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Fortaleza – Ceará
2023
AMANDA QUINTELA DE CASTRO
Fortaleza/CE
2023
RESUMO
O presente artigo busca geral compreender o papel da gestão
escolar na educação ambiental crítica. Para tanto, procura-se analisar a
participação da gestão escolar para a educação ambiental crítica; verificar a
interação entre gestão escolar e educação ambiental crítica; entender como
construir uma gestão escolar libertadora. A pesquisa enriquece a seara da
gestão escolar ao propor uma análise que está sob os holofotes mundiais, a
questão ambiental. Assim, a temática em questão corrobora com a construção
de um observar da realidade de forma crítica, como preconizava grandes
pensadores e pensadoras, dentre eles pode-se citar Karl Marx, Paulo Freire. A
pesquisa versa em uma abordagem qualitativa, a qual parte de um
levantamento bibliográfico pertinente ao objeto de análise, com direcionamento
para conceitos e categorias de análise referentes ao estudo em questão.
Trazer o educando para entender sua realidade e perceber sua situação social
também é ensiná-lo ambientalmente. Entende-se que o ambiente tem várias
dimensões, a social seria uma dessas. Destarte, é preciso que haja uma maior
autonomia para que a educação ambiental crítica possa ser efetivamente
praticada na escola
DESENVOLVIMENTO
A Teoria Crítica alicerça-se nas filosofias de Kant, Hegel e Marx –
analisando suas pertinências e limites. Esses autores debruçaram-se sobre
questões da natureza da verdade; da razão; da beleza; da autonomia da
crítica; da emancipação; das condições de reprodução e transformação sociais;
da cultura; do indivíduo; do materialismo histórico; da complexidade das
mediações e relações que compõem os modos de produção, da filosofia da
ciência dentre outros temas (LOUREIRO, 2004).
Entender a questão ambiental de forma crítica para Leff (2012) é
necessário analisar a os efeitos da emergência da questão ambiental sobre a
produção do conhecimento e o processo de internalização do saber ambiental
emergente dentro de diferentes paradigmas científicos. Já para Moraes (1994)
ao tratar da necessidade de um olhar epistêmico das ciências humanas para a
questão ambiental e o ambiente, traz uma crítica às análises que reduzem a
sociedade a “ações antrópicas”, segundo o autor essa é uma postura
naturalista que interpreta o ambiente sem levar em consideração sua dimensão
social. A questão ambiental é entendida por ele como uma postura ética,
intrínseca de valores e princípios, que direciona com força uma grande parte da
comunidade científica a qual se dedica a temática ambiental. De acordo com o
autor supracitado, a postura naturalista é uma repaginação do positivismo
clássico revivido com a centralidade nas questões ambientais, em busca de
uma visão holística.
Segundo Leff (2002), a partir dos anos 1970 surgiram duas
problemáticas novas no terreno da epistemologia e da metodologia das
ciências: a produção interdisciplinar de conhecimento e sua aplicação no
planejamento do desenvolvimento econômico. O desenvolvimento das ciências
gerou novas especialidades que se encontram na fronteira entre duas ou mais
disciplinas (biofísica, bioquímica) propondo a problemática interdisciplinar.” De
acordo com o autor supracitado, “o ambiental aparece como um campo de
problematizações do conhecimento, que induz um processo desigual de
“internalização” de certos princípios, valores e saberes ambientais dentro dos
paradigmas tradicionais das ciências” (LEFF, 2002, p. 72).
A educação ambiental encontra-se no centro das reflexões da
sociedade, pois traz questionamentos que envolvem e influenciam a forma com
que os sujeitos se relacionam entre si e com o ambiente. Esses
questionamentos são pertinentes e envolvem todos os segmentos sociais,
exigindo uma postura crítica e cidadã diante dos problemas planetários. Sato e
Carvalho (2005, p. 12) destacam que “a educação ambiental pode ser uma
preciosa oportunidade na construção de novas formas de ser, pensar e
conhecer que constituem um novo campo de possibilidades de saber”.
Nas proposições de Educação Ambiental brasileira, o sentido de
crítica incorpora a negação do modo de produção hegemônico. Nesse aspecto
relaciona-se com o entendimento de ideologia para Marx, ou seja, não há uma
separação entre produção de ideias e condições sociais e históricas em que
são produzidas. O entendimento de crítico na literatura dessa vertente de
Educação Ambiental carrega implícita ou explicitamente construções marxistas,
marxianas ou libertárias. Os aspectos libertários podem ser explicitados, por
exemplo, nos entendimentos do papel do Estado, de projetos de autogestão e
na busca pela autonomia do indivíduo e da sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS