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DEPARTAMENTO DE HISTÓRIA
CURSO DE HISTÓRIA
DISCIPLINA: HISTORIOGRAFIA I
PERÍODO: 2023.2
TURMA: NOITE
ANÁLISE
Escreveu livros como A Escola de Minas de Ouro Preto: o peso da glória. Rio de
Janeiro: Finep/Cia. Editora Nacional, 1978. 2.a ed., Belo Horizonte: Editora UFMG, 2004, A
Construção da Ordem: a Elite Política Imperial. Rio de Janeiro: Campus, 1980, Os
Bestializados. O Rio de Janeiro e a República Que não Foi. São Paulo: Companhia das Letras,
1987, Teatro de Sombras: a Política Imperial. São Paulo: Edições Vértice, 1988, A Formação
das Almas. O Imaginário da República no Brasil. São Paulo: Companhia das Letras, 1990.
13.a reimpressão, 2003, Un Théâtre d’ombres. La politique impériale au Brésil. Paris: Maison
des Sciences de l’Homme, 1990, A Monarquia Brasileira. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico,
1993, Desenvolvimento de la Ciudadanía en Brasil. México: Fondo de Cultura Económica,
1995, A Construção da Ordem / Teatro de Sombras. Rio de Janeiro: Editora da UFRJ/Relume
Dumará, 1996. 2.a ed., Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2003. 3.a ed., 2004, La
Formación de las Almas. El Imaginario de la República en el Brasil. Buenos Aires:
Universidad Nacional de Quilmes, 1997, Pontos e Bordados. Escritos de História e Política.
Belo Horizonte: Editora da UFMG, 1998, A Cidadania no Brasil: o Longo Caminho. Rio de
Janeiro: Civilização Brasileira, 2001, Ciudadanía en Brasil: el largo camino. Havana: Casa de
las Américas, 2004, Forças Armadas e Política no Brasil. Rio de Janeiro: Zahar, 2005, D.
Pedro II: ser ou não ser. São Paulo: Companhia das Letras, 2007, Nação e cidadania no
Império. Novos horizontes. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2007, Carvalho, José
Murilo de & Bethell, Leslie. Org., introdução e notas, Joaquim Nabuco e os abolicionistas
britânicos. Rio de Janeiro: Topbooks, 2008, Carvalho, José Murilo de et allii, (Org.), Histórias
que a Cecília contava. Belo Horizonte: Ed. da UFMG, 2008 e Joaquim Nabuco:
correspondente internacional (1882-1891). Rio de Janeiro: Global, 2013.
Graduou-se em sociologia e política (1965) pela Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG). Na Universidade de Stanford, EUA, concluiu mestrado (1969) e doutorado
(1975) em ciência política. Fez estágio de pós-doutoramento (1977) em história da América
Latina na Universidade de Londres, Reino Unido. Foi professor da UFMG (1969-1978) e do
Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro – Iuperj (1978-1997). Foi professor
visitante na Universidade de Londres (1981); na Escola de Estudos Superiores em Ciências
Sociais, França (1989); na Universidade de Leiden, Holanda (1992-1993); nas universidades
de Stanford e da California, EUA (1999); e na Universidade de Oxford, Inglaterra (2007). Foi
pesquisador da Casa de Rui Barbosa, do Centro de Pesquisa e Documentação de História
Contemporânea do Brasil e pesquisador visitante do Instituto de Estudos Avançados da
Universidade de Princeton, EUA. É professor emérito da Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ) e pesquisador emérito do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq). Foi um dos fundadores da pós-graduação em ciência política da UFMG
e do doutorado em ciência política e sociologia do Iuperj. Suas pesquisas e produção
concentram-se na história do Brasil Império e Primeira República, com ênfase nos temas da
cidadania, republicanismo e história intelectual. Dentre prêmios e títulos, destacam-se:
Medalha Santos Dumont (1987), Medalha de Honra da Inconfidência (1992), Grande
Medalha Presidente Juscelino Kubitschek (2006) e a Comenda Teófilo Ottoni (2007), todas
do Governo de Minas Gerais; a Medalha de Oficial e Comendador da Ordem de Rio Branco,
do Itamaraty (1989); classe Grã-Cruz da Ordem Nacional do Mérito Científico (1998);
Medalha de Grande Oficial da Ordem do Mérito Aeronáutico, do Ministério da Aeronáutica
(2004). Recebeu títulos de Doutor Honoris Causa, da Universidade Federal do Rio de Janeiro
(UFRJ, 2014) e da Universidade de Coimbra (2015). Além da ABC, também é membro da
Academia Brasileira de Letras (ABL).
Os Bestializados
José Murilo de carvalho vai focar todo seu estudo no Rio de Janeiro, e no inicio da
República utilizando o recorte temporal de fim de Império e inicio de República até o governo
de Rodrigues Alves estudando especificamente a população do Rio de Janeiro da então maior
cidade e capital desse inicio da República. A obra foi publicada pela primeira vez em 1987
com o tema Os bestializados. A obra foi inspirada na escrita de Aristides Lobo, que era um
grande propagandista da época um grande intuziasta da República brasileira, mas foi alguém
que se frustou logo após a Proclamação da República no dia 15 de novembro, escrevendo que
o povo do Rio de Janeiro assistiu a um desfile a marcha militar totalmente “Bestializados”,
atônicos. Aristides esperava que a Proclamação da República viesse com uma grande
participação pública, popular esperando o povo atuar nas ruas que na verdade não passou
apenas de uma marcha militar e o povo assistiu sem entender nada todos “bestializados”,
fazendo criticas a forma que a proclamação da República ocorreu.
A partir desse tema Bestializado e do que aconteceu e de como foi essa transição do
Império para República, José Murilo de Carvalho ele busca nessa obra entender de fato quem
era esse povo carioca, quem era esse povo que vivia na capital e se de fato podemos afirmar
que o povo do Rio de Janeiro assistiu bestializado a Proclamação da República e continuou
bestializado após anos inicias da República. É impressionante como José Murilo em poucas
paginas consegue usar uma infinidade de obras e fontes históricas divergentes e como ele
consegue passar muito conteúdo em poucas palavras.
O objetivo dessa obra e estudar a população e a vida no Rio de Janeiro e como era essa
vida, quais eram as praticas políticas do povo carioca o que era ser cidadão no Rio de Janeiro
nos anos Iniciais da República esses são os questionamentos que José Murilo procura
responder ao longo da obra. A obra é dividida em cinco capítulos e o primeiro O Rio de
Janeiro e a República, irá fala justamente do Rio de Janeiro e a República fazendo um
panorama do que era o Rio de Janeiro no final de 1800 a o inicio de 1900, o Rio de janeiro
passou por muitas mudanças sociais, políticas, econômicas e culturais nessa transição. O Rio
de Janeiro era muito agitado disparada a maior cidade do Brasil naquele contexto capital
política e inclusive um grande centro econômico.
Os anos inicias da República foi marcado pela busca incessante pelo lucro através da
bolsa de valores do Rio de Janeiro todo mundo queria ficar rico rapidamente e condizia com a
política econômica de Rui Barboza como a política do encilhamento, das apostas com o
aumento da quantidade de cassinos, o jogo do bicho. Quem estava no poder pregava um
discurso conservador que contradizia o que estava acontecendo nas ruas e José Murilo destaca
que entre a população ex escravizada e negra a República era muito impopular até porque a
monarquia caiu justamente no seu período mais popular pós treze de maio de 1888, com a
assinatura da lei Áurea os negros gostavam mais da Monarquia do que a Republica.
Essa República começa cheia de contradições e efervescência e o autor mostra que foi
se afastando o povo da participação política cada vez mais, primeiro que a constituição de
1891, ela excluía da participação política mulheres e os analfabetos excluindo grande parte da
população brasileira. José Murilo destaca que se for fazer uma comparação entre o final do
Império e o começo da República em termos de participação política de direitos políticos
pouco mudou então todo aquele otimismo que falava de uma República popular ela não se
apresentava na realidade e ele ate destaca que durante a presidência de Campos Sales isso se
intensificou ainda mais por que Campo Sales descentralizou o poder e o Brasil era muito mais
rural do que urbano.
O estado e o poder público foi afastando o povo cada vez mais nesses anos iniciais e o
estado ele não estava ali para assistir a população, ajudar dando saúde, empregos gerando
renda e trabalho e quando o estado aparecia especialmente para a população mais pobre era
pra destruir cortiços era para prender as pessoas e o estado começa a ser visto com uma
espécie de inimigo para a população mais pobre, o estado não tava pra ajudar e quando
aparecia era pra oprimir tomando decisão sempre de cima para baixo e o povo sempre ficava a
mercê dessa forma do estado agir.
República e cidadanias
No capitulo dois República e cidadanias, José Murilo fala que para cada grupo
Republicano cidadania era uma coisa então tinha os positivistas, os liberais, os socialistas, os
anarquistas só que era idéias importadas da Europa e muitas vezes adaptadas ou mal
adaptadas aqui no Brasil se misturando totalmente sendo curioso como para a maioria desses
grupos Republicanos o povo não estava no centro. Ele até fala que os positivistas defendiam
os direitos sociais só que defendiam um modelo de governo de ditadura Republicana da qual o
povo não participava, os liberais que assumiram o poder principalmente ligado ao partido
Republicano Paulista que tinha o discurso liberal nos moldes Norte Americanos praticamente
excluíam e não se portavam com os direitos sócias pro povo então a grande contradição dessa
República que se falava de povo quando na verdade eles não queriam o povo no estado.
Com isso José Murilo desenvolve sua tese que chama de Estadania que para você ser
um cidadão pleno nos anos inicias da República você tinha que ter um cargo no estado e fazer
parte do estado, ou seja, o povo que era totalmente excluído na participação políticas dos
direito políticos não era considerado cidadão nesse sentido por que o cidadão aquele que
gozaria dos seus plenos direitos tinha que estar dentro do estado.
A Abstenção Eleitoral
O povo do Rio de Janeiro era afastado, mas atuava de outra forma até porque votar no
inicio da República era inútil segundo José Murilo, porque havia fraude e todo mundo sabia
quem ia vencer era perigoso e violento, as pessoas sofriam ameaças quando iam votar e o voto
não era obrigatório e muita gente preferia não votar com o numero de abstenção altíssimos
sendo assim os cidadãos cariocas atuavam de outras formas como José Murilo fala no quarto
capitulo na revolta da vacina.
É nesse contexto que vem a vacinação obrigatória contra a varíola foi efetivada a
força, como destaca José Murilo essa população não vai se rebelar a toa só por causa da
vacina os revoltosos estavam contra o estado como ele agia com os mais pobres que eram
excluídos e quando o estado aparecia era de forma arbitrária obrigando, forçando as pessoas a
saírem de seus recintos e os opositores políticos aqueles que não estavam no poder vão
aproveitar esse momento e começar a inventar uma serie de mentiras sobre a vacinação e o
resultado disso tudo é bondes virados e queimados, prédios depredados população se
revoltando no Rio de janeiro contra aquilo que eles julgavam imoral por parte do governo que
invadiam o lar e o espaço privado. O povo podia esta excluída do seu direito político, mas,
não abria mão dos seus direitos civis.
Bestializados ou Bilontras
José Murilo mostra que o povo tinha varias maneiras de se manifestar através da
religião, das grandes festas como carnaval, na música como samba e desrespeito as leis eram
formas de manifestação políticas e isso foi criando um sentimento de identidade coletiva de
unidade entre os cariocas que ainda atuavam fora do estado. O Rio de janeiro se desenvolveu
através dessas varias comunidades, ou seja, José Murilo desça que dentro da capital havia
varias repúblicas através do samba, carnaval, do futebol e outras formas de atuação dessas
comunidades nos quais os diversos grupos sociais passaram a se aproximar fora do poder
público.
O ator abordou em seu livro, três temas e suas relações entre si como: o regime
político a República, a cidade Rio de Janeiro e a cidadania e de acordo com as considerações
de José Murilo, se o Rio de Janeiro não pôde ser República, nem por isso se escondeu. Pelo
contrário, por meio do envolvimento da sua população nas associações e instituições,
instrumento de suas manifestações sociais, foi elaborando sua autoimagem, construindo a
identidade coletiva.
A obra "Os Bestializados: O Rio de Janeiro e a República que Não Foi" de José
Murilo de Carvalho foi publicada em 1987. Esse livro trás uma análise crítica e profunda da
transição do Brasil do período imperial para o período republicano, com foco especial na
cidade do Rio de Janeiro. O contexto histórico em que a obra foi escrita envolveu um período
de redemocratização do Brasil depois de um longo tempo de ditadura militar. Na década de
1980, o país passava por um processo de abertura política, com o final gradual do regime
autoritário e a transição para um sistema democrático.
A década de 1980 foi marcada por um cenário cultural diversificado e por um amplo
movimento artístico e intelectual. Com isso, buscavam redefinir a identidade nacional,
questionar o passado histórico do Brasil e refletir sobre questões sociais e políticas. Na
literatura, havia um renascimento de autores que abordavam questões sociais, políticas e
culturais do país, utilizando diferentes estilos narrativos para explorar temas como
desigualdade social, identidade nacional, e os desafios enfrentados pela sociedade brasileira.
Diversos fatores e motivações contribuíram para que o autor desenvolvesse essa obra:
Carvalho em sua abordagem histórica não está rigidamente associada a uma única
corrente historiográfica, mas ele é sempre identificado como um historiador que adota uma
postura crítica e analítica em relação aos eventos históricos que estuda e não se vincula
estritamente a uma escola historiográfica específica, mas suas análises costumam integrar
aspectos de diferentes correntes e abordagens, combinando elementos da história social,
política, cultural e intelectual. Ele utiliza métodos de pesquisa variados, baseados em fontes
documentais e bibliográficas, bem como interpretações críticas dos eventos históricos.
REFERENCIAS
ESCOLA, Info. José Murilo de Carvalho. Info Escola. Disponível em:
<https://www.infoescola.com/biografias/jose-murilo-de-carvalho/>. Acesso em 31/10/2023.
PARA LER, Bons livros. Bons Livros Para Ler. Disponível em.
https://www.bonslivrosparaler.com.br/livros/resenhas/os-bestializados-o-rio-de-janeiro-e-a-
republica-que-nao-foi/5380. Acesso em 26/11/2023.