Resumos História A

Os loucos anos 20
 O Pós primeira guerra mundial originou uma nova vivência social e modificou profundamente os
comportamentos e os valores na década de 20.
 Os loucos anos 20 viveram-se principalmente nas grandes cidades que tinham mais população e viviam um
clima de paz e de recuperação económica.
 O impacto da destruição causada pela 1ª guerra mundial despertou na população mundial a
consciência de que era necessário viver a vida e aproveitá-la ao máximo, adotando um ritmo de vida
frenético.
 Existiu a necessidade de chocar a sociedade de modo a romper com os ideais do passado.
 Aparecimento de novos hábitos sociais tais como: os teatros, o music-hall, os cabarés e os night-
clubs
 A elevada acessibilidade aos meios de comunicação (rádio, cinema e o telefone) generalizou um
modo de vida onde o consumo, o ócio (preguiça) e as distrações estavam presentes.
 Os Estados Unidos da América eram a grande potência, com um modelo de vida para influenciar a
Europa.
 Nos “loucos anos 20” valorizava-se a juventude e consentiam-se excessos
 Ocorre uma emancipação da mulher que passa a deixar de estar só a tomar conta da casa e da
família, mas passa também a trabalhar, sair à noite, fumar, beber conduzir automóveis e a praticar
desporto
 Abandona o ideal de beleza tradicional e torna-se mais esguia , magra, sem curvas
 A mulher assume uma postura menos rígida e formal

A crise dos valores tradicionais

Os valores vitorianos entraram em crise pois os espartilhos da moral vitoriana deram lugar a uma nova
vivência e a uma nova atitude individual (mais descontraída e informal), as novas gerações questionavam
as regras sociais e os valores morais. O que os pais da geração de 20 viam como virtudes, os filhos viam
como defeitos e vice-versa, onde os filhos viam qualidades, os pais viam vícios, decadência e destruição,
muitos indivíduos viviam num estado de anemia social, pois viviam num sentimento de insatisfação e de
vazio face ao quotidiano, ou seja, com ausência de modelos e referências.

Diferenças entre a velha-cultura e a nova-cultura

Velha cultura
 Valorizava a produção
 Valoriza o caracter
 Valoriza a poupança
 Privilegia o trabalho
 Defende o papel tradicional da mulher
 Privilegia a tradição
 Valoriza os laços familiares
 Privilegia a cultura de elite

Nova-cultura
 Valoriza a abundância
 Privilegia a imagem
 Valoriza o consumo
 Valoriza o ócio
  Defende a emancipação da mulher
 Olha para o futuro
 Valoriza a individualidade
 Valoriza a cultura de massas

Movimentos feministas

Feminismo- designa o movimento que defende o estado de igualdade de direitos políticos, económicos,
culturais e sociais para as mulheres. O feminismo ganhou maior impacto desde que em 1903 foi
fundado em Inglaterra a união política e social das mulheres.

A alteração do papel da mulher na década de 20

O papel da mulher alterou-se durante os anos 20, devido ao facto de durante a guerra a mulher ter tido
um papel ativo quer social, quer económico.
Os fatores que contribuíram para essa mudança foram:
 A mulher substitui nas fábricas os homens que tinham ido para a guerra
 Já não era apenas a mãe e a esposa, dependente da autoridade do marido
 Desempenhava o papel de chefe de família
 Trabalhava nas fábricas e conduzia autocarros, funções que antes eram reservadas aos homens
 Conquistou independência económica ao integrar o mercado de trabalho
 O controlo da natalidade e o casamento tardio permitiu a emancipação da mulher

As novas correntes científicas

No início do século XX, a conceção do homem e do universo mudou radicalmente, tendo sido postos em
Causa os princípios da racionalidade e do positivismo que até então tinham regido a ciência e o
conhecimento do individuo, foram postos à prova por Sigmund Freud, com o conceito do inconsciente e
por Albert Einstein com a teoria da relatividade.

Psicanálise (Sigmund Freud) - designa o método psicoterapêutico que explora o inconsciente do

individuo, com vista a encontrar os recalcamentos reprimidos no inconsciente que condicionam o
comportamento.

Relativismo (Albert Einstein)- designa a conceção de que o conhecimento é relativo, pois o tempo, o
espaço, o individuo e as culturas condicionam o conhecimento e a apreensão da realidade. As várias
correntes de pensamento ligadas ao relativismo, têm como ponto comum a contestação da existência de
uma verdade absoluta, na ciência, nos valores ou na cultura.

As novas correntes artísticas

Modernismo- designa o movimento cultural e artístico das sociedades ocidentais , nas primeiras décadas
do século XX (prolongou-se até aos anos 50), engloba várias tendências e gostos nos domínios da arte, da
arquitetura, da literatura e da música. Rompeu com a tradição académica e inaugurou um sentido
estético, baseado na liberdade de criação, na subjetividade e na força emocional.

Modernismo (características)
 Rompe com o passado e com as tradições académicas
 Contesta a sociedade burguesa
 Valoriza a subjetividade e a emotividade (assente nos instintos)
 Recusa o realismo e busca o que está para além da realidade aparente
  Recebe contributos das novas conceções científicas do início do século
 Revela inovação e experimentação a nível da estrutura formal e da desconstrução do objeto
artístico
 Valoriza a espontaneidade e a liberdade de criação
 Enaltecem a interioridade do artista

Vanguarda cultural- designa a rutura com a tradição artística e assenta na quebra de regras e de
convenções artísticas, levando até aos limites a liberdade e a capacidade criadora.

Fauvismo- designa a corrente artística francesa, liderada por Henri Matisse, que privilegia a cor vibrante,
afastada da realidade faz uso de formas planas e de pinceladas largas e vigorosas, valoriza a emoção e a
subjetividade, as obras do fauvismo exaltavam a alegria de viver, afastando temáticas sombrias.

Fauvismo (características)
 Privilegia o sentimento, a emoção, e a subjetividade
 Privilegia o que o pintor sente e não o que o pintor vê
 A paleta de cores era vibrante
 As cores e as formas são elementos chave do fauvismo
 Distorcia a realidade, distanciando-se assim dos académicos
 Em termos temáticos os pintores fauvistas elegeram o retrato, a natureza morta e os ambientes
naturais

Expressionismo- designa a corrente artística que teve especial destaque na Alemanha, segundo a qual os
artistas expressam as suas emoções e perspetivas do mundo através da obra de arte.

Expressionismo (características)
 Valoriza a interioridade em detrimento da representação exterior da realidade
 Revela preocupações políticas, sociais e centra as suas obras na essência humana e na natureza
 Tinha uma paleta de cores vivas: vermelhos, verdes ácidos e amarelos, em contraste com tons
sombrios como o preto e o castanho.
 No que toca ao traço o expressionismo destaca-se pela simplificação das formas, com figuras
estilizadas e um caracter agressivo e violento.
 O expressionismo foi influenciado pela arte primitiva pois os artistas acreditavam que esta estava
liberta de estereótipos, de preconceitos sociais e por isso era pura e autêntica
 O expressionismo através da sátira e da denúncia criticava a sociedade burguesa devido aos
fortes contrastes sociais que se faziam sentir
 Os expressionistas elegeram principalmente como temáticas, cenas e ambiente urbanos

Cubismo- designa a corrente artística, desenvolvida por Picasso e por Braque especialmente entre 1907 e
1914.

Cubismo (características)
 Caracteriza-se pela geometrização de formas e pelo abandono dos efeitos de perspetiva
 Os objetos são representados tendo em conta os seus múltiplos pontos de vista
 Teve como principais manifestações o cubismo analítico e o cubismo sintético
 Demonstra uma preocupação com o lado material da realidade
 Rejeitou a ideia de perspetiva linear
 Representa os objetos segundo múltiplos pontos de vista
 Abandonou a perspetiva científica que vinha do renascimento
 Centrou-se na bidimensionalidade
 O rosto das figuras era frequentemente esquematizado
Cubismo analítico (característica)
 Repensa a noção perspetiva científica
 Transpôs para a tela um novo conceito: a múltipla perspetiva
 A realidade é transmitida através de planos justapostos e a paleta de cores é reduzida tendendo
para o monocromatismo
 Propõe uma nova abordagem á realidade

Cubismo sintético
 Desenvolve uma nova abordagem ao objeto artístico
 O sentido tradicional da Pintura é desconstruído e começam a ser aplicados na tela novos
elementos, como colagem de recortes de jornal, pedaços de vidro, corda, madeira, etc…

Futurismo- designa a corrente artística que marcou a arte Italiana entre 1909 e 1914, celebra a vida
urbana moderna, a máquina e a industrialização, rompe com o passado. A sensação de movimento é
uma característica das obras futuristas.
 A ideia de velocidade é transportada para a obra de arte.
 Esteticamente a ideia de ação e dinamismo concretizam-se na tela, na peça escultórica ou na
fotografia
 A urbanidade, a máquina, e a vida moderna constituem-se como elementos centrais das obras
futuristas

Abstracionismo- designa as correntes artísticas, não figurativas e não objetivas, que anulam a
representação visível da realidade das figuras ou que não apresentam motivos reconhecíveis.

Abstracionismo (características)
 O abstracionismo eleva a arte a um novo patamar, o da não figuração
 A representação da realidade deixou de ser um objetivo para o abstracionismo, tendo como
objetivo transmitir a emoção
 A explosão de cores, de linhas e de formas, sem significado aparente, não representam a
realidade objetiva, mas sim o estado de espírito do artista
 Wassily Kandinsky foi o primeiro pintor a corporizar o abstracionismo na sua plenitude
 O plano estético, associado à emoção, predomina sobre a necessidade de representar a
aparência da realidade

Nova objetividade- designa Movimento nascido na Alemanha após a primeira guerra mundial, que de
forma satírica e caricatural reflete sobre a situação da Alemanha após a derrota.

Nova objetividade (características)

 Faz uma critica à sociedade do seu tempo
 Nas suas obras estes artistas retratam o desespero em que se encontrava mergulhada a
sociedade alemã

Dadaísmo- designa o movimento artístico nascido em Zurique, durante a primeira guerra mundial, que
Assumiu um caracter provocador e chocante, afastou-se dos princípios do passado e do presente, a sua
Ideia de arte era a própria negação do objeto artístico convencional.

Dadaísmo (características)
 Fez uso de colagens de diferentes materiais e empregou o método aleatório para a criação
artística
 O inconsciente dominava o processo criativo
Surrealismo- designa o movimento literário e artístico iniciado em 1924, recusa a razão e enfatiza o papel
do inconsciente e dos sonhos no processo criativo.

Surrealismo (características)
 Para os surrealistas o inconsciente era a única forma de alcançar a originalidade e a autenticidade
 O surrealismo descobriu uma nova dimensão artística
 A aparência da realidade dos movimentos artísticos anterior foi substituída pelo domínio do
inconsciente e imagens remotas da mente

Portugal no pós-guerra

Dificuldades económicas e a instabilidade política e social:

A falência da primeira república

A primeira república instaurada a 5 de outubro de 1910, apesar de todas as esperanças que lhe tinham
sido depositadas, foi desde logo marcada por lutas políticas, instabilidade governativa, e por dificuldades
económicas e financeiras, estas dificuldades foram agravadas com a entrada de Portugal na primeira
guerra mundial, a partir de 1916, ao lado dos aliados.

Dificuldades económicas

A participação de Portugal na guerra fez com que existisse:

 Subida de impostos
 recurso a empréstimos e ao aumento significativo da divida publica
 Os governos para tentar solucionar o desequilíbrio orçamental recorreram à emissão da moeda,
provocando o aumento significativo da inflação, a desvalorização do escudo e a diminuição do
poder de compra
 Devido à carência no abastecimento de produtos como: o pão, o açúcar, o bacalhau e o azeite
que existiu durante a guerra, e nos anos após o conflito, a vida dos portugueses tornou-se penosa
 A fome e a miséria atingiram o proletariado, mas as carências afetaram também as classes
médias (funcionalismo e patentes do exército), devido à forte perda de poder de compra

Instabilidade política e social

A participação direta de Portugal na guerra não teve o consenso de todo o setor político e dividiu as
forças republicanas na opção que deveriam tomar, o clima de instabilidade política agravou-se com os
governos que se sucediam, pois não tinham o apoio parlamentar que permitisse o cumprimento do
programa numa conjuntura de guerra. O ambiente de instabilidade política originou várias tentativas de
golpes, sublevações monárquicas e lutas entre fações republicanas. A incapacidade governativa, crise
económica, a redução do poder de compra e o clima de violência e de crispação social e política
desgastaram a primeira república.

Descontentamento social
 A par dos problemas económicos, o crescente afastamento entre os partidos republicanos e as
suas bases sociais de apoio(operariado e classes médias urbanas) acentuou o descontentamento
social
 As greves sucederam-se, as arruaças eram frequentes, os atentados bombistas, a agitação
anarco-sindicalista e o início da divulgação das ideias da revolução bolchevique (“perigo
vermelho”) criaram um clima insurrecional
 A esperança de que a república tivesse capacidade para governar e conduzir o pais ao
desenvolvimento e à prosperidade
  Criaram-se assim condições para um golpe de estado que ocorreu em 5 de dezembro de 1917,
quando o major Sidónio Pais, com os seus apoiantes, a rotunda, lugar simbólico onde a república
tinha iniciado a revolução de 5 de outubro.

Ditadura de Sidónio Pais

 Sidónio Pais dissolveu o congresso
 Proibiu os partidos republicanos da I república
 Destituiu o presidente da república, Bernardino Machado
 Instaurou uma ditadura de cariz conservador
 O programa político Sidonista tinha como objetivo retirar o poder ao partido democrático (de
Afonso Costa), e à “republica velha”, e por último queria por fim à participação de Portugal na 1ª
guerra mundial
 Instaurou um regime que ficou conhecido com a “republica nova”

Medidas políticas tomadas por Sidónio Pais e o seu assassinato

 Alteração da constituição de 1911 e mudança da lei eleitoral que visava a concentração dos
poderes e garantir a sua eleição para presidente da república, o que ocorreu a 28 de abril de
1918, apoiado pelos grandes proprietários, pela alta burguesia, por setores católicos e pelos
republicanos unionistas
 Sidónio Pais instaurou um regime centrado na sua figura, criou-se à sua volta uma espécie de
culto que atraia as massas
 Sidónio Pais apesar de ter instaurado um regime repressivo, pôs fim ao radicalismo político e ao
confronto entre monárquicos e republicanos, em dezembro de 1918 o presidente sidónio Pais foi
assassinado

Descontentamento generalizado e o fim da 1ª república em Portugal

Após a morte de Sidónio Pais, Portugal viveu um ambiente de quase guerra civil com revoltas e a
tentativa de restauração da monarquia. Os monárquicos liderados por Paiva couceiro, formaram juntas
militares no pais e, em janeiro de 1919, foi proclamada a monarquia em lisboa e no porto, sem terem
uma grande duração.
O pais estava fragilizado e, apesar da realização das conferencias de paz que se iniciaram em paris, em
1919, nem por isso a situação melhorou, esperava-se que as negociações fossem vantajosas, quer a nível
das reparações de guerra, quer no reconhecimento do império português em África, ou ainda no reforço
do papel de Portugal a nível internacional (SDN), os resultados ficaram aquém do esperado, quer para os
militares, quer para a opinião publica em geral.

Credibilidade do regime republicano

O regime republicano não consegui melhorar a credibilidade devido à corrupção, aos incidentes
parlamentares e à falta de autoridade do governo. Em 1920 foram sete os governos que se sucederam,
aumentando o clima de ingovernabilidade, foi nesta conjetura que que a 19 de outubro de 1921,
ocorreram revoltas marcadas pelo assassinato de políticos republicanos (no episódio conhecido como
“noite sangrenta”).
As classes médias urbanas e o operariado, sustentáculos do regime republicano, ansiavam pelo
restabelecimento da ordem e da tranquilidade. Os grandes proprietários, a banca e os industriais,
cansados dos sucessivos aumentos dos impostos, receosos da agitação anarcossindicalista e de soluções
políticas de esquerda, desejavam um governo forte e autoritário que garantisse a estabilidade. A igreja
que perdera a influencia, e fora desapossada dos seus bens, tornou-se aliada das fações conservadoras,
como forma de recuperar o seu poder e de reagir ao anticlericalismo republicano.
A falência da 1ª república
O descontentamento com o regime culminou quando, a 28 de maio de 1926, o general gomes da costa, a
partir de braga, liderou uma rebelião e iniciou uma marcha sobre Lisboa, a ação do general levou à
demissão do governo. Com a renúncia de Bernardino Machado à presidência da república, Mendes
cabeçadas concentrou o poder nas suas mãos o governo republicano caiu no início de junho e instaurou
se a ditadura militar.

Crise de 1929
A partir de 1927 começaram a fazer sentir-se os primeiros sinais de fragilidade da economia americana,
no setor agrícola:
 O excesso de produção levou os produtos a venderem abaixo do preço, na tentativa de tentar
escoar os produtos
 Este desequilíbrio levou à queda dos preços e à diminuição dos rendimentos
 Os preços agrícolas sofreram baixas em todo o mundo devido ao aumento da produção e
aparecimento de novas técnicas e a retoma de produção da europa que fez com que os produtos
americanos fossem menos procurados
 A diminuição dos preços levou a com que os agricultores reduzissem o consumo de produtos
industriais
No setor industrial:
 A modernização dos processos produtivos e a racionalização do trabalho agravaram o
desemprego
 A acumulação de stocks agrícolas e de matérias primas industriais cresceu devido à estagnação
do consumo, interno e externo, o que provocou uma crise de superprodução
 A construção civil abrandou e a indústria automóvel abrandou e viu a sua produção diminuir

A estabilidade do sistema capitalista estava em risco, o consumo e o poder de compra eram mantidos
de forma artificial e ilusória, uma vez que assentavam no recurso ao crédito. Apesar dos sinais
evidentes de crise, não se tomaram medidas para apoiar a economia. Às dificuldades de caracter
económico somaram-se as do mercado financeiro, consequências dos créditos excessivos e da
especulação bolsista

Queda da bolsa de Nova Iorque (24 de outubro de 1929)

A compra de ações com recurso a crédito bancário tinha-se tornado prática recorrente para os
americanos de todas as classes sociais, ao longo dos anos 20, era visto como um meio de fazer fortuna
rapidamente, esta prática favoreceu a especulação, fazendo com que por um lado o valor das cotações
das ações aumentasse artificialmente e por outro o desfasamento entre o valor real das empresas e o
seu valor em bolsa, não existia uma relação entre os índices dos valores negociados na bolsa que
subiam rapidamente e o dos lucros que cresciam lentamente.

A 24 de outubro de 1929 milhões de ações foram postas à venda, sem encontrarem comprador, o que
Fez com que o seu valor descesse por haver muita oferta pouca procura, milhões de pessoas perderam
as suas poupanças e ficaram arruinadas, muitos foram os que se suicidaram devido ao desespero.

Razões que levaram à mundialização da crise de 1929

 Forte dependência económica entre os EUA e a Europa
 A Alemanha e a Áustria eram fortemente dependentes dos capitais americanos, sendo eles os
primeiros países a serem afetados pois os EUA retiraram os seus capitais
 Desvalorização das moedas e a adoção de políticas deflacionistas com o intuito de a estabilizar
 Adoção de medidas protecionistas para diminuir importações e privilegiar os produtos internos
 Contração do comércio internacional, o que afetou quer países industrializados que não
conseguiam escoar a sua produção, quer os países em desenvolvimento que não exportavam
as suas matérias primas
 A partir de 1930 a crise instalou-se e deu lugar a uma longa depressão que se manifestou a vários
níveis:
 Assistiu-se à retração e quebra de produção
 A taxa de desemprego disparou
 Falência de bancos
 Encerramento de empresas devido à contração de crédito bancário, causa que arruinou vários
capitalistas
 A queda de salários acentuou-se e consequentemente o consumo diminuiu
 Assistiu-se à deflação dos preços
 Mesmo com o excesso de produtos, a fome e a miséria generalizaram-se
 Instalou-se o ciclo vicioso da crise

As consequências sociais da crise

Os efeitos sociais da crise foram dramáticos e atingiram todos os setores da sociedade, nos países
capitalistas onde a grande depressão se fez sentir: Agricultores, operários, profissões de colarinho
branco (profissões de assalariados), e classes médias caíram na miséria.
 Desemprego- famílias inteiras recorriam à caridade pública e privada (não existiam subsídios
de desemprego)
 Milhares de agricultores ficaram em ruína e perderam as suas propriedades
 Fome (que atingia milhares de pessoas)
 Pequenos e médios industriais perderam os seus bens e tornaram-se assalariados
 Muitas pessoas da classe média (incluindo reformados) perderam as suas poupanças devido à
falência dos bancos
 Suicídio crescente devido ao desespero provocado pela crise
 Aumento da criminalidade e do racismo (KU-KLUX-KLAN)

New Deal
Refere-se a um “novo acordo” e designa as reformas económica e sociais levadas a cabo por Franklin
Roosevelt, a partir de 1933, para combater a grande depressão, assentou na intervenção do Estado
como forma de estimular a economia

Intervencionalismo (política económica)

Designa a política económica, implementada numa economia liberal de mercado, segundo a qual o
Estado tem um papel ativo. A intervenção do Estado, através da regulação, procura alcançar
determinados objetivos e corrigir as falhas do mercado era uma teoria defendida por John Keynes

As medidas do New Deal

Financeiras e monetárias:
 Intervenção direta do estado na economia
 Reforma do sistema bancário e monetário
Agrícolas
 Limitação da produção agrícola, indeminizações e empréstimos aos agricultores
Industriais
 Código de “concorrência leal” das empresas e ajudas estatais; preços mínimos e quotas de
produção
Socioeconómicas
 Fixação do horário semanal
 Estabelecimento de um salário mínimo
 Liberdade sindical
 Combate ao desemprego
 Programas de obras públicas
Segunda fase do New Deal
 Estabelecimento do seguro de velhice e de sobrevivência
 Subsídio de desemprego e assistência médica aos desfavorecidos
 Aprovação da lei Wagner que reforçou os direitos e as liberdades sindicais

Resultados do New Deal

 Nova conceção do estado, marcadamente social- o Estado-providência
 Diminuição do desemprego; aumento do poder de compra e da produção
 Modernização do pais e melhoria da qualidade de vida do povo americano

Fascismo e Nazismo

Fascismo- designa o regime político que vigorou em Itália a partir de 1922, baseou-se na autoridade do
Chefe, que era alvo de culto, que corporizava a nação e subordinava os interesses individuais ao
interesse da nação, fazendo a apologia da supremacia do Estado, que era totalitário, antiliberal,
antidemocrático e antissocialista, restringiu as liberdades individuais, através de meios repressivos, inspirou
os regimes autoritários de direita que vigoraram na Europa dos anos 30

Medidas fascistas implementadas em Itália

 Adoção do corporativismo
 Criação do organismo estatal (instituto para a reconstrução industrial)
 Estímulo ao consumo de produtos Italianos
 Aumento das tarifas alfandegárias
 Promoção da “batalha do trigo” (para aumentar a produção)
 Promoção à “batalha da lira” (para travar a crise financeira e estabilizar a moeda através da sua
desvalorização)
 Promoção da “batalha da bonificação” (para aumentar a terra arável)
 Fixou preços e salários
 Modernizou infraestruturas de transporte e de comunicação
 Implementou um vasto programa de obras publicas (com vista a diminuir o desemprego e a estimular
a economia)

Nazismo- Designa o regime político que vigou na Alemanha a partir de 1933. Ideologicamente próximo do
Fascismo, destacou-se pelo racismo violento que visava a supremacia da “Raça Ariana”, e ainda pelo
Antissemitismo, fortemente nacionalista, procurou vingar a Alemanha da humilhação sofrida depois da 1ª
guerra mundial

Medidas Nazis implementadas na Alemanha

 Concentração industrial para apoiar a indústria alemã nomeadamente a pesada e a química
 Desenvolvimento do setor automóvel e do da aviação
 Criação de um programa de rearmamento para diminuir o desemprego e ajudar a expansão Nazi
 Lançamento de obras públicas grandiosas

Enquadramento da juventude e dos adultos no regime

1.Itália
A)Juventude
 Crianças (4 a 8 anos)- filhos da loba
 Crianças (8 a 14 anos)- Balillas
 Crianças(14 a 18 anos)-Vanguardistas
 Jovens(pós 18 anos)- juventude fascista
B)Adultos
 Filiação no partido único (partido fascista)
 Filiação nos sindicatos autorizados (corporação)
 Participação em organizações recreativas (dopolavoro)

2.Alemanha
A)Juventude
 Crianças (a partir dos 10 anos)- juventude alemã
 Entre os 14 e os 18- juventude hitleriana
 Raparigas frequentavam a liga das jovens alemãs

B)Adultos
 Filiação no partido único (partido Nazi)
 Filiação nos sindicatos autorizados (frente do trabalho nacional- socialista)
 Organizações recreativas

Antissemitismo e o holocausto

Antissemitismo
Designa a hostilidade para com o povo judeu, remonta à idade média e tornou-se mais violento com os
Programs do século XIX. No século XX, na Alemanha assumiu um caracter violento com as perseguições nazis
Que culminaram na “solução final” e no extermínio de milhões de judeus. O povo judeu foi também alvo de
perseguições na URSS depois da segunda Guerra mundial.

Leis de Nuremberga- Conjunto de leis que proibiam qualquer tipo de ligação entre Alemães e judeus, fazendo
Com que a cidadania alemã lhes fosse retirada, alguns exemplos destas leis eram:
 A proibição de casamentos entre judeus e Alemães
 Proibição de os judeus terem empregada doméstica de origem alemã com menos de 45 anos de idade
 Não podiam usar as cores nacionais alemãs e só podiam usar as cores judaicas

A partir de 1938 assistiu-se a uma viragem na política de descriminação antissemita, tornou-se agressiva, o
que era visível em diversos acontecimentos e medidas, levando ao extremo o racismo nazi. Na noite de
cristal( 9 de novembro de 1938), sinagogas e estabelecimentos comerciais pertencentes a judeus, foram
destruídos e os seus bens confiscados, muitos judeus foram mortos, e cerca de 30.000 foram para campos de
concentração.
Iniciou-se a separação e o isolamento dos judeus através de várias medidas de segregação racial:
 Foram encerrados em guetos (locais onde os judeus se concentravam e onde foram isolados, viviam
de forma miserável, o gueto mais conhecido foi o de Varsóvia, na polónia)
 Foram obrigados a usar a estrela de Davi como forma de identificação
 A partir de 1942 foi adotada a “solução final para o problema judaico”, os judeus foram enviados para
campos de extermínio, onde ocorreu o genocídio de 11 milhões de pessoas, mortas nas câmaras de
gás (polacos, eslavos, homossexuais, ciganos, opositores políticos, prisioneiros de guerra, deficientes),
seis milhões eram judeus.

Genocídio
Designa a política sistemática de extermínio de um determinado grupo ou nação com base na raça ou na
origem étnica.

Solução final
Designa o período a partir de 1942, quando os judeus foram enviados para campos de extermínio, onde
seriam exterminados
Datas importantes
1ª república portuguesa- 5 de outubro de 1910
Golpe de Estado de Sidónio Pais- 5 de dezembro de 1917
Eleição de Sidónio Pais para presidente da república- 28 de abril de 1918
Assassinato de Sidónio Pais- dezembro de 1918
Proclamação da monarquia em Lisboa e no porto- janeiro de 1919
conferencias de paz que se iniciaram em paris-1919
Noite sangrenta- 19 de outubro de 1921
Fascismo (Itália)-1922
Marcha sobre lisboa de Gomes da costa- 28 de maio de 1926
Queda da bolsa de Nova Iorque -24 de outubro de 1929
Fascismo (Europa)- Década de 30
New Deal-1933
Nazismo-1933
Leis de nuremberga-1935
Noite de cristal- 9 de novembro de 1938
Solução final-1942