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ACERVOS, MUSEUS
E INSTITUIÇÕES DE
GUARDA E PESQUISA
ARQUEOLÓGICAS*
ARTIGO
PAULO OTÁVIO LAIA**
DOI 10.18224/hab.v18n1.7111
guarda e pesquisa. Como elemento diagnóstico dessa discussão, apresentam-se análises acerca da
identificação e mapeamento dos espaços emitentes de endosso institucional aos projetos de arqueolo-
gia executados no estado de Minas Gerais, no âmbito do licenciamento ambiental, entre os anos de
2003 e 2019, verificados por meio das portarias de permissão e autorização emitidas pelo Instituto
do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
A s discussões expostas neste artigo se articulam por meio da revisão e atualização dos resul-
tados obtidos através do desenvolvimento da pesquisa “Percorrendo Labirintos: diretrizes
e impactos do endosso institucional nos processos de musealização do patrimônio arque-
ológico”, apresentada no ano de 2017 como parte dos requisitos obrigatórios de conclusão
do curso de Graduação em Museologia da Universidade Federal de Ouro Preto.
O trabalho percorre as diretrizes legais de proteção do patrimônio arqueológico no
Brasil, seus processos constitutivos, as dinâmicas do pensamento preservacionista que as im-
tuições de guarda e pesquisa nestas dinâmicas, apresenta-se ainda uma análise quanto ao
número de endossos expedidos por instituições localizadas no estado de Minas Gerais,
entre os anos de 2003 e 2019. O levantamento de dados para este estudo, serviu-se das
portarias de autorização para realização de pesquisas arqueológicas, publicadas no Diário
Oficial da União pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
A investigação observou somente projetos de arqueologia executados no âmbito do licen-
ciamento ambiental, escolha justificada por apresentar uma relação direta com a ascensão
do número de endossos concedidos e, consequentemente, com as tensões geradas a partir
dessa dinâmica.
Maria Cristina Oliveira Bruno (2014) aponta que as idiossincrasias entre as
instituições, os agentes, os acervos arqueológicos e a prática do endosso institucional
revelam-se através de complexos percursos. E diante a tal condição, lança-nos o seguinte
questionamento: por onde nos levam esses caminhos labirínticos?
Distante da empreitada audaciosa na busca pela resposta à pergunta realizada
por esta pesquisadora, que com destaque dedicou grande parte de sua atuação acadêmica
e profissional ao desenvolvimento de formulações e propostas direcionadas ao tema da
Musealização da Arqueologia, incluso a formação de gerações de pesquisadores inclinados
na mesma tarefa (LAIA, 2017), parte deste trabalho percorre timidamente alguns destes
labirintos, reunindo considerações que colaborem no processo de fortalecimento das ins-
tituições de preservação do patrimônio arqueológico brasileiro.
ESTABELECENDO COORDENADAS
que tange ao patrimônio arqueológico: a) sua tutela como bem cultural instrumental, ou
seja, por seu valor em si mesmo, já que este se configura como um bem essencial para a
efetividade do direito ao patrimônio cultural e dos demais direitos culturais fundamen-
tais; b) sua tutela como bem ambiental, seja através do reconhecimento de base material,
ou por sua importância para o equilíbrio do suporte físico do meio ambiente como ma-
crobem (SOARES, 2007).
A ampliação de reconhecimento do patrimônio arqueológico nas esferas de valor
ambiental, o incorpora a outros sistemas jurídicos de ordenamento legal em que técnicas,
procedimentos e normas específicas da arqueologia, se somam aos demais princípios esta-
belecidos pela Política Nacional de Meio Ambiente (Lei nº 6.938/81).
Dentre as especificidades desta normativa ambiental, destaca-se, por exemplo, a
própria ampliação da concepção jurídica de meio ambiente, que passa a observar de forma
integrada os aspectos ecológicos e socioculturais; e a obrigatoriedade de realização dos estu-
dos de impacto ambiental, quando da instalação de atividades ativas ou potencialmente po-
luidoras ao meio ambiente. Estes pontos, especificamente, serão norteadores das discussões
propostas por este artigo, na medida em que se apresentam as circunstâncias de inserção do
patrimônio arqueológico na cadeia operatória dos processos de licenciamento ambiental.
As regras ligadas à preservação arqueológica se inserem num quadro muito mais amplo de políticas
públicas que devem ser fundamentadas nas reivindicações da coletividade, da sociedade. É ela
quem deve acionar o aparelho estatal para que este venha a proteger os elementos que julga serem
de seu interesse (SILVA, 2007, p. 71).
IDENTIFICANDO TRAJETÓRIAS
Na medida em que essa reapropriação dos artefatos pelos cidadãos envolve uma relação de poder,
a mediação do artefato arqueológico adquire importância crucial. Assim, discussões relativas ao o
quê conservar, em qual instituição, com quais condições de acessibilidade e, ainda mais, quanto
à propriedade científica do material, dizem respeito a todo um conjunto de questões ligadas aos
artefatos (FUNARI, 2003, p. 35).
A questão suscitada aqui não diz respeito somente da aplicação de novas tutelas
administrativas sobre a jurisdição do patrimônio arqueológico brasileiro, mas também
do distanciamento das possibilidades de mediação através da atuação da Museologia e de
outras ciências do patrimônio (MOARES WICHERS, 2010).
prática de emissão do endosso institucional como um dos aspectos de maior tensão nas re-
lações estabelecidas entre os processos de licenciamento ambiental e os museus e intuições
de guarda e pesquisa. O endosso institucional pode ser considerado um documento que
promove o compartilhamento das obrigações do IPHAN quanto a gestão do patrimônio
arqueológico, uma vez que essa responsabilidade é transferida para instituições aptas a
realizar sua preservação. “Isto significa dizer que, em princípio, é dever do Estado a pre-
servação dos bens da União; mas, esta competência pode ser delegada a uma instituição,
de acordo com permissão/autorização emitida pelo IPHAN” (COSTA; COMERLATO,
2013-2014, p. 119).
Como aponta Carlos Costa e Fabiana Comerlato (2013-2014), de acordo com
o Código Civil (Lei Federal nº 10.406/2002) e com os arranjos jurídicos do direito bra-
sileiro, o endosso corresponde a uma atividade solidária e unilateral, onde um indivíduo
ou entidade transfere a responsabilidade sobre algo a um terceiro. No que tange as rela-
ções de guarda dos acervos arqueológicos, o termo endosso é acrescido da condicionante
institucional, referindo-se à declaração que corresponde ao comprometimento de uma
instituição na guarda do material resultante das pesquisas arqueológicas (COSTA; CO-
MERLATO, 2013-2014).
O que se observa nos amplos mapeamentos realizados por Camila Wichers
(2010), é que muitas destas instituições atuam, na maioria das vezes, distantes dos pro-
cessos de licenciamento ambiental. Além de atravessarem problemas históricos, como a
necessidade de corpo técnico especializado e de espaços adequados ao acondicionamento
do crescente número de vestígios.
Por mais que o endosso institucional represente também um meio de recepção
de recursos, na medida em que se estipulam contrapartidas financeiras e/ou materiais para
emissão da declaração de apoio, é importante ressaltar que o pagamento por endosso ain-
da se faz projeto a projeto. A operação desde instrumento na lógica do mercado pode re-
sultar, a longo prazo, na formação de espaços detentores de um grande volume de material 261
arqueológico, mas sem os investimentos continuados que garantam seu processamento. E
aparentemente essa realidade não está muito distante.
Portanto, a emissão de endosso institucional deveria ser observada, fundamen-
talmente, como um mecanismo responsável por assegurar às instituições endossantes de-
terminadas garantias de exercício a curto, médio e longo prazo. Os museus e demais
instituições de guarda e pesquisa devem estar conscientes dos riscos de participação neste
processo, da mesma forma que devem considerar a opção de não participarem dele.
SINALIZANDO FRONTEIRAS
as portarias emitidas para projetos de natureza preventiva, visto que parte dos critérios de
investigação considerava uma observação mais direcionada às dinâmicas do licenciamen-
to ambiental.
Poucos anos depois, para publicação deste artigo7, os dados anteriormente obti-
dos foram revisados e um novo levantamento foi realizado, seguindo os mesmos critérios
da pesquisa citada, mas ampliando a escala de temporalidade. Esse ajuste é um exame
sintético de parte da trajetória das discussões acerca da gestão dos acervos arqueológi-
cos, observados a partir de um marcador regional, o estado de Minas Gerais8. Contudo,
mesmo contida e localizada, a pesquisa atravessou cenários que historicamente são pauta
nestas discussões e sua atualização permitiu reconhecer determinados avanços na esfera
desse debate.
O levantamento de dados para realização da análise se deu por meio do acesso
as portarias de autorização para pesquisas arqueológicas publicadas no Diário Oficial da
União9, entre os anos de 1991 a 2019, compiladas pelo IPHAN em arquivos de formato
Excel® e disponibilizadas no sítio eletrônico da instituição. A partir do conjunto bruto
destes dados foram realizadas algumas triagens direcionadas ao escopo do trabalho.
O primeiro filtro aplicado ao conjunto destas informações define o recorte
temporal entre as portarias, analisando somente as emitidas entre os anos de 2003 e
201910, período inicial que se justifica pela publicação da Portaria IPHAN nº 23011,
em dezembro de 2002. Em seguida as portarias foram organizadas por meio de um
recorte espacial, observando apenas os registros realizados através da superintendência
do IPHAN em Minas Gerais e no Centro Nacional de Arqueologia – CNA12. Para
este último, os dados foram organizados a partir das portarias que contam com o apoio
institucional primário de um local de guarda localizado no estado de Minas Gerais.
Em sequência, tendo como referência a metodologia executada por Moraes
Wichers (2010)13, consideraram-se somente as portarias para projetos com tipologia de
permissão e autorização14, excluindo as portarias de prorrogação e/ou renovação, visto 262
que poderiam conduzir a uma alteração na obtenção dos dados, na medida em que uma
mesma pesquisa pode ser contabilizada mais de uma vez. Entende-se ainda, que:
(...) o fato de uma instituição fornecer apoio institucional a uma pesquisa não significa que a coleção
gerada por esse estudo tenha que ser salvaguardada obrigatoriamente nessa instituição. Nesse ponto,
a destinação final do acervo pode ser alterada no decorrer da pesquisa, ou após a mesma, mediante
autorização do IPHAN. Da mesma forma, sabe-se que nem toda pesquisa realizada resulta na
detecção de um patrimônio arqueológico positivo e na geração de uma coleção a ser musealizada
(MORAES WICHERS, 2013-2014, p. 28).
NÚMERO TOTAL
INSTITUIÇÕES ENDOSSANTES EM MINAS GERAIS ENTRE 2003 -
Nº DE ENDOSSOS
2019
EMITIDOS
01 Centro de Arqueologia Annete Laming Emperaire – Prefeitura Municipal de Lagoa Santa 223
Pref. Municipal de Araxá - Fundação Cult. Calmon Barreto - Museu Hist. de Araxá D.
19 2
Beja
Prefeitura Municipal de Nova Ponte – Museu Arqueológico de Nova Ponte de Minas
20 2
Gerais
Pref. Municipal de Patrocínio – Fund. Casa de Cultura de Patrocínio Dr. Odair de Olivei-
21 1
ra
22 Pref. Municipal de Perdizes - Museu de Arqueologia e História Prof.ª Dr.ª Márcia A. Alves 6
24 Superintendência do IPHAN – MG 3
264
25 UNIMONTES - Coordenação de Extensão Cultural Museu Regional do Norte de Minas 1
TOTAL: 1.715
Entre 2003 e 2019, observa-se que cerca de 70% das instituições emitiram um
número inferior ou igual a 10 endossos (20 instituições). Estes locais representam 2,85% -
49 endossos - do número total de portarias analisadas. Em contrapartida, três instituições
mineiras concentraram mais de 87% dos endossos institucionais concedidos a pesquisas
arqueológicas, atendendo ao conjunto de 1.496 portarias. São elas: Museu de Ciências
Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais - PUC-MG - (58,48%);
Laboratório de Arqueologia e Estudo da Paisagem da Universidade Federal dos Vales do
Jequitinhonha e Mucuri (15,74%); e o Centro de Arqueologia Annette Laming Emperaire
Goiânia, v. 18, n.1, p. 254-274, jan./jun. 2020.
PERCUSOS COLETIVOS
Cartografias Integradas
de Minas Gerais, Dra. Zani Cajueiro, então coordenadora do Grupo de Trabalho de Pa-
trimônio Cultural da 04ª Câmara de Coordenação e Revisão sobre o Meio Ambiente e o
Patrimônio Cultural, solicitou a realização de uma vistoria em três instituições localizadas
nos municípios mineiros de Belo Horizonte e Lagoa Santa. O objetivo principal da vis-
toria era avaliar a situação de conservação e guarda dos materiais arqueológicos oriundos
principalmente de processos licenciatórios.
A vistoria realizada pela arqueóloga Sandra Nami Amenomori, analista do Mi-
nistério Público Federal para perícia em Arqueologia, apontou diversas considerações em
relação ao tratamento dos acervos arqueológicos encontrados nas instituições analisadas
(NAMI, 2013). Dos três locais visitados, o Centro de Arqueologia Annette Laming Em-
peraire, o Museu de Ciências Naturais da Pontifícia Universidade Católica de Minas Ge-
rais e o Museu de História Natural da Universidade Federal de Minas Gerais, dois figu-
ram entre as instituições que mais emitiram endosso no estado, como apresentado acima.
O diagnóstico contemplou principalmente as reservas técnicas e as condições
de acondicionamento dos materiais. Contudo, também se verificaram os acervos inse-
ridos em circuitos expositivos ou em laboratórios de análise. Não se descreverá aqui as
especificidades relatadas em cada caso, mas sim algumas das questões comuns a todas as
instituições vistoriadas.
Segundo a responsável pelo parecer, o principal ponto de alarme à época do diag-
nóstico foi a ausência de controle do IPHAN e das instituições em relação as reservas técnicas,
(...) tanto da emissão de endossos quanto do armazenamento do material arqueológico sob sua
guarda, observada pela discrepância entre as informações encaminhadas pelo Instituto e aquelas
encaminhadas pelas instituições, nas quais os números de endossos apresentados pelas instituições
não refletem aqueles apresentados pelo IPHAN (NAMI, 2013, p. 08).
266
Outra questão é a dificuldade de vinculação entre os registros realizados pela
equipe de arqueologia e os sistemas de catalogação do material que ingressa na instituição,
gerando duplicatas nos processos de inventários, disparidades de documentação e uma
perda considerável de informações sobre o contexto da coleção gerada.
O parecer descreve ainda que, naquele momento, era evidente a falta de parâ-
metros das instituições na negociação das contrapartidas obrigatórias. Nami aponta que
muitas vezes a falta de negociação direta entre a própria instituição e o empreendedor,
responsável pela execução das contrapartidas, faz com que estas se deem de forma pouco
conectada ao planejamento estrutural, quando existente, das prioridades institucionais
dos museus e demais espaços de guarda e pesquisa.
Os resultados do diagnóstico iniciado no estado de Minas Gerais acen-
deram um alerta para situação dos acervos arqueológicos a nível nacional. Sob a
coordenação da mesma promotora, o Ministério Público Federal iniciou em 2015 o
projeto MPF-Arq, cuja principal finalidade foi a avaliação, em âmbito nacional, da
situação das reservas técnicas que apresentassem material arqueológico oriundos de
empreendimentos de licenciamento ambiental. Segundo a redatora do projeto, seu
objetivo era “produzir um material que viabilizasse ao Procurador ‘da ponta’, com
atribuição para atuação na área, recomendar, firmar Termos de Ajuste de Conduta
Goiânia, v. 18, n.1, p. 254-274, jan./jun. 2020.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
AGRADECIMENTOS
Abstract: observing the trajectory of the various legal instruments applied to the process of preser-
vation of the Brazilian archaeological heritage, the article aims to understand the relationships
between this set of norms and the consequences of their applications on museums and institutions
of guard and research. As a diagnostic element of this discussion, analyzes are presented about the
identification and mapping of the spaces that issue institutional endorsement to the archeology pro-
jects carried out in the state of Minas Gerais - Brasil, within the scope of environmental licensing,
between the years 2003 and 2019, verified through the permission and authorization ordinances
issued by the Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.
Notas
palmente a defesa dos processos de musealização como um dos caminhos mais indicados ao trabalho
com o patrimônio arqueológico, encontram-se no artigo ‘Percursos e Fronteiras: os labirintos entre
a proteção legal e a salvaguarda institucional das coleções arqueológicas no Brasil’, publicado pela
Revista de Arqueologia Pública da Universidade Estadual de Campinas. Contudo, as reflexões ex-
postas no artigo proposto à Revista Habitus, tornam públicas um conjunto discussões estabelecidas
pela mesma pesquisa, mas ainda não publicadas pelo autor.
8 Para uma análise substancial dos museus e instituições de guarda de material arqueológico no esta-
do de Minas Gerais, ver o trabalho de Ana Carolina Motta Rocha Montalvão, intitulado “Ciência
do Patrimônio: a gestão do Patrimônio Arqueológico no âmbito do Licenciamento Ambiental em
Minas Gerais”, desenvolvido para obtenção do título de Mestre em Artes, na linha de pesquisa em
Preservação do Patrimônio, pela Escola de Belas Artes da UFMG.
9 De acordo com o processo administrativo a que se submetem, as autorizações para execução de pesquisas
arqueológicas são concedidas pelo IPHAN, que publica no Diário Oficial da União, em formato de
portarias, as permissões para o desenvolvimento e/ou as renovações para as intervenções em arqueologia.
Este procedimento é destinado a todas as tipologias de pesquisa arqueológica, sejam elas de caráter
preventivo ou acadêmico. Entretanto, como as discussões apresentadas versam sobre o contexto de
desenvolvimento das obras de impacto a partir da inferência dos processos de licenciamento ambiental,
as análises realizadas neste trabalho consideram somente as pesquisas de caráter preventivo.
10 Como exposto, os dados originários da pesquisa compreenderam os anos de 2003 a 2016, contudo
este recorte temporal foi ampliado para esta publicação.
11 Primeiro instrumento normativo a exigir a apresentação de uma carta de endosso institucional para
o desenvolvimento de pesquisas arqueológicas.
12 Os processos tratados diretamente pelo CNA ocorrem quando um empreendimento atinge dois ou
mais estados da federação, por exemplo, uma rodovia ou uma linha de transmissão elétrica, quando o
licenciamento ambiental é conduzido pelo Ibama e também quando do desenvolvimento de pesquisas
de arqueologia subaquática. (Instrução Normativa IPHAN Nº 001/2015, art. 04º, § 1º).
13 A leitura que se aplica a este cenário é uma adaptação da metodologia utilizada por Moraes Wichers 269
(2010) em sua tese de doutoramento em Museologia, onde a autora apresenta uma análise das pesquisas
(acadêmicas e preventivas) e das categorias de instituições de endosso no contexto brasileiro, entre os
anos de 2003 e 2009. Para o desenvolvimento deste trabalho, foram considerados somente os processos
executados no âmbito do licenciamento ambiental, com instituições localizadas no estado de Minas
Gerais e com um recorte temporal que se estende até o ano de 2019.
14 Os pedidos de permissão são realizados por pessoa natural ou jurídica privada que tenham interesse
em promover atividades de pesquisa e/ou escavações arqueológicas, já as instituições científicas es-
pecializadas da União, dos Estados e dos Municípios, deverão requerer autorização para escavações
e pesquisas. Portaria IPHAN nº 07/1988, art. 01 e 02.
15 As instituições vistoriadas pelo projeto MPF-Arq localizam-se nos respectivos estados da federação:
Amapá, Bahia, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro,
Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo.
16 Para acesso aos documentos produzidos por esses coletivos, consultar o site www.acervosarqueolo-
gicos.wordpress.com.
Referências
ABERTA consulta pública para revisão de portaria sobre conservação de bens arqueo-
Goiânia, v. 18, n.1, p. 254-274, jan./jun. 2020.
17 de dezembro de 2002. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 18 dez., 2002. Seção
01. p.32.
BRASIL. Lei nº 10.406. Institui o Código Civil. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 11 jan. 2002. Seção 01, p. 01.
BRUNO, Maria Cristina Oliveira. Arqueologia e Museu: Por quê? Para quem? Terra
Indígena, n.65, p.37-43, 1992.
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BRUNO, Maria Cristina Oliveira. Musealização da Arqueologia: um estudo de mo-
delos para o Projeto Paranapanema. 1995. Tese (Doutorado) - Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, São Paulo, 1995.
SILVA. Regina Coeli Pinheiro da. Os Desafios da Proteção Legal: uma arqueolo-
gia da Lei nº 3.924/61. Revista do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, Brasília:
IPHAN, n. 33, p. 59-73, 2007.
n. 2, p. 239-256, 2014.
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