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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MINAS GERAIS

Instituto de Ciências Humanas


Curso de Pedagogia
Didática: fundamentos da prática docente
Prof ª Mariana Veríssimo Soares de Aguiar e Silva
Letícia Costa da Silva
13/04/2020
PENSADORES DA EDUCAÇÃO: MANOEL BOMFIM

Manoel José de Bomfim nasceu na cidade de Aracaju - Sergipe em 8 de agosto de


1868, foi um médico, psicólogo, pedagogo, sociólogo, historiador e intelectual brasileiro. Um
dos primeiros críticos do racismo científico).
Desde sempre demonstrava ser muito inteligente, estudou em sua cidade natal até os
12 anos. Em 1886 ingressou na Faculdade de Medicina da Bahia, mais tarde se transferiu para
a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, onde concluiu o curso.
Entre 1891 e 1894 foi nomeado médico da Polícia Militar do Rio de Janeiro e logo
após foi nomeado a tenente cirurgião. Nessa época se casou, foi morar no interior com sua
esposa que se chamava Natividade de Oliveira, tiveram dois filhos: Aníbal e Maria.
Sua primogênita, Maria, faleceu com 1 ano e 2 meses e provocou em Manoel uma dor
tão grande que ele abandonou a medicina.
Depois de alguns anos, voltou ao Rio de Janeiro e se dedicou aos Estudos Sociais e à
Educação, oito anos depois ingressou no magistério e lecionou Educação moral e Cívica na
Escola Normal do Rio de Janeiro.
Na Recém Proclamada República, final do século 19, foi nomeado Diretor geral do
Pedagogium, onde ele começou como professor antes de se tornar diretor e lá permaneceu por
18 anos. O Pedagogium era um estabelecimento de ensino profissional, criado em 1890 com
o propósito de coordenar e controlar as atividades pedagógicas do país, era também um centro
impulsionador de reformas e melhorias para o ensino público além de funcionar como um
museu pedagógico, onde professores da época fariam formação continuada, e suas
experiências e trabalhos feitos ao longo do curso ficavam nesse local, a título de pesquisa.
Em viagem a Paris, em 1902, mandado pela Prefeitura do Rio de Janeiro, a fim de
estudar os estabelecimentos pedagógicos daquele continente, entre 1902 e 1903, também
estudou Psicologia na Sorbonne (França), com o propósito de especializar-se nessa disciplina
para estar em condições de melhor desempenhar as suas tarefas no “Pedagogium”. Bomfim
estudou com Georges Dumas e Alfred Binet, com quem planejou a instalação do primeiro
Laboratório de Psicologia Brasileiro, instalado no Pedagogium mas que foi extinto em 1919.
De volta ao Brasil, em 1905, foi Diretor interino da Instrução Pública do Rio de
Janeiro e em 1906 foi nomeado Diretor Geral da Instrução Pública do Distrito Federal.
Em 1907, foi eleito Deputado Estadual e como deputado defendeu importantes
projetos no âmbito da educação.

INFLUÊNCIA NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA


Ligada ao Partido Operário Independente, Bomfim participou da criação da Fundação
da Universidade Popular de Ensino Livre, instituição centrada na educação de jovens e
adultos, que representou um marco na luta por um modelo de educação popular no Brasil.
Enquanto vivia, Bomfim defendia a ampliação da educação pública como meio para a
emancipação e para a construção de uma sociedade democrática. Segundo ele, era preciso
rever a educação se o objetivo fosse melhorar a cidadania. Em suas obras, sempre colocou o
acesso à educação como condição fundamental para a superação da herança colonial.
No campo da Educação e da Psicologia produziu uma vasta obra, além de livros
didáticos de Língua Portuguesa, em co autoria com Olavo Bilac (fundador da Academia
Brasileira de Letras). Dentre eles, os seguintes livros: O facto psíquico (1904); Lições de
Pedagogia (1915); Noções de Psychologia (1916), obras utilizadas com suporte para suas
aulas na Escola Normal; Pensar e Dizer: estudo do symbolo no pensamento e na linguagem
(1923) e O methodo dos testes (1928); f Cultura e Educação do povo brasileiro (1932),
premiado pela Academia Brasileira de Letras em 1933; Além outras publicações como:
Crítica à Escola Activa, O fato psychico, As alucinações auditivas do perseguido e O respeito
à criança.
Suas obras mais conhecidas, são sobre o Brasil e a América Latina, consideradas hoje
como clássicos do pensamento radical brasileiro, são elas: A América Latina: males de
origem (1905/1993); Através do Brasil: prática da Língua Portuguesa : Narrativa; O Brasil na
América: caracterização da formação brasileira; O Brasil na História: deturpação das
tradições, degradação política; O Brasil Nação;
Nessas obras, de caráter bastante crítico é explicita uma visão contraposta ao ideário
hegemônico brasileiro da época, ou seja, ele era a favor da miscigenação. Tambem
posicionou-se como crítico radical contra o ideário racista.

CRÍTICOS E APOIADORES
Não se sabe muito sobre o Manoel Bomfim, ele foi um autor esquecido e renegado
porque ele era forte crítico do racismo científico e dentre suas várias obras, a chamada “A
américa latina: os males da origem” foi a mais polêmica, no livro ele defendia q a
miscigenação traria singularidade ao país e mostra que as teorias do racismo científico não
eram verossímeis.
Sílvio romero se sentiu ofendido com a constatação de Manoel Bomfim, ele era
defensor da teoria do embranquecimento da raça: uma crença de que o branqueamento
corrigiria o defeito de formação do brasileiro percebido pela sua composição ética. Com isso,
Romero reagiu de forma negativa e violenta, publicando um livro analisando e desmerecendo
as constatações que o Manoel Bomfim faz.
Silvio Romero era bem aceito naquele momento então Manoel Bomfim decidiu não
responder as provocações, dessa forma o livro não foi debatido, o levando a cair num injusto
esquecimento até ser recuperado por Darcy Ribeiro durante seu exílio, que fez uma reedição
da obra, em 1993. Entre altos e baixos, suas obras ainda influenciam e auxiliam na formação
de muitos profissionais da educação.
Sílvio Romero, o qualificava como "socialista bastardo". Outros, como Oliveira
Vianna, e uma longa lista de assentados historiadores permitirão que Bomfim seja deixado de
lado.
José Carlos Reis o menciona como um otimista revolucionário e ao mesmo tempo
ingênuo.
Darcy Ribeiro classifica-o como fundador da antropologia do Brasil e dos brasileiros.
REFERÊNCIAS:

MARINGONI, Gilberto. Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada. Perfil Manoel


Bomfim: Nacionalista contra o racismo. Disponível em:
http://desafios.ipea.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=2527:cati
d=28&Itemid=23. Acesso em: 13 abril. 2020.

Wikipédia. Manuel Bomfim. Disponível em:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Manuel_Bomfim. Acesso em: 13 abril. 2020.

CASTRO, Flora. Brasil de Fato. Conheça Manoel Bomfim, intelectual esquecido e


rebelde do início do século XX. Disponível em:
https://www.brasildefatorj.com.br/2019/04/09/conheca-manoel-bomfim-intelectual-esq
uecido-e-rebelde-do-inicio-do-seculo-xx. Acesso em: 13 abril. 2020.

SANTOS, Ivan. GT2 – Educação e Ciências Humanas e Socialmente Aplicáveis.


Manoel Bomfim: um pensador da educação brasileira. Disponível em:
https://eventos.set.edu.br/index.php/enfope/article/viewFile/1936/785. Acesso em: 13
abril. 2020.

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