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Romantismo

Romantismo no Brasil:
C4
Compreender a Arte como saber
cultural e estético gerador de
significação e integrador da
A Prosa Romântica
organização do mundo e da própria
identidade.

C5
H13 – Analisar as diversas produções artísticas como meio de explicar diferentes culturas,
Analisar, interpretar e aplicar padrões de beleza e preconceitos artísticos.
recursos expressivos das linguagens,
relacionando textos com seus H15 - Estabelecer relações entre o texto literário e o momento de sua produção, situando
contextos, mediante a natureza,
função, organização, estrutura das
aspectos do contexto histórico, social e político.
manifestações, de acordo com as H17 – Reconhecer a presença de valores sociais e humanos atualizáveis e permanentes no
condições de produção e recepção.
patrimônio literário nacional.
Obras Neorromânticas
R
e
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s
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o
Romantismo
Para lembrar:
A Moreninha
Publicada originalmente sob a forma de FOLHETIM, a obra é considerada o
primeiro romance da Literatura Brasileira. O gênero alcançou de imediato grande
popularidade ante ao público leitor.
Romantismo
Romances Românticos
Romance Indianista
Romance Histórico ELEMENTOS
Romance Regionalista DA
NARRATIVA
Romance Urbano
Romance Gótico
Romantismo PROSA ROMÂNTICA
Os romances românticos brasileiros tiveram grande aceitação pelo
público burguês à época.

CARACTERÍSTICAS
➔ Estrutura folhetinesca
➔ Maniqueísmo: o triunfo do bem e a punição do mal, com intenção
moralizante.
➔ Literatura de cor local, que procurava detalhar os costumes da
época.
➔ Comunhão entre a natureza e os sentimentos dos personagens.
Romantismo
CARACTERÍSTICAS
➔ Personagens lineares (comportamento previsível) Os protagonistas
normalmente são dotados de todas as virtudes físicas e morais, e os
antagonistas são claramente caracterizados como tais.

➔ Obediência à seguinte dinâmica do amor:

Homem
Separação Reconciliação
Intrigas
Mulher

➔ Normalmente, as histórias apresentam


Happy End ou um final trágico.
IV
Romantismo [...] Sou filho das selvas,
Nas selvas cresci;
Já vi cruas brigas,
De tribos inimigas,
Guerreiros, descendo E as duras fadigas
Da tribo tupi. [...]. Da guerra provei;
Questão 07 Sou bravo, sou forte, Nas ondas mendaces
Sou filho do Norte; Senti pelas faces
Meu canto de morte, Os silvos fugaces
Guerreiros, ouvi. Dos ventos que amei. [...].
I-Juca Pirama, de Gonçalves Dias.

Na poesia brasileira, a idealização romântica se manifestou frequentemente na mitificação do


povo indígena, cujo heroísmo pode ser percebido, no poema, porque esse povo

a) compara sua força a fenômenos da natureza.


b) descreve a si mesmo como forte e guerreiro.
c) revela a crueldade cometida por ele em batalha.
d) admira as guerras provocadas pelo homem branco.
e) privilegia batalhas travadas por questões amorosas.
Minha tenção não foi outra neste sumário (discreto e curioso leitor) senão denunciar
em breves palavras a fertilidade e abundância da terra do Brasil, para que esta fama
Romantismo venha à notícia de muitas pessoas que nestes reinos vivem com pobreza, e não
duvidem escolhê-la para seu remédio por pobres e desamparados que sejam. [...] e
também se espera desta província que por muito tempo floresça tanto na riqueza
como as Antilhas de Castela por que é certo ser em si a terra muito rica e haver nela
Questão 10 muitos metais, os quais até agora se não descobrem ou por não haver gente na terra
para cometer esta empresa, ou também por negligência dos moradores que se não
querem dispor a esse trabalho: qual seja a causa por que o deixam de fazer não sei.
Mas permitirá nosso Senhor que ainda em nossos dias se descubram nela grandes
tesouros, assim para serviço a aumento de S. A., como pelo (por comparação)
caracteriza-se pela apresentação de
GÂNDAVO, Pero de Magalhães. Tratado da Terra do Brasil: história da província Santa Cruz, a
que vulgarmente chamamos Brasil. Brasília: Senado Federal, Conselho Editorial, 2008.

A literatura produzida no Brasil no Período Colonial é concebida por críticos literários como precedente à
literatura brasileira de fato. Entre os aspectos que fundamentam essa interpretação, observa-se nesse
excerto o(a)

a) senso moralizante que busca catequizar os nativos.


b) idealização da terra brasileira como fértil e abundante.
c) contraponto entre a perspectiva nativa e a do colonizador.
d) caráter descritivo da mensagem referente à terra brasileira.
e) finalidade informativa voltada para os interesses de Portugal.
Aurélia era órfã; e tinha em sua companhia uma velha parenta, viúva,
Romantismo D. Firmina Mascarenhas, que sempre a acompanhava na sociedade.
Mas essa parenta não passava de mãe de encomenda, para
condescender com os escrúpulos da sociedade brasileira, que
naquele tempo não tinha admitido ainda certa emancipação feminina.
Questão 11 Guardando com a viúva as deferências devidas à idade, a moça não
declinava um instante do firme propósito de governar sua casa e
dirigir suas ações como entendesse.

ALENCAR, José de. Senhora. Disponível em: http://objdigital.bn.br. Acesso em: 1 out. 2021.

No trecho do romance Senhora, o comentário do narrador, no segundo parágrafo, sobre a


existência de uma parenta da personagem principal revela a

a) mudança social rápida no século XIX.


b) admiração do autor pela luta feminista.
c) vontade da personagem de se destacar.
d) criação da luta pela emancipação feminina.
e) influência da sociedade sobre a vida pessoal.
Romantismo Questão 18
Ninguém sufoca a voz nos seus retiros;
Largo em sentir, em respirar sucinto, Da tempestade é o estrondo efeito:
Peno e calo, tão fino e tão atento, Lá tem ecos a terra, o mar suspiros.
Que fazendo disfarce do tormento,
Mostro que o não padeço e sei que o sinto. Mas oh do meu segredo alto conceito!
Pois não chegam a vir à tona os tiros
O mal, que fora encubro, ou que desminto, Dos combates que vão dentro do peito.
Dentro no coração é que o sustento:
Com que, para penar é sentimento, “Expressão do silêncio do poeta”, de Gregório de Matos.
Para não se entender, é labirinto.
No Soneto, o eu lírico demonstra que, diante do sofrimento vivido, ele prefere

a) expressar seu sentimento.


b) projetar uma vingança.
c) anunciar sua angústia.
d) adotar a introversão.
e) clamar por ajuda.
Questão 20
Romantismo
Para o encadeamento das ações e
Greta reflexões do texto, o eu lírico apela à
memória, que é despertada por meio da
Estou vivendo meus grandes dias
O Império terá sido mesmo
a) narração de um segredo do seu
uma fazenda modesta e ordenada mas sem povo
passado.
Aqui, penteando este caroço de manga
sobre o mármore da pia da cozinha, b) observação dos itens inseridos em
me lembro daquela mangueira ao lado do curral meio à rotina.
e de suas mangas-rosa c) comparação entre a casa da infância
Para chegar até lá e a da velhice.
a gente atravessava antes um pátio de pedras – d) realização de tarefas relacionadas à
entre o curral e a casa – leitura e à escrita.
em cujas gretas um dia e) caracterização detalhada do espaço
alguém viu desaparecer uma urutu-cruzeiro. e dos parentes ao redor.
ALVIM, Francisco. Greta. In: HOLLANDA, Heloisa Buarque de. 26 poetas hoje [1976].
São Paulo: Companhia das Letras, 2021.
Inquisição vozes afogadas
Romantismo Ao poeta que nos nega
Enquanto a inquisição
da viagem negreira.
E apesar
Interroga de minha fala hoje
a minha existência desnudar-se no cálido
Questão 21 e nega o negrume e esperançoso sol
do meu corpo-letra de terras brasis, onde nasci,
na semântica o gesto de meu corpo-escrita
da minha escrita, Levanta em suas lembranças
prossigo. [...] Esmaecidas imagens
Prossigo e persigo de um útero primeiro.
EVARISTO, Conceição. Poemas da
outras falas, recordação e outros movimentos. Rio de
aquelas ainda úmidas, Janeiro: Editora Malê, 2017.

No poema, a literatura e a vida são unidas de forma indissociável, principalmente por meio de

a) referências a temas universais.


b) construções neológicas compostas.
c) rimas ricas entre substantivos e verbos.
d) aliterações resultantes da repetição de um radical.
e) remissões às falas vagas e repetitivas do cotidiano.
Questão 27
Romantismo
O texto dialoga com uma importante
concepção do movimento literário
Eu sou homem da cidade conhecido como Arcadismo, na qual a
E não estou satisfeito natureza representa um(a)
São tantos os meus deveres e tão poucos direitos
Eu quero mudar pra roça e lá que eu quero viver
a) local de fuga.
Estou cansado da cidade não aguento mais sofrer
Eu tenho andado estressado cheio de preocupação b) escapismo fútil.
Tenho medo de assalto sofro com a poluição c) inspiração estética.
Por isso me decidi na roça eu vou morar d) dificuldade para a vida.
Pertinho da natureza vou construir o meu lar e) oportunidade de riqueza.
A solução do país com certeza está no campo
E lá que eu tenho direito de colher o que eu planto
[...]

“Na roça eu vou morar”, de Maciel Miro. Disponível em: http://g1.globo.com.


Acesso em: 1 out. 2021.
O Guarani, José de Alencar
Esse romance de caráter indianista foi publicado em 1857 durante a
primeira fase do Romantismo no Brasil.

Análise Literária
➔ Escrito em folhetim 1857.
➔ Imagens poderosas, trama nem tanto.
➔ Narrativa começa em 1604 – flashback.
➔ Narrador 3ª pessoa – onisciente.
➔ Espaço é o planalto fluminense, a Serra dos Órgãos, às margens do rio Paquequer, afluente do
rio Paraíba.
➔ A ação principia e termina tendo o cenário o Paquequer; imagem primeira - primordial, plena e
pura - associa à figura nuclear do protagonista, Peri:
➔ "filho(s) indômito(s) desta pátria de liberdade", mas também "vassalo(s) e tributário(s)": o índio,
de sua "senhora", Cecília Mariz; o rio, "desse rei das águas", o Paraíba.
O Guarani, José de Alencar
Romance “heróico ou epopéia nacional”
➔ Ceci era a cópia física das heroínas românticas européias e Peri, o índio
alto de beleza selvagem, retratava o perfeito cavaleiro medieval
apaixonado, sempre pronto para servir sua senhora.
Protagonistas:

PERI – Cacique dos goitacás, rapaz alto, cabelo preto, “dentes Alvos e rosto
oval de beleza selvagem”. Apaixonado por Ceci.

CECI – Com olhos azuis e longos cabelos louros, Ceci tinha 18 anos e obedecia
à severa educação dos pais. Sonhava com um príncipe encantado protetor e se
apaixona por Peri.
.
O Guarani

“Álvaro fitou no índio um olhar admirado. Onde é que este


selvagem sem cultura aprendera a poesia simples, mas
graciosa; onde bebera a delicadeza de sensibilidade que
dificilmente se encontra num coração gasto pelo atrito da
sociedade?
A cena que se desenrolava a seus olhos respondeu-lhe; a
natureza brasileira, tão rica e brilhante, era a imagem que
produzia aquele espírito virgem, como o espelho das águas
reflete o azul do céu.”
Iracema, José de Alencar
Iracema => anagrama de “América”
Iracema a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros
que a asa da graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo da jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia
no bosque como seu hálito perfumado.

Análise Literária
➔ Escrito em folhetim 1865.
➔ Relação amorosa entre Iracema e Martim metáfora da história da colonização da
América.
➔ Conforme Machado de Assis, poema em prosa, devido ao trabalho com a linguagem.
➔ Obra disposta em capítulos curtos que sobrepõe imagens e comparações, para
sugerir o nascimento de um novo mundo.
Iracema

“Perlongando as frescas margens, viu Martim no seguinte sol


os verdes mares e alvas praias, onde as ondas murmurosas
soluçam as vezes e outras raivam de fúria, rebentando em
frocos de espuma.
Os olhos do guerreiro branco se dilataram pela vasta
imensidade; seu peito suspirou. Esse mar beijava também as
brancas areias do Potengi, seu berço natal, onde ele vira a
luz americana.
Arrojou-se nas ondas e pensou banhar seu corpo nas águas
da pátria, como banhara sua alma nas saudades dela.”
Inocência, Visconde de Taunay
Taunay foi um dos primeiros prosadores brasileiros a fazer uso da
linguagem coloquial e regionalista em suas obras.

Análise Literária
➔ Inocência foi publicado em 1872.
➔ Taunay revela com muita sinceridade seu relacionamento com uma jovem que
conheceu no Mato Grosso, fato que nos leva a perceber a origem mais íntima da
personagem central de Inocência, modelo da mulher sertaneja imaginada pelo autor.
➔ O narrador nos mostra o choque de duas concepções de mundo extremamente
diferentes. Pereira, homem do sertão, preso a padrões estritos de comportamento,
mantém sua bela filha Inocência reclusa.
➔ Nesse romance, o rigor do observador militar que percorreu os sertões mistura-se à
capacidade imaginativa do ficcionista. O resultado é um belo equilíbrio entre a ficção e a
realidade, raramente alcançado na literatura brasileira até então.
Inocência, Visconde de Taunay
Temática da obra
❖ Trama amorosa.
❖ Choque de valores entre Pereira e Meyer, um naturalista alemão que se hospedara
na casa de Pereira à procura de borboletas, evidenciando as contradições entre o
meio rural brasileiro e o meio urbano europeu.
❖ Sofrimento – o sertanejo em busca de seus objetivos caminha por longas distâncias,
sendo que no percurso, existe a dificuldade do abrigo.
❖ Simplicidade – observada por meio do comportamento e dos diálogos entre as
personagens típicas.
❖ Contradições – Pereira e Meyer.
❖ Amor impossível – amor tão puro e verdadeiro que por falta de condições de
existência preferiu a morte, ou pelo menos, foram levados a ela.
❖ Honra – Pereira, em nome da honra, sacrifica sua própria filha, pois sua palavra está
acima de tudo.
❖ Beleza – por meio da paisagem do sertão e da Inocência.
Inocência, de Visconde de Taunay
O sertão e o sertanejo
“Ali começa o sertão chamado bruto. Nesses campos, tão diversos pelo matiz
das cores, o capim crescido e ressecado pelo ardor do sol transforma-se em
vicejante tapete de relva, quando lavra o incêndio que algum tropeiro, por acaso
ou mero desenfado, ateia com uma faúlha do seu isqueiro. Minando à surda na
touceira, queda a vívida centelha. Corra daí a instantes qualquer aragem, por
débil que seja, e levanta-se a língua de fogo esguia e trêmula, como que a
contemplar medrosa e vacilante os espaços imensos que se alongam diante dela.
O fogo, detido em pontos, aqui, ali, a consumir com mais lentidão algum estorvo,
vai aos poucos morrendo até se extinguir de todo, deixando como sinal da
avassaladora passagem o alvacento lençol, que lhe foi seguindo os velozes
passos. Por toda a parte melancolia; de todos os lados tétricas perspectivas. É
cair, porém, daí a dias copiosa chuva, e parece que uma varinha de fada andou
por aqueles sombrios recantos a traçar às pressas jardins encantados e nunca
vistos. Entra tudo num trabalho íntimo de espantosa atividade.”
O Seminarista, de Bernardo Soares
“Eugênio já tinha entrado para a terceira classe de latim, e, começando
a traduzir o livro dos Tristes de Ovídio e as Églogas de Virgílio,
sentiu-se tomado de um vivo gosto pela poesia. Para isso o predispunham
sua terna sensibilidade e ardente imaginação. Só esperava a mão que
viesse correr aos olhos de sua inteligência inexperta o véu que encobre
esses desconhecidos e encantados horizontes, essas paisagens
fantásticas e deslumbrantes, tão cheias de magia, de luz e de harmonia,
em que os espíritos elevados encontram tão grato abrigo contra a
insipidez e as asperezas da vida real.
Virgílio, de um lado, e Ovídio, do outro, deram-lhe as mãos e o
introduziram no templo da harmonia.”
O Romance
Urbano e o Gótico
“Senhora”
José de Alencar
A estrutura: Quatro Blocos
Preço • Negócios
Quitação • Interesses
Posse • Transações

Resgate • Mercantilização do Amor

Significado: Colocação da sociedade sob uma


perspectiva crítica
Questões Habilidade 18 - Identificar os elementos que
concorrem para a progressão temática e para a
APROFUNDAMENTO 02 organização e estruturação de romances românticos

“Convencida de que todos os seus inúmeros apaixonados, sem exceção de um, a pretendiam unicamente pela riqueza, Aurélia
reagia contra essa afronta, aplicando a esses indivíduos o mesmo estalão. Assim costumava ela indicar o merecimento relativo
de cada um dos pretendentes, dando-lhes certo valor monetário. Em linguagem financeira, Aurélia contava os seus adoradores
pelo preço que razoavelmente poderiam obter no mercado matrimonial”.

O romance Senhora, ilustrado pelo trecho,

a) representa o romance urbano de Alencar. A reação de ironia e desprezo com que Aurélia trata seus pretendentes, vistos sob
a ótica do mercado matrimonial, tematiza o casamento como forma de ascensão social.
b) mescla o regionalismo e o indianismo, temas recorrentes na obra de Alencar. Nele, o escritor tematiza, com escárnio, as
relações sentimentais entre pessoas de classes sociais distintas, em que o pretendente é considerado pelo seu valor
monetário.
c) é obra ilustrativa do regionalismo romântico brasileiro. A história de Aurélia e de seus pretendentes mostra a concepção do
amor, em linguagem financeira, como forma de privilégio monetário, além de explorar as relações extraconjugais.
d) denuncia as relações humanas, em especial as conjugais, como responsáveis por levar as pessoas à tristeza e à solidão
dada a superficialidade e ao interesse com que elas se estabelecem. Trata-se de um romance urbano de Alencar.
e) tematiza o adultério e a prostituição feminina, representados pelo interesse financeiro
como forma de se ascender socialmente. Essa obra explora tanto aspectos do regionalismo
nacional como os valores da vida urbana.
“Memórias de um
sargento de milícias”
Manuel Antônio de Almeida
Quebra da fórmula romântica

➢ Retrato da baixa burguesia;


➢ Personagens sem idealização;
➢ Situações ridículas, engraçadas;
➢ Humor, gozação;
➢ Narrador levemente irônico;
➢ Linguagem simples e giriesca;
➢ Relativização do Maniqueísmo.
Questões Habilidade 18 - Identificar os elementos que
concorrem para a progressão temática e para a
PROPOSTAS 03 organização e estruturação de romances românticos

O enterro saiu acompanhado pela gente da amizade: os escravos da casa fizeram uma algazarra
tremenda. A vizinhança pôs-se toda à janela, e tudo foi analisado, desde as argolas e galões do
caixão, até o número e qualidade dos convidados; e sobre cada um dos pontos apareceram três ou
quatro opiniões diversas. (Manuel Antônio de Almeida – Memórias de um sargento de milícias)

O trecho acima exemplifica uma das características fundamentais do romance que é:

a) o retrato fiel dos usos e costumes do Rio de Janeiro no segundo reinado.


b) o caráter mórbido dos personagens sempre envolvidos com a morte.
c) sentimentalismo comum aos romances escritos durante o Romantismo.
d) o destino comum do personagem picaresco: o seu encontro com a morte.
e) a descrição de fatos relacionados à cultura e ao comportamento popular.
Habilidade 17 - Reconhecer a presença de valores
Questões sociais e humanos atualizáveis e permanentes no
ESSENCIAIS 01 patrimônio literário nacional, a partir de obras
urbanas e góticas do Romantismo
“Os leitores estarão lembrados do que o compadre dissera quando estava a fazer castelos no ar a respeito do afilhado, e
pensando em dar-lhe o mesmo ofício que exercia, isto é, daquele arranjei-me, cuja explicação prometemos dar. Vamos agora
cumprir a promessa. Se alguém perguntasse ao compadre por seus pais, por seus parentes, por seu nascimento, nada saberia
responder, porque nada sabia a respeito. Tudo de que se recordava de sua história reduzia-se a bem pouco. Quando chegara
à idade de dar acordo da vida achou-se em casa de um barbeiro que dele cuidava, porém que nunca lhe disse se era ou não
seu pai ou seu parente, nem tampouco o motivo por que tratava da sua pessoa. Também nunca isso lhe dera cuidado, nem lhe
veio a curiosidade de indagá-lo. Esse homem ensinara-lhe o ofício, e por inaudito milagre também a ler e a escrever. Enquanto
foi aprendiz passou em casa do seu… mestre, em falta de outro nome, uma vida que por um lado se parecia com a do fâmulo*,
por outro com a do filho, por outro com a do agregado, e que afinal não era senão vida de enjeitado, que o leitor sem dúvida já
adivinhou que ele o era. A troco disso dava-lhe o mestre sustento e morada, e pagava-se do que por ele tinha já feito.”
(Manuel Antônio de Almeida, Memórias de um sargento de milícias)
Neste excerto, mostra-se que o compadre provinha de uma situação de família irregular e ambígua. No contexto do livro, as
situações desse tipo:

a) caracterizam os costumes dos brasileiros, por oposição aos dos imigrantes portugueses.
b) são apresentadas como consequência da intensa mestiçagem racial, própria da colonização.
c) contrastam com os rígidos padrões morais dominantes no Rio de Janeiro oitocentista.
d) ocorrem com frequência no grupo social mais amplamente representado.
e) começam a ser corrigidas pela doutrina e pelos exemplos do clero católico.
“Noite na Taverna”
Álvares de Azevedo
Literatura Gótica: Origens e Características

Ann Ward Radcliffe


A Linguagem
Caráter Prometeico
O Mal Interior
Heroi x Mundo / Eu x Eu O Corpo

Anticlericalismo
O Sublime
Literatura Gótica: Origens e Características
NOITE NA TAVERNA – Álvares de Azevedo

Elementos da narrativa
➔ Enredo – narrativa composta por sete capítulos:

❖ Uma noite do século


❖ Solfieri
❖ Bertram
❖ Gennaro
❖ Claudius Hermann
❖ Johann
❖ Último beijo de amor
NOITE NA TAVERNA – Álvares de Azevedo

➔ Enredo – narrativa composta por sete capítulos:

● Grupo de jovens reunidos em uma taverna.

● Contam histórias diversas, mas com algo em comum: todas são


trágicas, impregnadas de vícios, de crimes hediondos que vão de
assassinatos a incestos, de infanticídios e fratricídios.

● Todos os casos são repassados de amor pervertido, cujos pares


se envolvem em relações delirantes, absurdas e pouco reais.
Questões Habilidade 16 - Relacionar informações sobre
a estética romântica e procedimentos de
PROPOSTAS 05 construção do texto literário.

“A noite ia alta; a orgia findara. Os convivas dormiam repletos, nas trevas. Uma luz raiou súbito pelas fisgas da porta. A porta
abriu-se. Entrou uma mulher vestida de negro. Era pálida; e a luz de uma lanterna, que trazia erguida na mão, se derramava
macilenta nas faces dela e dava-lhe um brilho singular nos olhos. Talvez que um dia fosse uma beleza típica, uma dessas
imagens que fazem descorar de volúpia nos sonhos de mancebo. Mas agora com sua tez lívida, seus olhos acesos, seus
lábios roxos, suas mãos de mármore, e a roupagem escura e gotejante da chuva, disséreis antes – o anjo perdido da loucura.”
(AZEVEDO, Álvares. “Último Beijo de Amor”. In: Noite na Taverna e Poemas Escolhidos. São Paulo: Moderna, 1994, p. 58.)

O trecho transcrito acima pertence à obra “A Noite na Taverna”, de Álvares de Azevedo. Sobre essa narrativa, é correto afirmar
que

a) a noite, extrapolando o aspecto natural, significa um meio psicológico e afetivo, correspondendo à visão lutuosa e
desesperada do amor, ligado à morte, criando imagens satânicas.
b) a noite, reproduzindo o aspecto natural, tangencia o satanismo, uma vez que a visão do amor desesperado e lutuoso destoa
da concepção romântica característica do Mal do Século.
c) as imagens satânicas, ligadas à morte, e à visão lutuosa, desesperada do amor, recriam essencialmente o aspecto natural
da noite, originando o elemento feminino da narrativa.
d) a visão lutuosa e desesperada do amor, destoando do meio psicológico e afetivo, liga-se à morte
por intermédio das imagens satânicas originadas do elemento feminino da narrativa.
e) enfoca um conflito entre gerações, que se diferenciam pela idade e pelos interesses profissionais.

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