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O registro arqueológico tem sua delimitação legal contida em diversas normas pelo
mundo, comparece nas preocupações da Unesco e, tem lugar nas Recomendações de
Nova de Deli(1954) e mais recentemente na Carta de Laussane(1990), onde comparece
suas principais definições quanto a sua amplitude e proteção. No Brasil, o registro
arqueológico tem sua primeira aparição enquanto bem a ser protegido no decreto-lei 25
de 1937, que organiza a proteção do patrimônio histórico nacional no Brasil. Entretanto,
o patrimônio arqueológico para ser protegido pelo decreto lei 25/37, deveria a despeito
de como é formulado, com todos os outros bens, ser objeto do procedimento de
Tombamento. Este procedimento que se constitui do instrumento do tombamento se
demonstrou ao longo do tempo ineficiente para a proteção do patrimonio arqueológico.
Desde a edição do decreto lei de tombamento poucos foram os sítios arqueológicos
tombados e os que foram tem resultados, enquanto proteção, bastante duvidosos a
exemplo do sítio arqueológico tipo sambaqui denominado Pindaí, localizado próximo a
São Luiz, no Maranhão, que hoje ainda tombado tem sobre ele uma rodovia, um
loteamento e um bairro.
Entretanto, é com a edição da lei federal 3924/61,”que dispõe sobre os momunentos
arqueológicos e pré-históricos”é que vimos ampliar de forma significativa e definitiva a
proteção dos sítios arqueológicos em todo território nacional. Destaca-se aqui que a
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Arqueólogo do IPHAN, Professor Doutor do Mestrado Arqueologia, Território e Arte Rupestre
IPT/UTAD/Portuagl/Pos Doutorado em Arqueologia.IPT UTAD. Portugal. Comissão Européia/Erasmus
Mundus.Professor Convidado do MAE/USP. Secretário General do XVI Congresso Mundial da
UISPP/Unesco/2011/Brasil.
primeira lei de proteção específica do patrimônio arqueológico foi editada
primeiramente no Estado de São Paulo em 1955.
Na normativa federal(lei 3924/61) os sítios arqueológicos foram denominados conforme
o capítulo II, item 1 do decreto – lei nº 25 de 30 de novembro de 1937, do artigo 2º da
lei federal 3924/61, da portaria nº 07 de dezembro de 1988 e ainda da portaria IPHAN
nº 230/02.
Dentro desse escopo temos uma circinstância histórica para a formulação da lei que era
um apelo científico que superararia as antigas discussões que circunscriviam o objeto
arqueológico. Uma das demandas mais polêmicas a época era a temática ligada a
naturalidade ou a culturalidade dos sambaquis.Sítios arqueológicos de populações pré
históricas que construiam enormes montes com carapaças de moluscos e tinham uma
dieta baseada nos frutos do mar, notadamente com a primazia dos peixes. Na
perspectiva da época em que vigoravam conceitos ainda não muito sólidos sobre as
categorias dos sítios arqueológicos, os sambaquis geraram dúvidas e intenso debate, em
especial as com questões relacionadas com a sua importância cultural.
O registro arqueológico hoje é considerado uma assinatura material das ações
resultantes da atividade humana que resistiram no tempo e no espaço.Ressalte-se que
com o avanço da compreensão sobre a construção do passado e sua natureza identitária
perante a humanidade, a sociedade em busca de símbolos de pertencimento e memória,
também passaram a considerar como assinatura material para fins de registro
arqueológico, as paisagens especiais, lugares e espaços que foram utilizados pela
humanidade.para atividades que não deixaram transformações visíveis ou significativas
no ambiente físico a ponto de serem imediatamente identificadas em termos de volume
e dinamica espacial pelos arqueólogos. A utilização de grutas, abrigos sob rochas,
cavernas ou cavidades subterrâneas, não modificadas na sua gênese espacial, são entre
outros, exemplos de locais que foram utilizados pela humanidade, produzindo
mudanças de difícil identificação,ou com modificações mínimas de percepção
dificultada pelas condições físico-quimicas “in situ”.
Entretanto, os estudos arqueológicos de matriz transversal, tem ocupado cada vez mais
espaço na configuração de uma ciência comprometida com sociedade e com a inclusão
social dos grupos vulneráveis, e desta forma tem apontado para a multiplicidade de
sítios arqueológicos até então desconhecidos pela população e relegados ao plano do
esquecimento da maioria dos arqueólogos brasileiros, até bem pouco tempo atrás.
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Magalhães (1985:40) indagava: “De que maneira nós poderíamos compatibilizar,
harmonizar e conscientemente optar por incorporar à nossa trajetória cultural àqueles
componentes que sejam afins, que sejam compatíveis, que sejam próprios para o
progresso tecnológico e material e que venham ao longo e ao lado daqueles elementos
que identificam a nação brasileira e sua personalidade?”
Essa pergunta parece que não quer calar, é atual, e remete a uma discussão ampla
que demanda tensões, pela natureza teórica e de entendimento do que se constitui as
bases efetivas do patrimônio cultural arqueológico em toda sua extensão.
Durante muito tempo e este tempo remete ao atual, estabeleceu-se uma falsa
questão em função das definições e práticas relacionadas com o campo arqueológico,
que se denominou o campo da arqueologia histórica. A arqueologia por esta vertente
custou a se firmar enquanto objeto de pesquisa e interesse, principalmente dentro da
academia que só muito recentemente tornou-se objeto de investigação científica.Dentro
do IPHAN, a matéria é controversa, em especial com os arquitetos, historiadores e
encontra dificuldades de todo tipo; nos seus conceitos, definições e abrangência muito
mais pelo seu viés político do que formulação técnica e científica.
Pois, se a arqueologia tem uma base técnica científica, onde os conceitos são elaborados
a partir das concepções filosóficas de matriz da acumulação do conhecimento, o mesmo
viés não se dá com a arquitetura, onde a preferência estética tem lugar de destaque e os
conceitos cientifícos tem tratamento superficial.
Entretanto, passo fundamental foi dado no sentido de oferecer instrumentos para o
estabelecimento de uma política para a arqueologia histórica foi realizado no
“Seminário Internacional de Reabilitação Urbana de Sítios Históricos”, realizado em
dezembro de 2002 pelo Departamento de Proteção do IPHAN em Brasília , Distrito
Federal.
A organização do referido seminário distribuiu as discussões por grupos de trabalho e o
grupo de trabalho nº 4 foi intitulado “Arqueologia aplicada ao processo de
reabilitação”.A temática proposta já sinalizava em certa medida a compreensão dos
organizadores de um dos lugares que deve ter a arqueologia.Esta constatação ganha
contornos precisos e importantes levado se em consideração que o seminário em tela
foi organizado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, autarquia
federal responsável pelas políticas de preservação dos bens culturais no território
nacional.Se por um lado, mostra a preocupação dos organizadores em discutir a
participação da arqueologia no processo de reabilitação urbana de sítios históricos, por
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outro, entende a disciplina como auxiliar ao processo de reabilitação com matrizes
arquitetônicas, não reconhecendo nela o papel de agente fundamental para a definição
dos parâmetros paradigmáticos para a ação de reabilitação.Estas limitações, muitas
vezes, está na raíz dos problemas enfrentados pela arqueologia nos dias de hoje.
Um esforço semelhante mais pouco divulgado no âmbito do IPHAN, e realizado no
mesmo ano do Seminário Internacional de Reabilitação Urbana de Sítios Históricos, é o
Manual de Arqueologia Histórica para projetos de restauração elaborada pela
arqueóloga Rosana Najjar para o projeto Monumenta/BID.Esta situação de falta de
extroversão da produção realizada é característica de um descompasso entre o IPHAN e
o projeto monumenta/BID, onde as ações de ambos não buscam convergências, mas
perpetuam uma guerra surda, que foi atacada pelo MINC, no sentido de unificar aquilo
que nasceu separado, IPHAN e Monumenta/BID.
Essa união, trouxe uma situação de esquizofrênia, onde o IPHAN se viu obscurecido
pelo Monumenta/BID, onde seus técnicos, muitos deles de excelência, com sólida
formação, estão a conviver com chefias oriundas do Momunenta de pouco formação,
que desconhecem precisamente a importância da arqueologia.
Dentro desta perspectiva, retomando o grupo de trabalho do Seminário Internacional de
Reabilitação Urbana que discutiu a “arqueologia aplicada ao processo de reabilitação,
estamos falando da proposição mais arrojada formulada até hoje no IPHAN, para
discutir a questão. Neste sentido vale discutir as suas conclusões, que apontam para
recomendações que objetivam a formatação de conduta para o desenvolvimento de
projetos em áreas urbanas históricas”.
A formulação ali apresentada pretende ser uma contribuição para a definição e
conceituação de sítios arqueológicos históricos para fins de gestão e manejo de áreas
protegidas ou não.A primeira constatação foi de os sítios arqueologicos que estão
situados em áreas urbanas, podem tanto ser históricos como pré-históricos.
Os sítios arqueológicos pré - históricos tanto na cidade como no campo, encontram-se
contemplados para efeitos de proteção na lei federal 3924/61, que dispõe sobre os
monumentos arqueológicos e pré-históricos.
Para efeito de conceituação dos parâmetros que definem o bem arqueológico, segundo o
capítulo II, item 1 do decreto – lei nº 25 de 30 de novembro de 1937, do artigo 2º da lei
federal 3924/61, da portaria nº 07 de dezembro de 1988 e ainda da portaria IPHAN nº
230/02, foi considerado:
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Sítio arqueológico histórico em áreas urbanas são espaços geográficos delimitados pela
presença de vestígios materiais oriundo do processo de ocupação do território pós-
contato, tais como;
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Sítio Lamarca – Município Ipupiara/BA
Local registrado como sítio, onde uma operação militar do exercito( período da
ditadura no Brasi)l assassinnou o líder guerrilheiro Carlos Lamarca, que saiu das
fileiras do próprio exercito para combater na guerrilha como objetivo de derrubar o
governo militar na ocasião.
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enfrentava as tropas governamentais e circulava pelo Brasil angariando apoios
regionais, comandada pelo lendário comandante Luiz Carlos Prestes.
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Imagem de Parede colonial localidade da Enseada do Brito,municipio de Palhoça-SC
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Memória social, cidadania e conhecimento arqueológico
Princípio da Memória.
Bergson (2006: 48) em sua construção acerca da natureza da memória argumenta que
nossa duração nao e um instante que substutui o outro instante: neste caso, haveria
sempre apenas o presente, não haveria prolongamento do passado atual, não haveria
evolução, não haveria duração concreta. A duração e o progresso continuo do passado
que rói o porvir e incha na medida que avança. Uma vez que o passado cresce
incessantemente, também se conserva indefinidamente. A memória..não é uma
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faculdade de classificar recordações numa gaveta e inscreve las num registro pura e
simplesmente. Não há registro, não há gaveta, não há aqui propriamente falando, sequer
faculdade, pois uma faculdade se exerce de forma intemitente,quando quer ou quando
pode, ao passo que a acumulação do passado sobre o passado prossegue sem trégua. Na
verdade o passado se conserva por si mesmo, automaticamente, o que nos cabe é
exorciza lo, depura lo, para que ele não retorne enquanto tragedia.
Precisamente, e debruçado sobre o presente que ele irá se juntar, forçando a porta da
consciência que gostaria de deixa la de fora.
Trata se de recuperar uma lembrança, de evocar um periodo de nossa historia
A verdade é que jamais atingiremos o passado se não nos colocarmos nele de saída.
Entre as doenças da memoria a que è mais danosa a sociedade è aquela que insiste em
ser esquecida.
Não há nada mais simples que a explicação deles, em queimar os documentos da época
escravidão brasileira, em sumir com pessoas, não há nada mais simples que subtrair das
gerações futuras sua memória ancestral. Se elas desaparecem da memória é porque os
elementos antagônicos em que repousavam a ação, foram alterados ou destruidos.
Aqui estamos falando do dano intergeracional que conforme Bittar(1990 apud Lemos
(2008: 17 onde se conceituado como lesão ou redução patrimonial, sofrida pelo
ofendido em seus valores protegidos pelo, que se configura pela perda ou dimunuição,
total ou parcial de elemento, ou de expressão, componente da estrutura e bens psíquicos,
fisicos, morais ou materiais.
Princípio da reparação.
Dentro os pricínpios que devem ser observados para o exercício da democracia e para o
exercício dos direitos culturais esta o direito a onformação.Machado (2006: 83) citando
a dwclaração do Rio de Janeiro/92, diz no seu princípio 13 que: os estados deverão
desenvolver legislação nacional relativa à responsabilidade e à indenização das vítimas
da poluição e o outros danos ambientais.
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Princípio da informação
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Da natureza especial do registro arqueológico e a responsabilidade da
administratação Pública
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Sepultura no cemitério de negros na
localidade da Invernada dos Negros. Campos Novos SC. Registrado como sítio
arqueológico.
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Sepultamento realizado no dia do registro do Cemiterio dos negros, na localidade de
Invernada dos Negros, como sítio arqueológico e tombado pelo município de Campos
Novos.
Ocasião do referido registro foi em função da tentativa da Empresa de reflorestamento
Iguaçu pretendia terraplanar o cemitério para plantar eucaliptos. A ação que resultou na
proteção do cemitério contou com a colaboração de pesuisadora local, movimento negro
de Santa Catarina, setor de arqueologia da 11 superintendência regional do IPHAN, em
Santa Catarina, Prefeitura Municipal de Campos Novos/SC.
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Cabe aqui ressaltar que essa ação foi responsável pelo desencadeamento de uma série de
outras ações de proteção, de reconhecimento e reinvidicação por parte das comunidades
negras quilombolas da Invernada dos Negros, que detinham o direito por força de
testamento, das terras ocupadas por terceiros estranhos ao documento testamentário.
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Vista geral do cemitério no dia da ação de acautelamento. Registro como sítio
arqueológico histórico e tombamento municipal.
participação da
comunidade local no descerramento da placa municipal que instituia o tombamento
municipal do cemitério da Invernada dos Negros, Campos Novos, SC
Aqui nos exemplos elencados estamos antes de tudo a proteger um dano intergeracional,
que o registro arqueológico contemporaneamente vem acautelar.
O valor do patrimônio arqueológico conforme Bastos (2008> 188) é uma coisa
atribuida, pois assim depende de quem nomeia, ou da valor a coisa a ser protegida, que
na maioria das vezes esta estabelecida em convenções e normas sejam elas de estado ou
internacionais.Entretanto, existem ja estabelecidos e propagados certos valores de
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importância que adquiriram valores simbolicos e que acrescentam significância e
relevância aos bens a serem elencados como bens a serem protegidos.
A recente ditadura militar na Argentina suscitou por parte dos arqueólogos argentinos
estudos de natureza material e arqueológica onde a memória das práticas lesivas,
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entendidas como dano corporal, dano moral e dano material foi registrada e passa
fazer prte da memoria social de um povo.
Se é factível falar de uma memória voltada para a a ação e desta que estamos falando, è
da construção da cidadania lembrando que o esquecimento dos vencidos, desaparecidos,
mortos e torturados nao paasará em branco pincipalmente porque estão fora dos marcos
dos direitos humanos e do direito a memória.
O Brasil começa a dar passos no sentido de efetuar atraves dos registros arqueologicos
a guarda , e o acautelamento dos espaços da memoria social de acontecimentos do
passado recente da História nacional envolvendo a repressão aos movimentos de
resistência a ditadura que teve duração oficial de 1964 a 1985 que tende a se perder
seja pelo esquecimento, seja pela desconstrucão midiatica, seja pela corrosiva da
negação peremptória dos participantes que operaram a máquinas de tortura e
aniquilamento das pessoas participantes da resistência ao regime militar no Brasil.
Sendo assim, qualquer que seja o dano,se ele implicra reduçao patrimonial “lato sensu, é
possivel falar se em dano inergeracional e dano a memoria social uma vez que a
equidade intergeracional pode ser conceituada como a igualdade que deve existir entre
as geraçoes no que se refere ao acesso aos bens arqueologicos e culturais que compõem
a memória nacional.
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Dano corporal é aquele que fere o principio da inviolabilidade corporal, que tanto pode significar
atentado à saúde quanto a integridade física e envolve ainda aspectos materiais e morais.
Dano moral é o dano extra patrimonial, pois não tem natureza econômica e não è suscetível de redução de
valor comercial.
Dano material se configura pela lesão a um direito que tem valores patrimoniais, representados pelo dano
emergente e pelo lucro cessante.
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Soares,(2007 104), invoca o princípio da conservação pelo registro científico(ou
princípio da publicidade da pesquisa arqueológica), onde os dados colhidos pelos
pesquisadores/arqueólogos, em razão de pesquisa programada e autorizada ou, em
virtude de descobertas fortuitas de bens arqueológicos, devem ser publicados,com
análises e interpretações que venham a público e posam ser conhecidas e debatidas por
todos, para tornar o trabalho científico acessível à comunidade, especialmente aos
grupos formadores da sociedade brasileira, que tenham ou possam ter ligaçao com os
vestígios ou sítios arqueológicos.
Quando o princípio da conservação esta balizando a publicidade da informação
científica, no caso arqueológico, esta a preservar os elementos que guardam referência á
historia dos diversos grupos formadores e participantes da memória nacional.
Por sua vez, a pesquisa arqueológica tem no seu escopo diversas fases a serem
executadas, a começar pela fase primária que se faz como identificadora e
classificatória, a fim de instrumentalizar o registro arqueologico que deverá permanecer
como um dos elementos fundadores da memória arqueológica.
O registro arqueológico definido por lei, 3924/61 , poderá ser composto por todos
aqueles elementos, vestígios, objetos, formações dispostos e caracterizados na lei e
aqueles a julgar pela autoridade competente possa vir a ser encorporado ao cadastro
arqueológico.
Aqui, será considerado autoridade competente, para os efeitos dispostos na lei federal, o
servidor público pertencente aos quadros do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico
e Artistico Nacional , que detenha reconhecida formação arqueológica, na forma da lei,
ou seja, considerado arqueólogo, e/ou aquele que investido do respectivo diploma legal,
da autorização ou permissão de pesquisa exarada pelo IPHAN, na forma da lei vir a
efetuar o registro arqueológico.
Assim, os registros arqueológicos formarão o cadastro nacional de sítios arqueológicos,
que será mantido pela União Federal, atráves do Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional.
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Danos intergeracionais, Memória e Registro Arqueológico.
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as gerações no que se refere ao acesso aos bens arqueológicos e culturais que compõem
a memória nacional.
Aqui, mais uma vez, estamos interpretando de forma principal os objetivos finalísticos
das leis e normas infraconstitucionais.Desta forma, cabe a Admnistração Pública nas
responsabilidades que lhe são conferidas constitucionalmente e através do aparato
normativo complementar zelar pelo patrimonio arqueológico histórico, inclusive
criando as categorias necessárias a efetiva preservação da memória social, política e
cultural do povo brasileiro.
Sem dúvida, o registro arqueológico figura entre as categorias de acautelamento e
proteçãojá existentes que cada vez mais tende a ser invocado para garantir os direitos
culturais das diferentes manifestações materializadas pelos diversos segmnentos sociais
que encontram no território sua expressão marcada.
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indica uma ampliação do campo de indagação teórica e a constituição de novos estilos
de pesquisa e no nosso caso de registros arqueológicos.
Assim segue Haroche (op.cit.), o que está em pauta nessa modalidade contemporânea de
investigação e registro é a construção de novas problemáticas pela costura meticulosa
das janelas entreabertas por diferentes discursos teóricos.
No que concerne este artigo, a costura se realiza pela leitura dos discursos da
arqueologia, antropologia, da sociologia, da política, filosofia e onde a contribuição da
psicanálise se faz tangente.
Em termos de decência e engajamento social, as ciências e aqueles que a fazem na sua
individualidade desengajada se constituem como a contrapartida de incremento da
desigualdade, da injustiça e da indiferença. Nos discursos da hipermodernidade, já não
satisfazem os discursos são necessárias práticas fundantes de uma outra arqueologia, de
uma outra ciência.
Considerações Finais.
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Em memória , a todos aqueles que morreram e viveram o espetáculo da esperança, que
um dia possamos fazer dos seus fazeres, mais um ato somatório para a construção da
cidadania e da justiça social em nosso país.
Referências Bibliográficas.
Bergson, Henri. Memória e vida textos escolhidos Giles Deleuze. Martins Fontes: Sao
Paulo 2006
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