é que,
quer seja nacional, na ig reja, ou pessoal, o jejum e m
si mesmo não tem virtude alguma. É apenas um
exercício es pirit ual.

CONCLUSÃO
Temos cons ide rado, neste breve estudo, todas as
refe rências a o jejum no NT, e des cobrimos que,
refe rente a esta Dispensação em que vivemos,
encontram os:

24
Apenas um trecho doutr inário que me nciona o jejum
(1ª Co 7:5), e isto indiretame nte;
Apenas do is exemplos de cristãos jejuando (At 13:1 - 3
e 14:23) — ambos ocorridos no ano 48 a.D., antes do
Novo Testamento se r escrito, e antes do judaísmo ser
completame nte desarraigado do me io da Igreja.
Nenhuma exortação nas epístolas sobre o at o de
jejuar, ou sobre o s ignificado ou importância deste
ato.
Uma profecia (Mt 9:15) feita pe lo Senhor Jesus que
indica que, nestes dias presentes , não temos razão
para jejua r (pois o esposo está conosco t odos os dias,
até a cons umação dos séculos).
Diante destes fat os, concluímos que o jejum não
pertence a esta D ispensação em que vive mos.
No seu sent ido original (o ato de abster -se de alime ntos
como um exercício religioso ; isto é , como uma forma de
agrada r a Deus), ele não tem nenhum valor nesta
Dispensaçã o, e os cristãos desta época da Igreja não
devem jej uar meramente como um exercício religi oso.
Há, porém, out ra forma de entender a palavra “jejum”: o
ato de abste r-se de alimentos (ou out ras coisas lícitas e
necessárias) por algum tempo, para não at rapalhar
algum serv iço espiritual. Cre io que esta forma de jejum
(se dermos à palavra este senti do secundário) não só é
lícit o, como é proveit oso.

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Duas vezes lemos que o Senhor Jesus e Seus discípulos
estavam tão ocupados ajudando os outros que “ não
tinham tempo para comer ” (Mc 3:20 e 6:31).
A expressão “orando com jejuns” em At. 14 também
indica isto, e suge re algo que muitos cristãos fazem
regularme nte:
abrir mã o de alime nto (ou descans o, ou out ra cois a
necessária) porque há serv iço para o Mestre que
precisa se r feit o urgenteme nte.
Quantas irmãos e irmãs (principalme nt e nestes dias
corridos em que vivemos) já abriram mão do jantar
para podere m ir à reunião depois do t rabalho num dia
de semana ; ou usaram a hora do almoço para visitar
um enfe rmo, distribuir folhet os, ou conv ersar com um
colega de escola ou trabalho que es tá interessado no
Evangelho.
Quantos irmãos e irmãs se ent regam de tal forma à
ora ção, que não tem tempo para comer (como o
Senhor em Mc. 3 e 6).
O Novo Testament o deixa bem claro que o jejum, como
mero exercíc io religioso , não tem valor nesta
Dispensação.

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