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Igreja Evangélica Assembleia de Deus em Pernambuco

Superintendência das Escolas Bíblicas Dominicais


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LIÇÃO 09 – O BATISMO - A PRIMEIRA ORDENANÇA DA IGREJA - 1º TRIMESTRE DE 2024


(Rm 6.1-11)
INTRODUÇÃO
Nesta lição aprenderemos sobre uma das principais ordenanças deixadas pelo Senhor Jesus à sua Igreja, a saber: o
batismo em águas; veremos o seu conceito bíblico e a sua finalidade para a vida cristã; e por fim, confrontaremos à luz das
Escrituras as falsas concepções existentes sobre esta ordenança.

I – DEFINIÇÃO DA PALAVRA ORDENANÇA

1.1 Definição. Segundo Houaiss (2001, p.2077), ordenança quer dizer: “ato ou efeito de ordenar, de organizar, de dar
arrumação a; ordenação, organização; ordem, lei ou decisão que provém de autoridade”. Podemos definir ordenança
como um rito externo ordenado por Cristo para ser administrado na Igreja, como um sinal visível da verdade salvadora da
fé cristã (THIESSEN, p .303). Ordenança pode ser ainda entendido como: “um rito simbólico que põe em destaques as
verdades centrais da fé cristã, e que é obrigação universal e pessoal” (THIESSEN apud STRONG, p. 303).

II – DEFINIÇÃO E SIGNIFICADO DO BATISMO EM ÁGUAS

2.1 Definição do termo batismo. A expressão batismo do grego: “baptisma” é usado para designar tanto o batismo de
João (At 1.5; 11.16; 19.4) como o batismo cristão (Mt 28.19). Tal termo advém do verbo: “baptizo” que quer dizer:
“imergir, mergulhar, imersão”; usado primariamente entre os gregos significando o ato de tingir roupa ou a ação de tirar
água imergindo uma vasilha em outra (VINE, p. 430).

2.2 O significado do batismo em águas. Na declaração de Fé das Assembleias de Deus, sobre o batismo em águas
encontramos: “Cremos, professamos e ensinamos que o batismo em águas é uma ordenança de Cristo para sua Igreja,
dada por ordem específica do Senhor Jesus (Mt 28.19). Reconhecemos esse ato como testemunho público da
experiência anterior, o novo nascimento, mediante a qual o crente participa espiritualmente da morte e da ressurreição
de Cristo (Cl 2.12)” (SOARES, 20107, p.127). Quando o crente é imerso no batismo e seu corpo coberto pela água,
simboliza que ele morreu para a vida velha de pecados, e quando é levantado, está ressurgindo para uma nova vida em
Cristo (Rm 6.3-6). O cristão está testemunhando que recebeu pela fé a Jesus como Senhor e Salvador de sua vida e se
arrependeu de seus pecados (At 2.38). Por isso batismo em água inclui o compromisso permanente de virar as costas ao
mundo e a tudo quanto é mau, e viver uma nova vida no Espírito (Cl 2.6-8,12). O batismo em águas significa que a pessoa
pertence agora a Cristo e compartilha de sua vida, do seu Espírito e de sua filiação com Deus (Rm 8.14-17).

2.3 Jesus e batismo em águas. Se o batismo era uma confissão pública de arrependimento de pecados, e o Senhor Jesus
não tinha pecados para confessar, é de se deduzir que Ele não precisava se batizar. Eis aí a razão pela qual João quiz se
recusar (Jo 1.14). Por qual razão, então, Jesus se submeteu ao batismo? Vejamos:

2.3.1 Para cumprir toda a justiça: Como Jesus viera sob a Lei (Gl 4.4), teria de dar exemplo de plena obediência à Lei
diante da nação israelita. Por esta razão Ele foi circuncidado (Lc 2.21); foi apresentado no Templo e consagrado ao Senhor
(Lc 2.22,23); aos doze anos, foi à Jerusalém, para participar da Páscoa (Lc 2.41,42), e também se submeteu ao batismo (Mt
3.13-17; Mc 1.9-11; Lc 3.21,22; Jo 1.32-34).

2.3.2 Para se identificar com os pecadores: Embora Jesus não precisasse do arrependimento de pecado (1Pd 2.24), foi
batizado como nosso representante, assim também como nosso representante seria crucificado. Vejamos o que a Bíblia nos
diz: “E aconteceu que, ao ser todo o povo batizado, também o foi Jesus” (Lc 3.21). “Aquele que não conheceu pecado
ele o fez pecado por nós; para que fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).

2.3.3 Para confirmar e anunciar seu ministério: Assim como o batismo representa o fim de uma velha para uma nova
vida, o batismo de Jesus também representa o fim de uma vida normal, de um simples carpinteiro (Mt 13.55; Mc 6.3), para
tornar-se um homem público, e dar início ao seu ministério, com uma missão específica, sob o poder do Espírito Santo (Mt
4.23; 9.35). Isto porque não há registro algum que Ele tivesse pregado ou curado antes desse período. Até então, Ele estava
em Nazaré esperando a hora que o Pai determinara para início do Seu ministério.

2.3.4 Para endossar a autoridade de João: Ao ser batizado por João, Jesus queria endossar, também pelo exemplo, ser o
Ministério de João proveniente do Céu (Mt 21.25). Jesus estava demonstrando que reconhecia a autoridade e missão de
João Batista.
III – A IGREJA E A ORDENANÇA DO BATISMO EM ÁGUAS
Jesus deixou claro que seus discípulos deveriam além de ensinar, deveriam também batizar (Mt 28.19; 26.29),
como ensina a Bíblia Sagrada. Vejamos:

3.1 O batismo como uma ordenança. Os discípulos saíram e pregaram por toda a parte, batizando em cumprimento à
ordem recebida (Mc 16.16,20; At 2.41; 8.12; 10.47). Uma ordem dada pelo Senhor é realmente para ser cumprida (SI
119.4), pois a desobediência significa rejeição do conselho de Deus (Lc 7.29,30; Jo 14.21,23). Batizavam-se pessoas que se
haviam arrependido (At 2.38), pessoas que de bom grado recebiam a Palavra (At 2.41; 8.12), os que criam em Jesus (Mc
16.16; At 8.12,37; 18.8: 16.33,34), pessoas que já eram discípulos (At 19.1-6). Observamos, assim, que não existe na
Bíblia nenhum exemplo de batismo de crianças recém-nascidas (BERGSTÉN, 2016, p. 242).

3.1.1 O batismo por imersão. Os candidatos eram imersos totalmente nas águas: “Desceram ambos à água, tanto Filipe
como o eunuco, e o batizou” (At 8.38). Sobre o batismo de Jesus, a Palavra afirma que Ele, depois do seu batismo: “saiu
logo da água” (Mt 3.16). Era costume realizarem os batismos em Enom: “porque havia ali muitas águas” (Jo 3.23).

3.1.2 O batismo e a forma trinitária. O batismo era sempre ministrado após a experiência da salvação, nunca antes.
Ninguém era batizado para ser salvo, mas porque já era salvo. Essa ordem de Jesus jamais foi revogada, portanto, ninguém
tem o direito de desprezá-la (Mt 5.18,19). O batismo bíblico é: “em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo” (Mt
28.19). Assim, torna-se impossível afirmar, pelo que se lê em Atos 2.38; 8.16; 10.48 e 19.5, que os apóstolos batizavam
apenas em nome de Jesus. Essas passagens significam apenas que os discípulos batizavam autorizados por Jesus
(BERGSTÉN, 2016, p. 243).

IV – FALSAS CONCEPÇÕES SOBRE O BATISMO EM ÁGUAS

4.1 O batismo em águas é condição para salvação. Um dos grandes erros no que diz respeito a finalidade do batismo em
águas, é afirmar que ele uma condição para a salvação. Os que defendem esse conceito, se reportam ao texto da grande
comissão registrado pelo Evangelista Marcos, quando menciona a seguinte expressão: “E disse-lhes: Ide por todo o
mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo [...]” (Mc 16.15,16). Certamente, Jesus
não está dizendo que o batismo é necessário para a salvação, mas a pessoa que é salva deve ser batizada. É a rejeição de
Cristo que traz a condenação eterna. Jesus foi claro, quando disse: “Por isso, quem crê no Filho tem a vida eterna; o que,
todavia, se mantém rebelde contra o Filho não verá a vida, mas sobre ele permanece a ira de Deus” (Jo 3.36). Aquele
que crê deve ser batizado e introduzido na comunhão da igreja. A fé, porém, precede ao batismo. O batismo não faz o
cristão, mas demonstra-o. Uma pessoa pode ser salva sem o batismo, como o foi o ladrão que se arrependeu na cruz, mas
jamais alguém pode ser salvo sem crer em Jesus (Rm 10.9-13; Ef 2.8). É a descrença e não a ausência do batismo a razão
da condenação: “[...] mas quem não crer será condenado” (Mc 16.16). Nós somos batizados porque já somos salvos e
não para sermos salvos!

4.2 Crianças devem ser submetidas ao batismo em águas. Aqueles que argumentam em prol do batismo infantil dizem
ser o batismo o substituto da circuncisão, que era feita quando os meninos israelitas tinham oito dias de idade. Entretanto,
quando o Novo Testamento aborda a questão, não diz: “Pois nem a circuncisão é cousa alguma, nem a incircuncisão, mas
o que vale é o batismo em águas”, e sim, “o ser nova criatura” (Gl 6.15). Quando, mediante a fé e arrependimento,
estamos em Cristo, então somos novas criaturas (2Co 5.17). Os infantes são incapazes de arrependimento, fé ou
testemunho público da salvação recebida. De fato, eles não têm consciência do pecado dos quais possam se arrepender.
Isso significa que as crianças que morrem antes da idade da responsabilidade são salvas através da redenção por Cristo:
“Mas Jesus, chamando-as para si, disse: Deixai vir a mim os pequeninos e não os impeçais, porque dos tais é o Reino
de Deus” (Lc 18.16). Esses fatos, portanto, não deixam margem para o batismo infantil!

4.3 Não há necessidade de ser batizado em águas. Um outro erro comum, é imaginar que pelo fato de ser a fé em Cristo
o meio para a salvação, dizem alguns: “não preciso ser batizado nas águas”. O que se constitui uma má compressão sobre
esta ordenança bíblica. O batismo por imersão é ordenado nas Escrituras. Todos quantos se arrependem e creem em Cristo
como Salvador e Senhor, devem ser batizados. Assim fazendo, estarão declarando ao mundo que morreram com Cristo e
foram ressuscitados com Ele para andar em novidade de vida (Mt 28.19; Mc 16.16; At 10.47,48; Rm 6.4).

CONCLUSÃO
Ser batizado nas águas é uma das experiências mais marcantes para a vida cristã; embora não seja uma condição para a
salvação, mas, todo aquele que é salvo naturalmente tem o desejo de obedecer a tal ordenança.

REFERÊNCIAS
 BERGSTÉN, E. Teologia Sistemática. CPAD.
 SILVA, Esequias Soares da (Org.). Declaração de Fé das Assembleias de Deus. CPAD.
 GEISLER, Norman. Teologia Sistemática vol. 2, CPAD.
 MENZIES, William,W. HORTON, Stanley M. Doutrinas Bíblicas: Os Fundamentos da Nossa Fé. CPAD.

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