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PILULA MAÇÔNICA - Nº1

O significado da palavra "BRETHREN"

- a palavra "Brethren" é uma antiga forma do plural de "brother", e não é usada


em circunstancias normais. Ela é usada com frequência para distinguir "irmãos
de sangue" e "irmãos" membros de comunidades religiosas ou fraternais, que é
o caso da Maçonaria.

É encontrada principalmente nos Rituais ingleses (incluindo Nova Zelândia) e


Rituais americanos. Outras fraternidades, distintas da Maçonaria, também a
usam. Parece haver um senso comum em usá-la, e seu uso frequente e
continuado, o justifica amplamente.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PILULA MAÇONICA - Nº 2

CARTA CONSTITUTIVA

Nos primórdios, uma Loja era independente, formada por si só, sem nenhuma
cerimônia, normalmente auxiliada por outras da vizinhança, se um número
suficiente de Irmãos decidissem formar e inaugurar uma delas.

Mas, em 1722, a Grande Loja da Inglaterra recém-formada em Londres,


determinou, baseada em sua importância recém-adquirida, que cada nova Loja
na Inglaterra deveria ter uma patente, e desde aqueles tempos todos os Irmãos
que resolvessem formar uma nova Loja, empenhavam-se para obter a
permissão, a certificação, em forma de carta, da Grande Loja.

Esta nova Loja ficava, então, unida e subordinada à Grande Loja da Inglaterra,
como uma filial, se comprometendo em trabalhar de acordo com seu sistema, e
se manter dentro dos antigos Landmarks e dentro das diretrizes estabelecidas.

Então, a tal Loja era chamada justa, perfeita e regular.

Temos hoje, conforme nos orienta o Mestre Alec Mellor (Dicionário da


Francomaçonaria), que nenhuma Loja ou Capitulo pode existir regularmente
sem um título de constituição, chamado Carta Constitutiva (em inglês, Warrant
ou Charter) que é ao mesmo tempo, a sua certificação de nascimento e, de
certa forma, seu alvará de funcionamento.

Henry Wilson Coil nos esclarece que não há uma essencial diferença entre
Warrant e Charter, mas ambas as palavras, nos primórdios eram usadas para
descrever a autorização, emitida pelo Grão Mestre, consentida pela Grande
Loja, de modo oral primeiramente, em seguida por escrito, para a constituição
de uma nova Loja.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PÍLULA MAÇÔNICA - Nº 3

OLD CHARGES (Antigas Instruções)

Este é o nome popularmente dado a mais de 100 antigos Manuscritos em


inglês ou (ocasionalmente) em escocês, de aproximadamente 600 anos atrás.

Eles parecem ter servido nas Lojas Operativas Inglesas para alguns propósitos,
como, por exemplo, no Livro das Constituições e Rituais.

Eles são frequentemente achados escritos em pergaminhos com


aproximadamente 1,8 metros de comprimento por 22,8 centímetros de largura.

Eles geralmente consistem em três partes:

- uma Invocação ao "Poder do Senhor no Céu", etc.


- uma História Tradicional diferindo largamente daquelas que usamos hoje
em dia, começando com Lamech, incluindo Euclides e indo até o tempo de
Athestan.
- Instruções, em Geral ou no Particular, as quais são regras para uma boa
conduta da ordem (Craft) ou para a conduta dos Maçons, individualmente.

As duas últimas versões bem conhecidas estão agora no Museu Britânico. A


mais antiga, o REGIUS, é considerada datar de 1390, e o COOKE, de 1425.

Entretanto, evidências internas indicam que o COOKE foi transcrito de um


Original, mais antigo que o REGIUS.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇONICA - Nº 4

Fanáticos e Fanatismo

Em termos religiosos, temos que, segundo os dicionários, fanático “é quem, ou


que se julga inspirado por Deus”. De modo geral fanático “é quem, ou que se
apaixona demasiadamente por uma causa ou pessoa”.

Podemos aprofundar esta nossa pesquisa consultando trabalhos do pranteado


Ir.: Nicola Aslan, em seu Grande Dicionário Enciclopédico, onde é dito que os
fanáticos eram os sacerdotes antigos dos cultos de Isis, Cibele, Belona, etc.,
que eram tomados de delírio sagrado, e que se laceravam até fazer correr
sangue. A palavra tomou, assim, o sentido de misticismo vulgar, que admite
poderes ocultos, que podem intervir graças ao uso de certos Rituais. Emprega-
se, também, para indicar a intolerância obstinada daquele que luta por uma
posição, que considera evidente e verdadeira, e que está disposto a empregar
até a violência para fazer valer suas opiniões e para converter a outros que não
aceitam as suas ideias. Dai tomar-se o termo, por extensão, para apontar toda
e qualquer crença, quer religiosa, ou não, desde que haja manifestação
obstinada por parte de quem a segue.
Esta palavra vem do latim fanum, Templo, lugar sagrado. Fanaticus era, em
latim, o inspirado, o entusiasmado, o agitado por um furor divino.
Posteriormente, tomou o sentido de exaltado, de delirante, de frenético. E,
finalmente, o de supersticioso.

Desse modo, podemos agora definir o Fanatismo como sendo a dedicação


cega, excessiva, ao zelo religioso; paixão; adesão cega a uma doutrina ou
sistema qualquer, inclusive político.

Podemos afirmar que o abuso das praticas religiosas podem levar até a
exaltação que impedem o fanático a praticar atos criminosos em nome da
religião ou de um poder político. Conforme a Enciclopédia Portuguesa Ilustrada
temos que: o fanatismo é uma fé cega, irrefletida, inconsciente, e a maior parte
das vezes independente da própria vontade, que algumas pessoas sentem por
uma doutrina ou um partido. O fanatismo é uma autossugestão, que se sente
independente da própria vontade e que faz sentir uma paixão desordenada a
que nos abandonamos. Enquanto o fanatismo não intervém nas relações
sociais dos indivíduos, não deve ser considerado perigoso; mas não sucede o
mesmo quando os seus efeitos se manifestam numa sociedade compacta,
onde reina a diversidade de crenças e opiniões. O fanatismo causou males em
todas as sociedades antigas, e na Idade Media viram-se também excessos
produzidos por ele, principalmente o fanatismo religioso.

A Maçonaria condena o fanatismo com todas as suas forças. Em vários Graus,


as instruções giram em torno desta execrável paixão, considerada como um
dos inimigos da Ordem Maçônica.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇÔNICA Nº 5

Collegia Fabrorum e as Guildas

O Collegia Fabrorum era uma Associação romana na época (iniciada em 500


a.C.) das grandes conquistas de cidades pelos romanos, até o ano
aproximadamente 400 d.C. Os guerreiros destruíam as construções de todos
os tipos, na subjugação dos povos e devido a selvageria das batalhas, e esse
grupo de construtores, talhadores de pedras, artistas, carpinteiros, etc., iam
atrás reconstruindo o que era de interesse para as tropas e aos comandantes
de Roma. Tinha um caráter religioso, politeísta, adorando e oferecendo seus
trabalhos, aos seus deuses protetores e benfeitores.

É possível que, com a aceitação do Cristianismo pelos romanos, essa


associação tenha se tornado monoteísta (Cartilha do Aprendiz – José
Castellani – Ed. A Trolha).

As Guildas eram Associações corporativistas, auto protetivas, que apareceram,


na Idade Média, depois de 800 d. C. Eram grupos de operários, negociantes e
outras classes. Existiram, com o passar do tempo, diversos tipos de “Guildas”:
religiosas, de ofício, etc., entre outras.
No caso das de oficio, se auto protegiam, e protegiam seus membros e, muito
importante, protegiam seus conhecimentos técnicos, adquiridos pelos membros
mais velhos e experientes, e os transmitiam, oralmente, em segredo, em locais
afastados e adequados, longe de pessoas estranhas ao grupo formado.

Como eram grandes, precisavam de sinais de reconhecimento, palavras de


passe, etc. E, obviamente, de pessoas que coordenassem, que vigiassem tudo
isso. Também é obvio, que para que a Guilda tivesse continuidade, precisavam
de jovens, que seriam por um determinado tempo, aprendizes desses
conhecimentos.

Na festa de confraternização, comiam juntos, dividiam o mesmo pão entre eles


( do latim “cum panis”, gerando, talvez, a palavra “Companheiro”). Etc., etc.,
etc.

O leitor Maçom, já entendeu aonde eu quero chegar. A que mais se destacou e


evolui grandemente, foi a Guilda dos Construtores em alvenaria, principalmente
de igrejas e palácios.

Como a Igreja Católica Apostólica Romana, na época, dominava tudo, e os


padres, por dever de ofício, eram os únicos letrados, nada mais natural que os
mestres (de maneira bem ampla) fossem eles. Como sacerdotes, eram
venerados, e porque ensinavam, eram mestres. Há uma teoria, e é a minha
também, que “Venerável Mestre” derivou disso aí explicado: Venerável por ser
sacerdote e Mestre porque ensinava! Posteriormente, essas confrarias
perderam essa predominância da Igreja, apesar de não deixarem de serem
altamente religiosas, e geraram os Ofícios Francos (ou Francomaçonaria)
formados por artesões com privilégios ofertados pelo Feudo e pelo Clero.

M.:I. :Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇÔNICA Nº 6

Maçonaria Especulativa

Até 1717 d.C., quando houve a fusão de quatro Lojas inglesas, semente da
Grande Loja Unida Inglaterra, a Maçonaria é chamada de “Maçonaria
Operativa”, pois o “saber” , o conhecimento das coisas, era empírico, adquirido
de maneira prática.

As ferramentas e o manuseio estavam sempre presentes. O Maçom Operativo


era um profissional da arte de construir.

A partir dessa data, a Maçonaria começou a ser denominada de “Maçonaria


Especulativa”. A palavra “especulação” vem do latim – specullum – cuja
tradução é espelho.

Como nos esclarece, Ir∴ Nicola.Aslan (Dicionário Enciclopédico): “é a ação de


especular, que significar indagar, pesquisar, observar, espelhar, as coisas
físicas e mentais, para estuda-las atentamente, para observa-las
cuidadosamente, minuciosamente, do ponto de vista teórico. Disso extraímos
ideias e formulamos hipóteses”.

Bernard Jones (Compendium) nos esclarece: “os Maçons aceitos” elaborando


ou adquirindo o conhecimento da Ordem, caíram sobre o termo favorito,
embora fosse inadequado, pois não havia outro que melhor qualificasse suas
intenções.

Distinguiram-se dos talhadores de pedras, denominando-se “Maçons


Especulativos”. Os “aceitos” começaram a fazer parte da Ordem, em torno de
1600 d.C., e nada mais justo do que chamá-los de especulativos, pois na
maioria das vezes faziam parte da ala social da Maçonaria, como mecenas ou
colaboradores, e, literalmente “não metiam a mão na massa”.

O “especulativo” era o planejador, o calculista, o pesquisador, e não o homem


de ação ou o profissional braçal. Na profissão de construtores, seja de qualquer
época, sempre foi exigido um “trabalho especulativo”, ou seja, a teoria
adquirida pelo Mestre-de- Obra, desmembrada na geometria, nas teorias dos
planos, na resistência dos materiais, nas forças resultantes nas vigas e arcos
de sustentação, etc.

Desse modo, o trabalho que usasse de ferramentas e manuseio, era o


“prático”, ou “operativo”. Devemos esclarecer que o termo “especular” pode
significar a atividade pela qual, pessoas se propõem obter lucros ou vantagens,
em negociações ou afins. Obviamente, não tem nenhuma ligação com o termo,
semelhante, usado na Maçonaria.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇÔNICA Nº 7

“Hiram Abi” ou “Hiram Abif”?

Hiram, é o nome do arquiteto que, segundo a lenda maçônica, foi encarregado


de dirigir os trabalhos da construção do Templo de Salomão.

Segundo a Bíblia, em algumas passagens, era filho de uma viúva da tribo de


Dan e de um tírio (da cidade Tiro) chamado Ur. Em outras, era filho de uma
viúva da tribo de Neftali, “porém seu pai era tírio e trabalhava o bronze”.

Entretanto, qual o nome correto, “Hiram Abi” ou “Hiram Abif”? Essa dúvida é
muito comum e poucas pessoas sabem qual o modo certo. Na verdade os dois
estão certos, conforme explico abaixo: A palavra Ab, do original hebraico,
significa “pai” (muitas vezes equivalente a amigo, conselheiro ou enviado) e
dependendo do sufixo que recebe pode ter o significado de “meu pai” ou “seu
pai”.

Desse modo, conforme a “Encyclopaedia” de Albert G. Mackey, quando


usamos o sufixo “i” tem o significado de “meu” e quando usamos “if” tem o
significado de “seu”. A palavra Ab, com seus sufixos é encontrada nos Livros
dos Reis e nos das Crônicas, em referencia a Hiram, o Construtor. Quando o
Rei Hiram de Tiro, respeitosamente fala dele, chamando-o “meu pai”,
encontramos Hiram Abi e quando o escritor do Livro das Crônicas fala dele e
do Rei Salomão, na mesma passagem, chama-o de “pai de Salomão” – “seu
pai”, encontramos Hiram Abif. A única diferença resulta da diferente
denominação dos pronomes meu e seu, em hebraico.

Portanto, quando os Maçons escrevem ou falam dele, Hiram, o Construtor, o


correto é Hiram Abif.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇÔNICA Nº 8

Aprendiz

A palavra tem origem no tempo dos Maçons Operativos. Os Maçons da Idade


Média formavam um grupo seleto, e era a mais alta classe de artesãos naquele
tempo. Isso requeria boa saúde, personalidade de moral impecável e alta
inteligência do obreiro, para o mesmo ser um excelente Maçom Operativo,
permitido trabalhar nas grandes casas de Deus, as magnificentes Catedrais,
que era o seu trabalho.

Os operativos eram orgulhosos de suas habilidades, de sua reputação e da


rigorosidade de suas leis. Para se tornar um Maçom, um jovem era escolhido,
normalmente filho de um Maçom, para servir por aproximadamente sete anos
no aprendizado, antes de ser permitido fazer e submeter aos seus superiores,
sua “peça de mestre” e ser admitido como um “Companheiro” da Ordem.

Antes dele começar o aprendizado, ele passava por uma prova, num curto
período de tempo, onde deveria mostrar ser possuidor das qualificações
necessárias de habilidade, decência e probidade. Somente depois disso é que
ele era “registrado” como Aprendiz. É por isso que na Maçonaria inglesa e
americana, ainda se encontra, na maneira de escrever, esse fato: “Entered
Apprentice”. Ou seja, só depois de um determinado tempo, após aprovação, é
que ele era registrado.

Originalmente um Aprendiz não era considerado como membro da Ordem,


mesmo após ter sido registrado no livro da Loja. Somente após ter passado
seu aprendizado e ter sido aceito como “Companheiro” é que ele se tornava um
legítimo membro da Ordem Maçônica. Esse comportamento foi aos poucos se
modificando e após 1717, aprendizes iniciados numa Loja faziam parte do
conjunto constituinte da Ordem. O Ritual nos ensina que o Aprendiz é o
símbolo da juventude, o Companheiro é o símbolo da maturidade e o Mestre o
da velhice. Provavelmente esse conceito é derivado do fato que, de modo
geral, discípulos, iniciantes, são jovens; os experimentados são homens já
formados na idade; e os criteriosos e informados, formam o grupo mais idoso.
Isso é comum, em se tratando de grupos humanos.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 9

Nossa tríplice aclamação HUZZÉ

Mestre José Castellani deixa bem claro em seu “Consultório Maçônico – Ed. A
Trolha” que o “tríplice Huzzé” trata-se de uma aclamação (aplaudir, aprovar ou
saudar alguém com alegria) e não uma exclamação (bradar, gritar, vociferar).

Apesar de origem controversa, é muito provável que derive do vocábulo árabe


Uzza, que é uma aclamação a um ente divino e um dos nomes de um dos
deuses deles. É usado no Rito Escocês Antigo e Aceito, substituindo a palavra
inglesa Huzza (mas cuja pronuncia é “huzzé”) cujo significado é uma
aclamação de saudação ao Rei (Viva o Rei!).

É a mesma aclamação, com outra palavra, usada pelos franceses – Vivat –


também para saudar o Rei.

Como o Rito Escocês teve sua origem na França, é possível que tenha sido
introduzida no Rito nessa época, obviamente usando o vocábulo inglês. Aliás,
na língua inglesa existe o verbo to huzza, que significa aclamar.

Para o historiador francês maçônico Albert Lantoine, essa palavra é sinônimo


de Hurrah!, extremamente conhecida no mundo todo.

No famoso dicionário “Michaellis” temos que: huzza – interjeição (de alegria),


viva, hurra – v. gritar “hurra!”, aclamar. Em suma, é uma aclamação de alegria,
e corresponde ao “Vivat” dos latinos.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇONICA Nº 10

Segredo e Mistérios Maçônicos

Segredo – fato ou circunstância mantida oculta; o que a ninguém deve ser dito
(Michaelis).

Segredo Maçônico – segundo Nicola Aslan (Dicionário Enciclopédico), a


Maçonaria Operativa mantinha em rigoroso segredo processos técnicos que
asseguravam a sobrevivência da arte e dos Talhadores de Pedra, enquanto os
modos de reconhecimento garantiam trabalho e proteção para aqueles que
viajavam de um lugar para outro. Hoje, na Maçonaria Especulativa, não há
mais segredos técnicos e os mesmos Sinais, Toques e Palavras constituíram e
constituem o famoso “segredo da Maçonaria” que as autoridades civis e
eclesiásticas, sempre desconfiadas, nunca quiseram acreditar. Porém,
segundo Alec Mellor (Dicionário da Francomaçonaria), existe “O Segredo” que
é um conceito totalmente filosófico, de conteúdo variável, concebido por alguns
como o estado de iluminação interior que se alcança pela Iniciação, que a
linguagem humana não poderia traduzir e, portanto, trair, pois as palavras
correspondem a conceitos, enquanto o pensamento iniciático transcende o
pensamento conceitual.
Mistério – o que é inexplicado, mas que nos deixa perplexos e incita à
investigação. Indica tudo que é ocultado, e que é conhecido de uns poucos,
que guardam segredo.

Mistérios – era o conjunto das cerimônias do culto religioso que, antigamente,


era praticado ocultamente, e ao qual se podia assistir se fosse iniciado. Diz-se
também que os mistérios eram centros de instrução e de educação da
antiguidade, e que eram divididos em Pequenos Mistérios (instrução primaria) e
Grandes Mistérios (instrução superior). Alguns livros ingleses nos dizem que
“Jogos de Mistério” (peças teatrais) eram a mais popular forma de
entretenimento na Idade Media. Cada Guilda (associação, corporação) ou
profissão tinha seus dramas próprios preferidos. A maioria era de origem
bíblica. Eles eram produzidos, encenados, e simulados pelos membros da
corporação, primeiro nas igrejas, e depois nas praças públicas, para as quais
eles eram expulsos quando os jogos (encenações) se tornavam muito
impetuosos e irreverentes (desrespeitosos) para as autoridades sacerdotais.
Esses dramas eram chamados mysteries, não porque eles tratavam de
mistérios, magias, fantasmas ou coisas secretas, mas porque eles eram
produzidos pelas associações ou mysteres.

Esta palavra é uma variante da palavra francesa “mestaire”, cujo significado é:


uma ordem ou associação ( com o sentido de guilda). Então essas encenações
ficaram conhecidas na Inglaterra como “mysteres’ ou “mysteries”, por que elas
eram produzidas pelos “mestaires” ou guildas.
A expressão “Mistérios da Francomaçonaria” significa as cerimônias
ritualísticas, ou o trabalho em Loja.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇONICA Nº 11

ALEGORIA

A palavra Alegoria tem sido definida como “uma descrição de um evento sob a
imagem de outro”, o objetivo sendo impor uma verdade moral através de uma
estória. Alegoria é exprimida em linguagem figurativa ou descritiva, conduzindo
a uma abertura ou significado literal e, ou, a um dissimulado ou algo figurativo.
Segundo Ir.: Nicola Aslan, no seu “Dicionário Enciclopédico”, temos o que
segue abaixo: “existem duas espécies de Alegorias: uma que pode ter a
extensão de um poema, a outra que pode ser contida em algumas palavras
(Nas asas do Tempo voa a Tristeza). Quase todos os apólogos e os provérbios
são alegorias.... sendo a Maçonaria, como a definem os anglo-saxões, “um
sistema particular de moral, velado por alegorias e ilustrado por Símbolos”,
quase todas as lendas maçônicas são mais ou menos alegorias, inclusive a
lenda do terceiro Grau, que deve ser interpretada como ensinando a
ressurreição, o que se percebe pela própria lenda, sem qualquer acordo ou
convenção””.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇONICA Nº 12

O que é Simbolismo?

Por que é importante na Maçonaria? Simbolismo é o uso e interpretação de


símbolos e emblemas. Um Símbolo é a representação visível de algum objeto
ou coisa, real ou imaginária, empregado para transmitir, exprimir, uma certa
ideia.

Todas nossas ideias são exprimidas por símbolos; até uma idéia , em geral, é
exprimida por “uma lâmpada acessa” que também é um símbolo. As palavras
são símbolos. No uso ordinário, entretanto, por um símbolo nós damos
significado a um objeto, o qual declara uma idéia.

A bandeira é o símbolo de um país; o leão da coragem; o carneiro da


inocência; o Esquadro é símbolo da virtude Maçônica.

Tem sido declarado que “o Simbolismo da Maçonaria é a alma da Maçonaria”.


E isto tem que ficar claro ao Aprendiz, pois não deve ser encarado como uma
declaração de ideias, mas deve ser dirigida com ênfase para ele, para que
fique retido em sua mente.

Simbolismo é talvez o ramo mais difícil da Francomaçonaria, e sobre ele se


tem dito e escrito as mais insensatas e absurdas coisas. A Francomaçonaria é
repleta de símbolos. Mas onde, muitas vezes, somente existe um genuíno
simbolismo, alguns irmãos nos convidam, ou impõem, a aceitar uma grande
quantidade de escondidos e profundos significados simbólicos. Muito dessa
quantidade é chamado de misticismo e é justamente o absurdo mencionado
acima.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PILULA MAÇÔNICA Nº 49

Simbolismo da “Luz” na Maçonaria

Já comentamos sobre Simbolismo e sobre alguns Símbolos pertencentes à


Maçonaria. Vamos agora comentar sobre o termo simbólico “LUZ”, que foi
traduzido e adaptado da “Masonic Holy Bible” dos EUA, Wichita, Kansas.

LUZ é de longe o mais importante e misterioso termo na Maçonaria, que é


assim aceito pela maioria dos membros da Fraternidade. É o primeiro dos
símbolos apresentado ao Iniciado, e continua sendo apresentado a ele com
varias modificações através de todo seu futuro progresso na vida Maçônica.

Ela representa, como é geralmente aceito, “Conhecimento, Verdade ou


Sabedoria, mas ela contem dentro de si uma alusão muito mais difícil de
compreender dentro da essência da Maçonaria Especulativa, e abraça, dentro
dela, o significado de todos os outros símbolos contidos na Ordem.

Maçons são enfaticamente chamados de “filhos da Luz” porque eles estão,


ou deveriam estar, na posse do verdadeiro significado do símbolo; enquanto os
profanos ou não-iniciados estão, pela analogia da expressão, na “Escuridão”.

Em todas as antigas religiões e em todos os “antigos mistérios”, a reverencia


para a LUZ, como uma emblemática representação do ETERNO PRINCIPIO
DO BEM, é predominante.

Isto foi verdade no Hebraísmo e Judaísmo, e é verdade no Cristianismo; isto é


verdade do começo ao fim do Ritual da Maçonaria. no sentido mais
predominante.

A maior LUZ da Maçonaria é a Palavra de Deus; maçons são empenhados em


solicitar dessa fonte de verdadeira luz e dos princípios da Ordem e crescer
avançando na LUZ.

A fonte original de toda verdadeira LUZ MAÇONICA é Deus; somente os


homens que caminham nessa luz podem evitar a “escuridão”; somente esses
homens são ditos “filhos da Luz”.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 78

Sessão Magna

As Sessões de uma Loja, de acordo com o Regulamento Geral da Federação


(RGF) estão regulamentadas pelos artigos 108 a 113.

Para melhor elucidação, transcreve-se o art. 108:

“Art. 108. As sessões das Lojas serão ordinárias, magnas ou extraordinárias.


As magnas se subdividem em: sessões magnas privativas de Maçons e
sessões magnas admitida a presença de não maçons (conferencias,
palestras, como exemplo).”

Essa última, admitindo a presença de não-maçons, tem uma ritualística própria


que está descrita abaixo, juntamente com alguns esclarecimentos:

Essa sessão é chamada também de Magna Pública. Muitas Lojas chamam-na


de “Sessão Branca” o que é um erro, pois dá a entender que existe uma
“Sessão Negra” o que não é verdade.

Essa Sessão deverá ser aberta sempre no Grau de Aprendiz, estando


presentes os Irmãos do quadro da Loja e Irmãos visitantes de outras Lojas, se
for o caso. A rigor deveria ser aberta ritualisticamente com os membros da Loja
e, só depois disso liberar a entradas dos Irmãos visitantes.

Em seguida, após golpe de malhete, advertir a todos que será feita a entrada
dos visitantes não maçons e que todos os sinais maçônicos estão
suspensos.

O Mestre de Cerimonias obedecendo os protocolos próprios (espadas, etc.), dá


entrada do pessoal, orientará e colocará, como é costume em nossas Lojas, as
mulheres nos assentos do lado direito de quem entra (Coluna da Beleza – 2º
Vigilante) e os homens nos assentos da esquerda (Coluna da Força – 1º
Vigilante).

Após isso, caso exista altas autoridades Maçônicas, elas deverão entrar e, em
seguida entra a Bandeira Nacional, considerada a maior autoridade. Isso tudo
obedecendo os protocolos do Rito praticado.

Após as solenidades, faz-se o inverso, terminando com o encerramento


Ritualístico da Sessão.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PÍLULA MAÇONICA Nº 98

A Instalação – Mestre Instalado

Nas Lojas Simbólicas de diversos Ritos é comum, principalmente no R.E.A.A, o


Primeiro Vigilante ser o substituto imediato do Venerável Mestre, como
dirigente administrativo da Loja. Muitas Lojas possuem Regimento Interno, no
qual esse item se torna obrigatório.
No caso de uma substituição, na ausência do Venerável Mestre em Loja, o
Primeiro Vigilante pode tomar as medidas necessárias ao bom andamento da
mesma, só não podendo Iniciar, Elevar ou Exaltar novos Obreiros.

Ou seja, ele não pode proceder à sagração. Este termo, sagração, de acordo


com Mestre Castellani – “é conferir a dignidade do grau, dos novos Aprendizes,
Companheiros e Mestres”. Esse ato é privativo do Mestre Instalado!

A Instalação é simplesmente a tomada de posse do cargo de Venerável Mestre


de uma determinada Loja (ver também Pílula Maçônica nº73). Essa tomada de
posse pode, ou não, ser acompanhada de Cerimonial de Instalação. Essa
cerimônia é típica do “Emulation Ritual”, da Inglaterra, e foi adotada em
outros Ritos como o Escocês, o Adoniramita, o Moderno e outros, no mundo
todo.

Sobre esse assunto, Mestre Castellani publicou, em 1994, “O Mestre


Instalado” na revista a “A TROLHA” nº 94, pag. 34, que deixa claro esse
assunto, conforme o que segue abaixo:

“a Cerimônia de Instalação de Veneráveis Mestres, com uma ritualística


específica, é própria do Ritual de Emulação, sendo inexistente, inicialmente,
nos demais Ritos, embora acabasse sendo, posteriormente imitada. Em nosso
país, primeiro em 1928 – no âmbito das Grandes Lojas brasileiras, oriundas da
dissidência de 1927 – e, posteriormente no Grande Oriente do Brasil (GOB).
Neste, essa cerimônia surgiu com a impressão de um Ritual de Instalação, em
1967, na gestão do Grão Mestre Álvaro Palmeira. Esse Ritual seria herdado
pelos Grandes Orientes Autônomos, surgidos da dissidência de 1973, no
Grande Oriente do Brasil.”

Hoje, essa cerimônia é adotada no mundo maçônico e, ser “Mestre Instalado”,


deve ser o principal sonho de todo e qualquer Mestre.

Talvez seja, a meu ver, mais importante que a obtenção dos Altos Graus, pois
este último é uma conquista, dependendo muito do passar do tempo e de
vários fatores. Ser Mestre Instalado é uma realização que depende muito de
seu esforço, liderança, comprometimento e aceitação dos Obreiros de sua
Loja!
M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 99

Quem foi Leo Taxil?

Qual era a ligação de Leo Taxil com a Maçonaria, na Europa?

Gabriel Jogang Pagés, francês nascido em 1854, com o pseudônimo de Leo


Taxil, foi educado por Jesuítas e mais tarde se juntou a Maçonaria.
Posteriormente, ele pediu demissão e retornou para a fé católica. Começou a
escrever contra a Maçonaria dizendo que a mesma praticava cultos
satânicos, acentuando a discordância entre esta última e o Clero.

De 1885 a 1897 ele publicou muitos livros antimaçônicos e durante esse


período perpetrou uma fraude enorme sobre a Igreja Católica Romana, que na
época não se apercebeu de suas intenções. Essas suas atividades
antimaçônicas, eram altamente rentáveis para ele, financeiramente.

Além de seus livros antimaçônicos, conseguiu ser recebido em audiência


solene pelo Papa Leão XIII. Qualquer sugestão de ser um trote de Leo Taxil,
era rebatida e compensada pelos depoimentos de altas autoridades da Igreja.

Seu esforço e embuste supremo foi a invenção de uma mulher "Diana


Vaughan" acusada de ter nascido em 1874 como a filha do "Satã". Diana
Vaughan, não existia, mas, através dele, foi uma escritora prolífica sobre
assuntos antimaçônico e recebeu grande publicidade e elogios entusiasmados
dos chefes da Igreja Católica.

Esse assunto foi questionado no Congresso antimaçônico realizada em Trient


em 1896, e um comitê foi criado para determinar a veracidade do mesmo de
uma vez por todas. Taxil produziu, falsamente, uma "fotografia" da Miss
Vaughan na Conferência.

Eventualmente, em 1897, numa reunião convocada por ele em Paris, Taxil


informou diante de um imenso público, que ele havia conseguido perpetrar o
maior embuste dos tempos modernos; que Diana Vaughan nunca havia
existido e que, por 12 anos ele tinha enganado a Igreja Católica Romana, da
maneira mais flagrante. Quase foi linchado e fugiu com proteção da polícia
local.

De tempos em tempos, aparecem livros antimaçônicos, inspirados nas idiotices


de Leo Taxil, ou de outro autor inspirado por ele.

Na Maçonaria norte americana, igrejas fundamentalistas encontram, nesses


livros, material para suas campanhas..

Toda a história é completamente fantástica, existe em diversos livros, e vale a


pena ser lida em detalhes.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PÍLULA MAÇÔNICAº 100

Atersata

Atersata, palavra muitas vezes escrita de forma errada como “artezata”, ou


“aterzata”, é de difícil localização nos dicionários maçônicos em geral (tanto
nos nacionais como nos escritos na língua inglesa). Na língua inglesa é escrito
como “athersada”.
É uma palavra de origem Persa, com o significado de “mão forte, mão
poderosa”. Obviamente, a tradução com significado mais objetivo é: “o
Governador que dirige com total poder, com mão forte!”.

Na verdade, esse nome encontrado na Bíblia (Septuaginta) é o nome dada ao


Governador Persa de Jerusalém que acompanhou Zorobabel e Nehemias (vide
“Esdras” II. 63; “Nehemias” VII. 65-70, descritos abaixo).

E o Atersata proibiu-os de comer coisas sagradas, até que conseguissem


encontrar um sacerdote...
Por isto tudo, fizemos uma aliança sagrada... pelos nossos sacerdotes. Estes
foram os que assinaram: Neemias, o Atersata, filho de Helquias...

Na Ordem de Heredom de Kilwinning, este era o nome do chefe supremo


dessa Ordem. E, na Maçonaria Francesa e na Brasileira, entre outras, é o
nome do presidente do “Sublime Capítulo Rosacruz” do Rito Escocês
Antigo e Aceito, na divisão que vai do 15º ao 18º Grau.

Em 586 a.C, Judá, a remanescente e importante cidade do grupo das 12 tribos


dos Hebreus (cisma de 921 a.C.), foi conquistada e destruída por
Nabudonossor II, chefe dos Babilônios. Nessa época, o primeiro Templo, o de
Salomão, construído em 980 a.C, foi totalmente destruído e todos os hebreus
foram levados, cativos, para o exílio na Babilônia.

Posteriormente, em 538 a.C. a Babilônia foi conquistada por Ciro, o Grande,


que, diferente dos demais conquistadores, dava liberdade religiosa e de
costumes, aos povos conquistados. Dessa forma, os hebreus tiveram
permissão de retornarem a sua terra.

Depois disso é que todos os hebreus começaram a serem chamados


de “judeus”, o que anteriormente, era usado somente para os pertencentes
aos nascidos em Judá.

O titulo de Atersata foi recebido por Neemias dado pelo Rei da Pérsia,


provavelmente Dario III, a quem servia, para ser o Governador da nova Judéia.

Após o retorno dos judeus o segundo Templo foi construído, denominado de


templo de Zorobabel.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 101

A letra “G” dentro do Esquadro e Compasso

Não há nenhuma razão específica para que não use a letra “G” no emblema
formado pelo Esquadro e o Compasso, sobrepostos, e com a letra “G” entre
eles.
Não há, é claro, nenhuma regra vinculativa sobre este assunto, pois é uma
questão de usos e costumes, comum a diversos países.

Essa formação é comum na Inglaterra, Escócia, Europa e nas Américas.


Aparece muito pouco na Nova Zelândia e Austrália. Na maçonaria brasileira é
extremamente comum e quase todos os Maçons usam, ou já usaram, “button”
na lapela com o emblema descrito acima.

Os seguintes pontos descritos abaixo são somente considerações:

a) Na Iniciação, a atenção do candidato é atraída, propositalmente, para as


Três Grandes Luzes emblemáticas da Maçonaria: o Esquadro, o Compasso e o
Livro da Lei. Os dois primeiros são instrumentos reais da Maçonaria Operativa,
bem como possuindo atributos também na Maçonaria Especulativa.

b) Somente no Segundo Grau, de Companheiro, é que a letra “G” é


mencionada e a sua importância, significado e valores são discutidos. Na
verdade, a letra “G” começou a ser mencionada somente em 1730 (vide Pílula
Maçônica nº 27). É surpreendente que somente depois de 1850,
aproximadamente, que a letra “G” começou aparecer no meio do Compasso e
do Esquadro entrelaçados, como se vê hoje em dia em distintivos de lapela ou
emblemas. E é suposto que tenha sido originado por projeto de algum criativo
joalheiro e não por ação de alguma autoridade Maçônica.

Por conseguinte, não é um símbolo “base”, como o Esquadro e o Compasso.


Não teve uma aplicação na Maçonaria Operativa, como tem na Maçonaria
Especulativa.

c) Sem querer diminuir da letra “G” a sua importância, seu significado e o


grande valor como um símbolo, mas temos que ser realistas ao afirmar que a
sua inclusão, entre o Esquadro e o Compasso é uma associação com pouca ou
nenhuma base concreta.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 102

O Orgulho da Maçonaria

Brethren,
Sem dúvidas os Maçons têm orgulho de pertencerem a uma Instituição com o
perfil da Maçonaria. Somos “bairristas” ao extremo, mas temos um enorme
motivo para isso. Se não, vamos ver o que foi escrito por um escritor que não
era Maçom, Jasper Ridley, em seu livro “Los Masones”, editado em 1999:

Na Idade Média, a Maçonaria Operativa era distinta, pois tinha seus obreiros
que eram diferentes, para melhor, de todas as outras classes de trabalhadores.
Nos povoados os artesões faziam coisas, que os comerciantes compravam e
vendiam. Os tecelões faziam panos, Os ourives faziam anéis e joias, e os
carpinteiros construíam casas de madeira para os habitantes locais.

Mas os Maçons eram distintos! Trabalhavam a pedra, e eram muito poucos os


edifícios feitos em pedra. Somente os castelos do Rei e daqueles Nobres a
quem o rei havia dado permissão de construção. Igualmente para as Catedrais,
Abadias e Paróquias. Então, os únicos empregadores dos maçons eram o Rei,
alguns de seus Nobres e a Igreja, apesar de que algumas pontes também
fossem construídas de pedra. A Ponte de Londres, a única sobre o Rio Tâmisa
até no século XVII, foi feito a princípio de madeira, e em 1209 reconstruída em
pedra, durando até 1832.

Os Maçons viajavam e conheciam o “mundo” adquirindo conhecimentos, que


são um forte fator de distinção entre os membros de uma comunidade. Eram
qualificados e existiam dois tipos de Maçons: os “rústicos”, que cortavam as
pedras para formarem a base e outras partes das construções e os mais
habilidosos que talhavam as elegantes fachadas dos castelos e das catedrais.
Viajavam muito, como já foi dito, mas não eram bandos de trabalhadores
procurando serviço e, sim, requisitados com antecedência e disputadíssimos!

Como a Maçonaria Especulativa, que é a que praticamos hoje, teve como


origem a Maçonaria Operativa com obreiros cuja função está descrita acima,
temos que ter muito orgulho, mesmo!

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 103

Sagração do Templo Maçônico

Deve ser lembrado que esse termo “Sagração” tem aproximadamente 100
anos de existência, aqui no Brasil. Antigamente, o termo usado era
“Inauguração”, ocasião em que o Templo era reconhecido pelas autoridades
maçônicas e usado pela primeira vez. Inclusive, autoridades da vida profana
também eram convidadas para a festividade. No Brasil existe uma série de
Lojas com mais de 100 anos, cujos Templos foram Inaugurados.

Hoje em dia nós “sagramos” o Templo. Entretanto, levando em consideração


que a Maçonaria não é uma religião, essa sagração não é fazer com que o
Templo se torne um local sagrado, santificado. É simplesmente um
reconhecimento Maçônico, por todos os maçons presentes no ato de que,
aquele local, tem a dignidade de um Templo Maçônico e será sempre usado
para as atividades Maçônicas.

Só isso! Sem qualquer sentido de “santificação” do local, principalmente dentro


do Templo. Pessoas não ligadas à Maçonaria, profanos, podem visitar as
instalações de Templo Maçônico, sem problemas, desde que em ocasiões
propícias.

Para finalizar, vejam o que foi escrito pelo Mestre Castellani, no Consultório
Maçônico, Ed. TROLHA:

“A Sagração é uma Cerimônia cuja finalidade é, simplesmente, conferir ao


local, a dignidade de Templo Maçônico, assim como a Sagração do Aprendiz,
do Companheiro, ou do Mestre tem a finalidade de lhes conferir a dignidade do
Grau, sem qualquer sentido de “santificação”. Muitos maçons, todavia, creem
que sagrar o Templo é torná-lo um local santificado, sagrado, misturando
Maçonaria com religião, o que, embora esdrúxulo e absurdo, é mais comum do
que se supõe.”

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 104

Misticismo

O conjunto de atos e disposições, tendo por finalidade a obtenção da


comunhão com o Ser Supremo (na Maçonaria conhecido como G.A.D.U.)
regulador e criador de tudo que no mundo existe, é denominado de
MISTICISMO.

Na procura dessa união intima com a Divindade, Absoluta e Onipotente, é


montado um sistema complexo especulativo de atos e padrões baseados
principalmente nas religiões antigas e nas Ordens Iniciáticas de cunho
religioso, que ocuparam espaço nas diversas civilizações antigas.

Desse modo está intimamente ligado com Metafísica, com a Religião


(Teologia), com a Mitologia e até mesmo com a Astrologia.

A Maçonaria possui seu lado místico, praticado em seus ritos e rituais, apesar
de não ser uma religião e nem uma Ordem Mística.

Não deve ser confundida com Esoterismo ou com Exoterismo (vide Pílula


Maçônica nº 44) cujas definições estão abaixo:

- ESOTÉRICO:

1) diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era


reservado aos discípulos completamente instruídos.
2) todo ensinamento ensinado a circulo restrito e fechado de ouvintes.
3) diz-se de ensinamento ligado ao ocultismo.
4) compreensível apenas por poucos; obscuro; hermético.

- EXOTÉRICO:

diz-se do ensinamento que, em escolas filosóficas da antiguidade grega, era


transmitido ao publico sem restrição, dado o interesse generalizado que
suscitava e a forma acessível em que podia ser exposto, por se tratar de
ensinamento dialético, provável, verossímil.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 105

Palavra final do Ir∴ Orador

No R.E.A.A. após a “palavra a Bem da Ordem em Geral e do Quadro em


Particular” ter percorrido as Colunas e o Oriente, a mesma é passada ao Irmão
Orador para apresentar suas conclusões no encerramento das discussões e do
decorrido da Loja, de modo geral, sob o ponto de vista legal, qualquer que
tenha sido a matéria. Confirmando que a Loja transcorreu de modo justo e
perfeito e, desse modo, estando tudo de acordo com os princípios e leis da
Maçonaria, obediente aos Rituais, a Loja poderá ser fechada.

Infelizmente, é comum na ocasião descrita acima, no empenho de mostrar sua


competência, o Orador divagar sobre o tema apresentado no Tempo de
Estudos, ou tomar partido sobre o mesmo, ou, que é pior ainda, apresentar um
outro Trabalho sobre o mesmo tema.

Em minha opinião, isso ele pode fazer, quando a palavra estiver no Oriente, e
ele se comportar como um obreiro comum. Pedirá a palavra ao Venerável
Mestre, do mesmo modo que fazem os demais, e exporá sua opinião, como
obreiro da Loja.

Repetindo para ficar claro, ao Irmão Orador cabe, ao final da Loja, dar as suas
conclusões legais, ou seja, do ponto de vista legal, mesmo porque ele é o
digno representante do Ministério Público Maçônico.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 106

Tábua Esmeraldina

Brethren,
Vez ou outra é interessante relembrar certas coisas e refletir, novamente, sobre
os ensinamentos nelas contidas. É o caso da “Tábua Esmeraldina” de
Hermes Trimegisto.

Isto é complexo, mas é verdadeiro sem mentiras:


Tudo o que está aqui embaixo também está no alto;
também no alto está o que está embaixo,
pois tudo é obra de uma só coisa.
Todas as coisas vieram e vem de uma,
da qual tudo nasceu e à qual tudo se ajustou,
pois tudo se adaptou a ela, a Causa Ùnica.
O Pai de tudo, que é a realidade, que é o querer do universo,
Aqui está, com sua força total convertida em Terra.
Se quiserdes saber o segredo dessa força suprema,
deveis separar a terra do fogo,
o fino e sutil do espesso e grande,
Suavemente e com todo cuidado.
Sobe da terra ao céu e, dali, volte à terra,
para receber a força do que está em cima e
do que está embaixo.
Assim, receberás a luz de todo o mundo
e as trevas se afastarão de ti.
Esta é a força de todas as forças, que vencerá tudo o que é sutil,
como vencerá tudo quanto é grande,
e que penetrará em tudo o que é sólido e palpável.
Portanto, o mundo pequeno está feito,
à semelhança do mundo grande.
Assim e desse modo, ocorrerão mudanças prodigiosas.
Por isso me chamam Hermes Trimegisto,
Pois possuo as três partes da Sabedoria de todo o mundo.
Terminado está o que disse sobre a Obra do Sol.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 107

Loja “em família” no Tempo de Estudos


No R.E.A.A. está virando tradição, no Tempo de Estudos, quando se faz a
apresentação das peças de arquitetura, os Obreiros da Loja se reunirem no
Ocidente.

Ali, o palestrante apresenta seu Trabalho, ao fim do qual, perguntas e


comentários são feitos a respeito do tema apresentado.

Desse modo, de maneira mais racional e com melhor aproveitamento de


tempo, o Venerável Mestre bate o Malhete e declara estar a Loja “em
família” a partir daquele momento. Nessa situação, os Obreiros podem pedir a
palavra diretamente ao Venerável Mestre para comentar o Trabalho, sem ter
que cumprimentar as Autoridades Maçônicas e os Vigilantes.

Permite também, que a palavra volte ao mesmo Obreiro, quantas vezes o


Venerável Mestre desejar. O debate torna-se fecundo e todos aproveitam
muito mais, pois não há perda de tempo com os cumprimentos.

Considerando que, para determinados assuntos, 30 a 45 minutos é muito


pouco para um bom aproveitamento, nessa alternativa tem-se um melhor
rendimento.

Findo o debate, o Venerável bate o Malhete, dizendo estar “em Loja”,


novamente.

Devemos deixar claro que é diferente de colocar a Loja “em recreação”, típico


do Rito de York, onde os Obreiros saem da Loja e há uma “ritualística”
controlando todo o acontecimento. Inclusive, as finalidades são diferentes.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 108

Septuaginta e a Vulgata
A Bíblia teve diversas traduções (versões) ao longo dos tempos. Vamos
comentar, de modo conciso, duas dessas versões:

SEPTUAGINTA: é o nome da versão da Bíblia hebraica para o grego,


traduzida em etapas entre o terceiro e o primeiro século antes de Cristo, na
cidade de Alexandria.

A tradução ficou conhecida como a Versão dos Setenta, ou Septuaginta,


palavra latina que significa setenta, ou ainda LXX, pois setenta e dois rabinos
trabalharam nela e, segundo a história, teriam completado a tradução em
setenta e dois dias. A Septuaginta foi usada como base para diversas outras
traduções da Bíblia.

VULGATA: no sentido corrente, é a tradução da Bíblia em hebraico, para o


latim. Foi escrita entre fins do século IV e início do século V, por São Gerônimo,
a pedido do Papa Dámaso I, e que foi usada pela Igreja Católica e ainda é
muito respeitada.

Nos seus primeiros séculos, a Igreja Católica serviu-se, sobretudo da língua


grega. Foi nesta língua que foi escrito todo o Novo Testamento, incluindo a
Carta aos Romanos, de São Paulo, bem como muitos escritos cristãos de
séculos seguintes.

No século IV, a situação já havia mudado e é então que o importante biblista


São Jerônimo traduz pelo menos o Antigo Testamento para o latim.

A Vulgata foi produzida para ser mais exata e mais fácil de compreender do
que suas predecessoras. Foi a primeira, e por séculos a única versão da Bíblia
que verteu o Velho Testamento diretamente do hebraico e não da tradução
grega conhecida como Septuaginta.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA109

Pedras Bruta, Cúbica e a Prancheta


As três Joias Fixas da Loja, de acordo com a Simbologia do Rito Escocês
Antigo e Aceito, são a Pedra Bruta, a Pedra Cúbica e a Prancheta (ou Tábua
de Delinear). São chamadas de fixas pois ocupam sempre o mesmo lugar na
Loja.

As definições que serão dadas abaixo foram baseadas nas opiniões de


diversos escritores/historiadores maçônicos brasileiros e são subjetivas.

Pedra Bruta é aquela que, simbolicamente, o Aprendiz trabalha,


transformando-a numa pedra com o formato cúbico ou de um paralelogramo,
para que ela possa ser usada nas construções de alvenaria. É a pedra informe,
que terá seu formato pré-definido pelo Aprendiz.

 Para isso ele utiliza o Cinzel e o Maço. O Cinzel é uma pequena haste
metálica, com uma das extremidades cortante que, batida pelo Maço, desbasta
a pedra. O Maço é um bloco de pedra, ou de madeira dura, com formato
cilíndrico, ou de um paralelogramo, com um cabo inserido, para uso manual.

Hoje, na Maçonaria Especulativa, simbolicamente, a Pedra Bruta é o próprio


Iniciado. Ele terá seus defeitos pessoais e sociais corrigidos e aperfeiçoados,
para serem utilizados na construção moral e ética de um mundo melhor.

Pedra Cúbica é a obra final do Companheiro Maçom que, simbolicamente,


realiza seu trabalho, exaltando todas as suas formas. É a forma geométrica, o
cubo ou o paralelogramo perfeito que se encaixa perfeitamente umas nas
outras, deixando a construção sem espaços livres. Deve-se deixar claro que
estamos falando de pedra cúbica e não, de pedra cúbica polida ou pedra
polida. Qualquer pedra pode ser polida, entretanto, acho que não teria
aplicação prática no trabalho dos canteiros medievais.

Hoje, na Maçonaria Especulativa, a Pedra Cúbica, simbolicamente, é a


aquisição dos conhecimentos e seu aperfeiçoamento, cada vez mais, para
aplicação na Construção Social.

Prancheta ou Tábua de Delinear é o objeto do trabalho do Mestre Maçom,


onde este, simbolicamente, delineia e traça os projetos da construção.
Normalmente é uma placa plana de madeira, com as dimensões aproximadas
de 40 cm x 60 cm, que fica encostada no Altar, de frente para o Ocidente (ver
Pílula Maçônica nº 63).

Hoje, na Maçonaria Especulativa, simbolicamente, é o exemplo e a orientação


moral, dada pelo Mestre Maçom a todos que estão a sua volta, principalmente
os Aprendizes e Companheiros.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 110


O Livro da Lei
De acordo com Alec Mellor, famoso escritor Maçônico francês, em "Dicionário
da Franco Maçonaria", a conduta adotada por certa Obediência constitui um
critério que permite apreciar a regularidade ou a irregularidade de seus
princípios.
A Grande Loja Unida da Inglaterra, em 04 de setembro de 1929, lançou, e foi
aprovado pela Franco Maçonaria universal, os "Princípios de Base"  para o
reconhecimento de regularidade de uma Grande Loja ou um Grande Oriente:
Art. 06: - As três grandes Luzes da Franco Maçonaria, o Livro da Lei
Santa, o Esquadro e o Compasso, ficarão sempre expostos quando dos
trabalhos da Loja.
A mais importante das três é o Livro da Lei Santa (The Volume of Sacred
Law).
Nos países da Europa, da América, da Oceania, o L.L.S. usado é a Santa
Bíblia, pois ela é o Livro Sagrado da grande maioria.
Segundo Mestre Castellani, a Bíblia só foi introduzida oficialmente nos
trabalhos maçônicos, por George Payne, em 1740, como bajulação à Igreja
Anglicana, e não a Católica, pois nessa época era a primeira que predominava
na Inglaterra.
É sabido que o Livro da Lei, não é obrigatoriamente a Bíblia. Deve haver um
Livro da Lei Sagrada que seja adotado por determinado povo com sua
respectiva crença religiosa. Desse modo, poderá ser a Torá, "Gênese, Êxodo,
Levítico, Números e Deuteronômio" para os judeus. O Corão para os
muçulmanos, ou o Rig Veda para os hinduístas, e assim por diante.
E, além disso, tudo, ainda nos esclarece o Mestre Castellani, existem os Ritos
chamados racionalistas, como o Rito Moderno ou Francês, por exemplo, que
não usam nenhum Livro sagrado, mas, sim, o Livro da Lei Maçônica - a
Constituição de Anderson, de 1723, em respeito à absoluta liberdade de
consciência dos maçons, a qual não admite a imposição de padrões religiosos,
pois as concepções metafísicas de cada um são de foro íntimo. Entretanto, tal
atitude não permite o reconhecimento pela Grande Loja Unida da Inglaterra, da
Grande Loja ou Grande Oriente que a pratica.
Na Maçonaria Operativa não há duvidas que a Bíblia era usada nos
juramentos da Ordem, devido a grande religiosidade reinante na época. Isso é
citado em diversos Manuscritos, alguns deles transcritos no "Freemason´s
Guide and Compendium" do Mestre Bernard Jones, do qual eu tenho a
honra de possuir um exemplar na minha biblioteca.
O Livro Sagrado da Lei deve ser solenemente aberto e solenemente fechado
no começo e no fim dos trabalhos. Sem a sua presença sobre o altar, estes
não podem ser realizados, e a Loja não pode nem mesmo ser aberta.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA LAÇÔNICA Nº 111

Sincretismo Maçônico
Poucos Maçons sabem o que é "Sincretismo Maçônico" .  Vamos esclarecer,
na medida do possível.

A definição de sincretismo, tirada do Dicionário Etimológico Antonio Geraldo da


Cunha, é: a mistura de doutrinas ou concepções diferentes. Reunião de
ideias ou teses de origens disparatadas .  Ampliando o conceito, temos que,
em Filosofia, é a reunião, num só sistema, de doutrinas heterogêneas .

Etimologicamente vem do Francês (syncrétisme) que veio do Latim


(syncrétismus) tendo como origem, do Grego (sygkéstismós).

O Sincretismo Maçônico é, portanto, a mistura de práticas e costumes


diferentes, de diversos Ritos, agregados num único Rito . Esse Rito,
assim incrementado, perde suas características originais e fica deturpado.
Existem diversos motivos para que isso ocorra: vaidade, invencionice, achismo,
etc.

No Brasil, por existirem diversos Ritos reconhecidos pelo GOB (06) e por ser o
Rito Escocês Antigo e Aceito o mais praticado, ele sofre influência e
adaptações dos demais com bastante assiduidade.

É o caso, por exemplo, das palavras ou orações ditas no Átrio, antes do início
da Sessão. Ou então, o fato do Mestre de Cerimônias andar em esquadria no
Ocidente. São práticas ritualísticas praticadas em outros Ritos e estão sendo
cada vez mais comum no R.E.A.A. Existem muitas outras, além dessas.

No Brasil os Rituais são escritos. A cada edição, novas deturpações podem ser
acrescidas ao mesmo. O Ritual, que se refere a um cerimonial, ou a um
conjunto de regras que devem ser seguidas, modifica-se, desse modo, com o
passar do tempo.

Nos países onde o Ritual é transmitido oralmente, ou seja, ele é decorado, o


Sincretismo Maçônico é mínimo, embora existam cópias escritas do mesmo. É
o caso da Inglaterra, Austrália e Nova Zelândia. Nesses países, as falas dos
Oficiais em Loja são totalmente decoradas. Inclusive, nas Instalações, as falas
do Grão Mestre e dos Oficiais da Comissão Instaladora, também são
decoradas, como foi visto em recente visita em Lojas da Nova Zelândia, pelo
grupo que lá esteve.

Com o Sincretismo Maçônico o Rito, seja ele qual for, empobrece, apesar de
ter sido incrementado, pois perde sua originalidade.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017
PÍLULA MAÇÔNICA Nº 112

Estrelas (círios)
Estrelas, na Maçonaria, são velas acessas e colocadas em tocheiras, que é
um tipo de castiçal com proteção contra o vento. Muitas vezes chamadas de
“círios”, apesar de que círio, na verdade, é uma vela grande.

Em alguns Cerimoniais, quando se pretende fazer honras no recebimento de


altos dignitários, usa-se uma série de espadas, normalmente acompanhadas
das estrelas.

Espadas na mão direita e estrelas na mão esquerda daqueles Obreiros que


farão a “Abobada de Aço” para os visitantes.

Hoje em dia esse comportamento está fora de uso, com raras exceções. Há
vinte anos atrás, era comum esse tipo de honraria e era comum, também,
existir um “porta espadas” e um “porta estrelas” no Átrio da Loja, normalmente
de madeira, para acondicioná-las.

Segundo Mestre Nicola Aslan esse costume é antiquíssimo, já existente entre


os romanos e que a Igreja Cristã veio a adotar. É dito que o Papa quando se
dirige para o Altar, saindo da Sacristia, é precedido por Diáconos portando
estrelas (ou círios).

Para finalizar, uma frase sobre interessante costume francês do Mestre Jules
Boucher, simbolista: “quando um visitante eminente, um dignitário, é
introduzido no Templo, é precedido pelo Mestre de Cerimônias portando uma
“estrela”. Trata-se de uma tradição que pode ser encontrada numa era
longínqua. Não é para “iluminar” o visitante que o fazem preceder por uma
tocha, é para simbolizar a “luz” que ele representa ” 

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 113

Venda nos olhos


Em diversos processos esotéricos iniciáticos, que são cerimônias nas quais se
iniciam pessoas nos mistérios de uma religião, doutrina, instituição, ordem, etc,
é colocada uma venda nos olhos do Neófito.

É o que ocorre na Iniciação Maçônica.

Segundo Mestre Nicola Aslan, a venda colocada nos olhos é o símbolo da


escuridão, da ignorância e das trevas que envolvem aqueles que ainda não
receberam a luz da ciência e da verdade.

Desse modo, seus passos poderão ser dirigidos em caminhos inadequados,


tropeçando nos erros, nos vícios e ignorância da vida profana.

Em determinado momento da Cerimônia de Iniciação, a venda é retirada para


que o Neófito, simbolicamente, receba a “Luz”.

E, adaptando para esta Pílula Maçônica, o que escreveu Mestre Jules Boucher,
em seus livros:

“Com a venda, sem o sentido da visão, outros sentidos se desenvolvem com


maior acuidade, sobretudo o ouvido. A Maçonaria pretende significar desse
modo que o profano, se não sabe ver, escuta demasiadas vezes os ruídos do
mundo e as palavras dos outros. Na imprudência desse ato, suas concepções
filosóficas de toda espécie que não resultam de uma livre escolha, podem fazê-
lo um produto do meio social no qual se encontrou situado.”

 A palavra “LUZ”, na Maçonaria, tem o significado de Verdade, Conhecimento,


Ciência, Saber, Instrução e prática de todas as virtudes (N. Aslan).

E, finalizando com as palavras do Mestre Albert G. Mackey, que na sua


“Enciclopédia”, escreve:

“Luz é uma palavra importante do sistema maçônico, transmitindo um sentido


mais longínquo e oculto do que geralmente pensa a maioria dos leitores. É, de
fato, o primeiro de todos os Símbolos apresentados ao Neófito e que continua
a ser-lhe apresentado na carreira maçônica. Os maçons são enfaticamente
chamados de “filhos da Luz”, porque são, ou pelo menos são julgados
possuidores do verdadeiro sentido do Símbolo; ao passo que os profanos, os
não Iniciados, que não receberam esse conhecimento, são, por uma expressão
equivalente, considerados como estando nas trevas.”

“Em geral, a Luz é considerada como fonte primordial do conhecimento e da


excelência, e que a Escuridão é sinônimo da ignorância e do mal.”

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto

CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 114

Neófito e Aprendiz
Apesar de que para muitos maçons, “Neófito” e “Aprendiz” significarem a
mesma coisa, vamos esclarecer que são coisas diferentes, mas interligadas.

Na Maçonaria, a sequência do profano para se tornar Maçom é: Candidato,


Neófito e Aprendiz Maçom. Posteriormente, Companheiro Maçom e Mestre
Maçom (Maçonaria Simbólica).

“Neófito” é o nome que o candidato recebe durante o cerimonial da Iniciação.


Após as provas e juramentos a que é submetido, após as instruções que lhe
são passadas e, após o discurso final do Orador, o Neófito é declarado
Aprendiz Maçônico e será conduzido e convidado a sentar-se no topo da
Coluna do Norte.

Segundo Albert Galatin Mackey, “neófito”, em grego significa plantado


recentemente. Na primitiva Igreja Católica, designava alguém que tinha
recentemente abandonado o judaísmo ou o paganismo e abraçado o
cristianismo; e na igreja romana aqueles recentemente admitidos na comunhão
também eram assim chamados. Por esta razão, este termo foi também
aplicado aos jovens discípulos de qualquer arte ou ciência.

Na Maçonaria, portanto, o candidato sem as instruções finais, durante a


Iniciação, é assim designado. 

“Aprendiz”, na Maçonaria Simbólica, é o primeiro grau, de uma série de três,


como mencionado acima. É o mesmo para todos os Ritos (no Brasil o GOB
reconhece seis Ritos) sendo que esse grau é oriundo da Maçonaria Operativa
da qual a Maçonaria Especulativa é herdeira. 

Nesse grau de aprendiz a Maçonaria começa a demonstrar ao iniciado o


sentimento de aperfeiçoamento e incentivando o estudo da Verdade. 

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 115

Águia Bicéfala na Maçonaria


Antes que algum maçom venha supor que a “Águia Bicéfala” tenha sido
definida e projetada como símbolo pela Maçonaria, vamos esclarecer algo
sobre esse assunto, conforme relatado abaixo:

A águia, uma ave de rapina, pelas suas características físicas e temperamento,


tornou-se um símbolo adotado pela humanidade, desde a mais alta
antiguidade.

Os druidas a consideravam como emblema da Divindade Suprema. Era


símbolo no Egito, na Pérsia, Babilônia, Grécia, etc. É mencionada no Antigo
Testamento e serviu de insígnia de guerra aos antigos romanos.

É símbolo no Ocultismo e na Cabalá.

Na Maçonaria, por estar aliada à força, a decisão, a superioridade e a


inteligência, é tida como símbolo da grandeza, da sabedoria, da liberdade e do
poder (N. Aslan).

A cabeça da Águia representava, nos primórdios, o poder de um Imperador


sobre seu Império. Quando um Imperador tinha dois Impérios, seu poder era
representado por uma águia de duas cabeças. Foi o caso do Imperador
Romano que dividiu suas áreas dominadas em dois impérios: o Império do
Ocidente e o Império do Oriente.

O Império do Ocidente, baseado em Carlos Magno e seus descendentes, foi


chamado de “Santo Império Romano-Germânico” e o do Oriente, com a
fundação de Constantinopla, foram chamados de Bizantino.

Outros impérios que igualmente se duplicaram, também usavam a “Águia


Bicéfala” como símbolo ou emblema em seus brasões.

Na Maçonaria, essa “Águia Bicéfala” foi adotada no inicio da definição do Rito


Escocês Antigo e Aceito, na França, possivelmente em 1758. O Corpo
Maçônico que começou a desenvolver a base desse Rito era chamado
de “Conselho dos Imperadores do Oriente e do Ocidente” e adotou
a “Águia Bicéfala” como Símbolo e, assim, ela continua sendo usada no
Supremo Conselho do Grau 33 do Rito Escocês Antigo e Aceito.

Esse sistema “escocês”, conhecido como “Conselho dos Imperadores do


Oriente e do Ocidente”, ou, também conhecido como “Soberana Loja
Escocesa de São João de Jerusalém” criou um Sistema de Altos Graus, num
total de 25 graus.

Em 1762, esse sistema foi oficializado e esses graus superiores foram


chamados de “Graus de Perfeição” e essa escala de 25 graus foi chamada
de “Rito de Perfeição” ou “Rito de Heredom” foi levado para a América do
Norte, onde se desenvolveu de modo totalmente desorganizado.
Conforme Mestre Castellani, temos: “Diante desse caos existente, um grupo de
Maçons, reunidos a 31 de maio de 1801, na cidade de Charleston, no estado
de Carolina do Sul, por onde passa o Paralelo 33 da Terra, resolveu
acrescentar alguns graus e criar o “Supremo Conselho do Grau 33” que, por
ser o primeiro do mundo, denominou-se “Mother Council of the World”.
Marcando o inicio de uma fase de organização e método de concessão dos
Altos Graus. Esse primeiro Conselho adotou a divisa “Ordo ab Chao”, o caos
em que havia se transformado o emaranhado de Altos Graus, concedidos sem
critério lógico, e sem que houvesse um poder organizador e disciplinador”.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 116

O Templo de Salomão

A Maçonaria Especulativa, no seu inicio, adotou, por diversos motivos, algumas


lendas e a simbologia do Velho Testamento, como é o caso da “Escada de
Jacó”, a “Estrela de Davi” e o “Templo de Salomão” entre outras.

Desse modo, a Maçonaria, apesar de não ter origem hebraica, e sim, ser uma
instituição pós-medieval, no decorrer do século XVIII absorveu símbolos,
parábolas e relatos bíblicos.

Nós sabemos que o Templo de Jerusalém foi reconstruído por três vezes,
sendo que a Maçonaria Simbólica considera o primeiro, que foi erigido pelo Rei
Salomão.

A Igreja Católica, ao fazer seus templos, tomou por base esse último templo
citado. Ele foi, sem dúvidas, o arquétipo das igrejas, pela sua divisão e
orientação.

No caso da Maçonaria, sabemos também que as suas reuniões eram feitas em


tabernas ou nos adros das igrejas. O primeiro templo Maçônico foi erigido na
Inglaterra, no ano de 1776, e tomou por base o que eles conheciam de mais
comum, que era o Parlamento Inglês e as próprias igrejas católicas.

Conforme relato do Mestre Castellani, em Consultório Maçônico, Ed. Trolha


temos:

Só posteriormente é que iria surgir o conceito de que o Templo Maçônico teria


tido o Templo de Salomão como arquétipo, quando na verdade isso ocorreu
indiretamente, por tabela, através das igrejas.
Na esteira desse conceito é que surgiria a lenda de Hiram, essa, sim,
maçônica, já que o fundidor de metais Hiram Abif, não foi o construtor do
Templo de Jerusalém e nem foi morto como reza a lenda; ele apenas foi
responsável pela fundição dos objetos metálicos, tais como colunas,
candelabros, mar de bronze, etc.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 117

Instrumentos Maçônicos

Os instrumentos profissionais tais como o esquadro, compasso, maço,


malhete, prumo, nível, etc., são usados como Símbolos pela Maçonaria com a
finalidade de incluí-los em seus ensinamentos da moral e ética.

Obviamente, ela não arroga o direito de propriedade, invenção ou


exclusividade de uso de tais utensílios/Símbolos.

Deve ficar claro, também, que tais instrumentos não tiveram seus nomes
extraídos de textos bíblicos, como é suposto por muitos. Eles foram obtidos das
corporações de construtores medievais, às quais damos hoje o nome de
“Maçonaria Operativa”. São, portanto, instrumentos de construção e,
independentemente, são citados em alguns textos bíblicos, realizados por
escribas hebreus, em diversas épocas passadas. 

Mencionando, mais uma vez, Mestre Castellani, temos:

Esquadro, Compasso, Malho, Régua, Nível, Trolha, etc., são instrumentos


necessários aos projetos e construção de edificações. A Bíblia, por outro lado,
só foi introduzida nos Trabalhos Maçônicos em 1740, por Thomas Payne, Grão
Mestre da primeira Grande Loja fundada em 1717, em Londres.

A Maçonaria atual, conhecida como “Maçonaria Especulativa” incluiu tais


instrumentos em seus ensinamentos para auxiliar seus obreiros a vivenciarem
no dia-a-dia os símbolos adequados na doutrina justa e perfeita.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 118

Estandartes e Heráldica
Estandarte, segundo dicionário Aurélio, é definido como “bandeira de guerra” e
por extensão somente “bandeira”.

Na Maçonaria é uma espécie de bandeira, retangular, com formato


obedecendo a “Lei Aurea”, ou seja, com o comprimento 1,618 vezes maior que
a altura, hasteada de modo que seu eixo maior (comprimento) fique na vertical.

Nele são colocados letreiros cujas palavras definem a Loja ou “Corpo


Maçônico”, juntamente com o logotipo da mesma, seus brasões e símbolos
(ver Pílula Maçônica nº 12).

Brasão é a insígnia ou distintivo de pessoa ou família nobre, conferidos, em


regra por merecimento.  

É um “escudo de armas” e, por extensão, “divisa”, “emblema”.

No campo da Heráldica, é definido como conjunto de peças, figuras e ornatos


dispostos no campo do escudo ou fora dele, e que representam as armas de
uma nação, de um soberano, de uma família, de uma corporação, de uma
cidade, etc.

Heráldica é a arte ou ciência dos brasões. É o conjunto dos emblemas do


brasão.

No Brasil, até onde sei, só existe uma única obra maçônica sobre heráldica. É
um excelente livro que se denomina “Manual Heráldico do Rito Escocês
Antigo e Aceito, do Grau 01 ao Grau 33”, sendo a parte pictográfica de
autoria do nosso atual Sapientíssimo Irmão Claudio Roque Buono Ferreira,
com pequenos textos descritivos de autoria do Mestre Castellani.

Esse livro foi gentilmente doado à ABBM pelo Irmão Claudio e encontra-se
disponível para todos os Obreiros, somente para consulta, na Biblioteca da
mesma.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 119

Garante de Amizade
Trata-se de uma espécie de “contato Maçônico” que duas Potências Maçônicas
trocam entre si.

Garante de Amizade é a expressão usada pela Maçonaria nos países sul


americanos. No restante do mundo é chamado de “Grande Representante”.

Desse modo, quando duas Potencias Maçônicas se “reconhecem”, é regra que


troquem Garantes de Amizade, destinados a garantir as suas relações.
Seríamos, então, tentados a ver nesses últimos, algo como
“embaixadores”. Não é isso!

As relações inter-potências maçônicas oficiais de Grandes Lojas (Grande


Oriente) de países diferentes não comportam representações diplomáticas
permanentes como as que existem entre os países, e a escolha dos garantes
de Amizade cabe às suas Potencias de origem (Alec Mellor).

No Regulamento Geral da Federação (RGF – GOB), temos no artigo 167:

Art. 167 – O Garante de Amizade é o Representante da Potência Maçônica


estrangeira junto ao Grande Oriente do Brasil, por este indicado, ou o
Representante do Grande Oriente do Brasil junto à Potência Maçônica
estrangeira, por esta indicada.

§ 1º – Para ser nomeado Garante de Amizade, por Potência Maçônica


estrangeira, para representá-la junto ao Grande Oriente do Brasil o Maçom
necessita, no mínimo, satisfazer os seguintes requisitos:

I – estar colado no grau de Mestre há mais de três anos;

II – conhecer a língua falada no país da Potência Maçônica estrangeira que


pretende representar ou, pelo menos, inglês e espanhol;

III – ter capacidade financeira e disponibilidade de tempo para visitar a


Potência Maçônica estrangeira.

IV – Estar em pleno gozo de seus direitos maçônicos perante o Grande Oriente


do Brasil.

§ 2º – São atribuições do Garante de Amizade:

I – visitar a Potência pela qual foi nomeado pelo menos a cada dois anos;

II – manter correspondência epistolar com a Potência que representa,


estimulando a troca de publicações, livros e outras informações;

III – estar presente nas solenidades de relevância que ocorram na Potência


Maçônica estrangeira que representa;

IV – fazer relatório anual de suas atividades e encaminhá-lo ao Secretário-


Geral de Relações Exteriores;

V – comparecer à Reunião Anual de Garantes de Amizade.


§ 3º – Aos Garantes de Amizade é facultado o uso de paramentos próprios.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 120

Frederico II, Rei da Prússia e o Supremo Conselho do R.E.A.A. - A Lenda

O nome de Frederico II, Rei da Prússia, é encontrado nos Rituais escoceses


dos Altos Graus (R.E.A.A.), com alta frequência, e é tido como criador e autor
dessa Ordem.

É dito que o Rito Escocês Antigo e Aceito de 33 Graus repousa nas Grandes
Constituições de 1º de maio de 1786, feitas por Frederico II, Rei da Prússia.

Tomando por base o livro "Frederico, o Grande e a Maçonaria" do Mestre Kurt


Prober e o livro "O Rito Escocês Antigo e Aceito" do Mestre José Castellani,
veremos que tal afirmativa não é um fato histórico e sim, uma farsa que deve
ser, atualmente, considerada como uma lenda, como muitas outras que se tem
na Maçonaria.

É sabido que, em 1786, Frederico II era um idoso doente e acamado. Não


estava mais participando da Ordem Maçônica já fazia um bom tempo. Foi
Iniciado em 1738, escondido de seu severo pai, fundou e foi Grão Mestre da
Grande Loja "Três Globos", em 1744. Aparentemente, finalizou , em 1747, suas
atividades maçônicas (Rebold).

Além do mais, esse fato, ficou desconhecido do mundo maçônico de 1786 até
1804. Por quê?

Essa afirmativa de ter sido ele, Frederico II, o "fundador" do primeiro Supremo
Conselho do Grau 33, não tem, hoje, qualquer credibilidade entre os
verdadeiros escritores históricos maçônicos da nossa Ordem.

O inicio dos Altos Graus do REAA foi em Paris, em 1758, com a criação do
Conselho dos Imperadores do Ocidente e do Oriente, que instituiu o Rito de
Perfeição ou de Heredom, com 25 graus, influenciado pela Aristocracia e,
possivelmente, do Alto Clero, através da Ordem dos Jesuítas (vide Pílula
Maçônica nº 38).

Qual o motivo, então, de ter aparecido essa "falsa versão" dos fatos históricos?

Ora, os interesses políticos e a vaidade, sempre existiram em todos os setores,


inclusive na Ordem Maçônica. Os países da Europa, com toda sua tradição e
imponência, não poderiam, jamais, aceitar que fato tão importante para a
Maçonaria tivesse berço num país "selvagem", como era considerado os EUA,
naquela época.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 121

Similaridade entre Templo Maçônico e o planeta Terra

É sabido que no nosso planeta Terra, para se determinar com exatidão um


determinado ponto sobre sua superfície, utilizamos de um sistema de
coordenadas geográficas denominadas Longitude e Latitude. E, importante,
considera o planeta como se fosse uma esfera perfeita.

Assim, existe uma rede de círculos que passam pelos dois polos do planeta
(longitudinais – são os meridianos) e outra rede de círculos paralelos ao
Equador (latitude). Assim, a partir dele, o Equador terrestre, contam-se as
latitudes (paralelos), em graus, em direção aos pólos.

Nas posições equivalentes a 23° e 27’ para o norte e para o sul, encontramos,
respectivamente, o Trópico de Câncer e o Trópico de Capricórnio.

O Templo Maçônico, que simbolicamente, é representação da Terra, também


possui essas linhas. As duas Colunas Vestibulares, J e B, no REAA, marcam
a passagem, ao Norte (à esquerda de quem entra) do Trópico de Câncer e ao
sul (à direita de quem entra) do Trópico de Capricórnio.

A linha central, da porta em direção ao Trono, é a Linha do Equador.

É costume no Rito citado acima que um Irmão quando cruza, no Ocidente, a


Linha do Equador, fazer uma leve saudação com a cabeça ao “Delta Sagrado”,
representação simbólica do GADU.

A saudação é feita ao GADU e não ao Venerável Mestre, ao contrário do que


muitos Maçons pensam.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 122

O Delta Sagrado
Por definição, segundo o dicionário Aurélio, “Delta” é a quarta letra do alfabeto
grego, correspondente ao nosso D, e que tem a forma de um triangulo
isósceles (os três lados iguais). É também, por semelhança, a foz,
caracterizada pela presença de ilhas de aluvião, geralmente de configuração
triangular, assentadas à embocadura de um rio, e que forma canais até o mar.

Na Maçonaria, no Oriente de uma Loja, por cima do Trono do Venerável


Mestre, brilha o Delta Sagrado, normalmente, com o “Olho Divino” no centro. É
o símbolo do Poder Supremo e também do primeiro princípio – ONISCIÊNCIA -
que é a suprema realidade, em seus três lados, ou qualidades primordiais que
o definem. De ambos os lados do Delta, que representa a Verdadeira Luz, a
Luz da Realidade Transcendente, aparecem o Sol e a Lua, os dois luminares
visíveis e reflexos dessa luz invisível, que ilumina a Terra, e que,
simbolicamente, representam as luzes: intelectual e a moral (Nicola Aslan).

O Delta é um dos mais importantes símbolos maçônicos. No Templo Maçônico,


como dito acima, ele fica atrás do trono do Venerável Mestre e deverá ficar
numa altura tal que sua visão não seja obstruída pelo Venerável quando este
estiver de pé.

Ele é tão importante que quando um maçom cruza a Linha do Equador num
Templo Maçônico, ele faz uma leve saudação ao Delta (muitos pensam,
erradamente, que a saudação é feita ao Venerável Mestre – ver Pílula
Maçônica nº 121).

Muitas vezes é colocado, em menor tamanho, na parte frontal externa do


Dossel.

Nos Ritos teístas (Adoniramita, Escocês, etc.) o Delta representa a presença


da Divindade e, normalmente, no seu interior são colocados símbolos
representativos, tais como a letra hebraica “Iod”, ou mesmo, o tetragrama.

Nos Ritos agnósticos, o Delta representa a sabedoria, o conhecimento. No seu


interior, normalmente é colocado o “Olho que Tudo Vê” (vide Pílula Maçônica
nº 95).

Por todos os motivos mencionados, é que, a visão do Delta não pode ser
obstruída por nada e por ninguém.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 123

Rosa – Cruz e a Maçonaria


O pessoal mais antigo da Maçonaria é frequentemente questionado pelos
maçons mais jovens, sobre a ligação entre a Maçonaria e o Rosacrucianismo.

A pergunta mais frequente é se a Rosa-Cruz nasceu na Maçonaria, ou vice


versa. Têm-se muita coisa em comum, etc.

Na verdade elas são instituições totalmente diferentes, com origens diferentes.

É difícil dizer que não tem nada em comum, pois a Maçonaria tem uma parte
“mística”, apesar da Maçonaria Especulativa, atual, ser uma construtora social,
atuando no terreno político-social. Por sua vez, a Rosa-Cruz é uma instituição
muito “mística”, num sincretismo de diversas correntes filosófico-religiosas:
desde alquimia, gnosticismo cristão, cabalismo judaico até o hermetismo
egípcio (Castellani).

Sobre a origem da Maçonaria já foi falado em diversas Pílulas anteriores.

Quanto a origem da Rosa-Cruz, apesar de alguns escritores ufanistas, dizerem


que essa Instituição nasceu no Egito antigo, escritores sérios, com documentos
concretos, como Frederico Guilherme Costa, demonstram que, na verdade, ela
nasceu na Idade Média.

No livro “Maçonaria Dissecada” o escritor citado, nos diz que a primeira


menção histórica da Rosa-Cruz, data de 1614, quando apareceu o
documento “Fama Fraternitatis”, relatando as fantásticas viagens pela Arábia,
Egito, Marrocos feitas pelo germânico Christian Rosen Kreuz.

Nesses países, adquiriu seus conhecimentos místicos e que foram,


posteriormente, espalhados pelos quatro cantos do mundo, através de seus
seguidores.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


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PÍLULA MAÇÔNICA Nº 124

Tronco de Solidariedade
Tem também a denominação de Tronco de Beneficência, dos Pobres, da
Viúva, etc. É o nome que se aplica à bolsa, saco ou sacola que circula na Loja
e na qual se recolhe o óbolo dos maçons presentes. É realizado pelo Irmão
Hospitaleiro antes do término da sessão.

O termo “Tronco” é um galicismo (palavra importada diretamente do Francês)


e essa palavra francesa “TRONC” tem dois significados: tronco, propriamente
dito, como tronco do corpo humano, tronco de árvore, tronco ferroviário, tronco
familiar, etc. E é, também, a “caixa de esmolas” colocada na entrada das
igrejas. Na verdade é uma caixa com uma fenda onde são colocadas as
esmolas, e nela, normalmente está escrita a palavra “tronc”.

Obviamente, é com esse significado que essa palavra é usada na Maçonaria.

Isso mostra, mais uma vez, que a influencia da Maçonaria francesa no Brasil.
Portanto, só existe circulação do Tronco nos Ritos de origem francesa, como é
o caso do R.E.A.A., o Moderno e o Adoniramita.

Os Ritos de origem inglesa não possuem a circulação do Tronco de


Beneficência.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 125

O Balandrau e o Terno Preto

O Balandrau é uma vestimenta com tecido na cor preta, com mangas, fechada
até o pescoço e é talar, ou seja, cobre até o nível do tornozelo (calcanhar). É
muito semelhante à “batina” dos eclesiásticos da Igreja Católica Romana.

A origem é muito antiga, pois há evidencias de uso pelos membros


do “Collegia Fabrorum” que era um grupo de pessoas que acompanhavam
as guarnições romanas, no século VI a.C. e que reparava e reconstruía o que
era destruído e danificado nas conquistas.

Posteriormente, foi usada pelos membros das “Associações Monásticas”,


possivelmente herdeira de muitos ensinamentos do “Collegia Fabrorum”.

Segundo Mestre Nicola Aslan, nos parece que o uso do Balandrau é

uma peculiaridade da Maçonaria brasileira, pois nenhum autor, fora do Brasil,


se refere a ele como indumentária maçônica. Tudo indica que o uso do
Balandrau remonta à ultima metade do século XIX, tendo sido introduzido na
Maçonaria pelos Irmãos que faziam parte, ao mesmo tempo, de Lojas
maçônicas e de Irmandades Católicas, Irmãos estes que foram o pivô da
famigerada “Questão Religiosa”, suscitada no Brasil em 1872.

Aparentemente, essa vestimenta foi adotada pelos maçons brasileiros


como substituto barato e mais confortável do traje a rigor preto, sem objeção
por parte das altas autoridades maçônicas. Assim, o uso do balandrau não foi
aprovado nem desaprovado, foi simplesmente tolerado, não constituindo,
portanto, um traje litúrgico (N. Aslan).

Entretanto, não podemos esquecer que, no R.E.A.A., o “Ir∴ Terrível” usa


um Balandrau com um capuz, também preto, a fim de não ser reconhecido
pelos Neófitos.

Referente ao Terno preto, camisa branca e gravata preta (R.E.A.A.) vamos


buscar as informações nos livros do Mestre Castellani: “na verdade é usado um
“parelho” indumentária composta de duas peças (paletó e calças) e, não de um
“terno” composta de três peças (paletó, calças e colete)”.

Segundo ele, o uso dessa indumentária é devido, no Brasil, a majoritária


formação católica dos maçons brasileiros, que não se desligaram, pelo menos
até agora, do “traje de missa”, transformando as reuniões em verdadeiras
convenções de agentes funerários.

Lembra ele que, o traje Maçônico é o AVENTAL. Em outras partes do


mundo, principalmente em regiões quentes, os maçons vão às sessões até em
mangas de camisa, mas portando, evidentemente, o Avental. E trabalham
muito bem, pois a consciência do maçom não está no seu traje. Como diz a
velha sabedoria popular: “o hábito não faz o monge”.

Discutir tipo de traje a ser usado (com exceção do Avental) é algo que não leva
a nada, pois o traje masculino sofre variações através dos tempos e, inclusive,
varia, de povo para povo, na mesma época.

A própria Igreja, que é bastante conservadora, já abandonou certas exigências.


A Maçonaria, por ser evolutiva e progressista deveria ir pelo mesmo caminho.
O balandrau, como roupa decente, poderia, se quisessem, uniformizar o traje, o
que é, também, uma maneira de mostrar a igualdade maçônica (J. Castellani).

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 126


Escultura de Moisés, Florença

Em Florença existe uma escultura de “Moisés”, feita por Michelangelo


Buonarotti, o maior escultor em mármore até hoje conhecido.

Buonarotti era um gênio nas artes e essa escultura nos deixa curioso, pois a
figura de Moisés ali representada mostra duas saliências na
parte superior/posterior da cabeça, como se fossem dois chifres ou cornos.

Impossível Buonarotti ter errado!

Muitas explicações foram dadas para tal fato, mas a mais plausível é dada
abaixo.

Quando São Jerônimo, a pedido do Papa Damaso, fez a tradução da Bíblia


para o Latim (Vulgata), na passagem de um trecho do “Êxodo”, o mesmo
cometeu um erro na tradução de uma palavra. O correto seria: “a face
irradiada de Luz” foi traduzida como “a face tinha dois chifres (cornos)”.

Tudo indica que uma das palavras em hebraico tinha dois significados.
Aparentemente, São Jerônimo pegou o significado errado para tal tradução.

Como na época, ninguém estava a “altura” para questionar São Jerônimo, ou


seja, questionar a própria igreja Católica, o Moisés ganhou, nessa escultura,
feita de acordo com a Sagrada Escritura, um par de chifres na cabeça.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA N º 127

Profano

Como já foi mencionado em outra Pílula Maçônica (vide Pílula nº 53 – Colunas


do Templo) o termo “Templo”, que, entre outras definições, é o local onde as
Lojas Maçônicas se reúnem, vem do Latim “templum”, que significa horizonte.
Como foi explicado, os augures contemplavam o horizonte (templum) para
fazerem suas predições sobre o futuro, referente às condições climáticas,
tempo de colher, templo de plantar, etc.

No local onde eles faziam essas predições, sempre no mesmo lugar e


geralmente em cima de uma colina, foram erigidas paredes e teto, para
protegê-los contra as intempéries. O interessante é que essa construção é
que começou a ser chamada de “Templo”, pois era dali que o
horizonte (templum, em latim) era observado.
Referente ao “Profano”, sabemos também que em latim, o termo “fanum” é
que define a construção onde as religiões praticam seus cultos e é onde a
Maçonaria reúne suas Lojas. É sinônimo de igreja, santuário, etc.

O termo “pro”, tem o significado de “estar fora”. Portanto, nas religiões,


“profano” é a definição de quem não pertence à comunidade religiosa, de
quem não foi Iniciado, batizado, etc.

Na nomenclatura Maçônica, um “profano” é a pessoa fora da Fraternidade; um


não-Maçom. É dito também que, o mundo profano é o mundo fora das Lojas,
ou seja, fora do ambiente Maçônico.

Recapitulando: na língua portuguesa o termo “Templo”, que é a construção


onde os Maçons se reúnem, vem da palavra “templum” que define o horizonte.
E, em latim, para essa mesma construção, o termo que a define, é “fanum”.
Portanto, “pro-fanum” fora do templo, gerou “profano”.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 128

Pelicano

Pelicano é uma ave aquática, grande, palmípede de bico longo e chato, com
largo “papo” abaixo da mandíbula inferior, com fácil regurgitar. Segundo Mestre
Mackey, em sua Enciclopédia da Maçonaria, na antiga seita cristã, o Pelicano
era considerado o símbolo do Salvador. Isso devido antiga lenda que relata
que essa ave dilacerando o peito, derrama seu sangue para seus filhotes.

A Igreja fez dele um símbolo, no qual ele assemelhava-se ao Salvador,


derramando seu sangue por Ela (Igreja) e pela humanidade. Por associação de
idéias, a Maçonaria fez do Pelicano algo semelhante: simbolizou-o como sendo
a Maçonaria que derrama seus conhecimentos para seus Obreiros.

Dessa interpretação teológica, segundo Mestre N. Aslan, os místicos aplicaram


outro significado considerando o Pelicano como o símbolo do próprio sacrifício
que, posteriormente, se reflete em boas ações, como bônus do realizado.

Não é de se estranhar, portanto, que a Maçonaria nos seus Altos Graus


(REAA) tenha adotado o Pelicano como Símbolo para o Grau de Cavaleiro
Rosa-Cruz, grau eminentemente cristão.

O Pelicano é sempre representado no momento em que abre suas entranhas


para alimentar seus filhotes. Por isso, na ‘joia” dos Cavaleiros Templários, ele é
visto embaixo da Rosa-Cruz e do Compasso, que apoia as suas pontas sobre o
quarto de círculo que sustenta seu ninho (Alec Mellor).

É considerado, também, o Símbolo da Caridade e do amor Materno (N. Aslan).


Muitas outras interpretações simbólicas foram realizadas, principalmente pela
Igreja católica, fazendo comparações com Jesus Cristo, mostrando mais uma
vez que o pensamento do ser humano é livre e não tem limites.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 129

Nível

Qual é o significado do instrumento “Nível” na Maçonaria?

Como resposta, temos a dizer que o nível é o símbolo da igualdade, não


somente entre os membros da Fraternidade, mas de toda a humanidade.

A Maçonaria ensina que o ser humano é fruto do Grande Arquiteto do


Universo, que todos os homens foram criados por Ele na sua natureza, com
certos direitos inalienáveis de vida, liberdade, e o direito de ser feliz.

Isto  não significa, entretanto,  a  não consideração das distinções devido ao


mérito, ou a graduação e posição pela virtude de dádiva especial ou
treinamento ou perseverança.

Certamente, todos os homens são iguais na sua natureza, sujeito às mesmas


enfermidades, tendo o mesmo amor divino, e como evento derradeiro, a morte,
seguindo as imutáveis leis de Deus.

Mas alguns homens, pela disciplina, treinamento e o uso próprio de dons e


inteligência, fornecidos pela natureza, escala um ou vários degraus acima do
nível comum.

Desse modo, a esta  igualdade  maçônica está sujeito o personagem mais


poderoso e elevado, como o mais humilde dos iniciados,  que não se distingue
por outro título senão o de  “Irmão”.  Como foi dito, o  que pode distinguir  os
Maçons e conduzi-los aos altos cargos é o mérito e também as virtudes e o
talento,  que é a base das democracias (N. Aslan).

O Nível lembra ao Maçom  que todas as coisas devem ser consideradas com


serenidade igual, e o seu simbolismo tem como corolário noções de medida,
imparcialidade, tolerância e igualdade, como também o correto emprego dos
conhecimentos (Ragon).
M.´.I.´. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 130

Prumo

Qual o significado do instrumento “Prumo” na Maçonaria?

O “Prumo” também conhecido como “Fio de Prumo” ou “Perpendicular” é a Jóia


do Segundo Vigilante. Essa palavra foi extraída pela Maçonaria de diversas
passagens da Bíblia. Inseparável do “Nível”, que é a Joia do Primeiro Vigilante
(vide Pílula Maçônica nº 129).

O primeiro representa a vertical hierárquica. O segundo, a igualdade. Os dois


reúnem-se não “Esquadro”, que é a Joia do Venerável Mestre.

Segundo Mestre Nicola Aslan, o Prumo, que é geralmente usado nas


construções de alvenaria, é um pedaço de chumbo, devido sua alta densidade,
suspenso por um cordel. Serve para comprovar se o que está sendo feito, está
colocado ou não perpendicularmente ao horizonte.

Mestre Frau Abrines nos diz que: o Fio de Prumo, em Maçonaria, simboliza a
atração e a Retidão que deve resplandecer em todos os juízos de um bom
Maçom. É também o emblema da Justiça e da Equidade que devem ter todas
as sentenças emanadas dos tribunais maçônicos.

De acordo com Ragon, o Prumo significa que o Maçom deve possuir tal
Retidão de Julgamento que nenhum afeto, seja de interesse ou de família,
deve desviar.

Para Mestre Gedalge, o Prumo é o emblema da pesquisa, em profundidade, da


base e do equilíbrio. É também o Símbolo da profundeza do conhecimento e de
uma retidão que previne todo desvio obliquo.

Desse modo, o Nível e o Prumo, nos permite a correta construção das


muralhas do Templo simbólico, em que se emprega todo maçom, por isso o
Prumo foi considerado o emblema da retidão da conduta.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 19601

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 131

OFICINA
OFICINA é o termo genérico que serve para designar todo e qualquer
agrupamento maçônico: Loja, Capítulo, Conselho Filosófico, etc. Na linguagem
corrente, todavia, a palavra tornou-se mais ou menos sinônimo da palavra
“LOJA”.

Segundo Mestre Jules Boucher: “...foram assim designadas como lembrança


das associações dos primeiros Maçons operativos, pois era nesse local que se
reuniam aqueles que tinham “ofício””. 

Consultando, agora, Mestre Nicola Aslan, no Grande Dicionário Maçônico,


temos:

“As Oficinas tomam várias denominações, de acordo com os graus que


conferem aos seus membros”. Assim, por exemplo, no R.E.A.A. que é o mais
difundido no Brasil:

 As Lojas Simbólicas que conferem os graus 1 a 3.


 As Lojas de Perfeição que conferem os graus 4 a 14.
 Os Capítulos que conferem os graus 15 a 18.
 Os Conselhos Kadosh que conferem os graus 19 a 30.
 Os Consistórios que conferem os graus 31 a 32.
 Os Supremos Conselhos que conferem o grau 33”

O Grau 01 consiste na grande “Iniciação” maçônica. Os Graus 02 e 03


conferem a plenitude Maçônica ao Iniciado.
Nos Altos Graus, do 04 ao 30, levam o Mestre Maçom para obtenção dos
conhecimentos universais. Os graus 31, 32 e 33 são meramente
administrativos (N. Aslan).

M.´.I.´. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 132

Esquadro
Qual o significado do instrumento “Esquadro” na Maçonaria?

O “Esquadro”, além de ser a Joia do Venerável Mestre, é a segunda


das “Três Grandes Luzes” que iluminam as Lojas. O primeiro é o “Livro da
Lei”, e a terceira, o “Compasso”. Ele se associa com este último, suas partes
entrecruzadas ou sobrepostas com as pernas do Compasso de maneira
variável de acordo com o grau Simbólico em que funciona a Loja e com o Rito.

Simboliza a retidão moral, razão pela qual as suas partes são rígidas – daí a
expressão “viver de acordo com o Esquadro”.

Vejam abaixo o que nos diz o Mestre Allec Mellor:

“várias tumbas de arquitetos da idade Média representam o Esquadro e o


Compasso associados, mas com um significado puramente operativo. É o caso
de se perguntar, contudo, se um significado mais esotérico já não aparecia no
célebre esquadro de metal descoberto na ponte de Limerick (Baal's Bridge) na
Irlanda, quando de sua reconstrução. Essa peça curiosa representa a data de
1517 e as seguintes palavras: “...esforçar-me-ei para viver no amor e na
solicitude. Na retidão, de acordo com o esquadro”.

Nada permite afirmar que se trata de uma falsificação. Admitindo-se, contudo,


que a data de 1517 seja autentica, é excepcional encontrar o simbolismo do
Esquadro num sentido tão inusitado na época. Apesar de que, fora da
Maçonaria, encontra-se esse Símbolo em outros simbolismos, inclusive na
filosofia chinesa, com a mesma significação.

M.’.I.’. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 133

As paredes vermelhas no Templo para R.E.A.A.


Temos sido questionados o “por que” das paredes dos Templos da Associação
Beneficente Barão de Mauá serem na cor vermelha.

Isso se deve ao fato de que a maioria das Lojas que usam nossos Templos
pratica o R.E.A.A. e é considerado correto, por nós, o uso dessa cor para esse
Rito.

O Mestre Castellani durante trinta anos tentou fazer com que as Lojas que
praticam esse Rito mudassem de azul para vermelho, pois essa é a cor do
Rito.

Para esclarecer, veremos um pequeno resumo do que ele escreveu em alguns


de seus livros:

“Assim se verá, por exemplo, que, COMO OCORRE EM TODO O MUNDO,


o Templo Escocês tem suas paredes púrpuras, porque a cor do R.E.A.A. é
a vermelha...”. Em termos de cor do Rito – e, portanto, das paredes do
Templo e da orla do Avental do Mestre Maçom – a mesma é especifica
vermelha. Quando fui exaltado a Mestre em 1966, recebi meu avental de
orla vermelha.

Lamentável é que o Grande Oriente do Brasil, que seguia a orientação


mundial, tenha, posteriormente, seguido o erro das Grandes Lojas
estaduais brasileiras (surgidas da cisão de 1927, no GOB) e “azulado”
seus Templos Escoceses e seus Aventais.

Ocorre que as primeiras Grandes Lojas, surgidas naquele ano, tomaram,


através de Mario Behring, como modelo, a Grande Loja de New York,
onde, realmente, tudo é azul, esquecendo que lá funciona no Rito de
York, QUE É REALMENTE AZUL.

Quem quiser comprovar o que digo, basta circular pelas Lojas da


América do Sul, e irá ver as Lojas do Chile, Uruguai, Argentina, etc., na
cor vermelha.

Devo lembrar, também, que a origem do R.E.A.A. foi na França, com influencia
direta do Colégio Clermont, comandado pelo Alto Clero, Nobreza e pelos
Jesuítas, cuja cor predileta é a cor vermelha.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 134

Discussão Política e Religiosa


As discussões políticas e religiosas já tinham sido proibidas, anteriormente,
dentro das lojas pelos estatutos de Anderson. Essas discussões são também
proibidas na Maçonaria contemporânea com o mesmo rigor.

Essa proibição se concretizou em 1723 na Constituição de Anderson, onde, no


Capítulo referente a “Deus e Religião” ficou estabelecido que as opiniões
religiosas seriam particulares e a Ordem (Craft) teria a Religião que todos os
homens concordam.

Isto, obviamente, era baseado na política dessa nova Grande Loja (fusão de 04
Lojas, ocorrida em 1717, em Londres) para evitar discussões religiosas e
políticas, sendo estas os principais motivos de discórdia e destruição da
harmonia na época.

Devemos observar que os maçons já tinham conhecimento, naqueles tempos,


dos perigos apresentados nas discussões sobre religião e política. A Grande
Loja foi formada, em Londres, logo após a rebelião abortiva de James Stuart, o
“Antigo Pretendente” (filho de James II). Opiniões políticas e religiosas eram
conduzidas de modo duro e amargo, e a desunião entre os Whigs
(Hanoverianos) e os Toris (Stuarts) era muito profunda. O primeiro grupo era,
na maioria, Protestantes e o segundo grupo, Católicos Romanos.

Uma introdução de qualquer tendência na Política e/ou Religião na


Francomaçonaria, naquele estágio, poderia ser desastrosa.

Além disso, a guilda de pedreiros tinha como princípio fundamental


a Fraternidade – acima das divisões humanas, tendências políticas, filosóficas
ou religiosas. Se optassem por uma das definições teológicas já existentes na
época, estariam filiando a Maçonaria à instituição que emitira aquele conceito,
e desse modo, afastariam todos aqueles que pensassem de maneira diferente;
se propusessem uma nova concepção, estariam dando à Ordem os contornos
de uma nova religião, e assim afastariam também os sinceros adeptos de todas
as outras (Eleutério N. Conceição).

Os trabalhos no Tempo de Estudo, ou as Conferências, devem evitar esse


assunto com cuidado e, por essa razão, o Venerável Mestre reserva-se o
direito de proibi-las, se o assunto anunciado, sobre o qual deve estar
informado, lhe parecer indesejável.

Até fora da Loja, essas discussões são proibidas, e admite-se que perguntar a
um irmão quais são as suas opiniões políticas seja uma indiscrição.
Aparentemente, nas Obediências irregulares, essa regra é violada de maneira
permanente, e pode-se até dizer que as conferências “antirreligiosas’
constituem o essencial dos programas de certas lojas em que o velho
anticlericalismo está longe de estar morto. (Alec Mellor – Dic. da Franco
Maçonaria – pág. 105).
M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto
CIM 196017

PÍLULA MAÇÔNICA Nº 135

Abobada de Aço

Abobada de Aço, também conhecida como “Abobada de Espadas” é, no Rito


Escocês Antigo e Aceito, a fileira (cobertura) de honra formada por uma série
de espadas erguidas e cruzadas sobre a cabeça de um dignitário,
acompanhado de palmas e/ou “malhetes batendo”, quando de sua entrada no
Templo Maçônico, para participar de uma Loja. Esse costume não é de origem
maçônica. Foi introduzido no século XVIII, imitando cerimonial de certas
Ordens nobres militares da Cavalaria.

O seu caráter militar inspira-se no costume, quando do casamento de um


oficial, de formar uma abobada de espadas acima do casal na saída da igreja
(Alec Mellor).

A “Abobada de Aço” tem um simbolismo eloquente. Por ela, os Maçons indicam


que põem a sua força e serviço de quem honram com este cerimonial e o teto
formado pelas espadas cruzadas simboliza a proteção oferecida (Nicola Aslan).

Devo lembrar, como complementação, que o Pavilhão Nacional é a maior


autoridade dentro de uma Loja Maçônica, mas não devemos, jamais, formar
a Abobada de Aço.

A Bandeira Nacional tem presença obrigatória nos Templos Maçônicos em


todas as Sessões Magnas. (Art. 1º - Dec. nº 0084 de 19/11/97 - GOB) e,
portanto, devemos lhe prestar as honras previstas em nossa legislação.

O Pavilhão Nacional será introduzido no recinto do Templo, após a entrada da


mais alta autoridade Maçônica presente à Sessão. Após o ingresso da
Bandeira, ninguém mais entrará com formalidades, nem mesmo o Grão-
Mestre Geral.

De acordo com RGF – GOB, a Bandeira será recebida por uma Comissão
composta de 13 (treze) IIr∴ MM∴ ∴, armados de Espadas e munidos de
Estrelas (vide Pílula Nº 112), e de uma Guarda de Honra, munida de Espadas,
de três membros.

Estando tudo devidamente preparado, o M∴CCer∴ faz com que


primeiramente entre a Comissão de treze membros, em fila dupla, ficando sete
ao Norte e seis ao Sul, parados e voltados para o eixo central do Templo, à
Ordem (espada no punho direito, na altura da cintura, ponta para cima), e
Estrela na mão esquerda.

Após a execução do Hino Nacional, a Comissão de recepção ao Pavilhão,


deverá fazer “Continência com a Espada” para a passagem da Bandeira.
Essa continência é feita apontando a espada para baixo, do lado direito do
corpo, formando um angulo de 45º em prolongamento com o braço direito,
voltando o olhar para a Bandeira.

Após o término do Hino Nacional, o Porta Bandeira, sempre com a Bandeira na


posição vertical, rompe a marcha com sua guarda. A Comissão de treze
membros deverá acompanhar com o olhar, a passagem da Bandeira, e quando
esta passar pelo último membro, todos ao mesmo tempo, voltam à Ordem com
a espada.

M.'.I.'. Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PILULA MAÇÔNICA Nº 183

Entrar com o pé direito ou esquerdo?

Esta Pílula, pela simplicidade e curtos textos, é mais um lembrete do que uma
Pílula propriamente dita.

No “cortejo de entrada” ao iniciar a entrada dos Obreiros no Templo, não há


nenhuma obrigatoriedade de penetrar no Templo com o pé esquerdo ou com o
direito.

Isso, porque a Sessão nem foi aberta, ainda.

A obrigatoriedade de iniciar a caminhada com um determinado pé existe, e é


diferente de acordo com o Rito, apenas para a “marcha do Grau”, para
entrada no Templo, após o início dos trabalhos.

Lembro também que o Rito Escocês Antigo e Aceito (R.E.A.A.), apesar do


nome, não tem a origem na Escócia, e sim, na França. O que ocorreu foi o
seguinte:

“No início do século XVIII a Dinastia dos ‘Stuarts”, que reinava na Inglaterra até
essa época, estava refugiada em Paris, França. Os adeptos dessa Dinastia
também lá estavam, pois foram juntos. Eram alcunhados de “escoceses”
devido sua origem escocesa.
Nesse período de refugio na França, esses adeptos, aproveitando os 25 Graus
do Rito de Heredom, instalado em Paris, a partir de 1738, pelo Conselho dos
Imperadores do Oriente e do Ocidente, no Colégio de Clermon, sob orientação
da Ordem dos Jesuítas desenvolveram o R.E.A.A..

Esse Rito (R.E.A.A.) ficou completamente estabelecido, com a criação do


primeiro Supremo Conselho do mundo, a 31 de maio de 1801, em Charleston,
na Carolina do Sul (EUA), por onde passa o Paralelo 33 da Terra (ver Pílula
Maçônica nº 115 – Águia Bicéfala).

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

PILULA MAÇÔNICA Nº 200

Altar

Segundo Mackey, em sua “Enciclopédia da Francomaçonaria”, a definição


de um “Altar” é muito simples: é uma estrutura elevada acima do solo e
apropriada para alguns serviços ligados com veneração, ou cultos religiosos,
nos quais há oferenda de presentes, seguidos, ou não de sacrifícios ou preces.
E eram praticamente de dois tipos: para queima de incenso e para oferendas,
feitos normalmente de pedras, ou terra elevada, ou mesmo de madeira ou
metal, com formatos diversos.

Em todos os lugares do mundo, entre todos os povos, ficou demonstrado pelos


arqueólogos e antropólogos, que um “altar” sempre aparece, sempre está
presente.

O Altar na Loja Maçônica é, então, um descendente de uma longa fila de


predecessores que remontam a milhares de anos, desde os primórdios da
civilização humana.
Aparentemente, os primeiros altares foram construídos, ou adaptados, para a
prática de oferendas, com sacrifícios de pássaros, animais e mesmo seres
humanos.

É interessante de se notar que todas as coisas, ou são inventadas ou são


descobertas. Conforme as mesmas se tornam indispensáveis à vida, à
sobrevivência, elas vão surgindo. O “fogo”, por exemplo, foi uma descoberta
oriunda de incêndios na floresta. O seu uso para mudar o gosto ou textura de
alimentos, também foi uma descoberta. A “roda” foi uma invenção, fruto de
observações do uso de troncos roliços para deslocar grandes pedras. Idem
para o “tear” para fabricação de tecidos de diversos tipos e utilidades. Idem,
para as “construções” em alvenaria ou madeira. Idem, idem, etc., etc..
Desse modo, fica claro que todas essas “invenções” ou “descobertas”
atendem sempre as necessidades de todos os povos, em todos os lugares
do mundo, mesmo que diferentes em pequenos detalhes.

Portanto, podemos chegar a uma importantíssima conclusão: o Altar, que


aparece em todas as civilizações, desde os primórdios, faz parte de uma
das NECESSIDADES do ser humano, que é a sua expressão universal de
fé, de crença, da precisão da dependência de um Ser Supremo, com o seu
imenso poder contrapondo a nossa insignificância.

Já dizia Voltaire, muitos anos atrás: se Deus não existisse, teríamos a


necessidade de inventá-Lo.

M.:I.: Alfério Di Giaimo Neto


CIM 196017

http://pilulasmaconicas.blogspot.com/

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