Linguagens, Códigos e suas Tecnologias
Modernismo 3a Fase,Interpretação e Gramática
Professor: Sérgio Rosa
1. Assinale a alternativa que se refere a João Guimarães Rosa.
a) “Foi o primeiro a elevar a crônica ao nível da mais alta
categoria literária, colocando-a acima de seus compromissos
frequentes com o contingente ou momentâneo.”
b) “Teve a capacidade de criar um estilo absolutamente próprio,
baseado na contribuição regional e remontando, graças ao
arcaísmo desta, a velhas matrizes da língua.”
c) “Seus primeiros trabalhos apareceram em 1932, sendo do
ano seguinte o romance de estreia, Clarissa, que marca muito
bem o início de sua popularidade.”
d) “Em sua obra se acentuam as características da zona
açucareira do Nordeste, rica de tradições que datam do
século XVI, no momento em que se decompõe essa estrutura
tradicional.”
e) “Cultivou uma prosa leve e bem-humorada, usando a palavra
direta, ou dando o nome exato às coisas e objetos, enquanto
a despojava de seus elementos de adorno.”
2. Este autor, em seu “auto-de-natal pernambucano”, aliou a
precisão do estilo à emoção dos fatos, a objetividade da forma
rigorosa ao drama pungente do retirante. Trata-se de:
a) Manuel Bandeira e Evocação do Recife.
b) Manuel Bandeira e Vou-me embora pra Pasárgada.
c) João Cabral de Melo Neto e Morte e Vida Severina.
d) João Cabral de Melo Neto e O Cão sem Plumas.
e) Graciliano Ramos e Vidas Secas.
3. A poesia de João Cabral de Melo Neto inaugurou-se com a
preocupação de desbastar as imagens de toda ganga de resíduos
sentimentais ou pitorescos, e que a filia:
a) à tradição barroca.
b) à ingenuidade arcádica.
c) ao rigor renascentista.
d) ao idealismo romântico.
e) à objetividade neorrealista.
4. A partir da leitura dos excertos seguintes:
“Viver é muito perigoso... Querer o bem com demais força,
de incerto jeito, pode já estar sendo se querendo o mal, por
principiar.”
“Com Deus existindo tudo dá esperança: sempre um milagre
é possível, o mundo se resolve. Mas se não tem Deus, há de a
gente perdidos no vaivém, e a vida é burra.”
“O sertão não tem janelas nem portas. E a regra é assim: ou
o senhor bendito governa o sertão, ou o sertão maldito vos
governa.”
“O sertão é sem lugar. – O senhor empurra para trás, mas, de
repente, ele volta a rodear o senhor dos lados. Sertão é quando
menos se espera. – Sertão – se diz – o senhor querendo procurar
nunca não encontra. De repente, por si, quando a gente não
espera, o sertão vem.”
É possível confirmar a renovação projetada na ficção brasileira
pela obra deste autor. Promovendo deslocamentos sintáticos,
empregando um vocabulário ora arcaico, ora neológico, este
escritor recria, através da linguagem, o mundo sertanejo; que
vem à tona de uma forma inédita na literatura brasileira.
N° 13
Esse comentário se refere à obra de:
a) José de Alencar.
b) Franklin Távora.
c) Euclides da Cunha.
d) Graciliano Ramos.
e) Guimarães Rosa.
5. Terminada a Segunda Guerra, surge, em 1945, nova geração
no painel do Modernismo brasileiro, geração esta que
procurava fugir aos excessos do grupo de 1922, defendendo
a primazia da ordem sobre o caos anterior. O principal “poeta
da objetividade”, integrante da geração de 45, é:
a) João Cabral de Melo Neto.
b) Dalton Trevisan.
c) Haroldo de Campos.
d) Jorge de Lima.
e) Carlos Drummond de Andrade.
Texto I
Na parede caiada se desenhava, enorme, o emblema
azul da Virgem Maria. Ao centro do pátio ficava o
caramanchão cheiroso do jasmineiro e dentro dele, no fresco
e no sombrio do verde, a imagem de uma moça de vestido
5 branco e pés nus – uma Nossa Senhora bonita e triste.
Em redor do pátio as classes vazias, mudas, fechadas.
O ruído dos passos crescia, ressoava pelos corredores, o terço
da cintura da Irmã tilintava, cheio de medalhas.
E eu tinha medo. A Irmã era velha, de olhar morto,
10 fala incolor e surda. Parecia feita de papel pálido, ou de linho
engomado semelhante à corneta que trazia à cabeça e que
se agitava a cada movimento seu, como uma ave. Parecia
uma boneca de cera, uma figura, uma santa, só não parecia
gente. Também não parecia gente a porteira seca, toda osso
15 e nervo, nem a outra Irmã que passou silenciosa e de cabeça
baixa, sem um interesse, sem um olhar. Moça, jovem, só a
Virgem Mãe adolescente do caramanchão; e, sendo de louça,
tinha mais ar de vida e de humanidade que aquelas outras
mulheres de carne, junto de mim.
Rachel de Queiroz. As Três Marias.
6. Nas expressões usadas para descrever as duas freiras: “A irmã
era velha, de olhar morto, fala incolor e surda” (linhas 9-10) e
“a porteira seca, toda osso e nervo” (linhas 14-15), a autora
realça, por meio da caracterização física, o seguinte aspecto
psicológico:
a) a insensibilidade.
b) o pessimismo.
c) a religiosidade.
d) a maldade.
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7. Em “o caramanchão cheiroso do jasmineiro” (linhas 2-3), a
autora faz com que uma palavra que logicamente deveria
qualificar determinado termo qualifique outro. Tendo em vista
essa forma de expressão, é correto afirmar que, no enunciado
transcrito:
I. o adjetivo cheiroso sintaticamente prende-se a caramanchão,
mas refere-se a jasmineiro;
II. foi transferida ao caramanchão uma característica própria
do jasmineiro;
III. foi intensificado o aroma do jasmineiro, que passou a
impregnar todo o caramanchão.
É correto o que se afirma:
a) apenas em I e II.
b) apenas em II e III.
c) apenas em III.
d) em I, II e lll.
8. Associe segundo o código.
(1) Metáfora –– Que negócio é este? Que despautério é este?
(2) Comparação Enterro de primeira, caixão de veludinho e um jasmim de
(3) Metonímia
(4) Catacrese
(5) Antonomásia
( ) Os alunos indisciplinados quebraram os braços de muitas
carteiras.
( ) Em 1969, a tevê mostrou para o mundo a aterrissagem
da ApoIo 11 na Lua.
( ) “Conversamos de cousas várias, até que Tristão tocou um
pouco de Mozart.”
( ) Durante o solene jantar, Juquinha mostrou ser mesmo um
bom garfo.
( )O Apóstolo do Brasil escreveu um belo poema dedicado
à Virgem Santíssima.
( ) Na primavera da vida, reinam as ilusões.
( ) “Teus olhos são negros, negros, / como as noites sem
luar...”
Texto II
 CAPÍTULO LXXI / O SENÃO DO LIVRO
Começo a arrepender-me deste livro. Não que ele me
canse: eu não tenho que fazer; e, realmente, expedir alguns
magros capítulos para esse mundo sempre é tarefa que distrai
um pouco da eternidade. Mas o livro é enfadonho, cheira a
5 sepulcro, traz certa contração cadavérica; vício grave, e aliás
ínfimo, porque o maior defeito deste livro és tu, leitor. Tu
tens pressa de envelhecer, e o livro anda devagar; tu amas a
narração direita e nutrida, o estilo regular e fluente, e este
livro e o meu estilo são como os ébrios, guinam à direita e à
10 esquerda, andam e param, resmungam, urram, gargalham,
ameaçam o céu, escorregam e caem...
E caem! – Folhas misérrimas do meu cipreste, heis de
cair, como quaisquer outras belas e vistosas; e, se eu tivesse
olhos, dar-vos-ia uma lágrima de saudade. Esta é a grande
15 vantagem da morte, que, se não deixa boca para rir, também
não deixa olhos para chorar... heis de cair.
In: Memórias Póstumas de Brás Cubas.
9. No texto II, predomina uma função de linguagem. Essa função é a:
a) poética.
b) metalinguística.
c) emotiva.
d) fática.
e) referencial.
2
10. É possível também observar no fragmento uma característica
da prosa machadiana.
a) O pessimismo.
b) O humor sutil e velado.
c) O diálogo com o leitor.
d) O subjetivismo.
e) A intertextualidade.
Texto III
REMÉDIO DO CÉU É SEMPRE MAIS BARATO
E deu-se que o Capitão Nicolino Borba, de Sacopé
de Monte Verde, sentiu uma agulhada no peito, caiu e dado
como morto foi. Quando era levado para o cemitério, eis
que o capitão desabrochou por entre flores e grinaldas aos
5 berros e já fazendo inquirições. Como era muito usurário, de
não dar bom-dia para não gastar o solado da língua, logo
entrou de perguntativo em pauta:
10 rosas por cima, é para estuporar. É despesa muita para um
defunto só. Desperdício!
J. C. de Carvalho.
11. A oração “Como era muito usurário...” é:
a) coordenada sindética explicativa.
b) subordinada adverbial proporcional.
c) subordinada adverbial causal.
d) coordenada sindética adversativa.
e) subordinada adverbial concessiva.
12. (Santa Casa) Das orações abaixo, alguma é consecutiva?
I. Depois que a vi, qualquer uma é bela;
II. Tamanha foi a fome que comeu casca e tudo;
III. Não continues, a fim de não cansares.
a) Não.
b) Sim, a II.
c) Sim, as três.
d) Sim, a I.
e) Sim, a lI e a III.
13. (Fundação Lusíadas) Logo que chegou ao acampamento,
Paulo percebeu que esquecera o equipamento de pesca.
As orações grifadas são classificadas, respectivamente, como:
a) subordinada adverbial temporal e subordinada adverbial
condicional.
b) subordinada substantiva objetiva direta e subordinada
adverbial concessiva.
c) subordinada adverbial final e subordinada adverbial causal.
d) subordinada substantiva objetiva indireta e subordinada
adjetiva.
e) subordinada adverbial temporal e subordinada substantiva
objetiva direta.
14. Logo que entrou em casa, foi pedindo o jantar em altos brados.
Comece com: Foi pedindo...
a) somente quando.
b) tanto quanto.
c) segundo.
d) já que.
e) apenas.
15. (Medicina-Itajubá) Em que período a oração subordinada é
adverbial concessiva?
a) Peço-lhe permissão para voltar ao trabalho.
b) Mesmo que faça calor, não poderemos nadar.
c) É possível que o rapaz tenha oportunidades.
d) Se tudo correr bem, levar-te-ei à Europa.
e) Ela era tão medrosa, que não saía de casa.
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16. (Santa Casa) Observe com atenção este trecho de notícia de GABARITO – Nº 12
jornal:
1 2 3 4 5
I. “Saindo de casa, não amarrou o sapato;
b b b b d
II. Ao descer da calçada foi atropelado;
III. O motorista não o socorreu, por não ter carta.” 6 7 8 9 10
d b e b e
Classificando, corretamente, as orações grifadas, temos que: 11 12 13 14 15
a) as três são subordinadas adjetivas reduzidas. a a c d c
b) as três são subordinadas adverbiais reduzidas.
16 17 18 19 20
c) as três são subordinadas substantivas reduzidas.
e c b c d
d) são subordinadas, respectivamente, substantiva, adjetiva e
adverbial.
e) são reduzidas, respectivamente, substantiva, adjetiva e
adverbial.

17. Classifique as orações grifadas.

I. “Embora lhe desaprovassem a forma, justificavam-lhe a
essência.”;
II. “ A e s t re l a q u e n a s c e u t i n h a t a n t a b e l e z a q u e
voluntariamente a elegeu minha sorte.”
Ill. “Naquela noite, ele disse a todos que desejava que fosses
feliz.”

a) oração subordinada adverbial conformativa, oração

subordinada adjetiva restritiva, oração subordinada adjetiva
explicativa.
b) oração subordinada adverbial concessiva, oração subordinada
adverbial causal, oração subordinada substantiva completiva
nominal.
c) oração subordinada adverbial concessiva, oração subordinada
adverbial consecutiva, oração subordinada substantiva
objetiva direta.
d) n.d.a.

18. Chovia, mas resolvi sair.

Comece com: Resolvi sair...
a) então.
b) já que.
c) ainda que.
d) portanto.
e) por isso.

19. (Mack-Exatas) No período “Era tal a serenidade da tarde, que se

percebia o sino de uma freguesia distante, dobrando a finados”,
a segunda oração é:
a) subordinada adverbial causal.
b) subordinada adverbial concessiva.
c) subordinada adverbial consecutiva.
d) subordinada adverbial condicional.
e) subordinada adverbial temporal.

20. (Fac. de Turismo Morumbi) Bebia que era uma lástima.

A oração grifada classifica-se como:
a) subordinada adverbial final.
b) subordinada adverbial concessiva.
c) subordinada adverbial consecutiva.
d) subordinada adverbial comparativa.
e) subordinada substantiva subjetiva.

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Anotações

OSG.: 41395/11
Dig.: ADC. 15/04/11 / Rev.: AP/RM