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EEEFM ALICE HOLZMEISTER

3° M1EM AGRONEGÓCIO

GIRLENY ALVES

TRABALHO DE PORTUGUÊS

Prof.: Renata Volkarte

Santa Leopoldina - ES
2023
Mário de Andrade

Mário de Andrade foi um escritor modernista, crítico literário, musicólogo, folclorista e


ativista cultural brasileiro .

Seu estilo literário foi inovador e marcou a primeira fase modernista no Brasil, sobretudo,
pela valorização da identidade e cultura brasileira.

Ao lado de diversos artistas, ele teve um papel preponderante na organização da Semana


de Arte Moderna (1922).

Biografia

Mário Raul de Morais Andrade nasceu na cidade de


São Paulo, no dia 09 de outubro de 1893.

De família humilde, Mário possuía dois irmãos e desde


cedo mostrou grande inclinação às artes, notadamente
à literatura.

Em 1917, estudou piano no “Conservatório Dramático e


Musical de São Paulo”, ano da morte de seu pai, o Dr.
Carlos Augusto de Andrade.

Nesse mesmo ano, com apenas 24 anos, publica seu


primeiro livro intitulado “Há uma Gota de Sangue em
cada Poema”.

Mais tarde, em 1922, publica a obra de poesias


“Paulicéia Desvairada” e torna-se Catedrático de História da Música, no “Conservatório
Dramático e Musical de São Paulo”.

Nesse mesmo ano, auxiliou na organização da Semana de Arte Moderna trabalhando ao


lado de diversos artistas.

Com Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral, Anita Malfatti e Menotti del Picchia, formaram o
grupo modernista que ficou conhecido como o "Grupo dos Cinco".

Dedicado a seu grande prazer, a literatura, em 1927, publica a obra “Clã do Jabuti”, pautada
nas tradições populares. Nesse mesmo ano, publica o romance intitulado “Amar, Verbo
Intransitivo”, onde critica a hipocrisia sexual da burguesia paulistana.

Mário foi um estudioso do folclore, da etnografia e da cultura brasileira. Portanto, em 1928,


publica o romance (rapsódia) “Macunaíma”, uma das grandes obras-primas da literatura
brasileira.
Essa obra foi desenvolvida através de seus anos de pesquisa, a qual reúne inúmeras
lendas e mitos indígenas da história do “herói sem nenhum caráter”.

Durante 4 anos, (1934 a 1938) trabalhou na função de diretor do “Departamento de Cultura


do Município de São Paulo”.

Em 1938, mudou-se para o Rio de Janeiro. Foi nomeado catedrático de Filosofia e História
da Arte e, ainda, diretor do Instituto de Artes da Universidade do Distrito Federal.

Retorna à sua cidade natal, em 1940, onde começa a trabalhar no Serviço de Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional (SPHAN).

Poucos anos depois, sua saúde começa a ficar frágil. No dia 25 de fevereiro de 1945, aos
51 anos de idade, Mário de Andrade faleceu em São Paulo, vítima de um ataque cardíaco.

Principais Obras:

Mário de Andrade deixou uma vasta obra desde romances, poemas, críticas, contos,
crônicas, ensaios:

● Há uma Gota de Sangue em Cada Poema (1917)


● Paulicéia Desvairada (1922)
● A Escrava que não é Isaura (1925)
● Primeiro Andar (1926)
● Clã do Jabuti (1927)
● Amar, Verbo Intransitivo (1927)
● Macunaíma (1928)
● O Aleijadinho de Álvares de Azevedo (1935)
● Poesias (1941)
● O Movimento Modernista (1942)
● O Empalhador de Passarinhos (1944)
● Lira Paulistana (1946)
● Contos Novos (1947)
● Poesias Completas (1955)
● O Banquete (1978)

Poemas
Para conhecer melhor a linguagem do escritor, confira abaixo três poemas:

Moça Linda Bem Tratada


Moça linda bem tratada,
Três séculos de família,
Burra como uma porta:
Um amor.

Grã-fino do despudor,
Esporte, ignorância e sexo,
Burro como uma porta:
Um coió.

Mulher gordaça, filó,


De ouro por todos os poros
Burra como uma porta:
Paciência…

Plutocrata sem consciência,


Nada porta, terremoto
Que a porta de pobre arromba:
Uma bomba.

Eterna Presença

Este feliz desejo de abraçar-te,


Pois que tão longe tu de mim estás,
Faz com que te imagine em toda a parte
Visão, trazendo-me ventura e paz.

Vejo-te em sonho, sonho de beijar-te;


Vejo-te sombra, vou correndo atrás;
Vejo-te nua, oh branco lírio de arte,
Corando-me a existência de rapaz…

E com ver-te e sonhar-te, esta lembrança


Geratriz, esta mágica saudade,
Dá-me a ilusão de que chegaste enfim;

Sinto alegrias de quem pede e alcança


E a enganadora força de, em verdade,
Ter-te, longe de mim, juntinho a mim.

Soneto

Tanta lágrima hei já, senhora minha,


Derramado dos olhos sofredores,
Que se foram com elas meus ardores
E ânsia de amar que de teus dons me vinha.

Todo o pranto chorei. Todo o que eu tinha,


caiu-me ao peito cheio de esplendores,
E em vez de aí formar terras melhores,
Tornou minha alma sáfara e maninha.

E foi tal o chorar por mim vertido,


E tais as dores, tantas as tristezas
Que me arrancou do peito vossa graça,

Que de muito perder, tudo hei perdido!


Não vejo mais surpresas nas surpresas
E nem chorar sei mais, por mor desgraça!

Frases de Mário de Andrade

● “Não devemos servir de exemplo a ninguém. Mas podemos servir de lição.”


● “O passado é lição para se meditar, não para se reproduzir.”
● “Que coisa misteriosa o sono!... Só aproxima a gente da morte para nos
estabelecer melhor dentro da vida...”
● “Minha obra toda badala assim: Brasileiros, chegou a hora de realizar o Brasil.”
● “Devo confessar preliminarmente, que eu não sei o que é belo e nem sei o que é
arte.”

Biblioteca Mário de Andrade

A Biblioteca Mário de Andrade (BMA) foi fundada em 1925 e na época foi chamada de
"Biblioteca Municipal de São Paulo".

Biblioteca Mário de Andrade, uma das mais importantes do país


O edifício de estilo Art Déco está localizado na cidade de São Paulo e possui o segundo
maior acervo do país, depois da Biblioteca Nacional do Rio de Janeiro. Além disso, é a
maior biblioteca pública da cidade e a segunda maior do país.

Casa Mário de Andrade

Casa onde viveu o escritor Mário de


Andrade na Barra Funda, em São
Paulo

A casa onde viveu o escritor entre


os anos de 1921 e 1945 em São
Paulo foi tombada em 1975.

Pertencente à Secretaria de Estado


da Cultura, o local é utilizado para a
realização de atividades culturais.
Além disso, ele abriga um museu
em homenagem ao poeta.

Livros:

Macunaíma (1928)
https://www.google.com.br/books/edition/Macuna%C3%ADma/m9JBDwAAQBAJ?hl=pt-BR&
gbpv=1&pg=PT152&printsec=frontcover

Macunaíma nasceu no fundo do mato-virgem, filho do medo e da noite, uma criança


birrenta, preguiçosa e de mente ardilosa. Passa a infância em uma tribo amazônica até que
toma banho de mandioca brava e se torna um adulto. Apaixona-se por Ci, a Mãe do Mato, e
com ela tem um filho que morre ainda bebê.

Após a morte do filho, Ci sobe aos céus de desgosto e vira uma estrela. Macunaíma fica
muito triste por perder a sua amada, tendo como única recordação dela um amuleto
chamado muiraquitã. Porém ele o perde. Macunaíma descobre que o amuleto está em São
Paulo na posse de Venceslau Pietro Pietra, o gigante Piamã comedor de gente.

Para recuperar o muraiquitã, Macunaíma parte para São Paulo com seus dois irmãos. Após
algumas tentativas, ele consegue de volta o amuleto e retorna para a sua tribo na
Amazônia. Algumas aventuras depois e ele perde novamente a muiraquitã. Decepcionado,
Macunaíma também sobe aos céus.

Principais personagens
O livro de Mário de Andrade está cheio de personagens que retratam as características
do povo brasileiro. Muitos deles fazem uma passagem rápida pela narrativa e servem de
alegoria para defeitos ou qualidades do caráter nacional. Outros personagens fazem parte
de todo o enredo e têm um papel importante para o desenvolvimento do livro.

● Macunaíma

É o personagem principal, o herói sem nenhum caráter. É um amálgama da formação do


Brasil. É índio, negro e, depois de tomar banho na poça do pé do gigante Sumé, vira
europeu.

Individualista e muito preguiçoso, seu bordão é "ai que preguiça". As ações de Macunaíma
são fruto de uma mistura de malandragem, egoísmo, vingança e inocência.

É difícil prever qual decisão ele vai tomar diante de um dilema, suas escolhas nos rendem
algumas surpresas ao longo do romance. Macunaíma também é muito lascivo e apegado à
vida fácil e de prazeres.

● Jiguê

Irmão do meio. Suas companheiras sempre acabam dormindo com Macunaíma. Jiguê é um
homem forte e bravo, que se vinga das traições batendo nas suas mulheres, porém
raramente dá uma sova ao irmão.

Ele também tenta se lavar depois que vê seu irmão se transformar em branco, mas a água
já estava suja e ele se lava pouco, ficando com a pele cor de cobre.
● Maanape

É o irmão mais velho, é feiticeiro e revive o herói algumas vezes. Muito sábio, passa boa
parte do romance cuidando de Macunaíma. Ele também tenta se lavar na poça mágica
depois de Jiguê, mas já não restava quase nada de água, então ele continua negro, só com
as palmas do pés e das mãos brancas.

● Venceslau Pietro Pietra

Fazendeiro peruano abastado que vive em São Paulo. Ele tem a posse da muraiquitã que
Macunaíma quer recuperar.

Venceslau também é o gigante Piaimã comedor de gente, que mora numa casa grande no
Pacaembu e tem hábitos europeus. Faz uma viagem para a Europa e sai na coluna social.

● Ci

Mãe do Mato, ela faz parte da tribo das icamiabas, que são mulheres guerreiras que não
aceitam a presença de homens. Torna-se a mulher de Macunaíma depois do herói forçá-la a
ter relações sexuais. Ele passa a ser o novo Imperador do Mato-Virgem. Junto eles têm um
filho que morre ainda bebê e se torna o planta do guaraná.

https://www.culturagenial.com/livro-macunaima-de-mario-de-andrade/

Paulicéia Desvairada (1922)

https://www.google.com.br/books/edition/Pauliceia_Desvairada/kVEzEAAAQBAJ?hl=pt-BR&
gbpv=1&pg=PP1&printsec=frontcover

O livro "Paulicéia Desvairada", de Mário de Andrade, foi publicado pela primeira vez em
1922 e já mostrava características do Modernismo. Nessa obra, o autor rompe com o
passado da literatura brasileira e inaugura um movimento, trazendo novas possibilidades
estéticas ao abordar a cidade de São Paulo, que é o tema do livro.

Essa é a primeira obra de poemas modernistas de Mário de Andrade, que elaborou sua
própria definição do livro. De acordo com ele, é “áspero de insulto e gargalhante de ironia”,
com “versos de sofrimento e de revolta”. O prefácio de Paulicéia Desvairada, no qual o
autor mostra suas opiniões a respeito da poesia e funda uma corrente chamada
“desvairismo”, já vale como um manifesto do Modernismo no Brasil.

É possível notar uma aproximação entre a obra e as vanguardas artísticas que ocorreram
na Europa no início do século XX, como o Dadaísmo, o Surrealismo, o Expressionismo, o
Futurismo e o Cubismo.
O livro traz uma poética mais aberta, também chamada de escrita automática, utilizada
pelos representantes do Surrealismo para libertar os conteúdos do inconsciente. Já o
prefácio denota admiração pela experiência cubista, rompendo com os moldes da arte
acadêmica por meio da entrega às raízes líricas e às matrizes pré-conscientes da
linguagem.

O livro traz escolhas linguísticas vanguardistas. Isso se dá pela inclusão de elementos como
elisão (supressão de letras em palavras e expressões) e quebras sintáticas, servindo para
refletir o novo ambiente em que vive o homem da grande cidade moderna.

Também é possível dizer que Mário de Andrade, por meio de recursos técnicos de
linguagem, aproxima a poesia da música, comparando teoria musical com noções de
harmonia entre as palavras.

Análise da obra

Pauliceia Desvairada não tem um roteiro definido, sendo um livro de poemas que utiliza um
linguajar simples, coloquial e irreverente para falar sobre a cidade de São Paulo. Na escrita,
ocorrem erros gramaticais intencionais, usados como forma de protesto contra as correntes
dominantes.

A obra revolucionou a linguagem poética brasileira e disseminou o verso livre. Pela primeira
vez, foi feita uma poesia sintética, fragmentada e antirromântica, retratando os problemas
de uma cidade grande e heterogênea.

Mário de Andrade tinha uma relação ambígua com a capital paulista, vendo-a ora como um
palco de festejos multiculturais, ora como um local corrompido pela ambição capitalista.

Relevância da obra

Paulicéia Desvairada surge em um cenário de grandes mudanças na cidade de São Paulo,


que passava por intensos processos de urbanização e explosão demográfica, recebendo
imigrantes de várias partes do mundo.

Dessa forma, a obra ficou marcada por sua crítica às lacunas sociais deixadas pela
expansão paulistana, tendo como alvo os próprios leitores. Essas manifestações são
sempre ressaltadas por inovações estéticas.

Notas sobre o autor

Mário Raul de Moraes Andrade nasceu em 1893, na cidade de São Paulo. Ele se formou no
Conservatório Dramático e Musical e foi professor de piano, jornalista, escritor e funcionário
público. Em 1934, entrou para o Departamento de Cultura e Arte da Prefeitura de São
Paulo, no qual permaneceu até 1937.
No ano seguinte, Mário de Andrade viajou para o Rio de Janeiro, trabalhou como crítico
literário e contribuiu para a Enciclopédia Brasileira do Ministério da Educação. Em 1940, ele
voltou para São Paulo, onde foi funcionário do Serviço Patrimonial Histórico, falecendo 5
anos depois.

Além da literatura, Mário de Andrade amava o folclore, a música e as artes plásticas,


tornando-se um admirador da cultura brasileira. O autor também tinha uma sensibilidade
social elevada para a época, usando a poesia de maneira crítica e se esforçando para
escrever com uma linguagem que se aproximava do linguajar popular.

Ele está entre os maiores nomes do Modernismo no Brasil, assim como Oswald de Andrade
(1890 – 1954) e Anita Malfatti (1889 – 1964). Há uma Gota de Sangue em Cada Poema foi
seu primeiro livro, lançado em 1917, no qual usou o pseudônimo Mário Sobral e criticou as
mortes ocorridas na Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918).

Mário de Andrade ficou conhecido por não se prender a padrões, nem de comportamento,
nem de escrita. Pelo contrário, ele sempre quis se desvincular dos modismos europeus e
criar uma cultura nacional própria. Para isso, o autor viajou muito pelo país, conhecendo as
particularidades de cada região.

O que foi Paulicéia Desvairada, O que ela representa?

Paulicéia Desvairada é uma coleção de poemas de Mário de Andrade, publicada em 1922.


Foi a segunda coleção de poesia de Andrade e a mais polêmica e influente. O uso livre da
métrica por Andrade introduziu ideias modernistas europeias revolucionárias na poesia
brasileira, que antes era estritamente formal.

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