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UNIRB - Faculdade Regional de Alagoinhas, BA

Tamiris Souza Santos

Resenha sobre o Surgimento da Escola de Serviço Social no Peru:


Estado, Classes e a formação da Escola de Serviço Social do Peru

Alagoinhas, BA
2014
UNIRB - Faculdade Regional de Alagoinhas, BA
Tamiris Souza Santos

Resenha sobre o surgimento do Serviço Social no Peru:


Estado, classes e a formação da Escola de Serviço Social do Peru

Este trabalho tem como objetivo a


analise do
surgimento do Serviço Social no Peru
que
envolve o contexto histórico,
socio-economico
e politico do país.

Docente: Simone Cordeiro


Discente: Tamiris Souza Santos
Alagoinhas, BA
12/05/2014
Surgimento da Escola de Serviço Social no Peru: Estado, classes e a formação da
Escola de Serviço Social do Peru

Tamiris Souza Santos 1

CASTRO, M.M. Surgimento da Escola de Serviço Social no Peru: Estado, classes e a


formação da Escola de Serviço Social do Peru. In: Manuel Manrique Castro. História do
Serviço Social na América Latina.11º ed. São Paulo: Cortez, 2010. p. 110-130

O objetivo deste trabalho é analisar o capitulo 3 do livro, História do Serviço Social na


América Latina, publicado pelo autor Manuel Manrique Castro, mestre em Ciências
Sociais, tendo como foco o surgimento do Serviço Social no Peru, porém,
conheceremos antes todo um contexto histórico, socio-econômico e politico, que sem
duvida é de grande importância para a compreensão do assunto .

Durante os anos vinte o governo ditatorial de Augusto B. Leguía, no Peru, recebeu o


apoio financeiro norte-americano. Com a crise internacional o mandato de Leguía
encontrou-se abalado pela queda do preço das matérias-primas exportadas do país,
contribuindo para que houvesse uma grande “onda” de desemprego nas empresas de
mineração e entre os camponeses, afetando também os grupos comerciais da classe
burguesa que se beneficiavam com esse tipo mercado econômico. Em 1930, o
presidente Leguía sofreu o golpe militar de Luis M. Sánchez Cerro apoiado pelos
setores populares, que por sua vez esperavam uma maior abertura política. O governo
de Sánchez Cerro foi autoritário e intolerante com as manifestações autônomas das
classes populares, com isso, no ano seguinte uma manifestação fez com que houvesse
uma eleição presidencial e uma Assembléia Constituinte. Essa eleição afastou
Sánchez Cerro da presidência e foi instalada no país uma Junta Nacional de Governo.
As diversas lutas dos movimentos populares contribuíram para a suspensão das
garantias constituintes.

O APRA (Alianza Popular Revolucionaria Americana), movimento criado no ano de


1926, sob a direção de Víctor Raúl Haya de la Torre, participou das eleições de 1931,

1
SANTOS, Tamiris Souza estudante da Faculdade Regional de Alagoinhas - BA , cursando Serviço
Social, II semestre.
ano onde o militar Sánchez Cerro recuperou o seu cargo como presidente só que
dessa vez sendo eleito como representante do Estado e da ordem burguesa contra o
APRA. Toda a instabilidade politica trouxe consigo uma rebelião e também um
atentado contra Sánchez Cerro que acabou assassinado em 1933. Oscar R.
Benavides, por ser militar não poderia assumir a presidência mas, mesmo assim se
apossou do poder violando o preceito constitucional. Benavides acreditava na
necessidade da implementação de políticas sociais para controlar os setores
populares e foi no seu governo que houve a criação da ESSP, Escola de Serviço
Social, responsável por formar as primeiras profissionais com o título de assistentes
sociais , em 1937, ligada ao Ministério da Saúde Pública, Trabalho e Previsão Social.

A primeira tentativa de formar uma instituição voltada para o Serviço Social no Peru
venho em 1931, com a Escola de Visitadoras Sociais de Higiene e Enfermeiras de
Puericultura. As profissionais formadas nessa instituição recebiam o título de
visitadoras sociais, realizavando serviços domiciliares e assistências para o bem-estar
das crianças. Para uma jovem ingressar nessa escola era preciso ser maior de dezoito
anos, possuir uma boa saúde, ter educação primaria e também uma boa reputação. A
Escola de Visitadoras Sociais de Higiene e Enfermeiras de Puericultura não resistiu e
perdeu sua presença diante da Escola de Serviço Social do Peru que possuía a sigla
ESSP, promulgada pela Lei n° 8.530, em 1937, dirigida por Louise Joerissen durante
o governo de Benavides. A ESSP foi formulada pelos projetos de Christine de
Hemptinne, Wenceslao Molina e Edgardo Rebagliati. Hemptinne representava a Igreja
Católica, o médico Molina defendia em seu projeto a formação das assistentes sociais
vinculadas com a promoção da saúde através da educação e o Dr. Rebagliati que
considerava a importância das assistentes na realização de funções estatais dentro do
Ministério da Saúde. A ESSP recebeu o apoio da primeira Dama, Francisca
Benavides, e seguiu o modelo da escola chilena, Elvira Matte de Cruchaga, as
ingressantes da escola eram de famílias ligadas ao poder politico e econômico,
educadas sobre os princípios da Igreja Católica. A escola estava realmente amparada
pelo Estado que a utilizava como plano de expansão estatal e pela Igreja Católica com
o objetivo de propagar a sua ideologia. Em suma os interesses na criação das
primeiras escolas de Serviço Social estavam voltadas para o controle da moral e para a
submissão da população diante do Estado. Geralmente as atividades exercidas pelas
assistentes sociais eram confundidas com as atividades de outras profissionais como
as de enfermagem e nutrição.

As informações sobre o surgimento do Serviço Social no Peru como datas, nomes e


fatos relatados foram retirados das pesquisas históricas realizadas pelo CELATS
(Centro Latinoamericanode Trabajo Social) onde o autor, Manuel Manrique Castro,
trabalhou durante 6 anos .

REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:

CASTRO, Manuel Manrique. História do Serviço Social na América Latina. Tradução de


Jóse Paulo Netto e Balkys Villalobos- 11°. ed. São Paulo: Cortez, 2010. p 110-130.

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